Bradley Cooper surpreende com “Is This Thing On?”: divórcio, comédia e um elenco de luxo

Bradley Cooper já nos habituou a ver o seu nome em múltiplas frentes — ator, realizador, produtor e argumentista — mas o seu novo projeto, Is This Thing On?, mostra um lado diferente do cineasta norte-americano. O filme, que acaba de ganhar o seu primeiro teaser trailer, cruza divórcio e comédia com um toque autobiográfico inspirado na vida do comediante britânico John Bishop.

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Um elenco de peso para uma história íntima

Embora assuma um papel mais secundário em cena, Cooper dirige e assina o argumento ao lado de Will Arnett e Mark Chappell. Os grandes protagonistas são Will Arnett e Laura Dern, que lideram a narrativa como um casal a braços com o fim do casamento. Arnett interpreta Alex, um comediante em crise de meia-idade que procura reinventar-se no competitivo panorama humorístico de Nova Iorque, enquanto Dern dá vida a Tess, uma mulher que confronta os sacrifícios feitos em nome da família.

O elenco de apoio reforça a ambição do projeto: Andra Day, Sean Hayes, Amy Sedaris e Ciarán Hinds juntam-se à produção, prometendo acrescentar novas camadas de intensidade e humor.

Entre risos e lágrimas

Segundo a sinopse oficial, o filme acompanha Alex e Tess enquanto enfrentam não só o processo de divórcio, mas também o desafio da coparentalidade e a redefinição da identidade pessoal. O que poderia ser um retrato pesado transforma-se, nas mãos de Cooper, numa exploração delicada e espirituosa da forma como o amor pode assumir novas formas mesmo após uma separação.

A caminho dos Óscares?

Depois do sucesso crítico e da corrida às estatuetas douradas com Assim Nasce Uma Estrela (2018) e Maestro (2023), Is This Thing On? surge como mais uma das grandes apostas da Searchlight Pictures para a temporada de prémios. O filme terá a sua estreia de prestígio no Festival de Nova Iorque a 10 de outubro, chegando aos cinemas da América do Norte a 19 de dezembro — uma data estratégica, próxima das nomeações para os Óscares. Para já, ainda não foi anunciada a data de estreia em Portugal.

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Comédia e drama voltam a cruzar-se no olhar de Cooper, que, mesmo fora do centro das atenções, continua a afirmar-se como um dos nomes mais versáteis e consistentes da Hollywood contemporânea.

veja o trailer original aqui

Tom Waits Regressa ao Cinema em Nova Colaboração com Jim Jarmusch

O inconfundível Tom Waits está de volta ao grande ecrã, e como não podia deixar de ser, fá-lo ao lado de Jim Jarmusch, o cineasta que melhor soube transformar a sua voz rouca e presença magnética em cinema. O novo filme intitula-se Father Mother Sister Brother e chega aos cinemas dos EUA na véspera de Natal. O trailer já foi divulgado e promete mais uma viagem muito particular ao universo poético e melancólico de Jarmusch.

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Uma história em tríptico sobre família e distância

Descrito como “um tríptico” de histórias, Father Mother Sister Brother mergulha nas relações entre filhos adultos e os seus pais distantes, explorando também os dilemas internos dessas mesmas personagens. Como habitual no cinema de Jarmusch, não se trata de grandes enredos cheios de ação, mas de pequenos gestos e diálogos que expõem fragilidades humanas.

O elenco é de luxo: Cate Blanchett, Adam Driver, Vicky Krieps, Mayim Bialik, Charlotte Rampling, Indya Moore e Luka Sabbat, além, claro, da presença sempre icónica de Tom Waits.

A sexta colaboração entre Waits e Jarmusch

Esta é já a sexta colaboração entre músico e realizador. Waits estreou-se no cinema de Jarmusch com Vencidos pela Lei(1986), seguindo-se Mystery Train (1989), a participação em Café e Cigarros (2003), a banda sonora de Noite na Terra(1991) e, mais recentemente, o papel em Os Mortos Não Morrem (2019). Sempre que regressa ao cinema pela mão de Jarmusch, o músico traz consigo aquele tom de outsider romântico que se encaixa na perfeição com o estilo minimalista e contemplativo do realizador.

O regresso de uma figura lendária

Para os fãs, este regresso é duplamente especial. Não só marca mais uma oportunidade de ver Tom Waits no grande ecrã, como também reacende a expectativa em torno do seu regresso à música, já que não lança um álbum de originais desde Bad As Me (2011). Enquanto esse dia não chega, podemos esperar uma performance intensa, estranha e profundamente humana no universo singular de Jim Jarmusch.

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Com estreia marcada para a véspera de Natal nos EUA, Father Mother Sister Brother promete ser mais um capítulo da longa cumplicidade entre um realizador que filma como quem escreve poesia e um músico que canta como quem representa o lado mais cru da vida.

Pacificador : O Futuro da Série da DC Pode Passar por um Filme

A segunda temporada de Pacificador já chegou ao catálogo da HBO Max e, como seria de esperar, a mistura explosiva de acção, humor negro e irreverência de Christopher Smith (John Cena) voltou a conquistar fãs e crítica. Mas a grande questão que agora paira no ar é: qual será o próximo passo para uma das séries mais surpreendentes da DC?

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James Gunn abre a porta a mais histórias

James Gunn, que não só criou como também escreveu e realizou grande parte da série, deixou no ar a possibilidade de um futuro ainda mais ambicioso para Pacificador. Em entrevista recente, o cineasta afirmou:

“Depois de O Esquadrão Suicida, da 1.ª temporada de Pacificador e da 2.ª temporada de Pacificador, será que vamos fazer uma quadrilogia? Provavelmente. Veremos.”

A declaração despertou especulações de que a saga de Christopher Smith poderá encerrar não numa terceira temporada televisiva, mas sim num filme para o grande ecrã — uma forma de unir a popularidade da série ao novo rumo que Gunn está a desenhar para o Universo Cinematográfico da DC.

Um anti-herói que conquistou o público

Lançada em 2022, Pacificador apresentou uma nova faceta de John Cena, que deu corpo e alma a um anti-herói desajustado, com um código moral tão rígido quanto ridículo: fazer tudo pela paz, mesmo que isso implique violência extrema. O sucesso foi imediato, com a crítica a elogiar a forma como Gunn combinou sátira, acção e momentos surpreendentemente emotivos.

Além de Cena, o elenco conta ainda com Danielle Brooks, Freddie Stroma, Jennifer Holland e Frank Grillo, numa equipa que equilibra carisma, química e humor mordaz.

Filme ou série — o que esperar?

Caso se confirme, um filme de encerramento daria a Pacificador um estatuto raro dentro do universo das séries de super-heróis: o de conseguir transitar de forma natural para o cinema, mantendo a irreverência que a tornou um fenómeno. Ao mesmo tempo, encaixaria no plano de James Gunn para revitalizar a DC nos cinemas, ao lado de títulos como Superman e Comando das Criaturas.

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Por agora, resta acompanhar semanalmente os episódios da 2.ª temporada, já disponíveis na HBO Max. Se será um adeus televisivo ou apenas o prelúdio para uma despedida em grande no cinema, só o tempo dirá.

LEGO Traz Gizmo de Gremlins Para Casa — Mesmo a Tempo do Halloween! 🎃

Preparem-se, fãs de cinema e colecionadores: o Mogwai mais famoso da história vai ganhar vida em blocos LEGO. Sim, estamos a falar de Gizmo, a adorável criatura de Gremlins (1984), que agora chega ao mercado como uma figura de 1.125 peças, pronta a ser montada e exibida com orgulho na prateleira.

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O novo set faz parte da linha LEGO Ideas, onde fãs de todo o mundo podem propor modelos e ver os seus sonhos tornarem-se realidade. O projeto foi criado pelo designer Terauma e eleito pela comunidade LEGO, antes de receber luz verde oficial da marca.

Mas este não é um Gizmo qualquer: as orelhas, braços, mãos, dedos e pés podem ser ajustados, permitindo recriar expressões e poses diferentes. Para os mais atentos, há ainda acessórios irresistíveis — como o splash de água que se encaixa nas costas (um piscar de olho à clássica regra de que “nunca se deve molhar um Mogwai”) e o mítico par de óculos 3D.

A chegada de Gizmo em versão LEGO não podia ser mais oportuna. Com o lançamento marcado para outubro, a figura promete ser o presente perfeito para o Halloween, especialmente agora que Gremlins 3 foi oficialmente confirmado e aguarda apenas a aprovação final do produtor executivo Steven Spielberg. Zach Galligan, protagonista dos dois primeiros filmes, já veio confirmar o entusiasmo em torno do regresso da saga ao grande ecrã.

Depois dos X-Files e até de um modelo de Godzilla, a LEGO volta a apostar em ícones da cultura pop que atravessam gerações. Mas convenhamos: poucos personagens conseguem derreter corações como Gizmo.

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👉 O set já está disponível em pré-venda e promete ser um sucesso imediato entre fãs de cinema, nostalgia e colecionismo. A pergunta é: será que conseguem resistir a levá-lo para casa?

Veneza: Documentário Revela os Bastidores Tempestuosos de Megalopolis  e o Conflito de Coppola com Shia LaBeouf

Francis Ford Coppola voltou a fazer história em Veneza — mas desta vez não com um épico de ficção, e sim através de um documentário que expõe, em toda a sua intensidade, o processo criativo (e caótico) por detrás de Megalopolis.

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Realizado por Mike Figgis, Megadoc surge como um registo raro e intimista de um cineasta lendário a trabalhar no seu projeto de vida, um retrofuturista drama-parábola sobre a Roma Antiga que Coppola auto-financiou, investindo 120 milhões de dólares após vender parte do seu império vinícola. Mais do que números, o filme de Figgis mostra o realizador a viver e a respirar cinema — seja nos ensaios com os atores, através de jogos experimentais dignos de uma companhia de teatro de vanguarda, ou nos discursos inflamados em que celebra a glória de arriscar tudo pela arte.

Mas nem tudo foi glamour e inspiração. Megadoc não ignora os momentos mais tensos, incluindo a demissão em massa da equipa de efeitos visuais a meio da rodagem e as discussões acesas com Shia LaBeouf, cujo temperamento difícil se tornou quase um personagem secundário da narrativa. Ao lado disso, surgem entrevistas mais serenas com Jon Voight, Aubrey Plaza e Dustin Hoffman, bem como imagens de leituras de guião de 2001, quando Megalopolis quase saiu do papel com Robert De Niro e Uma Thurman.

Há ainda espaço para momentos de ternura, com a presença de Eleanor Coppola — a falecida esposa do realizador, que já tinha sido a cronista oficial do caos em Apocalypse Now através do mítico Hearts of Darkness. A sua aparição no set de Megalopolis dá ao documentário um toque de despedida e memória, lembrando que esta saga pessoal atravessa décadas de vida e carreira.

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O resultado? Mesmo que muitos críticos continuem a considerar Megalopolis um fracasso honroso, Megadoc é já visto como um triunfo. Não apenas pela oportunidade de observar Coppola em pleno ato criativo, mas também pelo retrato humano — vulnerável, conflituoso e obstinado — de um homem que nunca deixou de acreditar que o cinema merece todos os riscos.

The Goonies 2: Quarenta Anos Depois, a Nostalgia Continua a Mexer

Quarenta anos depois de Mikey, Chunk, Mouth e Data se aventurarem pelos túneis de Astoria, parece que a nostalgia ainda não disse adeus. Sim, The Goonies pode estar a caminho de um regresso — e, desta vez, há mesmo um guionista que garante que o barco pirata não se afundou em águas turvas de rumores.

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O escolhido é Potsy Ponciroli, realizador e argumentista que ganhou créditos com o western Old Henry (2021). Em plena promoção do seu novo filme Motor City, no Festival de Veneza, Ponciroli não resistiu a falar sobre o projeto que está a incendiar a imaginação dos fãs: The Goonies 2.

“Eu sei que muitos se perguntam se precisamos de um novo Goonies. Mas eu sou o maior fã do original, é o meu filme preferido de sempre”, confessou. “Nunca faria um ‘remake’. Para mim, era uma história que nunca tinha acabado — por isso, este é o filme que eu quero ver como fã.”

E é aqui que os olhos de qualquer saudosista brilham: Ponciroli garante já ter entregue um primeiro rascunho “muito bem recebido” e que o segundo está praticamente concluído. O entusiasmo é palpável. O problema? Ainda não há realizador nem elenco confirmado — nem sabemos se os sobreviventes da aventura original (Sean Astin, Josh Brolin, Corey Feldman, Martha Plimpton…) regressarão para este novo capítulo.

Mas, sejamos francos: o simples facto de The Goonies estar em desenvolvimento formal na Warner Bros., anunciado em fevereiro, já é mais do que os fãs podiam esperar depois de décadas de boatos e esperanças vãs. E Ponciroli não parece estar apenas a tentar surfar a onda da nostalgia: fala como um verdadeiro miúdo dos anos 80 que nunca esqueceu o mapa do tesouro.

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Se tudo correr bem, o que começou como uma caça a riquezas escondidas pode transformar-se, quatro décadas depois, num tesouro de bilheteira. Afinal, como diziam os próprios Goonies: “Goonies never say die.”

Nem Todos Querem Ser Gatos: Disney Cancela The Aristocats em Versão Live-Action

A Disney anda numa relação complicada com os seus próprios clássicos. Depois de dar vida nova a O Rei LeãoAladinoou A Pequena Sereia, chegou a vez de… cancelar os gatos. É oficial: a versão live-action de The Aristocats, que estaria a ser preparada por Ahmir “Questlove” Thompson, foi arrumada na gaveta.

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Sim, aqueles felinos parisienses que cantavam alegremente que “todo o mundo quer ser gato” afinal não vão miar de novo no grande ecrã. Ou, pelo menos, não tão cedo.

Questlove, conhecido pelo groove com os The Roots e pela sua veia cinéfila, parecia ser a escolha perfeita para reinventar a comédia felina de 1970 com música nova, ritmo urbano e um olhar fresco. Mas, segundo o próprio, as coisas começaram a emperrar com sucessivos adiamentos e “mudanças administrativas” dentro da Disney. À terceira vez que lhe disseram “espera mais um pouco”, o músico teve de aceitar a dura realidade: talvez o filme não fosse para ele.

Entretanto, a Disney vive um verdadeiro carrossel de emoções no que toca a remakes: Snow White anda envolvido em polémicas antes sequer de estrear, Tangled ficou em pausa, mas Lilo & Stitch surpreendeu tudo e todos ao tornar-se o primeiro sucesso bilionário de 2025 e já tem continuação em andamento. O que prova que, na casa do Rato Mickey, uns projetos nascem a cantar e outros morrem antes do primeiro miado.

No meio disto, fica a sensação de oportunidade perdida: The Aristocats sempre foi um dos clássicos mais musicais e divertidos da Disney, com personagens tão excêntricas que até pediam um novo arranjo no século XXI. Mas, pelos vistos, a aventura acabou mesmo em miado curto.

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Resta aos fãs voltarem ao original de 1970, onde a Duquesa, o malandro Thomas O’Malley e os gatinhos Marie, Toulouse e Berlioz continuam eternos, em Technicolor e com swing jazz. No fim de contas, talvez seja melhor assim: afinal, como dizia a canção, “ninguém pode viver sem os gatos” — mas a Disney pode perfeitamente viver sem o remake.

“Springsteen: Deliver Me From Nowhere” emociona Telluride com Jeremy Allen White a dar vida a Bruce Springsteen

O Festival de Telluride recebeu um dos momentos mais aguardados do ano: a estreia mundial de Springsteen: Deliver Me From Nowhere, a cinebiografia que coloca Jeremy Allen White (The Bear) na pele de Bruce Springsteen.

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O próprio “The Boss” marcou presença na sessão, arrancando aplausos entusiásticos de uma plateia composta por cinéfilos de todo o mundo, figuras da indústria e até celebridades como Oprah.


Um retrato íntimo e ousado

Realizado por Scott Cooper (Coração Louco), que também adaptou o argumento, o filme foca-se em momentos menos convencionais da vida e carreira do músico: o confronto com traumas de infância, as batalhas contra a depressão e o equilíbrio entre a energia explosiva em palco e a vulnerabilidade fora dele.

Jeremy Allen White mergulha de corpo e alma na personagem, com interpretações intensas de clássicos como Born to Run. Segundo Cooper, a escolha do ator foi natural:

“Ele tinha duas qualidades que reconheço no Bruce: humildade e ‘swagger’. E não se ensina ‘swagger’ em Juilliard”, disse o realizador.

A química com Odessa Young, que interpreta uma mãe solteira com quem Springsteen vive um romance atribulado, acrescenta uma camada de paixão e turbulência emocional ao retrato do músico.


Elenco de luxo

Além de White e Young, o filme conta com:

  • Jeremy Strong (Succession) como Jon Landau, o histórico manager de Springsteen,
  • Stephen Graham como o pai do músico, em intensos flashbacks,
  • Paul Walter Hauser como o técnico de guitarra Mike Batlan, responsável pelos momentos mais cómicos da narrativa.

Completam o elenco Gaby Hoffmann, David Krumholtz, Marc Maron, Johnny Cannizzaro, Harrison Gilbertson, Chris Jaymes e Matthew Anthony Pellicano (no papel do jovem Bruce).


Springsteen no centro das atenções

Visivelmente emocionado, o próprio Springsteen fez uma breve intervenção antes da sessão, recordando a amizade com Scott Cooper e até brincando com o facto de ter acolhido a família do realizador durante os incêndios de Los Angeles:

“Quero a minha casa de volta”, atirou em tom de humor.

A receção em Telluride foi calorosa, com alguns espectadores a cantar em uníssono durante as cenas musicais. Para muitos, o filme é mais do que uma biografia: é uma carta de amor a uma das vozes mais icónicas da música norte-americana.

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Estreia marcada

Springsteen: Deliver Me From Nowhere chega aos cinemas a 24 de outubro, numa estreia que promete emocionar tanto fãs de longa data como novas gerações que descobrem agora o poder da música e da história de Bruce Springsteen.

Cine Tejo: Benavente estreia festival internacional de curtas-metragens com entrada gratuita

O distrito de Santarém prepara-se para receber um novo evento cinematográfico: a primeira edição do Festival Internacional de Curtas Cine Tejo, que decorrerá de 5 a 7 de setembro, em Benavente e Samora Correia. A entrada será gratuita, reforçando o objetivo da organização de aproximar a comunidade local da sétima arte.

Mais de 60 filmes em exibição

Entre o Cine-Teatro de Benavente e o Centro Cultural de Samora Correia, serão exibidas mais de 60 curtas-metragens, distribuídas por diferentes categorias: ficção, documentário, animação, direitos humanos e animação em contexto escolar.

O festival aposta numa programação diversificada, que inclui obras premiadas e já com carreira internacional. Entre elas:

  • Na hora de pôr a mesa, éramos cinco, de Paulo Oliveira, inspirado num poema de José Luís Peixoto e estreado este ano no Fantasporto.
  • Samba Infinito, de Leonardo Martinelli, apresentado em maio no Festival de Cannes.
  • Percebes, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, uma das produções nacionais mais premiadas na categoria de animação.
  • A cada dia que passa, de Emanuel Nevado, e Sequencial, de Bruno Caetano.
  • O pássaro de dentro, de Laura Anahory, que passou por Cannes em 2025, na secção de animação escolar.

Prémios e masterclasses

O Cine Tejo não se limita à exibição: haverá também prémios monetários no valor total de 3.300 euros.

  • Grande Prémio Cine Tejo – 1.000 €
  • Prémio Maria João Bastos – para interpretação feminina
  • Prémio Fernando Galrito – para animação

Os vencedores serão escolhidos por personalidades que dão nome aos galardões, reforçando a ligação do festival a figuras relevantes do cinema português.

A programação inclui ainda três masterclasses com profissionais ligados ao setor. Um dos destaques será a participação de David Mourato, natural de Samora Correia, que trabalha há mais de uma década em animação e integrou a equipa da aclamada série Arcane, da Netflix.


Um festival para a comunidade

Organizado pela Câmara Municipal de Benavente, o Cine Tejo assume-se como um festival anual, com o propósito de revitalizar a paixão pelo cinema nas localidades que o acolhem. Ao abrir portas ao público sem custos, promove-se a cultura e democratiza-se o acesso a obras de qualidade internacional.

A programação completa pode ser consultada em www.cinetejo.pt.

Park Chan-wook regressa a Veneza com No Other Choice

O mestre da vingança e da comédia negra volta a desafiar o público

Vinte anos depois da sua última presença no Festival de Veneza, o realizador sul-coreano Park Chan-wook, autor de Oldboy – Velho Amigo, regressa ao Lido com a estreia mundial de No Other Choice. O novo filme, inspirado no romance The Axe (1997) de Donald E. Westlake, é um thriller social e psicológico sobre um funcionário veterano de uma fábrica de papel que, após ser despedido, decide eliminar potenciais concorrentes na corrida por um novo emprego.

A longa-metragem é uma das 21 obras em competição pelo Leão de Ouro, consolidando o regresso de um cineasta cuja carreira é marcada pela coragem em expor os recantos mais sombrios da natureza humana.

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De Oldboy a Decisão de Partir

Park Chan-wook conquistou fama internacional em 2004, quando Oldboy venceu o Grande Prémio em Cannes. O filme de vingança, violento e estilizado, tornou-se um clássico moderno e abriu caminho para o reconhecimento global do cinema sul-coreano. Quinze anos depois, Bong Joon-ho retomaria essa herança com Parasitas, vencedor da Palma de Ouro e do Óscar de Melhor Filme.

O realizador voltaria a Cannes em 2022, onde venceu o prémio de Melhor Realização com Decisão de Partir, um thriller romântico elogiado pela crítica e que confirmou a sua mestria em misturar géneros aparentemente inconciliáveis.

O mestre da comédia negra

Conhecido pela “Trilogia da Vingança” (Mr. VengeanceOldboy e Vingança Planeada), Park explora nas suas obras temas como violência, desejo, culpa e perdão, sem nunca perder de vista uma certa ironia trágica. Para o cineasta, filmar apenas o que é belo e otimista seria uma forma limitada de compreender os seres humanos:

“Só reconhecendo os desejos mais obscuros de uma pessoa é que se saberá de que são feitos os seres humanos”, afirmou no Festival de Busan, em 2021.

Literário por natureza — é leitor ávido de Zola e Philip Roth — Park transpôs para o cinema obras como Thérèse Raquinem Thirst – Este é o meu sangue… (2009) e Fingersmith em A Criada (2016).

Para lá do cinema

O realizador também deixou marca na televisão internacional, com destaque para a minissérie britânica The Little Drummer Girl, adaptação de John le Carré, e para The Sympathizer, série da HBO lançada em 2024 sobre um espião dividido entre duas lealdades.

No Other Choice: mais um mergulho no abismo humano

Com No Other Choice, Park Chan-wook volta a olhar para as desigualdades sociais e a brutalidade da sobrevivência, colocando em cena um protagonista comum que se vê empurrado para decisões extremas.

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Ao regressar a Veneza depois de duas décadas, Park não traz apenas um novo filme: traz a certeza de que continua a ser uma das vozes mais radicais e inovadoras do cinema mundial.

Pierce Brosnan revisita Londres e recorda memórias antes da estreia de The Thursday Murder Club

Pierce Brosnan, o eterno James Bond para toda uma geração, voltou a passear pelas ruas de Londres onde iniciou a sua carreira de ator — e aproveitou para partilhar histórias curiosas e, muitas vezes, hilariantes. A ocasião não podia ser mais simbólica: está em promoção de The Thursday Murder Club, filme que protagoniza ao lado de Helen Mirren, Ben Kingsley e Celia Imrie, e que já chegou à Netflix.

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Um regresso às origens

Com 72 anos, Brosnan tem casas em Malibu e no Havai, mas guarda uma ligação profunda a Londres, onde estudou no Drama Centre London nos anos 70. Foi lá que, em 1973, armado com um solilóquio de Macbeth, impressionou o professor Christopher Fettes, que se tornaria no seu mentor. “Vir para aqui foi o que fez de mim ator”, disse o irlandês durante a visita ao espaço, hoje transformado em galeria.

Antes disso, já tinha experimentado teatro experimental no Ovalhouse (atual Brixton House), experiência que lhe deu traquejo para encarnar “Red” Ron, o ex-sindicalista que interpreta em The Thursday Murder Club.

De Tennessee Williams a 007

Outra paragem obrigatória foi o Roundhouse, onde em 1977 contracenou com Tennessee Williams em The Red Devil Battery Sign. O dramaturgo chegou a promover Brosnan de substituto a protagonista e enviou-lhe um telegrama caloroso na noite de estreia. “Ele gostava de um copo, claro, mas era um contador de histórias extraordinário”, recorda.

Brosnan também partilhou memórias mais pessoais de quando foi ver Goldfinger em 1964, pouco depois de se ter mudado para Londres e de ter voltado a viver com a mãe. “Foi nesse mesmo mês que Ian Fleming morreu”, comentou com sobrancelhas ao estilo de Roger Moore. O destino só o deixaria assumir o smoking de 007 décadas depois, entre 1995 e 2002, em quatro filmes que lhe garantiram fama mundial — e também algumas dores de cabeça, como Die Another Day.

Um ator que nunca se deixou aprisionar

Apesar de ser grato a James Bond, Brosnan sempre cultivou diversidade: foi elegante em The Thomas Crown Affair, surpreendente em The Matador e até se deixou contagiar pelo espírito pop de Mamma Mia!. É essa versatilidade que lhe permite, hoje, ser credível como um reformado com espírito de detective em The Thursday Murder Club, onde partilha o ecrã com grandes nomes do cinema britânico.

Com humor, deixou também um conselho ao futuro 007: “Seja criativo fora de Bond. E arranje um bom advogado.”

O presente: The Thursday Murder Club

O novo filme adapta o best-seller de Richard Osman e segue um grupo de reformados que se dedicam a resolver casos antigos, até que um novo crime lhes cai no colo. Brosnan encarna Ron, uma personagem que mistura dureza com sensibilidade e que lhe permite regressar ao humor e ao charme que sempre cultivou, mas com o peso da experiência.

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Seja a recordar os dias de estudante, a rir das vezes em que foi barrado por seguranças ou a celebrar a oportunidade de trabalhar novamente com Helen Mirren, Brosnan mostra que, meio século depois de entrar no Drama Centre, continua a ser uma das figuras mais queridas e camaleónicas do cinema.

Chris Columbus revela o arrependimento que ainda o persegue em Harry Potter

Mais de vinte anos depois de ter realizado os dois primeiros filmes da saga Harry Potter, Chris Columbus continua a ser lembrado como o homem que deu forma ao mundo mágico no grande ecrã. Mas nem tudo correu como o cineasta gostaria. Em entrevista à RadioTimes, Columbus confessou que há uma ausência em Harry Potter e a Pedra Filosofal que ainda hoje “o mantém acordado à noite”: a do poltergeist Peeves.

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O fantasma que nunca vimos

Para os leitores dos livros de J. K. Rowling, Peeves é uma das figuras mais caóticas e divertidas de Hogwarts — um espírito travesso que passa o tempo a pregar partidas e a infernizar professores e alunos. Estava planeado para aparecer no primeiro filme, ao ponto de o ator Rik Mayall ter chegado a gravar as suas cenas, que seriam depois completadas com CGI.

Contudo, como explicou Columbus, o filme já se aproximava das três horas de duração, e a personagem acabou por ser cortada. “Ainda me atormenta não ter conseguido pôr Peeves no filme”, revelou o realizador, admitindo que as imagens permanecem guardadas em algum arquivo. Para os fãs, fica a esperança de que um dia esse material perdido possa vir a público.

Outras falhas que o realizador reconhece

Peeves não foi o único detalhe que deixou Columbus insatisfeito. O cineasta revelou também que ficou desapontado com os efeitos visuais das cenas de Quidditch em A Pedra Filosofal, considerando-os pouco convincentes. Ainda assim, reconheceu que a experiência serviu de aprendizagem e acredita que em A Câmara dos Segredos o resultado foi bastante mais satisfatório.

A oportunidade da nova série da HBO

Com a nova série televisiva de Harry Potter, atualmente em preparação pela HBO e com estreia prevista para 2027, abre-se a porta para recuperar personagens e subtramas que ficaram de fora dos filmes. Chris Columbus não esconde a sua “inveja” por não estar envolvido no projeto, mas considera que a adaptação televisiva será a forma mais fiel de honrar os livros, explorando capítulos e personagens que no cinema foram reduzidos ou omitidos.

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Entre essas personagens, Peeves é apontado como um dos grandes candidatos a finalmente ganhar vida no ecrã, tornando-se um favorito de uma nova geração de fãs.

Star Wars: Starfighter já começou a ser filmado – e Ryan Gosling surge na primeira imagem oficial

O universo de Star Wars prepara-se para abrir um novo capítulo. A Lucasfilm anunciou oficialmente o arranque da rodagem de Star Wars: Starfighter, a primeira grande aventura cinematográfica a explorar a galáxia muito, muito distante após os acontecimentos de The Rise of Skywalker. E, para marcar o momento, foi divulgada a primeira imagem de Ryan Gosling no set, ao lado do jovem ator Flynn Gray, sentado num veículo que faz lembrar o icónico landspeeder.

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Ryan Gosling lidera um elenco de luxo

Nesta nova história, passada cinco anos após o Episódio IX, Gosling interpreta uma personagem inédita, cujo papel ainda está envolto em mistério. O elenco confirma-se como um dos mais fortes dos últimos anos na saga: além de Mia Goth e Matt Smith, já anunciados, juntam-se Amy AdamsAaron Pierre (Rebel Ridge), Simon Bird (The Inbetweeners), Daniel Ings (I Hate Suzie), Jamael Westman (estrela do Hamilton londrino) e o estreante Flynn Gray.

Shawn Levy assume a realização

A realização está nas mãos de Shawn Levy (Deadpool & WolverineFree Guy), que descreveu o arranque da produção como “um sonho tornado realidade”.

Star Wars moldou o meu entendimento do poder das histórias e de como as personagens e os momentos cinematográficos podem ficar connosco para sempre”, disse o cineasta. “Entrar nesta galáxia com colaboradores tão brilhantes é a maior emoção da minha vida.”

O futuro da saga no cinema

Com estreia marcada para 28 de maio de 2027Starfighter inaugura uma nova era para a Lucasfilm, que procura expandir a cronologia para além da saga dos Skywalker. Trata-se de um projeto particularmente aguardado, uma vez que será o primeiro filme da franquia a abordar este período inexplorado.

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O anúncio da rodagem e o vislumbre de Gosling no papel principal já estão a incendiar a curiosidade dos fãs, que aguardam para saber que nova direção a galáxia vai tomar.

After the Hunt: Luca Guadagnino explica escolha polémica de créditos à Woody Allen no filme com Julia Roberts

Luca Guadagnino voltou a estar no centro das atenções no Festival de Veneza com After the Hunt, o seu novo drama psicológico protagonizado por Julia Roberts, Ayo Edebiri e Andrew Garfield. Mas não foi apenas a estreia mundial que gerou conversa: a decisão do realizador italiano de usar créditos de abertura inspirados no estilo dos filmes de Woody Allen levantou sobrancelhas — e Guadagnino não fugiu ao tema.

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Durante a conferência de imprensa, o cineasta explicou que a opção estética não foi inocente. Segundo o próprio, a estrutura de After the Hunt remete diretamente para obras de Allen entre 1985 e 1991, como Crimes and Misdemeanorsou Another Woman. “Quando começámos a trabalhar no filme, não conseguíamos deixar de pensar nessas obras. Havia uma ligação estrutural àquele universo narrativo”, revelou Guadagnino.

No entanto, o paralelismo ganha outro peso porque After the Hunt aborda precisamente questões de assédio, abuso e poder, temas centrais do movimento #MeToo, enquanto Allen continua a ser uma figura envolta em polémicas relacionadas com acusações de má conduta. Guadagnino admitiu ter consciência dessa camada extra:

“Foi também uma forma de refletir sobre a nossa responsabilidade em olhar para o trabalho de artistas que amamos, mas que enfrentam acusações ou questões sérias na sua vida pessoal.”

Julia Roberts no centro de um dilema moral

O filme segue Alma Imhoff (Roberts), uma professora universitária que vê a sua carreira e vida pessoal abaladas quando uma aluna (Edebiri) acusa um colega (Garfield) de agressão. Ao mesmo tempo, um segredo sombrio do passado de Alma ameaça vir à tona. A narrativa mergulha no confronto entre diferentes versões da verdade e no modo como poder e reputação moldam relações humanas.

Guadagnino contou ter ficado “impressionado” com o argumento de Nora Garrett, sublinhando que a história chegou até si no momento certo:

“Andava a refletir sobre a luta pelo poder: porque o queremos, porque o retiramos a outros, o que significa realmente tê-lo nas mãos.”

A estreia e o peso da polémica

After the Hunt estreou-se em Veneza no dia 29 de agosto, em exibição no Sala Grande, e chegará às salas norte-americanas a 17 de outubro, através da Amazon MGM Studios. O elenco conta ainda com Chloë Sevigny, reforçando o estatuto de filme-evento da temporada.

Embora Guadagnino insista que a escolha dos créditos é também um gesto de apreço estético — “É um clássico, uma fonte que vai para além de Woody Allen”, frisou —, a decisão abre o debate sobre como o cinema deve dialogar com a obra de artistas controversos.

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Com uma história que mistura dilemas éticos, segredos perturbadores e disputas de poder, After the Hunt promete ser um dos títulos mais falados deste outono — tanto pelo que acontece no ecrã como pelas conversas que desperta fora dele.

Lilo & Stitch regressa em versão live-action: a amizade improvável que conquistou o mundo chega ao Disney+

Há encontros que mudam vidas – e há filmes que mudam gerações. Em 2002, a Disney apresentou ao mundo Lilo & Stitch, uma animação que, sem príncipes nem princesas, conseguiu conquistar o coração de milhões com uma história de amizade, diferença e família. Agora, mais de duas décadas depois, essa mesma magia ganha nova vida com uma versão live-action que estreia no Disney+ a 3 de setembro de 2025.

Um clássico reinventado

A nova versão é realizada por Dean Fleischer Camp, nome aclamado pelo surpreendente Marcel the Shell with Shoes On(2021), o que desde logo promete um olhar mais delicado e sensível para esta aventura havaiana. No elenco, destacam-se Zach Galifianakis, conhecido pelo humor excêntrico de A Ressaca, e *Courtney B. Vance, ator consagrado que traz peso dramático à narrativa.

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Se a história original já era inesquecível, este regresso aposta em recriar – com tecnologia de ponta e uma dose de emoção em carne e osso – a ligação improvável entre Lilo, uma rapariga havaiana de espírito rebelde e coração enorme, e Stitch, uma criatura alienígena criada para ser uma máquina de destruição, mas que acaba por descobrir o significado de família.

‘Ohana’: a palavra que ficou para sempre

Mais do que um buddy movie improvável, Lilo & Stitch tornou-se um fenómeno cultural por abordar temas raramente tratados em filmes infantis: a perda, a solidão, a diferença, mas também a noção de comunidade. Quem não se lembra da frase que se tornou mantra para tantos espectadores?

“Ohana significa família. Família significa nunca abandonar ou esquecer.”

É essa essência que a nova versão live-action promete resgatar, sem esquecer a energia vibrante do Havai, a herança cultural e, claro, o humor caótico de Stitch, que continua a ser um dos personagens mais carismáticos e adorados da Disney.

O desafio do live-action

A Disney tem apostado nos últimos anos em reinventar os seus clássicos através do live-action. Nem sempre estas adaptações escaparam à polémica – há quem as veja como uma oportunidade de revisitar mundos mágicos, e quem lamente o excesso de reciclagem em detrimento de novas histórias.

No caso de Lilo & Stitch, porém, a expetativa é particularmente alta: trata-se de um dos títulos mais queridos da era pós-Renascimento da Disney e que, pela sua carga emocional e pela atualidade da sua mensagem, pode ganhar nova relevância numa época em que o cinema familiar procura equilibrar espetáculo com autenticidade.

Uma estreia que marca um aniversário

A chegada de Lilo & Stitch ao Disney+ não podia ser mais simbólica: acontece no mesmo mês em que a plataforma celebra 5 anos em Portugal. É, portanto, um momento que combina celebração, nostalgia e renovação – um presente para quem cresceu a ouvir Elvis Presley nas aventuras da pequena Lilo e um convite para que novas gerações conheçam esta história que continua a emocionar.

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🔹 Lilo & Stitch estreia a 3 de setembro de 2025 em exclusivo no Disney+.

🔹 Realização: Dean Fleischer Camp

🔹 Elenco: Zach Galifianakis, Courtney B. Vance e mais surpresas a revelar

“Bugonia”: Emma Stone e Yorgos Lanthimos voltam a chocar (e a fascinar) Veneza

Emma Stone voltou a dar que falar na 82.ª edição do Festival de Veneza com Bugonia, o novo filme de Yorgos Lanthimos que mistura thriller de rapto, ficção científica e sátira social. A atriz norte-americana interpreta Michelle Fuller, uma poderosa CEO farmacêutica que é raptada por dois homens convencidos de que ela… é uma extraterrestre.

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O filme, que marca a quarta colaboração entre Stone e Lanthimos — depois de The FavouritePoor Things e Kinds of Kindness — está a ser descrito pela crítica como um verdadeiro “choque de géneros”: ao mesmo tempo suspense, paranoia, comédia negra e comentário político.

Raptores, alienígenas e eco chambers

Na história, Michelle (Stone) é sequestrada por Teddy (Jesse Plemons, nomeado ao Óscar por The Power of the Dog) e Don (Aidan Delbis). Teddy acredita que a executiva é culpada pela doença da mãe e pelo colapso das abelhas, e que a sua captura pode salvar a humanidade. O resultado é um duelo psicológico intenso, passado em grande parte na cave de Teddy, onde a CEO e o raptor entram num jogo de manipulação e poder.

Lanthimos, conhecido por explorar o absurdo nas relações humanas, aproveita a trama para mergulhar no impacto das teorias da conspiração e das bolhas digitais. “Não muito da distopia do filme é ficção. É um reflexo dos nossos tempos”, explicou o realizador em Veneza.

Emma Stone de cabeça rapada e Jesse Plemons em estado bruto

Para o papel, Stone submeteu-se a uma transformação radical: a sua personagem é obrigada a rapar o cabelo pelos sequestradores. “Foi a coisa mais fácil do mundo: só precisas de uma máquina”, ironizou a atriz, que também admitiu acreditar na possibilidade de vida extraterrestre, citando Carl Sagan como influência.

Já Jesse Plemons trouxe profundidade ao perturbado Teddy, que, entre papel de vilão e mártir, encarna o perigo de reduzir pessoas traumatizadas a caricaturas. “Ele é um torturado que só quer ajudar, por mais louco que pareça”, afirmou o ator.

Da Coreia para Veneza

Bugonia é um remake livre do filme sul-coreano Save the Green Planet! (2003), mas Lanthimos imprime-lhe a sua marca pessoal: diálogos desconfortáveis, humor ácido e violência estilizada.

A crítica dividiu-se, mas quase todos concordaram num ponto: a performance de Emma Stone é magnética. O Hollywood Reporter chamou ao filme “um turbilhão de géneros, suspense e humor sombrio”, enquanto o Telegraph lhe atribuiu cinco estrelas pela forma como Lanthimos equilibra o grotesco com o cómico.

Um espelho do presente

Longe de ser apenas um exercício de ficção distópica, Lanthimos garante que Bugonia é um alerta. “Humanidade está a enfrentar um acerto de contas. Se não escolhermos o caminho certo, não sei quanto tempo temos”, disse, referindo-se à guerra, à tecnologia e à nossa crescente indiferença.

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Seja pela sua crítica social, pelo humor negro ou pela coragem dos seus protagonistas, Bugonia já é um dos filmes mais discutidos de Veneza — e confirma que a dupla Lanthimos/Stone continua a ser uma das mais desafiantes e imprevisíveis do cinema atual.

“The Walking Dead: Daryl Dixon” regressa em setembro com a sua terceira temporada

Os fãs do universo The Walking Dead já têm data marcada para regressar ao caos do apocalipse. A terceira temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon estreia-se em Portugal a 8 de setembro, em exclusivo no AMC SELEKT, apenas um dia depois da estreia nos Estados Unidos.

A nova temporada será composta por sete episódios de sessenta minutos, lançados semanalmente na plataforma, e volta a reunir no centro da narrativa dois dos sobreviventes mais icónicos da saga: Daryl Dixon (Norman Reedus) e Carol Peletier (Melissa McBride).

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Uma jornada cada vez mais distante de casa

Depois de se separarem dos seus entes queridos, Daryl e Carol continuam a sua perigosa travessia pela Europa, enfrentando cenários hostis, comunidades devastadas e diferentes formas de adaptação ao colapso da civilização. Segundo a sinopse oficial, a viagem do duo acabará por os afastar ainda mais do seu objetivo inicial: regressar a casa. Pelo caminho, testemunharão “os diversos efeitos do apocalipse dos caminhantes”, confrontando novos inimigos e dilemas.

Espanha no coração do apocalipse

À semelhança das temporadas anteriores, a série foi rodada em Espanha, tornando-se também uma montra para alguns dos seus talentos. O elenco conta com nomes como Eduardo NoriegaÓscar Jaenada e Alexandra Masangkay, além de Candela Saitta, Hugo Arbués, Greta Fernández, Gonzalo Bouza, Hada Nieto, Yassmine Othman, Cuco Usín e Stephen Merchant.

O universo “The Walking Dead” continua a expandir-se

Produzida por Scott M. Gimple, esta terceira temporada reforça a aposta da AMC no prolongamento do universo criado a partir da série-mãe. Depois de spin-offs como Fear the Walking Dead ou The Walking Dead: Dead City, a jornada de Daryl Dixon assumiu-se como uma das mais bem recebidas pela crítica e pelos fãs, sobretudo pela sua atmosfera mais sombria e pela profundidade dada à relação com Carol, que se mantém como um dos pilares emocionais da franquia.

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Com estreia marcada já para setembro, resta saber até onde Daryl e Carol conseguirão ir na sua luta pela sobrevivência — e se alguma vez regressarão a casa.

John Williams surpreende: “Nunca gostei muito de música de cinema”

É impossível imaginar a história do cinema sem as notas de John Williams. Do suspense inconfundível de Tubarão ao tema épico de Star Wars, passando pela magia de Harry Potter e pelas aventuras de Indiana Jones, a sua música moldou a memória coletiva de gerações de espectadores. Aos 93 anos, o compositor soma mais de 100 bandas sonoras, cinco Óscares e o título de pessoa viva mais nomeada da história da Academia (54 vezes). Ainda assim, o mestre tem uma visão desconcertante sobre o seu próprio legado: “Nunca gostei muito de música de cinema”, confessou.

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A revelação surge numa nova biografia escrita por Tim Greiving, que se mostrou “chocado” com a sinceridade do compositor. Williams descreveu a música de cinema como “efémera” e “fragmentária”, considerando que só raramente atinge uma verdadeira grandeza. Para ele, muitas das bandas sonoras mais aclamadas não passam de “um trabalho” — frases que surpreendem ainda mais quando vêm do homem que revolucionou a própria ideia do que uma banda sonora pode ser.

Ainda assim, Greiving alerta para não levar as palavras demasiado à letra. Williams pode desvalorizar o género, mas a sua carreira prova o contrário: a forma meticulosa como compôs para E.T.A Lista de Schindler ou Star Wars mostra que encarou o cinema com a mesma seriedade e exigência de um compositor de música clássica. Como nota o biógrafo, Williams “elevou a música de cinema a uma forma de alta cultura”.

O compositor também refletiu sobre o que faria de forma diferente se pudesse recomeçar: gostaria de ter unificado melhor a sua música de concerto e a música para cinema, tornando-as mais “suas”. Mas admite que, na altura, a composição para filmes era, sobretudo, uma oportunidade de trabalho — uma visão pragmática que contrasta com a reverência dos críticos e do público.

Há, no entanto, um espaço onde Williams não esconde entusiasmo: a sua colaboração de meio século com Steven Spielberg. Desde Tubarão (1975), apenas três filmes do realizador não contaram com a sua música. Williams descreve Spielberg como um parceiro criativo com formação musical rara entre cineastas, alguém que sabia ouvir e compreender a música como parte integrante da narrativa.

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Seja visto como trabalho “funcional” ou como arte sublime, a verdade é que John Williams definiu a identidade sonora de Hollywood como poucos antes dele. As suas partituras são mais do que acompanhamento: são personagens invisíveis que respiram dentro das histórias. E mesmo que o próprio prefira desvalorizar, para o cinema será sempre impossível ouvir aquelas primeiras notas de Star Wars sem sentir que estamos diante de algo maior que a vida.

Daniela Melchior junta-se ao Pai Natal mais letal do cinema em “Noite Violenta 2”

A carreira internacional de Daniela Melchior continua a somar capítulos de peso em Hollywood. A atriz portuguesa, que já brilhou em títulos como O Esquadrão Suicida (2021), Marlowe: O Caso da Loira Misteriosa (2022), Velocidade Furiosa X (2023) e Road House (2024), foi agora confirmada no elenco de “Noite Violenta 2” (Violent Night 2), a sequela da comédia de ação natalícia que conquistou o público em 2022.

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O filme volta a ter David Harbour (Stranger ThingsViúva Negra) como protagonista, retomando a sua versão inesperadamente brutal do Pai Natal. A primeira aventura mostrou um Nicolau nada santo, capaz de enfrentar uma equipa de mercenários para salvar uma família rica na véspera de Natal — um conceito que misturava espírito natalício com sangue e pancadaria, e que rapidamente se tornou um sucesso de culto nas salas de cinema.

Desta vez, Melchior junta-se ao elenco ao lado de Kristen Bell, que vive um momento de grande popularidade com a série da Netflix Ninguém Quer Isto. A realização volta a estar nas mãos do norueguês Tommy Wirkola, responsável por filmes como Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas e a saga Dead Snow (Os Mortos-Vivos Nazis), conhecido pela sua mistura de humor negro, ação descontrolada e violência estilizada.

Ainda não foram revelados detalhes sobre a nova história, mas as expetativas são elevadas: poderá o segundo filme repetir o equilíbrio improvável entre sátira natalícia e ação hardcore que fez do original um êxito-surpresa?

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Com estreia marcada para dezembro de 2026Noite Violenta 2 promete ser um dos títulos mais curiosos da temporada natalícia de Hollywood. Para Daniela Melchior, é mais uma oportunidade de cimentar a sua posição como uma das atrizes portuguesas mais requisitadas no panorama internacional.

Valter Hugo Mãe no grande ecrã: São Paulo celebra o escritor português com cinema e arte

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, um dos mais prestigiados festivais da América Latina, vai dedicar em 2025 uma homenagem especial a Valter Hugo Mãe, figura maior da literatura portuguesa contemporânea. O autor será celebrado não apenas pelas palavras, mas também pela sua ligação ao cinema e às artes visuais, com um programa que inclui um documentário, uma adaptação literária e até o cartaz oficial da 49.ª edição do festival, que decorre entre 16 e 30 de outubro.

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No centro desta homenagem estará a exibição de “De Lugar Nenhum”, documentário de Miguel Gonçalves Mendes que acompanha o processo criativo de Valter Hugo Mãe na escrita de A Desumanização. Rodado em Portugal, Islândia, Colômbia, Brasil e Macau, o filme integra o vasto projeto do realizador intitulado O Sentido da Vida, um conjunto de nove longas-metragens que se entrelaçam no tempo e no espaço. Este será o primeiro a chegar ao público e promete revelar, com intimidade e rigor, as obsessões e rituais criativos do escritor.

Mas o grande acontecimento cinematográfico será a antestreia de “O Filho de Mil Homens”, primeira adaptação de uma obra de Valter Hugo Mãe ao cinema. O romance homónimo ganha vida pelas mãos de Daniel Rezende, realizador brasileiro conhecido por Bingo: O Rei das Manhãs (2017), e terá como protagonista Rodrigo Santoro, um dos atores brasileiros mais internacionais. Produzido pela Netflix, o filme deverá estrear ainda este ano na plataforma, após a passagem pela mostra paulista.

Além do ecrã, Valter Hugo Mãe estará presente no próprio rosto do festival: foi escolhido para assinar o cartaz oficial da 49.ª edição. A diretora da Mostra, Renata de Almeida, sublinha que o traço visual do autor “dialoga com o que escreve: detalhista, cheio de repetições gráficas, obsessões e gestos quase caligráficos que lembram a sua cadência textual”.

Esta celebração surge num momento em que Valter Hugo Mãe está em grande destaque no Brasil. Nos últimos meses participou em vários encontros literários — da FLIP, em Paraty, ao FLISampa, em São Paulo — e viu ser lançado no mercado brasileiro o livro Educação da Tristeza. Chegou mesmo a ser recebido pelo presidente Lula da Silva, sinal da relevância cultural que lhe é atribuída no país.

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Entre palavras, imagens e cinema, a homenagem da Mostra de São Paulo confirma o estatuto de Valter Hugo Mãe como um dos grandes criadores portugueses do nosso tempo — um autor cuja voz transcende fronteiras e linguagens artísticas.