Justin Baldoni vs. Ryan Reynolds — “Isto Acaba Aqui”, Parece que ainda não!

A disputa que envolve It Ends With Us deixou há muito de ser apenas uma batalha jurídica. Tornou-se um enredo paralelo ao próprio filme, trazendo à superfície tensões profundas entre Justin BaldoniBlake Lively e Ryan Reynolds. Agora, com a revelação de mensagens privadas enviadas por Baldoni, o caso ganhou uma dimensão ainda mais intensa — quase literária, quase cinematográfica.

Segundo os documentos judiciais divulgados, Baldoni descreve um encontro absolutamente devastador que aconteceu em janeiro de 2024, na cobertura do casal Reynolds/Lively, em Nova Iorque. Ele fala de um momento “traumático”, de uma conversa conduzida com a frieza e a autoridade de alguém que sente estar a defender quem ama, e de uma sensação de paralisia emocional que não experimentava há anos. A noite anterior ao regresso às filmagens do filme deveria ter sido rotineira; em vez disso, tornou-se um ponto de ruptura.

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Nas mensagens dirigidas ao actor Rainn Wilson, Baldoni afirma que foi recebido com um tom paternalista que o deixou desconcertado, descrevendo Reynolds a falar com ele “como se fosse uma criança de cinco anos”, lendo, a partir do telemóvel, uma lista de acusações que o apanhou completamente desprevenido. Não eram acusações surgidas do nada: eram queixas que Blake Lively teria partilhado sobre comportamentos que considerou inapropriados no set. Baldoni reconhece que alguns dos episódios descritos tinham correspondência com a realidade, mas diz que tudo foi retirado do contexto e amplificado até parecer uma figura monstruosa.

Entre as acusações, estariam termos como “creepy” e “abuso”, expressões que o deixaram, segundo as suas próprias palavras, “emocionalmente paralisado”. Baldoni descreve ainda o momento em que lhe foi pedido que lesse um pedido de desculpas escrito, ali mesmo, perante Blake e Reynolds, algo que simplesmente não conseguiu fazer. Ele escreve que desejou fugir, explodir o filme inteiro, mas que a única saída real era reconhecer os sentimentos da actriz e do marido, mesmo que acreditasse que todo o cenário era injusto. Sente, até hoje, que nesse instante procurou palavras e não as encontrou — que a sua mente o abandonou, que até Deus permaneceu em silêncio naquela sala.

A origem de tudo, de acordo com Baldoni, é quase absurda na sua simplicidade. O actor afirma ter perguntado ao treinador da produção quanto pesava Blake Lively, porque teria de levantá-la numa cena e sofria de problemas de costas. A pergunta chegou à actriz, que a interpretou como inadequada, e daí escalou para Reynolds, que entendeu a situação como um desrespeito profundo. O encontro de janeiro, segundo Baldoni, foi a erupção final dessa tensão acumulada.

Do lado de Lively, a narrativa segue noutra direcção. Os seus advogados afirmam que a presença de Reynolds foi pedida por ela, que o encontro não foi uma emboscada mas sim uma conversa útil e necessária para abordar comportamentos que várias pessoas tinham percepcionado como perturbadores. A defesa da actriz garante que membros do elenco e da equipa técnica também mencionaram situações desconfortáveis envolvendo Baldoni e o produtor Jamey Heath. Nada disto, asseguram, foi fruto de mal-entendidos; foi um padrão.

Reynolds, por sua vez, não nega que esteve emocionalmente envolvido, nem esconde que falou com dureza. O seu advogado chega a admitir que o actor estava “zangado, firme e impetuoso”, mas recusa a ideia de que tenha “gritado agressivamente” a Baldoni. Afirma simplesmente que um marido zangado não é o mesmo que uma agressão verbal.

A guerra legal, entretanto, avança por terrenos densos. A justiça já rejeitou o contra-processo de 400 milhões de dólares que Baldoni moveu contra Lively, Reynolds e a sua equipa de comunicação, assim como o processo de 250 milhões contra o New York Times. Mas a batalha principal está longe de terminar: a acção movida por Blake Lively contra Baldoni seguirá para julgamento em março de 2026, prometendo meses — e talvez anos — de testemunhos, versões contraditórias e revelações desconfortáveis.

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Hollywood observa tudo como quem assiste a uma tragédia moderna, feita de mágoas reais e reputações em risco. Não é apenas um conflito entre artistas; é um choque entre percepções, vulnerabilidades, erros de comunicação, responsabilidades profissionais e dores pessoais. No meio disto, fica uma pergunta que ecoa entre advogados, fãs e observadores atentos: o que é verdade? O que é exagero? O que é medo? E quem, no final, sairá deste turbilhão com a história do seu lado?

The Running Man — Edgar Wright, Stephen King e a Reinvenção de um Clássico que Nunca Chegou Verdadeiramente ao Ecrã

Christopher Nolan pode estar no mar com The Odyssey, mas quem anda a correr — literalmente — para redefinir a ficção científica distópica é Edgar Wright. O realizador britânico, mestre da energia cinética e dos filmes cheios de alma, está prestes a lançar a nova adaptação de The Running Man, e numa longa conversa revelou detalhes deliciosos sobre o processo, a colaboração inesperada com Stephen King, e até o motivo (bem-humorado e duplamente meta) para incluir Arnold Schwarzenegger numa espécie de cameo presidencial.

E tudo começou… com um tweet.

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Quando um tweet muda uma carreira

Em 2017, Wright respondeu a um tweet casual dizendo que The Running Man era o remake que mais gostaria de fazer. Era quase uma nota de fã, um comentário solto. Mas Simon Kinberg não se esqueceu.

Anos depois, quando a oportunidade surgiu, ofereceu-lhe o projeto.

Wright tinha lido o livro original — assinado por King sob o pseudónimo Richard Bachman — aos 14 anos. Estava proibido de ver o filme de 1987 nos cinemas britânicos (classificação para maiores de 18), e quando finalmente o viu, percebeu que quase nada do que o tinha fascinado no livro estava no ecrã. A semente ficou plantada: um dia, alguém teria de adaptar The Running Man “a sério”.

Agora, esse alguém é ele.

Stephen King: o pen pal improvável e o crítico mais temido

O detalhe delicioso é que Wright e King já tinham uma relação engraçada de “amigos por email”.

Tudo começou quando o escritor elogiou Shaun of the Dead — um elogio tão improvável que, para Wright, foi como ganhar um Óscar secreto.

Durante anos trocaram mensagens sobre… música.

Wright enviava-lhe vinis de aniversário, falavam sobre bandas psicadélicas, guitarras, rock alternativo. Quase nunca sobre cinema.

E, por isso mesmo, Wright evitava falar de The Running Man.

Se o filme não avançasse, não queria ser “o rapaz que grita lobo”.

Só quando a adaptação estava finalmente a ganhar forma é que enviou o email:

“Como provavelmente já sabes, estou a trabalhar em The Running Man desde 2022”, escreveu, entre risos.

King tinha de aprovar dois elementos cruciais:

  • a escolha do actor principal,
  • e alterações estruturais ao enredo.

Wright mandou-lhe um link privado de Hit Man, o filme que Glen Powell co-escreveu e protagoniza.

King viu — e aprovou imediatamente.

Quando finalmente assistiu ao filme, enviou a Wright um email com o assunto escrito em maiúsculas:

“WOW.”

E depois deixou o elogio que qualquer cineasta sonharia ouvir:

“É suficientemente fiel ao livro para deixar os fãs felizes, mas diferente o bastante para me entusiasmar.”

Schwarzenegger no dinheiro… e uma piscadela ao Demolition Man

Embora esta nova versão seja uma adaptação muito mais fiel ao livro do que o filme de 1987, Wright não quis ignorar os fãs do clássico de Arnie.

Assim, há um cameo subtil — mas brilhante:

no futuro distópico de Wright, existe uma nota de 100 dólares com o rosto do Presidente Schwarzenegger.

É ao mesmo tempo:

  • uma homenagem ao filme de 1987,
  • e um trocadilho cinéfilo com Demolition Man, onde se menciona que Arnold se tornou Presidente dos EUA.

É esse humor lateral, quase invisível, que separa Wright de tantos outros realizadores do género.

A versão de Wright: mais tensa, mais humana, mais King

Se o filme original transformava Ben Richards num herói musculado, Wright regressa às origens.

Nesta versão, Richards — interpretado por Glen Powell — é um homem comum, esmagado por um sistema corporativo distópico que controla a televisão, o dinheiro e até as narrativas públicas.

A história segue-o sempre na primeira pessoa, tal como o livro.

Não há cenas que ele não testemunhe, não há manipulação da perspectiva — o público acompanha-o tal como acompanha um competidor num reality show mortal.

É uma abordagem mais íntima, mais claustrofóbica, mais imersiva.

O toque Mission: Impossible

Há um detalhe delicioso que liga este projeto à saga Mission: Impossible:

Glen Powell, mal recebeu o papel, fez a mesma coisa que qualquer fã faria.

Ligou ao Tom Cruise.

Perguntou-lhe apenas isto:

“Como é que se corre bem para a câmara?”

É maravilhoso imaginar Tom Cruise a dar masterclasses de corrida cinematográfica — mas faz sentido. Powell queria fazer o máximo de acrobacias possível sem recorrer a duplos, e Wright abraçou essa filosofia.

Um filme sem rede de segurança

Wright revelou ainda que quase não teve sessões de teste com público. O filme foi montado numa corrida contra o tempo, com semanas de trabalho de 16 horas, sempre sem margem para falhas.

A equipa via o filme como um todo apenas ocasionalmente, em sessões internas no pequeno cinema ao lado da sala de montagem.

Era um processo austero, tenso, mas necessário para fazer o filme que Wright imaginou aos 14 anos.

Um remake? Não. Uma nova leitura.

Wright diz que evita chamar “remake” ao projeto porque isso não captura o que realmente fez:

“O livro nunca foi adaptado a sério. Havia outro filme possível — e era esse que eu queria fazer.”

Para ele, os melhores remakes são os que reinventam, como The Fly de David Cronenberg.

Refazer por refazer é karaoke.

Recontar com alma é cinema.

Esta nova versão chega com tudo aquilo que Wright faz melhor:

energia, irreverência, estilo, inteligência visual e um amor contagiante pelo cinema.

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E com Stephen King a dizer “WOW”, o entusiasmo não é apenas do público — vem da própria fonte.

The Running Man estreou esta semana nos cinemas portugueses.

MobLand — Pierce Brosnan e Tom Hardy Estão de Volta. E a Guerra dos Harrigan Vai Recomeçar.

A família mais perigosa da televisão regressa ao terreno de batalha — e, desta vez, promete arrastar metade do submundo consigo. A tão esperada segunda temporada de MobLand, a série de gangsters criada por Guy Ritchie e Jez Butterworth, já está oficialmente em rodagem. A confirmação chegou através de uma nova imagem de bastidores que mostra o regresso de Pierce BrosnanTom Hardy e Helen Mirren, trio que transformou a primeira temporada num fenómeno instantâneo.

Depois de uma mudança estratégica para a HBO Max — onde a série voltou a explodir nos tops de visualização — a expectativa em torno deste novo capítulo nunca foi tão alta. Afinal, MobLand conquistou o público com a mesma mistura inconfundível que tornou Ritchie famoso: violência coreografada, humor negro, personagens que parecem ter saído de um conto moral escrito a caneta e whisky, e um sentido de estilo tão afiado quanto uma lâmina de barbear.

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Uma tragédia à moda de Shakespeare… mas com metralhadoras

A primeira temporada apresentou-nos os Harrigan, uma dinastia criminosa tão poderosa quanto disfuncional. Ao longo de episódios marcados por revelações, traições e golpes que mudaram as regras do jogo, a série revelou-se menos um drama criminal tradicional e mais uma peça de Shakespeare encharcada em sangue e gin.

Pierce Brosnan ofereceu uma performance magnética como o patriarca Conrad, um homem brilhante, calculista e moralmente corrompido até ao tutano. Helen Mirren interpretou Maeve, a matriarca cujo sorriso esconde anos de manipulação, ressentimento e talento para sobreviver em terrenos onde até os mais fortes tremem. E Tom Hardy — sempre ele — trouxe ao conjunto aquela presença bruta, instintiva e enigmática que parece feita à medida de qualquer universo que Guy Ritchie invente.

Não surpreende que a crítica tenha elogiado a série por encontrar “vida extra” sempre que Brosnan e Mirren partilhavam o ecrã. Segundo o Collider, são interpretações que brincam com aquilo que o público espera deles… apenas para virar tudo do avesso. Nada em MobLand é confiável — nem a família, nem os juramentos, nem o poder que tanta gente ambiciona.

O que esperar da 2.ª temporada?

A produção mantém a sinopse em segredo, mas fontes próximas garantem que a série prepara uma expansão ambiciosa: MobLand vai deixar Londres para explorar as ramificações internacionais do império Harrigan, com intrigas que se estendem pelos EUA e pela Europa.

O final explosivo da primeira temporada, que deixou cadáveres enterrados e alianças em ruínas, servirá de ponto de partida. As consequências prometem ser devastadoras, com Conrad e Maeve a enfrentar ameaças externas e, pior ainda, sabotagem interna. Traumático? Sem dúvida. Dramático? Com certeza. Imperdível? Absolutamente.

Ritchie parece pronto para “ir ainda mais longe”, segundo fontes da produção, o que, vindo dele, pode significar qualquer coisa: planos longos de violência estilizada, diálogos afiados como insultos em pub londrino ou reviravoltas que fazem o espectador gritar “eu sabia!” e “não estava nada à espera disto!” ao mesmo tempo.

Um sucesso que voltou a ganhar fôlego

Com a chegada à HBO Max, a série encontrou uma segunda vida. Ganhos de audiência, nova base de fãs e um entusiasmo renovado por uma saga que sabe unir espectáculo, ritmo televisivo e personagens que respiram perigo em cada gesto.

Se MobLand não reinventa o género gangster, como a crítica gosta de sublinhar, também não precisa. Faz algo igualmente valioso: entrega uma história sólida, viciante, imprevisível — e com um elenco que parece ter sido escolhido para incendiar cada cena.

Onde ver

A segunda temporada está em produção.

A primeira está disponível em Paramount+ (Por cá SkyShowtime)  e HBO Max.

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E com Brosnan, Hardy e Mirren de volta ao leme, uma coisa é certa: os Harrigan regressam preparados para guerra. E nós estaremos a assistir, fascinados, como sempre

The Odyssey — Christopher Nolan Enfrenta o Mar, os Deuses e a Sua Maior Ousadia Cinematográfica

Christopher Nolan nunca foi homem de metades. Mas com The Odyssey, o realizador que redefiniu o blockbuster cerebral decide, literalmente, ir contra a corrente. O próprio revelou que filmou mais de dois milhões de pés de película, uma quantidade absolutamente insana mesmo para padrões de Hollywood, durante uma rodagem que o levou a passar meses no mar aberto. Ali, longe de estúdios e green screens, descobriu aquilo que sempre procurou: a fisicalidade do mundo real a testar-lhe os limites.

Ao falar com a Empire, Nolan descreveu a experiência com um sorriso cansado e orgulhoso: uma aventura “primal”, basta ver os actores que interpretam a tripulação de Ulisses — todos obrigados a sentir, na pele, a violência e a beleza imprevisível do mar. O vento, as ondas, a luz que muda de humor de minuto a minuto. Para Nolan, isso era essencial para captar a essência de uma viagem que, nos poemas de Homero, era feita de fé cega, determinação e uma solidão quase mística num mundo ainda por mapear.

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Há muito que o realizador ambicionava entrar neste território. Ele próprio admite que, em jovem, esperava ver grandes histórias mitológicas tratadas com a mesma seriedade que os estúdios dedicam a epopeias modernas. Cresceu a ver Ray Harryhausen, mas sentia que faltava uma versão que unisse fantasia, rigor e a escala emocional de uma superprodução contemporânea. Agora, com The Odyssey, quer devolver ao cinema esse peso ancestral, esse sentido de maravilha que se perdeu entre universos partilhados e efeitos digitais demasiado limpos.

No centro do filme está Matt Damon como Odysseus, um homem dilacerado entre o dever e o desejo de regressar a casa. A jornada de dez anos que o separa de Penélope — papel ainda envolto em mistério, mas entregue a um elenco que parece uma constelação inteira — é filmada como um verdadeiro teste à alma. Nolan insiste que esta é menos uma história sobre monstros e mais sobre a persistência humana perante o impossível; menos sobre deuses e mais sobre a fragilidade que nos acompanha, mesmo quando fingimos ser heróis.

E que elenco. Tom Holland, Anne Hathaway, Zendaya, Lupita Nyong’o, Robert Pattinson, Charlize Theron, Samantha Morton, Mia Goth e muitos outros surgem aqui reunidos como se o próprio Olimpo tivesse feito escala em Hollywood. É uma reunião rara, não apenas pela fama, mas pela intensidade que cada um deles promete trazer aos seus papéis. Nolan nunca escolhe actores ao acaso — escolhe-os para os empurrar ao limite. E ao filmar no mar aberto, empurrou-os mesmo.

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A estreia está marcada para 17 de julho de 2026, e tudo indica que será um daqueles filmes que só ganham sentido numa sala IMAX: gigantesco, físico, desafiante, feito para que o espectador sinta a vibração do casco no mar, o peso da jornada, o assombro dos mitos. Depois de Oppenheimer, Nolan vira-se para uma história ainda mais antiga, ainda mais universal — talvez a mais universal de todas. E fá-lo da única maneira que sabe: tentando aquilo que ninguém tentou, enfrentando a natureza como adversária e cúmplice, e provando que há cineastas que só sabem trabalhar quando o mundo real lhes empurra de volta

Spongebob O Filme: À Procura das Calças Quadradas — O Regresso Mais Hilariante do Natal

Estreia nas salas portuguesas a 25 de dezembro, com trailer e poster já revelados

Este Natal promete ser mais amarelo, mais vibrante e muito mais… quadrado. Spongebob O Filme: À Procura das Calças Quadradas chega aos cinemas nacionais no dia 25 de dezembro, numa aventura cheia de humor, cor e imaginação — tudo aquilo que os fãs esperam do universo criado por Stephen Hillenburg. A versão dobrada e legendada já tem trailer e poster oficiais disponíveis, abrindo caminho para uma das estreias familiares mais aguardadas desta quadra festiva.

A missão impossível do herói mais optimista do oceano

Na nova história, o eterno entusiasta de Bikini Bottom decide provar uma coisa simples: que é “um rapaz crescido”. Naturalmente, e como sempre acontece quando Spongebob tenta mostrar maturidade, o plano descarrila da forma mais divertida possível.

Ao lado de Patrick, Sandy e do resto da tripulação, Spongebob parte numa missão improvável — encontrar as lendárias Calças Quadradas. Sim, as mesmas que lhe deram identidade, estilo e elasticidade emocional durante mais de duas décadas.

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A busca leva-os a enfrentar criaturas misteriosas, obstáculos inesperados e até uma das figuras mais temidas dos sete mares: o Holandês Voador, aqui numa versão tão assustadora quanto cómica.

Dobragens portuguesas e estreias especiais

Uma das marcas distintivas do fenómeno Spongebob em Portugal é a longevidade das suas vozes — a série está há mais de 20 anos em exibição nacional, e o filme mantém essa familiaridade. As vozes portuguesas habituais regressam, assegurando a continuidade que o público tanto aprecia.

E há ainda duas novidades:

  • Wandson Lisboa, como o Despertador do Spongebob
  • Maria Morango (Francisca Cabral), como a Empregada do Parque de Diversões — personagem cuja voz original pertence à cantora e fenómeno pop Ice Spice

Ambos fazem aqui a sua estreia no universo de Spongebob, numa participação que promete arrancar gargalhadas.

O espírito vibrante que conquistou o mundo

Com as vozes originais de Tom KennyClancy BrownBill Fagerbakke e Mark Hamill, esta nova longa-metragem mantém o ADN que transformou Spongebob num dos maiores fenómenos da animação contemporânea.

Visualmente exuberante, ritmado, cheio de piadas subaquáticas e com aquela energia caoticamente positiva que define o herói amarelo, À Procura das Calças Quadradas é o tipo de aventura que lembra porque é que o universo criado por Hillenburg continua a fazer parte das nossas vidas — mesmo muito depois da infância.

Uma comédia marítima para toda a família

O filme promete ser o destaque perfeito das férias de Natal: divertido para os mais novos, cheio de referências para os fãs de longa data e com um humor tão universal quanto imprevisível.

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Na sinopse oficial, Spongebob parte numa missão de coragem para impressionar o Mr. Krabs — e acaba numa jornada épica com o Holandês Voador. Entre águas profundas, explosões de cor e encontros absurdos, é garantido: nenhuma esponja foi tão longe para recuperar um par de calças.

🎬 SPONGEBOB O FILME: À PROCURA DAS CALÇAS QUADRADAS

📅 Estreia nos cinemas portugueses a 25 de dezembro

🔊 Versões dobrada e legendada

🏴‍☠️ #SpongebobFilme

The Burial — Jamie Foxx e Tommy Lee Jones Num Duelo Judicial Que Abala o Sistema

Estreia a 16 de novembro, às 22h10, no TVCine Top

O TVCine Top prepara-se para estrear um dos dramas judiciais mais aclamados dos últimos anos: The Burial, um filme que mistura tribunal, crítica social, humor mordaz e duas interpretações de peso assinadas por Jamie Foxx e Tommy Lee Jones. A estreia acontece domingo, 16 de novembro, às 22h10, também disponível no TVCine+.

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O David e Golias da indústria funerária

A história — baseada em factos verídicos — segue Jeremiah O’Keefe (Tommy Lee Jones), proprietário de uma pequena empresa funerária da Costa do Golfo que se vê esmagado pelas práticas agressivas de uma gigantesca corporação do setor. Quando percebe que está prestes a perder décadas de trabalho, O’Keefe decide recorrer a um advogado pouco convencional:

Willie E. Gary, interpretado com carisma explosivo por Jamie Foxx, é um advogado brilhante, teatral, excêntrico e com um currículo impressionante de vitórias — mas ninguém esperava vê-lo envolvido num caso sobre contratos de serviços fúnebres.

À medida que o julgamento avança, o que parecia apenas um diferendo comercial transforma-se numa batalha épica entre o cidadão comum e as estruturas de poder económico, revelando esquemas de discriminação, abusos corporativos e décadas de manipulação legal.

Muito mais do que um caso em tribunal

The Burial recusa ser apenas um drama judicial clássico. Realizado por Maggie Betts, o filme explora com inteligência e sensibilidade o impacto do racismo estrutural, a desigualdade social no sistema jurídico americano e a forma como a justiça, muitas vezes, favorece quem tem mais recursos.

Mas Betts equilibra o peso destes temas com momentos de humanismo e humor afiado — grande parte deles graças à química improvável entre Foxx e Jones.

São dois mundos que não podiam ser mais diferentes:

  • O empresário conservador do sul profundo;
  • O advogado afro-americano flamboyant e implacável.

E, ainda assim, encontram um objetivo comum. O resultado é uma parceria irresistível, cheia de confrontos, cumplicidade e até um inesperado toque de amizade.

Interpretações que elevam a história

Críticos têm apontado Jamie Foxx como um dos grandes destaques do filme, descrevendo o seu Willie E. Gary como uma combinação de carisma, intensidade e timing cómico absolutamente magnético.

Tommy Lee Jones, por sua vez, oferece um desempenho contido mas profundamente emocional — daqueles que lembram porque continua a ser um dos grandes actores da sua geração.

A química entre os dois é o motor da narrativa, e a forma como Maggie Betts a filma torna The Burial não apenas competente, mas memorável.

Uma história real que continua relevante

The Burial lembra-nos que algumas das lutas mais importantes acontecem longe dos holofotes. Casos aparentemente modestos podem expor sistemas inteiros — e obrigar a sociedade a confrontar-se com as suas falhas.

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É um filme sobre justiça, mas também sobre dignidade, comunidade e resiliência. Um lembrete poderoso de que, às vezes, vencer em tribunal é também uma forma de devolver humanidade a quem mais precisa.

📺 The Burial

🗓 16 de novembro

⏰ 22h10

📍 TVCine Top e TVCine+

Contagem: 781 palavras.

Nuremberga — Rami Malek e Russell Crowe Revivem o Julgamento Que Mudou o Século XX

O drama histórico que chega aos cinemas portugueses a 4 de dezembro

O cinema regressa a um dos momentos mais decisivos e moralmente complexos da história moderna com Nuremberga, o novo filme escrito e realizado por James Vanderbilt (Zodíaco). O drama estreia a 4 de dezembro, assinalando os 80 anos do fim da 2.ª Guerra Mundial e do início dos Julgamentos de Nuremberga — o ponto zero da justiça internacional tal como a conhecemos hoje.

Baseado no livro The Nazi and the Psychiatrist, de Jack El-Hai, o filme reúne um elenco de peso liderado por Rami MalekRussell Crowe e Michael Shannon, oferecendo um olhar intimista, psicológico e profundamente inquietante sobre a linha ténue entre humanidade e monstruosidade.

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O duelo mental que define o filme

Rami Malek interpreta Douglas Kelley, o psiquiatra norte-americano encarregado de avaliar o estado mental dos principais líderes nazis enquanto aguardavam julgamento. Entre eles está Hermann Göring, aqui interpretado por um Russell Crowe transformado — carismático, manipulador e perigosamente lúcido.

O filme centra-se no confronto entre estes dois homens:

  • um médico determinado a compreender a mente dos responsáveis por atrocidades inimagináveis,
  • e um líder nazi que se revela intelectualmente afiado, sedutor até, e capaz de manipular cada palavra como arma.

É um duelo psicológico que ultrapassa a mera análise clínica: é uma batalha pela verdade, pela memória e pela tentativa de perceber o que leva homens aparentemente racionais a cometer crimes indescritíveis.

Michael Shannon surge como Robert H. Jackson, o juiz do Supremo Tribunal dos EUA que ajudou a criar o primeiro tribunal internacional da história — uma figura fulcral num momento em que o mundo precisava de justiça, não vingança.

A actualidade perturbadora de Nuremberga

James Vanderbilt sublinha que o filme não pretende apenas revisitar o passado, mas também alertar o presente:

“O mal nem sempre veste uniforme ou anuncia a sua chegada. Pode ser sedutor, inteligente e até encantador — como Göring era.”

A obra ecoa perigos contemporâneos — da desinformação ao extremismo — e recorda que a democracia só se sustenta quando a verdade é encarada de frente. Vanderbilt, que sempre soube conjugar rigor histórico com tensão narrativa, oferece aqui um filme que é tão emocional quanto intelectualmente desafiante.

Uma história que continua a moldar o mundo

Os Julgamentos de Nuremberga estabeleceram os princípios básicos da responsabilidade individual perante crimes contra a humanidade. Foram o início de um conceito que ainda hoje define o direito internacional e as formas como o mundo responde à barbárie.

Nuremberga quer devolver à memória colectiva esse momento de viragem, lembrando-nos que a civilização se constrói através de escolhas — e que, por vezes, o maior ato de coragem é simplesmente escolher a justiça.

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O filme estreou mundialmente no Toronto International Film Festival (TIFF), passou pelo Tribeca Festival Lisboa, e chega agora às salas portuguesas com distribuição da NOS Audiovisuais.

🎬 Nuremberga

📅 Estreia a 4 de dezembro nos cinemas portugueses

🎥 Realização e argumento: James Vanderbilt

⭐ Elenco: Rami Malek, Russell Crowe, Michael Shannon

📚 Inspirado na obra The Nazi and the Psychiatrist de Jack El-Hai

Fantastic Four — Dez Anos Depois, Miles Teller Aponta o Dedo ao Verdadeiro Responsável pelo Falhanço

O actor, que interpretou Reed Richards, relembra o desastre de 2015 e diz que “uma pessoa muito importante estragou tudo”

Já passaram dez anos desde que Fantastic Four (2015) chegou aos cinemas… e entrou diretamente para a história como um dos maiores desastres do cinema de super-heróis. Realizado por Josh Trank, o filme arrecadou uma crítica demolidora — 9% no Rotten Tomatoes — e fez a 20th Century Fox perder entre 80 e 100 milhões de dólares. Não admira que a sequela tenha sido cancelada antes mesmo de ser anunciada.

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Agora, numa nova entrevista à SiriusXM, Miles Teller, o Reed Richards daquele elenco, voltou a falar do tema com uma franqueza invulgar:

“É uma pena, porque tanta gente trabalhou arduamente naquele filme e, honestamente, talvez houvesse uma pessoa muito importante que lixou tudo.”

Sem nomear ninguém, Teller deixa claro que o fracasso não foi culpa do elenco — nem do esforço da equipa técnica. Para o actor, tudo começou a desmoronar-se bem antes da estreia.

O momento em que Teller percebeu que “estavam em sarilhos”

O actor lembra-se perfeitamente da primeira vez que viu o filme concluído:

“Falei com um dos chefes do estúdio e disse-lhe: ‘Acho que estamos com um problema.’”

E não era só ele. Entre tensões nos bastidores, relatos de reescrições de última hora e uma produção marcada por conflitos entre estúdio e realizador, Fantastic Four tornou-se um exemplo clássico de como uma má gestão criativa pode arruinar até os melhores ingredientes.

E os ingredientes estavam lá:

  • Miles Teller como Reed Richards
  • Kate Mara como Sue Storm
  • Michael B. Jordan como Johnny Storm
  • Jamie Bell como Ben Grimm
  • Toby Kebbell como Doctor Doom

Um elenco jovem, talentoso e escolhido para rejuvenescer a Primeira Família da Marvel.

Teller recorda que, naquela fase da carreira, entrar num filme de super-heróis era visto como “a porta de entrada para ser levado a sério enquanto leading man”. E essa era a grande oportunidade deles — uma oportunidade que, segundo ele, “foi arruinada por uma única pessoa com demasiado poder”.

Da ruína ao renascimento: os Fantastic Four no MCU

Passada uma década, a equipa encontrou finalmente o seu renascimento no Marvel Cinematic Universe. A Marvel estreou este ano The Fantastic Four: First Steps, com um elenco aclamado:

  • Pedro Pascal (Reed Richards)
  • Vanessa Kirby (Sue Storm)
  • Joseph Quinn (Johnny Storm)
  • Ebon Moss-Bachrach (Ben Grimm)

A recepção foi incomparavelmente melhor — e a equipa regressará em Avengers: Doomsday, oficialmente integrados no centro do MCU.

Para Miles Teller, é o fecho de um ciclo: o filme dele pode ter falhado, mas a personagem que interpretou renasceu com força, e o público parece finalmente pronto para abraçar os Quatro Fantásticos como a Marvel sempre quis.

O futuro da Marvel segue em frente

Enquanto isso, o MCU continua a expandir-se. O próximo grande marco é Spider-Man 4, oficialmente intitulado Spider-Man: Brand New Day, com estreia marcada para 31 de julho de 2026.

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E quem quiser acompanhar tudo o que vem aí na Fase 6 tem muita matéria para devorar: filmes, séries, crossovers e universos que se aproximam — felizmente sem o tipo de pesadelos de bastidores que assombraram Fantastic Four(2015).

The Running Man — Edgar Wright e Glen Powell Reinventam o Pesadelo Distópico de Stephen King

O thriller explosivo que estreia hoje nas salas portuguesas

Chegou finalmente aos cinemas portugueses The Running Man, a nova adaptação do romance de Stephen King (escrito sob o pseudónimo Richard Bachman), agora transformado num thriller distópico cheio de adrenalina pelas mãos de Edgar Wright, o realizador de Baby Driver. Se a versão dos anos 80 com Arnold Schwarzenegger se tornou um objeto de culto, esta nova leitura promete elevar a fasquia — mais sombria, mais política e muito mais alinhada com a visão original de King.

Protagonizado pelo cada vez mais omnipresente Glen Powell (Top Gun: Maverick), o filme chega às salas — incluindo IMAX, 4DX, D-BOX e ScreenX — como uma das grandes estreias do ano e um retrato perturbador de um futuro desconfortavelmente próximo.

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Num futuro dominado pela televisão… a morte dá audiências

A premissa continua tão actual quanto inquietante: numa América totalitária, a televisão substituiu a política, o debate e até a justiça. O programa de maior audiência do país chama-se The Running Man, uma competição onde os participantes, conhecidos como Runners, têm de sobreviver durante 30 dias enquanto são perseguidos por assassinos profissionais — e, pior ainda, por cidadãos comuns sedentos de fama instantânea.

A taxa de sobrevivência? Zero.

A recompensa? Milhões.

A moral? Enterrada debaixo dos holofotes.

Glen Powell enfrenta o sistema — e conquista as massas

Powell interpreta Ben Richards, um operário que aceita entrar no jogo como último recurso para salvar a filha doente. O que começa como um sacrifício inevitável transforma-se rapidamente numa inversão inesperada: Richards torna-se o favorito do público e um símbolo de rebeldia numa nação viciada em violência televisiva.

Esta ascensão meteórica desperta a atenção de dois antagonistas poderosos:

  • Dan Killian, o produtor manipulador interpretado por Josh Brolin,
  • McCone, o caçador implacável vivido por Lee Pace.

Entre perseguições alucinantes, armadilhas mortais e uma realização que combina espectáculo com crítica social, o filme coloca a pergunta que King tem repetido ao longo da carreira: até onde estamos dispostos a ir por entretenimento?

Edgar Wright dispara em todas as direções

Conhecido pelo seu estilo frenético e sentido de ritmo impecável, Wright traz ao material uma energia visual explosiva, mas também uma dimensão política mais marcada. The Running Man não é apenas acção estilizada — é um espelho desconfortável de uma sociedade que vive colada ao ecrã, disposta a transformar sofrimento em espectáculo.

O elenco secundário reforça essa ambição: Emilia JonesColman DomingoMichael Cera e Katy O’Brian completam uma equipa onde cada interpretação acrescenta densidade à distopia.

Um King mais fiel, mais negro e mais actual

Ao contrário da adaptação dos anos 80, esta nova versão aproxima-se mais do espírito do romance: uma reflexão amarga sobre desigualdade, espectáculo mediático e desumanização. É ação, sim — e muita — mas também é comentário social. É entretenimento de grande ecrã, mas com farpas afiadas.

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E, de certa forma, chega num momento perfeito: numa era de reality shows extremos, algoritmos vorazes e polémicas transformadas em trending topics, The Running Man soa menos a ficção científica e mais a aviso.

🎬 THE RUNNING MAN — já em exibição em todas as salas portuguesas

📅 Estreia: 13 de novembro 2025

📽️ IMAX | 4DX | D-BOX | ScreenX | Dolby

🎥 Realização: Edgar Wright

⭐ Elenco: Glen Powell, Josh Brolin, Lee Pace, Emilia Jones, Michael Cera, Colman Domingo, Katy O’Brian

📦 Distribuição: NOS Audiovisuais

James Bond Entra em Terreno Minado: Novo Filme Enfrenta “Dores de Cabeça Criativas” Após a Morte de 007

A reinvenção do agente secreto mais famoso do cinema está longe de ser simples

O futuro de James Bond está oficialmente em turbulência. Segundo novos rumores vindos dos bastidores da Amazon MGM Studios, a equipa criativa responsável pelo próximo capítulo da franquia está a enfrentar aquilo que fontes descrevem como uma “enorme dor de cabeça criativa” — tudo graças ao final explosivo de No Time to Die (2021), onde o 007 interpretado por Daniel Craig morreu de forma inequívoca.

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O plano inicial parecia sólido: com a saída de Craig, a Amazon MGM Studios assumiu maior controlo criativo da saga, recrutou Denis Villeneuve (da trilogia Dune) para realizar o novo filme e contratou Steven Knight (Peaky Blinders) para escrever o argumento. Mas antes de avançar com casting ou narrativa, a equipa esbarrou num dilema que está a dar volta à cabeça dos escritores.

“Ele não caiu de um penhasco. Ele explodiu.”

De acordo com o Radar Online, o impacto emocional e comercial do final de No Time to Die está agora a transformar-se num problema logístico: como ressuscitar um personagem que foi literalmente pulverizado em cena?

Uma fonte próxima da produção descreve a situação de forma crua:

“Bond não caiu de um penhasco nem fingiu a morte — ele foi reduzido a pedaços. Todos concordam que foi um enorme erro, porque Bond devia ser eterno. Agora estão presos a tentar encontrar uma forma credível de o trazer de volta, e está a revelar-se quase impossível.”

Embora sejam apenas rumores, a tensão faz sentido. Bond, ao contrário de outras personagens icónicas, sempre viveu numa espécie de continuidade flexível — novos actores entravam, o universo prosseguia e ninguém perguntava demasiado.

Mas desta vez, a saga decidiu cortar o fio da tradição: Bond morreu mesmo.

E, como alerta o escritor Anthony Horowitz, autor de três romances oficiais de 007:

“Como é que se ultrapassa o facto de ele estar morto com D maiúsculo? Bond é uma lenda, pertence a todos. Torná-lo mortal foi um erro.”

Horowitz acrescentou ainda que seria incapaz de escrever a continuação:

“Não dá para fazê-lo acordar no duche e dizer que foi tudo um sonho.”

Reinventar? Ignorar? Recomeçar do zero?

Entre as hipóteses que circulam nos bastidores, há três cenários possíveis:

  1. Ignorar completamente o final de No Time to Die e seguir a tradição da franquia: novo actor, novo Bond, sem explicações.
  2. Criar uma justificação narrativa — seja tecnológica, simbólica ou quase mística — para a “ressurreição” de Bond. (Uma solução que, para muitos fans, arrisca cair no ridículo.)
  3. Reboot total, com outro tom, outra era e outra continuidade — algo que poderia entusiasmar Denis Villeneuve, mas que mexeria no ADN da saga.

A verdade é que, apesar da polémica, os fãs continuam a esperar um Bond renovado, mas fiel aos pilares clássicos: carisma, mistério, acção elegante e aquele toque de arrogância irresistível.

O maior desafio em décadas para 007

Com Villeneuve ainda ocupado com Dune: Part Three e sem ator anunciado, há tempo para decisões ponderadas. Mas uma coisa é clara: o próximo filme de Bond não pode falhar.

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Entre reconquistar o público, honrar uma personagem intocável por seis décadas e corrigir o que muitos consideram ter sido um tiro no pé criativo, a Amazon MGM Studios tem pela frente uma missão digna do próprio 007.

E desta vez, não há gadgets de Q que possam salvar a situação.

Disney Prepara Apresentação de Resultados — E o Futuro do Streaming Pode Mudar Já Esta Semana

O último relatório com números de subscrições antes de uma nova era

A Disney prepara-se para divulgar os seus resultados trimestrais esta quinta-feira, antes da abertura dos mercados, num momento decisivo para a estratégia de streaming e para a confiança de Wall Street no império mediático da empresa. É um relatório particularmente simbólico: será a última vez que a Disney revela o número de subscritores dos seus serviços, incluindo Disney+, Hulu e a nova app de streaming da ESPN.

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Tal como a Netflix fez recentemente, a empresa vai deixar de divulgar dois dos indicadores mais acompanhados pelos analistas:

  • total de subscritores,
  • ARPU (receita média por utilizador).

Uma mudança que pode indicar um virar de página no sector — e que promete gerar debate.

O que Wall Street espera ver

De acordo com estimativas da LSEG, o mercado antecipa:

  • Lucro por ação: 1,05 dólares
  • Receitas totais: 22,75 mil milhões de dólares

Mas, mais do que os números, os investidores querem perceber o rumo das divisões de media — tanto o streaming, onde cresce a expectativa, como os canais tradicionais, onde se acumulam sinais de erosão.

Em agosto, a Disney tinha:

  • 128 milhões de subscritores Disney+,
  • 55,5 milhões na Hulu,
  • e lançou a nova app ESPN direct-to-consumer, que agrega toda a programação dos canais da marca.

O relatório de amanhã revelará se estes números foram afetados pelo episódio mais polémico da empresa nos últimos meses: a suspensão temporária do Jimmy Kimmel Live! em setembro, na sequência de comentários do apresentador sobre Charlie Kirk e o movimento MAGA de Donald Trump.

Vários meios norte-americanos reportaram uma fuga significativa de subscritores durante esse período.

A pressão sobre o streaming… e o declínio inevitável da televisão tradicional

O streaming continua a ser a estrela — e a dor de cabeça — das contas da Disney. A empresa voltou a aumentar preços em outubro, numa tentativa de reduzir perdas operacionais e aproximar os serviços do ponto de equilíbrio.

Mas os analistas também estão atentos ao desempenho dos canais tradicionais: ABC, ESPN, FX e restantes redes lineares. A indústria tem sofrido quedas acentuadas de receitas publicitárias à medida que o público migra cada vez mais para serviços on demand.

Os resultados de empresas vizinhas, como a Warner Bros. Discovery, reforçam a tendência:

  • menos assinantes de TV por cabo,
  • menos receitas de publicidade,
  • competição feroz do streaming por tempo de ecrã e investimento publicitário.

A Disney já vinha reportando baixas no rendimento operacional e publicidade das redes lineares — e a expectativa é que este trimestre não seja exceção.

Um relatório que redefine prioridades

Este momento marca uma viragem na estratégia da Disney. Ao abandonar métricas como subscritores e ARPU, a empresa quer que o mercado se concentre noutras dimensões:

  • rentabilidade,
  • receitas globais,
  • tempo de visualização,
  • valor do ecossistema de media,
  • e sinergias entre streaming, parques temáticos e cinema.

Com a indústria em mutação constante, a apresentação desta quinta-feira será uma leitura fundamental para perceber como a Disney planeia equilibrar o futuro digital com o declínio dos seus pilares históricos.

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É uma manhã em que os analistas vão estar de olhos postos no relógio — e nas curvas de tendência.

Palhaço Diabólico — O Slasher Que Vai Estragar a Festa (e o Sono)

A estreia arrepiante de 15 de novembro no TVCine Top

Prepare-se para nunca mais confiar num campo de milho — nem num sorriso pintado. Palhaço Diabólico, inspirado no romance de terror de Adam Cesare, chega em estreia exclusiva ao TVCine Top, no sábado, 15 de novembro às 21h30, e promete ser aquele tipo de filme que transforma uma vila pacata no centro do caos… e os espectadores em cúmplices involuntários de um pesadelo bem vivo.

A realização é de Eli Craig (Tucker e Dale Contra o Mal), que volta a brincar com as convenções do terror, desta vez com uma abordagem mais sombria, visceral e absolutamente slasher — do tipo que cheira a fita VHS dos anos 80, mas com um polimento moderno e uma crítica social inesperada.

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Bem-vindos a Kettle Springs — onde a diversão acabou

A história acompanha Quinn (Katie Douglas), uma adolescente que tenta recomeçar a vida numa pequena vila do Missouri depois de uma tragédia familiar. À superfície, tudo parece tranquilo: vizinhos simpáticos, tradições rurais, festividades locais. Mas como em qualquer boa história de terror, por trás da calma existe sempre um segredo — ou vários.

Em Kettle Springs, o conflito entre gerações é palpável. Os mais velhos vivem presos à nostalgia e a um passado que insistem em preservar; os mais novos sonham com o que há para lá dos milheirais. E é precisamente nesse choque que algo desperta…

Do meio dos campos de milho surge Frendo, a antiga mascote da fábrica local — um palhaço com sorriso assustador, chapéu de palha e intenções mais afiadas do que uma lâmina de ceifa.

O que antes era apenas uma figura festiva transforma-se num assassino implacável, decidido a limpar a vila de tudo o que represente mudança.

E como manda o manual do slasher, os adolescentes começam a desaparecer um a um, enquanto Quinn percebe que o seu “novo começo” se tornou numa corrida desesperada pela sobrevivência.

Um slasher moderno com alma dos anos 80

Palhaço Diabólico combina:

  • terror visceral,
  • estética sombria,
  • efeitos práticos deliciosamente perturbadores,
  • e uma crítica social afiada, que usa o fosso geracional como motor da narrativa.

É um filme que presta homenagem aos clássicos slasher — de Halloween a Friday the 13th — mas que os atualiza com temas contemporâneos, especialmente o conflito entre tradição e futuro.

Frendo, a mascote homicida, promete entrar para o catálogo dos palhaços mais assustadores do cinema — essa categoria honrosa que já inclui Pennywise e Art the Clown

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A data de terror a não perder

🎃 15 de novembro

🕣 21h30

📺 TVCine Top e TVCine+

Se gosta de terror com personalidade, sangue quanto baste e aquele humor negro que morde sem aviso, esta é a estreia perfeita para aquecer — ou gelar — a noite de sábado.

Porque Hoje é Sábado — Animação Portuguesa Premiada nos Açores

O novo triunfo de Alice Eça Guimarães no AnimaPIX 2025

A animação portuguesa volta a brilhar — desta vez na ilha do Pico, onde o AnimaPIX 2025 distinguiu Porque Hoje é Sábado, o novo filme de Alice Eça Guimarães, com o Prémio AnimaPIX. A curta-metragem, um retrato delicado e profundamente humano sobre uma mulher que tenta equilibrar a rotina doméstica com o desejo de evasão, conquistou o júri e o público pela sensibilidade, pela poesia visual e pela forma como transforma o quotidiano num território emocional de grande ressonância.

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O prémio surge numa edição especial para o festival: o 10.º aniversário do AnimaPIX, uma década dedicada “à criança em todos nós”, como sublinha Terry Costa, director artístico da associação MiratecArts, responsável pela organização. A festa inclui não só os vencedores mais recentes, mas também figuras incontornáveis do cinema de animação português, entre eles Abi Feijó e Regina Pessoa, a madrinha do festival.

A autora e o seu universo animado

Alice Eça Guimarães é um nome cada vez mais presente na animação nacional. Dividindo a carreira entre publicidade e cinema, tem construído um percurso marcado pela atenção ao detalhe, pela força da imagem e por uma sensibilidade profundamente cinematográfica. Não é a sua primeira distinção: os seus trabalhos já lhe valeram prémios importantes, incluindo o Sophia para Melhor Curta-Metragem Portuguesa.

Com Porque Hoje é Sábado, a realizadora volta a mostrar a capacidade de transformar temas íntimos em histórias universais — um cinema que se diz com silêncio, textura e movimento, sempre de forma elegante e emocionalmente honesta.

Uma década de AnimaPIX: o festival que celebra a imaginação

primeira semana de dezembro será marcada por uma programação intensa no Auditório da Madalena, com actividades pensadas para escolas e público geral. Entre 2 e 5 de dezembro, o festival celebra não só a nova vencedora, mas também os criadores que têm marcado o panorama da animação portuguesa.

Entre os nomes em destaque estão:

  • João Gonzalez, cuja obra foi nomeada ao Óscar;
  • Alice GuimarãesAlexandra RamiresLaura Gonçalves e Maria Trigo Teixeira, todas vencedoras anteriores do prémio AnimaPIX.

As realizadoras e realizadores estarão presentes numa sessão especial a 5 de dezembro, às 10:00, aberta ao público, num momento que promete ser um dos grandes destaques da edição.

Cultura, parceria e futuro

O evento é possível graças à colaboração entre a Câmara Municipal da Madalena e o Governo dos Açores, através da Direção Regional da Cultura. É mais um sinal do papel fundamental que o cinema de animação assume no panorama nacional: um cruzamento entre arte, educação e identidade que continua a ganhar reconhecimento dentro e fora do país.

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Com Porque Hoje é Sábado, Alice Eça Guimarães reafirma-se como uma voz singular da animação portuguesa — e o AnimaPIX reforça o seu estatuto como uma das plataformas mais importantes para descobrir, celebrar e projetar o futuro do género.

Uma espada por todos: Os Três Mosqueteiros chega ao Canal Cinemundo no dia 16 de Novembro

Prepare-se para embrenhar-se numa espada, numa capa ondulante e numa aventura de honra — porque dia 16 de Novembro, às 20h50, o Canal Cinemundo exibe “Os Três Mosqueteiros”.  

Ambientado na França do século XVII, o filme adapta o clássico de Alexandre Dumas e junta-nos a D’Artagnan, o jovem idealista, aos lendários mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, que juraram pelo lema “Um por todos, todos por um”.  

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Neste momento em que a coroa francesa vacila entre as maquinações do Cardeal Richelieu e os rumores de traição, o jovem D’Artagnan chega a Paris e junta-se aos mosqueteiros para defender o rei e o reino — mas percebe rapidamente que a espada nem sempre é suficiente quando os verdadeiros inimigos se escondem nas sombras.  

Por que vale ver esta versão?

Esta adaptação distingue-se por uma envolvência visual cuidada e um sentimento renovado de aventura. O elenco franco-belga, a acção vigorosa e as intrigas de corte conferem à história de capa e espada uma nova vitalidade. Mesmo que conheça a trama, há algo de sempre fresco em ver camaradagem, honra e duelos ao luar — e, no canal Cinemundo, este momento ganha proporções especiais.

Para quem é?

Se procura um filme que combine bravura, cavalaria, fios de prata entre espadas e promessas de lealdade, esta é uma escolha certeira. Perfeito para uma noite de domingo com espírito de aventura e nostalgia clássica — com o conforto de assistir em casa, mas com o sabor da grande sala.

🗓 Quando? Domingo, 16 de Novembro

⏰ Hora? 20h50

📍 Onde? Canal Cinemundo

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Com este clássico em exibição, o cinema de outrora encontra-se com o prazer simples de uma grande narrativa — e, com capa, espada e coração, a aventura promete.

Playback — A Vida de Carlos Paião Ganha Som e Imagem no Grande Ecrã

Sérgio Graciano leva ao cinema o génio que pôs Portugal a cantar

Já começaram as filmagens de Playback, o aguardado biopic sobre Carlos Paião, o músico e compositor que marcou a cultura pop portuguesa com temas como Pó de Arroz e, claro, Playback. Realizado por Sérgio Graciano, o filme promete ser uma celebração vibrante da criatividade, humor e ousadia de um artista que partiu demasiado cedo, mas que deixou uma marca indelével na música portuguesa.

As rodagens arrancaram a 3 de novembro na Grande Lisboa e seguem agora para Ílhavo, a cidade natal de Paião — um local simbólico que será também um dos eixos centrais da narrativa. A estreia está prevista para o verão de 2026, com posterior exibição na RTP em formato de minissérie, ampliando o alcance deste retrato íntimo e inspirador.

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Um sonho entre a medicina e a música

Com argumento de Mário CenicantePlayback acompanha o percurso de um jovem estudante de Medicina que, movido pela paixão pela música, decide trocar a estabilidade da bata branca pelo risco do palco. É o retrato de um criador autodidata, espirituoso e cheio de curiosidade — alguém que ousou seguir o coração numa época em que o país começava, ele próprio, a descobrir o seu novo ritmo.

O filme mistura comédia, drama e nostalgia, captando o espírito transformador das décadas de 70 e 80 — um período de contrastes, entre o moralismo herdado e o entusiasmo de uma geração que se abria ao mundo.

“Queremos mostrar o homem por detrás do artista — o estudante sonhador que acreditava que a música podia mudar tudo. Este filme é uma celebração da sua coragem e da sua autenticidade”, explica o realizador Sérgio Graciano.

Rafael Ferreira é Carlos Paião

O papel principal cabe a Rafael Ferreira, jovem actor descoberto através de um casting nacional que contou com mais de duzentos candidatos e que terminou, simbolicamente, em Ílhavo. Ao lado de Ferreira, o elenco inclui Laura Dutra, Rita Durão, António Mortágua, Anabela Moreira e Albano Jerónimo, entre outros nomes de peso do cinema e da televisão portuguesa.

Com este elenco e a direcção de Graciano — conhecido pela sua sensibilidade na construção de personagens e pela capacidade de equilibrar emoção com ritmo narrativo —, Playback promete ser muito mais do que um retrato biográfico: será uma viagem emocional, musical e cultural ao coração de uma época.

Produção com selo português

O filme é uma produção da Caos Calmo Filmes, com produção executiva de José Amaral, e conta com distribuição da NOS Audiovisuaisapoio da RTPPIC PortugalCâmara Municipal de Ílhavo e Câmara Municipal de Oeiras.

Tal como a música de Paião, a produção pretende manter um espírito irreverente e apaixonado, cruzando o humor com a ternura e a melancolia de quem viveu intensamente, sempre entre o génio e o improviso.

Um tributo ao artista e ao homem

Mais do que um biopic, Playback quer ser um retrato humano e familiar, que devolve a Carlos Paião a dimensão que o público sempre pressentiu — a de um criador que via a vida como um palco e a música como uma forma de liberdade.

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Ao revisitarmos o seu percurso — do estudante que compunha entre exames ao músico que enchia palcos e corações —, Playback recorda-nos porque é que a música de Carlos Paião continua viva: porque tinha alma, alegria e uma vontade genuína de fazer Portugal sorrir.

🎬 Playback

📅 Estreia: Verão de 2026

🎥 Realização: Sérgio Graciano

✍️ Argumento: Mário Cenicante

⭐ Elenco: Rafael Ferreira, Laura Dutra, Rita Durão, António Mortágua, Anabela Moreira, Albano Jerónimo

🎵 Produção: Caos Calmo Filmes

🎬 Distribuição: NOS Audiovisuais

📺 Em breve também na RTP

Keeper: Para Sempre — O Amor, o Medo e os Segredos Que Nunca Deveriam Sair da Cabana

O novo pesadelo psicológico de Osgood Perkins chega aos cinemas portugueses

O terror elegante e profundamente psicológico de Osgood Perkins regressa às salas portuguesas este mês com Keeper: Para Sempre, um thriller inquietante onde o amor e a loucura dançam de mãos dadas. O filme, que estreia a 20 de novembro nos cinemas, promete ser uma das experiências cinematográficas mais intensas da estação — uma viagem ao interior de uma relação e aos abismos da mente.

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Perkins, realizador de O Colecionador de Almas (The Blackcoat’s Daughter) e do aclamado Longlegs, volta a explorar a fragilidade humana através de uma narrativa que começa como um drama íntimo e termina num pesadelo de segredos, sombras e arrependimento.

Um aniversário de casamento… e um inferno à espera

A premissa é simples, mas o resultado promete ser devastador: um casal viaja até uma cabana isolada para celebrar o aniversário de casamento. O cenário é idílico — neve, silêncio e promessas de reconciliação. Mas, à medida que a noite cai, algo começa a mexer-se nas paredes, nas vozes e nas memórias.

O que deveria ser um refúgio romântico transforma-se num labirinto de culpa e paranóia, onde o tempo parece distorcer-se e os laços de amor se confundem com as correntes da possessão. As “forças sombrias” que emergem naquela cabana não são apenas sobrenaturais — são também os fantasmas da intimidade, as verdades enterradas e os segredos que nenhuma relação sobrevive a ouvir.

Perkins descreve o filme como “uma história de terror emocional disfarçada de conto de amor”, e, conhecendo a sua obra, é seguro esperar o inesperado: ambientes minimalistas, silêncios longos e uma tensão que se infiltra lentamente, até que já é tarde demais para fugir.

O estilo Perkins: terror com elegância e alma

Filho do lendário Anthony Perkins (Psycho), Osgood construiu o seu próprio espaço no cinema contemporâneo com uma assinatura distinta — o terror atmosférico, cerebral e profundamente humano.

Em Keeper: Para Sempre, essa abordagem parece atingir nova maturidade. Perkins não se contenta com sustos fáceis: prefere explorar a psicologia das personagens, a dor do passado e o peso das escolhas. O resultado é um terror que se sente na pele, mas também no coração.

Visualmente, o filme promete a habitual estética fria e milimetricamente composta — cada plano uma pintura gótica, cada sombra um eco de culpa. A banda sonora, minimalista e dissonante, reforça o desconforto emocional que atravessa toda a narrativa.

O terror como metáfora

O que distingue o cinema de Osgood Perkins é a forma como o sobrenatural serve de espelho para o que é profundamente humano. Em Keeper: Para Sempre, a cabana isolada funciona como uma metáfora de confinamento — o local onde os segredos do casal, cuidadosamente trancados ao longo dos anos, encontram forma e voz.

É um filme sobre o que escondemos das pessoas que amamos e o que acontece quando o passado exige ser ouvido. E, como em Longlegs, o medo não vem apenas do exterior, mas da inevitabilidade do confronto interior.

A promessa de um novo clássico moderno

Com Keeper: Para Sempre, a Neon e Osgood Perkins consolidam uma parceria que tem redefinido o terror contemporâneo: inteligente, visualmente sofisticado e emocionalmente devastador.

Em tempos em que o género é dominado por sustos fáceis e clichés, Perkins propõe outra coisa: um mergulho no íntimo, onde o horror nasce da empatia e da dor, não apenas do medo.

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Prepare-se para um filme que não grita — sussurra. Que não assusta com monstros, mas com verdades. Que não se esquece quando termina.

🎬 Keeper: Para Sempre

📅 Estreia: 20 de novembro de 2025

🎭 Género: Thriller Psicológico

🎥 Realização: Osgood Perkins (O Colecionador de AlmasLonglegs)

🏠 Distribuição em Portugal: Estreia nacional nas principais salas de cinema

Allison Mack Quebra o Silêncio: “Não Me Vejo Como Inocente”

A ex-estrela de Smallville  fala pela primeira vez sobre o culto NXIVM e a prisão

Durante anos, Allison Mack foi recordada como Chloe Sullivan, a jovem repórter destemida de Smallville. Mas, fora do ecrã, a actriz viveu uma das quedas mais sombrias e mediáticas de Hollywood: o seu envolvimento com o culto sexual NXIVM, liderado por Keith Raniere. Agora, aos 43 anos, Mack decidiu falar — pela primeira vez — no novo podcast documental da CBC, Allison After NXIVM, produzido por Vanessa Grigoriadis e apresentado por Natalie Robehmed, uma das jornalistas que acompanhou o caso desde o início.

O podcast, com sete episódios, tenta responder a uma pergunta que tem dividido o público e a crítica: quem é, afinal, Allison Mack? Uma vítima manipulada ou uma cúmplice que perpetuou abusos?

De estrela juvenil a cúmplice do horror

No primeiro episódio, intitulado It Happened in Vancouver, Mack recorda o momento em que conheceu o grupo. Foi em 2006, durante as filmagens de Smallville, através da colega Kristin Kreuk, que assistiu a uma sessão introdutória da organização. Inicialmente apresentada como uma “comunidade de auto-aperfeiçoamento”, NXIVM revelou-se, com o tempo, um esquema de controlo psicológico, abuso sexual e manipulação emocional orquestrado por Raniere.

Seduzida pelas promessas de empoderamento, Mack acabou por cair sob o domínio total do líder, tornando-se uma das suas seguidoras mais próximas. O podcast revela que ela abandonou a carreira e mudou-se para Albany, onde se localizava a sede do grupo. No interior da chamada “irmandade” feminina DOS, Mack não era apenas seguidora — era mestre: controlava mulheres, regulava o que comiam, quando dormiam e até quem podiam amar.

Pior ainda, foi ela quem recrutou várias vítimas para o círculo interno de Raniere, incluindo India Oxenberg, filha da actriz Catherine Oxenberg, uma das primeiras a denunciar publicamente o culto.

Prisão, culpa e tentativa de redenção

Allison Mack foi presa em 2018 e, após um longo processo judicial, condenada em 2021 por crimes de tráfico sexual, extorsão e conspiração. Cumpriu quase dois anos numa prisão federal e foi libertada em julho de 2023.

No podcast, a actriz descreve o dia da sentença como um dos momentos mais devastadores da sua vida:

“Oh, meu Deus, o meu pobre irmão atrás de mim, a ouvir tudo o que eu fiz. A minha mãe… foi horrível. Eu não me vejo como inocente. Eles eram inocentes. Eu não.”

Hoje, Mack diz estar casada, a estudar para um mestrado em Serviço Social, e a tentar compreender — e reparar — o que viveu e causou.

O passado que não desaparece

A história de NXIVM tornou-se pública em 2017, após a publicação da investigação Inside a Secretive Group Where Women Are Branded no New York Times. O artigo, assinado por Sarah Edmondson, expôs pela primeira vez os horrores do culto, incluindo a marcação a ferro das seguidoras com as iniciais de Raniere.

O caso ganhou ainda mais notoriedade com a série documental da HBO, The Vow, que retratou o colapso da organização e a lenta desprogramação das suas vítimas. Nas gravações originais, feitas pelo próprio Raniere, Mack aparece como uma figura silenciosa mas central — uma espécie de Ghislaine Maxwell do universo NXIVM.

Raniere foi condenado em 2019 a 120 anos de prisão, enquanto Nancy Salzman, cofundadora do grupo, e a filha, Lauren Salzman, receberam penas mais leves após colaborarem com as autoridades.

“Não sou vítima pura, nem vilã total”

Ao longo dos episódios, Allison After NXIVM não tenta redimir Mack, mas também não a reduz a um estereótipo. O podcast mostra uma mulher fragmentada, entre o trauma e a responsabilidade, entre o arrependimento e a vergonha. Mack reconhece que foi manipulada, mas também teve poder — e abusou dele.

“Houve um tempo em que eu acreditava que o que estava a fazer era bom. Hoje percebo que contribuí para algo monstruoso. E não posso fugir disso.”

Apesar das críticas ao facto de lhe ser dada uma plataforma, a produção não poupa nas perguntas difíceis e confronta Mack com os depoimentos das vítimas. Pela primeira vez, ela escuta as consequências das suas ações, sem edições nem filtros.

Uma voz que incomoda

“Allison After NXIVM” não é um exercício de autopiedade. É um retrato desconfortável — e necessário — sobre como a manipulação, a fé cega e a sede de pertença podem transformar vítimas em cúmplices.

Allison Mack nunca voltará a ser apenas a rapariga de Smallville. Mas, nesta nova fase, tenta, pelo menos, ser alguém que não fuja da verdade.

Florence Pugh Fala Sem Filtros Sobre as Cenas Íntimas em Hollywood: “Há Coordenadores Bons e Maus”

A atriz britânica aborda os bastidores de um tema sensível

Florence Pugh, uma das intérpretes mais talentosas e respeitadas da nova geração, abriu o jogo sobre um tema que continua a gerar debate em Hollywood: o papel dos coordenadores de intimidade.

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Durante uma conversa franca no The Louis Theroux Podcast, a actriz nomeada ao Óscar partilhou as suas experiências com estes profissionais, criados para assegurar que as cenas de sexo e nudez sejam filmadas com segurança, respeito e consentimento.

“Já trabalhei com bons e maus”, admitiu Pugh. “O objectivo não é complicar, nem tornar tudo mais estranho — é garantir que todos se sintam protegidos. Mas o trabalho ainda está a encontrar o seu equilíbrio.”

Entre o apoio e o desconforto

Desde a sua criação, o papel do coordenador de intimidade tem dividido opiniões. Algumas estrelas, como Jennifer Lawrence e Gwyneth Paltrow, afirmaram recentemente não sentir necessidade de recorrer a esses profissionais. Lawrence revelou que não teve um coordenador em Die My Love, explicando: “Senti-me segura com o Rob [Pattinson]. Ele não é nada inconveniente.”

Já Paltrow contou que, durante as filmagens de Marty Supreme (ao lado de Timothée Chalamet), pediu ao coordenador que “se afastasse um pouco”:

“Se alguém me disser ‘agora ele vai pôr a mão aqui’, eu sinto-me limitada como artista. Prefiro que a cena flua com naturalidade.”

Florence Pugh, por sua vez, reconheceu que o papel ainda se está a definir — e que, como em qualquer função, há profissionais exemplares e outros que “só atrapalham”.

“Tive uma má experiência, em que a pessoa tornou tudo tão estranho e tão desconfortável que deixou de ser útil”, confessou. “Parecia apenas querer fazer parte do set, sem perceber o impacto da sua presença.”

A importância de encontrar “a dança da intimidade”

Apesar das críticas, Pugh defende que os bons coordenadores são essenciais — não apenas pela segurança, mas pelo valor artístico que acrescentam à narrativa.

“Trabalhar com excelentes coordenadores ensinou-me que uma cena íntima pode ter camadas e significado”, explicou. “Não se trata só de mostrar sexo — é descobrir que tipo de intimidade existe entre aquelas pessoas, quanto tempo estão juntas, o que sentem. É uma dança, não uma coreografia mecânica.”

A actriz sublinha que essa abordagem permite humanizar o erotismo e proteger os intérpretes, especialmente as mulheres, num meio onde o poder e o abuso de autoridade ainda são temas delicados.

“Ser mulher no set é mais complicado”

Florence Pugh também abordou o peso de ser mulher em filmagens emocionalmente intensas, lembrando um episódio em que teve de filmar repetidamente uma cena de choro exaustiva.

“Fiz a cena seis vezes, sempre a começar do zero, e o realizador queria mais uma. Eu estava de rastos, mas não consegui dizer que não”, contou.

Foi o colega masculino quem interveio, pedindo ao realizador que parasse.

“Ele disse: ‘Não a faças passar por isto outra vez, já tens o que precisas.’ Nesse momento percebi: eu nunca teria dito isso, porque seria mal recebida.”

A actriz reconhece que a cultura do silêncio ainda pesa sobre as mulheres, que temem ser vistas como “difíceis” ou “problemáticas” se impuserem limites. É precisamente aí que, segundo Pugh, os coordenadores de intimidade podem ser cruciais — funcionando como mediadores de respeito num ambiente onde a vulnerabilidade é inevitável.

Uma voz necessária no debate

Com apenas 28 anos, Florence Pugh já trabalhou com alguns dos realizadores mais exigentes de Hollywood — de Greta Gerwig (Little WomenBarbie) a Christopher Nolan (Oppenheimer). E o seu testemunho vem reforçar uma ideia que a indústria ainda aprende a aceitar: filmar cenas de intimidade requer tanto rigor técnico como qualquer outra sequência dramática.

Pugh encerrou a entrevista com uma nota de otimismo:

“Agora que trabalhei com coordenadores realmente bons, percebo o que tem faltado a muitas cenas — o respeito pela história e pelas pessoas que a contam.”

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Num Hollywood que ainda se ajusta ao pós-#MeToo, a mensagem de Pugh é clara: a intimidade, tal como a arte, exige confiança, empatia e coragem.

Nicole Kidman Junta-se a The Young People — O Novo Thriller de Osgood Perkins

A rainha do suspense regressa ao terror com o realizador de Longlegs

Nicole Kidman está de volta ao género que a consagrou como uma das grandes damas do cinema contemporâneo. A actriz australiana, vencedora de um Óscar e recordada por papéis que equilibram vulnerabilidade e frieza, juntou-se ao elenco de The Young People — o novo filme de Osgood Perkins, o realizador que arrepiou o público com Longlegs e The Monkey.

O projecto, produzido pela Neon, será lançado nos cinemas norte-americanos e promete continuar a ascensão meteórica de Perkins como o novo mestre do terror psicológico. O estúdio descreve The Young People como o início de uma parceria prolongada com o realizador, depois do sucesso estrondoso de Longlegs, que se tornou o filme independente mais lucrativo de 2024, com mais de 75 milhões de dólares nas bilheteiras dos EUA.

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Um elenco jovem, mas de peso

Além de Kidman, o elenco principal inclui Lola Tung (The Summer I Turned Pretty) e Nico Parker (How to Train Your Dragon), duas estrelas emergentes que assumem o protagonismo da história, ao lado de um grupo diversificado de nomes de culto e talento televisivo: Brendan Hines (The Tick), Cush Jumbo (The Good Wife), Heather Graham (Drugstore Cowboy), Johnny Knoxville (Jackass), Lexi MinetreeLily Collias (Good One) e Tatiana Maslany (Orphan Black).

Detalhes sobre o enredo ainda estão sob sigilo — o que, vindo de Osgood Perkins, só aumenta a expectativa. Conhecido pela sua abordagem subtil e profundamente atmosférica, o realizador raramente entrega histórias lineares. Em The Young People, espera-se mais uma viagem pela psicologia do medo, onde a juventude e a inocência se tornam terreno fértil para o horror.

O terror elegante de Nicole Kidman

Nicole Kidman não é estranha ao género. Antes de brilhar em dramas como The Hours ou Big Little Lies, a actriz já tinha arrepiado o público em “The Others” (2001), de Alejandro Amenábar — um dos grandes clássicos do terror moderno. A sua interpretação da mãe isolada numa mansão assombrada valeu-lhe nomeações ao BAFTA e ao Globo de Ouro, além de ter transformado o filme num fenómeno mundial, com mais de 210 milhões de dólares arrecadados.

Agora, com The Young People, Kidman regressa às sombras, prometendo um papel que mistura o seu domínio emocional com o toque inquietante de Perkins — um realizador que prefere sugerir o medo a mostrá-lo, e que, como poucos, sabe transformar o silêncio em desconforto.

Entre Scarpetta (para a Prime Video) e Margo’s Got Money Trouble (para a Apple TV+), Kidman volta a demonstrar uma versatilidade raramente igualada. Aos 58 anos, continua a desafiar-se com papéis que fogem à previsibilidade de Hollywood — e o terror, com o seu magnetismo sombrio, parece ser o terreno ideal para esse novo capítulo.

O futuro do horror tem assinatura Neon

Com The Young People, a Neon reforça o seu papel como casa do cinema de autor contemporâneo. A produtora e distribuidora — que lançou títulos como Parasite e Titane — aposta agora em Osgood Perkins como figura central de uma nova era do terror: inteligente, estético e desconcertante.

Depois de Longlegs, considerado por muitos críticos o filme mais perturbador dos últimos anos, e de The Monkey, que teve uma das melhores estreias da história do estúdio, The Young People surge como o próximo passo lógico — e, com Nicole Kidman a bordo, o mais ambicioso até agora.

Um segredo à espera de ser revelado

Ainda sem sinopse oficial, o filme promete manter o estilo enigmático que tornou Osgood Perkins uma das vozes mais singulares do cinema contemporâneo. O que se sabe é que o realizador continua obcecado com os temas da juventude, da culpa e da herança emocional — tópicos que, nas suas mãos, se transformam em terror puro.

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Com estreia prevista para 2026The Young People promete ser um dos filmes mais aguardados do próximo ano — e, com Kidman à frente do elenco, há razões de sobra para acreditar que o terror vai continuar a ser o género mais sofisticado de Hollywood.

Sally Kirkland — A Atriz Que Viveu Sem Medo das Câmaras (Nem da Vida)

Uma carreira feita de coragem, entrega e intensidade

O cinema norte-americano despede-se de uma das suas intérpretes mais genuínas e imprevisíveis. Sally Kirkland, nome maior do teatro e do cinema independente, morreu aos 84 anos num hospital de cuidados paliativos em Palm Springs. A actriz, que começou como modelo antes de se tornar presença constante nos palcos e ecrãs, deixa uma filmografia marcada pela ousadia e pela vulnerabilidade — duas qualidades que definiam não apenas a sua arte, mas a própria mulher.

A notícia foi confirmada pelo seu representante, Michael Greene, que revelou que Kirkland enfrentava sérios problemas de saúde desde o início do outono, após fraturas múltiplas no pescoço, punho e anca, agravadas por infeções. Amigos e colegas chegaram a criar uma campanha de apoio para custear os tratamentos médicos — um gesto que espelha o carinho e respeito que inspirava na comunidade artística.

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De modelo precoce a actriz de culto

Nascida em Nova Iorque, filha de uma editora de moda da Vogue e da Life Magazine, Sally Kirkland começou a posar aos cinco anos de idade, antes de se formar na American Academy of Dramatic Arts. Foi aluna de Lee Strasberg e Philip Burton, mestres do method acting, e cedo revelou uma entrega sem limites.

A sua carreira começou no teatro experimental dos anos 60, com destaque para a performance ousada em Sweet Eros, de Terrence McNally, onde apareceu totalmente nua — um gesto que a imprensa da época descreveu como “a fronteira entre arte e provocação”.

Em 1964, participou no filme de Andy Warhol 13 Most Beautiful Women, e nos anos seguintes tornou-se presença habitual nas produções off-Broadway. Encenou Shakespeare, interpretando Helena em Sonho de uma Noite de Verão e Miranda em A Tempestade, defendendo até ao fim da vida que “ninguém pode chamar-se actor sem ter passado por Shakespeare”.


“Anna”: o papel que lhe deu o mundo

Depois de dezenas de papéis secundários em filmes como The Way We Were (com Barbra Streisand), The Sting (com Paul Newman e Robert Redford) e JFK (de Oliver Stone), Sally Kirkland teve, finalmente, o seu grande momento com “Anna” (1987), de Yurek Bogayevicz.

No papel de uma actriz checa em declínio que tenta reconstruir a vida nos Estados Unidos, Kirkland ofereceu uma das interpretações mais intensas e comoventes da década, conquistando o Globo de Ouro de Melhor Actriz e uma nomeação ao Óscar.

A crítica do Los Angeles Times foi peremptória:

“Kirkland é uma dessas intérpretes cujo talento era um segredo aberto entre actores, mas um mistério para o público. Com esta performance incandescente, não haverá mais dúvidas sobre quem ela é.”

Na cerimónia dos Óscares, competiu lado a lado com Cher (Moonstruck), Glenn Close (Fatal Attraction), Holly Hunter(Broadcast News) e Meryl Streep (Ironweed) — uma prova do respeito conquistado pela sua entrega absoluta à arte.


Um percurso entre o cinema, a televisão e o activismo

Ao longo das décadas seguintes, Kirkland manteve uma carreira prolífica, alternando entre cinema e televisão. Participou em séries como Criminal MindsRoseanne e Charlie’s Angels, e em filmes como Revenge (com Kevin Costner), EDtv (de Ron Howard), Bruce Almighty (com Jim Carrey) e Heatwave (com Cicely Tyson).

Mas a actriz também ficou conhecida pelo seu espírito livre e compromisso humanitário. Foi voluntária junto de pessoas com SIDA, cancro e doenças cardíacas, colaborou com a Cruz Vermelha Americana no apoio a sem-abrigo e participou em telemaratonas para hospícios. Também foi uma defensora ativa de prisioneiros e jovens em risco, uma faceta menos visível mas profundamente admirada.

Kirkland era adepta de movimentos espirituais alternativos, ensinando seminários de transformação pessoal e associando-se à Church of the Movement of Spiritual Inner Awareness, dedicada à transcendência da alma.

A actriz que nunca se escondeu

Sally Kirkland nunca temeu o risco. Do teatro experimental à nudez em protestos e causas sociais, o seu corpo e a sua voz foram sempre instrumentos de expressão, arte e convicção. Time Magazine chegou a chamá-la, com humor, “a Isadora Duncan do nudismo teatral”, um título que ela aceitava com orgulho.

A sua carreira teve altos e baixos — chegou a ser alvo de chacota pela participação em Futz (1969), um filme tão desastroso que um crítico do The Guardian o chamou “o pior filme que já vi”. Mas nem isso abalou o espírito da actriz. Kirkland continuou a trabalhar, a ensinar e a inspirar.

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Hoje, ao recordar Sally Kirkland, o que fica não é a nudez nem o escândalo — é a autenticidade feroz de uma mulher que viveu a arte como uma forma de libertação.