Três estreias portuguesas no Festival de Cinema de Marselha: Rita Azevedo Gomes, Leonor Noivo e João Miller Guerra em destaque

Cinema português em força no FIDMarseille 2025

Portugal volta a marcar presença no panorama internacional do cinema com três estreias mundiais no Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille), que celebra a sua 36.ª edição de 8 a 13 de Julho de 2025. Os novos filmes de Rita Azevedo GomesLeonor Noivo e João Miller Guerra foram seleccionados para a programação oficial do festival francês, um dos mais relevantes do circuito europeu no campo do cinema documental e de autor.

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Entre ficção, documentário e experiências híbridas, os três projectos representam diferentes abordagens estéticas e temáticas, revelando a vitalidade criativa do cinema português contemporâneo — e também a sua capacidade de dialogar com temas universais.

“Fuck the Polis”: Rita Azevedo Gomes em competição internacional

Em estreia mundial e inserido na competição internacionalFuck the Polis marca o regresso de Rita Azevedo Gomes com uma obra que volta a cruzar literatura, paisagem e existencialismo. O título invoca o livro de poesia de João Miguel Fernandes Jorge, mas também um gesto político de rebeldia e contemplação.

Segundo a sinopse oficial, o filme parte de uma personagem chamada Irma, que, vinte anos depois de uma viagem à Grécia feita sob a convicção de que estava condenada, regressa agora acompanhada por três jovens. Entre ilhas, mar e céu, o grupo mergulha em leituras, escutas e vivências guiadas pelo apelo à beleza e à clareza. O argumento é assinado pela realizadora e por Regina Guimarães, e a produção é da responsabilidade da própria Rita Azevedo Gomes.

“Bulakna”: Leonor Noivo estreia-se na longa-metragem

Também em competição e em estreia absoluta estará Bulaknaprimeira longa-metragem de Leonor Noivo, produzida pela Terratreme Filmes com coprodução francesa. O documentário foca-se na diáspora de mulheres filipinas, um tema raramente explorado no cinema português, e promete lançar luz sobre histórias de migração, resistência e identidade feminina globalizada.

Leonor Noivo, com uma carreira marcada por curtas-metragens intensas e observacionais, dá agora um passo sólido para o grande ecrã, mantendo o seu olhar atento à intimidade dos corpos e à invisibilidade das histórias que habitam as margens do quotidiano.

“Complô”: o cinema político de João Miller Guerra

A terceira estreia portuguesa no festival é Complô, de João Miller Guerra, documentário que parte da figura de Ghoya (Bruno Furtado), rapper e activista luso-cabo-verdiano, cuja história de vida é atravessada por questões de identidade, exclusão e pertença.

Segundo a produtora Uma Pedra no Sapato, o filme mergulha na experiência de alguém que “viu negado à nascença o direito de ser e se sentir português”, propondo uma reflexão poderosa sobre racismo estrutural e cidadania num país que ainda se confronta com os seus fantasmas coloniais. Uma obra urgente e política, que prolonga a linha de intervenção social visível noutras obras do realizador.

Coproduções e panorama internacional

Além dos filmes portugueses, o FIDMarseille 2025 conta ainda com coproduções nacionais, como All Roads Lead to You, da artista ucraniana Jenya Milyukos, e Morte e Vida Madalena, do brasileiro Guto Parente — ambas com presença portuguesa nos créditos, revelando a crescente participação lusa em projectos transnacionais.

O festival abrirá com Kontinental, do romeno Radu Jude, outro autor de culto do cinema europeu contemporâneo.

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FIDMarseille volta assim a afirmar-se como um espaço privilegiado para a descoberta de vozes singulares e para a afirmação de um cinema que resiste ao formato, à fórmula e ao facilitismo — e Portugal, felizmente, está no centro dessa conversa.

Especial Dia de Portugal no TVCine Edition: seis estreias para celebrar o cinema português

De Frederico Serpa a Sérgio Graciano, um 10 de Junho recheado de grandes estreias

O Dia de Portugal vai ser celebrado com uma maratona de cinema 100% português nos canais TVCine, que assinalam a data com seis estreias televisivas absolutas. A programação, transmitida a 10 de Junho no TVCine Edition, arranca às 11h e prolonga-se até ao início da noite, oferecendo uma amostra diversificada e rica do que se faz (e imagina) no cinema nacional. São filmes que percorrem géneros, geografias e visões, sempre com o talento português em primeiro plano.

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11h00 – Arrabalde, de Frederico Serpa

A jornada começa com Arrabalde, uma estreia na realização para Frederico Serpa, que também protagoniza este filme-poema urbano. Dois amigos percorrem de bicicleta uma cidade que tanto pode ser Lisboa como qualquer outra. À medida que o dia avança e a noite se instala, os episódios que testemunham põem em causa as suas bússolas morais. Com participações de Martim Guerreiro, Alexandra Freudenthal, Luís Miguel Cintra e Manuel João Vieira, esta é uma ode inquieta à cidade contemporânea.

12h20 – Na Mata dos Medos, de António Borges Correia

Segue-se Na Mata dos Medos, uma obra que mistura o real e o imaginado numa estrutura metacinematográfica. Alice, uma realizadora viúva, investe-se num projecto de filme-ensaio sobre os primeiros amores. Aos poucos, o espectador mergulha nesse mesmo filme idealizado, atravessando camadas de ficção e memória. Vencedor do Prémio do Público no FESTin, o filme conta com Anabela Brígida, Joana Bárcia e Cláudio da Silva.

13h50 – Nome, de Sana Na N’Hada

Diretamente da secção ACID do Festival de Cannes, Nome retrata a Guiné-Bissau de 1969, em plena guerra de libertação. O protagonista, um jovem que se junta ao movimento de resistência Maquis, regressa anos depois como herói — mas encontra uma realidade amarga e desiludida. Esta coprodução entre Guiné-Bissau, Portugal, França e Angola é assinada pelo veterano Sana Na N’Hada e tem no elenco Marcelino António Ingira, Binete Undonque e Marta Dabo.

15h50 – O Melhor dos Mundos, de Rita Nunes

Num cenário de ficção científica em Lisboa, no ano de 2027, O Melhor dos Mundos aborda dilemas éticos, científicos e emocionais entre um casal de investigadores que se vê dividido perante a iminência de um possível sismo devastador. Sara Barros Leitão e Miguel Nunes lideram o elenco desta proposta ambiciosa de Rita Nunes, que mistura ciência, drama e introspecção.

17h05 – Mãos no Fogo, de Margarida Gil

Inspirado livremente em A Volta do Parafuso de Henry James, este filme mergulha numa atmosfera de mistério e inquietação. Uma jovem estudante de cinema descobre que a mansão duriense que filma para um documentário tem muito mais para revelar do que se imagina. Margarida Gil assina aqui o seu nono filme, com um elenco onde brilham Carolina Campanela, Rita Durão e Marcello Urgeghe.

18h55 – Os Papéis do Inglês, de Sérgio Graciano

A maratona encerra com um épico luso-angolano que cruza literatura, mistério e identidade. Inspirado na obra de Ruy Duarte de Carvalho, o filme acompanha a busca de um homem pelos enigmas deixados pelo seu pai no deserto do Namibe, atravessando décadas de história. Com argumento de José Eduardo Agualusa, Os Papéis do Inglês conta com João Pedro Vaz, Miguel Borges, Joana Ribeiro e Délcio Rodrigues.

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Um retrato plural do cinema português

Este Especial Dia de Portugal nos TVCine é mais do que uma maratona cinematográfica: é um retrato caleidoscópico da criatividade portuguesa, com espaço para a memória colonial, a ficção científica, o realismo poético, a crítica social e a adaptação literária. Um verdadeiro mergulho na diversidade estética e temática que marca o nosso cinema, e uma excelente oportunidade para descobrir — ou redescobrir — o talento que se filma em português.

A não perder, a 10 de Junho, a partir das 11h, em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+.

“ATOM & VOID” : A curta portuguesa que está a conquistar o mundo, com inteligência mas sem artificial!

O filme português ATOM & VOID, realizado por Gonçalo Almeida, conquistou o prémio Méliès d’argent de Melhor Curta-Metragem no Haapsalu Horror and Fantasy Film Festival (HÕFF), na Estónia. Este reconhecimento destaca a crescente presença do cinema português nos circuitos internacionais de género, especialmente nas áreas de ficção científica e fantasia. 

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Com uma duração de nove minutos, ATOM & VOID é uma obra que desafia as convenções tradicionais do cinema de género. Filmado com uma aranha real e cenários autênticos, o filme evita o uso de inteligência artificial, enfatizando a supremacia da arte sobre a tecnologia no processo cinematográfico. Segundo o júri do HÕFF, a curta-metragem é “um tratado ponderado sobre a natureza humana (mesmo na ausência dos ditos humanos) e uma meditação desconfortável sobre para onde vamos e o controlo final que temos sobre o universo que nos rodeia”. 

Gonçalo Almeida, conhecido por explorar temas existenciais e ambientais, utiliza ATOM & VOID para refletir sobre a vulnerabilidade humana na era do antropoceno. O realizador critica a racionalização dos prejuízos do progresso tecnológico sob o pretexto de avanço científico, apontando que a verdadeira motivação por trás desses avanços é a busca pela dominância geopolítica. Para Almeida, esta busca pela supremacia é o principal instigador de conflitos em grande escala. 

A curta-metragem teve a sua estreia mundial no Fantastic Fest, nos Estados Unidos, e foi posteriormente exibida em vários festivais internacionais de renome, incluindo o Sitges International Fantastic Film Festival of Catalonia e o Molins Horror Film Festival, em Espanha, bem como o Les Utopiales e o Paris International Fantastic Film Festival (PIFFF), em França, onde também foi premiada.

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Este prémio reforça a posição de Gonçalo Almeida como uma voz distinta no panorama do cinema de género, destacando a capacidade do cinema português para abordar questões universais através de narrativas inovadoras e esteticamente arrojadas.

🏆 Prémios Sophia 2024: “Mal Viver” e “Great Yarmouth” dominam noite de celebração do cinema português

A 13.ª edição dos Prémios Sophia, promovida pela Academia Portuguesa de Cinema, decorreu no passado domingo, 26 de maio de 2024, no Casino Estoril, sob o mote “Cinema é Liberdade”, em homenagem aos 50 anos do 25 de Abril. A cerimónia, transmitida em direto pela RTP2, destacou as melhores produções nacionais do último ano. 

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🎬 “Mal Viver” e “Great Yarmouth” entre os grandes vencedores

“Mal Viver”, de João Canijo, foi o grande vencedor da noite, arrecadando quatro estatuetas: Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Montagem (João Braz) e Melhor Atriz Secundária (Madalena Almeida). 

“Great Yarmouth – Provisional Figures”, de Marco Martins, também se destacou com quatro prémios: Melhor Atriz Principal (Beatriz Batarda), Melhor Ator Secundário (Romeu Runa), Melhor Direção de Fotografia (João Ribeiro) e Melhor Som (Miguel Martins e Rafael Cardoso). 


🏅 Principais vencedores

  • Melhor FilmeMal Viver
  • Melhor Realização: João Canijo (Mal Viver)
  • Melhor Argumento Original: Carlos Conceição (Nação Valente)
  • Melhor Argumento Adaptado: Virgílio Almeida (Nayola)
  • Melhor Ator Principal: Miguel Borges (Não Sou Nada – The Nothingness Club)
  • Melhor Atriz Principal: Beatriz Batarda (Great Yarmouth – Provisional Figures)
  • Melhor Ator Secundário: Romeu Runa (Great Yarmouth – Provisional Figures)
  • Melhor Atriz Secundária: Madalena Almeida (Mal Viver)
  • Melhor Documentário em Longa-MetragemViagem ao Sol, de Ansgar Schaefer e Susana de Sousa Dias
  • Melhor Curta-Metragem de Ficção2720, de Basil da Cunha
  • Melhor Curta-Metragem de DocumentárioConey Island – As Primeiras Vezes, de Joana Botelho
  • Melhor Curta-Metragem de AnimaçãoSopa Fria, de Marta Monteiro
  • Melhor Série/TelefilmeRabo de Peixe, realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira
  • Melhor Banda Sonora Original: Manuel Riveiro e Gaiteiros de Lisboa (Os Demónios do Meu Avô)
  • Melhor Canção Original: “Caretos – Os Demónios do Meu Avô”, letra de Possidónio Cachapa, música de Carlos Guerreiro, interpretação dos Gaiteiros de Lisboa 

🎓 Prémio Sophia Estudante e homenagens

O Prémio Sophia Estudante foi atribuído a Défilement, de Francisca Miranda, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. 

Os Prémios Sophia de Carreira foram entregues ao compositor Luís Cília e ao realizador Rui Simões, reconhecendo as suas contribuições significativas para o cinema português. 

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🎬 Três Curtas Portuguesas Selecionadas para o Festival de Cannes 2025

O cinema português volta a brilhar no cenário internacional com a seleção de três curtas-metragens para o prestigiado Festival de Cannes 2025. As obras de Inês NunesGabriel Abrantes e Laura Anahory foram escolhidas para integrar diferentes secções do festival, que decorre de 13 a 24 de maio em França. 

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🦎 “A Solidão dos Lagartos”, de Inês Nunes

A realizadora Inês Nunes apresenta A Solidão dos Lagartos, uma curta-metragem que explora temas de isolamento e introspeção. O filme foi selecionado para a competição oficial de curtas-metragens do festival, destacando-se pela sua abordagem sensível e estética apurada. 

💕 “Arguments in Favor of Love”, de Gabriel Abrantes

O cineasta Gabriel Abrantes regressa a Cannes com Arguments in Favor of Love, uma obra que mistura humor e crítica social. Conhecido por trabalhos anteriores como Diamantino, Abrantes continua a surpreender com narrativas inovadoras e visuais marcantes. 

🐦 “O Pássaro de Dentro”, de Laura Anahory

A animação O Pássaro de Dentro, de Laura Anahory, foi selecionada para a secção Cinef, dedicada a filmes realizados em contexto académico. Produzida no âmbito do mestrado em Som e Imagem da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, esta é a primeira vez que a instituição é convidada a participar nesta secção do festival. 

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🇵🇹 Presença Portuguesa em Destaque

Com estas seleções, Portugal marca presença em várias secções do Festival de Cannes 2025, evidenciando a diversidade e qualidade do cinema nacional. Além das curtas mencionadas, outras produções portuguesas também foram reconhecidas, reforçando o talento e a criatividade dos cineastas lusos no panorama internacional.

🇵🇹 O Riso e a Faca e Magalhães em destaque em Cannes

O cinema português marca presença na 78.ª edição do Festival de Cannes com duas produções que prometem dar que falar: O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, e Magalhães, de Lav Diaz. Ambos os filmes terão estreia mundial no prestigiado certame, que decorre de 13 a 24 de maio em França. 

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🎬 O Riso e a Faca: Uma Viagem Introspectiva pela África Ocidental

Após o aclamado A Fábrica de Nada (2017), Pedro Pinho regressa com O Riso e a Faca, selecionado para a secção “Un Certain Regard”. O filme acompanha Sérgio, um engenheiro ambiental que se desloca a uma metrópole da África Ocidental para trabalhar numa ONG na construção de uma estrada entre o deserto e a selva. Lá, envolve-se numa relação complexa com dois habitantes locais, Diara e Gui, enquanto enfrenta as dinâmicas neocoloniais da comunidade de expatriados.

O elenco conta com Sérgio Coragem, Cleo Diára e Jonathan Guilherme nos papéis principais. A produção é assinada pela Uma Pedra no Sapato e Terratreme Filmes.


🌍 Magalhães: Uma Perspetiva Asiática sobre o Navegador Português

Na secção “Cannes Première”, destaca-se Magalhães, do realizador filipino Lav Diaz, coproduzido pela portuguesa Rosa Filmes. O filme, protagonizado por Gael García Bernal, retrata a figura de Fernão de Magalhães, explorando a sua viagem de circum-navegação sob uma perspetiva do sudeste asiático. Inicialmente concebido com o título Beatriz – A Mulher, o projeto evoluiu para focar-se na visão filipina sobre o navegador português. 

Com cerca de nove horas de duração, Magalhães será apresentado numa versão mais curta no festival. As filmagens decorreram em Portugal e Espanha, reforçando a colaboração internacional na produção. 


🎥 Outras Presenças Portuguesas em Cannes 2025

Além destes dois filmes, o cinema português marca presença em outras secções do festival:

  • Era uma vez em Gaza, dos irmãos palestinianos Arab e Tarzan Nasser, coproduzido pela Ukbar Filmes, integra a secção “Un Certain Regard”. 
  • Entroncamento, de Pedro Cabeleira, foi selecionado para o programa ACID Cannes, dedicado a cinema independente. 
  • No mercado do filme, será apresentado o projeto de animação Ana, en passant, de Fernanda Salgado, uma coprodução da portuguesa Sardinha em Lata com a brasileira Apiário. 

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“Honeyjoon”: A Comédia Dramática que Traz os Açores para o Centro do Cinema Independente Mundial

🎬 A ilha de São Miguel, nos Açores, volta a servir de cenário cinematográfico, desta vez pelas mãos da realizadora norte-americana Lilian T. Mehrel. A sua primeira longa-metragem, Honeyjoon, estreia mundialmente em junho no prestigiado Festival de Tribeca — e promete juntar paisagens deslumbrantes com uma história íntima e comovente sobre perda, identidade e reconciliação.

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Mais do que um simples filme rodado em Portugal, Honeyjoon representa uma afirmação criativa de duas vozes femininas: a da realizadora Mehrel, filha de refugiados judeus iranianos, e a da produtora portuguesa Andreia Nunes, fundadora da Wonder Maria Filmes, que continua a colocar o cinema português em destaque no circuito internacional.


Uma história sobre mães, filhas… e começos difíceis

Honeyjoon acompanha Lela, uma mulher curdo-iraniana que, após a morte do marido, embarca numa viagem com a filha adolescente, June. As duas viajam até aos Açores — num misto de fuga e tentativa de recomeço — e aquilo que parecia uma simples escapadinha transforma-se rapidamente numa jornada emocional intensa.

É nos campos verdejantes, crateras vulcânicas e nas falésias da ilha de São Miguel que mãe e filha vão confrontar o passado, reconstruir a relação e redescobrir-se a si próprias. Segundo Mehrel, o filme é “um retrato multigeracional com humor, dor e esperança”, com claras inspirações autobiográficas.


Um elenco internacional com talento português

A protagonista é interpretada por Ayden Mayeri (Somebody I Used to Know), enquanto a mãe, Lela, é vivida por Amira Casar, conhecida por filmes como Call Me by Your Name. O elenco conta ainda com a participação do actor português José Condessa, que continua a cimentar a sua presença em produções internacionais.

A escolha dos Açores não foi apenas estética — foi também emocional. Mehrel descreveu a ilha como um “espaço de cura”, referindo que a ligação com a natureza e o isolamento do arquipélago foram determinantes para a carga simbólica do filme. Para a realizadora, o contraste entre a imensidão da paisagem e o drama íntimo das personagens é essencial para a narrativa.


Do Tribeca para o mundo

Honeyjoon foi o grande vencedor do programa “Untold Stories” do Tribeca Festival, que oferece um milhão de dólares de financiamento a projectos promissores com enfoque em diversidade e novas vozes. Para Lilian T. Mehrel, foi a oportunidade de tornar real um projecto que conjuga herança pessoal com ambição cinematográfica.

A estreia oficial está marcada para junho de 2025 no Festival de Tribeca, em Nova Iorque, e será acompanhada por exibições internacionais. A Wonder Maria Filmes assume a coprodução portuguesa, reforçando a sua missão de contar histórias que cruzam fronteiras, geografias e culturas.


Açores: cada vez mais no mapa do cinema mundial

Depois de obras como Azor (2021) e produções internacionais que escolheram os Açores como cenário, Honeyjoon volta a confirmar o potencial cinematográfico do arquipélago. As paisagens naturais, a luz singular e a riqueza simbólica dos lugares tornam os Açores num palco privilegiado para narrativas que procuram mais do que beleza — procuram alma.

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🎮 De Leiria para Hollywood: Tecnologia Portuguesa Dá Som a Um Filme Minecraft

Num mundo onde Hollywood raramente olha para Portugal como fornecedor de inovação tecnológica, há uma empresa que está a virar o jogo — com som tridimensional. Chama-se Sound Particles, é sediada em Leiria e a sua mais recente conquista chama-se Um Filme Minecraft, a aguardada adaptação cinematográfica do fenómeno global dos videojogos.

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O filme, que estreou nos cinemas portugueses entre 3 e 6 de abril de 2025, foi o mais visto no fim de semana de estreia, com 104.164 espectadores, segundo dados do ICA. E há ali um bocadinho de Portugal em cada explosão de TNT e cada passo pixelado no universo cúbico da Minecraftlandia.

Sons que nos envolvem — literalmente

Sound Particles desenvolveu um software de som 3D inovador que tem vindo a conquistar os bastidores de Hollywood. Ao aplicar conceitos de computação gráfica ao áudio, a tecnologia permite criar sons tridimensionais complexos e realistas, proporcionando uma experiência auditiva imersiva e dinâmica — ideal para mundos onde a física desafia a lógica, como acontece em Minecraft.

Para o filme realizado por Jared Hess (conhecido por Napoleon Dynamite) e protagonizado por Jack Black e Jason Momoa, esta tecnologia portuguesa foi a escolha natural. A complexidade visual e rítmica do universo Minecraft exigia uma banda sonora rica em texturas e movimentos sonoros — algo que a Sound Particles oferece como ninguém.

Não é caso único: já estiveram em Dune Frozen II e Oppenheimer

Apesar de ainda pouco conhecida fora dos círculos profissionais, a Sound Particles tem currículo de luxo: as suas ferramentas já foram usadas em produções como Oppenheimer (2023), Dune – Duna (2021), Frozen II (2019), Stranger ThingsHouse of the Dragon e A Guerra dos Tronos.

Criada em 2016 por Nuno Fonseca, engenheiro e compositor com ligação ao Instituto Politécnico de Leiria, a empresa conta hoje com mais de 30 colaboradores e um portefólio tecnológico em constante expansão.

Já foi nomeada para os Cinema Audio Society Awards e finalista dos Prémios Científicos da Academia de Hollywoodem 2018. Um feito notável para uma empresa portuguesa com raízes académicas e ambição global.

O que esperar de Um Filme Minecraft ?

Para os fãs do videojogo, o filme promete uma adaptação irreverente e cheia de energia. Com Jack Black no registo cómico que tão bem domina e Jason Momoa a liderar um grupo de heróis improvisados, Minecraft quer ser mais do que um mero filme infantil. E se o som for um dos seus trunfos — já sabemos quem agradecer.


🎬 O cinema é feito de imagem, mas nunca subestimemos o som. E quando esse som é feito em Leiria e escutado nas maiores salas de cinema do mundo, há motivo para orgulho nacional. A Sound Particles continua a provar que Portugal não é só talento criativo — também é músculo tecnológico de primeira linha.

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“Fogo do Vento”: Primeira Longa-Metragem de Marta Mateus Conquista Prémio em Festival Italiano 🇵🇹🔥🎬

O cinema português continua a dar cartas além-fronteiras. Desta vez foi Fogo do Vento, a estreia na longa-metragem de Marta Mateus, a conquistar aplausos internacionais: o filme venceu esta segunda-feira o prémio de Melhor Primeiro Filme Internacional no Festival de Busto Arsizio, em Itália.

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Num anúncio entusiástico, o júri do certame italiano justificou a distinção com a “linguagem pessoal” da realizadora portuguesa, elogiando a forma como a obra “narra, com originalidade, o crepúsculo do mundo rural e proletário”. A vitória ganha ainda mais relevo por se tratar do único filme português em competição.

Uma viagem sensorial entre passado, presente e futuro

Descrito como uma fábula que atravessa gerações, Fogo do Vento mergulha nas histórias de uma comunidade alentejana, misturando realismo, memória e um forte lirismo visual. A obra aprofunda personagens e temas já sugeridos por Marta Mateus na sua curta-metragem premiada Farpões Baldios (2017), apresentada na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

O filme explora os ecos do passado — da resistência ao regime salazarista — até às tensões contemporâneas do mundo rural, num gesto de cinema que tanto convoca a tradição como dá espaço à imaginação.

Em nota de intenções, a realizadora partilha a origem sensorial e simbólica do projeto: “Um dia, no Verão de 2017, apareceu-me um touro negro no pensamento. Dias depois, chegou-me a imagem de um incêndio, de terra queimada.” E completa: “Aprendi a dar atenção aos signos, aos sonhos, às visões, a guardar os mais leves prenúncios presentes numa ideia, num sopro de vento.”

Um percurso internacional sólido

Desde a sua estreia mundial no prestigiado Festival de Locarno em 2023, Fogo do Vento tem sido um verdadeiro caso de sucesso nos circuitos de festivais. Foi selecionado para os festivais de Nova Iorque, Londres (BFI), Tóquio, Viennale (Áustria) e Valdivia (Chile), onde foi amplamente elogiado.

Entre os prémios recebidos contam-se o Prémio Especial do Júri no Avant-Garde Film Festival de Atenas, o Prémio FIPRESCI no Festival de Gijón (atribuído pela Federação Internacional de Críticos de Cinema) e o Prémio de Melhor Realização no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.

A longa-metragem é uma coprodução entre Portugal (Clarão Companhia), Suíça (Casa Azul Films) e França (Les Films d’Ici), revelando o crescente interesse internacional pela nova geração do cinema português.

Do Alentejo para o mundo

Com o Alentejo como cenário e fonte de inspiração, Fogo do Vento é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre identidade, pertença, resistência e transformação. Não é um filme de narrativa linear ou convencional — mas sim uma tapeçaria sensorial, onde as imagens e os sons respiram ao ritmo da terra e das suas gentes.

Marta Mateus não faz concessões ao estilo “fácil”. O seu cinema é de presença, de escuta e de resistência poética. E por isso está a conquistar o respeito de quem procura no grande ecrã mais do que entretenimento: procura visão, coragem e autenticidade.

Estreia nacional marcada para setembro

Com um percurso notável em festivais internacionais, Fogo do Vento prepara-se agora para chegar ao público português. A estreia comercial está marcada para setembro de 2025, logo após o verão — uma oportunidade para os espectadores nacionais descobrirem uma das obras mais marcantes e pessoais do recente cinema luso.

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Enquanto isso, é tempo de celebrar mais um triunfo da criatividade portuguesa além-fronteiras — e de Marta Mateus, uma cineasta que, com apenas dois filmes, já se afirma como uma voz singular no panorama do cinema europeu contemporâneo.

Fanny Ardant Vai Rodar Novo Filme nos Açores com Gérard Depardieu e Victoria Guerra 🎬🌊

A icónica atriz e realizadora francesa Fanny Ardant prepara-se para filmar nos Açores a sua mais recente longa-metragem, Ela Olhava Sem Nada Ver. O filme, que contará com Gérard Depardieu e Victoria Guerra no elenco, será rodado integralmente na ilha de São Miguel, entre abril e maio.

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Uma História de Poesia e Destino

O enredo do filme gira em torno de duas mulheres à deriva que enfrentam os seus destinos num mundo onde a poesia parece estar a desaparecer. A sinopse oficial levanta questões sobre a sobrevivência da arte e da beleza num cenário cada vez mais cético e pragmático.

Fanny Ardant, que já tem um historial de colaborações com Gérard Depardieu, escolheu Portugal para este projeto, depois de ter filmado no país O Divã de Estaline (2016) e Cadências Obstinadas (2013). A realizadora e atriz tem uma carreira consagrada no cinema europeu, tendo trabalhado com nomes como François Truffaut, Alain Resnais e Michelangelo Antonioni.

Um Elenco de Prestígio

Além de Depardieu e Victoria Guerra, o elenco conta ainda com Ana Padrão, Miguel Borges, Paulo Pires, Ricardo Pereira, Anabela Moreira, Marcello Urgeghe e Miguel Monteiro. O filme será produzido com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e da RTP.

Portugal no Radar Internacional

Nos últimos anos, os Açores têm vindo a afirmar-se como um destino cada vez mais procurado para produções internacionais. A beleza natural e a atmosfera única do arquipélago tornam-no num cenário perfeito para histórias cinematográficas com forte carga poética e emocional.

Foi anunciada a data de chegada de “Mufasa: O Rei Leão” ao Disney+.

📅 Com filmagens a decorrer nos próximos meses, ainda não há uma data oficial de estreia para Ela Olhava Sem Nada Ver, mas o filme deverá chegar aos cinemas em 2025.

🎬 “A Última Sessão”: Cineclube do Porto despede-se da Casa das Artes após 10 anos 🎞️

O Cineclube do Porto, um dos mais antigos e respeitados cineclubes do país, está prestes a fechar um capítulo importante da sua história. Depois de uma década a promover o amor pelo cinema na Casa das Artes, a instituição prepara-se para deixar o espaço e procurar uma nova casa. Mas, antes da despedida, há ainda tempo para um ciclo de sessões muito especial.

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📽️ 10 anos de cinema na Casa das Artes chegam ao fim

O Cineclube do Porto, que comemora 80 anos de existência no próximo dia 13 de abril, vai abandonar a Casa das Artes no final deste mês. A decisão surge após o término da parceria com o Instituto do Património Cultural, que vai realizar obras no espaço.

“É uma nova fase, uma mudança, mas não o fim de um cineclube que sobreviveu ao Estado Novo”, garantiu Ana Carneiro, presidente do cineclube.

Apesar desta saída, o Cineclube do Porto continuará a sua missão, mantendo a parceria com o Cinema Batalha, onde passará a realizar sessões quinzenais.

🎞️ Sessões de despedida com clássicos imperdíveis

Antes da mudança, o Cineclube do Porto preparou quatro sessões de despedida, exibindo grandes clássicos do cinema:

📅 6 de marçoSabotagem (1936), de Alfred Hitchcock

📅 10 de marçoA Vida Útil – Um Conto de Cinema (2012), de Federico Veiroj

📅 15 de marçoSherlock Júnior (1924), de Buster Keaton

📅 29 de marçoÚltima Sessão (1971), de Peter Bogdanovich

A escolha do filme Última Sessão para encerrar este ciclo é simbólica, homenageando o espírito do cineclube e a paixão pelo cinema.

A sessão final será precedida de um brinde de despedida às 17h00, um momento para recordar os anos passados na Casa das Artes e celebrar o futuro.

📍 O que vem a seguir?

O Cineclube está à procura de um novo espaço no Porto, garantindo que o seu legado continuará vivo. “Vamos continuar com as nossas atividades nas escolas e manter o nosso acervo”, afirmou Ana Carneiro.

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Este não é um adeus ao Cineclube do Porto, mas sim um recomeço. Que venha a próxima sessão! 🎥

🎬🎶 Fado e Cinema Unem-se na 2ª Edição do Ronca – Mostra de Cinema de Elvas!

Se há algo mais português do que o fado e o cinema nacional, então ainda estamos para descobrir! Este mês, Elvas transforma-se no epicentro desta fusão cultural com a 2ª edição do Ronca – Mostra de Cinema, que acontece de 14 a 30 de março e promete uma programação repleta de filmes, música e conversas inspiradoras.

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Depois do sucesso da primeira edição, o evento, organizado pelo Coletivo Artístico 7350, regressa com o tema “Silêncio, que se vai ‘ouver’ o Fado!”, levando o público numa viagem cinematográfica que explora a relação única entre o fado e o grande ecrã. 📽️🎶

Cinema e Fado de Braço Dado 🎤🎞️

Ao longo de seis sessões de longas-metragens, será possível assistir a filmes que marcaram a história do cinema português, com destaque para:

🎥 Capas Negras

🎥 A Severa

🎥 Rosa de Alfama

🎥 O Fado da Bia

Cada sessão contará ainda com uma abertura musical ao vivo a cargo de artistas locais, elevando ainda mais a atmosfera imersiva do evento.

Mas o Ronca não se fica por aqui! Este ano, a programação inclui cerca de 30 curtas-metragens, exibidas em seis sessões distribuídas pelos fins de semana no Auditório São Mateus.

O evento também se distingue pela forma como explora a banda sonora e a sua relação com o cinema, um elemento essencial na forma como as emoções são transmitidas no grande ecrã.

Um dos Momentos Altos: Música ao Vivo no Cinema! 🎶🎬

No dia 22 de março, pelas 17h, o Auditório São Mateus recebe um dos momentos mais especiais desta edição: uma sessão de curtas-metragens musicadas ao vivo por Joaquim Ferreira e Paulo Cachinhos. Os músicos vão sonorizar uma das primeiras obras cinematográficas sobre o fado, inspirada na famosa pintura de José Malhoa – uma experiência que promete transportar o público para uma outra época!

Na mesma sessão, será exibido um documentário de Pedro Senna Nunes, aprofundando ainda mais a relação entre cinema e fado.

Muito Mais do Que Cinema! 🖼️📷

Além dos filmes, a mostra conta ainda com várias exposições:

🖼️ Fotografia de Frederico Corado (Auditório São Mateus)

🖼️ Objetos pessoais de Amália Rodrigues (Auditório São Mateus e Centro Artístico Elvense)

🖼️ Desenhos, gravuras e pinturas sobre cinema e o Alentejo de Mafalda Salgueiro (Casa da Cultura de Elvas)

O evento também promove três conversas imperdíveis sobre fado, cinema e o impacto das filmagens cinematográficas na região, marcadas para os dias 15, 22 e 29 de março no Centro Artístico Elvense.

Para quem quiser fechar as noites em grande, estão ainda agendadas três festas temáticas no Hotel São João de Deus nos dias 14, 21 e 28 de março.

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Elvas Celebra o Fado e o Cinema! 📽️🎶

Se são apaixonados por cinema português e pelo fado, então este é um evento a não perder! A Ronca – Mostra de Cinema de Elvas prova que o interior do país tem muito para oferecer no panorama cinematográfico nacional e que o fado continua a ser uma inspiração inesgotável para a sétima arte.

🎤 Já marcaram na agenda? Qual destes filmes gostavam mais de rever no grande ecrã? Contem-nos nos comentários! 👇😊

Fantasporto 2024: 45 anos de cinema fantástico com aposta na Inteligência Artificial

O Fantasporto está de regresso para a sua 45.ª edição, trazendo uma seleção de filmes que prometem surpreender e desafiar os limites da imaginação. O festival, um dos mais emblemáticos do panorama cinematográfico nacional e internacional, decorre até ao dia 9 de março e tem como tema central um dos tópicos mais discutidos da atualidade: a Inteligência Artificial.

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A abertura com cinema nacional

A sessão de abertura, que tem lugar no icónico Batalha Centro de Cinema, será marcada pela estreia mundial de Criadores de Ídolos, um thriller do realizador português Luís Diogo. O filme, que estará a competir na secção oficial do festival, conta com um elenco de luxo, incluindo José Fidalgo, Rafaela Sá, Ricardo Carriço, Oceana Basílio e Virgílio Castelo.

Encerramento em tom de homenagem ao cinema

O encerramento do festival acontece a 8 de março com Stealing Pulp Fiction, de Danny Turkiewicz. Descrito como “um verdadeiro e divertido hino à cinefilia”, o filme promete ser uma celebração para os amantes do cinema e uma despedida memorável para esta edição do Fantasporto.

A Inteligência Artificial no centro das atenções

Este ano, o festival destaca a Inteligência Artificial como um dos principais temas, refletindo sobre as suas implicações na indústria cinematográfica. Beatriz Pacheco Pereira, diretora do festival, sublinhou a importância de abordar este tema, uma vez que “toda a gente vai ser afetada pelas potencialidades da Inteligência Artificial”, desde a realização à produção e interpretação.

Dentro deste contexto, destacam-se a curta-metragem Hush Now, de Laen Sanches, inteiramente criada com tecnologias de IA, e ainda Cold Wallet, de Cutter Hodierne, IA: A Revolução no Cinema Digital, de João Moreira, e Succubus, de R.J. Daniel Hanna. Estes filmes irão explorar não só as potencialidades criativas da IA, mas também os desafios que esta tecnologia levanta para a indústria do entretenimento.

Mais do que um festival de cinema

Para além das exibições de filmes, o Fantasporto 2024 contará com diversos “Movie Talks”, onde especialistas e realizadores debaterão o futuro do cinema e a sua relação com novas tecnologias. O festival também será palco da apresentação de sete livros recentemente publicados, que são “hipotéticos argumentos de cinema”, trazendo assim uma nova dimensão à criação cinematográfica.

Com uma programação diversificada e uma aposta na inovação, o Fantasporto continua a ser um dos festivais mais importantes do género, mantendo-se fiel à sua identidade e ao seu compromisso com o cinema de qualidade. O espetáculo está garantido!

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Para saber mais veja o site oficial : https://fantasporto.com/pt-pt/

ENEA em antestreia no ciclo Night Edition by TVCine: cinema independente e irreverente em Lisboa

O ciclo Night Edition by TVCine continua a sua missão de trazer ao público português algumas das produções mais arrojadas do cinema independente e, na sua quinta sessão, vai exibir ENEA, o novo filme do realizador italiano Pietro Castellitto. A antestreia decorre já no próximo sábado, 1 de março, às 21h30, no Cinema Fernando Lopes, em Lisboa.

As sessões Night Edition by TVCine decorrem no primeiro sábado de cada mês, apresentando filmes da curadoria Cinema Bold, um selo dedicado a narrativas inovadoras e ousadas. Como já é habitual, os filmes têm a sua estreia nos cinemas na quinta-feira seguinte e, um mês depois, chegam em exclusivo ao TVCine Edition. No caso de ENEA, o lançamento em sala acontece a 6 de março, enquanto a estreia no canal de televisão está agendada para 6 de abril.

Um “filme de gangsters sem gangsters”

Descrito como “um filme de gangsters sem gangsters”ENEA acompanha a jornada de um jovem chamado Enea (Eneias), que persegue o mito associado ao seu próprio nome. O protagonista vive num mundo de decadência e corrupção, tentando encontrar um propósito ao lado de Valentino, um aviador que acaba de se lançar no seu primeiro voo. Unidos pelo tráfico de droga e pela sede de aventura, os dois amigos vivem uma juventude marcada por festas, excessos e uma visão alternativa da vida.

O filme, protagonizado pelo próprio realizador Pietro Castellitto, conta ainda no elenco com Benedetta Porcaroli, Giorgio Quarzo Guarascio e Sergio Castellitto. Depois de passar pelo prestigiado Festival de Veneza e pela última edição da Festa do Cinema ItalianoENEA promete conquistar o público português com a sua abordagem ousada e narrativa intensa.

Sessão especial com convidados

A sessão de antestreia será enriquecida pela presença do coletivo Bons Malandros, um grupo cinéfilo que se dedica a novas formas de pensar e debater o cinema. Stefano Savio, responsável pela Festa do Cinema Italiano, também marcará presença, garantindo uma conversa envolvente sobre o impacto de ENEA e a sua relevância no atual panorama cinematográfico.

Os bilhetes para esta sessão especial já estão disponíveis e podem ser adquiridos online.

O futuro do ciclo Night Edition by TVCine

Além de ENEA, o ciclo Night Edition by TVCine já tem agendada a antestreia de À Chegada (Upon Entry), que será exibido a 5 de abril, antes da estreia nos cinemas no dia 10 do mesmo mês. A iniciativa continua a destacar-se por trazer ao público português um leque diversificado de filmes desafiantes e de autor, numa aposta clara na valorização do cinema independente.

Para mais informações sobre o ciclo e a programação futura, basta visitar tvci.ne.pt/nightedition.


🎬 ENEA promete uma experiência cinematográfica única, repleta de tensão, amizade e questionamento sobre os limites da moralidade. Se é fã de cinema independente e de histórias intensas, esta é uma sessão a não perder!

📍 Onde: Cinema Fernando Lopes, Lisboa
📅 Quando: 1 de março, às 21h30
🎟 Bilhetes disponíveis online!

Balas & Bolinhos – Só Mais Uma Coisa chega ao TVCine Top: o regresso do fenómeno de culto português 🎬😂

A saga mais irreverente do cinema português está de volta, agora à televisão! Balas & Bolinhos – Só Mais Uma Coisa, o quarto capítulo desta icónica série de filmes, estreia no dia 28 de fevereiro, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e no TVCine+. Depois de arrasar nas bilheteiras em 2024, conquistando 248 mil espectadores, é agora a vez do público reviver a mais recente loucura de Culatra, Rato e Tone no pequeno ecrã.

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🏠 De regresso a casa… e ao caos total!

Passaram-se 25 anos desde o primeiro Balas & Bolinhos, uma saga que evoluiu para quatro filmes, peças de teatro e até uma curta-metragem. Agora, nesta nova aventura, Culatra, Rato e Tone são forçados a voltar para casa dos pais, um regresso inesperado que rapidamente se transforma num verdadeiro pandemónio. Como sempre, os três amigos tentam agarrar a oportunidade das suas vidas, mas tudo parece conspirar para os arrastar para as confusões do costume.

Para Luís Ismael, realizador e um dos protagonistas, Só Mais Uma Coisa é uma autêntica celebração do espírito do primeiro filme. “O segundo e o terceiro filmes foram para lá daquele universo de bairro e, com este regresso, sabíamos que queríamos, de alguma forma, voltar à autenticidade do primeiro enredo”, explica. E claro, o grande objetivo continua a ser arrancar gargalhadas ao público, como sempre foi marca registada da saga. “É um filme para rir em português. E essa alegria é o que nos moveu a voltar e dar um presente aos fãs”, acrescenta Ismael.

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🔥 Um elenco de luxo para um regresso muito aguardado

Os carismáticos protagonistas Jorge Neto, Luís Ismael, J. D. Duarte e João Pires regressam para dar vida ao quarteto mais caótico do cinema nacional. Mas não vêm sozinhos! O elenco conta ainda com Patrícia Queirós, Francisco Menezes, Pedro Alves, Eduardo Madeira, Fernando Rocha e Pedro Carvalho, uma equipa de luxo para garantir que esta comédia de ação tem ainda mais momentos hilariantes.

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Com uma mistura de humor, ação e o espírito inconfundível da saga, esta é uma estreia a não perder. Se já viste nos cinemas, vale a pena rever. Se ainda não tiveste oportunidade, prepara-te para uma noite cheia de diversão com Balas & Bolinhos – Só Mais Uma Coisa, a partir das 21h30 no TVCine Top e TVCine+.

🎬📺 Marca no calendário e junta-te a esta festa de bom humor português!

Veja o Trailer aqui

Dois Filmes de Terror Lideram Nomeações dos Prémios Curtas 2024

Os filmes de terror “Umbral” e “Era uma vez no Apocalipse” são os mais nomeados para os Prémios Curtas 2024, que celebram a curta-metragem e que, nesta terceira edição, prestam homenagem ao ator e encenador Luís Miguel Cintra.

Reconhecimento ao Cinema de Curta-Metragem 🎬🏆

Criados em 2023, os Prémios Curtas destacam os profissionais do cinema em 18 categorias, incluindo realização, interpretação, direção de fotografia e guarda-roupa. A edição deste ano tem como líderes nas nomeações “Umbral”, de Miguel Andrade, com dez indicações, e “Era uma vez no Apocalipse”, de Tiago Pimentel, com nove nomeações.

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Umbral e Era uma vez no Apocalipse: Os Favoritos do Ano 👻🎭

“Umbral”, uma produção académica do Politécnico do Porto – Escola Superior de Media Artes e Design, venceu uma menção especial no MOTELX 2024 e está indicado para Melhor Curta de Ficção, Melhores Efeitos Especiais (Nuno Costa), Melhor Ator (Daniel Silva) e Melhor Atriz Secundária (Diana Sá), entre outras categorias.

“Era uma vez no Apocalipse”, protagonizado por Sérgio Godinho, Mariana Pacheco e Paulo Calatré, garantiu nomeações para todos os seus atores. O guarda-roupa ficou a cargo do designer luso-canadiano Luís Sequeira, nomeado aos Óscares pelo seu trabalho com Guillermo del Toro. O filme já foi premiado no festival de Avanca e no Shortcutz Lisboa.

Nomeados para Melhor Realização 🎥✨

A categoria de Melhor Realização inclui:

  • Cláudia Varejão (Kora)
  • Daniel Soares (Bad for a Moment)
  • Inês Lima (O Jardim em Movimento)
  • Isadora Neves Marques (As Minhas Sensações São Tudo o que Tenho para Oferecer)
  • Mário Veloso (Chuvas de Verão)

Homenagem a Luís Miguel Cintra 🎭🌟

A partir desta edição, os Prémios Curtas passam a atribuir um prémio honorário pelo conjunto da carreira, com Luís Miguel Cintra a ser o primeiro homenageado, em reconhecimento pelo seu contributo no teatro e cinema, bem como pelo apoio a novos realizadores.

Júri e Data da Cerimónia 📅🏛️

O júri desta edição é composto por Frederico Corado, Marina Leonardo, Hugo Gomes, Inês Moreira Santos, Rafael Félix, Carolina Serranito, Francisco Rocha, Jasmim Bettencourt, Filipa Amaro, André Pereira, Bernardo Freire e Bruno Gascon.

A cerimónia de entrega dos prémios está marcada para 5 de abril no Fórum Lisboa.

Mostra de Cinema iNTERVALOS Promove Diálogo Entre Filmes, Realizadores e Público nas Caldas da Rainha

O primeiro Encontro e Mostra de Cinema – iNTERVALOS vai realizar-se no Centro Cultural e de Congressos (CCC) das Caldas da Rainha, entre os dias 10 e 12 de abril, reunindo mais de uma dezena de cineastas convidados.

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Um Retiro Cinéfilo Intensivo 🎬

A iniciativa pretende reunir pessoas de diferentes latitudes num retiro cinéfilo intensivo, promovendo um espaço de partilha e discussão sobre o cinema português contemporâneo. Os cineastas convidados exibirão os seus filmes e, através de uma carta branca, poderão propor outras obras que estabeleçam diálogos com as suas criações.

Programação: Filmes em Diálogo 🎞️

📅 10 de abril

  • Rhoma Acans (Leonor Teles, 2013) & Cama de Gato (Filipa Reis e João Miller Guerra, 2012) – Seguido de conversa com os realizadores.

📅 11 de abril

  • Maria Sem Pecado (Mário Macedo, 2016) & A Nossa Terra, o Nosso Altar (André Guiomar, 2020).
  • Água Mole (Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, 2017) & Para Além das Montanhas (Aya Koretzky, 2011).

📅 12 de abril

  • Razão Entre Dois Volumes (Catarina Sobral, 2008) & Voa Voa num Prédio de Lisboa (Joana Toste, 2009) & Mesa (João Fazenda, 2010).

Homenagem a Manuel Mozos 🎥

A mostra irá focar-se, anualmente, na obra de um realizador de relevância no cinema português. Na sua primeira edição, o destaque será Manuel Mozos, com a exibição do filme Xavier (1991-2002), seguido de uma conversa com o cineasta.

Outras Atividades 📚

Além das sessões de cinema, o evento inclui:

  • Lançamento do livro Um Território Comum. Residências de Investigação Artística do Mestrado em Artes do Som e da Imagem, da ESAD.CR.
  • Mostra de trabalhos das Residências de Investigação Artística do Mestrado em Artes do Som e da Imagem.
  • Apresentação da publicação Glória de Fazer Cinema em Portugal, pela Associação Portuguesa de Realizadores.
  • Visitas guiadas ao espólio cinematográfico de Mário Lino no Museu do Ciclismo.

Uma Iniciativa de Relevância Cultural 🎭

Organizado pelo CCC em parceria com a Escola Superior de Arte e Design (ESAD.CR), a Associação Cultural OSSO e o Cine Clube das Caldas da Rainha, o evento conta com o apoio do Município das Caldas da Rainha e do Instituto de Cinema e do Audiovisual (ICA).

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O iNTERVALOS pretende afirmar-se como um espaço de experimentação e reflexão sobre o cinema português, promovendo novas formas de olhar para a sétima arte.

TVCine Edition Apresenta “Dupla Música em Português” com Dois Filmes Imperdíveis 🎶🎬

Na sexta-feira, 7 de fevereiro, o TVCine Edition convida os espectadores para uma noite especial dedicada à música no cinema português. Com a estreia de Barranco do Inferno e O Teu Rosto Será O Último, a programação destaca histórias em que a melodia e a narrativa se entrelaçam de forma única. Se és fã de cinema nacional e adoras um bom filme com uma banda sonora marcante, então esta é uma sessão obrigatória! 🎸🎹

🎸 “Barranco do Inferno” – O Glam Rock Nunca Morre (Ou Será Que Sim?)

📅 Estreia: 7 de fevereiro, sexta-feira, às 20h40

📺 Onde ver: TVCine Edition e TVCine+

Comédia, tragédia e muito Rock N’ Roll! Barranco do Inferno, realizado por Fábio Duque Francisco, acompanha uma banda portuguesa de Glam Rock que está… bem, condenada ao fracasso. Mas isso não os impede de embarcar numa aventura inesquecível! Entre concertos inesperados, um vocalista à beira do colapso e uma manager com segundas intenções, esta viagem ao deserto espanhol tem todos os ingredientes para correr mal… e para garantir uma grande história!

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Sinopse:

Francis, o vocalista da banda, desmaia ao chegar ao deserto, deixando todos à deriva. A sua manager, Valentina, vê-se dividida entre as suas verdadeiras intenções e a sobrevivência do grupo. Mas será que o Rock N’ Roll é eterno ou está prestes a encontrar o seu derradeiro fim? 🤘🔥

🔹 Elenco: Carolina Torres, Pedro Ferreira, Guilherme Galhardo e Miguel Lambertini.

🔹 Realização: Fábio Duque Francisco (sim, o vocalista da banda Tones of Rock! 🤯).

Se és daqueles que acredita que “o rock não está morto”, esta comédia dramática vai desafiar a tua crença!

🎹 “O Teu Rosto Será O Último” – O Destino nas Pontas dos Dedos

📅 Estreia: 7 de fevereiro, sexta-feira, às 22h00

📺 Onde ver: TVCine Edition e TVCine+

Agora, uma mudança de tom. Depois do estrondoso Barranco do Inferno, a programação apresenta um filme bem diferente, mas igualmente marcante. O Teu Rosto Será O Último é a nova obra de Luís Filipe Rocha, inspirado no romance homónimo de João Ricardo Pedro, vencedor do Prémio Leya em 2011.

Sinopse:

A narrativa atravessa a História recente de Portugal, acompanhando a jornada de um jovem pianista que descobre um dom excecional. Numa viagem emocional e repleta de personagens fascinantes, o filme mergulha no legado familiar, nas relações humanas e nos desafios que moldam o nosso dever coletivo ao longo do século XX.

🔹 Elenco: Afonso Pimentel, Madalena Aragão, Rita Durão, Nuno Nunes, Adriano Luz, Vicente Wallenstein e Teresa Madruga.

🔹 Realização: Luís Filipe Rocha (Cerromaior, Sinais de Fogo, Rosas de Ermera, Cinzento e Negro).

Com um olhar sensível e profundo, O Teu Rosto Será O Último promete emocionar o público e lembrar-nos do poder transformador da música. 🎼💙

🎬 Uma Noite Para Celebrar a Música no Cinema Português

Se há algo que o cinema português tem provado nos últimos anos é que sabe contar histórias como ninguém. E quando essas histórias vêm acompanhadas de uma boa banda sonora, melhor ainda!

Na sexta-feira, 7 de fevereiro, o TVCine Edition dá-nos um bilhete de primeira fila para duas abordagens completamente diferentes ao papel da música no cinema: do caos e rebeldia do Glam Rock à introspeção e beleza do piano. Seja qual for a tua vibe, uma coisa é certa: é uma noite imperdível para os amantes da sétima arte! 🍿🎶

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“Hanami”, de Denise Fernandes, vence prémio no Festival de Gotemburgo 🎬🏆

O cinema português continua a brilhar além-fronteiras! “Hanami”, a primeira longa-metragem da realizadora portuguesa Denise Fernandes, conquistou o prémio Ingmar Bergman no prestigiado Festival de Cinema de Gotemburgo, na Suécia. O galardão, destinado a destacar primeiras obras cinematográficas, reconhece o talento emergente e a inovação narrativa no cinema mundial.

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Uma vitória especial para “Hanami”

prémio Ingmar Bergman, atribuído na 48ª edição do festival sueco, representa um enorme reconhecimento para um filme que já vinha acumulando distinções. A competição era forte, com oito candidatos em disputa, incluindo On Falling, da realizadora Laura Carreira. No entanto, a história sensível e profundamente humana de “Hanami” conseguiu destacar-se.

Produzido pela portuguesa O Som e a Fúria, o filme foi rodado na ilha do Fogo, em Cabo Verde, com um elenco maioritariamente composto por não-atores, tornando a obra ainda mais autêntica e visceral.

De Lisboa a Cabo Verde – A jornada de Denise Fernandes

Nascida em Lisboa, filha de pais cabo-verdianos e criada na Suíça, Denise Fernandes tem explorado, ao longo da sua filmografia, temas de identidade, pertencimento e crescimento“Hanami” não é exceção.

A realizadora explicou que a inspiração para o filme surgiu da sua própria experiência de crescimento entre culturas:

“Quando eu era criança, reparei que Cabo Verde, por ser muito pequeno, era muitas vezes omitido dos mapas e dos globos. Crescendo na Europa, tinha a sensação de vir de um país que não existia fora das paredes da minha casa. Para o tornar visível, fiz de Cabo Verde e dos seus habitantes o tema central da minha primeira longa-metragem.”

O filme acompanha as etapas e dores do crescimento de uma menina, desde o momento em que está na barriga da mãe até à adolescência. A narrativa sensível e poética tem conquistado prémios e aclamação crítica por onde passa.

“Hanami”: um percurso de sucesso nos festivais

Desde a sua estreia, “Hanami” tem sido um dos filmes portugueses mais premiados dos últimos tempos. Em 2024, conquistou o Prémio Revelação no Festival de Locarno, na Suíça, e desde então tem arrecadado distinções em Chicago, São Paulo e agora Gotemburgo.

O elenco inclui nomes como Sanaya Andrade, Daílma Mendes, Alice da Luz, Nha Nha Rodrigues, João Mendes e Yuta Nakano, todos trazendo uma energia autêntica e emocionante ao grande ecrã.

Quando estreia “Hanami” nos cinemas? 🎥

Depois do sucesso nos festivais, o público finalmente terá a oportunidade de assistir a “Hanami” nos cinemas!

📅 Estreia na Suíça: 19 de março

📅 Estreia em Portugal: 15 de maio

Com esta nova conquista no Festival de Gotemburgo, Denise Fernandes solidifica o seu lugar como uma das vozes mais promissoras do cinema lusófono. Aguardamos com grande expectativa a estreia nacional deste filme intimista e visualmente deslumbrante.

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“Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”: A Ficção Cinematográfica Sobre o Último Respiro do Estado Novo

José Filipe Costa estreia filme sobre os últimos dias de Salazar no Festival de Roterdão

O realizador José Filipe Costa estreia hoje Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar no prestigiado Festival Internacional de Cinema de Roterdão, levando ao grande ecrã uma narrativa ficcional que revisita um dos períodos mais enigmáticos da História recente de Portugal.

Este novo filme, protagonizado por Jorge MotaCatarina Avelar e Guilherme Filipe, mergulha nas últimas semanas de vida de António de Oliveira Salazar, que, após sofrer uma hemorragia cerebral em 1968, continuou a viver convencido de que ainda governava Portugal.

A longa-metragem parte de factos históricos documentados e de relatos do médico pessoal do ditador, construindo uma ficção que expõe os paradoxos do poder, a teatralização da autoridade e as sombras persistentes do regime fascistaque marcou o país até ao 25 de Abril de 1974.

Uma farsa política nos bastidores do poder

Em Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar, assistimos ao período final da vida do ditador, confinado ao Palácio de São Bento, onde a sua governanta Maria de Jesus (interpretada por Catarina Avelar) e o médico pessoal Eduardo Coelho(Guilherme Filipe) mantêm uma farsa monumental: fazem Salazar acreditar que continua no comando da nação, mesmo quando Marcelo Caetano já ocupava o cargo de Presidente do Conselho.

Esta manipulação, que pode parecer absurda à primeira vista, ilustra como o poder se sustenta através da ilusão e da obediência cega. Segundo o próprio realizador, esta história representa “uma bolha claustrofóbica”, onde personagens servem um líder já incapaz de governar, mas ainda visto como uma figura paternalista e inquestionável.

Costa destaca que a ficção se baseia em “muita imaginação”, mas parte de documentos históricos reais, nomeadamente as notas do médico pessoal de Salazar, que apenas vieram a público depois da queda do regime.

O fascismo das pequenas coisas: um retrato ainda atual?

Mais do que um retrato do passado, José Filipe Costa pretende refletir sobre as marcas que o autoritarismo deixou na sociedade portuguesa. O realizador alerta para a existência de um “fascismo das pequenas coisas”, que se mantém vivo em muitas instituições e no modo como os portugueses se relacionam entre si.

“Há um salazarismo que prevalece nas instituições, na academia, nas empresas, nas repartições públicas, no modo como nos relacionamos com os outros; é uma memória que ainda cá está”, refere Costa.

O filme não pretende apenas reconstituir um episódio histórico, mas explorar como certas dinâmicas de submissão, culto de personalidade e conservadorismo ainda ecoam nos dias de hoje.

Roterdão acolhe a estreia mundial

Festival Internacional de Cinema de Roterdão recebe Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar na sua secção competitiva, com sessões programadas para os dias 4, 6 e 8 de fevereiro.

A escolha de um palco internacional para a estreia reflete o crescente interesse do cinema português em abordar a sua história recente com uma abordagem artística ousada. Filmes como Prazer, Camaradas! (2019) ou Linha Vermelha(2011), ambos de Costa, já haviam explorado temas como a Revolução dos Cravos e o conservadorismo social, e esta nova obra surge como um complemento essencial a essa reflexão cinematográfica.

Uma história que devia ser contada nas escolas

José Filipe Costa acredita que os últimos dias de Salazar deveriam ser um tema obrigatório no ensino secundário, para que as novas gerações compreendam melhor o culto de personalidade que envolveu o ditador.

“Diz-se que o fascismo português foi mais leve do que o italiano ou o alemão. Mas houve este pequeno fascismo insidioso, que se infiltrou no quotidiano e nas mentalidades”, alerta o realizador.

Com Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar, o cinema português ganha mais um capítulo de revisitação crítica à História, mostrando que, mesmo após 50 anos do 25 de Abril, há questões que continuam a ser relevantes e urgentes.

O que esperar?

Se o filme seguir o padrão das obras anteriores de Costa, podemos esperar um drama psicológico denso, com uma abordagem cinematográfica que mistura realismo e simbolismo. A narrativa deve explorar os mecanismos de manipulação do poder, a decadência do autoritarismo e a inevitável erosão das figuras que parecem intocáveis.

Será um filme essencial para quem quer compreender não apenas o fim do Estado Novo, mas também as heranças invisíveis que persistem no presente.

E tu, vais querer ver este filme?

Deixa a tua opinião nas redes sociais do Clube de Cinema! 🎬✨