“O Professor de Inglês” chega esta semana a Portugal — e pode emocionar-te mais do que imaginas

Uma amizade improvável e inspiradora está prestes a chegar às salas de cinema portuguesas: o filme The Penguin Lessons — traduzido para português como O Professor de Inglês — estreia no próximo dia 4 de dezembro e traz consigo uma história real, comovente e cheia de esperança.  

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🐧 De professor desiludido a amigo improvável

A história centra-se em Tom Michell, um professor britânico que, nos anos 70, aceita leccionar numa escola para rapazes em Buenos Aires. Desiludido, indiferente e nada preparado para os desafios que encontra — turmas difíceis, ambiente de tensão política e uma sociedade em crise —, Tom pensa que vai passar por ali sem grande impacto. Mas tudo muda quando, numa viagem ao Uruguai, resgata um pinguim coberto de óleo, à beira da morte.  

Decidido a salvar o animal, Tom acaba por trazê-lo consigo para a escola, onde o pinguim — baptizado de Juan Salvador — começa, aos poucos e com gestos simples, a transformar a realidade de todos à sua volta. Estudantes que perdiam o interesse nas aulas voltam a prestar atenção, o corpo docente redescobre empatia e o próprio Tom reencontra sentido de vida. Numa Argentina mergulhada em caos e injustiças, surge uma lufada de humanidade através de olhares, peixes e barbatanas.  

Entre o drama político e o calor da esperança

O filme não evita o contexto histórico turbulento: 1976 era um dos períodos mais sombrios da Argentina, com uma ditadura militar a pairar e o medo a condicionar vidas. Esse pano de fundo dá peso à narrativa — a amizade entre homem e animal torna-se um acto de resistência, de coragem silenciosa e de humanidade partilhada.  

Mas longe de se tornar um drama sombrio, “O Professor de Inglês” encontra equilíbrio entre a brutalidade dos tempos e a ternura de um pinguim que, sem palavras, ensina o valor da compaixão, da amizade e da esperança. A presença deste pequeno ser no grande ecrã transforma-se num símbolo poderoso de resistência emocional e colectiva — algo que talvez seja mais necessário do que nunca.

Direção e elenco: mãos seguras e corações abertos

Sob a direcção de Peter Cattaneo — conhecido nome do cinema britânico — e com argumento adaptado do livro homónimo de Tom Michell, o filme conta com performances marcantes de Steve Coogan e Jonathan Pryce, entre outros. A interpretação, sobretudo de Coogan, equilibra o ceticismo inicial com uma transformação comovente, e transforma o pinguim Juan Salvador numa das personagens mais cativantes da tela.  

A forma como o filme mistura humor subtil, drama humano e contexto histórico revela uma abordagem sensível e madura — uma prova de que, por vezes, os filmes mais simples e humanos são os que mais tocam o coração.

Por que vale a pena ver “O Professor de Inglês”

Este filme não é uma fábula ingénua sobre animais fofinhos — é uma história de redenção, resiliência e solidariedade, ambientada num momento delicado da história da Argentina. E é também um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, gestos aparentemente pequenos podem redesenhar vidas.

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Se procuras um filme que combine emoção e reflexão, com personagens reais (mesmo que algumas delas tenham barbatanas), “O Professor de Inglês” parece feito à medida. Uma prova de que a empatia não tem fronteiras — nem espécies.

O Filme Que Está a Dividir Críticos: A Estranha Odisseia de Hamnet

Quando Shakespeare Inspira um Drama Fantástico… e Umas Quantas Gripezinhas Criativas

Hamnet chega envolto numa onda de entusiasmo que quase parece maior do que o próprio filme. Depois de conquistar o People’s Choice Award no Festival de Toronto — um prémio que, curiosamente, tem o dom quase místico de irritar sempre os mesmos críticos — o novo trabalho de Chloé Zhao aterra nas salas com a confiança própria de quem já foi proclamado “o melhor filme de sempre” numa citação publicitária tão hiperbolizada que nem o site que a supostamente escreveu parece saber onde ela está. Convenhamos: é um começo… peculiar.

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Adaptado do romance de Maggie O’Farrell, Hamnet reinventa a história por detrás da criação de Hamlet, imaginando um Shakespeare em modo devaneio espiritual, a transformar a morte real do filho de onze anos numa catarse literária. O problema é que, segundo o texto original que inspirou este artigo, esta transformação cinematográfica não só exige um salto de fé, como um salto ornamental completo — daqueles dignos de competição olímpica.

Zhao anuncia desde o primeiro plano que não está interessada no rigor histórico. Jessie Buckley surge enrolada no chão da floresta, vestida de vermelho vivo, quase como uma divindade pagã caída num postal ilustrado de Terrence Malick. A sua Agnes (o nome pelo qual Anne Hathaway, mulher de Shakespeare, é aqui chamada) é apresentada como uma espécie de criatura mística que conversa com aves de rapina, tem poderes telúricos e transforma um parto numa cheia bíblica. Buckley, sempre impecável, tenta dar humanidade a esta figura mitológica, mas nem o seu talento evita que a personagem oscile entre o excêntrico e o involuntariamente cómico.

Depois temos Shakespeare, interpretado por Paul Mescal num registo tão trapalhão e desarticulado que o espectador fica a pensar se a ausência de eloquência será uma piada interna. A decisão artística é ousada, sem dúvida, mas acaba por ser estranha numa narrativa que gira à volta de um dos maiores escritores da História. Mescal — brilhante em Aftersun — vê-se aqui preso a um papel que insiste em transformá-lo num bobalhão melancólico perseguido por ravinas simbólicas que gritam “DESTINO TRÁGICO” com letras gigantes.

Quando chega a morte da criança, Zhao puxa do manual de melodrama com tanta intensidade que qualquer comparação com E.T. passa a parecer elogio moderado. A encenação do sacrifício do pequeno Hamnet, que supostamente “engana” a doença para salvar a irmã, estica o conceito de realismo mágico para lá da elasticidade possível. Buckley entrega uma performance visceral, repleta de gritos, lágrimas e toda a carga emocional possível, mas o filme parece mais interessado em provocar soluços do que em explorar a dor com subtileza.

O luto dá depois lugar ao ressentimento: Agnes transforma Shakespeare no saco de pancada emocional da casa, acusando-o de estar ausente em Londres, ocupado a escrever algumas das maiores obras da literatura, enquanto devia… assistir à tragédia em directo. A tensão culmina numa cena no Globe Theatre que desafia qualquer lógica histórica e que apresenta Agnes como alguém que, ao ver uma peça pela primeira vez, encontra redenção espiritual no exacto momento em que o argumento o exige.

O texto fornecido afirma ainda que Hamnet adopta uma visão quase simplista do processo criativo, atribuindo a génese de Hamlet a um momento de dor tão imediato que ignora completamente o trabalho, reescrita e complexidade inerentes à criação artística. Shakespeare, tal como aqui apresentado, praticamente tropeça no famoso “Ser ou não ser” entre um abismo e outro, como se as palavras lhe caíssem do céu. É um retrato algo redutor, por mais poético que Zhao o tente tornar.

Também há ecos de Nomadland, com os mesmos enquadramentos poético-rústicos ao pôr-do-sol e um uso intensivo da música de Max Richter — incluindo “On the Nature of Daylight”, peça recorrente em tantas produções que já rivaliza com “Carmina Burana” na categoria “banda sonora incontornável, mas desgastada”.

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No fim, Hamnet pode ser visto como uma tentativa ambiciosa de transformar Shakespeare em mito e dor em fantasia. Mas, segundo a crítica que esteve na base deste texto, é uma obra que procura lágrimas antes de procurar verdade, preferindo adornar a emoção em vez de a explorar. O resultado é um filme que divide, que provoca reacções fortes — nem sempre pelas razões pretendidas — e que deixa no ar uma pergunta: será este épico emocional um poema visual ou apenas um truque dramático à procura de prémios?

“Avatar: Fire and Ash” — James Cameron Revela Porque Mudou o Narrador do Novo Capítulo da Saga

Lo’ak assume o centro da história no terceiro filme, e Cameron explica a escolha enquanto o elenco partilha reacções e pistas sobre o que está para vir em Pandora.

Com estreia marcada para 19 de Dezembro de 2025Avatar: Fire and Ash prepara-se para voltar a dominar conversas, bilheteiras e discussões cinéfilas — afinal, estamos a falar de uma das poucas sagas modernas capazes de ultrapassar, por duas vezes, a marca dos 2 mil milhões de dólares. O mundo quer regressar a Pandora. E James Cameron sabe exactamente como puxar esse tapete debaixo dos nossos pés.

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Numa conversa com a Fandango, Cameron e o elenco — Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Oona Chaplin, Jack Champion, Trinity Jo-Li Bliss e Bailey Bass — revelaram novos detalhes sobre a terceira parte da história. E a revelação mais significativa veio do próprio realizador: o narrador mudou.

Lo’ak, o filho que herda a história

Os dois primeiros filmes foram narrados por Jake Sully, cuja transição de humano para Na’vi e posterior integração no clã Omaticaya deram forma às bases dramáticas da saga. Mas em Fire and Ash, a voz muda para Lo’ak, interpretado por Britain Dalton.

Porquê essa mudança?

Cameron explicou que a história da família Sully entrou numa nova fase — e que, para a acompanhar, era preciso uma nova perspectiva. Lo’ak, que no segundo filme já começara a destacar-se como uma figura complexa, emotiva e rebelde, é agora o ponto de vista que nos liga ao conflito crescente em Pandora. Segundo Cameron, a narrativa precisava de um olhar mais jovem, mais turbulento e mais intimamente ligado à nova geração de Na’vi.

Não se trata apenas de mudar o narrador, mas de mudar o coração emocional do filme.

O elenco confirma: este é o capítulo mais emotivo até agora

Durante a entrevista, vários actores admitiram ter ficado impressionados — e até surpreendidos — quando viram pela primeira vez imagens de Fire and Ash em montagem.

Zoe Saldaña descreveu a evolução de Neytiri como “dolorosa e poderosa”, enquanto Sam Worthington reforçou que Jake vive agora num conflito interno muito mais intenso, dividido entre proteger a família e assumir o papel de líder num mundo que volta a aproximar-se da guerra.

Sigourney Weaver, Oona Chaplin e Stephen Lang também revelaram que os seus personagens têm trajectos inesperados neste capítulo, com particular destaque para Chaplin — cuja personagem promete ser uma das peças mais enigmáticas e decisivas desta fase intermédia da saga.

Novas tribos, novos conflitos e um planeta cada vez mais vivo

Sem entrar em spoilers, o elenco confirmou que Fire and Ash introduz novos Na’vi, novas regiões de Pandora e uma expansão cultural significativa. Cameron, fiel à tradição, parece ter subido a parada visual: há novas criaturas, ecossistemas mais extremos e cenários que, segundo Dalton, “parecem impossíveis até serem vistos no ecrã”.

A presença de Lo’ak como narrador aponta para um foco maior na geração que, em última análise, herdará Pandora — e que será inevitavelmente moldada pelas guerras, alianças e perdas deixadas pelos pais.

Um passo natural rumo ao futuro da saga

A mudança de narrador também indica que Cameron está a preparar terreno para os capítulos seguintes. A saga Avatar foi sempre pensada como uma história em expansão, e Lo’ak posiciona-se como a personagem capaz de garantir continuidade emocional entre filmes, mantendo o público ligado ao que vem depois de Fire and Ash.

James Cameron já provou que pensa estas narrativas como se fossem organismos vivos — crescem, adaptam-se e empurram o espectador para lugares onde ele ainda não sabe que quer ir. Com Lo’ak no comando da história, Avatar volta a mudar de pele.

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Conclusão: o próximo grande marco de Pandora está a aproximar-se

Com a promessa de novos conflitos, tensões familiares mais profundas e uma mudança radical no ponto de vista, Avatar: Fire and Ash prepara-se para ser um dos momentos cinematográficos mais importantes de 2025.

Cameron não está apenas a continuar a saga — está a reposicioná-la para uma nova era.

E, como sempre, ninguém faz isto como ele.

Michelle Pfeiffer Traz Espírito Natalício e Rebeldia em “Oh. What. Fun.” — A Nova Comédia Festiva da Prime Video

A eterna estrela de Hollywood lidera um elenco de luxo numa história sobre o cansaço das mães no Natal — e a deliciosa liberdade de simplesmente… desaparecer.

Preparem-se para rir, identificar-se e talvez soltar uma lágrima: Michelle Pfeiffer está de volta em grande forma na nova comédia natalícia da Prime Video, intitulada Oh. What. Fun.. O filme, realizado por Michael Showalter (The Big SickThe Eyes of Tammy Faye), promete ser o retrato hilariante — e surpreendentemente honesto — do que acontece quando a “mãe perfeita” decide tirar férias do caos natalício.

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Com estreia marcada para 3 de dezembro, a produção reúne um elenco impressionanteChloë Grace MoretzDanielle BrooksDenis LearyDominic SessaHavana Rose LiuMaude ApatowEva LongoriaJason SchwartzmanDevery Jacobs e Joan Chen.

Quando a supermãe diz “basta” 🎄

Pfeiffer interpreta Claire Clauster, a matriarca de uma família numerosa que, ano após ano, transforma o Natal num verdadeiro espetáculo de organização e perfeição. Das bolachas decoradas à mão às pilhas de presentes impecavelmente embrulhados, Claire é o coração e a alma das festividades — até que, um dia, ninguém repara que ela desapareceu.

O enredo dá uma reviravolta deliciosa quando, esgotada e esquecida, Claire decide fugir da rotina familiar e embarcar numa aventura natalícia só sua — sem filhos, sem listas de tarefas e, sobretudo, sem espírito de sacrifício. Enquanto a família entra em pânico e tenta encontrá-la, Claire redescobre a alegria de viver… e o verdadeiro significado do Natal, longe da exaustão e da obrigação.

Uma sátira doce sobre o Natal moderno

A história, coescrita por Showalter e Chandler Baker, mistura humor, ternura e crítica social num tom que lembra clássicos como A Christmas Story e Bad Moms. Tal como Ralphie dizia que a mãe “não tem uma refeição quente há quinze anos”, Oh. What. Fun. questiona quem é que realmente faz a magia natalícia — e porque é que o Pai Natal recebe todo o crédito.

A julgar pelo trailer, o filme oferece uma boa dose de comédia de costumes, com diálogos espirituosos, ritmo acelerado e momentos de puro caos familiar. Pfeiffer — numa performance carismática e irónica — assume o centro da ação, mostrando o que acontece quando a mulher que sempre cuidou de todos decide, pela primeira vez, cuidar de si.

Michelle Pfeiffer em modo “grinch libertador”

A atriz, que nos últimos anos tem alternado entre dramas e papéis secundários, parece divertir-se imenso neste regresso à comédia. A crítica já aponta Oh. What. Fun. como uma das apostas mais promissoras da temporada de Natal, pela sua combinação de humor afiado, energia familiar e uma mensagem reconfortante sobre amor-próprio e equilíbrio.

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No papel de Claire, Pfeiffer transita entre o riso e a ternura com a elegância que a tornou uma das intérpretes mais queridas de Hollywood — e o resultado promete aquecer corações (e provocar gargalhadas) em igual medida.

Onde e quando ver

Oh. What. Fun. estreia a 3 de dezembro de 2025 na Prime Video, em todo o mundo, e deverá tornar-se uma das grandes escolhas para a maratona natalícia deste ano.

Se há lição que este filme nos deixa é simples: o Natal não acontece por magia — acontece porque há sempre uma mãe a garantir que tudo corre bem.

“After the Hunt”: o filme que 2025 precisava — e que não tem medo de mexer nas feridas

Julia Roberts, Ayo Edebiri e Andrew Garfield num duelo moral incendiário — e um argumento de estreia que já está a dividir plateias 🔥

“After the Hunt” chega envolto em polémica, debates acesos e clips virais — exactamente como um filme adulto, sobre o mundo real, deve chegar. Estreado em Veneza e apresentado depois no New York Film Festival, o novo trabalho de Luca Guadagnino junta Julia Roberts (Alma), Andrew Garfield (Hank) e Ayo Edebiri (uma aluna-protegida que desencadeia o drama) para desmontar, com bisturi e sem anestesia, um caso de alegada agressão sexual num campus da Ivy League. A partir daqui, nada é simples: a justiça parece binária, as pessoas não.

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O “filme-conversa” que ferve por dentro

Escrito pela estreante Nora Garrett, o argumento recusa a cartilha do preto-no-branco. Em vez de discursos programáticos, há conversas, contradições e dilemas: ambição académica, culpa, memória, auto-preservação. Guadagnino filma isto como um thriller de ideias — câmara próxima, silêncios a arder, olhares que dizem mais do que páginas de diálogo — e dá aos actores espaço para respirarem (e para nos tirarem o ar).

Alma, Hank, Maggie: três verdades, um abismo

  • Alma (Roberts) é uma académica que viveu “da cabeça para cima”: metódica, controladora, ferozmente ambiciosa. A crise testa não só a sua ética, mas a identidade que construiu para chegar “lá acima”.
  • Hank (Garfield) é o colega-referência, ora mentor, ora espelho estilhaçado. O filme obriga-nos a confrontar a distância entre a imagem pública e o íntimo.
  • A jovem protegida (Edebiri) surge como epicentro de uma história onde acreditar ou duvidar tem consequências — pessoais, profissionais, políticas.

Nada aqui se resolve com uma frase feita ou com um tweet. Garrett insiste na zona cinzenta onde vivemos: pessoas boas que falham, pessoas falíveis que, ainda assim, merecem ser ouvidas.

O viral que o filme já previa

O momento que incendiou as redes — a entrevista em Veneza onde uma pergunta sobre “pós-#MeToo” e “pós-BLM” saiu torta — tornou-se um espelho meta do próprio filme: quem tem voz, quem a usa, quem a interpreta e quem a contesta. A reacção em cadeia online confirmou a tese de Garrett: vivemos tempos de flattening, em que opiniões são achatadas à sua leitura mais extrema. “After the Hunt” empurra no sentido contrário.

Garrett, a “má feminista”? Nem pensar.

A argumentista tem ouvido de tudo — inclusive rótulos fáceis — e responde com aquilo que o seu texto pratica: nuance. A sua Alma não é bandeira, é personagem. A dúvida que sobrevoa partes da narrativa não é um jogo cínico: é um convite a pensarmos como julgamos, com que provascom que pressa. E o cinema, lembra o filme, não existe para nos dar folhas de cálculo moral, mas para nos deixar a pensar a caminho de casa.

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Guadagnino em modo lâmina

Sem listas de planos e sem medo do risco, Guadagnino assina um filme de gestos: um olhar que vacila, um aperto de mão que não acontece, uma nota de 20 dólares pousada na mesa que resume — sem explicar — poder e transacção. É esse realismo nervoso que torna “After the Hunt” desconfortável e, por isso mesmo, necessário.

Vale a pena?

Se procuras respostas fechadas, este não é o filme. Se queres um cinema que mexeprovoca e obriga a pensar antes de “tomar partido”, então “After the Hunt” é, muito provavelmente, o título mais provocador de 2025. E com performances que vão dar que falar — Roberts em modo lâmina fria, Garfield num equilíbrio perigoso e Edebiri a provar que a sua intensidade não é só televisiva.

Sem spoilers, mas com aviso

Não esperes absolvições fáceis nem vilões de desenho animado. O último acto não fecha portas — abre fissuras. É aí, nesse desconforto, que o filme encontra a sua força.

Steven Spielberg Surpreende na Estreia de Hamnet e Elogia Chloé Zhao: “Ela Está Ligada ao Batimento Sísmico da Terra” 🌍🎬

O lendário realizador apareceu de surpresa no Festival de Londres e emocionou o público com palavras de admiração pela cineasta de Nomadland

O público presente na estreia europeia de Hamnet, o novo filme de Chloé Zhao, não estava preparado para isto: Steven Spielberg subiu inesperadamente ao palco do Royal Festival Hall, em Londres, para prestar uma homenagem sentida à realizadora. O momento arrancou aplausos entusiasmados e deu o tom emocional de uma noite já especial para o cinema.

Spielberg, que é produtor do filme, descreveu Hamnet como “uma poderosa história de amor e perda que inspirou a criação da obra-prima intemporal de Shakespeare, Hamlet”. No filme, Paul Mescal interpreta William Shakespeare e Jessie Buckley dá vida à sua esposa, Agnes, numa narrativa que mistura dor, inspiração e o poder da arte para transformar o sofrimento em eternidade.

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“Chloé Zhao está ligada ao coração da Terra”

O realizador de E.T.A Lista de Schindler e Os Fabelmans começou por recordar o momento em que conheceu Zhao, em 2022, num jantar para realizadores nomeados aos Óscares, logo após a vitória dela com Nomadland.

“Tornámo-nos amigos, e passámos a almoçar juntos na Amblin. Fico sempre maravilhado com ela”, contou Spielberg. “Acredito que a Terra tem um batimento cardíaco — um ciclo sísmico constante, 24 horas por dia — e que todos estamos ligados a esse batimento. Mas a Chloé está ligada a ele de uma forma profunda, porque é daí que vem a sua arte.”

Com a eloquência de quem reconhece um talento raro, Spielberg acrescentou:

“É isso que ela leva para o set todos os dias, é o que partilha com os atores. Quando virem Hamnet, vão sentir o batimento sísmico da Terra — por causa de Chloé Zhao.”

Paul Mescal chama-lhe “uma das grandes bruxas do nosso tempo”

O protagonista Paul Mescal, que dá corpo ao jovem Shakespeare, também não poupou elogios à realizadora, descrevendo-a como “uma das grandes bruxas do nosso tempo”. O ator explicou que o ambiente criado por Zhao durante as filmagens foi “mágico” e “um dos principais motivos pelos quais o público está a reagir tão fortemente ao filme”.

A sua parceira em cena, Jessie Buckley, emocionou-se visivelmente durante a apresentação, tal como a própria Zhao, que confessou sentir uma “imensa gratidão” por finalmente poder mostrar o filme na terra onde ele nasceu — literalmente.

“Trouxemos Hamnet para casa”

Chloé Zhao, visivelmente comovida, dirigiu-se ao público com uma humildade que já se tornou a sua marca:

“Sinto uma enorme gratidão, porque hoje trouxemos Hamnet para casa. Fazer este filme nesta ilha e com esta comunidade deu-me um profundo sentimento de pertença e segurança que nunca tinha experimentado. Ajudou-me a ultrapassar um período muito difícil da minha vida.”

Antes da projeção, a realizadora conduziu a plateia num breve exercício de respiração, pedindo que “todas as emoções fossem bem-vindas” durante o visionamento do filme — um gesto simples, mas profundamente simbólico do tipo de cinema espiritual e humano que Zhao continua a cultivar.

Um dos grandes candidatos à temporada de prémios

Depois de vencer o People’s Choice Award em Toronto, Hamnet chega agora à Europa com estatuto de favorito aos Óscares 2025. O filme terá estreia limitada nos EUA e Canadá a 27 de novembro, pela Focus Features, e chega ao Reino Unido a 9 de janeiro, através da Universal Pictures.

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Com a bênção de Spielberg e a assinatura sensível de Zhao, Hamnet promete ser muito mais do que um drama histórico — é uma experiência emocional, quase espiritual, sobre amor, perda e a pulsação invisível que nos liga a todos.

Hamnet”: O Filme Que Está a Partir Corações e a Rumo aos Óscares 💔🎭

Chloé Zhao regressa com Paul Mescal e Jessie Buckley num drama sobre Shakespeare, a perda e o poder do amor que sobrevive à morte

Prepare os lenços: o novo filme de Chloé Zhao, Hamnet, está a ser descrito como “o melhor filme do ano” — e o trailer agora divulgado confirma que vem aí uma verdadeira torrente de emoções. Depois de conquistar o público com Nomadland (que lhe valeu o Óscar de Melhor Realização), Zhao volta a mergulhar na dor humana com uma história de amor, perda e inspiração, centrada na figura do filho de William Shakespeare.

Antes de Hamlet, houve Hamnet

Baseado no romance homónimo de Maggie O’Farrell, Hamnet leva-nos à Inglaterra do século XVI, onde William Shakespeare (Paul Mescal) ainda luta por afirmar-se enquanto dramaturgo. Quando o seu filho Hamnet morre aos 11 anos, a tragédia transforma-se num ponto de viragem na vida do autor — um trauma que muitos acreditam ter dado origem à escrita de Hamlet, uma das maiores obras da literatura mundial.

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Mas a verdadeira alma do filme é Agnes (interpretada por Jessie Buckley), a esposa de Shakespeare, retratada como uma mulher intuitiva, ligada à natureza e consumida pelo luto. A relação entre ambos, filmada com a sensibilidade que Zhao já nos habituou, promete ser o coração emocional da narrativa.

Uma dor que ilumina

Apontado como um dos grandes candidatos à temporada de prémios, Hamnet já conquistou o People’s Choice Award no Festival de Toronto — distinção que, nos últimos anos, antecipou vários vencedores do Óscar de Melhor Filme. A estreia mundial deu-se em Telluride, onde foi recebido com aplausos de pé e críticas entusiasmadas.

A fotografia de Łukasz Żal (IdaCold War) envolve o filme numa aura etérea: campos verdejantes do País de Gales banhados por luz dourada, contrastando com o peso da dor e a serenidade de quem aprende a aceitar a perda.

Paul Mescal e Jessie Buckley: química e devastação

Depois de Aftersun, Paul Mescal confirma-se como um dos atores mais intensos da sua geração. Aqui, o seu Shakespeare é um homem dividido entre o génio criativo e a culpa pela ausência. Jessie Buckley, por sua vez, oferece uma performance descrita pela crítica como “mística e arrebatadora”, tornando Agnes numa das personagens femininas mais comoventes do cinema recente.

O cinema como elegia

Com argumento coescrito por Zhao e Maggie O’Farrell, Hamnet promete uma reflexão profunda sobre o amor, a morte e a arte como forma de eternizar a dor. Não é apenas um filme sobre Shakespeare — é sobre o que nos resta quando perdemos tudo.

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E se o trailer é alguma indicação, prepare-se: Hamnet não será apenas um dos filmes mais belos do ano — será também um dos mais tristes.

Jennifer Lopez Brilha em Nova Iorque com os Filhos de 17 Anos na Ante-Estreia de Kiss of the Spider Woman 🕷️✨

A cantora e atriz celebrou o novo filme lado a lado com os gémeos Emme e Max — e até posou com Ben Affleck

Jennifer Lopez está a viver uma nova fase — no cinema, na vida pessoal e como mãe orgulhosa. A estrela de 56 anos desfilou esta segunda-feira, 6 de outubro, na ante-estreia nova-iorquina do seu novo filme, Kiss of the Spider Woman, acompanhada pelos seus filhos gémeos Maximilian “Max” David e Emme Maribel Muñiz, ambos de 17 anos.

Os jovens, fruto do casamento anterior da artista com Marc Anthony, foram o centro das atenções ao lado da mãe, que protagoniza o musical dramático e que, curiosamente, tem Ben Affleck — o seu ex-marido — como produtor executivo do projeto através da produtora Artist Equity, fundada por Affleck e Matt Damon.

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🕸️ Um vestido inspirado na “Mulher-Aranha”

No tapete vermelho, Lopez deslumbrou com um vestido justo em tons de castanho e taupe, assinado por Harris Reed, com um corpete negro estruturado em forma de teia de aranha, perfeitamente alinhado com o tema do filme. O cabelo, loiro-escuro, foi apanhado num penteado clássico com algumas madeixas soltas a emoldurar o rosto.

Max e Emme optaram por um visual coordenado, combinando vermelho-escuro, preto e bege. Max usou calças largas e um casaco descontraído, enquanto Emme preferiu um blazer estruturado, refletindo o estilo individual de cada um — e confirmando o sentido de moda herdado da mãe.

💞 Reencontro amigável com Ben Affleck

Num momento que captou todas as objetivas, Lopez e Affleck voltaram a posar juntos, exibindo sorrisos cúmplices. Os dois, que se casaram em 2022 e se divorciaram oficialmente em janeiro deste ano, mostraram que continuam em bons termos profissionais e pessoais — uma imagem de maturidade e respeito que contrastou com os rumores de tensão que marcaram o fim do casamento.

🎬 Uma carreira em reinvenção

Em Kiss of the Spider Woman, Lopez interpreta Ingrid Luna, uma atriz dentro do próprio filme — um papel que mistura glamour, dor e libertação. A produção, realizada por Bill Condon, é uma adaptação do musical da Broadway e conta também com Diego Luna e Tonatiuh no elenco.

O filme, com estreia marcada para 10 de outubro, promete mostrar um lado mais teatral e intenso da artista, num registo diferente das suas recentes incursões na música pop e nas comédias românticas.

👩‍👧‍👦 “Eles estão a crescer tão depressa”

Durante a manhã do mesmo dia, Lopez esteve no programa Live with Kelly and Mark, onde falou sobre a experiência de ver os filhos crescerem e prepararem-se para a universidade.

“Estamos a visitar faculdades hoje, entre entrevistas e a estreia. Está a acontecer — eles estão a ir, e é uma loucura”, confessou.

Apesar de admitir que essa nova etapa será “uma aventura entusiasmante”, a artista revelou também um lado mais emocional:

“Penso: ‘Oh não, vou ficar sozinha…’.”

Numa entrevista anterior, Lopez já tinha descrito os anos da adolescência como “desafiantes”:

“Durante muito tempo eles são os teus melhores amigos, e de repente é só: ‘Sai do meu quarto’.”

Mas, como sempre, o orgulho de mãe fala mais alto:

“É amor incondicional. Desde o primeiro momento em que os vi, soube que eram especiais. Mal posso esperar para ver o que vão fazer com as suas vidas.”

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Kiss of the Spider Woman estreia nos cinemas a 10 de outubro

Uma história sobre paixão, liberdade e identidade — e mais um capítulo na longa e fascinante carreira de Jennifer Lopez.

Marty Supreme: Timothée Chalamet Brilha no Novo Filme de Josh Safdie — e as Primeiras Reações Já o Colocam no Pódio 🏓✨

A surpresa do Festival de Nova Iorque deixou o público em êxtase: o “pingue-pongue existencial” de Safdie é a nova obsessão da A24

Sem aviso prévio, o novo filme de Josh SafdieMarty Supreme, estreou esta segunda-feira no Festival de Cinema de Nova Iorque — e as redes sociais explodiram logo após a sessão surpresa. A produção, que chega oficialmente aos cinemas no dia 25 de Dezembro, é descrita como uma comédia dramática desportiva ambientada na Nova Iorque dos anos 50 e promete ser um dos títulos mais ousados da A24 até à data.

No papel principal, Timothée Chalamet interpreta Marty Mauser, um jogador de ténis de mesa desacreditado que tenta recuperar a dignidade e alcançar a grandeza num mundo que o trata como piada. A acompanhar o ator estão Gwyneth PaltrowOdessa A’zionKevin O’LearyTyler Okonma (também conhecido como Tyler, The Creator), Abel Ferrara e Fran Drescher — um elenco que, por si só, já levanta o nível de curiosidade.

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Uma aposta milionária e o regresso de Josh Safdie em carreira solo 🎥

Marty Supreme representa não apenas o primeiro projeto a solo de Josh Safdie desde The Pleasure of Being Robbed(2008), mas também a produção mais cara da história da A24, com um orçamento estimado em 70 milhões de dólares.

O realizador — que até então assinava os filmes em conjunto com o irmão Benny (Good TimeUncut Gems) — estreia-se aqui como autor isolado, embora o nome da família Safdie continue em alta: o seu irmão apresentou este ano The Smashing Machine, com Dwayne Johnson, no Festival de Veneza, onde arrecadou uma ovação de 15 minutos.

As primeiras reações: um triunfo emocional e estético 🎬

Ainda sem críticas oficiais, os primeiros comentários online descrevem Marty Supreme como uma mistura entre RockyUncut Gems e Punch-Drunk Love.

Alguns jornalistas presentes na exibição destacaram a intensidade da interpretação de Chalamet, o tom melancólico do argumento e a estética saturada que captura a Nova Iorque de meados do século XX “com o caos e a poesia habituais do cinema de Safdie”.

Outros elogiaram o equilíbrio improvável entre humor, desespero e transcendência, e apontaram o filme como “um estudo de personagem camuflado de comédia desportiva”, que prova que Safdie é tão bom sozinho como em dupla.

“É um pingue-pongue existencial”, escreveu um crítico norte-americano no X. “Safdie transforma uma partida de ténis de mesa num duelo de almas. Chalamet está em modo total Uncut Gems: frágil, desesperado e brilhante.”

Natal com sabor a A24 🎄

Com a estreia marcada para o Dia de NatalMarty Supreme chega como o trunfo de final de ano da A24, um estúdio que já fez da imprevisibilidade a sua marca registada.

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Se as primeiras reações servirem de barómetro, Josh Safdie acaba de provar que o seu talento sobrevive perfeitamente à separação criativa do irmão — e que Timothée Chalamet continua a ser o rosto mais magnético da nova geração de Hollywood.

“Good Boy”: O filme de terror contado pelos olhos de um cão que já é estrela de cinema 🐕👀

O protagonista inesperado

O terror indie Good Boy, que estreia nos EUA a 3 de outubro e no Brasil a 30 de outubro, já está a dar que falar. A razão? O protagonista não é um humano, mas sim Indy, um cão da raça Nova Scotia Duck Tolling Retriever, cuja intensidade no olhar e expressividade valeram-lhe comparações com alguns dos melhores atores da atualidade.

Desde a sua estreia no festival South By Southwest, em março, a crítica não poupa elogios. O IndieWire descreveu Indy como “um dos atores mais emotivos da sua geração… independentemente da espécie”, enquanto o The Hollywood Reporter destacou o seu “poder emocional”.

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Terror visto do ponto de vista canino

Realizado por Ben Leonberg, que escreveu o argumento em parceria com Alex Cannon, Good Boy pega no clássico subgénero da casa assombrada e vira-o do avesso: a história é contada do ponto de vista de um cão.

Indy vive com o dono, Todd (Shane Jensen), que sofre de uma doença grave. Os dois mudam-se para a antiga casa do avô, isolada no campo, onde o cão começa a pressentir presenças sombrias. A narrativa acompanha os seus movimentos, receios e instintos, tornando o espectador cúmplice da frustração de um animal leal que tenta avisar o dono do perigo — e que ninguém ouve.

Como se treina um “ator canino”

Indy é, na verdade, o próprio cão do realizador, escolhido pelo seu “olhar intenso e inabalável”. Ao longo de três anos, Leonberg e a produtora Kari Fischer, sua mulher, filmaram Indy em diferentes situações, captando gestos, expressões e reações instintivas que, depois de editadas, criaram a ilusão de uma performance.

“Se se corta do olhar do cão para o que ele observa, o público completa o sentido. E Indy tinha esse instinto natural”, explica o realizador.

O regresso dos animais ao cinema

Good Boy insere-se numa tendência recente: a de cães que roubam os holofotes. Em 2023, o border collie Messi, de Anatomia de uma Queda, tornou-se sensação internacional e até houve quem pedisse que recebesse um Óscar. Outros exemplos incluem o gato Tonic, que brilhou em Caught Stealing, de Darren Aronofsky, e a cadela Pipa, estrela póstuma do filme espanhol Sirât, premiada em Cannes no Palm Dog, troféu que distingue as melhores atuações caninas.

Para especialistas como Wendy Mitchell, autora de Citizen Canine: Dogs in the Movies, esta “ressurgência” deve-se à forma como os cães conseguem representar emoções humanas de maneira crua e imediata, sem filtros.

Mais do que truques

O treinador Bill Berloni, referência em Hollywood e Broadway, lembra que não se trata de cães a “representar” mas sim de momentos captados e moldados por especialistas: “Os cães não atuam. Jogam. O segredo é respeitar a sua natureza e trabalhar com ela, não contra ela.”

Ainda assim, seja por treino ou instinto, o certo é que Indy já é visto como a nova estrela canina do cinema, a caminho de conquistar plateias em todo o mundo.

Por cá ainda não temos uma data para a estreia!

Adam Sandler e George Clooney Juntos em Jay Kelly: A Nova Aposta da Netflix Para os Óscares

Clooney em crise, Sandler como agente improvável

A Netflix voltou a surpreender e lançou o primeiro trailer de Jay Kelly, a nova comédia dramática realizada por Noah Baumbach e coescrita com Greta Gerwig (Barbie). O filme junta duas estrelas improváveis no mesmo ecrã: George Clooney, como um ator em plena crise de identidade, e Adam Sandler, no papel do agente que tenta guiá-lo neste processo.

Sandler, habituado a papéis cómicos mais ligeiros, surge aqui num registo diferente, afastado do humor fácil que o tornou mundialmente conhecido, e mais próximo do tom agridoce que Baumbach costuma imprimir às suas histórias.

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O regresso de Baumbach à corrida dos prémios

A relação entre Baumbach e a Netflix já se mostrou frutífera no passado. Com The Meyerowitz Stories (2017) iniciou-se esta parceria, que ganharia força com Marriage Story (2019) — seis nomeações aos Óscares e vitória para Laura Dern — e continuou com White Noise (2022). Agora, com Jay Kelly, a plataforma volta a apostar forte para a temporada de prémios, depois da estreia mundial no Festival de Veneza.

Uma viagem entre arrependimentos e glórias

Segundo a sinopse oficial, a história acompanha Jay Kelly (Clooney), um célebre ator que parte numa viagem de autodescoberta, confrontando erros do passado e o peso do presente. Ao seu lado está o fiel agente Ron (Sandler), que se torna peça essencial nesta busca pelo equilíbrio entre arrependimentos e triunfos.

É uma narrativa que promete equilibrar humor e emoção, explorando o lado humano das grandes estrelas, mas com a ironia característica de Baumbach.

Elenco de luxo

Além de Clooney e Sandler, o filme conta ainda com um elenco secundário de peso: Laura Dern, Billy Crudup, Riley Keough, Jim Broadbent, Patrick Wilson, Alba Rohrwacher, Emily Mortimer, Isla Fisher e Giovanni Esposito. Greta Gerwig, parceira criativa e pessoal de Baumbach, também marca presença no ecrã.

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Estreia confirmada

Jay Kelly chega à Netflix a 5 de dezembro e já se posiciona como uma das grandes apostas da temporada. Resta saber se Clooney e Sandler vão conseguir transformar esta improvável dupla numa das surpresas mais marcantes do ano cinematográfico.

“Inverno Mortal”: Emma Thompson brilha em thriller de sobrevivência ❄️🎬

A estreia em outubro

Chega aos cinemas portugueses a 16 de outubro o intenso thriller “Inverno Mortal”, protagonizado pela consagrada atriz Emma Thompson. Realizado por Brian Kirk, conhecido pelo seu trabalho em séries de prestígio como Luther e Guerra dos Tronos, o filme promete uma experiência cinematográfica marcada pela tensão, pela emoção e por paisagens de cortar a respiração.

Uma história de coragem em cenário gelado

No centro da narrativa está Barb (Emma Thompson), viúva e dona de uma pequena loja de artigos de pesca que decide cumprir uma promessa feita ao marido: espalhar as suas cinzas no Lago Hilda, no remoto norte do Minnesota.

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Mas a viagem transforma-se rapidamente num pesadelo quando Barb é apanhada por um nevão e se perde em estradas secundárias. Ao procurar ajuda numa cabana isolada, descobre que uma jovem está a ser mantida em cativeiro por um casal armado e desesperado.

Sem rede móvel, a horas de distância da vila mais próxima e com apenas a memória do marido como força interior, Barb percebe que é a única esperança de salvação da rapariga — dando início a um thriller de sobrevivência implacável, onde a luta pela vida se entrelaça com uma inesperada história de amor.

Emma Thompson no papel de sobrevivente

Reconhecida pelos seus papéis em dramas e comédias, Emma Thompson regressa agora num registo de ação e suspense, dando corpo a uma personagem marcada pela coragem, pelo pragmatismo e por um forte sentido de missão.

O realizador

Brian Kirk traz a sua experiência televisiva — que inclui séries como Luther e Guerra dos Tronos — para o grande ecrã, garantindo ao público uma narrativa que combina intensidade dramática, realismo emocional e imagens arrebatadoras da paisagem do extremo norte americano.

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A não perder

Com estreia marcada para 16 de outubro, só nos cinemasInverno Mortal promete conquistar tanto os fãs de thrillers de sobrevivência como aqueles que procuram uma história humana de resiliência e esperança.

Wake Up Dead Man: O Regresso Mais Negro (e Mais Divertido) de Benoit Blanc

Um novo mistério com humor negro e ecos de Edgar Allan Poe

Daniel Craig volta a vestir o fato impecável de Benoit Blanc em Wake Up Dead Man, a terceira entrada da saga Knives Out, realizada por Rian Johnson. Mas desta vez, a surpresa vem de Josh O’Connor, que praticamente rouba o protagonismo ao interpretar o irreverente Padre Jud Duplenticy, um ex-pugilista transformado em padre como forma de penitência após um surto violento.

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O cenário não podia ser mais literário: Chimney Rock, uma aldeia que parece saída de um romance de Agatha Christie, com a sua igreja neo-gótica, cemitério sombrio e um ar de que demasiado sangue já ali foi derramado. Ao lado de O’Connor surge Josh Brolin como Monsenhor Jefferson Wicks, um clérigo selvagem e cínico, que adiciona ainda mais fogo a esta mistura insólita.

O equilíbrio entre o gótico e a comédia

Johnson afirmou que queria regressar às raízes do género policial, evocando nomes como Edgar Allan Poe. O filme mergulha nesse imaginário gótico, entre enterros inquietantes, personagens assombradas pela culpa e até grafitis irreverentes num mausoléu. Mas, ao mesmo tempo, consegue ser a entrada mais divertida e brincalhona da série.

Há diálogos mordazes, humor inesperado e uma autêntica dança entre referências literárias e cinematográficas que tornam esta experiência tão intrigante quanto divertida. A morte (ou mortes) está sempre em pano de fundo, mas o riso surge com naturalidade.

Benoit Blanc como maestro da intriga

Apesar de Josh O’Connor ser o verdadeiro motor narrativo do filme — ora cómico, ora sério, sempre magnético — Daniel Craig continua a dominar o ecrã. O seu Blanc surge com o habitual sotaque do sul, o charme elegante e a confiança descontraída de quem conduz a narrativa como um maestro.

Curiosamente, com cada novo filme, Blanc aparece menos em cena, assumindo o papel de guia, quase como um narrador que nos leva pelas veredas tortuosas de personagens enredadas e suspeitas. Aqui, até recruta o Padre Jud para ajudá-lo a deslindar o que ficou conhecido como o “assassinato de Sexta-Feira Santa”.

Rian Johnson no auge da sua forma

Com Wake Up Dead Man, Rian Johnson demonstra estar mais confiante do que nunca. Consegue pegar nos velhos clichés do género e reinventá-los com frescura, mantendo o mistério vivo e a audiência rendida. O resultado é o filme mais negro, mais ousado e, paradoxalmente, o mais divertido de toda a franquia Knives Out.

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Preparem-se: este é um mistério que faz rir, arrepiar e pensar — muitas vezes em simultâneo.

Daniel Day-Lewis Está de Volta Após Oito Anos: Anemone Promete um Regresso Histórico 🌊🎬

O silêncio terminou: Daniel Day-Lewis, o único ator a conquistar três Óscares de Melhor Ator, está de volta ao grande ecrã após oito anos de ausência. O trailer de Anemone foi finalmente revelado e já está a incendiar as conversas cinéfilas em todo o mundo.

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O regresso de um mestre

Desde Phantom Thread (2017), em que anunciara a sua retirada, que pairava a dúvida: veríamos Day-Lewis novamente a representar? A resposta é agora um entusiasmado “sim”. Considerado um dos maiores atores da sua geração, o britânico-irlandês regressa com um projeto carregado de peso pessoal e familiar: o filme é escrito e realizado pelo seu filho, Ronan Day-Lewis.

Um drama de laços familiares

Ainda pouco se sabe sobre a trama, mas a descrição oficial promete um mergulho profundo nas relações humanas: Anemone “explora os laços complexos e profundos que existem entre irmãos, pais e filhos”. O trailer sugere intensidade dramática, diálogos carregados de emoção e a subtileza que sempre caracterizou a carreira do ator.

Um elenco de luxo

Ao lado de Day-Lewis, brilham nomes igualmente respeitados: Sean Bean e Samantha Morton, dois atores britânicos de enorme prestígio, completam o trio central do elenco. A reunião destas três forças promete interpretações marcantes, num filme que poderá tornar-se uma das grandes apostas da temporada de prémios.

Um regresso que é também uma passagem de testemunho

A realização de Ronan Day-Lewis dá ao projeto um toque único: não só marca a estreia do jovem cineasta em longas-metragens, como também simboliza uma ligação entre gerações — um pai lendário a ser dirigido pelo filho. É o tipo de história que, por si só, já desperta a curiosidade de qualquer cinéfilo.

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Expectativa máxima

Day-Lewis sempre foi conhecido pela escolha criteriosa dos seus papéis. Se aceitou regressar, é porque encontrou em Anemone algo especial. Para os fãs e para a crítica, a expectativa não podia ser maior: poderemos estar perante mais um momento histórico da sua carreira — e, quem sabe, uma nova corrida aos Óscares.

Vem aí Avatar: De Fogo e Cinzas — E James Cameron Está Pronto Para Explodir o Box Office Outra Vez

A primeira antevisão do novo Avatar já chegou aos cinemas… e Pandora nunca pareceu tão ameaçadora

Se foi ao cinema ver Fantastic Four: First Steps e apanhou uma surpresa logo antes do filme começar, saiba que não foi o único. Em algumas salas (à discrição dos exibidores), a Disney está a projectar a primeira antevisão de Avatar: De Fogo e Cinzas — o terceiro capítulo da saga épica de James Cameron que regressa aos cinemas a 17 de Dezembro de 2025. E se as primeiras imagens servirem de termómetro, preparem-se: Pandora está prestes a incendiar o box office global.

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Pandora em chamas, Cameron em controlo total

Orquestrado mais uma vez por James Cameron — que acumula os papéis de realizador, co-produtor, co-montador e co-argumentista — Avatar: De Fogo e Cinzas teve um orçamento astronómico de 250 milhões de dólares, e promete elevar a fasquia técnica e emocional da saga ainda mais alto.

Segundo os primeiros relatos, o trailer mostra uma Pandora em plena convulsão: florestas a arder, mares revoltos, Na’vi em desespero… e uma ameaça que parece mais existencial do que nunca. Há vislumbres de novas criaturas, civilizações ocultas e um confronto entre natureza e destruição que remete, mais uma vez, para as preocupações ambientais e filosóficas que sempre estiveram no centro da franquia.

O que revela o primeiro trailer?

O teaser, com pouco mais de dois minutos, aposta forte no impacto visual — como seria de esperar —, mas também insinua um tom mais sombrio e apocalíptico do que nos capítulos anteriores. A frase final dita em voz off — “Tudo o que é sagrado pode ser destruído pelo fogo” — resume bem o peso dramático prometido.

A sequela seguirá a história da família Sully, liderada por Jake e Neytiri, agora com os seus filhos a enfrentarem o conflito entre as tribos Na’vi e os humanos invasores, mas desta vez num cenário onde a própria Pandora parece estar a perder a guerra.

O império Cameron continua imparável?

Com Avatar: O Caminho da Água a ultrapassar os 2 mil milhões de dólares nas bilheteiras mundiais, as expectativas para este terceiro capítulo são imensas. James Cameron já provou ser um mestre em criar experiências cinematográficas de grande escala e grande coração — e, se depender da recepção ao primeiro teaser, De Fogo e Cinzas poderá mesmo tornar-se mais um fenómeno global.

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Resta saber se o público, que já demonstrou fidelidade à saga, continuará a acorrer em massa às salas de cinema — ou se a fadiga dos grandes épicos começa a dar sinais. Mas, conhecendo Cameron, é mais provável que esteja a preparar o próximo marco do cinema digital.

E o Óscar vai para… só um filme? O balanço surpreendente dos primeiros seis meses de 2025

Hollywood está a meio gás e só Pecadores se destaca verdadeiramente na corrida às estatuetas douradas

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🕯️ Meados de 2025. Meia dúzia de estreias depois, muitos baldes de pipocas consumidos… e uma constatação quase unânime: só um filme dos primeiros seis meses do ano está a sério na corrida aos Óscares. A imprensa especializada norte-americana — VarietyDeadline Hollywood e Gold Derby — parece ter entrado em consenso raro. O eleito? “Pecadores” (Sinners, no original), o novo épico de Ryan Coogler, protagonizado por Michael B. Jordan.

A pergunta impõe-se: o que é que os outros andaram a fazer?

Gangsters, vampiros e estatuetas no horizonte

“Pecadores” não é um simples drama de época. É uma fusão estilizada de filme de gangsters com terror de vampiros, com gémeos de volta a casa depois das guerras sangrentas de Chicago. A crítica aplaudiu de pé (97% no Rotten Tomatoescom mais de 375 críticas), o público delira (96% no índice ‘popcorn’) e as bilheteiras sorriem: 278 milhões de dólares na América do Norte, 364 milhões a nível mundial. Tudo isto para um filme original, sem ser remake, sequelas ou franchising da Marvel.

Deadline não tem dúvidas: Melhor Filme, Melhor Ator (Michael B. Jordan), Ator Secundário (Delroy Lindo e/ou o estreante Miles Caton), Atriz Secundária (Hailee Steinfeld e/ou Wunmi Mosaku), Realização, Argumento Original, Fotografia, Direção Artística, Banda Sonora, Canção Original (“I Lied To You”), Guarda-Roupa, Montagem, Som, Caracterização e até Efeitos Visuais — é toda uma lista digna de Óscar bingo.

E os outros? Bem… tentaram.

Enquanto Pecadores já se instala confortavelmente na passadeira vermelha, os outros filmes ainda estão a ver se encontram o GPS para o Dolby Theatre.

– “F1 – O Filme”, com Brad Pitt, não parecia um candidato natural a Melhor Filme, mas o sucesso do fim de semana de estreia baralhou as apostas. Comparações com Top Gun: Maverick são inevitáveis — até porque partilham o realizador Joseph Kosinski e o produtor Jerry Bruckheimer. Som e Montagem são as categorias mais prováveis.

– “28 Anos Depois” pode muito bem destacar-se em Caracterização, diz o Gold Derby.

– “Lilo & Stitch” (imagem real) deverá brilhar nos Efeitos Visuais — porque nostalgia + CGI continua a ser uma fórmula que vende.

– A Pixar apresenta “Elio” como candidata a Melhor Longa de Animação, ainda que sem o mesmo burburinho de Soulou Elemental.

– “Sorry, Baby”, uma comédia dramática independente de e com Eva Victor, surge entre os favoritos ao Argumento Original e pode dar a Victor uma nomeação dupla como argumentista e atriz.

– Kathleen Chalfant, figura lendária da Broadway, é aposta surpresa para Melhor Atriz em “Sarah Friedland”.

– A comédia romântica “O Match Perfeito”, de Celine Song, com Dakota JohnsonPedro Pascal e Chris Evans, pode entrar no baralho em Argumento Original — mas sem grande alarido por agora.

– Até o esquecido “O Esquema Fenício” pode valer uma nomeação a Michael Cera como Ator Secundário. É preciso acreditar.

Tudo depende… do dinheiro para campanhas

O que é que estes títulos têm em comum, além de premissas promissoras? Precisam desesperadamente de campanhas promocionais sólidas. E como sempre acontece em Hollywood, o sucesso nos Óscares começa nas salas de visionamento… mas concretiza-se nos jantares da Academia, com envelopes dourados e milhões investidos em visibilidade.

Nesse campo, só Pecadores parece caminhar sozinho, firme e seguro, como um vampiro bem vestido num salão de baile a dançar com a estatueta.

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🎬 A estrada até Março de 2026 ainda é longa, mas se o ano acabar como começou, poderemos ter uma cerimónia onde todos os votos vão para um só lado.

“Materialists”: A Nova Comédia Romântica de Celine Song Que Vai Direto ao Coração (e à carteira) 💔💸

Depois de Past Lives, a realizadora volta a explorar o amor… mas com números, estatísticas e um toque muito pessoal

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Depois de nos emocionar com Past Lives, um dos filmes mais delicados e elogiados dos últimos anos, Celine Song regressa ao grande ecrã com Materialists, uma comédia romântica que — como o próprio título indica — mergulha no lado mais… quantificável do amor. Mas não se deixem enganar: embora os diálogos falem de altura, salários e outras medidas friamente calculadas, o coração do filme bate com a mesma sensibilidade e autenticidade que nos conquistou em Past Lives.

E tal como aconteceu com o seu primeiro filme, a inspiração vem da vida real da própria realizadora — neste caso, do período invulgar em que trabalhou como casamenteira em Nova Iorque. Sim, leu bem. Casamenteira.

Celine Song e o Amor Como Dados Estatísticos

Antes de ser argumentista nomeada aos Óscares, Song era uma jovem aspirante a dramaturga em Nova Iorque, sem grande jeito para servir cafés ou vender roupa. Quando conheceu uma casamenteira numa festa, pensou: “Porque não?” — e acabou por passar seis meses a organizar encontros entre milionários e potenciais parceiros ideais. Não pelos sentimentos, mas pelas estatísticas.

Materialists pega exactamente nessa experiência e transforma-a numa história contemporânea que equilibra o absurdo com a melancolia. Dakota Johnson interpreta Lucy, uma casamenteira de elite que leva o seu trabalho muito a sério — com um currículo impressionante de nove casamentos bem-sucedidos e uma abordagem quase científica ao romance. Perguntas como “quem queres que te mude as fraldas quando fores velho?” são respondidas com listas de altura mínima, salário e idade ideal.

Mas o verdadeiro dilema começa quando Lucy se vê dividida entre dois homens: Harry (Pedro Pascal), um magnata irresistivelmente rico com tudo no “checklist”, e John (Chris Evans), o ex-namorado carismático mas falido, que serve canapés em casamentos e sonha com o estrelato.

Amor ou Estatísticas? A Escolha Mais Difícil do Mundo

O filme explora com humor e franqueza as pressões do mercado dos encontros em 2025. Num mundo onde até a altura se pode comprar (sim, Harry fez uma cirurgia para crescer seis centímetros), Song levanta questões inquietantes sobre o que realmente valorizamos nas relações amorosas. As cenas entre Lucy e a sua colega, onde discutem abertamente os “benefícios” de ser mais alto, arrancaram gargalhadas em várias sessões — mas Song vê-as como profundamente trágicas.

“O que ele passou é muito difícil”, explicou Song sobre a personagem de Pedro Pascal. “É um reflexo de como os números moldam as nossas vidas, até na forma como somos amados — ou não.”

Mais do que apenas criticar, Song procura humanizar todos os intervenientes. Homens incluídos. “Os homens também são esmagados por este mercado de encontros”, diz. “Não é só conversa de raparigas. Todos sofremos com a forma como nos objectificamos uns aos outros.”

Romance Não É Só Para Poetas

No fundo, Materialists é mais uma carta de amor à complexidade das emoções humanas. E apesar do cinismo aparente, há esperança. O final — inspirado no próprio casamento civil de Song com o argumentista Justin Kuritzkes (Challengers) — é uma lembrança de que, por trás dos algoritmos e dos filtros, o amor ainda pode ser simples.

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E se perguntarem a Song se o amor é fácil, ela responde com a certeza de quem já viveu (e escreveu) sobre o assunto: “O amor é fácil. Mas só quando se deixa o controlo de lado e se entrega por completo.”

Dwayne Johnson dá KO aos clichés em The Smashing Machine: Coração de Lutador

O papel mais ousado de “The Rock” chega aos cinemas portugueses a 2 de outubro — e promete emocionar e surpreender

Esquece o herói indestrutível de blockbusters ou o ex-lutador simpático das comédias familiares. Em The Smashing Machine: Coração de LutadorDwayne Johnson surpreende tudo e todos com a interpretação mais vulnerável e intensa da sua carreira. Sem tatuagens, com próteses faciais, sotaque alterado e — talvez o mais chocante — com cabelo, Johnson mergulha no papel de Mark Kerr, um verdadeiro colosso do MMA, cuja força nos ringues esconde um homem em desintegração.

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Realizado por Benny Safdie, uma das metades da dupla criativa de Diamante Bruto e Good Time, e produzido pela prestigiada A24, o filme estreia em Portugal no dia 2 de outubro, com distribuição da NOS Audiovisuais.

Uma história real. E brutalmente humana.

Mark Kerr foi uma das figuras mais temidas e respeitadas do circuito de Vale Tudo, Pride e UFC no final dos anos 90. Mas o que The Smashing Machine faz é mostrar o que raramente se vê: a fragilidade por trás da força, o vício por trás da glória e o colapso por trás da imagem pública.

Ambientado no virar do milénio, o filme acompanha Kerr no auge da sua carreira, enquanto luta com dependências, crises de identidade, pressões externas e uma relação amorosa à beira do abismo.

Dwayne Johnson como nunca o vimos

É impossível não destacar a transformação impressionante de Johnson. Longe do estilo leve e carismático que o tornou um fenómeno global, aqui vemos um actor empenhado em desconstruir a sua própria persona. A performance é contida, física, sofrida — e genuinamente comovente.

A crítica internacional já começou a apontar este como um possível ponto de viragem na carreira do actor, e The Smashing Machine poderá mesmo vir a ser o papel que lhe traga a consagração nos círculos mais exigentes da sétima arte.

Emily Blunt: o coração partido fora do ringue

Ao seu lado, Emily Blunt, recentemente nomeada ao Óscar por Oppenheimer, interpreta Dawn Staples, a companheira de Kerr e testemunha da sua espiral de autodestruição. A actriz oferece uma performance firme e emocional, ancorando o lado humano do filme com grande sensibilidade.

Safdie + A24 = tensão garantida

Com Benny Safdie na realização, é garantido que este não será um filme desportivo convencional. Tal como Diamante Bruto criou claustrofobia em lojas de penhores e corredores de apostas, aqui o ringue é apenas mais uma arena de ansiedade. A tensão está no silêncio, no colapso, no que se esconde por detrás dos golpes.

A produção da A24, que continua a redefinir o cinema independente contemporâneo, garante um nível estético e narrativo acima da média — com enfoque na densidade emocional e na complexidade psicológica das personagens.

Um retrato íntimo do caos interior

The Smashing Machine: Coração de Lutador não é um filme sobre combates. É sobre o que resta quando o combate acaba. É um retrato cru sobre identidade, fracasso e redenção, com a força de uma uppercut emocional que nos atinge onde menos esperamos.

Preparem-se para um filme que vai além do suor e sangue — e que pode muito bem marcar o regresso inesperado de Dwayne Johnson à corrida aos prémios.

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Estreia: 2 de outubro de 2025

Com: Dwayne Johnson, Emily Blunt, realização de Benny Safdie

🧮 The Accountant 2: Ben Affleck e Jon Bernthal Regressam com Química Explosiva

Nove anos após o original, The Accountant 2 estreia hoje nos cinemas portugueses, trazendo de volta Ben Affleck como Christian Wolff, o contabilista autista com talento para números e armas, e Jon Bernthal como o seu irmão Brax. Realizado por Gavin O’Connor e escrito por Bill Dubuque, o filme mergulha numa nova investigação que envolve tráfico humano e um assassinato misterioso. 

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🔍 Uma Nova Missão para o Contabilista

A trama começa com o assassinato de Ray King (J.K. Simmons), diretor do FinCEN, deixando uma mensagem críptica: “encontre o contabilista”. A agente do Tesouro Marybeth Medina (Cynthia Addai-Robinson) recorre a Christian Wolff para desvendar o caso. Com a ajuda do seu irmão Brax, Christian enfrenta uma rede de criminosos perigosos, numa missão que o leva de Los Angeles a Juárez, no México. 


🎭 Química entre Irmãos e Novas Adições ao Elenco

A dinâmica entre Affleck e Bernthal é um dos pontos altos do filme, com momentos de ação intensa e interações emocionantes. O elenco conta ainda com Daniella PinedaGrant Harvey e Robert Morgan, que se juntam aos veteranos da franquia. 


🍅 Receção Crítica e Expectativas

The Accountant 2 obteve uma pontuação de 75% no Rotten Tomatoes, superando os 53% do filme original. Críticos destacam a melhoria na narrativa e a química entre os protagonistas. A revista Time elogia o equilíbrio entre ação e desenvolvimento de personagens, enquanto o The Times considera o filme uma “prazerosa surpresa” no género de ação. Por outro lado, o The Washington Post critica a complexidade excessiva da trama e a representação de neurodivergência. 


📺 Disponibilidade em Streaming

Atualmente, The Accountant 2 está disponível exclusivamente nos cinemas. Espera-se que o filme chegue ao serviço MGM+ no final de julho e posteriormente ao Amazon Prime Video no final de setembro. O filme original está disponível para streaming no Amazon Prime Video e Max

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🏎️ OutRun Acelera para o Cinema com Michael Bay e Sydney Sweeney ao Volante

O clássico arcade da SEGA, OutRun, prepara-se para uma adaptação cinematográfica com a assinatura explosiva de Michael Bay e a produção de Sydney Sweeney. A Universal Pictures lidera este projeto que promete trazer a nostalgia dos anos 80 para as salas de cinema com muita velocidade e adrenalina. 

🎮 Do Arcade para a Sétima Arte

Lançado em 1986, OutRun destacou-se nos salões de jogos pela sua jogabilidade inovadora, permitindo aos jogadores escolher diferentes rotas e finais, tudo ao volante de um Ferrari Testarossa com uma loira ao lado. Sem uma narrativa complexa, o jogo focava-se na experiência de condução e na estética vibrante, elementos que o tornaram um ícone da era arcade. 

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🎬 Uma Equipa de Peso

Michael Bay, conhecido por filmes como Transformers e Bad Boys, assume a realização deste projeto, prometendo sequências de ação de tirar o fôlego. Sydney Sweeney, estrela de Euphoria e The White Lotus, entra como produtora, reforçando a sua presença nos bastidores de Hollywood. O argumento ficará a cargo de Jayson Rothwell, responsável por Silent Night e Polar

🚗 O Que Esperar?

Com uma base narrativa simples, espera-se que o filme de OutRun aposte numa estética retro, trilha sonora marcante e cenas de perseguição eletrizantes. A presença de Bay sugere uma abordagem visual intensa, enquanto Sweeney poderá trazer uma nova perspectiva à produção.

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