Al Pacino e Kiefer Sutherland Juntam-se em Father Joe: O Novo Thriller de Luc Besson Promete Sangue, Fé e Vingança

Nos anos 90 em Manhattan, um padre decide enfrentar o submundo do crime — e o resultado é explosivo.

Luc Besson está de volta aos filmes de acção com estilo, e desta vez traz dois pesos pesados do cinema: Al Pacino e Kiefer Sutherland. O novo projecto chama-se Father Joe e promete um duelo moral e físico entre um padre armado de fé (e armas de grosso calibre) e um impiedoso chefe da máfia nova-iorquina.

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Segundo o VarietySutherland interpreta o protagonista — um homem de fé que decide declarar guerra ao crime organizado na Nova Iorque dos anos 90. Pacino, por sua vez, será o poderoso mafioso cujo império entra em rota de colisão com a cruzada do padre. A jovem actriz Ever Anderson (a Natasha Romanoff em criança em Black Widow) junta-se ao elenco como uma mulher dividida entre a redenção e o perigo, sob a tutela de Father Joe.

A realização estará a cargo de Barthélémy Grossmann, conhecido por Arthur: Malediction, enquanto o argumento e a produção são assinados pelo próprio Luc Besson. As filmagens começam já em meados de Outubro.

Num comunicado, Sutherland confessou o entusiasmo:

“Sou fã de Luc Besson desde Subway. Como realizador e argumentista, tem uma capacidade única de entrelaçar drama e acção sem sacrificar nenhum dos dois. Estou entusiasmado por trabalhar com ele neste projecto.”

O regresso de Besson à velha forma?

Depois de altos e baixos — recorde-se Valerian and the City of a Thousand Planets, que dividiu fãs e críticos — Luc Besson parece regressar ao território que domina: acção estilizada, dilemas morais e personagens intensas.

O cineasta francês ainda colhe elogios pelo seu mais recente filme, Dracula: A Love Tale, protagonizado por Caleb Landry Jones, uma versão gótica e romântica do vampiro de Bram Stoker que estreou este verão em França com críticas positivas. O filme chega à América do Norte em Fevereiro de 2026, distribuído pela Vertical.

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“É uma história de amor acima de tudo — um Drácula visto sob uma nova luz, como um homem que procura a mulher perdida há quatrocentos anos”, explicou Besson, emocionado com a recepção do público.

Com Father Joe, o realizador parece pronto para trocar a capa do conde pela batina de um guerreiro urbano — e se o elenco cumprir o que promete, esta poderá ser a redenção cinematográfica que os fãs de O Quinto Elemento esperavam há anos.

Clássicos: Luis Buñuel — O Mestre do Surrealismo Regressa ao TVCine Edition 🎥✨

De A Bela de Dia a Este Obscuro Objeto do Desejo, quatro sábados dedicados ao génio provocador que desafiou o cinema e a moral

O mês de outubro no TVCine Edition é dedicado a um dos nomes mais audaciosos e revolucionários da história do cinema: Luis Buñuel. De 11 de outubro a 1 de novembro, todos os sábados às 22h00, o canal exibe o especial “Clássicos: Luis Buñuel”, com quatro obras essenciais do realizador espanhol que transformou o surrealismo numa arma contra a hipocrisia da sociedade burguesa.

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🎬 As últimas obras de um subversivo

Buñuel sempre foi o cineasta que ousou apontar o absurdo escondido sob a rotina. Entre o sonho e a moral, o sagrado e o profano, os seus filmes questionam a fé, o desejo e a razão — com ironia, irreverência e um olhar profundamente humano. O especial do TVCine Edition percorre o período final da sua carreira, marcado por sátiras mordazes e visões poéticas que continuam a desafiar espectadores e cineastas meio século depois.

🌹 A Bela de Dia (1967)

📅 11 de outubro, às 22h00

Catherine Deneuve é Séverine, uma mulher que, sufocada pela monotonia da vida conjugal, procura libertação num bordel luxuoso. Buñuel transforma a história de desejo e repressão num retrato elegante e perverso sobre o conflito entre o corpo e a moral. Um dos seus filmes mais celebrados — e também um dos mais provocadores.

🍽️ O Charme Discreto da Burguesia (1972)

📅 18 de outubro, às 22h00

Um grupo de amigos da alta sociedade tenta jantar em conjunto — mas algo (ou tudo) corre sempre mal. O filme, vencedor do Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, é uma deliciosa comédia sobre a hipocrisia da classe burguesa e a absurda tentativa de manter as aparências num mundo em colapso.

🕊️ O Fantasma da Liberdade (1974)

📅 25 de outubro, às 22h00

Uma sucessão de episódios surreais desafia a lógica narrativa e o próprio conceito de liberdade. De Napoleão a Toledo, de estátuas que ganham vida a médicos insones, Buñuel compõe uma fábula anárquica sobre a desordem do mundo moderno. É o seu filme mais livre — e talvez o mais Buñuel de todos.

🔥 Este Obscuro Objeto do Desejo (1977)

📅 1 de novembro, às 22h00

O derradeiro filme de Buñuel é uma meditação irónica sobre o desejo masculino. Fernando Rey interpreta um homem obcecado por uma mulher que é interpretada por duas atrizes diferentesCarole Bouquet e Ángela Molina —, num jogo de duplicidade e frustração. Uma despedida magistral de um artista que transformou a provocação em arte.

🧠 O legado de Buñuel

Colaborador de Salvador Dalí, Buñuel quebrou convenções narrativas e visuais desde os tempos de Um Cão Andaluz e A Idade do Ouro. Ao longo de décadas, construiu uma obra transnacional — entre Espanha, México e França — que combina a crítica social, o humor negro e o inconsciente freudiano.

O especial “Clássicos: Luis Buñuel” é, assim, uma oportunidade rara para revisitar a mente de um cineasta que fez do escândalo uma forma de pensar e da imaginação uma forma de resistência.

📺 Clássicos: Luis Buñuel

🗓️ De 11 de outubro a 1 de novembro, todos os sábados às 22h00

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O Fabuloso Destino de Amélie Regressa em 4K à 26.ª Festa do Cinema Francês: Um Antídoto Contra o “Scroll” Infinito

Amélie volta a Montmartre

Vinte e quatro anos depois da estreia, O Fabuloso Destino de Amélie regressa às salas portuguesas no dia 2 de outubro, em cópia restaurada 4K, como parte da programação da 26.ª Festa do Cinema Francês. A obra-prima de Jean-Pierre Jeunet, protagonizada por Audrey Tautou, ganha assim nova vida e novas cores, devolvendo ao grande ecrã o bairro de Montmartre como memória poética e crítica social.

O restauro que nos ensina a olhar

Não se trata apenas de afinar pixels: o 4K devolve intensidade às cores e à textura do mundo de Amélie. O vermelho das framboesas, o verde dos candeeiros e o amarelo nostálgico das paredes parecem agora mais vivos, quase como se saíssem do interior de uma lembrança. Mas a verdadeira diferença sente-se numa sala cheia: o riso cúmplice, o suspiro sincronizado ou o silêncio antes do quebrar do caramelo no crème brûlée.

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Amélie no tempo das redes

O regresso de Amélie ganha ainda mais força em 2025, quando a ingenuidade doce da personagem parece incompatível com a lógica frenética das redes sociais. A sua missão mínima — melhorar discretamente a vida dos outros — hoje seria facilmente confundida com “marketing de influência” ou ironizada num feed. Mas é precisamente essa ingenuidade que funciona como antídoto num mundo saturado de métricas, curtidas e notificações.

Uma obra maior do cinema francês

Jean-Pierre Jeunet assinou aqui a sua obra definitiva, Audrey Tautou não interpreta: habita. E Yann Tiersen não apenas compôs uma banda sonora: respirou com o filme. O resultado é um hino às pequenas coisas, à cortesia e à resistência contra a pressa.

Um convite à partilha

Rever O Fabuloso Destino de Amélie é, hoje, um ato de higiene sensorial. Não é nostalgia, mas um lembrete de que a felicidade pode estar no detalhe — no gesto simples que muda um dia ou numa ternura sem ironia.

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O conselho é simples: levem quem nunca viu Amélie em sala de cinema. Levem quem pensa que já chega o streaming. Levem quem precisa de reaprender a ver com calma. Depois, sim, brindem ao filme — não porque agora é mais nítido, mas porque nos devolve algo raro: a capacidade de olhar com atenção e sentir com o espírito.

Umas Férias à Força: A Comédia Francesa Que Conquistou Milhões e Chega Agora a Portugal

A comédia francesa Umas Férias à Força estreia nos cinemas portugueses a 11 de setembro, depois de se ter tornado um fenómeno em França, onde foi visto por mais de 11 milhões de espetadores — o maior sucesso do cinema francês desde 2010.

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Uma fuga transformada em experiência de vida

O filme acompanha um pai e um filho que, em plena fuga da polícia, acabam por se esconder numa colónia de férias destinada a jovens adultos com deficiência. Para não levantarem suspeitas, assumem os papéis de educador e utente, dando início a uma série de sarilhos que rapidamente se transforma numa experiência profundamente humana.

Aquilo que começou como um plano improvisado evolui para uma jornada marcada pela empatia, pela amizade e pelo poder transformador da convivência.

Elenco e sensibilidade sem clichés

Com interpretações de Artus, Clovis Cornillac, Alice Belaïdi e Marc RisoUmas Férias à Força mistura humor inteligente com emoção genuína, recusando moralismos ou estereótipos. O resultado é uma comédia com leveza, mas que não abdica da sua mensagem sobre inclusão e solidariedade.

O fenómeno francês

Em França, o filme não foi apenas um sucesso de bilheteira — foi um verdadeiro acontecimento cultural, provando que as comédias ainda conseguem reunir milhões de pessoas em torno da experiência coletiva do cinema. Agora, chega às salas portuguesas com a promessa de repetir a fórmula: rir, emocionar e, acima de tudo, tocar o público.

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Estreia em setembro

Distribuído pela NOS AudiovisuaisUmas Férias à Força estreia a 11 de setembro em todo o país, prometendo ser uma das comédias mais refrescantes da rentrée.

Catherine Breillat em Destaque: TVCine Edition Exibe Especial Dedicado à Realizadora Francesa

De Romance a No Verão Passado, uma retrospetiva ousada e provocadora todas as sextas e sábados de agosto, à meia-noite

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Agosto promete noites intensas no TVCine Edition. O canal vai dedicar todas as sextas e sábados do mês, à meia-noite, ao cinema provocador e visceral de Catherine Breillat, com uma seleção de filmes que exploram o erotismo, o desejo, a sexualidade feminina e o poder nas relações humanas com a frontalidade característica da realizadora francesa.

De obras clássicas como Romance e Para a Minha Irmã até ao recente No Verão Passado, a retrospetiva convida os espectadores a mergulhar no chamado “cinema do corpo”, género onde Breillat é figura central — sempre disposta a desafiar convenções e a pôr o dedo nas feridas da moralidade social.

Uma realizadora que provoca e transforma

Catherine Breillat é cineasta, argumentista e romancista. Ao longo da sua carreira, foi premiada em festivais como Cannes, Berlim e Veneza, sendo frequentemente elogiada pela ousadia com que aborda temas como sexualidade, abuso, desigualdade e relações de poder — e também criticada pela crueza visual das suas imagens.

A retrospetiva inclui nove dos seus filmes mais marcantes, entre histórias contemporâneas e reinterpretações feministas de contos clássicos, como A Bela Adormecida e Barba Azul.

Destaques da programação

🟣 1 de agosto – Romance

Uma professora procura satisfação sexual fora da relação com o namorado, mergulhando em práticas BDSM. Com Caroline Ducey e Rocco Siffredi.

🟣 2 de agosto – Para a Minha Irmã

Duas irmãs confrontam-se com a descoberta da sexualidade durante as férias. Prémio Manfred Salzgeber em Berlim.

🟣 8 de agosto – Sex Is Comedy

Uma sátira aos bastidores da rodagem de uma cena de sexo, inspirada nas experiências da própria realizadora.

🟣 9 de agosto – Anatomia do Inferno

Uma mulher paga a um homem gay para a observar nua durante quatro noites, numa reflexão profunda sobre o corpo feminino.

🟣 15 de agosto – A Última Amante

Drama histórico sobre um triângulo amoroso parisiense do século XIX. Com Asia Argento.

🟣 16 de agosto – Barba Azul

Reinterpretação do conto clássico com um subtexto feminista e psicológico.

🟣 22 de agosto – A Bela Adormecida

Uma versão onírica e subversiva do conto de fadas, com uma heroína à procura de identidade.

🟣 23 de agosto – Uma Relação Abusiva

Inspirado na experiência real de Breillat após sofrer um AVC. Com Isabelle Huppert.

🟣 29 de agosto – No Verão Passado

O mais recente filme da cineasta, sobre uma advogada que se envolve com o enteado adolescente. Uma obra polémica e intensa.

A não perder

O especial O Cinema de Catherine Breillat será exibido de 1 a 29 de agostosempre à meia-noite às sextas e sábados, em exclusivo no TVCine Edition e no serviço de streaming TVCine+.

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Para quem nunca viu um filme de Breillat, esta é a oportunidade ideal para descobrir uma voz única e corajosa no cinema contemporâneo. Para os fãs, é o regresso a um universo que continua, décadas depois, a provocar, a questionar — e a deixar marca.

Dracula: A Love Tale — Luc Besson Morde Bram Stoker com Estilo…

O novo filme do realizador de O Quinto Elemento aposta na estética gótica e no erotismo, mas perde-se numa história de amor tão superficial quanto estereotipada

Luc Besson está de volta ao cinema fantástico com Dracula: A Love Tale, uma ambiciosa adaptação (romântica, segundo o próprio) do clássico de Bram Stoker. Estreia a 30 de Julho em Portugal e promete mergulhar o espectador num ambiente gótico, sensual e visualmente exuberante — tudo ao estilo característico do realizador francês.

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Mas se a promessa era reinventar a lenda do mais célebre dos vampiros, o resultado é mais uma incursão nos terrenos batidos do cliché, com muito fogo-de-artifício visual e pouca substância emocional.

Um amor que atravessa os séculos… mas sem grande alma

A narrativa segue os passos do príncipe Vladimir e da princesa Elisabeta, cuja paixão trágica no coração da Transilvânia medieval acaba em maldição. O príncipe, desesperado pela morte da sua amada, blasfema contra Deus e é condenado à vida eterna como o temível Conde Drácula. Séculos depois, em plena Paris de 1889 (com a recém-erigida Torre Eiffel como pano de fundo), encontra uma jovem que acredita ser a reencarnação de Elisabeta: Mina.

Se esta premissa soa familiar, é porque o filme pisa exactamente os mesmos terrenos de Bram Stoker’s Dracula de Coppola, mas com menos profundidade e mais efeitos visuais.

Visualmente exuberante, narrativamente frouxo

Com um orçamento de 45 milhões de euros, Besson não poupou na produção: figurinos detalhados, cenários sumptuosos, planos rápidos como videoclipes e uma banda sonora arrebatadora de Danny Elfman, o compositor habitual de Tim Burton.

O elenco é igualmente ecléctico: Caleb Landry Jones (num Drácula perturbador e magnético), Zoë Bleu (filha de Rosanna Arquette, aqui numa prestação surpreendente e intensa como Elisabeta/Mina), Christoph Waltz como um enigmático padre e Guillaume de Tonquédec como médico. A diversidade do elenco é louvável, mas nem sempre serve a coerência do enredo.

E é justamente no coração emocional do filme — a tal “história de amor” — que tudo vacila.

Uma paixão de plástico

Besson explora abertamente o erotismo da lenda de Drácula, mas fá-lo de forma superficial e quase adolescente. O filme começa com uma cena sexual marcada por uma representação algo inquietante de dominação, e avança com uma sucessão de momentos que parecem saídos de um catálogo de paixões teen mal escritas. A ausência de diálogo real entre os protagonistas impede qualquer desenvolvimento emocional significativo.

Pior: a personagem feminina é reduzida a um espelho do desejo masculino. Elisabeta/Mina, apesar do talento de Zoë Bleu, vive eternamente sob o olhar e o capricho de Drácula, nunca sendo verdadeiramente agente da sua própria história. É uma musa sacrificada, passiva, silenciada — e esse é talvez o verdadeiro horror do filme.

Um regresso às origens… ou um passo atrás?

Besson volta a mergulhar no fantástico como fez em O Quinto Elemento, mas desta vez sem a ousadia que o caracterizou. Em vez de reinventar ou desafiar o texto original de Stoker, opta por uma leitura convencional e datada, onde a estética prevalece sobre a emoção, e o romantismo sobrevive à custa de lugares-comuns.

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Sim, há momentos visuais deslumbrantes. Sim, Caleb Landry Jones tem uma presença hipnótica. E sim, Zoë Bleu dá humanidade a uma personagem mal escrita. Mas Dracula: A Love Tale não consegue justificar a sua existência num panorama cinematográfico onde tantos outros já beberam (e melhor) do mesmo sangue literário.

“A Vida Entre Nós”: Stéphane Brizé regressa com um retrato terno e melancólico do amor que persiste no tempo

No dia 18 de julho, os Canais TVCine estreiam em exclusivo “A Vida Entre Nós”, o mais recente filme do consagrado realizador francês Stéphane Brizé. A exibição está marcada para as 22h no TVCine Edition e no TVCine+, assinalando o regresso de Brizé ao grande ecrã com uma obra intimista, melancólica e profundamente humana. Estreado mundialmente na 80.ª edição do Festival de Veneza e vencedor do Prémio do Público na última Festa do Cinema Francês, este filme é um convite à contemplação do tempo, da memória e da persistência dos afectos.

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Mathieu e Alice reencontram-se por acaso num spa termal, 15 anos depois do fim do seu romance. Ele é um ator conhecido que vive em Paris; ela, uma professora de piano que vive numa pacata cidade costeira no oeste de França. A separação foi há muito tempo, e cada um seguiu a sua vida, curando feridas e moldando-se às suas rotinas. Mas esse reencontro inesperado, enquanto ambos tentam diluir as suas próprias melancolias nas águas termais, reabre uma porta há muito encerrada — ou assim pensavam. As emoções de outrora ressurgem, confundindo certezas e colocando o passado e o presente num inevitável confronto.

Com Guillaume Canet no papel de Mathieu e Alba Rohrwacher como Alice, “A Vida Entre Nós” é interpretado com uma sensibilidade rara. Ambos entregam performances contidas, silenciosas e maduras, que dão corpo à densidade emocional do argumento. O elenco conta ainda com Sharif Andoura, Marie Drucker e Emmy Boissard Paumelle, em papéis que complementam este retrato de vidas discretas, mas profundamente marcadas por aquilo que foi e por aquilo que, talvez, ainda possa ser.

Stéphane Brizé, conhecido por obras como A Lei do Mercado, Em Guerra e Um Outro Mundo, afasta-se aqui da crítica social mais contundente para regressar ao domínio da intimidade. Ainda assim, mantém a sua assinatura — a busca por um cinema humano, realista e essencial, onde os silêncios são tão eloquentes quanto os diálogos. A sua realização aposta na contenção, na subtileza dos gestos e na respiração dos espaços, como se a própria câmara hesitasse em invadir a vida das personagens.

O filme não propõe grandes reviravoltas nem catarses arrebatadoras. A sua força reside na atenção aos pequenos gestos, aos olhares prolongados, àquela hesitação que surge quando os sentimentos regressam, mas o tempo já passou. Brizé filma a maturidade afectiva com uma honestidade comovente, desprovida de cinismo ou idealizações.

“A Vida Entre Nós” é um filme sobre reencontros, mas também sobre aquilo que permanece quando tudo parece já ter terminado. Um olhar maduro sobre o amor — não o amor da paixão arrebatadora, mas o amor persistente, que se adapta às mudanças, que sobrevive à distância e que, por vezes, regressa quando menos se espera. É uma obra que encontra beleza na melancolia, e poesia nas cicatrizes da vida.

Para quem acompanha o cinema francófono e o trabalho de Stéphane Brizé, esta é uma oportunidade imperdível. Para os que ainda não descobriram a sensibilidade única do realizador, “A Vida Entre Nós” pode ser o melhor ponto de partida.

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A não perder, dia 18 de julho, às 22h, em estreia exclusiva no TVCine Edition e em TVCine+.

Fim de Uma Era no Cinema Francês: Marion Cotillard e Guillaume Canet Anunciam Separação

Após 18 anos juntos, o casal de ouro do cinema francês põe ponto final na relação — mas não nas memórias partilhadas no grande ecrã

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Quando um casal de estrelas brilha junto durante quase duas décadas, é natural que o público os veja como indissociáveis. Mas como no cinema — e na vida — os finais felizes nem sempre duram para sempre, Marion Cotillard e Guillaume Canet anunciaram oficialmente o fim da sua relação, após 18 anos de vida em comum.

O comunicado, enviado diretamente à agência France-Presse, tem uma missão clara: pôr termo a rumores, evitar especulações e proteger os seus dois filhos da voragem mediática. “Esta decisão foi tomada por mútuo acordo”, lê-se na nota. Discrição, respeito e dignidade — como seria de esperar de duas das figuras mais queridas (e mais reservadas) do cinema francês.

Amor ou Consequência?

Foi em 2003 que o mundo os viu juntos pela primeira vez em Amor ou Consequência, um jogo perigoso de sedução onde interpretavam amigos que testavam os limites do amor. A cumplicidade no ecrã saltou rapidamente para a vida real, com o casal a oficializar o relacionamento em 2007.

Coincidência ou não, foi precisamente nesse momento que as suas carreiras dispararam a uma velocidade estonteante. Marion Cotillard acabara de filmar La Vie en Rose, um papel que lhe valeria um Óscar da Academia e a transformaria numa embaixadora internacional do cinema francês. Guillaume Canet, por sua vez, conquistava o César de Melhor Realização com Não Contes a Ninguém, baseado num romance de Harlan Coben.

Casal, cúmplices e colegas de trabalho

Juntos, fizeram muito mais do que partilhar a vida: partilharam o ecrã, a câmara e as ideias. Guillaume Canet dirigiu Marion Cotillard em vários filmes de sucesso, incluindo Pequenas Mentiras entre Amigos (2010) e a sua sequela de 2019, Rock’n Roll (2018), Laços de Sangue (2013) e, mais recentemente, Astérix & Obélix: O Império do Meio (2023), onde Cotillard encarnou uma Cleópatra inesperada e exuberante.

Como atores, também contracenaram em O Último Voo (2009) e têm ainda um novo projeto a caminho: Karma, um thriller que Guillaume Canet acaba de terminar.

Mais do que casal, formavam um verdadeiro núcleo criativo — algo raro no meio artístico — que permitiu aos dois explorar diferentes facetas da arte cinematográfica. Ela, musa de realizadores como James Gray e Christopher Nolan. Ele, realizador influente e atento aos temas sociais do seu tempo.

Discretos, mas atentos ao mundo

Apesar da fama, Cotillard e Canet sempre mantiveram uma vida discreta fora dos holofotes. Ainda assim, nunca se alhearam dos temas que os movem: Marion é uma voz ativa nas questões climáticas e ecológicas, enquanto Canet se tornou defensor da agricultura sustentável depois do filme Au nom de la terre (2019).

Com mais de um milhão de seguidores no Instagram cada um, continuam a ser figuras queridas do público — juntos ou separados.

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A separação pode marcar o fim de uma era, mas o legado de Cotillard e Canet no cinema francês e internacional está longe de terminar. E quem sabe? Como bons atores e realizadores que são… talvez este não seja mesmo o fim da história.

Richard Linklater homenageia Godard em “Nouvelle Vague” — e Netflix paga um recorde por isso


🎬 Uma carta de amor ao cinema… agora nas mãos da Netflix

Richard Linklater, o realizador norte-americano por trás de obras como Boyhood e Before Sunrise, apresentou no Festival de Cannes 2025 o seu mais recente projeto: Nouvelle Vague. Este filme é uma homenagem ao clássico À Bout de Souffle(1960) de Jean-Luc Godard e à revolução cinematográfica da Nouvelle Vague francesa. Após uma estreia calorosamente recebida, com uma ovação de 11 minutos, a Netflix adquiriu os direitos de distribuição nos EUA por 4 milhões de dólares — um recorde para um filme em língua francesa no mercado norte-americano, ficando apenas atrás de Emilia Pérez no ano anterior . 

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🎥 O filme: recriar a lenda em preto e branco

Filmado em preto e branco e no formato 4:3, Nouvelle Vague mergulha no processo criativo de Godard durante a realização de À Bout de Souffle. Guillaume Marbeck interpreta Jean-Luc Godard, Zoey Deutch dá vida a Jean Seberg e Aubry Dullin assume o papel de Jean-Paul Belmondo. O elenco inclui ainda representações de figuras icónicas como François Truffaut, Claude Chabrol, Agnès Varda e Éric Rohmer . 

Linklater descreveu o filme como “uma carta de amor ao cinema”, capturando o espírito rebelde e inovador da Nouvelle Vague, mas com o seu toque pessoal. A produção recria a Paris dos anos 50 com autenticidade, desde os figurinos até à banda sonora jazzística . 

🏆 Cannes aplaude, Netflix aposta

Apesar de não ter conquistado prémios em Cannes, Nouvelle Vague foi amplamente elogiado pela crítica. A Netflix, que já havia adquirido Hit Man de Linklater em 2023, continua a investir em obras de prestígio, mesmo que estas tenham lançamentos limitados em salas de cinema. Espera-se que o filme tenha uma exibição curta nos cinemas para qualificação a prémios antes de chegar à plataforma . 

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🎞️ Uma reflexão sobre o passado e o presente do cinema

Nouvelle Vague não é apenas uma recriação histórica; é uma meditação sobre a arte de fazer cinema, a paixão dos cineastas e a eterna luta entre inovação e tradição. Linklater convida-nos a revisitar um momento crucial da história cinematográfica, lembrando-nos do poder transformador da sétima arte.

🎬 Jodie Foster Brilha em Cannes com Vie Privée: Um Thriller Francês que Encanta o Público

A atriz norte-americana regressa ao cinema francês com uma performance aclamada no Festival de Cannes 2025

Jodie Foster regressa ao cinema francês com Vie Privée, um thriller psicológico realizado por Rebecca Zlotowski, que estreou fora de competição no Festival de Cannes 2025. A atuação de Foster como Lilian Steiner, uma terapeuta americana em Paris que investiga a morte suspeita de uma paciente, foi recebida com entusiasmo, culminando numa ovação de pé de oito minutos.  

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🎭 Um Elenco de Peso e uma Narrativa Intrigante

Além de Foster, o filme conta com Daniel Auteuil, Virginie Efira, Mathieu Amalric, Vincent Lacoste e Luàna Bajrami. A trama explora temas de identidade, privacidade e as complexidades da psique humana, elementos que Zlotowski aborda com maestria. 

🎥 Uma Produção Franco-Americana de Excelência

Vie Privée é uma coprodução entre Les Films Velvet e France 3 Cinéma, com distribuição internacional a cargo da Sony Pictures Classics. O filme foi rodado em Paris e na Normandia entre setembro e novembro de 2024.  

🌟 Um Regresso Triunfal ao Cinema Francês

Esta é a primeira vez em mais de duas décadas que Foster protagoniza um filme em francês, língua que domina fluentemente. A atriz expressou sentir-se “mais livre” ao atuar em francês, destacando a profundidade emocional que a língua lhe permite alcançar.  

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Gérard Depardieu Condenado por Agressão Sexual: Um Ícone do Cinema Francês em Queda Livre

O ator foi considerado culpado de agredir duas mulheres durante as filmagens de Les Volets Verts em 2021

Gérard Depardieu, um dos nomes mais emblemáticos do cinema francês, foi condenado por um tribunal de Paris a 18 meses de prisão com pena suspensa por agressão sexual contra duas mulheres durante as filmagens do filme Les Volets Verts em 2021.  

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Detalhes do caso

As vítimas, uma decoradora de 54 anos e uma assistente de realização de 34 anos, acusaram Depardieu de toques inapropriados e comentários obscenos no set de filmagens. O ator, de 76 anos, negou as acusações, embora tenha admitido comportamentos grosseiros. Durante o julgamento, Depardieu não compareceu, alegando compromissos profissionais nas ilhas dos Açores.  

Repercussões na indústria cinematográfica

Esta condenação marca um momento significativo para o movimento #MeToo em França, que tem enfrentado desafios para ganhar tração no país. A decisão judicial surge num contexto de crescente escrutínio sobre a cultura de impunidade na indústria cinematográfica francesa, especialmente no que diz respeito a comportamentos abusivos por parte de figuras proeminentes.  

Reações públicas e futuras implicações

A condenação de Depardieu gerou uma onda de reações públicas, com algumas figuras do cinema francês a retirarem o seu apoio ao ator. O caso também levanta questões sobre a forma como a indústria lida com alegações de má conduta e a necessidade de mudanças estruturais para proteger os profissionais do setor.

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🎭 La Folie des grandeurs: O Segredo Escondido nas Orelhas de Louis de Funès

O clássico francês La Folie des grandeurs (1971), realizado por Gérard Oury e protagonizado por Louis de Funès e Yves Montand, continua a encantar gerações com o seu humor intemporal. Recentemente, o site AlloCiné revelou um detalhe curioso que passou despercebido a muitos espectadores durante décadas.

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🕵️‍♂️ O Detalhe Oculto aos 11 Minutos

Na icónica cena do banho, onde o criado Blaze (Yves Montand) limpa vigorosamente o seu mestre Don Salluste (Louis de Funès), há um momento específico que merece atenção. Aos 11 minutos de filme, se pausarmos a cena e observarmos de perto, notamos que Louis de Funès está a usar próteses de orelhas em plástico. Este artifício permitiu que o lenço passasse de um lado ao outro da cabeça do ator sem causar desconforto, mantendo a fluidez cómica da cena.


🎬 A Magia dos Bastidores

Este pequeno truque de bastidores exemplifica a criatividade e engenhosidade presentes nas produções cinematográficas da época. Mesmo com recursos limitados comparados aos padrões atuais, os cineastas encontravam soluções práticas para desafios técnicos, garantindo que o humor e a narrativa não fossem comprometidos.


📺 Uma Razão para Rever o Clássico

Este detalhe oferece uma nova camada de apreciação para La Folie des grandeurs. Ao rever o filme, os espectadores podem procurar este momento específico e admirar a atenção ao pormenor que contribui para a eficácia das cenas cómicas.

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Netflix vs França: A Nova Guerra do Streaming Travada a 24 Imagens por Segundo

🎬 

Há muito que o mundo do cinema deixou de ser apenas sobre realizadores, estrelas de Hollywood e prémios dourados. Hoje, a verdadeira batalha acontece nos bastidores — entre algoritmos de plataformas e decretos governamentais. E a mais recente frente de combate situa-se em solo francês, onde a Netflix decidiu bater o pé (ou melhor, bater à porta do Conselho de Estado) contra aquilo que considera ser uma cronologia “arcaica” digna de uma bobine de celulóide empoeirada.

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15 Meses de Espera… Sacrilégio ou Proteção Cultural?

O cerne da questão? Um decreto francês, datado de 13 de fevereiro de 2025, que obriga as plataformas de streaming a esperar 15 meses para poderem exibir um filme após a sua estreia nos cinemas franceses. Sim, 15 meses. Tempo suficiente para nascer um bebé, plantar um vinhedo ou ver cinco temporadas de Emily in Paris — mas demasiado, segundo a Netflix, para manter o público interessado.

A plataforma norte-americana, que investe cerca de 50 milhões de euros por ano no cinema francês (equivalente a 4% das suas receitas no país), quer ver esse prazo reduzido para 12 meses — mas sem mexer no cheque. Ou seja, quer mais liberdade, mas sem aumentar a mesada. Levaram o caso ao Conselho de Estado, alegando que estão a ser obrigados a cumprir um acordo que nunca assinaram. Curiosamente, o acordo foi subscrito por France Télévisions, Canal+, TF1 e Disney. E é aqui que a coisa aquece…

Canal+ e Disney: Os Alinhados com Benefícios

O sistema francês é, na sua essência, uma troca: quanto mais uma empresa investe no cinema nacional, mais cedo pode exibir os filmes. Canal+, por exemplo, é o maior investidor e pode transmitir obras cinematográficas apenas seis meses após a estreia nas salas. Um luxo conquistado com um investimento de pelo menos 480 milhões de euros até 2027.

A Disney, não querendo ficar atrás no desfile gaulês, também negociou com mestria: reduziu o seu prazo de espera de 17 para 9 meses. Em troca, aumentou a sua contribuição para a criação audiovisual francesa de 20% para 25% das suas receitas líquidas no país. Um belo acordo, mas que exige sacrifícios — principalmente para quem, como a Netflix, prefere o modelo norte-americano de “estreia simultânea e já agora aqui vai uma minissérie documental sobre o assunto”.

A Europa Ainda Resiste

Nos EUA, os filmes saltam para o streaming em 45 dias, quando não em simultâneo com os cinemas. Na Europa, e sobretudo em França, a lógica é diferente. Por muito que os tempos mudem, o país mantém o seu estatuto de bastião da proteção cultural. Antes de 2022, as plataformas tinham de esperar 36 meses (!) para transmitir um filme. Sim, três anos. Uma eternidade digital.

E não é só saudosismo. Trata-se de proteger o ecossistema cinematográfico: as salas, os festivais, os pequenos distribuidores. A França vê o cinema como património nacional — e não como mais um conteúdo na grelha entre Bridgerton e o novo reality show de cozinheiros e cães falantes.

Uma Luta Pela Janela… Mas Também Pelo Futuro

Chamam-lhe “a janela de exibição” — mas esta não tem cortinas leves, tem grades de ferro. E se a Netflix quer alargá-la (ou arrombá-la, dependendo da perspetiva), fá-lo com intenções claras: adaptar o mercado europeu ao seu modelo de negócio global.

O problema? Nem todos os países estão dispostos a transformar os seus cinemas em anexos de um catálogo digital. O que está em jogo aqui não é apenas um número de meses, mas sim a soberania cultural, o financiamento da produção local e a própria definição de “cinema” em tempos de binge-watching.

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🎬 Netflix vs França não é apenas um litígio técnico — é um novo episódio de uma série em andamento chamada “Quem Manda no Cinema?”. A resposta, para já, continua a ser… à la française.

Max Pécas: O Rei do Lixo Invade o TVCine com um Festival de Pérolas Trash à Francesa

🎬 Quando o realizador Tim Burton o comparou a Ed Wood, mas no campo da comédia, percebemos logo que Max Pécas não é para todos os gostos… mas definitivamente é para quem gosta! Em abril e maio, o TVCine Edition convida os cinéfilos mais ousados a mergulharem no universo delirante e inclassificável do mestre do cinema B francês, com o ciclo Especial Filmes de Culto: Max Pécas, King of Trash. Preparem-se para um desfile de erotismo ingénuo, enredos descabelados e diálogos que desafiam as leis do bom senso — sempre às sextas-feiras, pelas 23h, de 4 de abril a 9 de maio.

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Max Pécas (1925–2003) é um daqueles casos que escapa a qualquer análise tradicional. Com uma carreira prolífica, foi um dos pioneiros da sexploitation em França, tornando-se um nome de culto para quem valoriza o cinema mais kitsch, ousado e irreverente. A sua filmografia, recheada de títulos provocatórios e situações rocambolescas, ganha agora destaque com seis preciosidades que o canal vai exibir em exclusivo.

Um programa que começa com… a “Mão Negra”

O ciclo arranca a 4 de abril com A Mão Negra (1968), um improvável thriller onde um agente do FBI se infiltra numa rede terrorista europeia. James Bond versão budget e com sotaque francês? Estamos cá para isso.

Relações perigosas, amores lésbicos e… quedas com consequências bizarras

Segue-se Claude e Greta (1970), uma história de sedução feminina em Paris, com nuances ousadas para a época, e depois Loucura Sexual (1971), onde uma simples queda pelas escadas transforma uma jovem numa… ninfomaníaca. Sim, leste bem. E sim, também não fazemos ideia de como isso passou da fase de argumento.

No dia 25 de abril, em pleno feriado da liberdade, o canal exibe Sou Frígida… Porquê? (1972), onde Sandra Julien regressa para mais um drama existencial embalado em encontros íntimos e traumas familiares.

O lado mais libertino de Max Pécas

A 2 de maio, é a vez de Clube Privado (1974), onde um taxista se vê envolvido num clube secreto de prazeres proibidos (como é tradição nos anos 70), seguido de Sexualmente Vossa (1974), no dia 9 de maio, em que conhecemos Gerard Casanova, o homem ideal para suprir… as carências conjugais de mulheres abastadas.

Um ciclo para ver com mente aberta e coração trash

Estes filmes são o reflexo de uma época em que o cinema ousava desafiar convenções com baixo orçamento e muita criatividade. As obras de Max Pécas, cheias de erotismo softcore, humor involuntário e estéticas extravagantes, são hoje uma cápsula do tempo cinematográfica — deliciosamente camp, absolutamente desinibidas e, no fundo, genuinamente divertidas.

Portanto, se tens saudades de um cinema que não se leva a sério, que desafia os limites do bom gosto e que nos faz rir (nem que seja pelas razões erradas), não percas este especial. Como diz a sabedoria popular: o lixo de uns é o tesouro de outros. E neste caso, é ouro puro para os amantes do cinema de culto.

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📺 Especial Filmes de Culto: Max Pécas, King of Trash — de 4 de abril a 9 de maio, todas as sextas às 23h no TVCine Edition e no TVCine+.

Jacques Audiard Sobreviveu à “Guerra Aberta”: Realizador de “Emilia Pérez” Arrasa Corrida aos Óscares 🎬🏆

A temporada de prémios de 2025 ficará marcada para Jacques Audiard como uma verdadeira “guerra aberta”. O realizador francês, que liderava a corrida aos Óscares com Emilia Pérez e as suas impressionantes 13 nomeações, viu-se no centro de um turbilhão de polémicas e manobras de bastidores que, segundo ele, fazem os festivais europeus parecerem “brincadeiras de crianças”.

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A Ascensão e Queda de Emilia Pérez nos Óscares 🎥🥇

Apesar do favoritismo, Emilia Pérez saiu da noite dos Óscares apenas com duas estatuetas douradas: Melhor Atriz Secundária para Zoe Saldaña e Melhor Canção Original para El Mar, esta última garantindo um Óscar ao próprio Audiard. No entanto, o grande golpe foi a perda do prémio de Melhor Filme Internacional, que acabou por ir para o brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

A jornada até à cerimónia de 2 de março foi tudo menos tranquila para Audiard e a Netflix, que apostou forte na campanha do filme. A produção enfrentou críticas severas por ter sido rodada em Paris, com poucos mexicanos no elenco e na equipa técnica, apesar da sua narrativa estar profundamente enraizada no México e na sua cultura. A forma como abordou temas transgénero e a violência dos cartéis também gerou debates intensos, dividindo audiências e especialistas.

Adicionalmente, a protagonista Karla Sofia Gascón viu declarações antigas de cariz racista e xenófobo virem a público, ameaçando implodir a campanha do filme. Para Audiard, esta sucessão de controvérsias transformou a corrida numa verdadeira batalha de bastidores.

Audiard Contra a “Máquina de Hollywood” 🤯💰

Numa recente entrevista à rádio France Inter, Jacques Audiard não poupou críticas à forma como a indústria norte-americana conduz a temporada de prémios. O realizador, que já esteve na corrida aos Óscares em 2010 com Um Profeta, considerou que o nível de competição se tornou brutal e desvirtua o que realmente importa: o cinema.

“Foi difícil, competitivo; não estamos necessariamente habituados aqui [na Europa] a esse nível de competição, mas naquela época foi uma brincadeira de crianças. Agora, tornou-se uma guerra aberta entre produtoras, distribuidoras e estúdios. É cansativo e faz as pessoas perderem de vista o cinema”, afirmou.

Segundo Audiard, “as pessoas ligadas à indústria, ao capital e ao comércio criam esta tensão”, algo que é exacerbado pelas redes sociais e a propagação de “notícias falsas”. Acrescentou ainda que, nos bastidores da temporada de prémios, os estúdios estão preparados para “lançar os maiores insultos uns contra os outros”.

Hollywood e o Código de Silêncio 🤐🎭

Para o realizador francês, a noite da cerimónia foi apenas a conclusão de um jogo político que acontece longe das câmaras. “Hollywood é um mundo de dinheiro”, disse Audiard, acrescentando que a influência de figuras como Donald Trump no setor financeiro acaba por moldar a indústria cinematográfica.

“Não é o Donald Trump que vai fazer o dinheiro crescer? Portanto, nada será dito abertamente em Hollywood; existe um código de silêncio”, garantiu.

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Após uma campanha intensa e repleta de desafios, Audiard sobreviveu à guerra de bastidores. No entanto, as suas palavras deixam claro que, para ele, o cinema como arte está a perder espaço numa indústria cada vez mais dominada pelo marketing e pela política dos grandes estúdios.

Fanny Ardant Vai Rodar Novo Filme nos Açores com Gérard Depardieu e Victoria Guerra 🎬🌊

A icónica atriz e realizadora francesa Fanny Ardant prepara-se para filmar nos Açores a sua mais recente longa-metragem, Ela Olhava Sem Nada Ver. O filme, que contará com Gérard Depardieu e Victoria Guerra no elenco, será rodado integralmente na ilha de São Miguel, entre abril e maio.

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Uma História de Poesia e Destino

O enredo do filme gira em torno de duas mulheres à deriva que enfrentam os seus destinos num mundo onde a poesia parece estar a desaparecer. A sinopse oficial levanta questões sobre a sobrevivência da arte e da beleza num cenário cada vez mais cético e pragmático.

Fanny Ardant, que já tem um historial de colaborações com Gérard Depardieu, escolheu Portugal para este projeto, depois de ter filmado no país O Divã de Estaline (2016) e Cadências Obstinadas (2013). A realizadora e atriz tem uma carreira consagrada no cinema europeu, tendo trabalhado com nomes como François Truffaut, Alain Resnais e Michelangelo Antonioni.

Um Elenco de Prestígio

Além de Depardieu e Victoria Guerra, o elenco conta ainda com Ana Padrão, Miguel Borges, Paulo Pires, Ricardo Pereira, Anabela Moreira, Marcello Urgeghe e Miguel Monteiro. O filme será produzido com apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e da RTP.

Portugal no Radar Internacional

Nos últimos anos, os Açores têm vindo a afirmar-se como um destino cada vez mais procurado para produções internacionais. A beleza natural e a atmosfera única do arquipélago tornam-no num cenário perfeito para histórias cinematográficas com forte carga poética e emocional.

Foi anunciada a data de chegada de “Mufasa: O Rei Leão” ao Disney+.

📅 Com filmagens a decorrer nos próximos meses, ainda não há uma data oficial de estreia para Ela Olhava Sem Nada Ver, mas o filme deverá chegar aos cinemas em 2025.

Netflix ‘apaga’ protagonista de Emília Pérez na campanha dos Óscares e gera polémica

A corrida aos Óscares está sempre repleta de emoções fortes, mas a Netflix parece ter transformado a sua campanha para Emília Pérez num verdadeiro guião de suspense. O serviço de streaming ‘apagou’ completamente a protagonista Karla Sofía Gascón da sua mais recente campanha promocional para os prémios da Academia. Sim, aquela mesma atriz que fez história ao tornar-se a primeira pessoa transgénero nomeada para Melhor Atriz. 🤯

Do céu ao inferno em dias… e sem CGI

Há apenas algumas semanas, Gascón era o rosto de um movimento progressista em Hollywood, destacada como um símbolo de diversidade e inclusão. Mas agora, se olharmos para a nova campanha “For Your Consideration” da Netflix, é como se nunca tivesse existido. A protagonista desapareceu das imagens promocionais e dos destaques oficiais do filme, com Zoë Saldaña a assumir agora o papel central na divulgação.

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O pior? A própria Gascón já tinha sido ‘empurrada’ para a categoria de Melhor Atriz Secundária, apesar de ter mais tempo de ecrã e de a história ser contada do ponto de vista da sua personagem. Mas agora… nem sequer aparece no cartaz. 💨📉

Netflix a limpar a casa… por 30 milhões? 💰

A mudança drástica está a ser interpretada como um movimento da Netflix para tentar salvar a sua milionária campanha aos Óscares – dizem que foram investidos mais de 30 milhões de dólares na esperança de conquistar finalmente o prémio de Melhor Filme. No entanto, a polémica à volta da atriz tornou-se um fardo difícil de carregar.

O escândalo rebentou a 30 de janeiro, quando foram descobertas publicações antigas de Karla Sofía Gascón nas redes sociais com comentários controversos sobre o Islão, George Floyd, a China, Hitler (!) e até a cerimónia ‘afro-coreana’ dos Óscares de 2021. Desde então, Gascón já fez dois pedidos de desculpa – um através da Netflix e outro numa entrevista emotiva à CNN Español. Mas pelos vistos, nada disso foi suficiente para a manter no centro da campanha. 🎭💔

Cannes amou, Hollywood cancelou?

A ironia é que Emília Pérez brilhou no Festival de Cannes, arrecadando o Prémio do Júri e a distinção de Melhor Atriz para todo o elenco feminino, incluindo Gascón. Mas em Hollywood, a narrativa virou de pernas para o ar. A questão que agora domina as conversas nos bastidores da indústria é: como é que a Netflix e a sua equipa de marketing deixaram isto acontecer? Não houve ninguém a fazer um ‘background check’ às redes sociais da atriz antes de investir milhões numa campanha centrada nela? 🤔📉

Até o realizador Jacques Audiard não escapou às críticas, depois de ter declarado que o castelhano era a “língua dos pobres e dos migrantes”. Ouch.

O impacto nos Óscares 🎭✨

E agora, como fica Emília Pérez na corrida aos Óscares? A categoria de Melhor Filme Internacional, onde compete contra o forte candidato brasileiro Ainda Estou Aqui, tornou-se ainda mais competitiva. Zoë Saldaña e a canção El Mar continuam a ser apostas seguras, mas o resto do palmarés do filme pode sofrer um duro golpe.

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Resta saber se a Academia vai olhar para o mérito cinematográfico de Emília Pérez ou se a polémica em torno de Gascón e a estratégia da Netflix irão afetar as hipóteses do filme. O que é certo é que esta história de bastidores está a ser quase tão dramática quanto o próprio filme. 🎬🔥

A 97.ª edição dos Óscares realiza-se a 2 de março de 2025, e até lá… que comecem as apostas. 🍿🏆

Bertrand Blier: O Adeus ao Mestre do Humor Negro no Cinema Francês

O cinema francês despede-se de um dos seus grandes mestres. Bertrand Blier, realizador e argumentista aclamado, faleceu na passada segunda-feira, em Paris, aos 85 anos, conforme comunicado pela família à agência France-Presse. Autor de uma obra marcada pelo humor negro e pela comédia grotesca, Blier deixa um legado cinematográfico que atravessa gerações e redefiniu o cinema de autor francês.

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Uma Carreira Brilhante e Provocadora

Bertrand Blier iniciou a sua filmografia nos anos 1960, com obras como Hitler, connais pas (1963), que lhe valeu o prémio de primeiras obras no Festival de Locarno. Seguiram-se títulos emblemáticos como Como se eu fosse um espião (1967), que contou com a participação do seu pai, o ator Bernard Blier, e As bailarinas (1974), que se tornou um filme de culto, apesar de ter gerado polémica devido às críticas de misoginia.

Blier conquistou o Óscar de Melhor Filme Internacional em 1979 com Uma mulher para dois, protagonizado por Carole Laure, Gérard Depardieu e Patrick Dewaere. Este último, juntamente com Depardieu, tornou-se um dos rostos mais frequentes na obra do realizador, contribuindo para o sucesso de filmes como Crimes a sangue frio (1979), Bela demais para ti (1989) — vencedor do Grande Prémio do Júri em Cannes — e Quanto me amas (2005).

O Humor Negro e a Subversão como Marcas de Estilo

A obra de Bertrand Blier distingue-se pela sua ousadia narrativa e pela capacidade de transformar temas controversos em histórias comoventes e provocadoras. Filmes como As bailarinas desafiaram convenções sociais e trouxeram para o grande ecrã uma visão singular, repleta de ironia e crítica às estruturas de poder. A sua abordagem inovadora e, por vezes, desconcertante marcou profundamente o cinema francês e internacional.

Um Legado de Colaborações Memoráveis

Gérard Depardieu, figura central na filmografia de Blier, destacou-se como parceiro criativo do realizador, protagonizando alguns dos seus maiores sucessos. A relação artística entre os dois tornou-se uma marca distintiva do cinema francês nas décadas de 1970 e 1980, reforçando o impacto cultural das suas colaborações.

O Último Adeus

Com a sua partida, Bertrand Blier deixa para trás um universo cinematográfico único, repleto de histórias que desafiaram as normas e inspiraram gerações de cineastas e cinéfilos. Para o jornal Le Figaro, Blier foi “um dos últimos gigantes do cinema francês” que, com a sua genialidade, criou filmes inesquecíveis que continuarão a ser celebrados.

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Que descanse em paz, Bertrand Blier, o mestre que ousou rir do mundo.

François Truffaut homenageado com documentário comovente no 40º aniversário da sua morte

No 40.º aniversário da morte de François Truffaut, um dos mais importantes realizadores da Nouvelle Vague francesa, a televisão francesa presta-lhe uma emocionante homenagem com a exibição de um documentário inédito, intitulado “François Truffaut, a história da minha vida”. O filme foi apresentado em maio no Festival de Cannes, na secção Clássicos de Cannes, e estreia agora na televisão francesa, no canal France 5.

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O documentário, realizado por David Teboul, é baseado em material inédito e cartas pessoais de Truffaut, incluindo correspondência com a sua mãe, o pai adotivo e o pai biológico, cuja identidade o realizador procurou durante grande parte da sua vida. A obra destaca os traumas da infância e adolescência do cineasta, temas recorrentes nos seus filmes mais conhecidos, como “Os 400 Golpes” (1959), que retrata de forma semi-autobiográfica as experiências difíceis que viveu com os pais.

A produção foi possibilitada pela colaboração de Serge Toubiana, biógrafo de Truffaut, que facilitou o acesso aos arquivos pessoais do realizador. O filme é particularmente tocante nas suas revelações sobre a infância solitária e a relação distante que o realizador tinha com a mãe. Truffaut descobriu, durante a adolescência, que o homem que o criara não era o seu pai biológico, um evento que teve um grande impacto emocional no jovem e que viria a ser transposto para a sua obra cinematográfica.

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Além das trocas epistolares e entrevistas raras com o próprio Truffaut, o documentário conta com a leitura de cartas por parte de atores como Isabelle Huppert e Pascal Greggory, conferindo um tom ainda mais pessoal e comovente à obra. O documentário será seguido pela exibição de “Os 400 Golpes”, considerado por muitos como o grande marco da carreira do realizador.

Isabelle Huppert recebe prémio Lumière 2024 por 50 anos de carreira

A icónica atriz francesa Isabelle Huppert foi homenageada com o prestigiado Prémio Lumière 2024 no Festival Lumière, em Lyon, em comemoração dos seus 50 anos de carreira. A cerimónia de entrega do prémio aconteceu no dia 18 de outubro, e a atriz, visivelmente emocionada, refletiu sobre o seu percurso profissional numa conferência de imprensa no dia seguinte.

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Durante a conferência, Huppert, que participou em mais de 150 filmes, admitiu que não tinha uma vasta cultura cinematográfica quando começou a atuar. “Vi poucos filmes antes de me tornar atriz. Obviamente tinha visto alguns, como toda a gente. Mas, em comparação com agora, penso que não tinha uma grande cultura cinematográfica”, afirmou a atriz. No entanto, isso não a impediu de construir uma das carreiras mais impressionantes do cinema europeu e internacional.

Isabelle Huppert iniciou a sua carreira nos anos 70 e, ao longo das décadas, colaborou com alguns dos mais importantes realizadores da indústria, como Claude ChabrolMichael HanekeJean-Luc GodardHong Sang-soo e Bertrand Tavernier. Entre os seus muitos prémios, Huppert foi distinguida duas vezes no Festival de Veneza como Melhor Atriz, e recebeu o prémio de Melhor Atriz em Cannes por filmes como “Violette Nozière” (1978) e “A Pianista” (2001). Com 15 nomeações aos Prémios César, a atriz é recordista e ganhou dois destes galardões ao longo da sua carreira.

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A homenagem no Festival Lumière reconhece a sua importância no cinema mundial, e o diretor do festival, Thierry Frémaux, sublinhou que a escolha de Huppert foi “incontestável” e recebeu uma resposta entusiástica por parte do público e da crítica. O festival, que celebra a memória do cinema, pareceu ser o local perfeito para homenagear uma atriz cuja carreira é marcada pela inovação, consistência e profunda ligação ao mundo cinematográfico.