Enquanto promove Avatar: Fogo e Cinza, James Cameron tem sido obrigado a falar não apenas de Pandora e IA, mas também do inevitável espectro que o acompanha desde 1984: Terminator. E, pela primeira vez em muito tempo, o realizador deixou claro que um novo filme da saga em 2025 é altamente improvável — não por falta de vontade, mas por algo mais profundo: o nosso mundo já ultrapassou o que antes era ficção científica.
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A saga presa num limbo desde 2019 — mas Cameron quer regressar à escrita
Depois de Dark Fate, a franquia ficou suspensa, sem caminho claro e sem consenso sobre o futuro. Cameron, que continua ligado criativamente ao legado que criou, garante que está a preparar um novo capítulo… mas com cautela extrema.
Mesmo que não realize o próximo filme, afirma que será ele a escrever o novo Terminator — e esse processo não vai acontecer em ritmo acelerado. Com Avatar: Fogo e Cinza a dominar o seu presente e um calendário completamente preenchido com múltiplos projectos, Cameron admite que só depois de cumprir essa “maratona azul” é que se sentará para repensar o futuro da saga.
“Estamos a viver num mundo de ficção científica”
A grande barreira, explica ele, não tem a ver com orçamento, nem com estúdio, nem sequer com desgaste de público. O verdadeiro problema é conceptual.
Segundo Cameron:
“A ficção científica avançou e está a ultrapassar-nos. Estamos a viver num mundo de ficção científica e a enfrentar problemas que antes só existiam em livros ou filmes. Agora são reais.”
O que Terminator representava em 1984 — uma visão presciente, quase profética, sobre máquinas autónomas, vigilância e inteligência artificial — tornou-se hoje, de certa forma, parte do quotidiano.
Cameron chega a dizer que já não é possível ser “tão premonitório” como naquela época, porque o futuro se move depressa demais. Ninguém sabe o que vai acontecer dentro de um ou dois anos, e é precisamente essa incerteza que o leva a querer esperar antes de regressar ao universo dos exterminadores.
Entre Avatar, Alita e Hiroshima: um realizador com mais projetos do que tempo
O calendário criativo de Cameron é quase tão épico quanto os mundos que imagina. Depois de Avatar: Fogo e Cinza, o realizador tem pela frente:
- Alita: Battle Angel 2
- Avatar 4 e Avatar 5
- A adaptação de The Last Train from Hiroshima
- A adaptação de Ghosts of Hiroshima
Está também a planear colaborar com outros realizadores, funcionando como produtor ou argumentista em vários destes títulos — o que coloca Terminator num delicado jogo de prioridade criativa.
Apesar disso, Cameron insiste: o novo Terminator vai acontecer, mas não em 2025 e não antes de o mundo estabilizar o suficiente para que a ficção possa voltar a olhar para o futuro com a mesma distância crítica que tornou o original tão visionário.
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O futuro dos exterminadores depende do futuro… real
Num momento em que a própria IA começa a desafiar limites éticos, tecnológicos e culturais, Cameron quer garantir que, quando Terminator regressar, será relevante, inteligente e verdadeiro para o tempo em que vivemos. E isso exige que a ficção volte a ganhar terreno sobre a realidade — algo que, para já, considera impossível.
Para os fãs, a espera continua.
Para Cameron, o futuro… ainda está a ser escrito.



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