“Joker: Folie à Deux” — O Papel Surpreendente de Christopher Nolan no Final Controverso

O filme “Joker: Folie à Deux”, a aguardada sequela do aclamado “Joker” de 2019, trouxe consigo uma série de controvérsias, especialmente no que diz respeito ao seu final. No entanto, poucos sabem que Christopher Nolan, o realizador por trás da trilogia Dark Knight, desempenhou um papel decisivo na forma como a sequência terminou. A escolha de omitir um detalhe crucial no desfecho foi, na verdade, uma sugestão do próprio Nolan, em honra do legado de Heath Ledger.

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O primeiro Joker protagonizado por Joaquin Phoenix foi um êxito tremendo tanto em termos críticos como comerciais, com Phoenix a ganhar o Óscar de Melhor Ator pelo seu retrato intenso de Arthur Fleck, um homem perturbado que se transforma no icónico vilão Joker. Contudo, durante o processo de produção de “Folie à Deux”, o realizador Todd Phillips planeava uma cena final em que Arthur, já transformado no Joker, rasgaria os cantos da sua boca em frente aos seus seguidores, numa clara homenagem à versão do Joker interpretada por Heath Ledger em “The Dark Knight”.

Christopher Nolan, que foi o responsável por dirigir Ledger em “The Dark Knight”, não aprovou a ideia e fez questão de intervir. Para Nolan, a imagem do Joker de Ledger com as cicatrizes no rosto é um símbolo intrínseco à sua interpretação da personagem. Ele sentiu que repetir este detalhe com Joaquin Phoenix diminuiria o impacto do legado de Ledger, que recebeu o Óscar póstumo de Melhor Ator Secundário pelo papel em 2009. Nolan fez um pedido especial à Warner Bros. e a Todd Phillips, pedindo que evitassem este momento. O estúdio aceitou a sugestão de Nolan, e o final foi modificado.

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Embora “Joker: Folie à Deux” tenha gerado reações mistas entre o público e a crítica, a decisão de manter intacto o legado de Heath Ledger foi amplamente respeitada. Nolan, com a sua influência na Warner Bros., conseguiu preservar um dos elementos mais icónicos do Joker de “The Dark Knight”, e esse gesto foi interpretado como uma homenagem ao falecido ator. Esta intervenção mostra como as escolhas criativas entre realizadores podem ter um impacto duradouro no universo cinematográfico.

O Que Correu Mal com “Joker 2” de Todd Phillips?

Quase cinco anos depois do lançamento do aclamado “Joker”, realizado por Todd Phillips, os fãs estavam ansiosos por uma sequela que prometia ser tão impactante quanto o original. Com um orçamento elevado, um elenco de estrelas incluindo Joaquin Phoenix e Lady Gaga, e uma expectativa global, o filme parecia destinado ao sucesso. No entanto, a estreia de “Joker: Folie À Deux” revelou-se uma decepção, com reações mornas e números de bilheteira abaixo do esperado.

O que correu mal com esta produção tão aguardada? Um relatório recente do insider de Hollywood, Matthew Belloni, revela os vários fatores que contribuíram para o fracasso deste filme que, segundo muitos, parecia à prova de falhas.

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O Peso do Sucesso do Original

Uma das principais razões apontadas para o fracasso de “Joker 2” foi, ironicamente, o sucesso esmagador do primeiro filme. O sucesso financeiro de “Joker”, que arrecadou mais de mil milhões de dólares em todo o mundo, levou a Warner Bros. a dar a Todd Phillips uma liberdade criativa quase total. Essa confiança manifestou-se num orçamento inflacionado que atingiu cerca de 200 milhões de dólares, dos quais mais de 50 milhões foram usados apenas para pagar os salários de Phoenix, Lady Gaga e Phillips.

Outro fator que aumentou os custos foi a decisão de filmar em Los Angeles em vez de Londres, onde o primeiro filme foi gravado, resultando numa despesa adicional de 30 milhões de dólares. Dada a natureza do filme, com a maior parte das cenas a ocorrer em interiores escuros de um asilo mental, muitos questionam para onde foi todo esse dinheiro.

Falta de Testes e uma Estratégia de Marketing Falhada

Outro erro grave foi a falta de sessões de teste. O estúdio optou por não exibir o filme a audiências-teste, uma prática comum em Hollywood que permite ajustar o filme com base nas reações iniciais do público. Essa decisão foi um dos principais fatores que dificultou a criação de uma campanha de marketing eficaz. Muitos fãs não estavam cientes de que a sequela seria um musical, o que pode ter alienado uma parte significativa do público.

A decisão de estrear o filme no Festival de Veneza, um evento mais associado a cinema de arte do que a blockbusters, também não ajudou. A receção morna no festival deu o tom para o lançamento global, com críticos e espectadores a expressarem desapontamento.

Uma Visão Demasiado Experimental?

A liberdade criativa concedida a Todd Phillips também foi vista como um dos fatores que contribuíram para o fracasso do filme. O realizador decidiu criar uma versão ousada e inesperada de uma sequela, incluindo poucos momentos de destaque para Lady Gaga e terminando com um final divisivo que pareceu encerrar qualquer possibilidade de continuidade da franquia. A sua abordagem experimental, sem grandes concessões ao que o público esperava, fez com que o filme não fosse bem recebido tanto pelos críticos quanto pelos fãs.

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O Futuro de “Joker”

Com o fracasso de “Joker: Folie À Deux”, o futuro da franquia está agora em dúvida. A combinação de um orçamento inflacionado, uma visão criativa arriscada e a falta de conexão com o público resultou num dos maiores desastres cinematográficos do ano. Ainda assim, o impacto de “Joker” no mundo do cinema é inegável, e apenas o tempo dirá se esta sequela será redimida de alguma forma.

E tu, o que achaste de “Joker: Folie À Deux”? Partilha a tua opinião sobre o filme e o seu impacto na franquia “Joker”.


Festa do Cinema Volta com Bilhetes Mais Baratos de 21 a 23 de Outubro

Festa do Cinema está de volta! A iniciativa, que permite aos amantes da sétima arte assistir a filmes em sala por um preço reduzido, regressa entre os dias 21 e 23 de outubro em mais de 500 salas por todo o país, incluindo os arquipélagos da Madeira e dos Açores. Durante este período, os bilhetes para dezenas de filmes custarão apenas 3,50 euros, uma oportunidade imperdível para ver grandes estreias e filmes de todos os géneros.

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Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC) anunciou que esta edição, a segunda do ano, vai incluir filmes de animação, drama, comédia, documentário, terror e ação, proporcionando algo para todos os gostos. Contudo, ficam de fora as sessões premium, como IMAX4DXScreen X e lugares VIP, que terão preços regulares.

Entre as grandes estreias que marcam esta edição estão filmes como “Megalopolis”, de Francis Ford Coppola, o thriller “The Apprentice – A História de Trump”, com Sebastian Stan e Jeremy Strong, e o filme de terror “Sorri 2”, que promete arrepiar os espectadores.

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Esta será a 11ª edição da Festa do Cinema, que teve início em 2015 e que visa promover o gosto pelo cinema em sala. Depois de uma interrupção forçada devido à pandemia de COVID-19, a iniciativa voltou a reunir grande adesão, sendo um dos eventos mais aguardados pelos cinéfilos.

Festa do Cinema Francês Abre Hoje em Lisboa com “O Conde de Monte Cristo”

Festa do Cinema Francês, que celebra este ano a sua 25ª edição, abre hoje em Lisboa, trazendo uma vasta programação repleta de estreias, antestreias e homenagens ao cinema francês. O evento, que se estende até ao dia 8 de novembro em várias cidades de Portugal, começa com a exibição de “O Conde de Monte Cristo”, uma das adaptações mais aguardadas do clássico literário de Alexandre Dumas, realizada por Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte.

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A sessão de abertura terá lugar no Cinema São Jorge, e contará com a presença especial do produtor Dimitri Rassam e do ator franco-português Patrick Mille, que integra o elenco do filme. A expectativa é alta para esta nova versão cinematográfica de um dos romances mais icónicos da literatura mundial.

Durante o mês de outubro, o público poderá assistir a outros grandes destaques do cinema francófono, como “Paradis Paris”, realizado por Marjane Satrapi, cineasta iraniana conhecida pelo seu trabalho em Persépolis. Outra obra de grande impacto é “Maria”, de Jessica Palud, que explora a vida da atriz Maria Schneider e o impacto da sua participação no controverso filme O Último Tango em Paris. Este drama promete uma reflexão profunda sobre a trajetória pessoal e profissional da atriz, cujas experiências a marcaram para sempre.

Festa do Cinema Francês também contará com uma vasta seleção de comédias na secção “Rir à Grande e à Francesa”, que inclui títulos populares e aclamados pela crítica. Entre os filmes mais aguardados está “Os Indesejáveis”, realizado por Ladj Ly, que volta a abordar questões sociais nos subúrbios franceses, após o sucesso de Os Miseráveis. O filme retrata a luta pelos direitos de habitação e a resistência da população local frente a interesses poderosos.

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Além da exibição de filmes contemporâneos, o evento também homenageará a carreira de Isabelle Huppert, uma das atrizes mais icónicas do cinema mundial. Entre as obras exibidas, estão “Sidonie no Japão”“O Crime é Meu” e “Os Novos Vizinhos”.

A Festa não se limita à capital, estendendo-se também a AlmadaCoimbraPortoFaro, entre outras cidades. Este ano, a Cinemateca Portuguesa apresenta uma retrospetiva completa do cineasta Chris Marker, que inclui mais de 50 obrasdo autor, conhecido pelos seus documentários experimentais e narrativas inovadoras.

Com uma programação diversificada e de grande qualidade, a Festa do Cinema Francês reafirma-se como um dos eventos mais relevantes no panorama cultural português.

Cinema Português em Outubro: Margarida Gil, Pedro Costa e Rita Nunes Entre as Estreias

Outubro é um mês repleto de estreias no cinema português, com novos filmes que exploram desde o drama até à ficção científica. Um dos grandes destaques deste mês é a coletânea “Que Mulheres Serão Estas?”, um conjunto de três curtas-metragens que colocam a mulher no centro da narrativa. As curtas, intituladas “Um Caroço de Abacate” de Ary Zara“As Sacrificadas” de Aurélie Oliveira Pernet e “By Flávio” de Pedro Cabeleira, exploram temas como a identidade, a libertação e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na sociedade atual. Cada uma destas obras já passou por festivais internacionais, e agora chegam às salas portuguesas.

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Outro destaque é o novo filme de Margarida Gil“Mãos no Fogo”, que estreia no dia 3 de outubro. A realizadora, inspirada na obra literária “A Volta no Parafuso” de Henry James, traz-nos uma história de mistério passada numa antiga casa do Douro, onde segredos de família obscuros vêm à tona. O filme promete intrigar e cativar o público com a sua narrativa envolvente e cinematografia deslumbrante.

Além disso, no dia 10 de outubro, o cineasta Pedro Costa apresenta uma nova cópia digitalizada do seu filme clássico “Ossos”, originalmente lançado em 1997. Esta exibição especial é acompanhada pela curta-metragem “As Filhas do Fogo”, que foi exibida no Festival de Cannes em 2023 e que explora questões relacionadas com o isolamento e a família.

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Finalmente, a realizadora Rita Nunes estreia o seu filme “O Melhor dos Mundos” a 10 de outubro, uma obra que reflete sobre a possibilidade de um grande sismo voltar a abalar Lisboa, inspirado na catástrofe de 1755. O filme, baseado numa investigação científica sobre sismologia, combina drama e questões éticas, explorando as consequências de um desastre natural.

DocLisboa 2024: Documentários a Não Perder em Outubro

Outubro traz a 22ª edição do festival DocLisboa, um evento que celebra o melhor do cinema documental com uma programação rica e diversificada. Este ano, o festival decorre entre os dias 17 e 27 de outubro e promete oferecer uma vasta gama de filmes que exploram desde a música até à ecologia, passando por figuras icónicas da cultura mundial.

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Entre os principais destaques está o documentário “Diário de Estrada: Bruce Springsteen e The E Street Band”, realizado por Thom Zimny. O filme segue a vida do lendário cantor Bruce Springsteen durante a sua digressão, oferecendo um olhar íntimo sobre a vida na estrada com a sua banda. Outro destaque é o documentário “Spirit of Nature”, de Léo Favier, que explora o trabalho do mestre da animação japonesa Hayao Miyazaki, realçando a sua profunda ligação ao ambiente e às questões ecológicas. O filme foi exibido em Veneza e agora chega ao público português através do DocLisboa.

O festival também não esquece a cultura portuguesa, com filmes como “O Voo do Crocodilo – O Timor de Ruy Cinatti”, de Fernando Vendrell, que explora a relação do poeta e antropólogo português com Timor-Leste, utilizando imagens de arquivo e depoimentos. Além disso, serão exibidos documentários sobre o entrudo de Lazarim, incluindo “O Diabo do Entrudo”, realizado por Diogo Varela Silva, que celebra a antiga tradição dos caretos no carnaval desta vila portuguesa.

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Com uma programação que abrange várias temáticas, o DocLisboa deste ano promete ser uma experiência enriquecedora tanto para os fãs de cinema como para aqueles interessados em explorar questões sociais e culturais através da lente do documentário.

“Apocalypto” de Mel Gibson Continua a Ser Tema de Debate 18 Anos Depois

Lançado originalmente em 2006, o filme Apocalypto continua a gerar discussões intensas, especialmente à luz das recentes reflexões sobre o legado do seu realizador, Mel Gibson. Agora, em 2024, Apocalypto é revisitado e questionado tanto pela sua representação da civilização maia quanto pelo contexto polémico em torno do realizador, conhecido pelas suas controvérsias raciais e culturais.

A Premissa e a Mensagem do Filme

Apocalypto apresenta a história de Jaguar Paw, um jovem maia que tenta salvar a sua família após o seu povo ser capturado por uma facção rival. Ambientado durante a queda da civilização maia, o filme destaca-se pela sua violência gráfica e pela tentativa de Gibson em capturar a brutalidade e os rituais de sacrifício da época. A citação inicial, “Uma grande civilização não é conquistada de fora até que se destrua a si mesma por dentro”, define o tom sombrio da narrativa, sugerindo que a queda dos maias foi, em grande parte, autoinfligida.

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No entanto, críticos modernos questionam a precisão histórica do filme, apontando que Gibson tomou liberdades significativas com os factos, especialmente na forma como os rituais de sacrifício humano são exagerados. A abordagem simplista de Gibson sobre o declínio de uma civilização avançada, ignorando os seus feitos em astronomia, arquitetura e medicina, é uma das principais críticas que surgiram nos últimos anos.

O Legado Polémico de Mel Gibson

Desde o lançamento de Apocalypto, o realizador tem sido alvo de várias controvérsias, incluindo acusações de racismo e misoginia. Embora o filme tenha sido aclamado pelo seu impacto visual e pelo uso da língua maia, a reputação de Gibson tornou-se um obstáculo para a apreciação imparcial do filme.

Agora, 18 anos depois, Apocalypto continua a ser um estudo de caso sobre a arte separada do artista. Muitos espectadores questionam até que ponto o preconceito pessoal de Gibson influenciou a forma como a civilização maia foi retratada, com alguns argumentando que a imagem cruel e primitiva que o filme apresenta dos maias reflete uma visão distorcida.

Revisões Históricas e Representação Cultural

Uma das questões que emergiram com o passar do tempo é a forma como Apocalypto retrata os povos indígenas. Embora o filme tenha sido elogiado por usar atores indígenas e a língua maia, a narrativa focada na violência e na decadência obscurece muitos dos aspetos positivos e avançados da civilização maia. As contribuições culturais e científicas dos maias, que foram omitidas do filme, fazem falta numa representação mais equilibrada.

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Em 2024, com uma sociedade mais atenta às questões de representação e de justiça social, Apocalypto é revisto com um olhar mais crítico. O filme pode continuar a ser celebrado como uma obra visualmente impressionante, mas as suas imprecisões históricas e a influência do realizador controverso levantam questões sobre a sua relevância e aceitação nos dias de hoje.

Cinema Português em Destaque no Festival ANIMASYROS com João Gonzalez e Regina Pessoa

O cinema de animação português vai estar em grande destaque no festival grego ANIMASYROS, que decorre de 23 a 29 de setembro na ilha de Siro, nas Cíclades. Com cerca de uma dezena de filmes portugueses na programação, um tributo à realizadora Regina Pessoa e a participação de João Gonzalez como membro do júri, o festival promete uma presença marcante de Portugal no panorama internacional da animação.

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Tributo a Regina Pessoa e a Presença de João Gonzalez

O festival ANIMASYROS, conhecido por ser o maior festival internacional de cinema de animação na Grécia, vai prestar uma homenagem à realizadora portuguesa Regina Pessoa, uma das mais reconhecidas no mundo da animação. A sua carreira será celebrada com a exibição de três das suas obras mais emblemáticas: Kali, o Pequeno Vampiro (2012), História Trágica com Final Feliz (2005) e Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias (2019). Além da retrospetiva dos seus filmes, Regina Pessoa estará presente para uma masterclasse, onde partilhará o seu processo criativo e a sua abordagem única à animação.

Por outro lado, João Gonzalez, realizador do aclamado Ice Merchants, vai integrar um dos júris do festival, reconhecendo o seu crescente prestígio no mundo da animação internacional. Gonzalez, cuja curta-metragem foi o primeiro filme português nomeado para os Óscares, é uma das figuras em ascensão no cinema de animação e traz consigo a experiência de quem tem vindo a conquistar público e crítica com o seu trabalho.

A Competição e os Filmes Portugueses em Destaque

Na competição internacional de curtas-metragens, Portugal será representado por Percebes, de Laura Gonçalves e Alexandra Ramires, que já arrecadou o prémio de Melhor Curta-Metragem no prestigiado Festival de Annecy. Outro filme em competição é A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas, de Maria Hespanhol, reforçando a diversidade de estilos e narrativas que o cinema de animação português tem para oferecer.

A secção competitiva dedicada ao público infantil também contará com a presença de uma obra nacional: A Menina com os Olhos Ocupados, de André Carrilho, uma animação que promete cativar os mais jovens. Já na Animapride, uma secção dedicada à diversidade e inclusão, estará Cherry, Passion Fruit, de Renato José Duque.

O filme T-Zero, de Vicente Niro, será exibido tanto no programa Panorama como na competição dedicada a obras que abordam valores europeus, demonstrando a relevância temática e estética deste trabalho. Por fim, o filme coletivo Reclaiming the Colour, criado com crianças de uma escola básica de Ovar, também será apresentado no festival, num exemplo de como a animação pode servir de ferramenta pedagógica e criativa.

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Premiação Europeia e Nomeações Portuguesas

Durante o festival, no dia 23 de setembro, será feita a entrega dos prémios europeus de animação Emile, que regressam após uma pausa de vários anos. Entre os nomeados para estes prestigiados prémios está Ice Merchants, de João Gonzalez, que concorre nas categorias de Melhores Fundos e Personagens em Curta-Metragem, Melhor Animação em Curta-Metragem e Melhor dos Melhores em Curta-Metragem.

Também estão nomeadas duas longas-metragens portuguesas: Nayola, de José Miguel Ribeiro, e Os Demónios do Meu Avô, de Nuno Beato. Estas obras competem em todas as categorias dedicadas às longas-metragens, incluindo Melhor Argumento, Melhor Banda Sonora, Melhores Fundos e Design de Personagens, Melhor Animação e Melhor das Melhores. Estas nomeações sublinham a crescente relevância do cinema de animação português no panorama europeu.

A Importância do ANIMASYROS e a Visibilidade Internacional do Cinema Português

O ANIMASYROS, que este ano apresenta mais de 260 filmes de todo o mundo, tem-se afirmado como um palco privilegiado para a animação a nível internacional. A presença de uma significativa delegação de cineastas e filmes portugueses é um reflexo da qualidade e inovação que o país tem vindo a demonstrar nesta área.

Para os amantes de cinema, este é mais um marco importante para a animação portuguesa, que continua a ganhar destaque nos maiores palcos internacionais, consolidando o seu lugar entre as cinematografias mais criativas da Europa.

Novo “Beetlejuice” de Tim Burton: Sucesso na América, Acolhimento Morno no Resto do Mundo

O regresso de Tim Burton com Beetlejuice Beetlejuice, a sequela do icónico Os Fantasmas Divertem-se de 1988, está a fazer sucesso nos Estados Unidos, mas o desempenho fora da América do Norte tem sido modesto. Nos primeiros dez dias de exibição, o filme arrecadou 188 milhões de dólares nos EUA, mantendo-se no topo das bilheteiras, mas os números internacionais não estão a acompanhar esse ritmo.

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A nostalgia pela obra original, que lançou Michael Keaton e Winona Ryder como protagonistas, parece ter tido um impacto mais significativo nos Estados Unidos, onde o filme é considerado um clássico. Contudo, em mercados como Portugal, o desempenho está a ser mais discreto, com apenas 62.714 espetadores nas primeiras semanas. Analistas acreditam que a falta de familiaridade com o filme original em vários países, onde a obra não teve uma estreia em cinema, pode explicar esta disparidade.

A nova versão, que conta também com a participação de Jenna Ortega e Monica Bellucci, não deixa de ser uma das mais aguardadas do ano. Tim Burton manteve o seu estilo visual excêntrico, que mistura comédia com terror, mas parece que o entusiasmo fora da América do Norte não foi tão grande quanto o esperado. Apesar disso, a produção ainda pode atingir os 300 milhões de dólares necessários para cobrir os custos e garantir o seu sucesso comercial.

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Com a indústria cinematográfica a recuperar dos tempos difíceis durante a pandemia, Beetlejuice Beetlejuice é um dos primeiros grandes lançamentos a devolver confiança aos cinemas norte-americanos. Contudo, os estúdios continuarão atentos à reação internacional, que poderá determinar a continuação de outros projetos semelhantes.

Tribeca Festival Chega a Lisboa: Novo Palco para Cineastas Portugueses

O famoso Tribeca Film Festival, fundado por Robert De Niro e Jane Rosenthal em resposta aos ataques de 11 de setembro, vai realizar a sua primeira edição fora dos Estados Unidos, e Lisboa foi a cidade escolhida para acolher este evento de renome internacional. O Tribeca Festival Lisboa decorrerá de 17 a 19 de outubro no Beato Innovation District e promete destacar novos talentos do cinema e das artes em Portugal.

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De acordo com Jane Rosenthal, a produtora e cofundadora do festival, a expansão para Lisboa tem como objetivo dar palco a uma nova geração de cineastas e artistas portugueses, algo que considera crucial para a revitalização da indústria cinematográfica. Robert De Niro, que também esteve presente na apresentação do festival em Nova Iorque, referiu que Lisboa é uma cidade com “forte apetite pelas artes e entretenimento”, elogiando a sua herança cultural.

O programa do festival em Lisboa contará com uma mistura de filmes independentes norte-americanos e portugueses, além de sessões ao vivo com figuras do entretenimento, como Ricardo Araújo Pereira, Daniela Ruah e César Mourão. Entre as obras em destaque estão o filme Anora, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e In the Summers, premiado no Festival de Sundance. Além disso, o festival terá a estreia portuguesa de Ezra (2023) de Tony Goldwyn, seguido de uma conversa com Robert De Niro, e uma exibição especial de A Bronx Tale The Original One Man Show com Chazz Palminteri.

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Esta edição do festival representa uma oportunidade única para cineastas e artistas emergentes em Portugal, que terão a possibilidade de apresentar os seus trabalhos a um público internacional e de participar em conversas com algumas das maiores figuras do cinema mundial.

Filme de Rodrigo Areias inspirado em Raul Brandão estreia-se em formato de cineconcerto

O cineasta português Rodrigo Areias traz-nos a sua mais recente obra, “A Pedra Sonha Dar Flor”, um filme inspirado na obra literária de Raul Brandão. Com estreia marcada para o dia 12 de setembro no Cinema Trindade, no Porto, o filme será apresentado em formato de cineconcerto, com música ao vivo composta por Dada Garbeck. Esta forma de exibição tem vindo a ganhar popularidade, combinando a experiência cinematográfica com uma performance musical ao vivo.

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A narrativa do filme baseia-se na obra “A Morte do Palhaço”, de Raul Brandão, mas incorpora elementos de outras criações do autor, como “Os Operários”, “Os Pobres” e “Húmus”. A história desenrola-se numa casa de hóspedes isolada, onde a pobreza e o desespero marcam a vida das personagens, mergulhadas num ambiente sombrio de crimes e alucinações. A obra literária de Brandão, com o seu estilo contemplativo e crítico, ganha nova vida através da lente cinematográfica de Areias.

Rodrigo Areias, natural de Guimarães, tem uma forte ligação afetiva e geográfica à obra de Brandão, já que cresceu próximo à casa onde o autor viveu e escreveu grande parte da sua obra. O realizador confessa que, inicialmente, pensava em fazer um documentário, mas após uma profunda pesquisa no espólio de Brandão, decidiu juntar várias das suas obras num único filme, criando uma narrativa complexa e visualmente impactante.

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Após a estreia no Porto, o filme será exibido em vários locais do país, incluindo Lisboa, Ovar e Guimarães, sempre em formato de cineconcerto. Esta inovadora abordagem permite que o público experimente o filme de uma forma única, onde a música e o cinema se fundem para criar uma atmosfera imersiva.

Curtas-metragens da Estónia abrem o Beast – Festival Internacional de Cinema no Porto

O Beast – Festival Internacional de Cinema regressa ao Porto para a sua 7ª edição, que decorrerá entre os dias 25 e 29 de setembro. O festival, que promove o diálogo cinematográfico entre o Leste e o Oeste da Europa, será inaugurado com a exibição de três curtas-metragens da Estónia, o país convidado deste ano.

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As obras escolhidas para abrir o evento no cinema Batalha incluem “Sauna Day” (2024), uma co-produção entre Anna Hints e Tushar Prakash, que estarão presentes no Porto para acompanhar a sessão, “Heiki on the Other Side” (2022), de Katariina Aule, e “Miisufy” (2024), de Liisi Grünberg. Estas curtas-metragens oferecem uma visão sobre a realidade mais recente da Estónia, um país cujo cinema tem vindo a ganhar notoriedade no panorama europeu.

O festival contará com a exibição de 80 filmes no total, dos quais 23 são curtas-metragens que participam na competição oficial. A seleção inclui ainda a AnimaEast, uma secção dedicada à animação de cineastas emergentes da Europa Central e de Leste, com destaque para produções da Hungria, Polónia, Croácia e República Checa.

Além das curtas-metragens, o programa da Estónia no Beast inclui uma retrospetiva de documentários dos anos 70 e 80, conhecidos por misturarem a linguagem cinematográfica com composições musicais marcantes, retratando diferentes cenários urbanos, suburbanos e rurais. Também serão exibidos jornais de atualidades e anúncios publicitários da época soviética, produzidos pela agência Eesti Reklaamfilm.

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Ainda no âmbito da colaboração com a Estónia, a Academia de Artes do país terá carta branca para apresentar uma seleção de filmes realizados por estudantes entre 2021 e 2024. O festival Beast é uma oportunidade única para explorar o cinema da Europa de Leste, refletindo sobre a sua estética, história e relevância atual.

MOTELX: O Festival de Cinema de Terror de Lisboa Volta com Filmes Muito Esperados

O festival MOTELX regressa a Lisboa para a sua 18.ª edição, prometendo trazer alguns dos filmes mais aguardados pelos fãs de cinema de terror. A partir de terça-feira, o público poderá assistir a uma seleção de obras que exploram o género em toda a sua intensidade, desde curtas-metragens portuguesas a filmes internacionais de culto.

O MOTELX tem sido uma plataforma essencial para o crescimento do cinema de terror em Portugal, como explicou João Monteiro, um dos diretores do festival. “Quando começámos, o cinema de género em Portugal era um conceito abstrato, mas ao longo dos anos conseguimos estimular a produção de filmes através de secções como o Quarto Perdido e o prémio para Melhor Curta Portuguesa”, afirmou.

Este ano, o festival destaca a estreia da nova longa-metragem de Edgar Pêra, Cartas Telepáticas, além de outros títulos esperados, como MaXXXine, de Ti West, e Cuckoo, de Tilman Singer, com Hunter Schafer, conhecida da série Euphoria, no papel principal. A programação inclui ainda o Prémio Méliès de Melhor Curta Europeia e o Prémio MOTELX de Melhor Curta de Terror Portuguesa.

Outro destaque é a nova secção Sala de Culto, dedicada a obras inclassificáveis do cinema, onde se exibe o telefilme Experiência em Terror (1987) de Andrade Albuquerque, e O Velho e a Espada (2024), rodado na Beira Baixa.


Dennis Quaid Divide Críticos e Público no Filme “Reagan”

O novo filme Reagan, protagonizado por Dennis Quaid, tem gerado uma divisão sem precedentes entre críticos e público. Enquanto os espetadores parecem apoiar massivamente o filme, atribuindo-lhe um índice de aprovação de 98% no Rotten Tomatoes, os críticos profissionais têm sido mais severos, com uma aprovação de apenas 21%. Esta disparidade reflete a forte carga política do filme, que apresenta um retrato bastante positivo do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan.

Estreado recentemente na América do Norte e com lançamento previsto em Portugal para 10 de outubro, Reagan narra a vida do 40.º presidente dos Estados Unidos, desde a sua infância até à sua ascensão política. Baseado no livro The Crusader: Ronald Reagan and the Fall of Communism de Paul Kengor, o filme tem sido acusado de omitir alguns dos aspetos mais controversos da presidência de Reagan.

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O realizador Sean McNamara afirmou que, embora reconheça que o filme se insere num contexto político polarizado, o objetivo era contar uma história “edificante” e patriótica. No entanto, a proximidade do lançamento com o período eleitoral nos Estados Unidos tem amplificado as reações tanto de apoio quanto de crítica, especialmente numa nação dividida politicamente.


Joaquin Phoenix Reflete Sobre a Sua Preparação para “Joker: Folie à Deux”

Joaquin Phoenix é conhecido por mergulhar profundamente nos papéis que interpreta, muitas vezes submetendo-se a transformações físicas e emocionais intensas. Com a estreia de “Joker: Folie à Deux” cada vez mais próxima, o ator partilhou recentemente os desafios que enfrentou ao preparar-se para a sequência do aclamado “Joker” de 2019. Esta nova interpretação do icónico vilão da DC Comics, que estreará a 3 de outubro, trará uma abordagem inédita ao género dos filmes de super-heróis, incorporando elementos de musical e apresentando performances de canto e dança.

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Ao lado de Lady Gaga, que interpretará Harleen Quinzel, Phoenix dedicou-se a um rigoroso regime de ensaios que incluiu não só a preparação física necessária para manter o seu peso e aparência, mas também a aprendizagem de coreografias complexas. Durante uma coletiva de imprensa no Festival Internacional de Cinema de Veneza, Phoenix revelou que este processo foi particularmente exigente, especialmente considerando a sua idade e as limitações físicas que começam a surgir.

Embora o ator tenha optado por não detalhar a dieta que seguiu para se preparar para o papel, ele mencionou que os ensaios de dança adicionaram uma camada extra de dificuldade. “Foi mais complicado desta vez porque estávamos a fazer muitos ensaios de dança, algo que não fiz da última vez. Então, pareceu um pouco mais difícil, mas é seguro. Agora, com 49 anos, provavelmente não deveria voltar a fazer isto [dietas rigorosas] novamente”, disse Phoenix, refletindo sobre a experiência.

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O ator também expressou algum arrependimento em relação à forma como abordou a preparação física para o primeiro “Joker”. Em 2019, Phoenix perdeu cerca de 23 quilos para alcançar a aparência magra e frágil do personagem, um esforço que gerou muitas discussões sobre os perigos associados a perdas de peso extremas. Phoenix reconheceu que, na altura, fez muito alarido sobre a perda de peso, algo que ele preferiu evitar desta vez: “É tão difícil fazer isso que se torna uma obsessão, porque estás a trabalhar o tempo todo para chegar a um certo peso. Acabas por falar sobre isso sem parar, e então parece apenas um ator a falar sem parar sobre quanto peso perdeu. No final daquela temporada, estava tão cansado e bravo comigo mesmo por fazer tanto alarido sobre essa parte. Então, desta vez, eu estava tipo ‘Eu não vou fazer isso’.”

“Joker: Folie à Deux” promete uma visão única sobre o vilão de Gotham, com um foco não só na sua psique perturbada, mas também na dinâmica com Harleen Quinzel, uma personagem igualmente complexa e fascinante. A adição de Lady Gaga ao elenco trouxe uma nova dimensão ao filme, especialmente com as suas habilidades vocais e a sua experiência em performances musicais, que complementam a visão arrojada do diretor para a sequência.

O filme, que combina elementos de drama psicológico e musical, foi dirigido por Todd Phillips, que também esteve à frente do primeiro “Joker”. Com uma abordagem inovadora ao género, “Joker: Folie à Deux” pretende desafiar as expectativas dos fãs e críticos, oferecendo uma experiência cinematográfica que promete ser tanto visualmente impressionante quanto emocionalmente profunda.

“Deadpool & Wolverine” Conquista as Bilheteiras e Revitaliza o Verão de Hollywood

A temporada de verão em Hollywood terminou com um estrondo, graças ao grande sucesso de “Deadpool & Wolverine”. Este filme de comédia de super-heróis, protagonizado por Ryan Reynolds e Hugh Jackman, mostrou-se um verdadeiro campeão de bilheteiras, arrecadando aproximadamente 152 milhões de dólares no seu fim de semana de estreia. Ao longo de cinco das seis semanas desde a sua estreia, o filme liderou as bilheteiras norte-americanas, elevando o seu total doméstico para 603,8 milhões de dólares. Este feito notável torna “Deadpool & Wolverine” apenas o 16º filme a ultrapassar a marca dos 600 milhões de dólares nos Estados Unidos, um marco que apenas 11 outros filmes da Disney já alcançaram.

O filme, que é o segundo maior sucesso mundial de 2024, arrecadou 1,26 mil milhões de dólares globalmente, ficando atrás apenas de “Divertida-Mente 2”, que conseguiu 1,66 mil milhões. A popularidade de “Deadpool & Wolverine” deve-se não só à química inegável entre Reynolds e Jackman, que são amigos na vida real, mas também ao apelo contínuo dos personagens da Marvel entre os fãs de cinema.

Este sucesso foi um alívio bem-vindo para Hollywood após uma série de fracassos de grandes produções ao longo do verão, incluindo “O Reino do Planeta dos Macacos”, “Profissão: Perigo”, e “Furiosa: Uma Saga Mad Max”. A capacidade de “Deadpool & Wolverine” para atrair grandes públicos semana após semana ajudou a elevar os totais de bilheteiras de agosto para níveis superiores aos do período pré-pandemia, sugerindo uma recuperação gradual da indústria cinematográfica após os desafios impostos pela COVID-19 e pelas greves de argumentistas e atores.

Além disso, outros filmes contribuíram para esta recuperação, como o thriller de terror de ficção científica “Alien: Romulus” e o drama romântico “Isto Acaba Aqui”, ambos com desempenhos sólidos nas bilheteiras. “Alien: Romulus”, situado décadas após o filme original de 1979, trouxe um toque de nostalgia aos cinemas, enquanto “Isto Acaba Aqui”, baseado no romance popular de Colleen Hoover, surpreendeu com o seu apelo duradouro e sucesso inesperado.

“Deadpool & Wolverine” destaca-se como um dos maiores sucessos de bilheteiras do ano, revitalizando a confiança dos estúdios de Hollywood na capacidade das grandes produções de atrair audiências em massa. Com a chegada iminente de novos lançamentos como “Beetlejuice Beetlejuice” de Tim Burton, espera-se que a tendência positiva continue.

Filme “Lindo” de Margarida Gramaxo Conquista o Festival de Cinema Periferias

O docu-ficção “Lindo”, realizado por Margarida Gramaxo, foi o grande vencedor da 12.ª edição do Periferias — Festival Internacional de Cinema de Marvão, evento que decorreu entre Portugal e Espanha. A obra destacou-se entre uma seleção diversificada de filmes de várias partes do mundo, sendo aclamada pelo júri pela sua abordagem única e profundamente emocional.

Uma Vitória Significativa para o Cinema Português

O festival, que é promovido pela Associação Cultural Periferias (Portugal) em conjunto com a Gato Pardo (Espanha), teve início no dia 9 de agosto em Marvão e culminou no passado sábado, em Malpartida de Cáceres, com a entrega do prémio ao filme “Lindo”. O júri, composto por especialistas luso-espanhóis, elogiou a obra de Margarida Gramaxo pela forma como integra os temas centrais do festival — questões sociais e ambientais — com uma narrativa poética e sensível.

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“Lindo”: Uma Reflexão Sobre a Relação Entre o Homem e a Natureza

“Lindo” não é apenas um filme; é uma experiência cinematográfica que desafia a percepção tradicional dos documentários. O filme retrata a transformação de um caçador de tartarugas na Ilha do Príncipe, em São Tomé e Príncipe, que, após um encontro com uma tartaruga particularmente dócil, decide inverter o seu papel de predador para o de protetor desta espécie em perigo.

Segundo a sinopse, “Lindo” mergulha no passado do protagonista, explorando os dilemas éticos e ecológicos que emergem da sua decisão. A narrativa abre espaço para uma discussão mais ampla sobre o equilíbrio precário entre as necessidades humanas e a conservação da natureza, temas que são particularmente relevantes num contexto global cada vez mais consciente das questões ambientais.

O Festival Periferias: Um Evento de Importância Cultural

A edição de 2024 do Periferias apresentou mais de 20 filmes de variados géneros, incluindo ficção, documentário e animação, provenientes de países como Portugal, Espanha, Alemanha, Brasil, Finlândia, Itália, Palestina, São Tomé e Príncipe e Tunísia. Este festival itinerante, que decorreu em várias localidades como Marvão, Beirã, Castelo de Vide, Valencia de Alcántara e Malpartida de Cáceres, reafirma-se como um dos eventos culturais mais significativos na fronteira entre Portugal e Espanha.

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Após 12 anos, o Periferias continua a crescer em importância e relevância, consolidando-se como um palco essencial para o cinema independente e experimental. A vitória de “Lindo” não só celebra a qualidade do cinema português, mas também reforça a missão do festival em promover obras que provoquem reflexão e inspirem mudanças sociais.

Com a sua estreia prevista nos cinemas portugueses em breve, “Lindo” promete ser um marco no cinema nacional, não apenas pelo seu conteúdo, mas também pela sua capacidade de tocar os espectadores de forma profunda e ressonante.

‘Alien: Romulus’ Lidera Fim de Semana de Sucesso nas Bilheteiras com Abertura de $41.5M e $108M Globalmente

O mais recente capítulo da icónica franquia Alien conseguiu capturar a atenção do público, dominando as bilheteiras durante o seu fim de semana de estreia. O filme Alien: Romulus, dirigido por Fede Álvarez, arrecadou $41.5 milhões a nível doméstico, superando largamente as previsões iniciais que apontavam para um desempenho na faixa dos $20 milhões. A nível global, o filme somou $108.2 milhões, estabelecendo-se como um dos lançamentos mais fortes da temporada.

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Este sucesso é significativo não só pelo desempenho de Romulus em si, mas também porque conseguiu desbancar Deadpool & Wolverine, da Marvel, do topo das bilheteiras, onde se mantinha há três semanas consecutivas. Com este feito, Romulus assinala a segunda melhor estreia da franquia Alien, sem ajuste para a inflação, reforçando o seu apelo junto de uma nova geração de espectadores, ao mesmo tempo que cativa os fãs de longa data.

Um Retorno Triunfante para a Franquia Alien

Alien: Romulus é o oitavo filme da saga Alien e situa-se cronologicamente entre os eventos do Alien de Ridley Scott (1979) e Aliens de James Cameron (1986). Scott, um dos nomes mais influentes na história da franquia, atuou como produtor do novo filme, que traz uma abordagem revitalizada à história de horror e ficção científica. A trama segue um grupo de jovens colonos que, ao explorar uma estação espacial abandonada, deparam-se com a temível criatura alienígena que tem assombrado audiências desde o final dos anos 70. O elenco inclui Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux, Isabela Merced e Spike Fearn.

Originalmente planeado para ser lançado diretamente na plataforma de streaming Hulu, da Disney, o filme foi redirecionado para uma estreia nos cinemas, uma decisão que parece ter sido acertada, dado o forte desempenho nas bilheteiras. Este sucesso reafirma a força da marca Alien e a capacidade de atração dos cinemas, mesmo em tempos em que o streaming domina a distribuição de filmes.

Outros Destaques nas Bilheteiras

Apesar de ter perdido o primeiro lugar, Deadpool & Wolverine continua a acumular impressionantes números. No seu quarto fim de semana, o filme arrecadou $29 milhões, elevando o total doméstico para $545.9 milhões e o global para $1.142 mil milhões. Este desempenho torna-o o filme R-rated com maior bilheteira de sempre, não ajustado para a inflação, e coloca-o entre os dez maiores sucessos do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU).

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It Ends With Us, a adaptação cinematográfica do best-seller de Colleen Hoover, também continua a fazer boa figura, posicionando-se em terceiro lugar com $24 milhões. O filme, protagonizado por Blake Lively, já atingiu quase $100 milhões a nível doméstico, demonstrando a sua popularidade junto do público, apesar das polémicas em torno dos seus principais protagonistas.

Outro destaque vai para Twisters, um filme de catástrofe da Amblin Entertainment e Universal, que, mesmo após ter sido disponibilizado em VOD premium, conseguiu manter-se entre os cinco filmes mais vistos, com um total de $238.4 milhões a nível doméstico e $333.4 milhões globalmente.

Finalmente, a reedição do clássico de animação Coraline, de Henry Selick, marcou o 15º aniversário do filme com um desempenho surpreendente. Através da Fathom Events, a reedição arrecadou $8.9 milhões durante o fim de semana, estabelecendo um novo recorde para a distribuidora e provando o contínuo apelo deste filme de animação stop-motion junto ao público.

Um Verão Promissor para o Cinema

O sucesso de Alien: Romulus e os outros grandes lançamentos deste fim de semana são um reflexo positivo para a indústria cinematográfica. Com uma receita doméstica total estimada em $139 milhões, o fim de semana representou um aumento de 37% em relação ao mesmo período de 2023 e 14% em comparação com 2019. Após um início de verão lento, onde as receitas anuais estavam 28% abaixo das de 2023, o atual desempenho encurtou essa diferença para 15%.

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O filme Inside Out 2, da Disney, continua a ser o maior herói deste verão, com uma receita global de $1.626 mil milhões, consolidando-se como o filme de animação com maior bilheteira de todos os tempos no mercado internacional.

Com o verão a aproximar-se do fim, a indústria do cinema parece estar a recuperar a sua força, impulsionada por grandes lançamentos que atraem tanto o público nostálgico como novas audiências.

Cinema Ideal Celebra 10 Anos em Meio à Turistificação Descontrolada de Lisboa

O Cinema Ideal, um dos poucos cinemas independentes que ainda resistem no coração de Lisboa, comemora este mês uma década desde a sua reabertura sob a liderança de Pedro Borges. No entanto, esta celebração é marcada por sentimentos mistos, uma vez que a “turistificação selvagem” da cidade, como Borges descreve, tem provocado uma mudança drástica na vida urbana e nos hábitos culturais dos lisboetas.

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Fundado em 1904, o Cinema Ideal tem uma história rica e diversificada, tendo passado por várias designações ao longo dos anos, como Salão Ideal, Piolho do Loreto e Cine Paraíso, antes de adquirir a sua atual identidade em 2014. Situado entre o Chiado e o Bairro Alto, esta sala sempre se destacou como um bastião do cinema de bairro, um espaço onde os espectadores podiam redescobrir o prazer de assistir a um filme numa sala tradicional.

Contudo, a transformação urbana acelerada, impulsionada pelo aumento do turismo e pela proliferação de alojamentos locais, tem afastado os residentes permanentes da zona e alterado drasticamente a demografia dos frequentadores do cinema. Segundo Pedro Borges, nos primeiros anos após a reabertura, a maioria dos espectadores do Cinema Ideal residia a uma distância de 15 a 20 minutos a pé. Hoje, a realidade é outra, com grande parte do público a ser composta por visitantes ocasionais que rapidamente abandonam a área após a sessão.

A “destruição da cidade”, como Borges descreve, não se limita apenas ao desaparecimento do público local, mas também à transformação do comércio de proximidade e ao aumento do número de hotéis e apartamentos turísticos. Esta nova realidade tem forçado uma reflexão sobre o futuro do Cinema Ideal, cuja existência, segundo Borges, poderá estar em risco se não forem tomadas medidas para mitigar os efeitos da turistificação.

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Apesar do cenário adverso, o Cinema Ideal continua a resistir, sustentando-se exclusivamente da bilheteira e mantendo uma programação diversificada e de qualidade, sem recorrer à venda de pipocas ou refrigerantes, típicos de outras cadeias de cinema. Ao longo dos últimos dez anos, e excluindo o período de pandemia, a sala tem atraído uma média anual de 38.000 espectadores.

As comemorações do décimo aniversário incluem uma programação especial, destacando o filme ’24 Frames’ do realizador iraniano Abbas Kiarostami e a estreia do documentário ‘Verdade ou Consequência?’ de Sofia Marques. Estas iniciativas reafirmam o compromisso do Cinema Ideal em proporcionar uma experiência cinematográfica autêntica e culturalmente relevante, mesmo num contexto urbano cada vez mais desafiante.

Kraven – O Caçador: A Nova Aposta do Universo Cinematográfico da Marvel

O anti-herói Kraven, um dos vilões mais icónicos do universo do Homem-Aranha, está prestes a ganhar o seu próprio filme. Kraven – O Caçador, com estreia marcada para dezembro de 2024, promete explorar as camadas mais sombrias e complexas desta personagem, interpretada por Aaron Taylor-Johnson, num filme que segue a tendência recente de humanizar vilões clássicos da Marvel.

O novo trailer do filme já deu aos fãs uma ideia do que esperar, mostrando a origem de Kraven e as suas motivações. Tal como foi feito com Venom e Morbius, a Sony aposta em transformar um vilão num protagonista complexo, explorando a sua faceta como anti-herói. Além disso, o trailer revela a participação de outro vilão clássico do universo do Homem-Aranha, Rhino, que será interpretado por Alessandro Nivola.

A produção conta também com um elenco de peso, incluindo os vencedores dos Óscares Russell Crowe e Ariana DeBose. Sob a direção de J.C. Chandor, conhecido por filmes como Margin Call e Quando Tudo Está PerdidoKraven – O Caçador promete uma abordagem cinematográfica que equilibra ação, drama e complexidade emocional.

Este filme é mais um passo na expansão do universo cinematográfico da Sony em torno do Homem-Aranha, que já inclui os populares filmes de Venom e as aclamadas animações de Homem-Aranha: No Universo Aranha. A expectativa é alta, especialmente com as promessas de cenas de ação intensas e uma narrativa que aprofunda a psique de Kraven, explorando o que o leva a ser um dos caçadores mais temidos do universo Marvel.

Com várias datas de estreia já adiadas, o filme finalmente chega às salas de cinema portuguesas a 12 de dezembro de 2024, e os fãs não poderiam estar mais ansiosos para ver como Kraven será trazido à vida neste novo capítulo do universo Marvel.