John Carpenter Surpreende Fãs ao Sugerir Que The Thing 2 Pode Estar em Desenvolvimento

Quarenta anos depois do clássico de terror que redefiniu o género, o realizador de culto deixou no ar a possibilidade de uma continuação — mas sem confirmações oficiais.

Os fãs de The Thing voltaram a ter motivos para arrepiar os cabelos — e não apenas por causa dos efeitos práticos lendários. John Carpenter, o realizador da obra-prima de 1982, deixou escapar durante a sua participação num evento da Fan Expo que uma sequela pode estar, de facto, em andamento.

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Quando questionado sobre o tema, Carpenter respondeu de forma breve, mas suficiente para incendiar a imaginação dos fãs:

“Sim, estamos a trabalhar nisso agora. Não sei, veremos.”

A declaração, embora vaga, foi suficiente para gerar uma onda de especulação online. Ainda não há qualquer confirmação oficial de estúdio, elenco, argumento ou data de estreia — mas o simples facto de Carpenter reconhecer a existência de movimentações em torno do projeto já bastou para reacender o entusiasmo em torno de um dos filmes mais influentes da história do terror.

Um clássico que não envelhece

Lançado em 1982, The Thing (em Portugal, A Coisa) foi inicialmente recebido com frieza, mas com o tempo transformou-se num dos pilares do cinema de horror e ficção científica. Com Kurt Russell no papel principal, o filme combinava paranoia, isolamento e efeitos especiais práticos que ainda hoje impressionam — mérito do lendário Rob Bottin.

O seu ambiente claustrofóbico na Antártida e a constante dúvida sobre quem seria “a coisa” infiltrada no grupo de cientistas tornaram-no num ícone do terror psicológico e corporal. Em 2011, foi lançada uma prequela realizada por Matthijs van Heijningen Jr., que explorava os eventos que antecedem o filme original.

Um regresso possível… mas sem garantias

Apesar do entusiasmo gerado pelas palavras de Carpenter, o realizador não revelou mais detalhes. Não há, até ao momento, qualquer confirmação de que o projeto tenha luz verde, e a própria natureza ambígua da sua resposta (“veremos”) deixa espaço para dúvidas.

Mesmo assim, a possibilidade de Carpenter revisitar o universo de The Thing — nem que seja como consultor ou produtor executivo — é suficiente para fazer tremer os fãs de terror.

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Por agora, resta esperar para ver se a criatura voltará a emergir do gelo.

Predator: Badlands Conquista a Crítica e Estreia com 86% no Rotten Tomatoes

O novo capítulo da saga de ficção científica surpreende fãs e críticos com uma abordagem ousada: desta vez, o Predador é o herói.

A selva voltou a tremer — mas, desta vez, o monstro está do lado certo da luta. Predator: Badlands, o mais recente filme do realizador Dan Trachtenberg, chegou à crítica e já é apontado como uma das melhores surpresas do ano.

Com uma pontuação de 86% no Rotten Tomatoes, baseada em 51 críticas, o filme foi elogiado por reinventar a fórmula da saga e dar-lhe um toque inesperado de aventura, emoção e humor.

Segundo o consenso dos críticos, Badlands “mantém o sangue e a brutalidade característicos, mas adiciona coração e propósito ao caos.”

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Um Predador com alma (e propósito)

Na nova história, o centro da ação deixa de ser o humano em fuga. Aqui, o protagonista é Dek, um jovem Yautja (a espécie alienígena dos Predadores), interpretado por Dimitrius Schuster-Koloamatangi, que parte numa missão para provar o seu valor — e, curiosamente, salvar mais do que destruir.

Acompanhado por um androide meio-destruído (com ecos do universo Alien) e um companheiro não verbal que muitos já comparam a uma mascote de desenho animado, Dek enfrenta uma criatura ainda mais feroz do que qualquer caçada anterior.

“Trachtenberg arrisca e ganha — transforma o terror em aventura sem perder o impacto,” escreveu Eric Goldman, da MovieWeb, elogiando o filme como “uma direção nova e delirantemente divertida para a saga.”

Do terror à aventura pulp

Críticos do Bloody Disgusting destacam o tom “mais leve e aventureiro”, onde o ritmo e o humor lembram “um sábado de manhã com monstros e explosões.”

Já o The Film District descreveu Badlands como “o episódio piloto de um desenho animado clássico — mas no melhor sentido possível.”

Essa mudança de tom divide opiniões, mas é precisamente o que dá frescura ao filme: Badlands deixa de ser apenas um jogo de caça e sobrevivência e transforma-se numa odisseia espacial cheia de criaturas, ironia e adrenalina.

Nem todos ficaram convencidos

Nem todas as reações foram entusiásticas. O The Playlist classificou o filme como “uma mutação meio bem-sucedida”, argumentando que o realizador tenta “transcender o instinto primal da franquia” e, no processo, “esquece-se do que a tornou icónica.”

Deadline também lamentou que o novo Predador pareça “ter perdido o mojo ameaçador”, considerando que as cenas de ação “nunca galvanizam como antes.”

Ainda assim, a maioria das críticas reconhece o mérito de arriscar num formato novo, algo que poucas franquias com quase quatro décadas de existência se atrevem a fazer.

A evolução do caçador

Depois do sucesso de Prey (2022), também de Dan Trachtenberg, Predator: Badlands confirma o realizador como o nome certo para revitalizar o universo. A crítica parece concordar: a saga encontrou uma nova forma de rugir — e, quem diria, até de emocionar.

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Os fãs vão poder tirar as próprias conclusões quando o filme chegar às salas de cinema ainda esta semana.

Preparem-se: o Predador voltou. Só que, desta vez, ele é o herói.

Keanu Reeves Volta à Ficção Científica em “Shiver” — Um “Edge of Tomorrow” com Tubarões, Mercenários e um Loop Temporal

Antes do regresso a John Wick e ao tão aguardado Constantine 2, Keanu Reeves mergulha num novo thriller de ação e ficção científica — e desta vez, o perigo vem do mar.

Keanu Reeves parece ter feito um pacto com o tempo — não só por continuar com a energia de um jovem herói de ação aos 61 anos, mas também porque o seu próximo filme o coloca literalmente preso num loop temporal. O projeto chama-se Shiver e junta o ator a Tim Miller, o realizador de Deadpool.

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Segundo o The Hollywood ReporterShiver mistura o ritmo frenético de Edge of Tomorrow com a tensão claustrofóbica de The Shallows. Reeves interpreta um contrabandista que é traído durante uma operação no mar das Caraíbas, encontrando-se rapidamente cercado por cadáveres, mercenários e… tubarões famintos. O verdadeiro problema, contudo, é outro: o protagonista percebe que está preso num ciclo de morte e renascimento, condenado a reviver o mesmo pesadelo até descobrir como quebrar o ciclo.

O argumento é assinado por Ian Shorr (Infinite), e a produção reúne nomes de peso como Matthew Vaughn (Kingsman) e Aaron Ryder (Dumb MoneyPieces of a Woman). A Warner Bros. está prestes a fechar o acordo para distribuir o projeto, que promete ser um dos thrillers de ficção científica mais aguardados dos próximos tempos.

Esta não é a primeira colaboração entre Reeves e Tim Miller: os dois trabalharam juntos em Secret Level, a antologia animada da Prime Video que adaptava propriedades de videojogos icónicas. Nessa série, Reeves deu voz a um episódio inspirado em Armored Core, com uma performance que rapidamente se destacou como uma das mais elogiadas da produção.

Um Futuro Cheio de Keanu

Enquanto Shiver se prepara para levantar âncora, os fãs de Keanu Reeves têm muito mais por onde se entusiasmar. O ator regressa em breve ao universo John Wick com um quinto capítulo já confirmado, e continua envolvido na adaptação cinematográfica da sua banda desenhada BRZRKR.

E, claro, há ainda Constantine 2, a sequela do filme de 2005 que o reuniu ao realizador Francis Lawrence (The Hunger Games). Apesar da escassez de novidades, Reeves revelou recentemente que “chegou uma nova versão do argumento” e que a equipa está prestes a apresentá-la à Warner Bros.

James Gunn, co-presidente da DC Studios, confirmou que já discutiu o projeto com Reeves — embora ainda não tenha lido o guião. Tudo indica que Constantine 2 poderá integrar o selo Elseworlds da DC, ao lado de The Batman – Part II, mantendo assim uma ligação independente do novo universo partilhado de super-heróis.

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Entre loops temporais, caçadores de demónios e assassinos de terno impecável, Keanu Reeves continua a provar que é o último verdadeiro herói de ação de Hollywood — e Shiver poderá ser a próxima prova disso.

Stranger Things 5: O Fim Está Próximo — Hawkins em Caos Total no Trailer da Última Temporada

A Netflix revelou o aguardado trailer da quinta e última temporada de Stranger Things, que estreia a 26 de novembro. A batalha final contra Vecna promete ser a mais épica — e a mais sombria — de todas.

Os fãs esperaram, especularam e teorizaram. Agora é oficial: o trailer da quinta temporada de Stranger Things já está entre nós, e promete uma despedida à altura da série que redefiniu o entretenimento televisivo dos últimos dez anos.

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“Preparem-se, nerds. A batalha final contra Vecna está a chegar”, avisa a Netflix. E o aviso não é exagero. No vídeo, o grupo de Hawkins volta a reunir-se para enfrentar a ameaça mais devastadora que já surgiu — com a cidade sob quarentena militar e o mundo literalmente “virado do avesso”.

https://twitter.com/NetflixPT/status/1983882056678441093?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1983882056678441093%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=about%3Asrcdoc

Um início em puro caos

Desta vez, nada começa com bicicletas nem aulas de ciências. “Acho que o que torna esta temporada única é que começa um pouco no caos”, explicou Ross Duffer, co-criador da série, em entrevista ao Tudum. “Os nossos heróis perderam no final da quarta temporada. Normalmente, mostramos primeiro a vida normal deles e só depois introduzimos o elemento sobrenatural. Mas, neste caso, a história começa a todo o vapor desde o início.”

O irmão e co-criador Matt Duffer acrescentou: “Nada em Hawkins é normal agora. Com o confinamento, os movimentos deles são restritos e há câmaras tipo Big Brother em todo o lado.”

Um final épico, mas com o mesmo coração

O produtor executivo Shawn Levy, que também realiza dois episódios da nova temporada, garante que esta será a temporada mais ambiciosa em termos de escala e emoção.

“A ação está a um nível nunca visto, os efeitos visuais estão igualmente impressionantes, mas o núcleo emocional continua o mesmo”, disse Levy. “Mesmo à medida que a narrativa se torna mais épica, continua ancorada nestes personagens que adoramos.”

E é precisamente esse equilíbrio — entre o terror sobrenatural e a ternura das relações — que tem feito de Stranger Things um fenómeno global desde a sua estreia em 2016.

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O calendário do adeus

A Netflix confirmou que a despedida será dividida em três partes:

  • 26 de novembro: Estreia dos primeiros quatro episódios;
  • 26 de dezembro: Chegada de três novos episódios, como prenda de Natal para os fãs;
  • 1 de janeiro de 2026: O episódio final, que encerrará definitivamente a saga.

A contagem decrescente para o adeus a Eleven, Mike, Dustin, Lucas e companhia já começou — e, se o trailer for indicação do que aí vem, Stranger Things 5 será o equivalente emocional a uma supernova: brilhante, devastadora e impossível de esquecer.

Jeff Bridges defende Tron: Ares e critica a obsessão com o box office: “Os filmes podem crescer em nós”

O veterano de Hollywood compara a receção fria de Tron: Ares à de clássicos como Heaven’s Gate, hoje vistos como obras-primas incompreendidas

Jeff Bridges regressou ao universo digital de Tron para interpretar novamente Kevin Flynn em Tron: Ares, e, apesar das expectativas comerciais não terem sido alcançadas, o ator mantém uma visão serena — e profundamente cinéfila — sobre o tema.

O novo capítulo da saga estreou nos cinemas a 10 de outubro, arrecadando 33,5 milhões de dólares nos EUA e 60,5 milhões a nível global no primeiro fim de semana. Os analistas esperavam uma abertura entre 40 e 45 milhões no mercado norte-americano e 80 a 90 milhões no total mundial. Com um orçamento estimado em 220 milhões, o filme poderá registar um prejuízo de mais de 130 milhões, caso a bilheteira global não ultrapasse os 160 milhões.

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Mas Bridges, que interpreta Flynn desde o clássico de 1982, não se deixa impressionar pelos números. Em entrevista à Entertainment Weekly, o ator comentou:

“É curioso a forma como os filmes são recebidos no fim de semana de estreia. Lembro-me de Heaven’s Gate — foi considerado um fracasso total na altura, mas hoje muita gente o vê como uma espécie de obra-prima. É interessante como certas coisas ganham novo valor com o tempo.”

“As opiniões mudam — e ainda bem”

Bridges, sempre filosófico, comparou a relação com o cinema à experiência pessoal de rever um filme que inicialmente não apreciou:

“Às vezes, eu próprio não gosto de um filme à primeira. Passado um tempo, revejo-o e penso: ‘Mas o que é que eu estava a pensar?’ Como diria o Dude: ‘That’s just, like, your opinion, man.’”

O ator recorda que Heaven’s Gate, de Michael Cimino, onde também participou, foi retirado dos cinemas após críticas negativas e fracasso nas bilheteiras, mas com o passar dos anos ganhou estatuto de filme de culto — um lembrete de que a história nem sempre é escrita pelos números do fim de semana de estreia.

O legado de Tron e o futuro da saga

Tron: Ares, o terceiro capítulo da saga, marca o regresso do universo que revolucionou os efeitos visuais nos anos 80, com Jared Leto como protagonista, ao lado de Greta LeeEvan PetersJodie Turner-SmithHasan MinhajArturo Castro e Gillian Anderson.

Apesar da receção inicial aquém das expectativas, a saga Tron sempre viveu na fronteira entre o experimental e o mainstream — um território onde, historicamente, as ideias visionárias demoram a ser compreendidas.

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Bridges parece perfeitamente ciente disso: para ele, a verdadeira medida de um filme não é a bilheteira, mas o tempo. E se há alguém que sabe esperar para ver o futuro, é Kevin Flynn — o homem que já viveu dentro do sistema.

O Exterminador Implacável: há 41 anos nascia uma obra-prima da ficção científica — e há 6 anos morria (outra vez)

O primeiro redefiniu o género, o segundo reinventou o cinema de acção e efeitos visuais. Depois disso, veio a decadência de uma marca genial criada por James Cameron e diluída em sequelas que esqueceram o essencial: uma boa história.

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Há precisamente 41 anos, James Cameron apresentou ao mundo O Exterminador Implacável (The Terminator, 1984) — e mudou para sempre a ficção científica.

E há seis anos, com O Exterminador Implacável: Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate, 2019), a saga tentava renascer das cinzas… apenas para confirmar o que muitos já sabiam: o que Cameron criou com mestria foi depois explorado até à exaustão.

💥 O início: o verdadeiro Sci-Fi

O primeiro Exterminador Implacável era um filme pequeno, quase independente, feito com apenas 6,4 milhões de dólares.

Mas o que Cameron fez com tão pouco dinheiro foi revolucionário.

A história — uma mistura de terror, suspense e ficção científica — era, na verdade, uma tragédia humana sobre amor, destino e sobrevivência.

Sarah Connor (Linda Hamilton) começa como uma simples empregada de mesa e termina como o símbolo da resistência humana.

O T-800 (Arnold Schwarzenegger) é a ameaça imparável que se tornou mito.

Mais do que um cyborg assassino, era uma reflexão sobre o medo do futuro e da tecnologia — e sobre o que significa ser humano.

Cameron transformou a ficção científica numa narrativa emocional e acessível. O filme fez 78 milhões de dólares em bilheteira, doze vezes o orçamento. E, acima de tudo, provou que a inteligência narrativa pode vencer o dinheiro e os efeitos especiais.

🤖 O Exterminador Implacável 2: quando a tecnologia se tornou arte

Sete anos depois, Cameron voltou e reinventou o cinema moderno.

O Exterminador Implacável 2: O Julgamento Final (Judgment Day, 1991) foi um marco absoluto, tanto em termos de efeitos visuais — com o lendário T-1000 de Robert Patrick — como de emoção cinematográfica.

Com um orçamento de 102 milhões de dólares, tornou-se o filme mais caro da história na altura.

E valeu cada cêntimo: arrecadou mais de 500 milhões de dólares, ganhou quatro Óscares e elevou a fasquia do que um blockbuster podia ser.

Mais importante ainda: o vilão tornou-se herói, e a relação entre o T-800 e John Connor criou uma das duplas mais icónicas do cinema.

A cena final — o polegar erguido a afundar-se no metal fundido — é, até hoje, um dos finais mais perfeitos da história do cinema.

Devia ter acabado ali. Mas, como sabemos, em Hollywood o que é perfeito raramente morre.

🔻 O declínio: quatro tentativas de ressuscitar uma lenda

Depois da despedida perfeita, quatro tentativas tentaram reviver a saga.

  • Terminator 3: Rise of the Machines (2003) copiou a fórmula do anterior, mas sem alma — e com frases de guião que nem o próprio Schwarzenegger conseguiu salvar (“Talk to the hand”… ainda dói).
  • Terminator Salvation (2009) tentou seguir sem Arnold, apostando no conflito homem vs. máquina, mas perdeu-se num tom genérico e numa narrativa vazia.
  • Terminator Genisys (2015) foi o fundo do poço: PG-13, confuso, sem identidade — um reboot que parecia um videojogo mal renderizado.
  • Terminator: Dark Fate (2019), já com Linda Hamilton de regresso, recapturou parte da alma de Cameron, mas chegou tarde demais.O público já estava cansado. E, injustamente, o filme tornou-se um dos maiores desastres de bilheteira da década.

⚙️ Uma saga de ouro que virou máquina de repetição

A verdade é simples: O Exterminador Implacável e O Julgamento Final foram disruptivos.

O primeiro, pelo que contou — a ficção científica no seu estado mais puro, inteligente e humana.

O segundo, por como o contou — a inovação tecnológica, o ritmo, a emoção.

Mas o que veio depois foi apenas uma tentativa de espremer uma marca brilhantemente construída por Cameron.

storytelling perdeu coerência, a mitologia encheu-se de buracos, e o que antes era cinema visionário transformou-se em fórmula.

James Cameron ainda é mencionado como estando a trabalhar num novo argumento, mas, a esta altura, nem o próprio criador parece capaz de reparar o dano causado por décadas de exploração sem propósito.

🔚 Onde ver em Portugal e no Brasil

Em Portugal, os fãs podem ver O Exterminador Implacável no SkyShowtime e O Exterminador Implacável: Destino Sombrio no Disney+.

No Brasil, ambos os filmes estão disponíveis no Star+, sendo que Dark Fate também pode ser alugado na Apple TV e na Amazon Prime Video.

Mas a verdadeira questão é outra: será que ainda queremos ver mais um Exterminador?

Talvez seja tempo de deixar a máquina descansar — e de recordar que, há 41 anos, a ficção científica ganhou alma… e que foi precisamente essa alma que os sucessores apagaram.

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Mas a verdadeira questão é outra: será que ainda queremos ver mais um Exterminador?

Talvez seja tempo de deixar a máquina descansar — e de recordar que, há 41 anos, a ficção científica ganhou alma… e que foi precisamente essa alma que os sucessores apagaram.

The Running Man: Glen Powell é Escolhido por Edgar Wright — com a “Bênção” (e o Suspense) de Stephen King 🏃‍♂️🔥

O realizador de Baby Drive e promete uma versão mais fiel ao livro e revela que King teve a palavra final na escolha do protagonista

Durante o painel da New York Comic Con, o realizador Edgar Wright surpreendeu os fãs ao revelar novos detalhes sobre The Running Man, a sua aguardada adaptação do clássico distópico de Stephen King — e uma das estreias mais esperadas de 2025. O cineasta britânico subiu ao palco ao lado de Glen Powell (Hit ManTop Gun: Maverick) e Lee Pace, revelando que o filme será “muito mais fiel ao livro” do que a versão de 1987 com Arnold Schwarzenegger.

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Mas antes de Powell garantir o papel principal de Ben Richards, o ator passou por uma prova de fogo — literalmente nas mãos do “Mestre do Terror”.

“Quando o Edgar me ofereceu o papel, eu aceitei logo. Ele disse: ‘És o meu Ben Richards.’ E eu fiquei: ‘Vamos a isso!’”, contou Powell. “Mas depois o Edgar acrescentou: ‘Ah, só falta uma coisa — o Stephen King tem de aprovar-te.’”

O autor decidiu ver o filme Hit Man nessa mesma noite.

“Passei a noite inteira à espera que ele visse o filme e rezar para ainda ter o papel na manhã seguinte”, brincou o ator.

Felizmente, King aprovou a escolha — e até enviou um e-mail elogioso, descrevendo o guião como “mais fiel ao livro, o suficiente para manter os fãs satisfeitos e eu próprio entusiasmado”.

Edgar Wright quer filmar o livro que The Running Man merecia

O realizador, conhecido pelo seu estilo energético e visualmente inventivo, confessou que leu The Running Man na adolescência e ficou desiludido quando viu a versão com Schwarzenegger:

“Li o livro antes de ver o filme de 1987 e senti logo que havia uma parte enorme da história que nunca tinha sido adaptada. O meu objetivo não é refazer esse filme, mas criar algo diferente — uma adaptação realmente fiel ao livro de King.”

O novo The Running Man estreia nos cinemas a 14 de novembro de 2025, pela Paramount Pictures, e será uma mistura entre ficção científica, ação e crítica social, como a obra original de King (publicada em 1982 sob o pseudónimo Richard Bachman).

Glen Powell: “Ben Richards é o último dos homens comuns”

Sobre o papel, Powell descreveu Richards como um homem empurrado aos limites:

“Ele é o último ‘underdog’. Um tipo normal que enfrenta o sistema mais poderoso e opressivo que existe. Está frustrado, zangado, e só quer proteger a família num mundo que o impede de o fazer.”

Edgar Wright revelou que pediu ao ator para explorar um lado mais sombrio:

“Disse-lhe: ‘Preciso do Glen em mau humor’. E ele deu tudo. Este filme exigiu uma energia bruta, física e emocional.”

Lee Pace, que interpreta o caçador Evan McCone, descreveu o seu personagem como “um fantasma televisivo”, uma mistura de showman e assassino de reality show, com um visual “extravagante e ameaçador”.

Um mundo entre UFC e American Idol

Edgar Wright explicou que a nova versão de The Running Man vai expandir o universo para além da arena fechada do filme original.

“Desta vez, o jogo acontece no mundo real. É uma espécie de ‘caça ao homem’ à escala global — um jogo mortal de esconde-esconde.”

Inspirado por décadas de reality shows, o realizador descreve a estética como “uma fusão entre UFC e American Idol”, com um toque distópico. Entre os detalhes mais curiosos, o filme inclui um refrigerante e um cereal inventados por King e até uma nota de 100 dólares com o rosto de Schwarzenegger — algo que o próprio ator aprovou com bom humor:

“Ligámo-nos a ele para pedir autorização. Disse-lhe: ‘Fizemos de ti a nota de 100’. E ele respondeu: ‘Fico muito feliz com isso.’”

Um desafio épico: 168 cenários e três países

A rodagem decorreu em BulgáriaEscócia e mais um país não revelado, com 168 cenários diferentes, segundo Wright:

“Foi o projeto mais ambicioso que alguma vez realizei. Às vezes parecia que nós próprios estávamos a competir dentro do jogo.”

Além de Powell e Pace, o elenco inclui Colman DomingoMichael CeraEmilia JonesDaniel EzraMartin HerlihyKatie O’Brien — uma combinação de talento jovem e veterano que promete dar nova vida ao universo distópico de King.

Um “amanhã diferente”, sem data no calendário

Apesar de o livro situar a história no ano 2025, Wright decidiu não indicar um ano no filme:

“Não queremos que o público se prenda a uma cronologia. Preferimos tratá-lo como um ‘amanhã diferente’ — algo próximo e assustadoramente possível.”

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Com a bênção de Stephen King, o talento feroz de Glen Powell e a visão estilística de Edgar Wright, The Running Manpromete ser muito mais do que uma nova versão — será a corrida mais perigosa (e atual) que o cinema já viu.

Tron: Ares — As Primeiras Reações ao Regresso da Saga São Electrificantes ⚡🎬

Jared Leto lidera o novo capítulo visualmente deslumbrante da Disney sobre inteligência artificial, com banda sonora dos Nine Inch Nails

Depois de mais de uma década de espera, o universo digital de Tron regressa aos cinemas com Jared Leto como protagonista e Joachim Rønning na realização. O filme, intitulado Tron: Ares, teve a sua estreia mundial em Los Angeles, e as primeiras reações já começaram a inundar as redes sociais.

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O consenso é quase unânime: um espetáculo visual arrebatador, especialmente em salas IMAX, e uma banda sonora explosiva assinada pelos vencedores dos Óscares Trent Reznor e Atticus Ross (Nine Inch Nails).

“O filme é uma experiência sensorial — como se Blade Runner e Daft Punk tivessem um filho cibernético”, escreveu um crítico norte-americano no X.

🤖 Um confronto entre humanidade e inteligência artificial

Tron: Ares traz uma narrativa mais atual do que nunca, centrada na relação entre humanos e IA. Leto interpreta Ares, um programa sofisticado que abandona o mundo digital para cumprir missões no mundo real.

O elenco inclui ainda Greta LeeEvan PetersJodie Turner-SmithHasan MinhajArturo Castro e Gillian Anderson, enquanto o veterano Jeff Bridges regressa ao papel icónico de Kevin Flynn, o criador do universo Tron.

🎥 Uma superprodução com assinatura nórdica

O realizador norueguês Joachim Rønning, conhecido por Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales e Maleficent: Mistress of Evil, conduz o projeto com um estilo visual que muitos descrevem como “hipnótico e imersivo”.

O argumento é de Jesse Wigutow, e a direção de fotografia ficou a cargo de Jeff Cronenweth, colaborador frequente de David Fincher (Fight ClubThe Social Network). A combinação de iluminação neondesign retro-futurista e movimento fluido de câmara tem sido amplamente elogiada.

🎧 Daft Punk abriu o caminho — Nine Inch Nails acendem o fogo

Enquanto Tron: Legacy (2010) ficou na história pelo seu mítico álbum dos Daft PunkAres promete elevar a fasquia sonora com o toque industrial e atmosférico de Reznor e Ross.

Segundo quem já assistiu, a trilha sonora é “uma personagem por si só” — um pulsar constante de sintetizadores que amplifica cada cena de ação.

🕹️ A saga digital que se tornou culto

O primeiro Tron estreou em 1982, tornando-se um marco da história dos efeitos visuais e um fenómeno de culto, apesar do sucesso modesto nas bilheteiras. Tron: Legacy revitalizou o conceito com tecnologia de ponta e estética futurista. Agora, Ares surge como a fusão perfeita entre nostalgia e inovação, pronta a redefinir o que significa “ficção científica de estúdio”.

📅 Data de estreia

Tron: Ares chega aos cinemas a 10 de outubro, com estreia mundial em IMAX.

E se as primeiras reações forem indicativas, o público está prestes a mergulhar num novo tipo de realidade — onde o som, a luz e a emoção se fundem num só circuito elétrico. ⚡

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Ripley: A Heroína Que Reinventou o Cinema de Acção e Mudou Hollywood Para Sempre

Nos anos 70, o cinema americano estava pronto para uma revolução. O Código Hays já tinha caído, a segunda vaga do feminismo agitava a sociedade e as audiências estavam preparadas para ver mulheres muito para além do papel de “donzela em perigo”. Foi nesse caldo cultural que surgiu, em 1979, uma personagem improvável mas destinada à imortalidade: Ellen Ripley, interpretada por Sigourney Weaver em Alien – O 8.º Passageiro.

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Curiosamente, Ripley nem estava escrita para ser uma mulher. O argumento de Dan O’Bannon e Ronald Shusett descrevia personagens neutras em termos de género. Mas quando Ridley Scott escolheu Weaver para o papel principal, o cinema ganhou a sua primeira grande heroína de ficção científica: profissional, pragmática, sem paciência para hierarquias inúteis — e, acima de tudo, sobrevivente.

Em Alien, Ripley é apresentada como mais uma entre a tripulação do Nostromo. Só a pouco e pouco percebemos que é ela quem vai carregar o filme às costas. Ao contrário das “scream queens” típicas do terror da altura, Ripley mantém a calma, organiza planos e insiste em protocolos de segurança que os colegas ignoram — com consequências fatais. O contraste com Lambert (Veronica Cartwright), em constante histeria, não podia ser mais claro: Ripley era a antítese da vítima.

O salto definitivo veio em 1986, com Aliens – O Reencontro Final. James Cameron não quis apenas repetir a fórmula: transformou Ripley numa verdadeira estrela de acção, mas sem lhe roubar a humanidade. Agora, para além de enfrentar os Xenomorfos, ela protege a pequena Newt e assume-se como mãe substituta. O clímax é um duelo de mães — Ripley contra a Rainha Alien — que resultou numa das frases mais icónicas do género: “Get away from her, you bitch!” Foi suficiente para garantir a Weaver uma inédita nomeação ao Óscar de Melhor Actriz num filme de ficção científica.

Ripley foi especial porque não dependia de músculos hipertrofiados como Rambo, nem de charme galáctico como Leia. Era uma profissional competente que tomava decisões sob pressão e não pedia desculpa por liderar. Esse retrato de liderança feminina, em plena era de figuras como Shirley Chisholm a lutar pela presidência dos EUA, era tão radical quanto necessário.

Nos anos seguintes, Weaver voltou em Alien³ (1992) e Alien: Ressurreição (1997), mas o impacto já não foi o mesmo. A cultura tinha mudado: as heroínas de acção já não eram novidade e o próprio franchise parecia perdido em debates filosóficos sobre androides e genética. Mesmo assim, cada nova tentativa — de Prometheus a Alien: Covenant — continuou a procurar, de forma quase obsessiva, recriar a fórmula Ripley com outras protagonistas femininas.

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Hoje, o legado de Ripley sente-se em cada mulher que empunha uma arma no grande ecrã, de Sarah Connor a Furiosa, de Katniss Everdeen a Rey. Ela mostrou que uma heroína não precisa de superpoderes, apenas de inteligência, coragem e nervos de aço. E, para sempre, ficará a imagem de Sigourney Weaver, suada, determinada e absolutamente imbatível, a provar que o cinema de acção também podia — e devia — ser liderado por mulheres.

James Cameron em Bloqueio Criativo: “É Difícil Escrever um Novo Extremador Implacável Sem Ser Ultrapassado pela Realidade” 🤖🎬

O peso de uma saga que moldou a ficção científica

Quando James Cameron lançou O Extremador Implacável em 1984, a história do cinema de ficção científica mudou para sempre. A premissa de um ciborgue assassino vindo do futuro para alterar o presente foi um marco cultural que deu origem a uma franquia multimilionária, com filmes, séries, videojogos e até atrações temáticas.

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Mas agora, quatro décadas depois, o próprio criador admite estar num beco criativo. Em conversa com a jornalista Christiane Amanpour, Cameron confessou que está com dificuldades em desenvolver um novo capítulo da saga:

“Cheguei a um ponto em que está a ser difícil escrever ficção científica. Recebi a tarefa de escrever uma nova história de Extremador Implacável, mas não consegui ir muito longe porque não sei o que dizer que não seja superado pela própria realidade.”

A ficção já não ultrapassa a realidade

Cameron sublinha que muitas das suas antigas previsões se tornaram realidade, mas que hoje a tecnologia avança a uma velocidade que rivaliza com a própria imaginação. “Vivemos atualmente na era da ficção científica. E a única saída é usar a nossa inteligência, a nossa curiosidade e a nossa tecnologia, sem deixar de compreender os cenários difíceis que enfrentamos”, acrescentou o realizador.

Para os fãs, isto significa que um novo Extremador Implacável está, no mínimo, a vários anos de distância.

Pandora acima das máquinas

O bloqueio criativo também se explica pelos múltiplos projetos que já ocupam o realizador. O grande foco de Cameron continua a ser o universo de Avatar, com a terceira parte prevista para dezembro e planos concretos para um quarto e até um quinto filme, caso o público mantenha o entusiasmo por Pandora.

Em contraste, o futuro sombrio de Extremador Implacável parece menos apelativo para o cineasta, que prefere explorar a ecologia, a espiritualidade e a ligação entre humanos e natureza no mundo azul que criou.

Hiroshima: um projeto de vida

Outro trabalho no horizonte é a adaptação de Ghosts of Hiroshima, de Charles Pellegrino, combinando ainda elementos do livro Last Train to Hiroshima. Cameron quer transformar estas narrativas num único filme, inspirado na história real de Tsutomu Yamaguchi, o homem que sobreviveu aos dois bombardeamentos atómicos.

“Este é um assunto sobre o qual quero fazer um filme, e um assunto com o qual venho a lutar há vários anos”, revelou Cameron. “Conheci Yamaguchi pouco antes de ele morrer. Ele deixou-me o legado da sua história, e não posso virar-lhe as costas.”

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Entre o passado e o futuro

James Cameron encontra-se, assim, dividido entre dois mundos: um passado histórico que exige ser contado e um futuro fictício que se arrisca a ser ultrapassado pelo presente. Resta saber se o realizador conseguirá reinventar O Extremador Implacável para um público que já vive rodeado de inteligência artificial, drones e tecnologias outrora dignas apenas do cinema.

Sunshine: O Filme de Ficção Científica Que Antecipou o Futuro (E Que o Público Ignorou)

☀️ Em pleno Verão de 2007, quando as salas de cinema estavam invadidas por varinhas mágicas (Harry Potter e a Ordem da Fénix) e robôs gigantes (Transformers), estreava um pequeno — mas ambicioso — filme de ficção científica chamado Sunshine. Realizado por Danny Boyle e com um elenco de luxo que incluía Cillian Murphy, Michelle Yeoh, Chris Evans e Hiroyuki Sanada, este thriller espacial era tudo o que a época não pedia… e talvez por isso tenha sido ignorado.

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Hoje, com o sucesso estrondoso de Oppenheimer, as vitórias nos Óscares para Murphy e Yeoh, e a iminente estreia de 28 Years Later, está na hora de olhar para Sunshine como ele merece: uma obra intensa, cerebral e visualmente deslumbrante que falhámos redondamente em reconhecer.

Uma Missão Suicida… e Poética

Sunshine apresenta-nos uma missão desesperada: um grupo de astronautas segue rumo ao Sol com o objectivo de o reanimar, lançando uma ogiva nuclear no seu núcleo para salvar a Terra de uma nova era glacial. Um plano tão grandioso quanto insano, servido com a tensão psicológica de 2001: Odisseia no Espaço e o peso filosófico de Solaris. A atmosfera claustrofóbica da nave é digna de Alien, com a tripulação a debater-se com decisões morais, conflitos internos… e um intruso assassino.

Sim, o terceiro acto transforma o drama existencialista num slasher espacial — e foi esse desvio que muitos críticos da altura não perdoaram. Mas a transição é menos abrupta do que parece: a tensão acumulada desde o início implodia inevitavelmente em violência. Se calhar, simplesmente não estávamos preparados.

Visualmente Brilhante (Literalmente)

Com um orçamento modesto para o género, Sunshine continua a impressionar pelos seus efeitos visuais, que capturam com realismo e beleza a ameaça constante do Sol. As imagens do nosso astro-rei a engolir o ecrã são de cortar a respiração, antecipando, de forma quase profética, a icónica sequência de Oppenheimer com Cillian Murphy a encarar o inferno nuclear.

Esse mesmo Murphy entrega aqui uma das suas performances mais contidas e inquietantes, muito antes de se tornar o rosto dos Peaky Blinders e de vencer um Óscar. Ao seu lado, Michelle Yeoh oferece uma presença calorosa mas firme, enquanto Chris Evans, longe do escudo do Capitão América, prova que sabe ser mais do que músculos e sarcasmo. O elenco completa-se com nomes como Rose Byrne, Benedict Wong e Mark Strong — uma galeria de talentos que hoje encheria qualquer cartaz.

O Filme Que Falhámos

A estreia de Sunshine no pico do Verão foi, no mínimo, suicida. Colocá-lo ao lado de blockbusters com brinquedos e feitiçaria foi uma sentença comercial. A sua vida pós-salas também não foi melhor: um lançamento em Blu-ray com falhas técnicas, uma presença quase nula nos serviços de streaming, e uma distribuição que o condenou ao esquecimento.

E, no entanto, Sunshine é um diamante bruto. Uma obra que merece — exige — ser redescoberta. Escrita por Alex Garland (que viria a realizar Ex Machina e Civil War), é uma reflexão madura sobre mortalidade, sacrifício e o lugar do ser humano no cosmos. O seu final, debatido até hoje, é prova de que o filme se arrisca, desafia e mexe com quem o vê.

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Uma Segunda Vida à Luz do Sol

Com Danny Boyle a regressar ao terror com 28 Years Later, e com o reconhecimento tardio dos seus actores principais, talvez este seja o momento certo para Sunshine renascer das cinzas. Porque o tempo passa, mas as boas ideias (e os grandes filmes) merecem uma segunda oportunidade de brilhar.

Sunshine – Missão Solar está disponível em streaming para os assinantes do Disney +

“ATOM & VOID” : A curta portuguesa que está a conquistar o mundo, com inteligência mas sem artificial!

O filme português ATOM & VOID, realizado por Gonçalo Almeida, conquistou o prémio Méliès d’argent de Melhor Curta-Metragem no Haapsalu Horror and Fantasy Film Festival (HÕFF), na Estónia. Este reconhecimento destaca a crescente presença do cinema português nos circuitos internacionais de género, especialmente nas áreas de ficção científica e fantasia. 

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Com uma duração de nove minutos, ATOM & VOID é uma obra que desafia as convenções tradicionais do cinema de género. Filmado com uma aranha real e cenários autênticos, o filme evita o uso de inteligência artificial, enfatizando a supremacia da arte sobre a tecnologia no processo cinematográfico. Segundo o júri do HÕFF, a curta-metragem é “um tratado ponderado sobre a natureza humana (mesmo na ausência dos ditos humanos) e uma meditação desconfortável sobre para onde vamos e o controlo final que temos sobre o universo que nos rodeia”. 

Gonçalo Almeida, conhecido por explorar temas existenciais e ambientais, utiliza ATOM & VOID para refletir sobre a vulnerabilidade humana na era do antropoceno. O realizador critica a racionalização dos prejuízos do progresso tecnológico sob o pretexto de avanço científico, apontando que a verdadeira motivação por trás desses avanços é a busca pela dominância geopolítica. Para Almeida, esta busca pela supremacia é o principal instigador de conflitos em grande escala. 

A curta-metragem teve a sua estreia mundial no Fantastic Fest, nos Estados Unidos, e foi posteriormente exibida em vários festivais internacionais de renome, incluindo o Sitges International Fantastic Film Festival of Catalonia e o Molins Horror Film Festival, em Espanha, bem como o Les Utopiales e o Paris International Fantastic Film Festival (PIFFF), em França, onde também foi premiada.

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Este prémio reforça a posição de Gonçalo Almeida como uma voz distinta no panorama do cinema de género, destacando a capacidade do cinema português para abordar questões universais através de narrativas inovadoras e esteticamente arrojadas.

🪐 Ash: Terror cósmico com estilo, mas sem substância

O filme Ash, realizado por Flying Lotus e protagonizado por Eiza González e Aaron Paul, chegou recentemente ao catálogo da Amazon Prime Video. Com uma mistura de ficção científica e horror psicológico, o filme apresenta uma estética visual marcante, mas peca pela falta de profundidade narrativa

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🚀 Uma premissa intrigante

A história segue Riya (Eiza González), uma astronauta que acorda numa estação espacial para descobrir que toda a sua tripulação foi brutalmente assassinada. Com amnésia e apenas a companhia de Brion (Aaron Paul), um aliado de intenções duvidosas, Riya tenta desvendar o que aconteceu, enquanto enfrenta visões perturbadoras e uma atmosfera cada vez mais opressiva.

A premissa é promissora e remete para clássicos do género, como Alien e The Thing, com elementos de horror corporal e suspense psicológico.


🎨 Estética sobre substância

Flying Lotus, conhecido pelo seu estilo visual arrojado, aposta numa estética psicadélica com cores saturadas e efeitos visuais ousados. Embora algumas sequências sejam visualmente impressionantes, a direção de arte por vezes parece excessiva e desconexa, prejudicando a imersão na narrativa.

A trilha sonora, também composta por Flying Lotus, contribui para a atmosfera inquietante, mas não é suficiente para compensar as falhas estruturais do filme.


🧩 Narrativa confusa e personagens pouco desenvolvidos

O argumento de Jonni Remmler tenta construir um mistério complexo, mas acaba por se tornar confuso e previsível. A utilização de flashbacks e visões não acrescenta camadas significativas à trama, e o ritmo lento dificulta a manutenção do suspense.

As performances de González e Paul são competentes, mas os seus personagens carecem de profundidade. Riya, apesar de ser a protagonista, permanece uma figura enigmática, e Brion não consegue gerar a tensão necessária para sustentar o enredo. A falta de desenvolvimento emocional impede que o público se envolva verdadeiramente com a história.


📺 Disponibilidade

Ash está disponível para streaming na Amazon Prime Video desde 24 de abril de 2025. Com uma duração de 1 hora e 35 minutos, o filme é uma tentativa ambiciosa de revitalizar o género de ficção científica e terror, mas que infelizmente não alcança o seu potencial.

👽 Alien: Earth – Xenomorfos Invadem a Terra no Novo Teaser da Série de Noah Hawley

A icónica franquia Alien prepara-se para um novo capítulo televisivo com Alien: Earth, a primeira série da saga a trazer os temíveis xenomorfos para o nosso planeta. Para assinalar o Dia da Terra, a FX divulgou um teaser arrepiante e um novo cartaz promocional, aumentando a expectativa para a estreia prevista para o verão de 2025. 

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🌍 Uma Nova Ameaça no Nosso Planeta

Situada no ano de 2120, dois anos antes dos eventos do filme original de 1979, Alien: Earth acompanha Wendy (interpretada por Sydney Chandler), uma jovem com corpo adulto e mente infantil, e o seu mentor sintético Kirsh (Timothy Olyphant). Após a queda de uma misteriosa nave espacial na Terra, a dupla e um grupo de soldados táticos enfrentam uma ameaça letal que poderá pôr em risco toda a humanidade . 


🎥 Teaser Revela o Horror que se Aproxima

O teaser divulgado apresenta imagens inquietantes de um planeta à beira do colapso, com a silhueta de um xenomorfo refletida na atmosfera terrestre. A atmosfera sombria e a tensão crescente prometem uma abordagem mais aterradora e introspectiva da saga .


🧬 Uma Nova Perspetiva sobre os Xenomorfos

Noah Hawley, conhecido por Fargo e Legion, opta por ignorar as revelações de Prometheus e Alien: Covenant, preferindo uma origem dos xenomorfos baseada em milhões de anos de evolução natural, em vez de uma criação artificial . Esta decisão promete devolver à franquia o mistério e o terror que a tornaram célebre. 


📺 Estreia e Onde Assistir

Alien: Earth tem estreia prevista para o verão de 2025, sendo transmitida nos EUA através da FX e Hulu. Em Portugal, a série estará disponível no Disney+, embora a data exata ainda não tenha sido confirmada . 

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🎬 Tom Hiddleston Dança no Novo Trailer de The Life of Chuck, a Adaptação Mais Emotiva de Stephen King

Mike Flanagan, conhecido pelas suas adaptações de terror como Gerald’s Game e Doctor Sleep, surpreende ao apresentar uma narrativa mais esperançosa em The Life of Chuck, baseado na novela de Stephen King. O filme, que estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto em setembro de 2024, conquistou o People’s Choice Award, destacando-se pela sua abordagem emocional e inovadora.  

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A história é contada em três atos em ordem cronológica inversa, explorando a vida de Charles “Chuck” Krantz, interpretado por Tom Hiddleston. O trailer, lançado recentemente, destaca uma sequência de dança de sete minutos entre Hiddleston e Annalise Basso, descrita pelo ator como espontânea e alegre.  

O elenco inclui ainda Mark Hamill como Albie Krantz, Chiwetel Ejiofor, Karen Gillan, Jacob Tremblay e Mia Sara. A narrativa mistura elementos de drama, fantasia e ficção científica, oferecendo uma reflexão sobre a vida e a mortalidade.  

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The Life of Chuck estreia em cinemas selecionados nos EUA a 6 de junho de 2025, com lançamento nacional previsto para 13 de junho.  

Quando o Futuro Chega Cedo Demais: Os Episódios de Black Mirror Que Já Não São Distopia

Durante anos, Black Mirror foi visto como um exercício de ficção distópica — um espelho negro que exagerava tendências para nos mostrar até onde poderíamos chegar se não tivéssemos cuidado com a tecnologia e a forma como ela molda a sociedade. Mas em 2025, muitos dos episódios da série de Charlie Brooker deixaram de parecer exageros. O que antes era alerta, hoje é realidade — e isso talvez seja o maior plot twist da televisão contemporânea.

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Neste artigo, reunimos alguns dos episódios mais emblemáticos da série e comparamos com aquilo que já acontece no mundo. A pergunta não é “Será que isto vai acontecer?” — é “Como é que não demos por isso mais cedo?”


“Nosedive” (Temporada 3, Episódio 1) — A tirania das estrelas

O episódio mostra uma sociedade onde cada interação social é pontuada com uma classificação de 1 a 5 estrelas. A pontuação determina acesso a habitação, empregos, transportes, até amizades. Parece absurdo?

Na China, já existe um sistema de crédito social que avalia o comportamento dos cidadãos. E nas nossas mãos, seguramos diariamente apps como Uber, Airbnb ou mesmo o Instagram, onde tudo é “gostado”, avaliado e “ranqueado”. A ideia de que a tua pontuação social pode definir a tua vida profissional, romântica ou financeira… já está em curso.


“Be Right Back” (Temporada 2, Episódio 1) — Os mortos não descansam em paz

Uma mulher perde o companheiro num acidente e acaba por recorrer a um serviço que, através de dados digitais, recria a personalidade do falecido. Primeiro por mensagens, depois por voz. Eventualmente, por corpo.

Em 2023, a Amazon apresentou uma IA capaz de imitar a voz de familiares a partir de uma gravação de poucos segundos. Startups oferecem serviços de “clone digital” de entes queridos, permitindo continuar a interagir com eles após a morte. Aquilo que parecia morbidez ficcional é agora uma proposta de serviço premium.


“Fifteen Million Merits” (Temporada 1, Episódio 2) — O entretenimento como moeda

Num mundo onde tudo gira em torno de reality shows e pontos digitais, as pessoas pedalam em bicicletas para gerar energia e, em troca, consomem conteúdos superficiais. A fama é a única escapatória.

Hoje, o TikTok, o YouTube e os streams gamificados oferecem literalmente recompensas por tempo de visualização, participação e viralidade. Há adolescentes que treinam coreografias como quem se prepara para uma audição. Influencers são ídolos. E a linha entre realidade e performance é cada vez mais ténue.


“The Entire History of You” (Temporada 1, Episódio 3) — Memória sob vigilância

Imagina poder rever todas as tuas memórias como vídeos. A premissa do episódio torna-se pesadelo quando a obsessão por detalhes destrói relações.

Não temos ainda implantes, mas as câmaras, os registos de mensagens, o histórico de pesquisa e as redes sociais já fazem um trabalho notável de armazenar o passado — nem sempre a nosso favor. E mais: quantas discussões já acabaram com “Vê aqui, eu gravei”?


“Hang the DJ” (Temporada 4, Episódio 4) — Algoritmos que escolhem quem deves amar

Uma app de encontros prevê o sucesso de cada relação e determina a duração das mesmas antes de começarem. Os pares aceitam — ou não — o sistema.

Hoje, o Tinder, Bumble e similares já funcionam com base em algoritmos que calculam compatibilidade. Aplicações como Rizz ou AI Cupid utilizam inteligência artificial para escrever a melhor mensagem, fazer o “ice-breaker” perfeito ou sugerir o momento ideal para marcar um encontro. Ainda não entregámos o coração ao algoritmo… mas já o consultamos antes de nos apaixonarmos.


“Smithereens” (Temporada 5, Episódio 2) — A ditadura das notificações

Este episódio retrata o impacto das redes sociais na saúde mental. Um condutor em crise faz refém um funcionário de uma rede social, numa tentativa desesperada de ser ouvido.

Em pleno 2025, os alertas para os impactos psicológicos das redes sociais são quase semanais. Aumentos nos casos de depressão, ansiedade, comparações tóxicas, dependência digital. O feed é infinito, mas o bem-estar está em queda livre.


“White Christmas” (Especial de Natal) — Castigos digitais

Uma tecnologia permite “bloquear” pessoas na vida real, tornando-as visivelmente desfocadas e incapazes de comunicar. E ainda: o castigo de viver eternamente num loop digital.

Hoje, os cancelamentos públicos funcionam como bloqueios sociais à escala global. Mas mais perturbador é o avanço da IA na criação de clones de consciência em ambientes simulados. O conceito de prisão digital — viver num tempo infinito dentro de um software — já foi teorizado por empresas que testam inteligência artificial com aprendizagem em tempo acelerado.


Já não é ficção. É o presente.

Black Mirror nunca foi tanto uma previsão como uma ampliação do presente. O génio da série esteve em levar ao extremo aquilo que já existia à nossa volta. Mas agora, o extremo chegou mais cedo do que pensávamos.

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A ficção científica já não é um espelho deformado do futuro — é um reflexo inquietantemente nítido do agora.

“Soldados do Universo” Está de Volta! Neill Blomkamp Vai Adaptar o Clássico de Ficção Científica

Hollywood continua a olhar para o passado para construir o seu futuro, e a mais recente aposta recai sobre um dos filmes de culto mais controversos dos anos 90: Soldados do Universo (Starship Troopers). A Sony Pictures escolheu Neill Blomkamp, realizador de Distrito 9, para dirigir uma nova versão baseada no livro original de Robert A. Heinlein – mas sem qualquer ligação direta à sátira de Paul Verhoeven lançada em 1997.

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A revelação foi feita pela The Hollywood Reporter, que garante que o novo filme será uma abordagem mais fiel ao livro de 1959, afastando-se do tom irónico e satírico do filme original.

Mas será que o público quer um Soldados do Universo sem a crítica mordaz que tornou a versão de Verhoeven tão icónica?

Neill Blomkamp: O Nome Certo Para Este Projeto?

Se há um realizador moderno com experiência em ficção científica distópica, esse nome é Neill Blomkamp. O sul-africano conquistou Hollywood com Distrito 9 (2009), um filme que explorava segregação racial e militarização, disfarçado sob uma trama de invasão alienígena. O filme recebeu quatro nomeações aos Óscares, incluindo Melhor Filme, e consolidou Blomkamp como uma referência no género.

Desde então, realizou Elysium (2013), com Matt Damon, e Chappie (2015), além da recente adaptação de Gran Turismo(2023) para a Sony.

Agora, a grande questão: será Blomkamp capaz de dar uma nova vida a Soldados do Universo sem cair na armadilha de um filme meramente militarista?

Filme de 1997: Um Clássico Mal-Interpretado?

Na altura da sua estreia, Soldados do Universo (1997) foi mal recebido pela crítica e falhou comercialmente. Muitos acusaram Paul Verhoeven de glorificar o fascismo, apontando para os uniformes militares inspirados na estética nazi, o discurso de propaganda e o ultranacionalismo exagerado dos protagonistas.

O filme segue Johnny Rico, interpretado por Casper Van Dien, um jovem soldado que se junta à Infantaria Móvel para lutar contra hordas de insetos alienígenas. A narrativa de Verhoeven exagerava o tom heroico e militarista para expor a retórica absurda da guerra e da obediência cega à autoridade – mas nem todos perceberam a ironia.

Com o tempo, o filme foi reavaliado e tornou-se um clássico de culto, celebrado precisamente pelo seu humor negro e crítica social.

Livro vs. Filme: O Que Podemos Esperar da Nova Versão?

Desta vez, a Sony quer afastar-se da sátira de Verhoeven e voltar às raízes do livro de Heinlein, que era, ele próprio, um texto altamente discutido.

O romance de 1959 apresenta uma visão militarista do futuro, onde a cidadania plena só é concedida àqueles que servem nas forças armadas. Embora o livro tenha sido elogiado pela sua visão detalhada da sociedade e do combate espacial, também foi criticado por promover uma ideologia autoritária e belicista.

Se o filme de 1997 usou esse material como uma oportunidade para fazer uma paródia ao militarismo, a nova versão poderá levar tudo muito a sério – o que pode dividir o público.

“Soldados do Universo” Funciona Sem Sátira?

A grande incógnita é como Neill Blomkamp irá interpretar a obra. O realizador já demonstrou talento para explorar temas políticos e sociais, mas também tem uma abordagem mais realista e menos satírica do que Verhoeven.

Se o novo Soldados do Universo ignorar a crítica e se focar apenas na ação e no espetáculo visual, poderá ser visto como uma glorificação do militarismo, algo que os fãs do original provavelmente rejeitarão.

Por outro lado, se Blomkamp conseguir equilibrar ação, comentário social e uma abordagem moderna ao material, pode entregar um filme de ficção científica intenso e visualmente impressionante.

Vale a Pena Reviver Este Clássico?

O regresso de Soldados do Universo reflete a atual obsessão de Hollywood por reboots e remakes, mas será que esta nova abordagem conseguirá cativar o público?

Os fãs do filme de 1997 certamente estarão atentos para ver se a Sony mantém algum vestígio da sátira original ou se o projeto se tornará apenas um espetáculo de guerra no espaço.

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Para já, ficamos à espera de mais detalhes sobre a produção e elenco – e, claro, do primeiro trailer que nos dará pistas sobre a direção que Blomkamp pretende seguir.

📽️ E tu, gostaste do “Soldados do Universo” original? Achas que um remake mais sério pode funcionar?

Pobres Criaturas: O Delírio Visual de Yorgos Lanthimos Chega à Televisão 📺✨

Vencedor de quatro Óscares e detentor do prestigiado Leão de Ouro no Festival de Veneza, Pobres Criaturas (Poor Things, 2023), do realizador grego Yorgos Lanthimos, chega finalmente à televisão portuguesa. A estreia acontece no dia 14 de março, às 21h30, no TVCine Top e no TVCine+, proporcionando aos espectadores a oportunidade de mergulhar numa das experiências cinematográficas mais fascinantes dos últimos anos.

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Com Emma Stone no papel mais ousado da sua carreira – o que lhe valeu o Óscar de Melhor Atriz –, esta é uma história de renascimento, emancipação e autodescoberta, embalada por um design de produção arrebatador e um universo visual que parece saído de um pesadelo steampunk com laivos de Alice no País das Maravilhas.

🧠 Uma Experiência Cinematográfica Única

Baseado no livro homónimo de Alasdair Gray, Pobres Criaturas reinterpreta o clássico de Frankenstein através de uma perspetiva feminista e satírica. A protagonista, Bella Baxter (Emma Stone), é uma jovem ressuscitada pelo excêntrico Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cientista genial e grotesco que lhe dá uma segunda vida.

Embora tenha o corpo de uma mulher adulta, Bella possui a mente de uma criança. À medida que a sua curiosidade pelo mundo cresce, a jovem embarca numa jornada tumultuosa de descobertas, desafiando as convenções sociais e mergulhando de cabeça em tudo o que a vida tem para oferecer. Pelo caminho, cruza-se com Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), um advogado lascivo que a acompanha numa aventura repleta de excessos, erotismo e libertação.

🎭 Um Elenco de Luxo e um Momento Português

Além de Emma Stone e Willem Dafoe, o elenco de Pobres Criaturas conta ainda com Mark Ruffalo (nomeado ao Óscar de Melhor Ator Secundário), Christopher Abbott, Jerrod Carmichael e Rami Youssef. Para os portugueses, há um motivo extra de interesse: a fadista Carminho marca presença num dos momentos mais especiais do filme, numa Lisboa reinventada pelos olhos visionários de Lanthimos.

A nível técnico, o filme arrecadou estatuetas douradas para Melhor Caracterização, Melhor Figurino e Melhor Cenografia, consolidando-se como uma das obras mais visualmente impressionantes dos últimos anos.

🏆 Um Realizador Visionário

Conhecido pelo seu estilo provocador, Yorgos Lanthimos já nos brindou com obras como O Sacrifício de um Cervo Sagrado (2017) e A Favorita (2018). O seu cinema é caracterizado pelo humor negro, personagens excêntricas e uma abordagem surrealista, o que faz de Pobres Criaturas uma experiência única, perturbadora e cativante.

ver também : “Blade Runner 2099” Vai Resgatar a Estética do Original e Distanciar-se de “2049” 😮🔪

Se ainda não tiveste oportunidade de ver este fenómeno cinematográfico no grande ecrã, marca na agenda: 14 de março, às 21h30, no TVCine Top e no TVCine+. Esta é uma viagem imperdível ao estranho e maravilhoso universo de Yorgos Lanthimos.

“Blade Runner 2099” Vai Resgatar a Estética do Original e Distanciar-se de “2049” 😮🔪

A icónica distopia neo-noir de Ridley Scott está de volta – mas mais suja, sombria e caótica do que nunca!

Os fãs de Blade Runner (1982) sempre souberam que a obra-prima de Ridley Scott era única e quase impossível de replicar. Mas décadas depois, Denis Villeneuve surpreendeu tudo e todos com Blade Runner 2049 (2017), um filme que expandiu o universo e trouxe um toque mais filosófico e minimalista à saga. Agora, “Blade Runner 2099” promete regressar às raízes do clássico original, abandonando parte da abordagem visual e narrativa de 2049 para recuperar a atmosfera decadente e suja do primeiro filme.

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A nova série da Prime Video ainda não tem data de estreia, mas já se sabe que Michelle Yeoh, Hunter Schafer, Dimitri Abold e Tom Burke fazem parte do elenco – e que Burke acredita que este novo capítulo será muito mais próximo do filme de 1982 do que da sequela de Villeneuve.

“Estamos a ir mesmo longe com isto”, diz Tom Burke 🎥🦾

Numa entrevista à VarietyTom Burke revelou detalhes interessantes sobre Blade Runner 2099, especialmente no que toca à estética e à atmosfera da série. Segundo o ator:

🎭 “Houve um momento de simplesmente largar tudo e pensar: ‘OK, estamos mesmo a ir longe com isto.’

🎨 [A série] é muito mais próxima da estética do primeiro filme do que do segundo. Estamos a regressar a essa mistura barroca e eclética de culturas e períodos de tempo.”

Isto significa que Blade Runner 2099 vai abandonar parte da abordagem fria e minimalista de “2049”, que apostava numa estética mais limpa e ordenada, para recuperar o caos urbano, as ruas apinhadas de gente e os visuais poluídos e sujos do original.

Para os fãs que sentiram falta dessa sensação neo-noir suja e decadente, esta é uma excelente notícia! 🤩

“Blade Runner” sempre foi sobre o que nos torna humanos 🤖❤️

Para além do visual, Blade Runner 2099 vai continuar a explorar um dos temas centrais da saga: o que significa ser humano?

Burke falou sobre essa questão e como a série pretende manter a profundidade filosófica dos filmes anteriores:

🧐 “O que faz de alguém um humano? O que faz de alguém não humano? Quando é que alguém cruza essa barreira?… Podemos realmente ter uma noção completa da humanidade sem estarmos cientes dos nossos próprios lados duplos? Todos temos capacidade para o bem e para o mal. Esse tema está muito bem tratado no mundo de Blade Runner.”

O ator também destacou que, ao contrário de muitas histórias de ficção científica, Blade Runner sempre trabalhou a sua moralidade e filosofia com subtileza e nuance – algo que 2099 pretende preservar.

O que podemos esperar de “Blade Runner 2099”? 🤔

📺 Formato: Série da Prime Video

📆 Data de lançamento: Ainda por anunciar

🎭 Elenco confirmado: Michelle Yeoh, Hunter Schafer, Dimitri Abold, Tom Burke

🎬 Estilo: Muito mais próximo do Blade Runner de 1982 do que de 2049

O facto de a série estar a recuperar o espírito e a estética do clássico original pode ser um grande atrativo para os fãs mais puristas. No entanto, resta saber se conseguirá manter a profundidade narrativa e a densidade temática dos filmes anteriores, algo essencial para a identidade da saga.

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Independentemente do resultado, uma coisa é certa: estamos prontos para regressar a este mundo distópico e sombrio! 😍

ENEA em antestreia no ciclo Night Edition by TVCine: cinema independente e irreverente em Lisboa

O ciclo Night Edition by TVCine continua a sua missão de trazer ao público português algumas das produções mais arrojadas do cinema independente e, na sua quinta sessão, vai exibir ENEA, o novo filme do realizador italiano Pietro Castellitto. A antestreia decorre já no próximo sábado, 1 de março, às 21h30, no Cinema Fernando Lopes, em Lisboa.

As sessões Night Edition by TVCine decorrem no primeiro sábado de cada mês, apresentando filmes da curadoria Cinema Bold, um selo dedicado a narrativas inovadoras e ousadas. Como já é habitual, os filmes têm a sua estreia nos cinemas na quinta-feira seguinte e, um mês depois, chegam em exclusivo ao TVCine Edition. No caso de ENEA, o lançamento em sala acontece a 6 de março, enquanto a estreia no canal de televisão está agendada para 6 de abril.

Um “filme de gangsters sem gangsters”

Descrito como “um filme de gangsters sem gangsters”ENEA acompanha a jornada de um jovem chamado Enea (Eneias), que persegue o mito associado ao seu próprio nome. O protagonista vive num mundo de decadência e corrupção, tentando encontrar um propósito ao lado de Valentino, um aviador que acaba de se lançar no seu primeiro voo. Unidos pelo tráfico de droga e pela sede de aventura, os dois amigos vivem uma juventude marcada por festas, excessos e uma visão alternativa da vida.

O filme, protagonizado pelo próprio realizador Pietro Castellitto, conta ainda no elenco com Benedetta Porcaroli, Giorgio Quarzo Guarascio e Sergio Castellitto. Depois de passar pelo prestigiado Festival de Veneza e pela última edição da Festa do Cinema ItalianoENEA promete conquistar o público português com a sua abordagem ousada e narrativa intensa.

Sessão especial com convidados

A sessão de antestreia será enriquecida pela presença do coletivo Bons Malandros, um grupo cinéfilo que se dedica a novas formas de pensar e debater o cinema. Stefano Savio, responsável pela Festa do Cinema Italiano, também marcará presença, garantindo uma conversa envolvente sobre o impacto de ENEA e a sua relevância no atual panorama cinematográfico.

Os bilhetes para esta sessão especial já estão disponíveis e podem ser adquiridos online.

O futuro do ciclo Night Edition by TVCine

Além de ENEA, o ciclo Night Edition by TVCine já tem agendada a antestreia de À Chegada (Upon Entry), que será exibido a 5 de abril, antes da estreia nos cinemas no dia 10 do mesmo mês. A iniciativa continua a destacar-se por trazer ao público português um leque diversificado de filmes desafiantes e de autor, numa aposta clara na valorização do cinema independente.

Para mais informações sobre o ciclo e a programação futura, basta visitar tvci.ne.pt/nightedition.


🎬 ENEA promete uma experiência cinematográfica única, repleta de tensão, amizade e questionamento sobre os limites da moralidade. Se é fã de cinema independente e de histórias intensas, esta é uma sessão a não perder!

📍 Onde: Cinema Fernando Lopes, Lisboa
📅 Quando: 1 de março, às 21h30
🎟 Bilhetes disponíveis online!