O Cine Atlântico, na ilha Terceira, Açores, está a preparar-se para uma viagem cinematográfica ao passado e ao presente, celebrando o cinema português de diferentes épocas. Com o objetivo de revisitar os “verdes anos” do cinema nacional e de conectar essas obras com o cinema contemporâneo, a nona edição da mostra de cinema vai decorrer em dois fins de semana especiais, de 13 a 15 de outubro e de 18 a 20 de outubro.
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Neste evento, os cinéfilos terão a oportunidade de assistir a cinco filmes icónicos das décadas de 1960 e 1970, incluindo obras marcantes como Os Verdes Anos (1963), de Paulo Rocha, Belarmino (1964), de Fernando Lopes, e Domingo à Tarde (1966), de António de Macedo. Estes filmes, muitas vezes considerados o início de uma nova era no cinema português, ajudam a compreender o contexto cultural e social da altura, em particular a migração rural-urbana e as mudanças políticas que culminaram no 25 de Abril de 1974.
O presidente do Cine-Clube da Ilha Terceira, Jorge Paulus Bruno, destacou a importância de revisitar estes filmes, que são um “embrião” do cinema português contemporâneo. Segundo ele, é fundamental para o público dos dias de hoje conhecer as raízes cinematográficas do país, que se libertou das “amarras folclóricas” do Estado Novo e abriu portas a um novo conceito de cinema.
A mostra não se fica pelo passado. No segundo fim de semana, a atenção volta-se para o cinema contemporâneo, com a exibição de obras recentes como Grand Tour, de Miguel Gomes, e A Sibila, de Eduardo Brito. A presença do realizador Luís Filipe Rocha, que será homenageado tanto pelo seu filme clássico A Fuga (1976) como pela sua obra recente O Teu Rosto Será o Último (2024), promete ser um dos pontos altos do evento.
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O Cine Atlântico reafirma, assim, o seu compromisso com a literacia cinematográfica e com a promoção do cinema português, atraindo tanto os amantes da sétima arte como novos curiosos. Este é um evento que celebra a liberdade, a criatividade e a contínua evolução do cinema português.
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