Kevin Spacey Diz Que Está Sem Casa — e Hollywood Continua Sem Saber o Que Fazer Com Ele

O actor afirma viver entre hotéis e Airbnbs após sete anos de processos, cancelamentos e projectos mínimos — mas garante que um telefonema certo pode mudar tudo.

Kevin Spacey voltou a ser notícia — e não por um novo papel, mas pela brutal sinceridade de uma entrevista recente ao The Telegraph. O actor, outrora um dos nomes mais influentes de Hollywood, vencedor de dois Óscares, afirma estar sem casa, a viver “onde há trabalho”, depois de anos de batalhas legais que consumiram praticamente todas as suas finanças.

“Estou a viver em hotéis, a viver em Airbnbs. Vou onde há trabalho. Literalmente não tenho casa.”

Spacey explica que a sua antiga residência em Baltimore, cidade onde viveu durante as filmagens de House of Cards, foi leiloada, deixando-o num cenário financeiro que descreve como “não grande”.

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Desde 2017, quando começaram a surgir múltiplas acusações de má conduta sexual, Spacey viu a carreira colapsar de um dia para o outro. Mais de uma dezena de homens o acusaram publicamente; o actor negou sempre todas as alegações. Em tribunal, foi absolvido no caso londrino de 2023 e considerado não responsável no processo civil movido por Anthony Rapp em 2022.

Legalmente, saiu ileso. Profissionalmente, nunca mais recuperou.

Sete anos, milhões perdidos e uma carreira reduzida a projectos mínimos

Depois de ser afastado de produções de alto perfil, Spacey trabalhou apenas em filmes independentes, muitos deles realizados por estreantes — projectos discretos, alguns quase experimentais, todos longe da máquina mainstream que o coroou em American Beauty e The Usual Suspects.

Chegou mesmo a fazer um espectáculo de variedades em Chipre, numa tentativa improvável de se manter activo artisticamente.

O actor descreve os últimos anos como um período de gastos constantes e rendimento quase nulo:

“Os custos destes últimos sete anos foram astronómicos. Entrou muito pouco e saiu tudo.”

O que falta para Hollywood o aceitar de volta? Segundo Spacey, “permissão”

Apesar de tudo, Spacey mantém-se optimista — talvez até surpreendentemente. Garante que continua em contacto com “pessoas extremamente poderosas” que querem vê-lo trabalhar novamente, mas acredita que a indústria está a aguardar um sinal verde de alguém com enorme peso artístico.

“A indústria está à espera de receber permissão — de alguém com respeito e autoridade.”

E é aqui que Spacey revela a ideia mais polémica da entrevista: se Martin Scorsese ou Quentin Tarantino ligassem ao seu agente, a sua carreira seria instantaneamente reabilitada.

“Se Scorsese ou Tarantino ligarem, acabou. Eu adoraria — seria uma honra.”

O regresso ainda é possível?

A pergunta divide Hollywood e a opinião pública.

Spacey foi juridicamente ilibado, mas isso não anulou o impacto da avalanche mediática, nem a forma como a sua imagem ficou gravemente danificada. Perante isso, a indústria continua numa espécie de paralisia moral: ninguém quer ser o primeiro a contratá-lo — mas também ninguém exclui categoricamente um possível retorno.

O próprio actor parece saber isso. Por isso vive num limbo: sem casa fixa, sem garantias, mas com a firme esperança de que um único projecto, assinado por “um gigante”, possa reescrever o seu destino.

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Até lá, Kevin Spacey continua a deslocar-se entre hotéis, Airbnbs e pequenos sets — aguardando o telefonema que, acredita, poderá restaurar o que perdeu.

Jennifer Lawrence Confessa Que Era “Irritante” em Entrevistas Antigas e Entende Por Que o Público se Cansou Dela

A atriz reflete sobre a fama, o desgaste da exposição e o reencontro com o prazer de representar no novo filme 

Die My Love

Jennifer Lawrence já não é a mesma que tropeçava nos Óscares ou fazia piadas desajeitadas em tapetes vermelhos. Numa entrevista reveladora à The New Yorker, a atriz vencedora de um Óscar confessou que hoje sente vergonha de muitas das suas antigas aparições públicas e compreende por que razão o público acabou por “rejeitar” a sua personalidade.

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Tão hiperativa, tão embaraçosa”, disse, ao rever excertos de entrevistas antigas. “Era mesmo a minha personalidade — mas também um mecanismo de defesa. Eu achava que, se me mostrasse desastrada e autodepreciativa, o público me aceitaria. Agora olho para aquela pessoa e penso: ‘Que irritante!’.”

“Perdi o controlo sobre o meu ofício por causa da imprensa”

Lawrence admitiu que detesta o processo de promoção de filmes, sentindo que a pressão mediática a afasta da essência de representar. “Cada vez que faço uma entrevista, penso: ‘Não posso continuar a fazer isto a mim mesma’. Sinto que perco o controlo sobre o meu trabalho quando tenho de fazer imprensa.”

O desgaste da exposição não é novidade. A atriz tornou-se um fenómeno global após Jogos da Fome e Silver Linings Playbook, mas entre 2012 e 2018 fez 16 filmes em seis anos — uma maratona que resultou em cansaço, críticas e uma série de fracassos de bilheteira.

Toda a gente se fartou de mim — e eu também”, contou à Vanity Fair em 2021. “Cheguei a um ponto em que nada do que fazia era bem visto. Se eu aparecia numa passadeira vermelha, perguntavam porque é que não tinha ficado em casa.”

Do cansaço à paz interior

A rejeição pública levou-a a fazer uma pausa de dois anos. “Durante a maior parte da minha vida fui uma pessoa que queria agradar a todos”, confessou. “O trabalho fazia-me sentir que ninguém podia estar zangado comigo. Mas percebi que não podemos encontrar paz na aprovação dos outros.”

Agora, com 35 anos, Lawrence diz estar finalmente “em paz” com o seu lugar dentro — e fora — de Hollywood. “Hollywood é muito. Acho que teria aguentado, mas também teria ficado muito infeliz.”

O regresso com Die My Love

Jennifer Lawrence regressa ao cinema com “Die My Love”, um psicodrama realizado por Lynne Ramsay e co-protagonizado por Robert Pattinson. O filme, que teve estreia mundial em Cannes, segue uma mulher cuja vida entra em colapso ao tentar equilibrar o casamento e a maternidade.

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O projeto nasceu de uma sugestão de Martin Scorsese, que encorajou Lawrence a aceitar o desafio. “Ele disse-me: ‘Isto é o tipo de papel que deves fazer. Arrisca. Deita fora qualquer noção de conforto e vai com tudo’”, contou a atriz.

Die My Love chega aos cinemas através da MUBI a 7 de novembro, e promete marcar uma nova fase na carreira de Lawrence — menos “hiperativa”, mais introspectiva, e decididamente dona do seu próprio ritmo.

🕷️ Spider-Man 4 com Tobey Maguire? Roteirista de The Batman 2 diz que “ainda não recebeu um não”

O argumentista Mattson Tomlin mantém viva a esperança de trazer Tobey Maguire de volta ao fato do Homem-Aranha — e garante que o sonho ainda não morreu.

Os fãs de Tobey Maguire continuam a agarrar-se à teia da esperança — e parece que ainda há motivo para isso. O argumentista Mattson Tomlin, co-autor de The Batman – Parte II, revelou que o seu projeto para um hipotético Spider-Man 4 ainda não foi recusado oficialmente pela Sony.

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A revelação foi feita na rede social X (antigo Twitter), em resposta a um fã que perguntou se o seu argumento para o regresso de Maguire tinha tido algum avanço. A resposta de Tomlin foi cautelosa, mas promissora:

“Devagar se vai ao longe. Não haverá nada para dizer sobre isso por muito tempo (se é que alguma vez haverá!), porque envolve muita gente, política e coincidências que não dependem de mim.

Mas ainda não recebi um ‘não’!”

O regresso de um ícone 🕸️

Tomlin, que tem colaborado com Matt Reeves no universo de The Batman, tem sido um dos defensores mais entusiastas da ideia de continuar a trilogia original de Sam Raimi, agora com um Peter Parker mais velho e com responsabilidades de pai.

“O Homem-Aranha como pai é a direcção que me atrai, depois de oito filmes sobre a juventude e a descoberta”, escreveu o argumentista em Julho de 2025.

A proposta de Tomlin seria uma versão mais terrena, introspectiva e emocional da saga — uma espécie de “epílogo” espiritual da trilogia de Raimi, explorando o peso dos anos e o equilíbrio entre o dever heroico e a vida familiar.

O Spider-Man 4 que nunca aconteceu

Vale lembrar que Spider-Man 4 chegou a estar confirmado oficialmente em 2008, com Sam Raimi na realização e Tobey Maguire pronto para regressar como Peter Parker. A estreia estava prevista para Maio de 2011, mas divergências criativas entre Raimi e o estúdio levaram à anulação do projecto.

Pouco depois, a Sony decidiu reiniciar a franquia com The Amazing Spider-Man (2012), protagonizado por Andrew Garfield, deixando a continuação da saga original apenas no domínio do “e se?”.

A esperança renasceu com o multiverso ✨

Nos últimos anos, tanto Raimi como Maguire mostraram abertura para regressar. O realizador afirmou em 2022, numa entrevista à Moviepilot, que o conceito do multiverso da Marvel “abre portas para tudo”.

Já Maguire, em Spider-Man: No Way Home – The Official Movie Special (2023), reforçou o entusiasmo em voltar ao papel:

“Se me ligassem e dissessem ‘queres vir esta noite fazer uma cena ou brincar com o Homem-Aranha?’, a resposta seria um ‘sim!’. Porque não haveria de querer fazê-lo?”

E agora?

Apesar do entusiasmo dos fãs e da insistência de Tomlin, a Sony Pictures ainda não comentou o assunto. No entanto, no mundo pós-multiverso, onde Maguire já regressou triunfalmente em No Way Home, o improvável tornou-se possível.

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Pode demorar, mas enquanto não houver um “não” definitivo, o sonho de ver Tobey Maguire balançar-se novamente por Nova Iorque continua vivo.

🎬 Joe Pesci recusou participar no documentário sobre Martin Scorsese — e a realizadora explica porquêTítulo:

Apesar de uma das parcerias mais lendárias da história do cinema, o actor de Tudo Bons Rapazes foi o único a dizer “não” à série documental sobre o amigo e colaborador de décadas.

Poucos pares são tão icónicos no cinema como Joe Pesci e Martin Scorsese. Juntos, deram-nos alguns dos maiores clássicos de sempre: Touro Enraivecido (Raging Bull, 1980), Tudo Bons Rapazes (Goodfellas, 1990), Casino (1995) e, mais recentemente, O Irlandês (The Irishman, 2019).

Pesci venceu o Óscar de Melhor Actor Secundário em 1991 pelo papel de Tommy DeVito em Tudo Bons Rapazes — e foi nomeado duas vezes mais, por Touro Enraivecido e O Irlandês. Uma relação profissional tão duradoura e celebrada que, à partida, ninguém imaginaria vê-lo ausente de um documentário sobre o realizador.

Mas foi precisamente isso que aconteceu.

O único que disse “não”

A nova série documental Mr. Scorsese — que explora a vida e carreira do lendário realizador — reúne depoimentos de algumas das figuras mais próximas de Martin Scorsese: Robert De NiroLeonardo DiCaprioJodie FosterSteven SpielbergSpike Lee, entre muitos outros.

No entanto, Joe Pesci recusou o convite para participar. Segundo revelou a própria realizadora do documentário, a ausência não se deve a qualquer desentendimento entre ambos, mas sim à natureza reservada do actor.

“O Joe sempre foi uma pessoa extremamente discreta”, explicou a cineasta. “Ele sente que o trabalho fala por si — e, sinceramente, não gosta de entrevistas. Não houve tensão, apenas uma escolha muito à maneira dele: silenciosa e firme.”

Uma amizade que dispensa palavras 🎥

A decisão não surpreende quem conhece o temperamento de Pesci, conhecido pela aversão à fama e pela preferência por uma vida longe das câmaras. Desde O Irlandês, o actor tem mantido um perfil discreto, escolhendo com cuidado os projectos em que participa — e, aparentemente, não sentiu necessidade de revisitar o passado diante das câmaras.

Ainda assim, a sua ausência não passa despercebida, tendo em conta que foi precisamente com Scorsese que Pesci assinou alguns dos papéis mais memoráveis da sua carreira. Juntos, criaram personagens brutais, intensas e inesquecíveis — o tipo de performances que definem gerações.

Mr. Scorsese: um retrato de uma lenda viva

O documentário promete uma visão íntima sobre a vida e obra do realizador nova-iorquino, analisando mais de meio século de carreira e explorando o seu impacto em Hollywood e na cultura popular.

Mesmo sem a presença de Joe Pesci, o retrato de Martin Scorsese mantém-se completo — afinal, poucas parcerias precisam de palavras quando o cinema já disse tudo.

“Mr. Scorsese” ia ser um filme de 2 horas — até Rebecca Miller perceber que isso era “impossível”

O retrato definitivo de Martin Scorsese chega à Apple TV+ este mês — cinco episódios, memórias inéditas e uma história de amor ao cinema 🎬🍎

Quando Rebecca Miller se sentou com Martin Scorsese, pensou que estava a fazer um filme documental de duas horas. Minutos (e muitas conversas) depois, percebeu o óbvio: reduzir uma vida e uma filmografia destas a 120 minutos era… “impossível”. O resultado é “Mr. Scorsese”, uma docuserie de cinco horas que estreou no New York Film Festival e chega à Apple TV+ a 17 de Outubro de 2025.  

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De longa-metragem a série-evento

Miller contou ao IndieWire como o projecto evoluiu: começou com uma proposta simples, ganhou acesso ao arquivo pessoal do cineasta e, após cerca de 20 horas de entrevistas, tornou-se uma série que “tem de respirar” para acompanhar a vida e a obra de Scorsese. A montagem revelou-se o verdadeiro campo de batalha: manter a fluidez das ideias, cruzar filmes e biografia, e evitar o temido “lista de filmes”.  

Cinco horas, mil histórias

A série percorre dos dias de Little Italy até Killers of the Flower Moon, passando por Mean StreetsTaxi DriverRaging BullThe Aviator e The Wolf of Wall Street. Há a presença indispensável de Thelma Schoonmaker, parceira de edição que “quebrou regras” em Raging Bull; e depoimentos de Robert De NiroLeonardo DiCaprioJay CocksNicholas PileggiPaul Schrader e mais — com Scorsese a guiar, na primeira pessoa, um olhar íntimo sobre fé, violência, ética e arte.  

Os “anjos” de Marty 😇

Um dos fios condutores é a ideia dos “anjos” que aparecem nos pontos de rutura: De Niro a empurrá-lo para Raging Bullquando a saúde fraquejou; Schoonmaker, recuperada do documentário para redefinir a gramática de montagem; e DiCaprio, cuja parceria tornou viáveis projectos ambiciosos como Gangs of New YorkThe Aviator e The Wolf of Wall Street. É um retrato de como talento, obsessão e colaboração salvaram (várias vezes) uma carreira que nunca abdicou de visão autoral.  

O que fica de fora (e porquê)

Apesar do fôlego, Miller tomou decisões duras: “Hugo” e parte do trabalho televisivo/documental ficam de fora, para preservar o eixo temático que cose “vida e obra em tango”. A série evita o inventário e aposta na estrutura emocional — regresso aos amigos de infância, episódios de crise, reinvenções — para explicar como Scorsese se tornou um autor que “não desvia o olhar”, mesmo quando o mundo quer olhar para outro lado.  

NYFF, aplausos e o que aí vem

estreia no NYFF encheu a Alice Tully Hall e veio acompanhada de críticas muito positivas, destacando o ritmo e a proximidade que Miller alcança com o cineasta. Para quem não esteve em Nova Iorque, a boa notícia é simples: os cinco episódios (tempo total ~285 minutos) chegam já a 17 de Outubro à Apple TV+. Popcorns prontos. 🍿  

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Ficha essencial

  • Título: Mr. Scorsese
  • Formato: Docuserie em 5 partes (aprox. 285 min no total)
  • Realização: Rebecca Miller
  • Estreia: 17 de Outubro de 2025 na Apple TV+
  • Estreia mundial: New York Film Festival, 4 de Outubro de 2025  

Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence Juntos no Novo Thriller de Martin Scorsese ❄️🎬

Scorsese Regressa com “What Happens at Night”

Martin Scorsese prepara-se para voltar à realização com “What Happens at Night”, um thriller psicológico adaptado do romance homónimo de Peter Cameron (2020). O filme, que começará a ser rodado em janeiro, junta duas das maiores estrelas de Hollywood: Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence.

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A história acompanha um casal americano que viaja até uma pequena cidade europeia coberta de neve para adotar uma criança. Mas o que deveria ser uma jornada de esperança transforma-se num pesadelo: ao instalarem-se num hotel quase deserto, são confrontados com figuras misteriosas, incluindo uma cantora extravagante, um empresário corrupto e um curandeiro carismático.

A Dupla de Luxo: DiCaprio e Lawrence

Para DiCaprio, esta será a sétima colaboração com Scorsese, numa relação criativa que já deu origem a títulos marcantes como Gangs de Nova Iorque (2002), O Aviador (2004), The Departed – Entre Inimigos (2006), Shutter Island (2010), O Lobo de Wall Street (2013) e Assassinos da Lua das Flores (2023). Cada um destes filmes consolidou não só o prestígio de ambos, mas também a reputação de DiCaprio como um dos intérpretes favoritos de Scorsese.

Para Jennifer Lawrence, será a primeira vez sob a direção do cineasta, embora já exista uma ligação: Scorsese é produtor de Die, My Love, o novo filme de Lynne Ramsay com Lawrence, previsto para novembro. O encontro entre realizador e atriz é, por isso, um momento aguardado tanto pela crítica como pelo público.

Entre Apple e Studiocanal

O projeto conta com financiamento da Apple e da francesa Studiocanal, tendo sido esta última a adquirir os direitos do romance original. Inicialmente, Scorsese estava apenas previsto como produtor, enquanto procurava um novo desafio para voltar a filmar com DiCaprio. No entanto, o argumento assinado por Patrick Marber (Perto Demais) convenceu-o a assumir também a realização.

Reencontro de Estrelas

Curiosamente, DiCaprio e Lawrence já partilharam o grande ecrã em Não Olhem Para Cima (2021), de Adam McKay. Agora, sob a batuta de Scorsese, a química entre ambos ganha uma nova dimensão, inserida num ambiente de suspense e mistério que promete marcar o próximo grande capítulo do cinema do realizador.

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O Que Esperar?

Com um cenário gélido, personagens enigmáticas e um enredo que mistura adoção, segredos sombrios e atmosferas opressivas, What Happens at Night poderá tornar-se numa das obras mais intensas da fase final da carreira de Scorsese. Para os fãs, o simples regresso do cineasta à realização já seria motivo de celebração. Com DiCaprio e Lawrence como protagonistas, o entusiasmo é agora inevitavelmente maior.

Jennifer Lawrence e Robert Pattinson em Ruptura Psicológica: Die My Love Revela o Seu Primeiro Trailer 🎬🖤


O regresso de Lynne Ramsay

Depois de oito anos afastada da realização de longas-metragens, Lynne Ramsay regressa em grande com Die My Love, filme que promete marcar a temporada de prémios. A realizadora escocesa, conhecida pela intensidade de We Need to Talk About Kevin e You Were Never Really Here, apresenta aqui mais um mergulho profundo na psicologia humana.

O filme estreou em competição oficial no Festival de Cannes, em maio, onde foi imediatamente apontado como um dos favoritos.

Um drama psicológico em Montana

A história passa-se numa zona rural de Montana. Jennifer Lawrence interpreta uma mulher em luta com a maternidade, incapaz de se adaptar ao papel de mãe. Ao seu lado, Robert Pattinson dá vida ao marido, que se revela pouco presente e ainda menos útil perante o colapso da companheira.

A dupla divide o ecrã com nomes de peso como Sissy SpacekNick Nolte e LaKeith Stanfield, compondo um elenco de luxo para um drama psicológico que explora os limites entre depressão pós-parto, psicose e perturbações de personalidade.

Um retrato cru e visceral

Em crítica publicada na Variety, o jornalista Owen Gleiberman destacou uma das cenas mais arrebatadoras do filme, onde Lawrence tem uma quebra emocional ao som de “Mickey”, de Toni Basil:

“Ramsay tem um dom exuberante para encenar esse tipo de colapso barroco ao som de rock ‘n’ roll.”

Mais do que dar respostas clínicas, o filme oferece ao público um retrato intenso e vívido de uma mulher e mãe a sucumbir à pressão, enquanto a realidade começa a fragmentar-se.

Mubi aposta forte após sucesso de The Substance

A distribuição de Die My Love ficou a cargo da Mubi, que adquiriu os direitos de exibição por 24 milhões de dólares, garantindo a estreia na América do Norte e em vários territórios internacionais. O negócio segue a aposta da plataforma no cinema de autor, depois do sucesso alcançado com The Substance, que se transformou numa surpresa da temporada de prémios.

A ligação ao produtor Martin Scorsese, destacada no próprio trailer, reforça ainda mais o peso artístico e mediático da produção.

Estreia marcada para novembro

Com estreia agendada para 7 de novembroDie My Love promete ser um dos grandes títulos do ano, combinando a intensidade de Lynne Ramsay com interpretações de fôlego de Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.

O trailer já disponível deixa antever um filme cru, denso e perturbador — daqueles que não nos deixam indiferentes muito depois de sairmos da sala de cinema.

In the Hand of Dante: Oscar Isaac e um elenco de luxo brilham em Veneza no ousado filme de Julian Schnabel

Uma adaptação ambiciosa com duas épocas em colisão

O Festival de Veneza recebeu de braços abertos In the Hand of Dante, a mais recente ousadia de Julian Schnabel(BasquiatAt Eternity’s Gate). O filme adapta o romance homónimo de Nick Tosches (2002) e coloca Oscar Isaac no centro da narrativa, interpretando duas personagens: o poeta medieval Dante Alighieri e o escritor contemporâneo Nick Tosches.

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Na trama, um manuscrito original da Divina Comédia reaparece através do Vaticano e acaba nas mãos de um chefe da máfia nova-iorquina. Tosches é então arrastado para um perigoso submundo ao tentar autenticar o documento, numa jornada onde se cruzam figuras interpretadas por Jason Momoa, Gerard Butler, Gal Gadot e outros.

O filme também reserva surpresas de peso: Martin Scorsese surge num papel substancial como mentor de Dante, enquanto Al Pacino e John Malkovich reforçam o elenco estelar.

De Johnny Depp a Oscar Isaac: uma longa gestação

O caminho até à tela foi demorado. Os direitos da obra foram adquiridos em 2008 pela produtora de Johnny Depp, que inicialmente planeava protagonizar o filme. Schnabel entrou em 2011, mas só em 2023 o projeto avançou, com Oscar Isaac a substituir Depp no papel principal.

Em conferência de imprensa em Veneza, Isaac admitiu que foi precisamente o caráter “impossível” do projeto que o atraiu:

“Ler o guião e não fazer ideia de como seria possível filmá-lo — foi isso que o tornou tão excitante.”

Entre aplausos e críticas divididas

A receção ao filme foi calorosa, mas não unânime. O Hollywood Reporter descreveu-o como “uma extravagância ambiciosa, cativante e por vezes falhada” e “uma viagem louca que não chega totalmente lá”. Ainda assim, poucos negaram a ousadia da proposta, marcada pela grandiosidade visual e pela carga simbólica.

O momento foi ainda mais especial para Schnabel, que recebeu o Cartier Glory to the Filmmaker Award, distinção entregue a personalidades com contributos originais e relevantes para o cinema contemporâneo — honra já recebida por nomes como Ridley Scott, Wes Anderson e Claude Lelouch.

Schnabel, um “herói local” em Veneza

Apesar de nova-iorquino, Schnabel tem uma ligação profunda a Veneza. Expôs cinco vezes na Bienal de Arte e estreou aqui a sua primeira longa, Basquiat (1996). Com Before Night Falls (2000), venceu o Grande Prémio do Júri e, em At Eternity’s Gate (2018), Willem Dafoe conquistou o prémio de Melhor Ator do festival.

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Com In the Hand of Dante, Schnabel regressa à cidade que tantas vezes marcou a sua carreira, desta vez com um projeto que junta literatura, história, crime e fé num mosaico arriscado — e que já se tornou uma das conversas mais vibrantes da edição de 2025 da Mostra

Leonardo DiCaprio Faz 50 Mas Sente-se com 32 — E Revela o Maior Arrependimento da Carreira

O actor reflete sobre a idade, o tempo e o papel que lamenta não ter interpretado.

Para muitos, Leonardo DiCaprio será sempre o jovem de Titanic ou o ambicioso corretor de O Lobo de Wall Street. Mas o actor completou 50 anos em novembro e garante que, no seu íntimo, sente-se como se tivesse apenas 32.

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Em entrevista à revista Esquire UK, conduzida pelo realizador Paul Thomas Anderson, DiCaprio respondeu de forma imediata à pergunta: “Se não soubesse quantos anos tem, quantos diria que tinha?” — “Trinta e dois”, respondeu sem hesitar.

A urgência de não desperdiçar tempo

Ao refletir sobre a nova década, o actor admitiu que a idade trouxe-lhe uma prioridade clara: ser mais honesto e não perder tempo. “A partir de certo ponto, mais da tua vida está para trás do que à frente. É quase uma responsabilidade ser mais direto, mesmo que isso implique desentendimentos ou seguir caminhos separados — seja na vida pessoal ou profissional.”

Inspirando-se na mãe, DiCaprio disse admirar a forma como ela “diz exatamente o que pensa” e já não gasta energia a “fingir”.

O segredo para evitar o “pós-filme”

O actor revelou também como evita a sensação de vazio após terminar uma rodagem: tira longos períodos de descanso entre projectos. “A vida fica em pausa quando estás a filmar. Tudo o resto fica para segundo plano. Se passasse de filme em filme, teria medo de não ter nada a que voltar.”

Desde a estreia no cinema, em 1991, DiCaprio colecionou inúmeros prémios, incluindo o Óscar e o Bafta de Melhor Actor por The Revenant (2015).

O maior arrependimento: não ter feito Boogie Nights

Apesar da carreira recheada de sucessos, o actor confessou que há um papel que gostaria de ter interpretado: Boogie Nights (1997), de Paul Thomas Anderson.

Dos seus próprios filmes, o que mais reviu foi O Aviador (2004), a biografia de Howard Hughes realizada por Martin Scorsese. “Tinha andado com um livro sobre Hughes durante dez anos. Quase o fiz com Michael Mann, mas houve conflitos de agenda. Acabei por levá-lo ao Marty e foi a primeira vez que senti que fazia parte da produção como verdadeiro colaborador.”

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Para DiCaprio, esse papel foi um marco no crescimento enquanto actor e parceiro criativo, dando-lhe uma nova perspetiva sobre a sua própria carreira.

Martin Scorsese revela por que deixou de ir ao cinema: “As pessoas estragam a experiência”

O realizador de Taxi Driver e O Lobo de Wall Street já não suporta telemóveis, pipocas e conversas durante o filme

Martin Scorsese, 82 anos, nome maior da história do cinema e defensor incansável da experiência cinematográfica como um ritual sagrado, acaba de admitir uma espécie de rendição pessoal: já não vai ao cinema ver filmes. E não é por falta de títulos interessantes, mas sim porque, segundo o próprio, as salas estão a tornar-se espaços de distracção constante— e o mestre perdeu a paciência.

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Numa conversa com o crítico Peter Travers no blogue The Travers Take, citada pelo The Guardian, o realizador de Shutter IslandAssassinos da Lua das Flores e O Irlandês confessou que deixou de frequentar as salas de cinema porque já não consegue concentrar-se nos filmes devido ao comportamento do público. O mais irritante? Telemóveis acesos durante a exibição.

“Fiquei chocado com o comportamento das pessoas durante os filmes.”

Scorsese vai mais longe e enumera os restantes culpados por esta debandada pessoal: entradas e saídas constantes, barulho, e claro, a tradicional ida ao bar das pipocas — mas em modo rotativo. Em vez da tão propalada “magia do grande ecrã”, o que o realizador encontrou foi um circo caótico.

“Sim, eu também falava durante os filmes… mas sobre o filme!”

O cineasta reconhece que, no passado, também falava durante os filmes. Mas — e aqui entra o purismo cinéfilo — havia contexto e respeito:

“Sim, talvez, mas quando falávamos era sempre sobre o filme e o quanto nos divertíamos ao analisar os pormenores.”

Não se trata apenas de saudosismo. Scorsese está a verbalizar um sentimento partilhado por muitos: a crescente perda de etiqueta nas salas de cinema. As queixas sobre espectadores que comentam o filme em voz alta, atendem chamadas ou usam redes sociais durante a sessão são cada vez mais comuns. E se até Martin Scorsese desiste, é sinal de que o problema atingiu proporções épicas.

Ainda activo, mas em modo privado

Apesar de já não ir ao cinema como espectador, o realizador está longe de se reformar. Aos 82 anos, Scorsese prepara um drama policial passado no Havai, com Dwayne Johnson como protagonista — um emparelhamento inesperado e que promete dar que falar.

Além disso, está também envolvido na produção de um documentário sobre o Papa Francisco, revelando que o seu apetite narrativo continua bem vivo — mesmo que agora consuma os filmes em casa, num ambiente silencioso e controlado.

Uma voz que importa

Não é qualquer pessoa que pode fazer estas críticas com autoridade. Mas quando é Martin Scorsese — o homem que filmou Taxi DriverTouro EnraivecidoA Última Tentação de Cristo e O Lobo de Wall Street — talvez valha a pena ouvir.

A questão que fica é: estaremos mesmo a perder o ritual de ir ao cinema? E conseguiremos recuperá-lo? Ou a experiência colectiva está condenada a ser engolida por luzes de ecrãs, ruídos de snacks e desatenções sonoras?

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Talvez seja tempo de voltarmos a olhar para as salas de cinema como templos da atenção — e não como extensões do sofá da sala. Scorsese já se afastou. Quem será o próximo?

🎬 Mr. Scorsese: O Mestre do Cinema Torna-se Protagonista no Novo Documentário da Apple TV+

Rebecca Miller dirige série documental de cinco partes que mergulha na vida e obra de Martin Scorsese

Após décadas a documentar ícones da cultura e a redefinir o cinema, Martin Scorsese torna-se agora o centro das atenções em Mr. Scorsese, uma série documental de cinco episódios produzida pela Apple TV+. Dirigida por Rebecca Miller, a produção promete uma viagem íntima e abrangente pela carreira do lendário cineasta. 

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🎥 Uma Vida Dedicada ao Cinema

Rebecca Miller, filha do dramaturgo Arthur Miller e esposa do ator Daniel Day-Lewis, lidera este projeto que se desenvolveu ao longo de cinco anos. A série explora desde os primeiros trabalhos de Scorsese, como Italianamerican e Street Scenes 1970, até aos seus clássicos como Taxi DriverGoodfellasThe Departed e Killers of the Flower Moon

O documentário destaca as colaborações de Scorsese com figuras como Robert De Niro, Leonardo DiCaprio e Mick Jagger, além de explorar temas recorrentes na sua obra, como moralidade e a natureza humana. 


🎤 Testemunhos de Lendas do Cinema

A série conta com entrevistas de nomes como Steven Spielberg, Sharon Stone, Cate Blanchett, Jodie Foster, Paul Schrader e membros da família de Scorsese. Estes depoimentos oferecem uma visão única sobre o impacto e a influência do realizador na indústria cinematográfica. 


🎞️ Uma Homenagem ao Documentarista

Conhecido pelos seus documentários sobre Bob Dylan, George Harrison e Fran Lebowitz, Scorsese vê agora a sua própria história contada através de imagens raras e arquivos pessoais. A série promete revelar facetas desconhecidas do cineasta, oferecendo aos fãs uma oportunidade única de conhecer o homem por trás das câmaras. 


🗓️ Estreia Prevista

Embora a Apple TV+ ainda não tenha anunciado uma data oficial de estreia, especula-se que Mr. Scorsese possa ser lançado durante o Festival de Cinema de Nova Iorque, no final de setembro. Este evento seria o palco ideal para celebrar a carreira de um dos maiores nomes do cinema contemporâneo.

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🎬 Martin Scorsese e Papa Francisco unem-se em “Aldeas – Uma Nova História”, documentário com a última entrevista do pontífice

O cineasta Martin Scorsese anunciou o lançamento de Aldeas – Uma Nova História, um documentário que inclui a última entrevista em profundidade do Papa Francisco antes do seu falecimento a 21 de abril de 2025. O filme é uma colaboração entre a Sikelia Productions, de Scorsese, e a organização Scholas Occurrentes, fundada pelo próprio Papa em 2013 para promover a “Cultura do Encontro” entre os jovens . 

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🎥 Um legado cinematográfico e espiritual

Aldeas destaca-se por apresentar o Papa Francisco a discutir temas como a vida humana, a sociabilidade e os conflitos, refletindo sobre a essência do percurso humano. O documentário integra também curtas-metragens realizadas por jovens de comunidades na Indonésia, Gâmbia e Itália, participantes em oficinas de cinema promovidas pela Scholas Occurrentes. Estas produções visam preservar as identidades culturais locais e fomentar o diálogo intercultural . 

Scorsese, de 82 anos, descreveu o projeto como “extremamente poético e muito construtivo”, sublinhando a importância do cinema como meio para promover a compreensão mútua e a valorização das diversas perspetivas culturais. O realizador expressou ainda a sua profunda admiração pelo Papa Francisco, destacando a sua sabedoria, humildade e compromisso inabalável com o bem . 

🌍 Uma colaboração marcada pela amizade

A relação entre Scorsese e o Papa Francisco desenvolveu-se ao longo de vários encontros pessoais, nos quais partilharam reflexões sobre fé, cinema e literatura. O Papa manifestou particular interesse pela dedicação de Scorsese à sua esposa, que sofre de Parkinson, considerando-a uma expressão profunda de amor . 

O documentário, ainda sem data de estreia anunciada, surge como um tributo ao legado do Papa Francisco e à sua visão de um mundo mais inclusivo e dialogante. Através de Aldeas, Scorsese pretende perpetuar a mensagem do pontífice, utilizando o cinema como ferramenta para inspirar e unir comunidades em todo o mundo. 

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🎬 Os Filmes de Máfia Estão a Ser “Apanhados”? Hollywood Pode Estar a Assistir ao Fim de Uma Era

Durante décadas, os filmes sobre a máfia foram o coração palpitante de Hollywood: repletos de intrigas, violência, famílias disfuncionais com códigos de honra retorcidos, e atuações memoráveis que elevaram atores como Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci ao estatuto de lendas. Mas ao assistir ao fracasso de The Alto Knights — com Robert De Niro a falar… consigo próprio, literalmente — é inevitável perguntar: estará este subgénero a respirar por aparelhos?

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🕵️ A Era de Ouro Que Já Foi

A glória começou com O Padrinho (1972), de Francis Ford Coppola, um filme que conseguiu o raro feito de unir a crítica e o grande público: venceu o Óscar de Melhor Filme e arrecadou 250 milhões de dólares na bilheteira, ou mais de 700 milhões ajustados à inflação. Seguiram-se Goodfellas (1990), Casino (1995) e Donnie Brasco (1997), entre outros, obras com enredos complexos, personagens intensas e uma realização magistral.

Mas agora, os nomes por trás destes clássicos estão, literalmente, a envelhecer. De Niro tem 81 anos. Al Pacino, 83. Martin Scorsese, 82. E Nicholas Pileggi, argumentista de Goodfellas e The Alto Knights, já conta com 92 primaveras. Com este elenco envelhecido e sem uma nova geração convincente para tomar o leme, os filmes de máfia parecem prontos para… pendurar o terno italiano.

🎭 Quando Já Só Resta o Espelho

Em The Alto Knights, De Niro interpreta dois mafiosos distintos (Frank Costello e Vito Genovese) e acaba a falar consigo mesmo. Não há parceiros à altura, nem um fio narrativo realmente cativante. O filme, recheado de clichés reciclados, está a ser um desastre de bilheteira, com apenas 3 milhões de dólares previstos no primeiro fim de semana. A comparação é dolorosa.

Mesmo o último filme “respeitável” do género, The Irishman (2019), exigiu tecnologia de CGI para rejuvenescer digitalmente os atores principais — um luxo narrativo que grita mais desespero do que inovação. E o resultado foi, para muitos, uma experiência mais artificial do que emocional.

🎬 A Geração Perdida

O problema não está apenas nos velhos nomes — está também na ausência de novos. Quem substituirá De Niro e Pacino? Timothée Chalamet a dar tiros enquanto devora spaghetti aos domingos? Difícil de imaginar.

Tentativas recentes falharam com estrondo: Gotti, com um John Travolta irreconhecível, ou Capone, com Tom Hardy a murmurar-se através de um enredo estagnado, são apenas dois exemplos. E o prequela de Os SopranosThe Many Saints of Newark, pouco ou nada acrescentou ao legado da série original.

James Gandolfini, que poderia ter sido o herdeiro legítimo do trono mafioso no grande ecrã, faleceu em 2013. A sua ausência é sentida não apenas pelos fãs, mas também por uma indústria sedenta de uma figura credível para liderar a próxima geração de wiseguys.

⚰️ O Fim de Uma Linha… ou Uma Reinvenção à Vista?

A verdade é que géneros cinematográficos também morrem. Os westerns, por exemplo, dominaram o cinema americano até aos anos 60, para depois cederem lugar a interpretações modernas, mais sombrias e revisionistas — como The Hateful Eight, de Quentin Tarantino.

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Talvez o mesmo destino aguarde os filmes de máfia. Talvez o próximo passo seja deixar para trás a obsessão com famílias italianas e códigos de honra ultrapassados, e encontrar novas formas de explorar o crime organizado, mais ajustadas ao século XXI. A máfia de hoje não está em Little Italy — está nos corredores anónimos das grandes corporações, nas redes de tráfico digital e nos meandros do poder político global.

💡 Fuggedaboudit, Mas Com Classe

O género pode não estar morto, mas está claramente em coma. E talvez o que precisa seja precisamente de alguém com coragem para desligar as máquinas — e recomeçar do zero. Um realizador ousado, um argumentista de sangue novo, que olhe para os clássicos e, em vez de tentar imitá-los, diga com orgulho: Fuggedaboudit!

O futuro dos filmes de máfia talvez não esteja em replicar o passado… mas em enterrá-lo com honra.

🎥 Scorsese, DiCaprio, Dwayne Johnson e Emily Blunt Juntos? Hollywood Entra em Frenesi!

Quando se junta Martin ScorseseLeonardo DiCaprioDwayne Johnson e Emily Blunt num mesmo projeto, o resultado só pode ser uma coisa: um dos filmes mais aguardados dos próximos anos! 🔥

Nos últimos dias, um novo filme sobre o submundo do crime organizado no Havai foi apresentado aos estúdios de Hollywood, e, como seria de esperar, as ofertas milionárias não tardaram a chegar! 💰💣

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🎬 Um Novo Épico de Crime à Scorsese?

O projeto ainda não tem título oficial, mas já é descrito como herdeiro espiritual de “Tudo Bons Rapazes” e “The Departed – Entre Inimigos”. A história acompanha um líder mafioso implacável, baseado numa figura real, que tenta dominar o crime organizado no Havai entre as décadas de 1960 e 1970. O resultado? Uma batalha sangrenta pelo poder. 💀🔫

O argumento será escrito por Nick Bilton, jornalista britânico conhecido por trabalhos polémicos como “The Idol” (HBO) e o documentário da Netflix “Ashley Madison: Sexo, Mentiras e Escândalo”.

🎭 O Elenco de Luxo e as Parcerias Reforçadas

Além da lendária parceria Scorsese-DiCaprio, que nos deu filmes inesquecíveis como Gangs de Nova Iorque e O Lobo de Wall Street, o projeto também marca um reencontro entre Dwayne Johnson e Emily Blunt, que já trabalharam juntos em Jungle Cruise e no ainda inédito The Smashing Machine.

A presença de Dwayne Johnson no elenco indica que este poderá ser um dos filmes mais físicos e intensos da filmografia de Scorsese, adicionando uma nova dimensão ao seu estilo de crime e violência realista. 💪🎞️

🎞️ Quando Começa a Produção?

Apesar do entusiasmo da indústria, o filme ainda está longe de arrancar com a produção, já que tanto Scorsese como os atores têm as suas agendas preenchidas. Para DiCaprio, pode significar uma sobrecarga de projetos, já que ele e Scorsese também estão ligados à adaptação do best-seller Devil in the White City, um thriller histórico sobre um assassino em série no século XIX.

Com um projeto desta dimensão, só nos resta esperar que as negociações avancem rapidamente. Mas uma coisa é certa: quando Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio entram em cena, a indústria para para assistir. 🎥🔥

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Será que este pode ser o próximo grande clássico do cinema de crime? Deixa a tua opinião nos comentários! 👇👇

Amy Adams Vs. Javier Bardem: A Nova Versão de O Cabo do Medo Tem Tudo Para Ser Explosiva

⚖️ Steven Spielberg e Martin Scorsese juntos num projeto televisivo? ✅

Amy Adams e Javier Bardem como protagonistas? ✅

Uma reinvenção de um dos ‘thrillers’ mais icónicos de sempre? ✅

A Apple TV+ acaba de apostar forte ao dar luz verde a uma série baseada em O Cabo do Medo (Cape Fear), modernizando a história clássica sobre obsessão, vingança e crime.

Steven Spielberg Lutou para Impedir uma Sequela de E.T. – O Extraterrestre

E para tornar tudo ainda mais aliciante, o elenco já tem dois nomes de peso: Javier Bardem, que interpretará o papel do infame Max Cady (seguindo os passos de Robert De Niro e Robert Mitchum), e Amy Adams, que dará vida a Anna Bowden, uma das protagonistas da história.

🎬 O Que Se Sabe Sobre Esta Nova Versão?

A série terá dez episódios e, segundo a descrição oficial, propõe-se a explorar “a obsessão da América com crimes reais no século XXI”.

O enredo baseia-se no romance “The Executioners”, de John D. MacDonald, publicado em 1957 e já adaptado duas vezes ao cinema:

🎞 A Barreira do Medo (1962) – Com Gregory Peck e Robert Mitchum

🎞 O Cabo do Medo (1991) – Dirigido por Martin Scorsese, produzido por Steven Spielberg, com Robert De Niro, Nick Nolte, Jessica Lange e Juliette Lewis

Esta será, portanto, a terceira adaptação da história, mas com uma abordagem contemporânea, trazendo novas camadas ao conceito original.

💥 Amy Adams Vs. Javier Bardem: Um Confronto a Não Perder

A rivalidade central será entre Anna e Tom Bowden, um casal de advogados felizes, cuja vida se transforma num pesadelo quando Max Cady, um criminoso do seu passado, é libertado após anos de prisão.

📌 Javier Bardem assume o papel de Cady, o criminoso obcecado com vingança.

📌 Amy Adams interpretará Anna Bowden, num papel que promete ser desafiante e intenso.

Ainda não se sabe quem dará vida a Tom Bowden, o outro protagonista da história, mas o elenco já tem poder de fogo suficiente para chamar a atenção.

🎥 Spielberg e Scorsese: Duas Lendas na Produção

Para além de contar com Amy Adams e Javier Bardem também como produtores executivos, o projeto tem ainda o envolvimento de Steven Spielberg e Martin Scorsese, que assumem o mesmo papel.

Ou seja, dois dos maiores cineastas de sempre estão ativamente envolvidos na produção desta série, o que é algo extremamente raro e aumenta consideravelmente as expectativas.

Outro nome crucial do projeto é Nick Antosca, que será showrunner, argumentista e produtor executivo. Antosca já demonstrou talento para histórias de terror e crime em séries como:

🩸 Channel Zero (2016–2018)

🩸 The Act (2019)

🩸 Brand New Cherry Flavor (2021)

🩸 A Friend of the Family (2022)

🔥 Um ‘Thriller’ à Altura das Expectativas?

A Apple TV+ parece estar a investir forte nesta série, que tem tudo para ser um dos grandes acontecimentos televisivos dos próximos anos.

Ainda não há data de estreia, mas com este elenco de luxo, um argumento baseado num clássico e o envolvimento de Spielberg e Scorsese, dificilmente será um projeto para ignorar.

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A grande questão agora é: será esta versão capaz de igualar (ou até superar) o clássico de 1991?

Ficamos à espera para ver… mas uma coisa é certa: o duelo entre Amy Adams e Javier Bardem promete ser explosivo! 🎬🔥

Ben Stiller: O Perfeccionista de Hollywood que Domina a TV com Severance 🎬🔥

Ben Stiller não é apenas um dos rostos mais conhecidos da comédia de Hollywood. Ao longo dos anos, o ator e realizador consolidou-se como um mestre da sua arte, alguém que não se contenta com o óbvio e que sempre procura a excelência em tudo o que faz. Aos 59 anos, Stiller encontrou em Severance, série da Apple TV+, o projeto perfeito para canalizar a sua obsessão pelo detalhe e pelo storytelling de qualidade. A segunda temporada da série estreou a 17 de janeiro, após três anos de espera, e já está a ser considerada uma das melhores do ano. Mas como é que um dos maiores nomes do cinema encontrou na televisão a sua verdadeira vocação? 🤔📺

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Do Cinema à TV: Um Caminho Inusitado

O fascínio de Stiller pelo cinema começou cedo. Filho dos icónicos comediantes Jerry Stiller e Anne Meara, cresceu rodeado pelo espetáculo, mas o seu interesse sempre esteve mais focado na câmara do que no palco. Durante a infância, ficou fascinado com os bastidores do filme The Taking of Pelham One Two Three (1974), onde o pai tinha um pequeno papel. Esse momento foi determinante para definir a sua paixão pela sétima arte. 🎥✨

Apesar disso, Stiller tornou-se mundialmente famoso por protagonizar algumas das comédias mais bem-sucedidas das últimas décadas, como Quem Vai Ficar com Mary? (1998), Zoolander (2001) e Os Fura-Casamentos (2004). No entanto, sempre quis mais. A sua vontade de contar histórias mais complexas levou-o a realizar Reality Bites (1994) e O Segredo de Walter Mitty (2013), mas foi na televisão que encontrou o seu verdadeiro espaço como realizador e produtor. 📽️🎭

O Fenómeno Severance: A Série que Definiu a Sua Carreira

O grande turning point da sua carreira deu-se com Severance. A série, criada por Dan Erickson, apresenta uma premissa intrigante: e se fosse possível separar completamente a vida profissional da pessoal através de uma cirurgia cerebral? A série mistura thriller psicológico, ficção científica e crítica social, tornando-se um dos projetos mais ambiciosos da televisão atual. 🤯

A primeira temporada, lançada em 2022, conquistou o público e a crítica, sendo nomeada para 14 Emmys e vencendo um Peabody Award. Stiller dirigiu a maioria dos episódios, imprimindo a sua marca de perfeccionismo obsessivo em cada detalhe, desde a cinematografia milimetricamente calculada até à direção de atores. Adam Scott, que protagoniza a série, revelou que Stiller o defendeu contra as objeções da Apple TV+ ao seu casting, mostrando o quanto acredita na sua visão criativa. 👀🎬

Perfeccionismo e a Longa Espera pela Segunda Temporada

Após um final de temporada eletrizante, os fãs aguardaram três longos anos pela continuação da história. O intervalo deveu-se não apenas à greve de roteiristas e atores de Hollywood, mas também ao estilo meticuloso de Stiller. Durante esse tempo, o realizador aproveitou para reavaliar cada detalhe, reescrever cenas e refazer partes da narrativa para garantir que tudo estivesse perfeito. 💡✍️

Este perfeccionismo, no entanto, tem um preço. A segunda temporada de Severance teve um orçamento estimado de 20 milhões de dólares por episódio, um dos mais altos da televisão atual. Mas a aposta parece ter valido a pena: a receção da crítica foi avassaladoramente positiva, com a série a atingir 98% de aprovação no Rotten Tomatoes. 📊🏆

Um Futuro no Cinema ou na TV?

Mesmo com o sucesso estrondoso de Severance, Ben Stiller ainda mantém o desejo de regressar ao cinema. Atualmente, está a trabalhar num documentário sobre os seus pais, um projeto profundamente pessoal que o tem feito refletir sobre a sua própria trajetória. Para além disso, já admite que o seu próximo passo pode ser um filme, algo mais compacto e menos exigente do que uma série televisiva de alto nível. 🎞️🎭

Enquanto isso, os fãs podem ficar tranquilos: a terceira temporada de Severance já está a ser planeada, e Stiller promete não demorar outros três anos a entregá-la. Se há algo que podemos esperar dele, é a garantia de que cada projeto será tratado com o mesmo nível de dedicação e ambição que sempre definiu a sua carreira. 💪✨

DiCaprio e Scorsese: O Projeto de The Devil in the White City Pode Finalmente Sair do Papel 🎥✨

Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese, uma das duplas mais icónicas do cinema contemporâneo, estão prestes a dar vida a um projeto ambicioso que tem circulado por Hollywood há mais de uma década. A adaptação de The Devil in the White City: Murder, Magic and Madness at the Fair That Changed America, de Erik Larson, parece finalmente encaminhar-se para o grande ecrã, graças ao envolvimento da 20th Century Studios.

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Um Projeto que Resiste ao Tempo 🕰️

Desde que DiCaprio adquiriu os direitos do livro em 2010, The Devil in the White City passou por várias mãos e formatos. Em 2015, chegou a ser anunciado como o próximo projeto de Scorsese após Silêncio, mas acabou por enfrentar vários atrasos. Tentativas de transformá-lo numa minissérie para o Hulu, com Keanu Reeves no elenco, também não avançaram.

Agora, com a 20th Century Studios a assumir o controlo, as negociações entre DiCaprio, Scorsese e o estúdio deram nova vida ao projeto. Este será o sétimo filme da parceria entre o ator e o realizador, após sucessos como Gangs de Nova IorqueThe Departed e O Lobo de Wall Street.

A História por Detrás do Livro 📖🔪

Publicado em 2004, o livro de Erik Larson mistura história real com elementos de suspense, focando-se em dois homens na Feira Mundial de Chicago de 1893. Daniel H. Burnham, um arquiteto visionário, superou desafios imensos para construir a impressionante “Cidade Branca” da exposição. Em contraste, H. H. Holmes, um assassino em série disfarçado de médico encantador, construiu um hotel de três andares equipado com câmara de gás, mesas de dissecação e crematório, onde matou dezenas de vítimas.

DiCaprio assumirá o papel de Holmes, trazendo ao ecrã a complexidade e o fascínio macabro de um dos primeiros assassinos em série modernos.

Um Projeto Ambicioso com Apoio de Peso 🌍🎞️

O envolvimento da 20th Century Studios sinaliza uma aposta em projetos que combinam apelo comercial e prestígio. Este alinhamento estratégico inclui outros filmes promissores, como o biopic sobre Bruce Springsteen, Deliver Me From Nowhere, e The Barrier, com Austin Butler e Edward Berger.

Embora ainda não haja um argumento final para The Devil in the White City, o projeto promete ser uma abordagem cinematográfica original, com um enredo envolvente e performances de grandes talentos de Hollywood.

Expectativas Elevadas para a Dupla DiCaprio-Scorsese 🎭✨

Com um historial de sucessos aclamados, as expectativas para esta colaboração são altas. A história verídica, recheada de mistério e intriga, combina perfeitamente com o estilo de Scorsese e o talento de DiCaprio para interpretar personagens complexas e moralmente ambíguas.

Depois de anos de incertezas, parece que The Devil in the White City está finalmente pronto para encantar o público e reafirmar o poder criativo de uma das parcerias mais celebradas de Hollywood.

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Roger Corman: O Homem por Trás das Lendas do Cinema e o Rei do Cinema Independente

Roger Corman, uma figura ímpar no panorama cinematográfico, consolidou-se como o rei do cinema independente americano. Com quase 500 créditos no currículo, Corman navegou habilmente pelas marés do cinema durante mais de sete décadas. Ele não só moldou o mundo dos filmes de baixo orçamento, mas também lançou as carreiras de algumas das maiores lendas de Hollywood, como Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Jack Nicholson e Jonathan Demme.

O Legado de um Mestre dos Filmes de Baixo Orçamento

Corman começou nos anos 1950, numa era em que filmes de baixo e médio orçamento ainda tinham espaço nas salas de cinema em todo o mundo. Ele recorda com nostalgia esses tempos: “Podíamos abrir um pequeno filme e sabíamos que iríamos passar nas principais redes de cinemas nos EUA e em muitos outros países.” Hoje, lamenta a falta de oportunidades para este tipo de produções no circuito comercial, embora reconheça que as plataformas de streaming abriram novas possibilidades.

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Mesmo enfrentando limitações orçamentais, Corman sempre demonstrou uma notável habilidade para maximizar recursos, criando filmes que misturavam criatividade e eficiência. Ele é frequentemente descrito como alguém que poderia “fechar um negócio, filmar e financiar o filme com as moedas de uma cabine telefónica.”

Uma Nova Hollywood: A Geração que Ele Inspirou

Ao longo de sua carreira, Corman tornou-se uma espécie de padrinho da Nova Hollywood, não apenas incentivando jovens realizadores, mas também promovendo a liberdade criativa, desde que respeitassem uma regra de ouro: manter-se dentro do orçamento. Filmes como The Wild Angels (1966) e The Trip (1967) abriram caminho para o movimento contracultural dos anos 60. Sobre esta época, Corman reflete: “Era um tempo excitante. Esses filmes eram uma nova forma de expressão, e eu fazia parte disso.”

Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e outros nomes de peso começaram sob a tutela de Corman. Coppola, por exemplo, dirigiu seu primeiro filme com base em material russo modificado para audiências americanas. Scorsese recebeu instruções específicas para adicionar cenas mais apelativas em Boxcar Bertha (1972), embora Corman ria hoje de mitos exagerados sobre as suas exigências.

Explorando o Cinema de Terror e Poe

Corman é talvez mais conhecido por suas adaptações dos contos de Edgar Allan Poe. The Fall of the House of Usher (1960) marcou o início de uma série de filmes góticos que se tornaram clássicos. Vincent Price, que estrelou muitos desses filmes, foi uma escolha óbvia para Corman, que admirava sua inteligência e sensibilidade artística.

Apesar de seu sucesso com Poe, Corman também é lembrado por projetos inusitados, como The Terror (1963), que envolveu uma série de realizadores — incluindo Coppola, Nicholson e o próprio Corman — trabalhando em diferentes partes da produção. “Foi um dos filmes mais estranhos que já fiz. Cada diretor adicionou algo, e tivemos que filmar uma cena final para dar sentido à história.”

Uma Abordagem Singular à Produção

Enquanto produtor, Corman manteve-se profundamente envolvido em todas as fases criativas, desde o desenvolvimento do argumento até a montagem final. No entanto, ele dava espaço aos realizadores durante as filmagens: “Entendo que, nesse ponto, preciso entregar o controlo ao diretor.” Este equilíbrio entre controlo criativo e confiança nos seus colaboradores foi essencial para o seu sucesso.

A Filosofia de Corman sobre o Cinema

Para Corman, o cinema é “a forma de arte contemporânea mais importante” por capturar movimento e envolver equipas criativas inteiras. No entanto, ele reconhece que é uma arte comprometida pela sua ligação inerente ao negócio: “Um realizador precisa de uma equipa, e uma equipa precisa ser paga. É uma combinação de arte e negócios.”

O Legado de uma Vida no Cinema

Mesmo na casa dos 90 anos, Corman continua a ser uma inspiração para realizadores em todo o mundo. Muitos dos filmes que dirigiu ou produziu foram revisitados, mas ele não é um grande fã de remakes, acreditando que “é difícil recriar a química que fez o original funcionar.”

Roger Corman não só moldou a história do cinema com a sua resiliência e engenhosidade, mas também demonstrou que o verdadeiro talento transcende orçamentos e barreiras. Sua obra continua a inspirar novas gerações, garantindo seu lugar como um dos gigantes do cinema.

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Brian De Palma e o Legado de Scarface: Do Desprezo Inicial ao Status de Clássico

Brian De Palma, um dos realizadores mais icónicos de Hollywood, reflete frequentemente sobre como os seus filmes têm resistido ao teste do tempo, mesmo após receções iniciais negativas. Uma das suas obras mais discutidas, Scarface (1983), é um exemplo perfeito de como as tendências culturais e críticas podem mudar, transformando um filme controverso num marco cinematográfico.

Receção Inicial: Violência e Controvérsia

Quando foi lançado, Scarface enfrentou duras críticas pela sua violência gráfica, linguagem explícita e retratos crús do mundo do crime. A New York Magazine descreveu-o como “um filme vazio, intimidante e exagerado”. Até figuras proeminentes como os escritores Kurt Vonnegut e John Irving abandonaram a sessão de estreia, chocados pela infame cena da motosserra. Durante as filmagens, Martin Scorsese chegou a alertar Steven Bauer, que interpretava Manny: “Preparem-se, porque vão odiar isto em Hollywood… porque é sobre eles.”

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O público também ficou dividido. Celebridades como Cher elogiaram o filme, mas outras, como Lucille Ball, ficaram horrorizadas com a violência gráfica. Até Dustin Hoffman foi apanhado a dormir durante uma sessão, segundo relatos. Além disso, a comunidade cubana em Miami protestou contra o retrato de cubanos como criminosos e traficantes de droga.

Uma Mudança de Perceção

Apesar das críticas iniciais, Scarface foi gradualmente reavaliado. Com o passar do tempo, críticos e cinéfilos reconheceram-no como uma das maiores obras do género de gangsters. A história de ascensão e queda de Tony Montana, interpretado magistralmente por Al Pacino, tornou-se um estudo intemporal sobre ganância, poder e moralidade.

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Hoje, Scarface é venerado por gerações de fãs, sendo especialmente influente na cultura pop e no hip-hop. No entanto, De Palma manteve-se fiel à visão original do filme, rejeitando propostas de adicionar canções de rap à banda sonora como forma de promover o relançamento. “A música de Giorgio Moroder era fiel à época,” defendeu De Palma. “Eu disse: ‘Se isto é a “obra-prima” que dizem, deixem-na como está.’ Tive corte final, e isso encerrou a questão.”

Brian De Palma e a Resiliência Criativa

Para De Palma, o impacto duradouro de um filme é mais importante do que as críticas iniciais. “Alguns dos meus filmes que receberam as piores críticas são os que mais falam hoje em dia,” refletiu o realizador. “Estás sempre a ser julgado de acordo com a moda do momento, mas essa moda muda constantemente. O que importa é o que perdura, e sou muito sortudo por ter feito filmes que parecem ter resistido ao tempo.”

O Legado de Scarface

Scarface continua a ser uma referência no cinema, influenciando não só outros filmes de crime, mas também música, moda e cultura popular. A frase icónica “Say hello to my little friend” tornou-se um símbolo da atitude desafiadora e excessos de Tony Montana, encapsulando a essência do filme.

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Mais do que uma história de gangsters, Scarface é um testemunho da visão de De Palma e da colaboração com talentos como Al Pacino e Giorgio Moroder. É um lembrete de que o verdadeiro valor de uma obra de arte é frequentemente determinado pelo tempo e pelo impacto cultural que deixa para trás.

Andrew Garfield Reflete sobre “Spider-Man” e o Futuro da Carreira em Marraquexe

Enquanto membro do júri no Festival Internacional de Cinema de Marraquexe, o ator Andrew Garfield partilhou as suas experiências sobre equilibrar o estrelato de “Spider-Man” com projetos artísticos mais desafiantes. Durante uma conferência de imprensa, Garfield abordou a sua transição de blockbusters para colaborações com cineastas aclamados como Martin Scorsese.

A transição de Spider-Man para Scorsese
Garfield reconheceu que o papel em “Spider-Man” abriu portas, permitindo-lhe trabalhar com realizadores como Scorsese no filme “Silence”. “Acho maravilhoso que um filme de super-heróis tenha facilitado a produção de um projeto tão profundo e espiritual,” disse o ator, refletindo sobre como a popularidade da franquia influenciou o seu percurso.

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Colaborações com cineastas internacionais
O ator também destacou o seu entusiasmo por trabalhar com realizadores de diferentes culturas. “Cada experiência é uma oportunidade de ver o mundo através de uma nova lente,” afirmou, mencionando as colaborações com Ramin Bahrani e, mais recentemente, com Luca Guadagnino no thriller “After the Hunt”. Garfield revelou que ele e Guadagnino planeavam trabalhar juntos há 15 anos, o que tornou o projeto especialmente gratificante.

O papel do cinema como linguagem universal
Garfield foi acompanhado por Jacob Elordi, colega no júri, que expressou a sua ambição de colaborar com cineastas de todo o mundo. “O cinema é uma linguagem universal, e o meu sonho é aprender a dizer ‘olá’ em todos os idiomas,” disse Elordi, destacando o impacto transformador do cinema.

Andrew Garfield continua a equilibrar o sucesso comercial com projetos artísticos, reforçando o papel do cinema como ponte entre culturas e ideias.

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