Tim Curry Revela Que Deve a Vida ao Massagista Que Ignorou as Suas Ordens Durante o AVC de 2012 ❤️‍🩹

O lendário ator Tim Curry, eterno Dr. Frank-N-Furter de The Rocky Horror Picture Show, revelou no seu novo livro de memórias, Vagabond, que só está vivo graças à coragem — e teimosia — do seu massagista.

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O intérprete britânico, hoje com 79 anos, sofreu um AVC grave em 2012, na sua casa na Califórnia. O episódio deixou-o parcialmente paralisado do lado esquerdo e com a fala afetada. Segundo o próprio, tudo aconteceu durante uma sessão de massagem que parecia, até então, absolutamente normal.

“Achei que ele estava a exagerar”

Curry recorda que não sentiu dor, tontura ou qualquer sinal de alarme. “Não me senti estranho, nem percebi que algo estava errado”, escreve. “Achei que estava tudo bem.”

Foi o massagista quem notou alterações subtis no corpo do ator e decidiu agir por instinto. Quando anunciou que ia chamar uma ambulância, Curry tentou impedi-lo. “Disse-lhe que estava a exagerar”, admite. “Provavelmente devo-lhe a vida por ele não me ter ouvido.”

Pouco depois, o ator foi levado para o hospital, onde os médicos confirmaram o pior: tinha sofrido um acidente vascular cerebral que exigia uma craniectomia — uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão no cérebro.

“Só depois da operação me explicaram o que tinha acontecido. O sangue deixou de circular normalmente, dois coágulos tiveram de ser removidos. Percebi então o quão improvável era eu estar vivo”, confessa.

A dura recuperação e o regresso pela voz

O AVC deixou marcas permanentes. “Foi um AVC paralisante, por isso ainda hoje tenho limitações físicas. Mas estou muito grato por não ter sido um AVC da fala. Se tivesse perdido a capacidade de falar, teria sido devastador.”

Durante várias semanas após a cirurgia, Curry não conseguiu pronunciar uma única palavra. “Foi um inferno”, descreve. “Mas disseram-me que a linguagem voltaria com o tempo — e tinham razão.”

Desde então, o ator passou a dedicar-se sobretudo ao dobramento de voz, onde continua a brilhar. Emprestou a sua inconfundível dicção britânica a personagens como o Imperador Palpatine em Star Wars: The Clone Wars e a Terrence, o tucano falante, no filme de animação Ribbit.

Um ícone que nunca perdeu o humor

Apesar das sequelas, Tim Curry mantém o espírito irreverente que o tornou num ícone do cinema. Numa rara aparição pública, durante a celebração dos 50 anos de The Rocky Horror Picture Show, o ator comentou, com o sorriso que os fãs bem conhecem:

“Já não consigo andar, por isso estou nesta cadeira tola. É limitador, claro. Mas continuo cá — só não me verão a dançar muito em breve.”

Curry, que interpretou o papel de Frank-N-Furter no teatro antes de o eternizar no filme de 1975, nunca renegou o fenómeno que o tornou famoso. “Olho para The Rocky Horror com uma espécie de tolerância divertida”, disse à Los Angeles Magazine. “Nem uma bênção, nem uma maldição. Tive sorte em tê-lo.”

Um sobrevivente com alma de artista

Hoje, mais de uma década após o AVC, Tim Curry vive longe dos holofotes, mas o seu legado continua intacto — de Annie a Sozinho em Casa 2, de Charlie’s Angels a It, onde aterrorizou gerações como o palhaço Pennywise.

Com Vagabond, o ator reflete sobre uma vida de excessos, talento e reinvenção — e sobre o milagre improvável que o manteve entre nós.

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“Se aprendi alguma coisa”, escreve, “é que às vezes a vida depende de alguém que decide não fazer o que lhe pedimos. Felizmente, o meu massagista era uma dessas pessoas.”

O Melhor Filme de Sempre, Segundo Jim Carrey: “É Fenomenal” 🎬🔥

O ator de comédia mais imprevisível de Hollywood revela qual é o filme que considera uma verdadeira obra-prima — e não, não é uma comédia

Jim Carrey sempre foi um artista difícil de rotular. Para muitos, é o rei do humor físico e das expressões impossíveis; para outros, é um ator profundamente sensível que sabe explorar as fissuras da alma humana. E talvez por isso não surpreenda que o filme que ele considera “o melhor de todos os tempos” não seja uma comédia, mas sim uma das sátiras mais poderosas e visionárias da história do cinema: Network – Escândalo na TV (1976), realizado por Sidney Lumet

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“O meu filme favorito de todos os tempos é Network”

Carrey fez a revelação no seu livro Memoirs and Misinformation (2020), descrevendo o clássico de Lumet como “um espelho absurdo e profético da nossa sociedade moderna”.

“O meu filme favorito de todos os tempos é Network,” escreveu o ator. “Adoro o trabalho de Paddy Chayefsky [autor do argumento]. É como uma profecia do que aconteceu nos últimos 50 anos. Todos os atores estão brilhantes. É fenomenal.”

O filme, uma crítica feroz ao poder dos meios de comunicação e ao cinismo do capitalismo televisivo, marcou profundamente Carrey — um artista que sempre equilibrou o riso com uma visão crítica do mundo.

De Ace Ventura a The Truman Show: o ator que aprendeu a rir da própria realidade

Nos anos 90, Jim Carrey dominou o cinema de comédia com personagens icónicas como Ace VenturaO MáskaraLloyd Christmas em Doidos à Solta e o sinistro Cable Guy. Mas foi com dramas como The Truman ShowMan on the Moon e Eternal Sunshine of the Spotless Mind que o ator mostrou que havia muito mais por trás da caricatura — uma mente inquieta, filosófica e profundamente humana.

É precisamente essa dualidade — entre o humor e a melancolia — que explica a sua devoção a Network.

“Cada cena é um banquete”

Em conversa com o comediante Norm Macdonald, Carrey reforçou o seu entusiasmo pelo filme:

“O meu filme favorito? Network. É fantástico. Cada cena é um banquete.”

O filme, protagonizado por Faye DunawayWilliam HoldenPeter Finch e Robert Duvall, conta a história de uma estação de televisão que decide explorar o colapso mental de um antigo pivô de notícias, transformando o seu desespero num espetáculo mediático. O resultado é uma espiral moral onde o lucro vence a empatia — uma previsão assustadoramente atual.

Carrey, hoje mais espiritual e crítico da cultura mediática, vê em Network um reflexo direto da sua própria visão sobre Hollywood e a sociedade moderna.

“Agora que estou mais velho, olho para aquela cena entre William Holden e Faye Dunaway na cozinha… e ele diz: ‘Estou mais perto do fim do que do início’. É devastador. Quem escreve assim? É incrível.”

O filme que previu o século XXI

Lançado em 1976, Network – Escândalo na TV foi nomeado para 10 Óscares e venceu quatro, incluindo Melhor Ator (Peter Finch) e Melhor Atriz (Faye Dunaway). Mais do que um retrato dos bastidores da televisão, o filme antecipou o culto do sensacionalismo e a transformação da informação em entretenimento — algo que Carrey considera “profético”.

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Jim Carrey e o espelho de Network

Para um ator que sempre procurou equilíbrio entre o absurdo e a verdade, Network representa o ponto perfeito entre comédia, tragédia e lucidez. Tal como o próprio Carrey, o filme ri-se do desespero, critica o sistema e convida-nos a pensar.

“Se procuras um filme que represente a comédia, a tragédia e a crítica social de Jim Carrey, Network é esse filme”, escreveu um crítico americano.

E talvez seja por isso que, depois de todos os risos, Jim Carrey escolheu justamente um drama como o seu filme preferido. Porque, como ele próprio ensinou, a linha entre rir e chorar é mais fina do que parece.

John Ford Ressuscitado em Lisboa: The Scarlet Drop Vai Ser Exibido na Cinemateca Portuguesa

Um século perdido, um achado no Chile

Um pedaço da história do cinema que parecia perdido para sempre vai finalmente ser exibido em Lisboa. A Cinemateca Portuguesa apresenta, no próximo 20 de outubro, o filme mudo The Scarlet Drop (1918), realizado por John Ford e dado como desaparecido durante mais de 100 anos.

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A descoberta aconteceu em 2024, num armazém em Santiago do Chile, quando o académico Jaime Córdova, da Universidade de Viña del Mar, comprou um lote de películas a um colecionador que as tinha guardado durante quatro décadas sem imaginar o seu valor. Entre elas, estava esta raridade de Ford, protagonizada por Harry Carey.

“Encontrar um filme perdido de John Ford é como encontrar o Santo Graal”, confessou Córdova, na altura, em entrevista à agência Efe.

Ford antes de Ford

Rodado em 1918, The Scarlet Drop é um western atípico para a época, já que aborda temas pouco habituais no género: desigualdade social, luta de classes e marginalização. Segundo nota da Cinemateca, o filme “permite já antever o que viria a ser entendido como universo fordiano: os rituais, as situações melancólicas, os anti-heróis e aquela fotografia extraordinária”.

É, portanto, uma oportunidade única de assistir ao embrião daquilo que viria a ser a assinatura de um dos cineastas mais influentes da história, autor de clássicos como O Vale Era Verde (1941) ou A Desaparecida (1956).

Um restauro minimalista

A cópia encontrada foi digitalmente restaurada pela Cinemateca Nacional do Chile, mas de forma quase invisível. “Não lhe quero chamar restauro. Obviamente que houve uma reparação no suporte do filme, mas a imagem não sofreu qualquer intervenção”, explicou Jaime Córdova, sublinhando a qualidade surpreendente da película em nitrato, ainda intacta após mais de um século.

Curiosamente, o filme conserva ainda as tonalidades originais da época — rosa, azul e ocre — utilizadas para dar cor às películas mudas e quebrar o monocromático do preto e branco.

Sessão dupla na Cinemateca

A exibição de The Scarlet Drop acontecerá numa sessão especial inserida no Dia Mundial do Património Audiovisual(celebrado a 27 de outubro). O filme será apresentado em conjunto com Sansho Dayu (1954), de Kenji Mizoguchi, proporcionando uma noite que junta duas obras-primas resgatadas do tempo e da memória.

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Para cinéfilos, historiadores e curiosos, trata-se de um acontecimento raro: ver renascer no ecrã uma obra de John Ford que o próprio mundo acreditava estar perdida.

Kim Novak, a rebelde de Hollywood, vai receber o Leão de Ouro em Veneza 🦁✨

Ícone de Vertigo será homenageada com prémio de carreira e estreia de documentário dedicado à sua vida e legado

Kim Novak — a musa de Hitchcock, a mulher que viveu duas vezes, a estrela que recusou ser moldada — vai ser homenageada no Festival Internacional de Cinema de Veneza com o prestigiado Leão de Ouro de Carreira. A distinção será atribuída durante a 82.ª edição do certame, que decorre de 27 de Agosto a 6 de Setembro, e celebra uma carreira que fugiu a todas as convenções da era dourada de Hollywood.

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A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração da Bienal de Veneza, sob recomendação do director artístico Alberto Barbera, que definiu Novak como uma figura “independente e inconformista” e, talvez por isso mesmo, “uma lenda do cinema — quase sem querer”.

Uma mulher à frente do seu tempo

Desde que encantou o público com Picnic (1955) ou O Homem do Braço de Oiro (1955), Kim Novak destacou-se por uma beleza singular e um talento contido, magnético, que rapidamente a colocaram entre as maiores estrelas de bilheteira do mundo. Mas nunca quis ser apenas mais uma estrela. Em 1958, fundou a sua própria produtora — um acto revolucionário para uma mulher em Hollywood — e entrou em greve para renegociar salários injustos face aos colegas masculinos.

Refusou ser manipulada pelos estúdios e protegia ferozmente a sua privacidade, tornando-se uma figura tão admirada pela sua coragem como pela sua imagem de “deusa melancólica”. Ficou para sempre associada a Vertigo (A Mulher que Viveu Duas Vezes, em Portugal), a obra-prima de Alfred Hitchcock, onde a sua dualidade interpretativa — entre o ingénuo e o misterioso — se tornou antológica.

Um prémio e um documentário muito aguardado

Ao aceitar o prémio, Kim Novak confessou: “Estou profundamente comovida por receber o prestigioso Leão de Ouro de um festival de cinema tão respeitado. Ser reconhecida pelo meu trabalho nesta fase da vida é um sonho tornado realidade. Irei valorizar cada momento em Veneza. Encherá o meu coração de alegria.”

Como parte da homenagem, o festival irá apresentar, em estreia mundial, o documentário Kim Novak’s Vertigo, de Alexandre Philippe — uma colaboração exclusiva com a própria atriz. O filme irá mergulhar na sua vida e obra, revelando bastidores, lugares icónicos e o impacto duradouro que Novak teve na indústria cinematográfica.

Mais do que uma estrela — uma artista

Kim Novak nasceu em Chicago, em 1933, e afastou-se de Hollywood ainda nos seus trinta e poucos anos. Viveu uma vida mais autêntica, entre cavalos, cães e pincéis. Casou-se com o veterinário equino Robert Malloy e juntos construíram um rancho no sul do Oregon, onde viveram até à morte dele, em 2020.

Desde então, Kim tem-se dedicado à pintura e à poesia — e as suas obras visuais foram expostas em museus dos EUA e da Europa, incluindo o Museu Nacional de Praga e o Butler Museum of American Art.

A actriz, que no início foi subestimada pela crítica, foi redescoberta e celebrada nas últimas décadas, recebendo homenagens nos festivais de Cannes, Toronto, Berlim e Praga. Em 2003, foi distinguida com o Eastman Kodak Archives Award pelo seu contributo para o cinema.

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Hoje, é considerada uma das grandes lendas vivas de Hollywood — não apenas pelo que fez no ecrã, mas pelo modo como escolheu viver fora dele. Com o Leão de Ouro de Carreira, Veneza reconhece não apenas a estrela, mas a mulher, a artista e a rebelde que desafiou a máquina de Hollywood… e venceu.

Steve McQueen vs. Dustin Hoffman: Dois Gigantes, Dois Estilos, Um Clássico Intemporal 🎥🔥

No mundo do cinema, há atores que conquistam o público e outros que, para além disso, ganham o respeito dos colegas. Mas e quando um ator cativa a audiência, mas aliena quem trabalha com ele, enquanto outro parece ser adorado por todos?

É o caso de Steve McQueen e Dustin Hoffman, dois gigantes do cinema que dividiram o ecrã no icónico Papillon(1973). Mas, enquanto o público venerava McQueen, os bastidores contavam outra história…

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🎬 “Papillon”: Um Confronto de Estilos e Personalidades

Lançado em 1973 e baseado nas memórias de Henri CharrièrePapillon é um dos melhores filmes sobre sobrevivênciajá feitos. Conta a história real de um homem condenado injustamente à prisão perpétua numa colónia penal francesa, e da sua luta incansável para recuperar a liberdade.

Foi um filme desafiante para os seus protagonistas. De um lado, Steve McQueen, no papel do resistente Henri “Papillon” Charrière. Do outro, Dustin Hoffman, como Louis Dega, um prisioneiro frágil e inteligente que se torna o seu aliado.

Mas se no ecrã pareciam formar uma parceria improvável, fora das câmaras, a relação entre os dois era quase inexistente.

🔥 Steve McQueen: Ícone Rebelde, Mas Difícil nos Bastidores

Steve McQueen era o epítome do “cool” – um homem de poucas palavras, dono de um magnetismo natural que o tornava uma lenda viva. Mas, segundo relatos de muitos colegas de trabalho, não era exatamente o mais afável dos atores.

Durante as filmagens de Papillon, McQueen mal falava com Hoffman. A sua abordagem ao cinema era visceral, física e intensa. O ator era conhecido pelo seu ego inflamado e dificuldade em criar laços com os colegas.

Ainda assim, a sua performance em Papillon é considerada por muitos a melhor da sua carreira, eclipsando até o trabalho em Bullitt (1968) ou O Caso de Thomas Crown (1968).

🎭 Dustin Hoffman: O Perfeccionista Apreciado por Todos

Por outro lado, Dustin Hoffman era o oposto. Conhecido pelo seu rigor técnico e dedicação extrema ao método de interpretação, Hoffman era respeitado pelos seus pares e, aparentemente, muito mais acessível e bem-humorado.

A sua carreira está repleta de personagens inesquecíveis, desde O Laurence da Minha Vida (1967) a Tootsie (1982), passando pelo icónico Rain Man (1988).

A simpatia e a proximidade com as pessoas também parecem ser um traço marcante da sua personalidade. Num relato curioso, um fã encontrou-se com Hoffman num elevador e segurou a porta para ele, ao que o ator respondeu com um comentário espirituoso:

“Obrigado! Devias candidatar-te às Rockettes.”

Ao que o fã respondeu:

“Se ao menos tivesse esse tipo de pernas.”

Pequenos gestos que revelam um ator próximo das pessoas e com um sentido de humor afiado.

🎥 Quem Ganha? O Respeito de Hollywood ou o Amor do Público?

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Ambos os atores deixaram marcas distintas na indústria:

• Steve McQueen: Um ícone intocável do cinema, cuja presença enchia o ecrã.

• Dustin Hoffman: Um mestre da arte da interpretação, adorado pelos colegas e fãs.

E tu, se tivesses de escolher entre os dois, quem ganharia o teu respeito?.

Nicolas Cage revela o único ator ao nível de Marlon Brando – e a resposta surpreende

Marlon Brando é frequentemente considerado o maior ator de todos os tempos, um verdadeiro ícone do cinema cuja influência transcendeu gerações. No entanto, segundo Nicolas Cage, há apenas uma outra figura na história do cinema que pode ser colocada ao seu lado – e não é um nome que costuma surgir nessas discussões.

🧐 Brando, o inigualável – ou talvez não?

Ao longo das décadas, a veneração por Marlon Brando só cresceu. A sua abordagem inovadora à representação, marcada pelo Método Stanislavski, fez dele uma referência obrigatória para qualquer aspirante a ator. Robert De Niro, Al Pacino, Jack Nicholson, Kurt Russell, Tom Hardy e muitos outros já declararam que Brando está num patamar único, inalcançável por qualquer outro intérprete da história do cinema.

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Mas Nicolas Cage, um ator conhecido pela sua abordagem excêntrica e pelo seu estilo singular de representação – que ele próprio apelida de “Xamanismo Novo” – tem uma opinião diferente. Para Cage, há um único ator que pode ser colocado ao lado de Brando: Jerry Lewis.

🤯 Jerry Lewis? A inesperada escolha de Cage

Numa entrevista ao Rotten Tomatoes, Cage recordou o momento em que conheceu Jerry Lewis, o lendário comediante, realizador e ator, famoso por clássicos como O Professor Chanfrado (1963). A sua admiração por Lewis era tão grande que, ao encontrar-se com ele, não hesitou em fazer uma declaração ousada:

“Jerry, és só tu e o Brando.”

Segundo Cage, Lewis demorou dois minutos a reagir, num momento de comédia involuntária que só poderia ter saído de um dos seus próprios filmes. Quando finalmente respondeu, fê-lo com a sua típica ironia e modéstia:

“Bem, o Brando também é bom.”

Para tornar a cena ainda mais peculiar, Nicolas Cage revelou que Lewis estava vestido com um quimono japonês e ténis – uma imagem que torna esta troca de palavras ainda mais surreal.

🎭 A genialidade esquecida de Jerry Lewis

A inclusão de Jerry Lewis numa conversa sobre os maiores atores de sempre pode surpreender muitos, mas Cage está longe de estar sozinho na sua apreciação pelo talento multifacetado do comediante. Eddie Murphy, que protagonizou o remake de O Professor Chanfrado em 1996, considera que essa foi a sua melhor interpretação de sempre.

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Jerry Lewis, ao longo da sua carreira, acumulou elogios por ser um dos grandes inovadores da comédia cinematográfica, mas raramente é colocado na mesma categoria que gigantes do método como Brando. No entanto, Cage vê em Lewis algo mais do que um simples humorista: uma força criativa que revolucionou a forma de representar, tal como Brando o fez nos dramas clássicos do cinema.

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Elizabeth Taylor: Rebel Superstar – Uma Nova Minissérie Documental Chega ao TVCine

Elizabeth Taylor não foi apenas uma das maiores estrelas da história de Hollywood, mas também uma figura incontornável que redefiniu a ideia de celebridade e ativismo. Agora, a BBC lança um olhar aprofundado sobre a sua vida e legado na minissérie documental Elizabeth Taylor: Rebel Superstar, que estreia em Portugal no dia 28 de fevereiro, às 22h10, no TVCine Edition e no TVCine+.

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Uma Superestrela que Mudou Hollywood

Ao longo de três episódios, este documentário biográfico revela a trajetória de uma mulher que rompeu barreiras em todas as fases da sua vida. Com gravações inéditas da própria Elizabeth Taylor e depoimentos de amigos próximos, familiares e figuras influentes, a série pretende mostrar um retrato completo da atriz para além dos tabloides e das histórias sensacionalistas.

Entre os entrevistados encontram-se personalidades como Joan Collins, Sharon Stone, Paris Jackson (afilhada de Taylor), o filho Chris Wilding, a neta Naomi Wilding e até o Dr. Anthony Fauci, que colaborou com a atriz na sua incansável luta contra a SIDA.

Uma Vida de Relevância Intemporal

Elizabeth Taylor não foi apenas uma das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood, mas também uma pioneira na forma como geria a sua imagem pública. Desde os seus primeiros papéis no cinema até à sua luta pelos direitos das pessoas com VIH/SIDA, Taylor sempre se destacou como uma personalidade irreverente e revolucionária.

Kim Kardashian, produtora executiva da série e a última pessoa a entrevistá-la em vida, sublinha a importância da sua influência: “Ela era ela própria, sem remorsos. Era uma lutadora. A prova viva de que se pode continuar a evoluir e a mudar e ter capítulos diferentes na vida. Ela abriu o caminho para todos nós que viemos depois dela.”

Com estreia em Portugal um dia após aquele que seria o seu 93.º aniversário, Elizabeth Taylor: Rebel Superstar promete uma abordagem mais intimista e detalhada sobre a sua vida, celebrando a sua herança cultural e impacto em Hollywood e além. Uma oportunidade imperdível para os amantes de cinema e para todos os que querem conhecer melhor a mulher por detrás da lenda.

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Estreia e Transmissão

Elizabeth Taylor: Rebel Superstar estreia em exclusivo no TVCine Edition no dia 28 de fevereiro, às 22h10, com exibição semanal às sextas-feiras.


Despedida de Olivia Hussey: A Eterna Julieta do Cinema

Olivia Hussey, a atriz britânica que capturou corações como a jovem Julieta na icónica adaptação de Romeu e Julieta de 1968, realizada por Franco Zeffirelli, faleceu aos 73 anos. A notícia foi anunciada pela família, que destacou a bondade, sabedoria e calor humano que definiam a atriz, cuja carreira deixou uma marca indelével na história do cinema.

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A Ascensão ao Estrelato

Nascida em Buenos Aires, Argentina, Olivia Hussey ganhou reconhecimento internacional ao interpretar Julieta na obra de Zeffirelli, que se tornou uma das mais aclamadas adaptações da tragédia de William Shakespeare. Com apenas 15 anos, a atriz conquistou um Globo de Ouro na categoria de “Nova Estrela do Ano”, e o filme arrebatou dois Óscares, pelos melhores figurinos e melhor fotografia.

Hussey e Leonard Whiting, que interpretou Romeu, eram adolescentes quando deram vida aos apaixonados amantes de Verona. A sua química, autenticidade e intensidade emocional conferiram ao filme uma dimensão poética que tocou gerações de espectadores e consolidou o seu lugar na história do cinema.

Carreira Além de Julieta

Embora Julieta tenha sido o papel que definiu a sua carreira, Hussey protagonizou outros filmes notáveis, como o clássico de terror Black Christmas (1974) e a adaptação de Morte no Nilo (1978), baseada na obra de Agatha Christie. No entanto, foi sempre à personagem de Julieta que o público e a crítica regressaram, reconhecendo-a como o rosto de um amor eterno e trágico.

Controvérsia e Legado

A carreira de Olivia Hussey também foi marcada por uma controvérsia recente. Em 2023, ela e Leonard Whiting processaram o estúdio Paramount Pictures devido a uma cena de nudez no filme Romeu e Julieta, alegando que foram filmados sem o seu consentimento, o que constituiu abuso e exploração. Apesar de o processo ter sido arquivado por uma juíza de Los Angeles, o caso levantou debates significativos sobre a proteção de menores na indústria cinematográfica e os limites éticos no cinema.

Hussey sempre manteve uma relação complexa com a fama que o papel lhe trouxe. Embora o sucesso de Romeu e Julieta tenha imortalizado a sua performance, a atriz falou abertamente sobre os desafios emocionais e as angústias associadas ao impacto do filme na sua vida.

Um Tributo à Imortalidade Artística

Olivia Hussey será recordada como uma das grandes intérpretes do cinema, especialmente pela sua interpretação de Julieta, que continua a ser exibida em escolas e universidades como uma porta de entrada para o mundo de Shakespeare. A sua atuação capturou o espírito de uma juventude apaixonada e vulnerável, perpetuando a história de amor mais célebre da literatura.

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O seu legado é uma prova do poder do cinema em imortalizar emoções humanas e conectar gerações. Olivia Hussey, a eterna Julieta, despede-se do palco da vida, mas a sua estrela continuará a brilhar no firmamento cinematográfico.

Sean Connery em “Indiana Jones e a Última Cruzada”: Como James Bond se tornou o pai de Indiana Jones

Em 1989, Steven Spielberg e George Lucas entregaram ao público a terceira aventura do icónico arqueólogo em “Indiana Jones e a Última Cruzada”. Mas, antes do filme se tornar um sucesso, havia um desafio quase tão grande quanto encontrar o Santo Graal: escolher o ator perfeito para interpretar Henry Jones Sr., o pai de Indiana Jones. A resposta veio de forma inesperada — o próprio Sean Connery, o eterno James Bond. No entanto, o caminho até ao casting foi tudo menos simples.

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A procura pelo pai de Indiana Jones

Após o sucesso de “Os Salteadores da Arca Perdida” e “O Templo Perdido”, Spielberg e Lucas decidiram explorar as origens emocionais de Indiana Jones. Para isso, a relação entre Indiana (Harrison Ford) e o seu pai seria o centro da história. No entanto, a escolha do ator para Henry Jones Sr. era crucial: o personagem precisava de carisma, humor e autoridade suficiente para contracenar com o aventureiro mais amado do cinema.

Vários atores veteranos foram considerados, mas muitos recusaram. A ideia de interpretar o pai de uma personagem tão emblemática era intimidante e, para alguns, uma possível ameaça à sua própria imagem. Hollywood nem sempre é amável com os atores a envelhecer, e interpretar o “pai” de uma figura como Indiana Jones parecia um risco.

Foi George Lucas quem sugeriu Sean Connery, e, embora Spielberg tenha hesitado inicialmente — poderia Connery, conhecido pelo charme e sofisticação de James Bond, convencer como um professor excêntrico e académico? —, a ideia rapidamente ganhou força. Connery era o ícone perfeito para se contrapor ao pragmático Indiana: um pai com a mente afiada e um humor peculiar, mas longe do típico herói de ação.

A difícil conquista de Sean Connery

Connery, na altura afastado dos grandes blockbusters, não se deixou convencer facilmente. O ator procurava projetos mais intimistas e menos comerciais. Mas foi o guião, com o seu equilíbrio entre humorprofundidade emocional e uma nova faceta heróica, que o cativou. O papel de Henry Jones Sr. era diferente: um herói intelectual, cujas armas eram a sabedoria e o código moral, em contraste com a ação física do filho. Além disso, Connery viu ali uma oportunidade para brincar com a sua própria imagem pública, reinventando-se numa personagem inesperada.

Connery trouxe contributos valiosos ao papel: a obsessão com o guarda-chuva e o diário, que serve tanto como ferramenta como símbolo da sua vida dedicada à pesquisa, foram toques pessoais que ajudaram a enriquecer a personagem.

A química perfeita com Harrison Ford

Um dos maiores trunfos de “Indiana Jones e a Última Cruzada” foi a química natural entre Connery e Ford. A dinâmica entre pai e filho é divertida, mas também carregada de emoção genuína, fruto da improvisação e dos instintos de Connery. Momentos icónicos, como a célebre frase “She talks in her sleep”, surgiram no momento, adicionando uma camada de humor que se tornou um dos pontos altos do filme.

Spielberg sabia que precisava de equilibrar os momentos de ação frenética com os momentos íntimos entre pai e filho, especialmente nas cenas que exploram a distância emocional entre os dois. O trabalho conjunto entre ConneryFord e Spielberg deu-nos uma das relações familiares mais memoráveis do cinema.

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O impacto e o legado de Sean Connery

Connery não só trouxe gravitas ao papel, como humanizou Indiana Jones. Pela primeira vez, vimos o herói aventureiro numa posição de vulnerabilidade, confrontado com o passado e com um pai que, apesar dos anos de distância, partilha com ele mais semelhanças do que imaginam. Connery não foi apenas um “sidekick” — ele teve o seu próprio arco narrativo, paralelo ao do filho, criando um equilíbrio que elevou o filme a algo mais profundo do que uma simples caça ao tesouro.

O papel de Henry Jones Sr. foi amplamente aclamado pela crítica e pelos fãs, sendo considerado um dos maiores destaques do filme. Spielberg não tem dúvidas sobre o impacto de Connery: “Sean fez de Henry Jones Sr. mais do que uma personagem, ele tornou-o inesquecível.”

Um sucesso intemporal

“Indiana Jones e a Última Cruzada” foi um enorme sucesso de bilheteira e crítica, consolidando-se como uma das melhores entradas da saga. O trabalho de Sean Connery tornou-se uma referência em interpretações secundárias que roubam o espetáculo. O ator, com a sua habitual elegância e humor, criou um dos pais mais emblemáticos da história do cinema.

A ideia de juntar James Bond e Indiana Jones parecia improvável, mas a decisão provou ser genialHenry Jones Sr. não só trouxe um novo lado à saga, como reforçou o legado de Sean Connery como um dos maiores nomes da sétima arte.

Fargo: O Clássico dos Irmãos Coen que Mistura Crime e Humor Negro

O filme “Fargo” (1996), dirigido pelos aclamados irmãos Joel e Ethan Coen, é um marco no cinema moderno, misturando habilmente crime, humor negro e uma análise fascinante das falhas humanas. Ambientado nos cenários gelados de Dakota do Norte e Minnesota, o filme explora os perigos da ganância e do desespero através de uma narrativa tão trágica quanto peculiar.

No centro da história está Jerry Lundegaard (interpretado por William H. Macy), um vendedor de carros cuja tentativa desesperada de melhorar a sua vida financeira o leva a planear um sequestro… que, previsivelmente, corre terrivelmente mal. O que começa como um esquema relativamente simples transforma-se num desastre completo, com violência, caos e consequências devastadoras para todos os envolvidos.

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Marge Gunderson: Uma Heroína Inesquecível

O coração do filme é a personagem Marge Gunderson, interpretada pela brilhante Frances McDormand, numa performance que lhe valeu o Óscar de Melhor Atriz. Marge é uma chefe de polícia grávida e de uma bondade contagiante, mas não se deixe enganar pela sua natureza amável: ela é perspicaz, determinada e mais do que capaz de enfrentar o pior que o mundo tem para oferecer.

A sua interação com os desajeitados criminosos interpretados por Steve Buscemi e Peter Stormare proporciona momentos de humor inesquecíveis, mesmo enquanto a narrativa mergulha em camadas de brutalidade. A personagem de Marge serve como um farol de moralidade e humanidade num mundo onde o absurdo reina.

Um Equilíbrio de Tons Magistral

O que torna “Fargo” uma obra-prima é o seu equilíbrio tonal, alternando entre a violência sombria e um humor peculiar e inesperado. A cinematografia de Roger Deakins capta magistralmente a vastidão desoladora do meio-oeste americano, amplificando a sensação de isolamento e, ao mesmo tempo, criando um cenário ideal para os momentos de comédia absurda.

Os diálogos afiados, a profundidade dos personagens e a capacidade dos irmãos Coen de expor a futilidade da ganância humana fazem deste filme muito mais do que um simples thriller. É uma sátira mordaz que, ao mesmo tempo, consegue oferecer momentos genuínos de empatia e reflexão.

Um Clássico Intemporal

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Com a sua combinação única de suspense, humor e crítica social, “Fargo” transcende géneros, permanecendo relevante e fascinante quase três décadas após o seu lançamento. Os seus personagens inesquecíveis, diálogos memoráveis e abordagem ousada à narrativa cinematográfica fazem dele um filme obrigatório para qualquer amante de cinema.

Se ainda não viu “Fargo”, está na hora de corrigir esse erro. Prepare-se para uma experiência cinematográfica que vai fazê-lo rir, refletir e, quem sabe, até arrepiar-se com o génio dos Coen.

Jack Lemmon e o Legado de Glengarry Glen Ross

Jack Lemmon, uma lenda de Hollywood, destacou-se ao longo de décadas como um dos atores mais versáteis e talentosos da indústria. Entre os seus inúmeros papéis memoráveis, Glengarry Glen Ross ocupa um lugar especial. O próprio Lemmon descreveu o filme como uma das experiências mais gratificantes da sua carreira, graças à profundidade do argumento e à complexidade dos seus personagens.

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O poder das palavras de Mamet

Realizado em 1992 por James Foley e baseado na peça de David Mamet, Glengarry Glen Ross é uma exploração visceral da pressão e desespero vividos por vendedores de imóveis. Lemmon interpretou Shelley Levene, um vendedor em declínio, lutando para se manter relevante num ambiente de trabalho implacável. O ator mergulhou profundamente no papel, equilibrando a fragilidade e a desesperança do personagem.

Em entrevistas, Lemmon enfatizou a genialidade do guião de Mamet, afirmando que a linguagem usada no filme, embora controversa, era uma representação autêntica do mundo que descrevia. “Não é apenas o uso de palavrões; é a maneira como essas pessoas realmente falam”, explicou.

Um marco na carreira e na história do cinema

A interpretação de Lemmon foi amplamente elogiada, destacando-se num elenco de estrelas que incluía Al Pacino, Kevin Spacey e Alec Baldwin. A sua atuação em Glengarry Glen Ross exemplifica o que Lemmon frequentemente defendia: a generosidade entre atores e a importância de um guião bem escrito.

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Além deste filme, Lemmon deixou um legado que transcende géneros, tornando-se o primeiro ator a vencer Óscares tanto como protagonista quanto como coadjuvante. O impacto de Glengarry Glen Ross é um testemunho do compromisso de Lemmon em elevar o cinema como arte, transformando mesmo os papéis mais difíceis em obras-primas emocionais.

Kurt Russell e Charles Bronson: Uma Amizade Inesperada Nascida em Hollywood

A magia do cinema não se limita ao ecrã; muitas vezes, as histórias mais emocionantes acontecem nos bastidores. Uma dessas histórias envolve duas lendas de Hollywood: o jovem Kurt Russell e o icónico Charles Bronson. O que começou como um gesto inocente acabou por se transformar numa amizade para toda a vida, revelando um lado profundamente humano de um dos maiores duros do cinema.

O Presente Inesperado

A história remonta a um dos primeiros papéis de Kurt Russell como ator infantil. Durante as gravações de um projeto em que trabalhava com Charles Bronson, Russell descobriu que era o aniversário do seu colega mais velho. Num gesto espontâneo de bondade, o jovem decidiu comprar-lhe um presente. No entanto, a reação inicial de Bronson foi tudo menos calorosa: recebeu o presente em silêncio, olhou para ele e saiu da sala sem proferir uma única palavra. Para o jovem Russell, a situação foi desconcertante e gerou um medo genuíno de ter, de alguma forma, ofendido o famoso ator.

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Pouco tempo depois, Russell foi chamado ao camarim de Bronson. O que se seguiu foi um momento de profunda revelação: Bronson, conhecido pelo seu semblante sério e papéis de homens implacáveis, admitiu, de cabeça baixa, que nunca antes na sua vida tinha recebido um presente de aniversário.

A Vida Difícil de Charles Bronson

A confissão de Bronson foi um reflexo da sua dura infância. Filho de imigrantes extremamente pobres e um de 15 irmãos, Bronson cresceu num ambiente marcado pela privação. Desde muito cedo, trabalhou nas minas de carvão, sacrificando a sua juventude para ajudar a sustentar a família. A sua educação foi interrompida e a sua vida foi pautada por trabalho árduo, escassas palavras amáveis e uma total ausência de gestos de carinho.

Aquele pequeno presente, oferecido por um jovem ator, representou para Bronson algo que lhe tinha sido negado ao longo da vida: um gesto simples, mas genuíno, de bondade e consideração.

A Recompensa da Amizade

A relação entre os dois atores não terminou com aquele momento emocional. Quando chegou o aniversário de Russell, Bronson retribuiu o gesto oferecendo-lhe um skateboard, algo que o jovem podia usar para se divertir nos intervalos das filmagens. Este intercâmbio de gestos de carinho foi o início de uma amizade improvável, mas sólida, entre dois homens de gerações e experiências de vida muito diferentes.

Com o passar dos anos, Bronson e Russell mantiveram-se próximos. O laço formado durante aqueles dias de filmagens permaneceu intacto, demonstrando que, mesmo nas vidas mais difíceis, a bondade e o afeto têm o poder de criar conexões duradouras.

Legado de Humanidade

Embora Charles Bronson seja recordado como um ícone dos filmes de ação e um símbolo de dureza, esta história revela um lado muito mais vulnerável e humano do ator. Por sua vez, Kurt Russell mostrou, mesmo em tenra idade, uma maturidade e empatia raras. O pequeno presente que ofereceu não foi apenas um gesto de cortesia, mas um ponto de viragem emocional para um homem que conheceu poucas gentilezas na vida.

Esta história é um lembrete de que, por detrás das luzes de Hollywood, existem seres humanos com histórias complexas e momentos que os definem. Às vezes, basta um pequeno gesto para transformar uma vida — ou para criar uma amizade para sempre.

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Winona Ryder Lamenta a Falta de Interesse dos Jovens Atores por Filmes Clássicos

Winona Ryder, uma das atrizes mais icónicas da sua geração, expressou recentemente a sua frustração com o desinteresse dos jovens atores pela história do cinema. Ryder, que começou a sua carreira aos 14 anos com o filme “Lucas” e se tornou uma estrela com obras como “Eduardo Mãos de Tesoura” e “As Mulherzinhas”, notou uma mudança preocupante na atitude dos jovens atores de hoje em dia.

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A Desilusão de uma Cinéfila Apaixonada

Durante uma entrevista recente ao Los Angeles Times, citada pela revista Variety, Ryder falou sobre o seu amor pelo cinema e como isso contrasta com a atitude de muitos dos seus colegas mais jovens. “Há alguns que simplesmente não estão interessados em filmes”, afirmou. “A primeira coisa que perguntam é: ‘Quanto tempo é que dura?'”. A atriz, que ganhou uma nova geração de fãs com a série “Stranger Things”, destacou que, apesar de haver jovens atores entusiasmados como Finn Wolfhard, que é obcecado por atores clássicos como Elliott Gould, há uma falta generalizada de curiosidade entre os mais novos.

A Relevância dos Clássicos

Ryder é conhecida por ser uma verdadeira cinéfila, algo que ficou evidente na sua recente visita ao arquivo da Criterion Collection, onde escolheu e discutiu os seus filmes favoritos. O vídeo da visita, que se tornou viral com mais de 14 milhões de visualizações, mostra o profundo conhecimento e paixão da atriz pela história do cinema. Este entusiasmo contrasta fortemente com a tendência atual de jovens atores que preferem produções modernas e rápidas, sem se envolverem nas obras que moldaram a sétima arte.

A falta de interesse pelos clássicos é vista por Ryder como uma oportunidade perdida para os atores jovens, que poderiam aprender muito ao estudar filmes antigos e os métodos de atuação que os definiram. “Não quero parecer tão desanimada, mas sinto que há uma falta de conexão com o passado”, explicou Ryder, sublinhando a importância de uma base sólida no cinema para qualquer ator que queira compreender profundamente a sua arte.

Reflexão sobre o Futuro do Cinema

A preocupação de Ryder reflete uma mudança mais ampla na indústria do entretenimento, onde o foco se deslocou para conteúdos de consumo rápido e menos desafiantes. O comentário de Millie Bobby Brown, também estrela de “Stranger Things”, sobre a sua falta de interesse em ver filmes inteiros, tornou-se viral, exemplificando esta tendência. “As pessoas vêm ter comigo e dizem: ‘Precisas mesmo de ver este filme, mudaria a tua vida’. E eu respondo: ‘Quanto tempo é terei que ficar ali sentada?’”, contou Brown.

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A observação de Ryder levanta uma questão importante sobre o futuro do cinema e a importância de preservar o legado dos clássicos. À medida que novas gerações de atores surgem, a conexão com a rica história da sétima arte pode se perder, a menos que haja um esforço consciente para educar e inspirar através do cinema clássico.

Conclusão

Winona Ryder continua a ser uma defensora apaixonada do cinema clássico e da importância de conhecer e respeitar a história da sua profissão. O seu desabafo revela uma preocupação válida sobre o futuro da indústria e a necessidade de manter viva a chama do amor pelo cinema em todas as suas formas. Enquanto algumas estrelas jovens mantêm o espírito cinéfilo vivo, Ryder espera que mais sigam o exemplo e se envolvam com o passado para enriquecer o futuro da arte cinematográfica.


“Taxi Driver”: O Anti-Herói Perturbador de Scorsese Inspirado na Vida Real de Paul Schrader

Taxi Driver” (1976) é um dos filmes mais icónicos de Martin Scorsese e apresenta um dos anti-heróis mais memoráveis da história do cinema: Travis Bickle. Interpretado por Robert De Niro, Bickle é um veterano da Guerra do Vietname que se afunda progressivamente em paranoia e solidão, navegando por uma sociedade que não compreende e que não o compreende. A personagem é perturbadora e magnética, provocando uma mistura de repulsa e fascínio enquanto o público tenta desvendar a sua verdadeira essência.

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O que muitos não sabem é que Travis Bickle foi, em grande parte, inspirado pela vida pessoal do próprio roteirista do filme, Paul Schrader. Na época em que Schrader escreveu o roteiro, a sua vida estava num verdadeiro caos. Ele havia sido despedido do American Film Institute, não tinha amigos, estava a passar por um divórcio e tinha sido rejeitado por uma namorada. Este período sombrio culminou num colapso nervoso.

Sem ter onde morar, Schrader instalou-se no apartamento da sua ex-namorada em Los Angeles enquanto ela estava fora da cidade. Isolado numa grande metrópole e vindo de uma região rural dos EUA, Schrader passou semanas sem falar com ninguém, vagueando pelas ruas da cidade, frequentando cinemas e desenvolvendo uma obsessão por arm@s. Naqueles dias solitários, ele trabalhava como entregador de uma rede de frango frito e passava os dias sozinho no seu carro. Foi então que uma ideia surgiu: “Eu poderia muito bem ser motorista de táxi”, refletiu Schrader. Esta ideia tornou-se o ponto de partida para o roteiro de “Taxi Driver”.

Uma Obra Inspirada na Vida Real

Embora o roteiro original de Schrader fosse ambientado em Los Angeles, ele decidiu mudar o cenário para Nova Iorque, onde a cultura dos motoristas de táxi era muito mais proeminente. Este detalhe ajudou a enriquecer a atmosfera do filme, alinhando-se com a vida tumultuosa de Travis Bickle, que se transformou numa versão ficcional da experiência de Schrader, uma vida marcada pela alienação e pelo desespero.

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Albert Brooks, que interpretou Tom, um “bom rapaz” no filme, contou uma história curiosa sobre Schrader durante a festa de encerramento do elenco. Segundo Brooks, Schrader aproximou-se dele e disse: “Quero agradecer-te. Esse (personagem) era o único do roteiro que eu não conhecia (da vida real).” Brooks respondeu com humor: “Esse é o cara que você não conhecia? Você conhecia todos os c@fetões e ass@ssinos, mas o cara que se levanta e vai trabalhar todos os dias – ele você não conhecia?”

O Legado de “Taxi Driver”

O sucesso de “Taxi Driver” deve-se, em grande parte, à sua capacidade de explorar a complexidade da mente humana e o impacto da guerra e da solidão na psique. O desempenho de Robert De Niro como Travis Bickle é considerado um dos melhores da sua carreira, capturando a essência de um homem perturbado e alienado que se sente desconectado da sociedade ao seu redor.

O filme continua a ser um estudo fascinante de personagem e um exemplo poderoso de como as experiências pessoais podem moldar uma narrativa cinematográfica. A profundidade emocional e a intensidade de “Taxi Driver” fazem dele uma obra-prima intemporal, que ainda hoje ressoa tanto com críticos como com o público

“To Catch a Thief” – A Elegância de Hitchcock na Riviera Francesa

“To Catch a Thief” (1955), realizado por Alfred Hitchcock e estrelado por Cary Grant e Grace Kelly, é uma obra-prima do cinema clássico que combina romance, suspense e o deslumbrante cenário da Riviera Francesa. Este filme não só marcou um ponto alto na carreira dos seus protagonistas, mas também se tornou um dos maiores sucessos da década.

Cary Grant tinha anunciado a sua retirada da representação em fevereiro de 1953, afirmando que, com a ascensão de atores do Método como Marlon Brando, o público já não tinha interesse em vê-lo. Grant também estava desapontado com a forma como Sir Charles Chaplin tinha sido tratado pelo HUAC. No entanto, foi persuadido a sair da reforma para fazer este filme, continuando a sua carreira por mais onze anos.

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Durante as filmagens na Riviera Francesa, Grace Kelly conheceu o Príncipe Rainier de Mônaco. Embora não tenha sido amor à primeira vista para Kelly, o príncipe iniciou uma longa correspondência que culminou no casamento deles em 1956. Kelly tornou-se então Princesa Grace de Mônaco e retirou-se da representação.

Sir Alfred Hitchcock fez o filme porque queria umas férias no sul de França. O filme foi rodado no verão de 1954, mas a sua estreia foi adiada porque os produtores acharam que a diferença de idade entre Cary Grant e Grace Kelly era demasiado grande para que o romance fosse credível. Ironicamente, quando lançado em 1955, o filme tornou-se imediatamente num dos maiores sucessos da década.

De todos os filmes que Hitchcock fez para a Paramount Pictures, “To Catch a Thief” foi o único cujos direitos o estúdio manteve. Todos os outros filmes, incluindo “Rear Window” (1954), “Vertigo” (1958) e “Psycho” (1960), foram vendidos de volta ao próprio diretor e, mais tarde, revendidos pela sua filha, Patricia Hitchcock O’Connell, à Universal em 1983, três anos após a sua morte.

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No filme, Jessie Royce Landis interpretou a potencial sogra de Cary Grant. Em “North by Northwest” (1959), ela interpretou a sua mãe. Na realidade, ela era menos de oito anos mais velha que Grant. Curiosamente, Grant só tem uma linha no início do filme, não falando a sua segunda linha até catorze minutos após o início. Grace Kelly não fala até quase 32 minutos no filme.

Existem duas referências à aversão de Hitchcock a gemas de ovo escorrendo: no início, quando a equipe da cozinha do restaurante – seus ex-colegas do crime e camaradas da resistência francesa – acreditam que Cary Grant é responsável pelos recentes roubos, alguém atira um ovo cru, que acerta no vidro e se espalha. Mais tarde, Jessie Royce Landis apaga um cigarro num ovo estrelado. Por outro lado, quando convida o agente de seguros (interpretado por John Williams) para almoçar, ele serve uma quiche Lorraine.

“To Catch a Thief” foi filmado principalmente nos estúdios da Paramount, em Hollywood, Califórnia, e em locações nos Alpes Marítimos do sudeste da França, na costa do Mediterrâneo. Incluiu os resorts de Cannes, Nice, Villefranche-sur-Mer e Saint-Jeannet. Uma coincidência humorística pode ser encontrada na cena no autocarro, onde Robie olha para a direita e vê uma gaiola cheia de pássaros no assento ao lado, e depois olha para o outro lado e vê Sir Alfred Hitchcock sentado à sua esquerda. Oito anos depois, Hitchcock lançou “The Birds” (1963).

O filme teve críticas mistas dos críticos, com alguns a desfrutar de Grant e Kelly nos papéis principais, assim como do cenário da Riviera Francesa, enquanto outros expressaram desilusão pela falta de suspense em comparação com filmes anteriores de Hitchcock. Grace Kelly fez três dos seus onze filmes com Hitchcock, sendo os outros “Dial M for Murder” (1954) e “Rear Window” (1954).

No Rotten Tomatoes, o filme tem uma classificação de aprovação de 92% baseada em críticas de 53 críticos, com uma classificação média de 7.9/10, e o consenso crítico lê-se: “Pode ocasionalmente ser culpado de se apoiar apenas no charme puro, mas ‘To Catch a Thief’ tem isso de sobra – assim como um par de estrelas perfeitamente combinadas em Cary Grant e Grace Kelly.”