O Reencontro com a ‘Ohana’: “Lilo & Stitch” Chega ao Disney+ Depois de Bater a Marca dos Mil Milhões 🎉


A versão em imagem real do clássico da Disney estreia a 3 de Setembro na plataforma de streaming

Depois de conquistar o coração das salas de cinema por todo o mundo, Lilo & Stitch, a adaptação em imagem real do clássico animado da Disney, prepara-se para chegar às salas… da tua casa. A estreia no Disney+ está marcada para o dia 3 de Setembro, e chega com pompa, circunstância — e uma conta recheada: o filme já ultrapassou a marca simbólica dos mil milhões de dólares de receita mundial. 🤑

Um sucesso inesperado… ou talvez não

Durante dois meses de exibição nos cinemas, a nova versão de Lilo & Stitch arrecadou 416,1 milhões de dólares na América do Norte e mais 584,8 milhões no mercado internacional, o que perfaz um total global impressionante de 1,001 mil milhões de dólares (cerca de 860 milhões de euros). Nada mau para um filme que, à partida, parecia apenas uma aposta nostálgica da Disney.

E se dúvidas houvesse, a própria plataforma de streaming não as deixa no ar:

“A onda de diversão e gargalhadas continua agora que o sucesso de bilheteira de mil milhões de dólares Lilo & Stitch chega finalmente ao Disney+ a 3 de setembro. Partilha esta comédia fora deste mundo com a tua ‘ohana’, a qualquer hora e em qualquer lugar, e desfruta de uma aventura inesquecível cheia de caos, charme e fofura”, pode ler-se no comunicado oficial da Disney.

A história de sempre, com nova cara

Apesar do visual atualizado e do elenco de carne e osso, a história mantém-se fiel ao espírito do filme original de 2002: Lilo, uma pequena havaiana rebelde e irrequieta, adota o que parece ser um animal de estimação adorável… que, afinal, é um perigoso extraterrestre foragido, criado em laboratório e caçado pelas autoridades intergalácticas.

É essa mistura de caos e ternura que tornou Lilo & Stitch num verdadeiro caso de culto. E apesar de não ter sido um êxito imediato aquando da sua estreia em 2002, o filme animado foi considerado uma das pérolas isoladas da Disney num período em que os gigantes da animação eram a Pixar e a DreamWorks (com o seu Shrek a dominar a época).

Cresceu com o tempo (e com o streaming)

Tal como Stitch, o sucesso deste franchise parecia imprevisível… até que começou a revelar todo o seu potencial. Ao longo dos anos, Lilo & Stitch deu origem a várias sequelas lançadas diretamente em vídeo, bem como a séries de televisão. Mas foi com o lançamento do Disney+ em 2019 que o filme ganhou nova vida: fontes da própria Disney admitem que a popularidade do original disparou, criando a base perfeita para esta adaptação em imagem real.

E para os fãs mais devotos, há mais boas notícias: o Disney+ irá também disponibilizar toda a colecção da franquia, incluindo os filmes e séries anteriores. Perfeito para uma maratona cheia de aloha. 🌺

Highest 2 Lowest: Denzel Washington enfrenta um rapto explosivo no novo thriller de Spike Lee


Denzel Washington regressa ao grande ecrã num duelo psicológico com um sequestrador impiedoso, sob a direcção de Spike Lee. Inspirado em Kurosawa, com A$AP Rocky e um toque de humor mordaz, o filme promete ser um dos thrillers do ano.

O trailer oficial de Highest 2 Lowest, o novo filme de Spike Lee, já está entre nós — e promete tensão, estilo e uma reinterpretação contemporânea de um clássico japonês. Com estreia marcada para 15 de agosto nos cinemas (seguido de lançamento em streaming na Apple TV+ a 5 de setembro), o filme marca o reencontro de Denzel Washington com Spike Lee, duas décadas depois da sua última colaboração.

Uma nova leitura de Kurosawa com alma nova-iorquina

Highest 2 Lowest é uma reinvenção moderna de High and Low, o icónico policial de Akira Kurosawa de 1963. Em vez de um industrial japonês, temos agora um poderoso magnata da música em Nova Iorque, interpretado por Denzel Washington, cuja vida entra em colapso quando se vê no centro de um esquema de rapto e extorsão.

O trailer mistura imagens live-action com animações estilizadas, enquanto Washington e Ilfenesh Hadera — que interpreta a sua companheira — falam ao telefone com o misterioso raptor. Em fundo, a cidade de Nova Iorque é quase uma personagem por si só, com o Brooklyn Bridge em destaque e a tensão a subir de tom a cada segundo.

“Tu já não és Deus… agora sou eu!”

A chamada do raptor é uma das peças-chave do trailer: exige 17,5 milhões de dólares num mochila preta e instrui David (personagem de Washington) a apanhar o metro — a icónica linha 4 de Manhattan — numa sequência que promete tanto suspense como crítica social. “Tu já não és Deus… agora sou eu!”, grita o criminoso, sublinhando o confronto de egos e o desequilíbrio de poder.

O filme conta ainda com Jeffrey Wright no papel do motorista e amigo de David — que parece funcionar como a voz da razão (ou talvez da loucura controlada). Numa das melhores tiradas do trailer, quando questionado sobre a razão de estar a carregar uma arma, responde de forma desconcertante: “Seguro. É o Jake da State Farm.”

Elenco com mistura improvável… mas explosiva

Além de Washington, Hadera e Wright, o elenco inclui ainda A$AP RockyElijah WrightAubrey Joseph e até a rapper Ice Spice, num misto de talento veterano e energia fresca. A escolha de A$AP Rocky e Ice Spice não é apenas um aceno à cultura urbana contemporânea, mas também uma tentativa clara de atrair novas audiências para uma história de raízes clássicas.

Estreia em Cannes e entrada triunfal nos cinemas

Highest 2 Lowest teve a sua estreia mundial no Festival de Cannes, onde gerou reacções curiosas e divididas — exactamente como Spike Lee gosta. O filme é distribuído pela A24 e promete ser um dos destaques do final do verão cinematográfico, tanto pela qualidade técnica como pela ousadia temática.

Com tensão, crítica social, e um elenco de luxo, Highest 2 Lowest mostra que Denzel Washington continua a dominar o ecrã com intensidade, e que Spike Lee ainda sabe como nos deixar desconfortáveis… no melhor dos sentidos.

Liam Neeson, Pamela Anderson e piadas (quase) proibidas: os segredos do novo Naked Gun

Os argumentistas de Naked Gun, Dan Gregor e Doug Mand, estiveram à conversa com a Hollywood Reporter após um fim-de-semana de estreia animador para a comédia da Paramount. Entre referências a O.J. Simpson, piadas arriscadas com a “palavra R” e uma química inesperada entre Liam Neeson e Pamela Anderson, houve muito para dissecar… com gargalhadas pelo meio.

O novo filme, realizado por Akiva Schaffer, marca o regresso da icónica série de comédia iniciada em 1988 por David Zucker e imortalizada por Leslie Nielsen como o desastrado detective Frank Drebin. Agora, é Liam Neeson quem veste a farda — com Pamela Anderson ao seu lado — num reboot que presta homenagem ao espírito original enquanto arrisca algumas escolhas muito actuais.

ver também : “Alien: Earth” — A nova série de Noah Hawley que vai (literalmente) trazer os Xenomorfos à Terra

O vilão inspirado por… Elon Musk?

Um dos temas que mais gerou conversa foi a figura do vilão do filme, Cane, que muitos associam a um certo bilionário excêntrico dos tempos modernos. Quando questionados se a personagem é “Musk-y”, Dan Gregor respondeu com humor: “A ideia era que Cane fosse uma amálgama de todos os piores bilionários do mundo.” O objectivo era dar ao filme um humor intemporal, sem ficar preso a uma só referência — mas não resistiram a um toque de sátira contemporânea.

A questão “O.J.”: abordar ou ignorar?

Um dos maiores dilemas na criação do novo filme foi a presença histórica de O.J. Simpson na trilogia original como o agente Nordberg. “Foi uma das primeiras perguntas que nos fizeram quando souberam que estávamos a fazer o filme”, confessou Doug Mand. A solução? Uma referência rápida, integrada numa cena chamada “Hall of Fathers”, que também serve para responder à dúvida se Liam está ou não a interpretar Frank Drebin (spoiler: o nome é diferente, mas a alma está lá).

A química entre Liam Neeson e Pamela Anderson

Surpresa das surpresas: a relação entre Neeson e Anderson parece ter passado da tela para os bastidores. “Recebo mais mensagens sobre eles do que sobre o próprio filme”, disse Mand. “Desde o início, tiveram uma química imediata. Estou a torcer por eles de forma muito sincera.” O que começou como uma aposta cómica tornou-se, aparentemente, uma parceria com potencial romântico — ou, no mínimo, mediático.

As aparições especiais: Weird Al e Priscilla Presley

Como qualquer fã esperava, o novo Naked Gun traz consigo o retorno de rostos familiares. Weird Al Yankovic, presença quase obrigatória neste tipo de universo paródico, estava nos planos desde o início. Embora não tenham usado todas as ideias para ele, Gregor revela que havia até uma versão onde seria cantor numa gala do vilão.

Quanto a Priscilla Presley, ícone da trilogia original, o regresso foi mais delicado: “Não queríamos forçar a sua inclusão. Mas ela aceitou, e foi muito entusiasmante para nós”, disse Mand.

A piada favorita? “You hurt my tummy”

O momento de que mais se orgulham? O confronto final entre Danny Huston e Liam Neeson. “A primeira troca de socos, com o Liam a dizer ‘You hurt my tummy’, nunca deixa de me fazer rir”, garantiu Gregor. A sequência é um exemplo perfeito do humor físico e absurdo que tornou a saga Naked Gun numa das mais queridas do género spoof.

E uma sequela? Já há ideias…

Apesar de o novo filme ter apenas 85 minutos, os argumentistas revelam que têm cadernos cheios de ideias para uma continuação. “Cada linha tinha uma dúzia de alternativas”, disse Mand. “Já estamos a tomar notas. O Akiva também.” Parece que o regresso de Drebin (versão Neeson) pode muito bem continuar.

O peso da nostalgia (e da polémica)

Gregor, que trabalhou anteriormente em Chip ‘n Dale: Rescue Rangers, comenta ainda as reacções ao seu trabalho com IPs nostálgicos. “Quando mexes na infância de alguém, não sabes o que vais despertar. Há fãs da Gadget [personagem da Disney] que eu não gostaria de encontrar num beco escuro.” A abordagem é clara: respeitar o passado, mas não ter medo de lhe dar uma sacudidela criativa.

ver também : A Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos Estreia em Exclusivo no TVCine TopA Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos

No fundo, este novo Naked Gun é aquilo que promete: uma paródia moderna que não se esquece do legado, mas também não tem medo de brincar com os limites da actualidade. Se isso implica piadas controversas, vilões que parecem saídos do Twitter e um potencial casal bomba como Neeson e Anderson… que assim seja. Drebin aprovaria.

“Alien: Earth” — A nova série de Noah Hawley que vai (literalmente) trazer os Xenomorfos à Terra

Preparem-se para mais um capítulo no livro sagrado (e já bastante caótico) do universo Alien. Depois dos filmes originais, das prequelas filosóficas (Prometheus e Covenant), dos confrontos com Predadores e do spinoff recente Alien: Romulus, chega agora a série Alien: Earth — cortesia de Noah Hawley, o criador de Fargo e Legion. Sim, o homem que adora misturar sci-fi e crise existencial decidiu meter o dedo neste ninho de facehuggers. E o resultado promete ser tão inquietante quanto fascinante.

ver também: Sally Hawkins explica por que abandonar Paddington 3 foi uma decisão de coração partido

Mas afinal… isto é uma prequela ou um reboot?

Alien: Earth é, oficialmente, uma prequela ao Alien original de 1979. A acção decorre dois anos antes de Ripley ter o seu infame encontro com o Xenomorfo a bordo da Nostromo. Portanto, se és fã do ambiente claustrofóbico e industrial dos “camionistas do espaço” do primeiro filme, temos boas notícias: vais poder mergulhar mais algumas horas nesse pedaço sujo e realista do futuro.

E sim, a cronologia continua confusa como um organigrama da Weyland-Yutani. A série passa-se cerca de 15 anos após os eventos de Prometheus e Covenant, o que significa que os delírios criacionistas do androide David e a megalomania de Sir Peter Weyland ainda pairam no ar — mesmo que em pano de fundo.

O verdadeiro vilão? Capitalismo

Se achavas que o verdadeiro monstro da saga Alien era a criatura com uma segunda boca, pensa melhor. Segundo Hawley, a série vai explorar um futuro onde cinco megacorporações controlam o planeta, e os países são uma coisa do século XX. A grande responsável aqui é a empresa Prodigy, fundada por Boy Kavalier (interpretado por Samuel Blenkin), que sonha com a imortalidade digital e com… bem, controlar criaturas alienígenas. Porque isso corre sempre bem, não é?

Quando anunciou a série em 2021, Hawley deixou bem claro que Alien: Earth será uma alegoria sobre desigualdade e ganância corporativa. Uma espécie de Succession com chestbursters.

Sydney Chandler é a primeira híbrida humano-sintético

No centro da história está Wendy (Sydney Chandler), filha de um humano e… de um robot. Literalmente. É a primeira híbrida da história, criada no seio da corporação Prodigy, que tem como missão vencer a morte ao transferir consciências humanas para corpos sintéticos.

Wendy é treinada por Kirsh, interpretado por Timothy Olyphant, um sintético veterano que lidera uma equipa de recuperação quando uma nave da Weyland-Yutani se despenha em New Siam. A bordo da nave: cinco formas de vida alienígena vindas dos “cantos mais sombrios do universo”. Sim, parece um dia perfeitamente normal no universo Alien.

Uma tripulação saída de… Peter Pan?

Aqui é onde as coisas ficam mais peculiares. A equipa de híbridos adolescentes que acompanha Wendy tem nomes como Slightly, Tootles, Smee, Curly e Nibs — todos retirados da obra Peter Pan. É uma espécie de falha na programação, uma escolha subconsciente feita durante o processo de fusão entre humano e máquina. Ou, quem sabe, uma dica de que estes jovens estão prestes a perder-se na Terra do Nunca… para sempre.

Quando estreia?

Os dois primeiros episódios de Alien: Earth estreiam já a 12 de Agosto, no FX e FX on Hulu. Ainda não há data confirmada para Portugal, mas com este elenco e pedigree criativo, a aposta é que não demorará muito a chegar cá (via Disney+).

ver também : Reino do Planeta dos Macacos Estreia em Exclusivo no TVCine TopA Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos

Com uma combinação promissora de drama de prestígio, ficção científica e terror corporal, Alien: Earth quer ser mais do que apenas mais uma entrada na cronologia labiríntica da saga. Noah Hawley está a prometer inteligência, tensão, e claro… muitos Xenomorfos a sair de sítios onde não deviam estar.

É o regresso à Terra que ninguém pediu, mas que todos vamos ver com um olho aberto e outro fechado. Só por precaução.

Sally Hawkins explica por que abandonar Paddington 3 foi uma decisão de coração partido

Para muitos fãs, Sally Hawkins é — e sempre será — a Mrs. Brown. Mas para a própria actriz britânica, voltar ao universo do urso mais educado de Londres sem o seu realizador de eleição teria sido, nas suas palavras, algo que “lhe partiria o coração”.

ver também : The Pickup: Eddie Murphy volta à comédia de acção… mas a crítica não está a rir

A actriz de 49 anos, que encantou audiências nos dois primeiros filmes da saga Paddington, revelou que não conseguiu aceitar o convite para regressar em Paddington in Peru, precisamente por Paul King — realizador responsável pelos dois primeiros capítulos — ter decidido afastar-se da realização da nova aventura.

A lealdade a Paul King (e o salto para Wonka)

“Porque gosto tanto do Paul, e adoro a forma como ele trabalha, teria sido devastador”, explicou Hawkins numa entrevista ao The Times. Em vez de regressar à casa dos Brown, a actriz seguiu o realizador até Wonka, onde interpretou a mãe de Willy (Timothée Chalamet), numa reinvenção musical do universo de Roald Dahl.

A amizade entre os dois criativos remonta a um workshop de teatro nos Estúdios Ealing, duas décadas antes do primeiro filme de Paddington se tornar realidade. A ligação é, portanto, mais profunda do que um simples contrato cinematográfico.

Emily Mortimer como nova Mrs. Brown

Apesar do seu afastamento, Hawkins mostra respeito pela escolha de Emily Mortimer como sua substituta, dizendo com humor que Hugh Bonneville — que regressa como Mr. Brown — “até teve um upgrade”. No entanto, a saída da actriz é sentida pelos fãs como um pequeno abalo no calor emocional que definia a dinâmica familiar da saga.

A relação difícil com a fama

Curiosamente, apesar de considerar os filmes de Paddington como “um presente”, Sally Hawkins confessou sentir-se frequentemente desconfortável com a atenção que os papéis lhe trouxeram. “Pode mesmo abalar-me. Não sabes por que razão estão as pessoas a sorrir, a olhar ou a ser agressivas e estranhas contigo… só queres viver, mas pode paralisar-te”, revelou.

As suas palavras oferecem um vislumbre raro da tensão entre o amor pelo ofício e o peso da exposição pública — algo que muitos actores discretos vivem longe das câmaras.

Paddington in Peru: uma viagem menos mágica?

Lançado em Novembro de 2024, Paddington in Peru marca o regresso do adorável urso às suas raízes sul-americanas, numa visita à sua querida Tia Lucy, agora residente no “Lar para Ursos Reformados”. Apesar de manter o charme característico da série, o filme realizado por Dougal Wilson não conseguiu conquistar o mesmo entusiasmo crítico dos seus antecessores.

ver também :  Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos Estreia em Exclusivo no TVCine TopA Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos

A crítica Clarisse Loughrey, do The Independent, atribuiu três estrelas ao filme e lamentou que “as habituais tropelias do urso tenham sido pouco aproveitadas”. Para a jornalista, parece claro que “Paul King levou consigo a maior parte da magia quando partiu para Wonka”.

A ausência de Sally Hawkins pode não ter sido a única razão para o impacto mais discreto de Paddington in Peru, mas a sua saída reflecte uma verdade essencial sobre o cinema: por vezes, a alma de um projecto está nos detalhes invisíveis — nas relações criativas, nas escolhas de bastidores, naquilo que nunca vemos no ecrã.

The Pickup: Eddie Murphy volta à comédia de acção… mas a crítica não está a rir

Prime Video estreia a 6 de Agosto uma nova aposta no género comédia de acção, protagonizada por Eddie Murphy e Pete Davidson. Mas os primeiros críticos dizem que o único roubo aqui foi o nosso tempo.

Ver também : A Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos Estreia em Exclusivo no TVCine TopA Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos

Depois de décadas a fazer rir — e de alguns altos e baixos pelo caminho — Eddie Murphy regressa em The Pickup, uma comédia de acção realizada por Tim Story (Ride AlongBarbershop), que o junta ao irreverente Pete Davidson. Com um argumento que promete assaltos, perseguições e piadas à velocidade de balas, o filme parecia reunir todos os ingredientes para um sucesso. Mas se os críticos fossem os assaltados… então levaram um belo balde de água fria.

Screenshot

36% no Rotten Tomatoes: “splat” em vez de “splash”

Com apenas 14 críticas publicadas até agora, The Pickup estreou com um modesto (e nada promissor) 36% no Rotten Tomatoes, o temido “splat” que sinaliza que a maioria dos especialistas ficou mais entediada do que empolgada. Embora este valor possa oscilar com a chegada do público e mais críticas, a recepção inicial aponta para um filme que falha tanto na acção como no humor.

O veredicto geral? Uma comédia de acção que se esquece de ser divertida e não tem novidades suficientes para o género — nem sequer com um elenco que inclui uma das maiores estrelas de sempre da comédia americana.

O enredo: um assalto, um desastre e um dia péssimo

The Pickup conta a história de dois motoristas de carros blindados (Murphy e Davidson) que, durante um serviço de rotina, são apanhados por uma quadrilha liderada pela “mestra do crime” Zoe, interpretada por Keke Palmer. O que começa como um assalto a dinheiro transforma-se rapidamente numa sucessão de situações caóticas — e nem todas pelas melhores razões.

A química entre os protagonistas devia ser o motor da narrativa, mas segundo o crítico Julian Roman (MovieWeb), o resultado é “mediano e esquecível”, com “cenas de perseguição que cumprem os requisitos de tiros e explosões, mas com diálogos arrastados e uma suspensão da descrença a ser levada ao limite.”

Guy Ritchie, és tu?

Jim Vorel, da Paste Magazine, descreve The Pickup como uma tentativa de imitar o estilo de Guy Ritchie — com tiroteios estilizados e personagens tagarelas — mas que se esquece do mais importante: fazer rir. Segundo o crítico, “o filme quer ser um cruzamento entre perseguições automóveis e assaltos a casinos, mas perde o humor pelo caminho.”

Há salvação? Alguns acham que sim

Nem tudo foi negativo. A Hollywood Reporter, numa crítica mais benévola, elogia o elenco principal. “Murphy, Davidson e Palmer têm uma química naturalmente divertida, o que ajuda a tornar crível uma situação cada vez mais absurda.” Justin Bower (Loud and Clear Reviews) considerou The Pickup “um filme típico de assaltos, mas com um elenco eléctrico e cenas de acção bem coreografadas — uma viagem hilariante.”

ver também: “Industry”: Quarta Temporada Conclui Filmagens — E Há Bastidores para Ver!

Portanto, se estás à procura de uma experiência ligeira e não exiges genialidade narrativa, pode ser que The Pickup te arranque umas gargalhadas. Mas se vinhas à procura do regresso triunfal de Eddie Murphy ao topo da comédia de acção, talvez seja melhor gerir expectativas… ou ver novamente Um Príncipe em Nova Iorque.

A Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos Estreia em Exclusivo no TVCine TopA Nova Era dos Primatas: O Reino do Planeta dos Macacos

Na sexta-feira, dia 8 de agosto, o canal TVCine Top convida os espectadores a embarcar numa jornada cinematográfica épica com a estreia televisiva de O Reino do Planeta dos Macacos, o mais recente capítulo da aclamada saga. A exibição está marcada para as 21h30, e é acompanhada por uma maratona dos filmes anteriores, garantindo uma noite inteira dedicada à ascensão — e queda — das civilizações primatas.

Do legado de César à tirania de um novo império

Realizado por Wes BallO Reino do Planeta dos Macacos transporta-nos para um futuro distante, várias gerações após o reinado de César — o lendário líder primata que redefiniu o conceito de justiça entre espécies. Agora, um novo tirano ergue-se entre os macacos, instaurando um regime implacável onde os humanos são reduzidos a uma existência selvagem e marginal.

Neste cenário distópico, um jovem macaco questiona o sistema opressor em que cresceu e parte numa jornada transformadora. Ao confrontar as verdades do passado e o peso do presente, a sua busca pela liberdade poderá alterar para sempre o equilíbrio de forças entre humanos e primatas.

Efeitos visuais de outro mundo

Mais do que um blockbuster de acção, O Reino do Planeta dos Macacos foi amplamente aclamado pela crítica, destacando-se especialmente pelos seus efeitos visuais deslumbrantes. O filme conquistou o prémio principal dos Visual Effects Society Awards de 2025 e foi nomeado para o Óscar de Melhores Efeitos Visuais, consolidando o seu estatuto como uma das experiências visuais mais marcantes do ano.

A obra mantém a essência filosófica e política da saga original, explorando temas como poder, opressão, identidade e sobrevivência, enquanto abre caminho para uma nova era no universo Planeta dos Macacos.

Uma maratona imperdível

Para os fãs que querem relembrar os acontecimentos que conduziram até este novo capítulo, o TVCine Top preparou uma programação especial que começa às 17h40 com a exibição de A Origem do Planeta dos Macacos e prossegue com A Revolta. A noite culmina com a tão aguardada estreia de O Reino do Planeta dos Macacos, às 21h30, também disponível no canal TVCine+.

Preparem as pipocas e marquem no calendário: dia 8 de agosto, os macacos voltam a dominar o ecrã — e o resultado promete ser selvaticamente imperdível.

Estrela de Fauda Critica Petição de Artistas Israelitas Contra a Guerra em Gaza

Idan Amedi, actor e reservista ferido em combate, acusa subscritores do manifesto de espalharem “notícias falsas” e defende o exército israelita

ver também : “Industry”: Quarta Temporada Conclui Filmagens — E Há Bastidores para Ver!

O actor e cantor Idan Amedi, conhecido do público pela sua participação na série israelita Fauda (disponível na Netflix), veio a público criticar duramente uma petição assinada por cerca de mil artistas e escritores israelitas, que apelam a um cessar-fogo imediato em Gaza.

A petição, publicada no domingo e amplamente divulgada esta segunda-feira, 4 de Agosto, denuncia a guerra e a crise humanitária no enclave palestiniano, apelando à interrupção imediata das hostilidades e ao fim daquilo que descreve como “crimes de guerra”.

“Parem a guerra. Libertem os reféns.”

No documento, os subscritores afirmam:

“Enquanto homens e mulheres da cultura e da arte em Israel, vemo-nos, contra a nossa vontade e os nossos valores, cúmplices — enquanto cidadãos israelitas — da responsabilidade pelos horríveis acontecimentos que estão a ocorrer na Faixa de Gaza.”

A carta exige que os responsáveis políticos e militares “parem”, não deem “ordens ilegais”, nem “cometam crimes de guerra”, e apelam ainda à libertação dos reféns capturados pelo Hamas.

Entre os nomes mais conhecidos que subscreveram o texto estão os escritores David Grossman (que numa entrevista recente ao La Repubblica descreveu a situação como “genocídio”), Zeruya Shalev e Etgar Keret, as cantoras Ahinoam Nini (Noa) e Hava Alberstein, o coreógrafo Ohad Naharin e os realizadores Nadav Lapid (Ahed’s Knee) e Shlomi Elkabetz.

A resposta de Idan Amedi: “Entrem num túnel”

Idan Amedi, que serviu como reservista do exército israelita em Gaza e foi gravemente ferido em combate no início de 2024, insurgiu-se contra o teor da petição.

“Entrem num túnel por um momento. Mesmo que seja para combater apenas por um dia, como fazem dezenas de milhares de reservistas, e depois, sigam em frente, assinem petições”, escreveu nas redes sociais.

Amedi acusou ainda os signatários de difundirem “notícias falsas” e defendeu a actuação das Forças de Defesa de Israel:

“Não existe nenhum outro exército no mundo que opere numa zona tão densamente povoada com tão poucas baixas civis como o nosso.”

O actor de Fauda também afirmou que “em cada casa em Gaza há propaganda antissemita”, apontando o dedo ao controlo do Hamas sobre o território.

Apoio do governo israelita

As declarações de Amedi foram elogiadas por Miki Zohar, ministro da Cultura de Israel, que aplaudiu o “patriotismo” do actor e da actriz Moran Atias, também ela crítica da petição.

“Lucidez e coragem patriótica”, escreveu o governante, enaltecendo a frontalidade das figuras públicas que discordam do manifesto.

A divisão crescente entre artistas israelitas reflete o ambiente cada vez mais polarizado dentro do país, onde a guerra em Gaza — intensificada desde Outubro de 2023 — continua a gerar reacções apaixonadas, tanto em apoio à acção militar como na defesa de uma resolução pacífica e humanitária do conflito.

ver também : “Red Card”: Halle Berry e Djimon Hounsou Juntam‑se em Thriller Explosivo Passado em África

“Industry”: Quarta Temporada Conclui Filmagens — E Há Bastidores para Ver!

A série da HBO Max tornou-se uma das mais vistas de 2024 e prepara-se agora para regressar com novos episódios recheados de tensão, ambição… e surpresas no elenco.

As câmaras já se desligaram no set da quarta temporada de Industry. A série britânica da HBO Max, que desde a sua estreia tem vindo a conquistar a crítica e o público, terminou oficialmente as filmagens dos novos episódios — e os bastidores da despedida já circulam nas redes sociais.

ver também : Adeus a Jonathan Kaplan: Morreu o Realizador de Os Acusados e de Mais de 50 Episódios de Serviço de Urgência

Foi Konrad Kay, cocriador da série, quem partilhou nas stories do Instagram um vídeo emotivo onde se vêem as atrizes Marisa Abela e Myha’la a abraçarem-se e a celebrar o fim das gravações. Apesar do entusiasmo, ainda não há data oficial para a estreia da nova temporada.

Mudanças e regressos no elenco

A nova temporada traz alterações significativas no elenco. Em Fevereiro, foi confirmado que Harry Lawtey, uma das caras centrais da série desde o início, não participará na quarta temporada devido a conflitos de agenda. A ausência do actor promete mexer com a dinâmica entre as personagens, embora os detalhes da narrativa ainda estejam bem guardados.

Por outro lado, há reforços de peso: Max Minghella, conhecido pelos seus papéis em A Rede SocialO Conto da Aia e Tudo Pelo Poder, junta-se ao universo de Industry. O actor britânico traz consigo uma carreira recheada de interpretações marcantes e promete agitar o mundo das finanças retratado na série.

Kit Harington, que se estreou na terceira temporada, regressa para continuar a sua jornada como o enigmático e poderoso personagem do mundo financeiro. A seu lado permanecem Myha’la, Marisa Abela, Ken Leung, Sagar Radia e Miriam Petche, num elenco que continua a ser uma das grandes forças da série.

Uma visão implacável sobre o mundo financeiro

Desde o seu lançamento, Industry destacou-se pelo retrato cru e estilizado da ambição desmedida, da desigualdade de classes e da pressão sufocante do sector financeiro em Londres. A série, criada por Mickey Down e Konrad Kay, tornou-se um verdadeiro espelho distorcido do mundo corporativo — e uma das apostas mais ousadas da HBO dos últimos anos.

Francesca Orsi, vice-presidente executiva da HBO, não esconde o entusiasmo:

“Durante três temporadas, Industry tem sido inabalável na forma como examina a ambição e classe, solidificando-se como um drama marcante da HBO. […] Não temos dúvidas de que Mickey e Konrad […] vão elevar a quarta temporada a um nível ainda maior.”

Expectativas em alta

Depois do sucesso da terceira temporada, considerada por muitos como a mais intensa e refinada até à data, a quarta parte da série promete elevar ainda mais a fasquia. A escrita afiada, as interpretações de alto nível e a abordagem visual ousada continuam a ser as marcas de água de uma série que não tem medo de mostrar o lado mais sombrio do sucesso.

Com as gravações concluídas, os fãs aguardam agora por novidades quanto à data de estreia e — claro — pelos primeiros trailers que nos farão voltar à selva financeira da City londrina.

ver também : “Bons Genes” ou Mau Gosto? Sydney Sweeney no centro de polémica que mistura moda, política e racismo

Manuel Claro Nomeado Vice‑Presidente do ICA: Um Regresso com Olhos no Futuro do Cinema Português


Antigo responsável pela Portugal Film Commission assume agora funções de topo no Instituto do Cinema e do Audiovisual, substituindo Anick Bilreiro.

O cinema português volta a ter uma peça-chave em posição estratégica: Manuel Claro foi nomeado vice-presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), segundo anunciou esta terça-feira o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto. O cargo tem um mandato de cinco anos e resulta de um concurso público conduzido pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), aberto a 28 de Maio e encerrado a 11 de Junho.

Um nome bem conhecido do setor

Manuel Claro não é um nome novo no universo do audiovisual nacional. Foi diretor-geral da Portugal Film Commission entre 2019 e 2022, uma função central na promoção de Portugal como destino de filmagens internacionais. Antes disso, entre 2014 e 2019, liderou o Centro de Informação Europa Criativa no seio do próprio ICA, e entre 2009 e 2013 foi coordenador executivo da Media Desk Portugal.

A sua ligação ao setor atravessa mais de uma década, com passagens determinantes por organismos que fazem a ponte entre o audiovisual português e os apoios europeus. A nota do Ministério da Cultura sublinha as suas “reconhecida competência técnica, sensibilidade estratégica, aptidão, experiência, formação e visão panorâmica do Cinema e Audiovisual”.

Substituição na vice-presidência

Manuel Claro sucede a Anick Bilreiro, que ocupava o cargo em regime de substituição desde Janeiro de 2023. A mudança reforça agora o núcleo de liderança do ICA numa fase especialmente crítica para o futuro da produção audiovisual portuguesa, marcada por desafios estruturais, pela adaptação às novas plataformas e pela crescente internacionalização das produções nacionais.

O Instituto do Cinema e do Audiovisual é atualmente presidido por Luís Chaby Vaz, cuja comissão de serviço foi renovada pelo Governo em Setembro de 2023. Chaby Vaz está à frente do ICA desde Maio de 2017 (inicialmente em regime de substituição), e foi formalizado no cargo em Novembro de 2018. Desde Fevereiro de 2023, acumula ainda a função de film commissioner da Portugal Film Commission.

Uma liderança com visão internacional

Durante o mandato de Chaby Vaz, o ICA assistiu a um crescimento sustentado do interesse internacional por filmagens em solo português, num contexto em que o país tem vindo a posicionar-se como um destino cinematográfico competitivo, apoiado por incentivos fiscais, equipas técnicas especializadas e paisagens versáteis.

A nomeação de Manuel Claro insere-se nesta mesma lógica: um reforço de competências, experiência e visão estratégica que poderá contribuir para consolidar Portugal como um polo relevante no mapa europeu do cinema.

Se o cinema português quer continuar a crescer além-fronteiras — com coproduções, festivais e visibilidade em plataformas globais — terá, a partir de agora, mais um aliado de peso na liderança institucional do setor.

Adeus a Jonathan Kaplan: Morreu o Realizador de Os Acusados e de Mais de 50 Episódios de Serviço de Urgência

Nome incontornável do cinema e da televisão dos anos 80 e 90, Jonathan Kaplan faleceu aos 77 anos. Da influência de Scorsese à consagração com Jodie Foster, deixa um legado que atravessa décadas.

ver também : “Red Card”: Halle Berry e Djimon Hounsou Juntam‑se em Thriller Explosivo Passado em África

Jonathan Kaplan, realizador norte-americano com uma carreira marcada tanto por clássicos do grande ecrã como pela televisão de prestígio, morreu na passada sexta-feira, 1 de Agosto, em Los Angeles, aos 77 anos. A notícia foi confirmada pela filha, Molly, que revelou que o cineasta enfrentava uma batalha contra o cancro no fígado.

Kaplan é talvez mais recordado por ter realizado Os Acusados (The Accused, 1988), um poderoso drama judicial que valeu a Jodie Foster o seu primeiro Óscar de Melhor Atriz. Mas a sua carreira foi vasta, eclética e cheia de momentos marcantes, tanto em cinema como na televisão — sobretudo na série Serviço de Urgência (ER), onde realizou mais de 50 episódios e foi nomeado cinco vezes aos Emmys.

De Nova Iorque a Hollywood, com uma paragem na sala de aula de Scorsese

Nascido em Paris em 1947, Jonathan Kaplan era filho do compositor Sol Kaplan e da actriz Frances Heflin. Mudou-se cedo para os Estados Unidos, dividindo a infância entre Los Angeles e Nova Iorque. Desde pequeno teve contacto com o mundo do espectáculo, primeiro nos palcos e mais tarde atrás das câmaras.

Estudou Cinema na Universidade de Nova Iorque, onde foi aluno de Martin Scorsese — e foi precisamente o mestre de Taxi Driver que o recomendou ao lendário produtor Roger Corman, lançando a sua carreira no cinema independente. Com Corman, Kaplan trabalhou em Night Call Nurses (1972), iniciando uma série de projectos com carimbo de culto.

Um olhar atento às margens da sociedade

Durante os anos 70, Kaplan realizou títulos como Truck Turner (1974), com Isaac Hayes, e White Line Fever (1975), que se tornou um sucesso entre os filmes de acção com crítica social. O seu estilo era cru, directo e sem medo de abordar realidades desconfortáveis — uma abordagem que viria a maturar em Over the Edge (1979), um retrato marcante da juventude suburbana americana.

Nos anos 80, diversificou a carreira, realizando telefilmes e videoclipes para nomes como Barbra Streisand, Rod Stewart e John Mellencamp. Mas foi em 1988, com Os Acusados, que atingiu o seu ponto mais alto em Hollywood. O filme, baseado em factos verídicos, abordava a violação em grupo de uma mulher numa casa de jogos e a subsequente batalha judicial. Jodie Foster brilhou no papel principal e o filme tornou-se um marco na representação da justiça e do trauma no cinema.

Seguiram-se filmes como Immediate Family (1989), com Glenn Close e James Woods, e Love Field (1992), com Michelle Pfeiffer — este último valeu ao realizador uma nomeação para os Óscares.

Do cinema à televisão: a segunda vida de Kaplan

Apesar de ter regressado ao cinema com Brokedown Palace (1999), protagonizado por Claire Danes, Kaplan começou a concentrar-se quase exclusivamente na televisão a partir da viragem do milénio. Realizou episódios de séries como Lei & Ordem: Unidade Especial, mas foi em Serviço de Urgência que deixou a sua marca mais profunda na pequena tela.

Entre 1997 e 2005, realizou mais de 50 episódios da série médica criada por Michael Crichton e tornou-se uma figura incontornável do projecto, ajudando a definir o seu tom visual e emocional. Foi nomeado cinco vezes aos Emmys por esse trabalho.

Um legado discreto, mas poderoso

Jonathan Kaplan pode não ter sido um nome tão mediático como outros da sua geração, mas o seu impacto foi profundo e duradouro. Do cinema social e combativo dos anos 70 ao drama televisivo de qualidade dos anos 2000, soube adaptar-se, inovar e contar histórias com humanidade e intensidade.

ver também: Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

O mundo do cinema e da televisão despede-se agora de um realizador que nunca virou costas aos temas difíceis — e que deu voz, imagem e dignidade a histórias muitas vezes ignoradas.

“Red Card”: Halle Berry e Djimon Hounsou Juntam‑se em Thriller Explosivo Passado em África

O criador de Bad Boys, o argumentista de Green Book e o realizador de Rust juntam-se para contar uma história baseada em factos verídicos sobre tráfico humano, futebol e redenção.

ver também : Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

Preparem os passaportes e os nervos — Halle Berry e Djimon Hounsou vão embarcar numa missão de vida ou morte entre as savanas do Quénia e as ruas labirínticas de Casablanca, em Red Card, um thriller internacional com pedigree de Hollywood e raízes bem assentes na realidade africana.

Um elenco de peso para uma história com impacto

Djimon Hounsou interpreta Max Elmi, um ranger veterano que combate caçadores furtivos na reserva da Maasai Mara. Mas a sua luta pessoal começa quando o filho — uma jovem promessa do futebol — desaparece depois de cair nas mãos de um agente desportivo sem escrúpulos, envolvido numa rede de tráfico humano. Ao lado de Max estará Dane Harris, um agente especial (cujo casting ainda está por revelar), e Amanda Bruckner, supervisora do FBI interpretada por Halle Berry.

Com o apoio das autoridades internacionais, os protagonistas enfrentam um submundo perigoso que os leva dos pacatos vilarejos quenianos até às vielas fervilhantes de Casablanca. Uma jornada emocional e física que mistura ação, drama familiar e crítica social.

O filme é inspirado em factos reais e conta com o apoio do National Centre for Missing & Exploited Children, assim como da Soloviev Foundation.

Argumento assinado por nomes consagrados

O argumento é da autoria de George Gallo — criador da saga Bad Boys e argumentista de Midnight Run — e de Nick Vallelonga, vencedor do Óscar por Green Book. A realização fica a cargo de Joel Souza, que regressa após o trágico incidente ocorrido durante as filmagens de Rust, onde perdeu a vida a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Souza, que também realizou o thriller policial Crown Vic, descreve o novo projeto como “uma história emocionante que acreditamos que vai prender audiências em todo o mundo”.

Halle Berry e Djimon Hounsou: trajectórias marcantes

Djimon Hounsou, nomeado duas vezes para os Óscares (por Blood Diamond e In America), tem uma carreira repleta de grandes títulos como GladiadorGuardiões da GaláxiaCaptain Marvel e Um Lugar Silencioso: Parte II (e o recente Day One). Já Halle Berry fez história em 2002 ao tornar-se a primeira mulher afro-americana a ganhar o Óscar de Melhor Actriz, com Monster’s Ball. A sua carreira versátil inclui desde filmes de ação (X-MenDie Another Day) até ao drama (Gothika) e até a sua estreia na realização com Bruised.

Produção, rodagem e o que aí vem

Red Card será produzido por Anjul Nigam (Crown Vic), Robert Menzies (Fatman) e Ava Roosevelt, autora de The Racing Heart e uma das criadoras da história original. As filmagens estão previstas para o último trimestre deste ano. O papel de Dane Harris continua em fase de casting, prometendo uma adição importante ao trio central.

A distribuição para o mercado norte-americano será gerida em conjunto pela Range Select e a Stoic (que também tratará das vendas internacionais).

ver também : Willem Dafoe Interpreta Bilionário Grego Megalómano em  The Birthday Party, que Estreia em Locarno  

Com um tema atual e urgente, e um elenco de luxo, Red Card promete não ser apenas mais um thriller — será um alerta cinematográfico que alia entretenimento a consciência social.

“Bons Genes” ou Mau Gosto? Sydney Sweeney no centro de polémica que mistura moda, política e racismo

A atriz de Euphoria foi interpelada por um manifestante na estreia de Americana, enquanto a polémica em torno do seu anúncio para a American Eagle continua a incendiar as redes… e a política americana.

Sydney Sweeney não é estranha aos holofotes — mas desta vez, os flashes foram acompanhados por gritos e controvérsia. A atriz de Euphoria foi abordada por um manifestante na estreia do seu mais recente filme, Americana, em Hollywood, e tudo por causa… de um par de jeans. Ou melhor, de um trocadilho com “genes”.

ver também : Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

“Parem com aquele anúncio, é racismo!”

A cena ocorreu no passado domingo, à porta do bar Desert 5 Spot, com inspiração country, onde decorreu a estreia de Americana. Assim que Sydney Sweeney saiu do carro, foi interpelada por alguém que lhe gritou: “Pára, aquele anúncio é racista!”. A atriz manteve o silêncio e seguiu diretamente para o interior do evento, onde posou ao lado da colega de elenco Halsey.

Em causa está uma campanha publicitária para a marca American Eagle, na qual Sweeney protagoniza um vídeo viral onde diz:

“Genes são passados dos pais para os filhos. Muitas vezes determinam características como cor do cabelo, personalidade, até a cor dos olhos. Os meus jeans são azuis.”

Ora, a conjugação entre a palavra “genes” e o facto de Sweeney ser uma mulher loira, de olhos azuis, bastou para desencadear uma onda de indignação online, com acusações de que o anúncio promove eugenia e ideias associadas à supremacia branca.

Celebrar a beleza ou promover ideologias perigosas?

Artistas como Doja Cat e Lizzo não perderam tempo a criticar o anúncio. Lizzo, por exemplo, respondeu com ironia nas redes sociais, partilhando uma fotografia em ganga com a legenda: “Os meus jeans são negros”. Já Sweeney, por sua vez, optou por não comentar publicamente — uma postura que tem mantido, mesmo enquanto a polémica escala.

Acrescentando combustível à fogueira, veio à tona recentemente que a atriz se registou como eleitora do Partido Republicano na Florida, pouco antes de Donald Trump regressar à Casa Branca. E foi o próprio presidente norte-americano quem se apressou a tomar partido… e a elogiar o anúncio.

Trump aprova: “Agora adoro o anúncio dela!”

Questionado por um jornalista quando se preparava para embarcar no Marine One, Trump não hesitou:

“Ela está registada como Republicana? Ah. Agora adoro o anúncio dela!”

Mais tarde, nas redes sociais, o antigo presidente (e agora novamente presidente) subiu o tom:

“Sydney Sweeney, uma Republicana registada, tem o anúncio mais HOT do momento. É para a American Eagle, e os jeans estão a voar das prateleiras. Força, Sydney!”

Trump aproveitou ainda para criticar marcas como a Jaguar e a Bud Light pelas suas campanhas “woke”, em contraste com a abordagem “autêntica” de Sweeney.

A cultura pop como campo de batalha político

O caso tornou-se rapidamente num símbolo da guerra cultural em curso nos Estados Unidos. Conservadores como o vice-presidente JD Vance usaram a controvérsia como arma contra os Democratas, acusando-os de exagerar e de transformar qualquer mulher loira num alvo político.

“O meu conselho político para os Democratas é continuarem a chamar nazi a toda a gente que ache a Sydney Sweeney atraente”, disse Vance num podcast.

Já o polémico Piers Morgan foi ainda mais longe:

“A polémica em torno da Sydney Sweeney é a prova de que a esquerda woke perdeu completamente o norte. Chamam nazi a qualquer pessoa que celebre a beleza ou o sex appeal. O woke morreu — agora só nos rimos da estupidez deles.”

E a American Eagle?

A marca, por seu lado, recusou-se a recuar e defendeu o anúncio:

“‘Sydney Sweeney Has Great Jeans’ sempre foi sobre os jeans. Os dela. A sua história. Continuaremos a celebrar a forma como cada pessoa veste os seus AE jeans com confiança. Bons jeans ficam bem em toda a gente.”

Americana chega aos cinemas a 15 de Agosto

Com todo este ruído mediático, o filme Americana (que, ironicamente, também é um western moderno sobre identidade e fronteiras culturais) estreia nos Estados Unidos a 15 de Agosto. Resta saber se o público vai conseguir separar o filme da figura que o protagoniza — ou se Sydney Sweeney se tornou, involuntariamente, a nova face de uma batalha ideológica que não tem fim à vista.

ver também : Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA

Se quiser ver o video no Youtube não está traduzido em Português

Willem Dafoe Interpreta Bilionário Grego Megalómano em  The Birthday Party, que Estreia em Locarno  

Actor encarna figura inspirada em Onassis num retrato rico de ambição, poder e decadência — “O que faz este homem… é também o que o destrói” 

🏛️ Quem poderia imaginar Willem Dafoe no papel de um magnata grego do transporte marítimo, num registo que mistura o charme à beira do grotesco com uma crítica feroz ao poder patriarcal? O próprio actor, à partida, não. 

“Eu? Fazer de um armador grego? Não me parece”, disse em tom irónico à Variety, durante uma entrevista em Atenas. 

Veja também: Liam Neeson Não Perdoa Atrasos no Set: “Nunca Trabalharia com Essas Pessoas”

Mas é precisamente esse o papel que assume em The Birthday Party, filme que estreia a 7 de Agosto na icónica Piazza Grande do Festival de Locarno. Dafoe interpreta Marcos Timoleon, um bilionário autofeito que organiza uma festa de aniversário luxuosa para a filha — e, no processo, inicia uma espiral emocional e política que ameaça desfazer o seu império familiar. 

Um dia, uma ilha, um império em ruínas 

Inspirado no romance do escritor grego Panos Karnezis, The Birthday Party decorre ao longo de 24 horas numa ilha privada nos anos 70. Timoleon, figura carismática mas tirânica, rodeia-se de bajuladores e oportunistas numa festa que serve de pretexto para os confrontos internos — especialmente com a filha Sofia (Vic Carmen Sonne), a única herdeira do império. 

“É um retrato rico, um estudo sobre o tipo de poder — e de patriarcado — que corrói tudo à sua volta”, diz Dafoe. 

A história desenrola-se entre silêncios pesados, alianças tensas e decisões que terão consequências irreversíveis. O próprio bilionário prepara, em segredo, uma escolha determinante sobre o futuro da filha… sem o seu consentimento. 

Veja também: Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

Uma tragédia familiar com tons de ópera 

Realizado por Miguel Ángel Jiménez, cineasta espanhol com um pé em Atenas, o filme é uma co-produção internacional que junta a grega Heretic (de Triangle of Sadness), a espanhola Fasten Films, a neerlandesa Lemming Film e a britânica Raucous Pictures. 

O elenco inclui ainda Emma Suárez como a mulher de Timoleon — uma figura que mistura força e fragilidade —, Joe Cole (Peaky Blinders) como um jornalista que se envolve com Sofia, e a brilhante Vic Carmen Sonne, revelação de The Girl With the Needle

“É uma história sobre poder. Corrupção. Família. Amor, sim, mas também ego e vulnerabilidade”, diz Suárez. 

“A Olivia ama incondicionalmente. Vê-o como ninguém mais o vê. E tenta salvá-lo — mesmo sabendo que talvez seja tarde demais.” 

Uma fábula moderna sobre os monstros que criamos 

Filmado na ilha grega de Corfu, com o mar azul a contrastar com o ouro da ostentação, o filme capta um universo onde riqueza, isolamento e vaidade criam monstros — muitas vezes de forma inconsciente. 

“As pessoas constroem coisas que, se não tiverem cuidado, se tornam num pesadelo”, reflecte Dafoe. 

“Esquecem-se da intenção original. E aí… tudo desaba.” 

O realizador insiste que não quis cair na caricatura: 

“Sou contra tudo o que esta casta representa. Mas quis filmá-los com humanidade. Sem julgamentos fáceis.” 

Veja também: Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA 

Uma performance à altura de Brando e Lancaster 

The Birthday Party evoca, segundo Dafoe, performances como as de Marlon Brando em The Godfather ou Burt Lancaster em The Leopard — figuras maiores que a vida, simultaneamente fascinantes e repulsivas, cuja queda é tão épica quanto a sua ascensão. 

O produtor Giorgos Karnavas vai mais longe: 

“Não consigo imaginar mais ninguém a interpretar Marcos Timoleon.” 

Um Dafoe em modo imperial 

Depois de uma carreira onde encarnou santos, criminosos, artistas e deuses em queda, Willem Dafoe continua a surpreender — e a arriscar. The Birthday Party promete ser mais um capítulo notável na sua filmografia: um estudo íntimo sobre o poder e o preço que se paga por o manter. 

Veja também: “Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

Liam Neeson Não Perdoa Atrasos no Set: “Nunca Trabalharia com Essas Pessoas”

Aos 73 anos, o actor estreia-se em comédia com The Naked Gun e aproveita para dar lições de profissionalismo… com o sotaque sério que todos conhecemos.

🕵️‍♂️ Liam Neeson tem uma daquelas vozes que ninguém contesta — nem quando está a ameaçar alguém num filme de acção, nem quando está a falar de pontualidade em entrevistas. E foi precisamente isso que fez numa conversa recente com a Rolling Stone, onde o actor criticou abertamente colegas de profissão que chegam atrasados às filmagens. 

“Oiço histórias perturbadoras sobre actores e actrizes talentosos que aparecem duas, três, quatro horas atrasados. Nunca trabalharia com essas pessoas. É um insulto”, declarou. 

“Tens uma equipa de 60, 70, 80 pessoas à tua espera. O mínimo é apareceres a horas.” 

Veja também: “Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

Neeson não mencionou nomes — nem parece estar a falar de ninguém do elenco de The Naked Gun, a nova comédia da Paramount onde contracena com Pamela Anderson. Mas a mensagem é clara: talento não é desculpa para falta de respeito. 

De vingador implacável a detective trapalhão 

The Naked Gun marca uma mudança de tom na carreira recente de Neeson, mais conhecida por papéis intensos em thrillers como Taken ou The Grey. Desta vez, o actor irlandês interpreta um inspector da polícia atrapalhado e absolutamente ineficaz, no espírito das comédias clássicas protagonizadas por Leslie Nielsen. 

A estreia do filme nas salas norte-americanas trouxe boas notícias: $17 milhões no primeiro fim-de-semana, um número sólido para uma comédia nos dias de hoje. O público parece estar a aceitar esta nova faceta de Neeson com bom humor — e ele próprio também. 

Adeus às pancadarias (com ou sem andarilho) 

Numa outra entrevista, à Variety, Neeson admitiu que o seu tempo nos filmes de acção está a chegar ao fim. 

“Tenho 73 anos, caramba. Não quero insultar o público com cenas de luta que não são minhas”, confessou. 

“Gostava de fazer as minhas próprias cenas de acção, mas não quero estar a fazer isso com uma bengala ou um andarilho.” 

Veja também: Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA 

Apesar disso, admite que pode haver mais um filme de acção algures no horizonte, mas só se o papel fizer sentido. E com Neeson, isso implica profissionalismo e… chegar a horas, claro. 

Lições de um veterano 

A mensagem de Neeson não é apenas uma crítica; é um lembrete. Num tempo em que os egos em Hollywood ainda se confundem com talento, o actor volta a provar porque continua a ser tão respeitado dentro e fora do ecrã: disciplina, ética de trabalho e respeito por todos os que fazem um filme possível

Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

A actriz conta como uma discussão acesa em Cannes quase comprometeu a sua participação no clássico erótico de Paul Verhoeven 

🧊 Quase tão explosiva quanto o famoso cruzar de pernas em Basic Instinct é a história que Sharon Stone agora revela sobre os bastidores do filme. Em entrevista recente ao Business Insider, a actriz confessou que Michael Douglas se recusou a fazer testes com ela antes das filmagens — e tudo devido a um confronto tenso entre os dois no Festival de Cannes. 

“O Michael não queria pôr o rabo nu no ecrã ao lado de uma desconhecida”, afirmou. “E percebo isso. Mas também havia outra razão: tivemos uma discussão antes disso.” 

Veja também: Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA 

“Vamos lá fora”: o primeiro encontro que quase acabou à pancada 

O incidente aconteceu em Cannes, durante um jantar com várias pessoas do meio. Douglas fez um comentário sobre a relação entre um pai e os seus filhos. Stone conhecia bem a família em questão e decidiu intervir. A resposta de Douglas? Gritou-lhe: 

“O que é que tu sabes sobre isso?” 

Stone não recuou. 

“Levantei-me e disse: ‘Vamos lá fora.’” 

Lá fora, explicou-lhe o que sabia — e porquê — e o mal-estar acabou resolvido… mais ou menos. 

“Não diria que ficámos amigos, mas acabámos de forma cordial. Quando chegou a altura de escolherem a actriz para Basic Instinct, acho que ele não queria que fosse eu.” 

A tensão serviu bem o ecrã 

Apesar da resistência inicial, a química (e a fricção) entre os dois actores acabou por jogar a favor da história. Douglas interpreta um detective envolvido com a principal suspeita de um homicídio — a misteriosa e sedutora escritora Catherine Tramell, papel que transformou Sharon Stone numa estrela internacional

“Funcionou lindamente. O Michael tem um feitio difícil, mas isso não me intimidava. Isso trouxe algo interessante à dinâmica das personagens”, explicou. 

“Hoje, somos grandes amigos. Admiro-o imenso.” 

Veja também: “Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

A polémica do famoso “cruzar de pernas” 

O sucesso de Basic Instinct deve-se tanto ao enredo como à sua carga erótica — e, em particular, à infame cena do interrogatório. Em 2021, na sua autobiografia The Beauty of Living Twice, Sharon Stone revelou que foi enganada para filmar a cena sem roupa interior

“Disseram-me que não se via nada, que era só para evitar reflexos da luz. Mas vi a cena numa sala cheia de agentes e advogados. Foi assim que vi a minha vagina no ecrã pela primeira vez.” 

Stone conta que, chocada, confrontou o realizador Paul Verhoeven e deu-lhe uma estalada na cabine de projecção. 

“Já não havia nada a fazer. Era o meu corpo ali. Tive de tomar decisões.” 

E agora… um reboot? 

Segundo a Variety, a Amazon MGM Studios e a United Artists adquiriram os direitos para um reboot de Basic Instinct, com o regresso do argumentista original, Joe Eszterhas, ao leme do guião. Não se sabe ainda se Sharon Stone estará envolvida. A actriz participou na sequela de 2006 (Basic Instinct 2), que foi fortemente criticada e falhou nas bilheteiras. 

Num tempo em que o olhar sobre sexualidade, consentimento e poder em Hollywood mudou radicalmente, resta saber como será reimaginado um dos filmes mais provocadores da década de 90 — e se Catherine Tramell voltará a cruzar as pernas… ou as linhas da moral. 

Veja também: Como Willem Dafoe Foi Despedido de um Filme Que Mudou Hollywood Para Sempre

Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA 

A cena de discussão entre Adam Driver e Scarlett Johansson tornou-se inesperadamente… uma arma rural contra predadores 

🐺💔 Quem diria que o momento mais devastador de Marriage Story, o drama de 2019 realizado por Noah Baumbach, viria a ser usado não só como exemplo de representação emocional, mas também como ferramenta de dissuasão contra lobos selvagens nos Estados Unidos

Veja também: “Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

Segundo o The Wall Street Journal, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está a recorrer ao áudio da famosa cena de discussão entre Scarlett Johansson e Adam Driver — sim, aquela em que tudo explode num apartamento claustrofóbico — para assustar lobos e proteger o gado em zonas rurais

“Os lobos precisam de saber que os humanos são maus”, explicou um supervisor do USDA no estado do Oregon. 

“Wolf hazing”: drones, AC/DC e… terapia de casal? 

A técnica, conhecida como “wolf hazing”, consiste em usar drones equipados com câmaras térmicas e altifalantes para patrulhar zonas onde há registo de ataques a vacas e ovelhas. Quando um lobo é detetado, o drone projecta luz intensa e transmite sons considerados “alarmantes”. Entre os sons favoritos dos técnicos estão: 

  • Fogos de artifício 
  • Tiros 
  • Discussões de filmes, como a de Marriage Story 
  • E até clássicos do rock como “Thunderstruck” dos AC/DC 

O método tem-se revelado eficaz: depois de 11 vacas terem sido mortas por lobos numa zona do sul do Oregon em apenas 20 dias, a intervenção dos drones e do som dramático reduziu esse número para apenas duas mortes em 85 dias

Da dor emocional à utilidade ecológica 

A cena em questão — um dos pontos altos (ou baixos?) emocionais de Marriage Story — mostra Johansson e Driver aos gritos, numa das representações mais cruas e reais de um divórcio no cinema recente. Foi este momento que lhes valeu nomeações ao Óscar e o aplauso da crítica, tendo o filme sido classificado como um dos melhores de 2019 por publicações como a Variety

“Eles encarnam a raiva, orgulho, desespero e paixão de um casal a destruir a relação — e a si próprios — tentando ainda assim manter-se inteiros”, escreveu Owen Gleiberman. 

Veja também: Cineastas Contra a MUBI: Miguel Gomes Entre os Signatários que Condenam Financiamento Ligado a Israel

Agora, esses gritos rasgados, carregados de frustração e mágoa… estão a aterrorizar lobos. E a salvar vacas. 

Uma ironia (muito) cinematográfica 

Se Baumbach pretendia explorar o colapso de um casamento como um campo de batalha emocional, dificilmente imaginaria que o seu filme viria a ser usado literalmente como arma de dissuasão em zonas de conflito… entre humanos e predadores. 

Hollywood nunca teve problemas em explorar o sofrimento humano para o entretenimento. Mas aqui, num volte-face inesperado, o sofrimento é reciclado para fins ecológicos. Um pouco como se Scenes from a Marriage tivesse sido misturado com O Livro da Selva e passado por um editor de som rural. 

Próxima paragem: os gritos de  

Revolutionary Road a proteger plantações? 

A pergunta que fica: que outras cenas devastadoras do cinema podem servir para fins práticos no mundo real? Gritos de Meryl Streep em Kramer vs. Kramer? Monólogos de Daniel Day-Lewis em There Will Be Blood? O choro contido de Ryan Gosling em Blue Valentine

O cinema nunca foi tão útil — nem tão imprevisível. 

Veja também: Os Mauzões 2 Faz História no Rotten Tomatoes — e Está Quase a Roubar o Lugar a Fantastic Four

“Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

Às vésperas da estreia de Jay Kelly, de Noah Baumbach, o actor norte-americano mostra que a idade só lhe aguçou o sentido de humor — e o desinteresse pela crítica 

🎬 George Clooney tem duas estatuetas douradas em casa, mais de 40 anos de carreira e uma lista de filmes que vai de comédias absurdas a thrillers políticos. Mas ainda há quem insista que ele “só sabe fazer de George Clooney”. E a resposta do actor a essas críticas é… bem ao estilo Clooney: 

“Dizem que só faço de mim mesmo? Não quero saber”, afirmou, em entrevista à Vanity Fair

“Já tentaram fazer de vocês mesmos? É difícil.” 

Veja também: 1000 Homens e Eu: O Documentário de Bonnie Blue Que Chocou o Reino Unido… Mas Não Respondeu ao Essencial

A conversa surgiu no contexto de uma prévia sobre o novo filme de Noah Baumbach, Jay Kelly, que estreia mundialmente este mês no Festival de Veneza. No filme, Clooney interpreta — surpresa — um actor de 60 e tal anos a reflectir sobre a sua vida pessoal e profissional. Metaficção ou só mais um papel feito à medida? Segundo Clooney, isso pouco importa. 

Clooney: entre a leveza e a densidade, com currículo para calar todos 

Com papéis que vão de O Brother, Where Art Thou? a Syriana (que lhe valeu o Óscar de Melhor Actor Secundário), passando por Michael Clayton, Up in the Air ou The Descendants, Clooney recusa a ideia de ser um “actor de um só tom”. 

“Não há assim tantos tipos da minha idade que consigam fazer comédias amplas e depois virar para dramas sérios como Syriana ou Michael Clayton”, defende. 

E não mente. Clooney tem equilibrado há décadas o lado mais comercial com projectos politicamente carregados, filmes de autor, e colaborações com realizadores como os irmãos Coen, Steven Soderbergh ou Alexander Payne. E fez tudo isto depois dos 30

“Não tive sucesso a sério até aos 33 anos, com Urgências. Já trabalhava há 12. Isso deu-me uma perspectiva real de como tudo isto é passageiro — e de como pouco tem a ver contigo.” 

Veja também: Brad Pitt Bate Recorde Pessoal com F1, Fantastic Four Ruma aos 370 Milhões, e Naked Gun Arranca com Força nas Bilheteiras

Jay Kelly: Clooney ao espelho? 

Escrito por Noah Baumbach e Emily Mortimer, Jay Kelly será lançado em sala a 14 de Novembro, com estreia na Netflix a 5 de Dezembro. O elenco é um verdadeiro desfile de estrelas: Laura Dern, Adam Sandler, Isla Fisher, Greta Gerwig, Billy Crudup, Riley Keough, Jim Broadbent, entre muitos outros. 

O filme apresenta-se como uma dramédia sobre envelhecer, reflectir e, claro, representar — temas que batem fundo na vida real de Clooney, que agora vê o estrelato com a leveza de quem já não precisa de provar nada. 

“Não Quero Saber” — Mas Sabe o Que Está a Fazer 

Esta fase da carreira de Clooney parece assentar-lhe como um fato italiano bem cortado: confortável, elegante, com espaço para ironia e profundidade. Se há coisa que nunca lhe faltou, foi consciência do seu lugar no jogo — e uma boa dose de auto-humor

Se está a fazer de George Clooney? Talvez. Mas se o faz tão bem, quem se importa? 

Veja também: Quer Passar a Noite na Casa de Poltergeist? Agora Pode… Se Tiver Coragem

Quer Passar a Noite na Casa de Poltergeist? Agora Pode… Se Tiver Coragem

A casa assombrada mais famosa do cinema está para arrendamento — e sim, já registou actividade paranormal real

🧠 “Estão aqui…” — e agora você também pode estar. A icónica casa do filme Poltergeist, o clássico de terror de 1982 produzido por Steven Spielberg, está oficialmente disponível para arrendamento. Fãs do género (ou corajosos aventureiros do Airbnb) podem finalmente dormir no mesmo sítio onde a pequena Carol Anne foi raptada pelo mundo dos espíritos… com direito a jacuzzi e cozinha renovada.

ver também : Willem Dafoe Vai Receber o Coração Honorário de Sarajevo — E Dar uma Masterclass Inesquecível

Situada em Simi Valley, na Califórnia, a moradia de dois andares tem quatro quartos, duas casas de banho e meia, piscina, lareira, um jardim amplo e — claro — historial paranormal confirmado. A nova proprietária, Rachel Powers, comprou a casa por 1,28 milhões de dólares (100 mil acima do preço pedido) e investiu cerca de 165 mil dólares para recriar o ambiente do filme com fidelidade assustadora.


Ghost Adventures investigou — e as respostas do além não tardaram

A casa foi recentemente o foco do episódio de estreia da temporada 29 da série Ghost Adventures. O episódio utilizou todo o arsenal tecnológico digno de um spin-off de Ghostbusters: ITC, spirit box, câmaras térmicas, visão nocturna, sensores de movimento, medidores EMF e até a boneca Cabbage Patch da falecida actriz Heather O’Rourke, que interpretou Carol Anne.

Segundo Powers, os investigadores registaram comunicação electrónica, objectos a mover-se sozinhos, luzes a piscar, fechaduras com vida própria, quedas de energia inexplicáveis e actividade paranormal em torno da velha televisão. Tudo isto a poucos metros do lugar onde, na ficção, os Freeling descobriam que a sua casa estava construída sobre um cemitério profanado.

O episódio também explorou a já lendária “maldição de Poltergeist”, que associa tragédias reais ao elenco e produção do filme. A própria Heather O’Rourke faleceu tragicamente aos 12 anos, assim como Dominique Dunne, também presente no elenco original.


Terror à moda antiga… com cozinha moderna

Apesar do passado sombrio, a casa apresenta-se com um ar acolhedor e até… relaxante? Segundo a descrição da imobiliária, trata-se de uma residência com “boa energia”, perfeita para “entertaining, relaxing and living your best life”. O layout é pensado para momentos em família, com amplas janelas, sala de estar iluminada, lareira, e uma cozinha que mantém o estilo original do filme (com electrodomésticos actualizados, para quem quiser fugir aos fantasmas enquanto cozinha um risotto).

No exterior, há espaço para três carros, árvores que garantem sombra e privacidade, uma piscina generosa e um jacuzzi circular, ideal para descontrair… se os espíritos deixarem.


A lenda continua viva (e agora… habitável)

Poltergeist foi um dos maiores fenómenos de terror dos anos 80, realizado por Tobe Hooper (The Texas Chain Saw Massacre) e escrito por Spielberg. Tornou-se o oitavo filme mais lucrativo de 1982, e deixou uma marca indelével no género: casas suburbanas com segredos, televisões estáticas e uma sensação constante de que algo está “ligeiramente fora do lugar”.

ver também : 1000 Homens e Eu: O Documentário de Bonnie Blue Que Chocou o Reino Unido… Mas Não Respondeu ao Essencial

Hoje, mais de 40 anos depois, a casa está aberta ao público — ou pelo menos, a quem se atrever a reservar uma noite. Disponível em plataformas como AirbnbVRBO e Futurestay, o local promete uma experiência única: dormir num cenário de culto… onde as paredes talvez ainda murmurem segredos.

Willem Dafoe Vai Receber o Coração Honorário de Sarajevo — E Dar uma Masterclass Inesquecível

Com mais de 150 filmes no currículo, o actor norte-americano regressa ao Festival de Sarajevo 25 anos depois para ser homenageado pela sua carreira lendária

🎬 Nome maior do cinema mundial, Willem Dafoe vai ser distinguido com o Coração Honorário de Sarajevo na próxima edição do Festival de Cinema de Sarajevo, a decorrer entre 15 e 22 de Agosto de 2025. O galardão reconhece o contributo excepcional do actor para a arte cinematográfica, numa carreira que atravessa cinco décadas, inúmeros géneros e alguns dos maiores nomes da realização mundial.

ver também : 1000 Homens e Eu: O Documentário de Bonnie Blue Que Chocou o Reino Unido… Mas Não Respondeu ao Essencial

Mas Dafoe não vai apenas receber prémios: vai também conduzir uma masterclass no festival, onde partilhará reflexões sobre a sua carreira, o ofício da representação e a arte em tempos contemporâneos.


Um actor com 150 rostos e nenhum igual

Desde que foi despedido de Heaven’s Gate, de Michael Cimino, em 1979, Willem Dafoe construiu um percurso impressionante, tanto em grandes estúdios como no cinema independente — sempre com uma entrega total e uma versatilidade que poucos actores da sua geração podem reclamar.

A lista de realizadores com quem trabalhou é, por si só, um monumento ao cinema moderno:

  • Martin Scorsese
  • David Lynch
  • Lars von Trier
  • Wes Anderson
  • Guillermo del Toro
  • Yorgos Lanthimos
  • Tim Burton
  • Hayao Miyazaki
  • Werner Herzog
  • Spike Lee
  • Kathryn Bigelow, entre muitos outros.

Dafoe é daquelas raras presenças que consegue ser intensamente humano num blockbuster e assombrosamente inquietante num filme experimental.


Nomeações, prémios e um legado em construção

Willem Dafoe foi já nomeado quatro vezes ao Óscar — por PlatoonShadow of the VampireThe Florida Project e At Eternity’s Gate. Venceu dois Independent Spirit Awards, foi distinguido pelos críticos de Nova Iorque, Los Angeles e pela National Board of Review, recebeu o Urso de Ouro Honorário da Berlinale e mais recentemente o Prémio Íris da Academia de Cinema da Grécia, pelo seu desempenho em Inside, de Vasilis Katsoupis.

Em 2025 e 2026, será ainda director artístico da secção de teatro da Bienal de Veneza, reafirmando a sua ligação ao palco e às artes performativas, uma paixão antiga que começou com o colectivo experimental The Wooster Group, onde trabalhou entre 1977 e 2005.


Novos filmes no horizonte

Aos 70 anos, Dafoe continua a ser um actor em plena forma criativa. Entre os próximos projectos destacam-se:

  • Cuddle, de Bárbara Paz
  • Werwulf, de Robert Eggers
  • Uma nova colaboração com Eggers em A Christmas Carol, para a Warner Bros.

Não se vislumbra reforma à vista — e ainda bem.


Um regresso 25 anos depois

“Willem Dafoe regressa ao Festival de Sarajevo após 25 anos e é uma grande honra para nós atribuir-lhe o Coração Honorário de Sarajevo”, declarou Jovan Marjanović, director do festival.

“O seu trabalho é uma inspiração para qualquer actor. Sempre que está frente à câmara, prova ser um verdadeiro mestre. Em grandes produções ou em filmes independentes, as suas personagens são sempre complexas, emocionais e inesquecíveis.”

ver também : Brad Pitt Bate Recorde Pessoal com F1, Fantastic Four Ruma aos 370 Milhões, e Naked Gun Arranca com Força nas Bilheteiras

Coração de Sarajevo junta-se assim a uma lista já longa de distinções — mas com um significado especial, numa região onde o cinema tem sido forma de resistência, memória e reconciliação.