Robert De Niro vai ser homenageado com a Palma de Ouro Honorária em Cannes: Uma Lenda Reconhecida

🎬 Aos 81 anos, Robert De Niro continua a fazer história. O lendário ator norte-americano vai receber uma Palma de Ouro honorária na cerimónia de abertura do 78.º Festival de Cannes, marcada para o próximo dia 13 de maio, e os cinéfilos já estão em contagem decrescente para este merecido momento de celebração.

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A organização do festival não poupou elogios ao ator de Taxi DriverO Touro Enraivecido e Tudo Bons Rapazes, sublinhando a forma como De Niro “se tornou um mito do cinema” graças a uma interpretação interiorizada, onde tudo pode estar na subtileza de um sorriso ou na dureza de um olhar.

Com este galardão, o Festival de Cannes presta tributo não só ao ator, mas também ao produtor, ao fundador do Festival Tribeca em Nova Iorque e ao homem que, em mais de cinco décadas de carreira, se tornou sinónimo de excelência artística e integridade criativa.

Cannes, um regresso a casa

Robert De Niro já esteve várias vezes presente na Croisette, inclusive como presidente do júri em 2011, mas esta será a primeira vez que recebe uma distinção honorária do festival. E fá-lo com palavras que revelam o carinho que guarda pelo evento:

“Especialmente hoje, quando tantas coisas no mundo nos separam, Cannes reúne-nos: narradores, cineastas, admiradores e amigos. É como voltar para casa.”

O ator irá receber o prémio na noite de abertura do festival e, no dia seguinte, dará uma masterclass pública – um dos momentos mais aguardados do evento, sobretudo para as novas gerações de atores e cinéfilos que cresceram a admirar o seu trabalho.

De Nova Iorque para o mundo

Nascido em agosto de 1943, no bairro nova-iorquino de Little Italy, De Niro cresceu num ambiente artístico. Filho de pais artistas e descendentes de imigrantes europeus, começou a representar aos 16 anos, primeiro no teatro e pouco depois no cinema. Estreou-se com Festa de Casamento (1969), de Brian De Palma, e nunca mais parou.

Com mais de 100 títulos no currículo, De Niro foi distinguido com dois Óscares: Melhor Ator Secundário por O Padrinho, Parte II (1974), de Francis Ford Coppola, e Melhor Ator por O Touro Enraivecido (1980), de Martin Scorsese. É precisamente a colaboração com Scorsese que marca profundamente a sua filmografia, numa parceria lendária que inclui títulos como Tudo Bons RapazesCasinoO Irlandês e o recente Assassinos da Lua das Flores.

Mas a sua versatilidade também brilha na comédia (Paternidade a MeiasUma Grande Aventura), no drama (DespertaresSleepers) e no romance (Nova Iorque, Eu Amo-teCartas para Julieta).

Uma homenagem merecida e simbólica

A Palma de Ouro Honorária, que já foi atribuída a nomes como Jeanne Moreau, Agnès Varda, Jane Fonda e Harrison Ford, é uma forma de o Festival de Cannes reconhecer o impacto cultural de artistas cuja obra transcende o tempo. E poucos nomes o merecem tanto quanto De Niro – uma força criativa que não só moldou o cinema norte-americano, como ajudou a redefinir o que significa ser ator.

Além disso, a sua dedicação à arte cinematográfica estende-se à produção e à criação de plataformas para novos talentos, como provado pelo Festival Tribeca, que fundou após os atentados de 11 de setembro para revitalizar culturalmente Nova Iorque.


A seleção oficial de Cannes 2024 será revelada a 11 de abril, e o festival decorre entre 13 e 24 de maio. Até lá, celebramos este anúncio com a certeza de que Robert De Niro é – e continuará a ser – um dos rostos mais indeléveis da Sétima Arte.


📌 Estreia da cerimónia de abertura: 13 de maio

📺 Onde acompanhar: TV5 Monde, plataformas de streaming internacionais e imprensa cinematográfica

🎓 Masterclass com Robert De Niro: 14 de maio, em Cannes

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Nanni Moretti Sobrevive a Enfarte e Recebe Alta: O Cinema Europeu Respira de Alívio


🎬 O mundo do cinema europeu suspirou de alívio esta semana com a notícia de que o aclamado realizador italiano Nanni Moretti, de 71 anos, recebeu alta hospitalar após ter sofrido um enfarte. Moretti, uma das vozes mais singulares e introspectivas do cinema de autor, esteve internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital San Camillo, em Roma, desde quarta-feira passada, mas já se encontra em casa e em recuperação.

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A notícia foi confirmada durante o festival Custodi di sogni – I tesori della Cineteca Nazionale, que decorre em Roma, onde Moretti chegou mesmo a participar por telefone, num gesto simbólico que demonstrou não apenas a sua recuperação, mas também o seu eterno compromisso com o cinema e a cultura italiana. Os organizadores do evento divulgaram um vídeo em que o realizador fala com clareza, embora com voz contida, revelando o seu desejo de regressar ao trabalho “em breve”.

Na quinta-feira, o chefe do serviço de cardiologia do hospital confirmava que o estado clínico de Moretti era estável. Um dia depois, a boa notícia da alta hospitalar foi recebida com entusiasmo por fãs e colegas de profissão.

Um autor com assinatura própria

Nanni Moretti é conhecido tanto pelo seu olhar profundamente pessoal como pelo seu humor subtil e crítica social afiada. Os seus filmes, muitas vezes autobiográficos, são um reflexo das suas inquietações políticas, filosóficas e familiares. Em obras como Caro Diário (1994), onde passeia por Roma numa Vespa enquanto comenta o mundo ao seu redor, ou O Quarto do Filho (2001), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Moretti revelou-se um mestre da introspecção cinematográfica.

O seu estilo foi frequentemente comparado ao de Woody Allen, mas com um cunho profundamente italiano — mais político, mais católico, mais contido no absurdo, e sempre emocionalmente ressonante. Em Habemus Papam (2011), por exemplo, apresentou-nos um Papa em crise existencial, humanizando uma figura tradicionalmente inatingível. Mais recentemente, Tre Piani (2021) voltou a colocá-lo em Cannes, desta vez como autor de um drama coral sobre a vida urbana e os laços familiares.

A importância de Moretti no cinema europeu

O cinema de Moretti nunca foi feito para agradar massas — e é precisamente por isso que o seu impacto é tão profundo. Ao longo de décadas, construiu uma obra coerente, poética e combativa, abordando temas como o comunismo, a fé, a perda e a condição humana. Em Itália, a sua figura é quase reverenciada, não apenas como artista, mas como um intelectual activo, que participou do debate público de forma constante.

Além disso, Moretti é o proprietário e programador da mítica sala Nuovo Sacher em Roma, onde exibe cinema de autor e promove novos realizadores. É também um dos fundadores da produtora Sacher Film, que tem sido responsável por apoiar muitos talentos emergentes.

Uma pausa forçada, mas temporária

Embora o ataque cardíaco seja um alerta claro para abrandar o ritmo, os admiradores do realizador esperam que esta pausa forçada sirva apenas para fortalecer o seu regresso. O próprio Moretti já demonstrou interesse em retomar os seus projectos assim que for possível. O seu último filme, Il Sol dell’Avvenire (2023), foi recebido com entusiasmo e reforçou a ideia de que o realizador ainda tem muito para oferecer.

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Para já, o mais importante é que está de volta a casa, em recuperação, e com vontade de continuar a sonhar — e a fazer sonhar — através da sétima arte.


Onde ver os filmes de Nanni Moretti em Portugal:

  • Caro Diário, Habemus Papam e O Quarto do Filho têm passado regularmente na RTP2 e estão disponíveis ocasionalmente na Filmin e na MUBI.
  • Também podem ser encontrados em DVD nas bibliotecas municipais e videotecas especializadas.

Michael Madsen, Entre “Free Willy” e “Reservoir Dogs”: A Vida de Um Ator com Coração de Gangster e Alma de Pai

🎬 Michael Madsen tem uma daquelas carreiras que, segundo ele próprio, mais parece um monitor cardíaco: cheia de altos e baixos, com picos de glória cinematográfica seguidos de projetos mais discretos (para não dizer duvidosos). E essa imagem não podia ser mais acertada para descrever um percurso que tanto o levou a cortar uma orelha ao som de Stealers Wheel, como a salvar uma orca numa aventura familiar da Warner Bros.

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“Não dá para fazer grandes filmes todos os dias, nem mesmo o Marlon Brando conseguiu isso”, afirmou o ator com a franqueza que sempre o caracterizou. E com a honestidade de quem assume que, por vezes, é preciso aceitar um papel só para “pôr comida na mesa e manter o teto sobre a cabeça dos pequenos monstros lá de casa.”

Madsen é um daqueles atores cuja presença impõe respeito — até quando o reconhecem no Taco Bell. E por falar nisso, uma das histórias mais deliciosas do seu percurso vem precisamente dos bastidores do clássico de culto Reservoir Dogs, de Quentin Tarantino. Durante a rodagem, Kirk Baltz — o infeliz Marvin Nash, polícia amordaçado e torturado — pediu para ser mesmo colocado dentro da bagageira de um carro, para melhor entrar na pele da sua personagem. Madsen, com o sentido prático que o caracteriza, não só acedeu ao pedido como aproveitou para… desenvolver o seu próprio personagem.

Decidiu dar uma volta prolongada por ruelas com buracos e terminou a excursão com uma visita ao drive-thru de um Taco Bell. Tudo em nome da autenticidade. E, sejamos honestos, há poucas formas mais eficazes de entrar na mente de Mr. Blonde do que enfiar alguém no porta-bagagens e pedir um burrito.

Mas nem tudo são risos nos bastidores. As icónicas cenas de tortura foram particularmente difíceis para Madsen, que admitiu ter uma forte aversão à violência. A coisa tornou-se ainda mais complicada quando Baltz improvisou uma linha em que dizia que tinha um filho pequeno em casa. Madsen, recém-pai na altura, ficou tão abalado com a ideia de deixar uma criança órfã — mesmo em ficção — que quase não conseguiu terminar a cena. Essa tomada foi a escolhida para o corte final do filme. E em algumas versões é possível ouvir alguém fora do campo — possivelmente o próprio Tarantino — murmurar “Oh, no no!”, como se estivesse a reagir à intensidade inesperada do momento.

É curioso que, apesar desta carga dramática, Madsen seja frequentemente reconhecido nas ruas pelas crianças como “Glen”, o cuidador do jovem Jesse no Free Willy (1993). Só que, ao lado dos miúdos em êxtase, estão os pais, que o identificam de imediato como o sádico Mr. Blonde. “As crianças dizem ‘É o Glen!’ e os pais dizem ‘Não te aproximes desse homem!’”, brinca Madsen. É um contraste que resume a sua carreira: o carinho de quem salva uma orca e o pavor de quem dança com uma navalha.

Com uma filmografia extensa, que vai de Kill Bill a Donnie Brasco, e de The Hateful Eight (numa participação cortada à última hora) a projetos mais obscuros lançados diretamente em vídeo, Madsen continua a ser um enigma fascinante no panorama de Hollywood. Um homem com cara de vilão, coração de poeta e, por vezes, feitio de monstro… mas daqueles que só aparecem quando as contas têm de ser pagas.

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Há divórcios e depois há divórcios hollywoodianos. Mas mesmo entre os ricos e famosos, poucos se comparam àquilo que Steven Spielberg fez por Amy Irving… e ao que continuam a fazer juntos, mais de 30 anos depois da separação!

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Em 1989, quando o realizador de E.T. e Indiana Jones se divorciou da atriz Amy Irving, foi notícia em todo o mundo: ela recebeu 100 milhões de dólares na partilha dos bens — um valor que ainda hoje faz corar muitos divórcios milionários. Mas o mais insólito vem agora: apesar de tudo, eles continuam… a sair juntos!

Calma, não é o que parece. 😅

Amor antigo, dupla moderna

Amy Irving, hoje com 71 anos, e Spielberg, com 78, não só continuam amigos como — segundo revelações feitas este mês pela atriz — fazem jantares de casal com os atuais parceiros. Sim, leram bem. Amy e o seu terceiro marido, Kenneth Bowser Jr., jantam com Spielberg e a sua mulher, a também atriz Kate Capshaw, de tempos a tempos.

“Sempre comunicámos e fomos próximos”, disse Amy ao podcast It Happened in Hollywood do Hollywood Reporter.

“Tentamos fazer jantares a quatro, de vez em quando.”

Uma relação que começou em 1976, quando Amy fez audições para Encontros Imediatos do Terceiro Grau, mas perdeu o papel por ser demasiado nova. Apaixonaram-se, mudaram-se juntos, separaram-se, reconciliaram-se em 1984… e tiveram um filho, Max, hoje com 39 anos.

Segundo Amy, o reencontro aconteceu de forma cinematográfica: ela estava na Índia a filmar The Far Pavilions, montada num palanquim como princesa meia-russa, meia-indiana, prestes a “casar-se” com o galã italiano Rossano Brazzi — quando quem aparece nos bastidores? Spielberg.

“Mal saí do palanquim, lá estava ele. E tudo reacendeu.”

De papel prometido… a papel passado

No auge da relação, Amy chegou a ser prometida para o papel de Marion Ravenwood em Os Salteadores da Arca Perdida. Mas depois da separação, o papel foi para outra atriz. “Acho que a vida real significava mais para mim do que a carreira. Saí de casa e, quando se sai, não se fica com o papel”, confessou.

A relação durou 14 anos, com um interregno de três. E embora o casamento tenha terminado, a amizade (e os jantares de grupo) continuam firmes.

“Foi difícil ser a mulher de Steven Spielberg… e depois foi difícil ser a ex-mulher. Senti-me invisível durante algum tempo”, admitiu Amy ao LA Times.

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Agora, esse tempo já passou — e parecem viver todos num equilíbrio que poucos ex-casais conseguem alcançar. Um brinde a isso. 🍷

“Avatar: Fire and Ash” Chega com Fúria e Fogo – e Pode Levar James Cameron a Novo Recorde no Cinema 🔥🌊🎬

James Cameron está de volta e não veio brincar. Avatar: Fire and Ash, o terceiro capítulo da saga épica de Pandora, foi finalmente revelado na CinemaCon 2025 — e o que foi mostrado deixou a sala sem fôlego.

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Foi durante o painel da Disney que os operadores de cinema presentes em Las Vegas receberam uns óculos 3D e um convite para testemunhar o primeiro trailer da nova aventura. E que viagem! Novos clãs, batalhas aéreas, flechas em chamas e Na’vi dissidentes são apenas algumas das promessas que fazem deste Avatar talvez o mais intenso até agora.

Ar, Fogo e… uma Deusa Silenciada

O novo filme, que sucede directamente a The Way of Water, leva-nos de volta à luta da família Sully. Após a trágica perda do filho Neteyam, Jake e Neytiri procuram refúgio junto dos Metkayina, o clã aquático, mas o conflito está longe de terminar. Agora, há mais do que humanos sedentos de recursos: um novo inimigo surge das próprias fileiras Na’vi — os Ash People, um clã renegado que abandonou a sua ligação espiritual a Eywa, a deusa de Pandora.

Zoe Saldaña, presente no evento, explicou que os Wind Traders, introduzidos neste filme, são um povo pacífico e nómada que viaja pelos céus em balões de ar quente — uma estética que promete visuais arrebatadores. Mas são os Ash People, com a sua líder feminina fria e poderosa, que trazem uma nova ameaça. Uma frase ressoou na sala de CinemaCon: “A tua deusa não tem lugar aqui.”

Cameron no comando… à distância

James Cameron não esteve presente fisicamente, mas deixou uma mensagem gravada a partir da Nova Zelândia, onde está a finalizar o filme. Com o seu humor habitual, justificou: “Estou a terminar Avatar: Fire and Ash, que acho que todos concordamos é um bom uso do meu tempo.”

A estreia está marcada para 19 de Dezembro de 2025 e Cameron está confiante que o filme poderá ajudar a revitalizar o cinema numa altura em que o setor ainda recupera da pandemia e da concorrência do streaming. “Espero que este filme dê uma injeção de energia às salas de cinema”, disse.

Avatar: o Santo Graal das Bilheteiras?

O primeiro Avatar (2009) e a sequela The Way of Water (2022) ultrapassaram ambos os 2 mil milhões de dólares em receitas, tornando-se dois dos filmes mais rentáveis da história. Se Fire and Ash seguir o mesmo caminho, a saga tornar-se-á a única franquia com três filmes acima dos 2 mil milhões.

E Cameron, claro, já é o único realizador com três filmes nesse patamar, graças também a Titanic. O homem sabe o que faz — e fá-lo em grande.

De olhos postos em 2029 e 2031

Avatar 4 já tem data marcada para 21 de Dezembro de 2029 e Avatar 5 para 19 de Dezembro de 2031. Com as filmagens dos capítulos seguintes já em andamento ou finalizadas, a promessa de que as estreias não sofrerão os mesmos adiamentos intermináveis dos dois primeiros capítulos parece, desta vez, segura.

Se tudo correr bem, o Natal será, até 2031, sinónimo de Pandora.

O Futuro da Experiência Cinematográfica

Durante a apresentação, o responsável pela distribuição global da Disney, Andrew Cripps, reforçou o compromisso do estúdio com as salas de cinema: “Os nossos filmes estão nas salas por mais tempo do que os de qualquer outro estúdio. E isso não é por acaso. Acreditamos na experiência cinematográfica.”

A Disney não se limitou a mostrar Avatar: a CinemaCon incluiu também espreitadelas exclusivas a ThunderboltsFantastic Four: First StepsZootopia 2Freakier FridayTron: Ares e o remake de Lilo & Stitch. Um calendário recheado, com cheiro a pipocas e promessas de filas à porta.


Conclusão

Com Avatar: Fire and Ash, James Cameron volta a provar que não se limita a fazer filmes — constrói mundos. O novo capítulo promete emoções fortes, visuais deslumbrantes e, claro, o tipo de espectáculo que só faz sentido no grande ecrã. A guerra em Pandora está longe de terminar, e nós mal podemos esperar para voltar.

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Data de Estreia: 19 de Dezembro de 2025

Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

A longa trança de Tangled acaba de ser enrolada de novo — e desta vez, talvez por tempo indeterminado. A tão aguardada versão live-action de um dos maiores êxitos da animação da Disney foi oficialmente colocada em pausa, segundo fontes internas do estúdio.

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Esta decisão surge numa altura particularmente sensível para a casa do rato Mickey: o recente fracasso de Snow White, que continua a tropeçar nas bilheteiras, parece ter levado a um momento de reflexão profunda sobre a estratégia que durante mais de uma década foi uma das mais lucrativas da Disney.

Uma paragem estratégica… ou um sinal de alerta?

Com The Greatest Showman Michael Gracey como realizador e um argumento de Jennifer Kaytin Robinson (Thor: Love and ThunderDo Revenge), Tangled estava numa fase de desenvolvimento ativa. O filme prometia ser mais uma aposta musical grandiosa, com o selo de qualidade Disney, assente numa base segura: a adaptação da história de Rapunzel com base no filme de 2010, que continua a ser adorado por milhões.

No entanto, o timing não podia ser pior.

Com Snow White a apresentar um desempenho desastroso — apenas 145 milhões de dólares a nível global para um orçamento de 270 milhões — o estúdio está claramente a repensar a viabilidade dos seus remakes em imagem real. Tangled foi, assim, apanhado no epicentro desta crise de identidade da Disney, e o seu futuro imediato é tudo menos garantido.

A estratégia do espelho retrovisor

Desde os anos 2010, a Disney apostou forte numa estratégia de reaproveitamento do seu vasto catálogo animado. E, durante algum tempo, resultou: O Rei LeãoA Bela e o MonstroAladdin — todos bateram recordes nas bilheteiras. Mas os sinais de desgaste começaram a surgir com títulos como Dumbo ou Pete’s Dragon, e ganharam contornos de alarme com os números mornos de A Pequena Sereia (570 milhões de dólares) e o arranque lento de Mufasa: The Lion King.

Com Snow White a transformar-se num autêntico pesadelo — envolvido em polémicas desde a escolha do elenco até ao discurso nas redes sociais da protagonista Rachel Zegler — a Disney parece ter chegado a um ponto de viragem.

E agora, princesa?

O cancelamento temporário de Tangled poderá significar duas coisas: ou o projeto regressa com uma nova abordagem criativa, ou poderá mesmo desaparecer do radar, substituído por outras prioridades. A mudança na liderança do estúdio reforça essa ideia: em fevereiro, Daria Cercek assumiu o cargo de responsável pelos filmes live-action da Disney, substituindo uma equipa executiva que era considerada a força motriz desta estratégia de adaptações nostálgicas.

O novo rumo parece mais cauteloso. Os próximos 15 meses serão decisivos: Lilo & Stitch, com estreia marcada para maio, e Moana, agendada para julho de 2026, são os dois remakes em que a Disney deposita esperança renovada. E os indicadores são animadores: o teaser de Lilo & Stitch bateu recordes de visualizações digitais, e Moana conta com uma popularidade esmagadora nas plataformas de streaming, reforçada pelo sucesso estrondoso da sequela animada Moana 2, que superou 1 milhar de milhões de dólares nas bilheteiras em 2024.

Conclusão: fim da corda ou apenas um nó?

A pausa de Tangled poderá ser apenas um nó temporário numa trança que voltará a crescer. Mas poderá também marcar o início do fim de uma era em que a Disney apostou quase exclusivamente na reciclagem dos seus clássicos.

Num mercado cada vez mais saturado, com audiências divididas entre nostalgia e inovação, a Disney parece estar a perguntar-se se ainda vale a pena contar as mesmas histórias da mesma forma. A resposta virá em breve. Mas por agora, Rapunzel terá de esperar… outra vez.

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Modelo Original de E.T. – O Extraterrestre Fica Sem Lar… Pelo Menos Para Já 👽📦

Nem todos os ícones de Hollywood encontram um novo lar à primeira tentativa — e o mais famoso extraterrestre dos anos 80 parece estar a viver, literalmente, uma cena de rejeição. O modelo original de E.T. – O Extraterrestre, utilizado no clássico de Steven Spielberg, foi a leilão esta semana… mas ninguém lhe quis pegar. Nem mesmo com o dedo iluminado.

Um Clássico de Ficção Científica… sem licitadores?

Criado em 1981 pelo lendário artista de efeitos especiais Carlo Rambaldi — sim, o mesmo que ajudou a dar vida ao Aliende Ridley Scott — este modelo específico de E.T. foi um dos três utilizados na rodagem do filme de 1982. É também aquele que surge na icónica “cena do armário”, onde o pequeno extraterrestre se esconde entre peluches, disfarçando-se de brinquedo com a subtileza de um mestre do esconde-esconde intergaláctico.

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Com pouco mais de um metro de altura e com um currículo que inclui um dos maiores sucessos de bilheteira da história do cinema, esperava-se que o modelo atingisse um valor entre os 550.000 e os 831.000 euros. Mas, apesar do prestígio, ninguém subiu a parada. O leilão, promovido pela Sotheby’s em Nova Iorque, terminou sem qualquer lance vencedor.

“Phone home”, mas sem roaming

Cassandra Hatton, vice-presidente da Sotheby’s, mostrou-se diplomática e otimista:

“O querido modelo do E.T. de Rambaldi é uma peça extraordinária da história do cinema (…). Embora não tenha encontrado comprador no leilão de hoje, a sua importância não diminuiu. Confiamos que este precioso ícone encontrará em breve o seu lar.”

A verdade é que o extraterrestre mais adorável do cinema já provou ser valioso no mercado de colecionismo. Em 2022, um boneco animatrónico de E.T., com esqueleto de metal, também utilizado nas filmagens, foi vendido por uns impressionantes 2,56 milhões de dólares (cerca de 2,45 milhões de euros). Desta vez, talvez a timidez do modelo — ou da carteira dos licitadores — tenha sido mais forte.

E.T., casa quer-se!

Apesar deste pequeno percalço, o modelo continua a ser uma peça histórica rara. Além de ser feito à mão por Rambaldi — artista três vezes vencedor do Óscar — este E.T. representa uma época dourada dos efeitos práticos no cinema, muito antes dos tempos do CGI e das criaturas digitais hiper-realistas.

O filme E.T. – O Extraterrestre é uma das mais ternurentas fábulas de amizade já vistas no grande ecrã, e o boneco protagonista, com os seus olhos tristes e dedos luminosos, entrou para a memória colectiva de milhões de espectadores.

Não é difícil imaginar um coleccionador apaixonado (ou mesmo um museu de cinema) a abrir os braços — ou as finanças — para dar finalmente um lar ao pequeno alienígena que conquistou corações em 1982.

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E se não acontecer… bem, talvez ele ligue para casa e peça boleia de regresso.

Liam Neeson Entra em Cena como Tenente Tresloucado no Reboot de “The Naked Gun”

Preparem-se para um novo festival de disparates: Liam Neeson está pronto para envergar a farda mais absurda do cinema em “The Naked Gun”, o reboot da icónica saga de comédia protagonizada por Leslie Nielsen. Desta vez, o ator de “Taken” troca os sequestros dramáticos por pastelões hilariantes ao encarnar Frank Drebin Jr., o filho do lendário detetive da série original.

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O filme, que estreia nos cinemas a 1 de agosto, é realizado por Akiva Schaffer, conhecido pelo seu trabalho em “Saturday Night Live” e pelo coletivo de comédia musical The Lonely Island. O argumento foi coescrito pelo próprio Schaffer, em parceria com Dan Gregor e Doug Mand, prometendo manter o espírito nonsense e anarquicamente brilhante da saga original.

Segundo a sinopse oficial, apenas um homem tem o conjunto de competências peculiar o suficiente para liderar a Police Squad e salvar o mundo: o tenente Frank Drebin Jr., interpretado por Neeson, segue as pisadas do pai, metendo-se numa série de investigações que, como seria de esperar, descambam rapidamente em comédia do mais absurdo.

O elenco conta ainda com Pamela Anderson, Paul Walter Hauser, CCH Pounder, Kevin Durand, Cody Rhodes, Liza Koshy, Eddie Yu e Danny Huston, compondo um conjunto diversificado de personagens para contracenar com o detetive mais trapalhão do cinema.

Pamela Anderson não poupou elogios ao colega: “Liam é histérico. Você não está à espera, mas ele é mesmo muito engraçado. Foi difícil manter a cara séria durante as filmagens.”

Já Neeson admitiu sentir-se um pouco nervoso com o desafio de liderar uma comédia tão emblemática, mas acredita no potencial do guião e no talento da equipa criativa: “É um bom argumento. Tem momentos de riso em voz alta. Agora é esperar para ver.”

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Com um tom que promete ser fiel aos filmes originais e uma nova geração de talentos a acompanhar Neeson, “The Naked Gun” pode mesmo ser a comédia surpresa do verão.

“Fantastic Four: First Steps” Traz Bebé, Batalhas e Uma Surfista Prateada que Vai Dar Que Falar! 🍼🪐

Depois de meses em que a Marvel andava a tropeçar nos próprios superpoderes, a apresentação de Fantastic Four: First Steps na CinemaCon 2025 foi como uma lufada de ar cósmico. O novo trailer da próxima grande aposta do estúdio arrancou aplausos e gritos em Las Vegas — com direito a barriga de grávida, estrelas da televisão e… uma Surfista Prateada que é tudo menos o que estávamos à espera.

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Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach: A Nova Família Mais Fantástica do Universo

Num cenário retrofuturista e com o charme de um velho episódio de Twilight Zone misturado com Jetsons, a Marvel apresenta-nos uma nova versão dos Quatro Fantásticos. Desta vez temos Pedro Pascal como o elástico Reed Richards, Vanessa Kirby como Sue Storm (visivelmente grávida!), Joseph Quinn a incendiar tudo como Johnny Storm e Ebon Moss-Bachrach a dar corpo (e pedra) ao melancólico Ben Grimm, aka The Thing.

Sim, leram bem: Sue Storm está grávida. Pela primeira vez num filme da Marvel, temos uma super-heroína que combate o mal e gere o stress da maternidade ao mesmo tempo — finalmente uma representação mais fiel do que é ser mãe moderna.

Celebridades com Superpoderes

Neste universo alternativo da Terra, os Quatro Fantásticos são uma espécie de estrelas de reality show misturadas com ícones da cultura pop. Aparecem em talk shows, recebem vídeos de agradecimento de crianças e bombeiros, e toda a gente parece conhecê-los. É um novo tom, mais leve e familiar, que promete atrair públicos de todas as idades — mesmo aqueles já saturados de multiversos e variantes infinitas.

A Surfista Prateada (Sim, No Feminino) Chega para Arrasar

Mas nem tudo são fraldas e palminhas nas costas. A grande surpresa do trailer — e da apresentação na CinemaCon — foi a revelação da Silver Surfer… que aqui é uma mulher imponente, enigmática e com intenções nada simpáticas. A personagem avisa que o planeta Terra foi marcado para aniquilação por uma força alienígena superior. E não parece estar a brincar.

A reacção na sala foi imediata: aplausos, gritos e até umas exclamações do tipo “finalmente algo novo!”. Se o objectivo era surpreender, conseguiram.

A Marvel Quer Voltar ao Topo — E Este Pode Ser o Bilhete de Regresso

Depois de desaires como Ant-Man and the Wasp: Quantumania e The Marvels, a Marvel tem andado à procura da sua própria “fonte da juventude cinematográfica”. E embora Deadpool & Wolverine tenha sido um sucesso brutal em 2024 (1,3 mil milhões de dólares não se ignoram), a casa das ideias precisava de uma aposta forte e renovada.

Fantastic Four: First Steps pode ser precisamente isso. Uma combinação de acção, coração e humor — as três armas secretas da Marvel em tempos de glória.

O actor Paul Walter Hauser, que integra o elenco, não tem dúvidas: “Acredito que este filme vai entrar para a história como o início de uma nova maré de sucesso para a Marvel, à semelhança do que aconteceu com Black Panther ou Guardians of the Galaxy.”

Quando Estreia?

A data de estreia ainda está a ser mantida em segredo como se fosse o código do cofre do Doutor Destino, mas com este tipo de buzz, é garantido que será um dos filmes mais aguardados de 2026. Até lá, resta-nos rever os trailers, analisar cada frame com olhar de falcão e começar a preparar as teorias sobre o novo bebé da Marvel.

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Jim Carrey e Ron Howard entre as muitas homenagens a Val Kilmer: “Um talento geracional”

A morte de Val Kilmer abalou Hollywood — e alguns dos seus amigos e colegas de profissão estão agora a partilhar palavras de tributo que ajudam a perceber o impacto que o ator teve tanto dentro como fora do ecrã. Jim Carrey, com quem contracenou no explosivo Batman Forever (1995), e o realizador Ron Howard, que o dirigiu em Willow, estão entre os nomes que prestaram homenagem a este talento que, mesmo com uma carreira cheia de altos e baixos, deixou uma marca inegável no cinema.

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Val Kilmer faleceu na terça-feira, aos 65 anos, vítima de uma pneumonia. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, e rapidamente gerou uma onda de emoção nas redes sociais — de fãs, amigos e antigos colegas.

Jim Carrey, que vestiu a pele do enigmático Riddler (Charada) em Batman Forever, fez questão de expressar publicamente a sua admiração:

“Estou a recordar hoje Val Kilmer com grande admiração, como homem e como um talento geracional que nos deixou um legado invejável de interpretações inesquecíveis”, escreveu o ator.

“As suas maiores conquistas artísticas só foram rivalizadas pela graça e coragem com que enfrentou os momentos mais desafiantes da sua vida. Desejo à sua família muito amor.”

Batman, Riddler e uma química explosiva em Gotham

Lançado em 1995, Batman Forever tornou-se o segundo filme mais rentável do ano nos Estados Unidos, com Val Kilmer a assumir o manto do Cavaleiro das Trevas depois da saída de Michael Keaton. Ao lado de Jim Carrey e Tommy Lee Jones, o filme dividiu a crítica, mas foi um sucesso de bilheteira. Kilmer interpretou Bruce Wayne com um ar mais introspectivo e melancólico, enquanto Carrey dava largas ao seu lado mais maníaco e excêntrico com o Riddler.

A dinâmica entre ambos — tão contrastante como Gotham e o Arkham Asylum — marcou o filme. E embora Kilmer não tenha regressado ao papel, chegou a fazer uma piscadela ao legado do Batman no Jay and Silent Bob Reboot (2019), onde apareceu com um fato muito semelhante ao do Homem-Morcego.

Tributos sentidos… e cheios de história

Ron Howard, que dirigiu Kilmer em Willow (1988), foi outro dos nomes que não quis deixar passar o momento sem agradecer ao ator.

“Tive a sorte incrível de colaborar com o Val várias vezes ao longo dos anos”, escreveu no X (antigo Twitter).

“Desde o espadachim excêntrico Madmartagan em Willow, ao deslumbrante Jim Morrison em The Doors, e ainda a um cameo arrepiante em The Missing, ele surpreendia sempre. A sua arte ia para lá da representação — era poesia, pintura, cinema e forma de viver. Bon voyage, Val, e obrigado.”

Cher, que namorou com o ator nos anos 80, partilhou uma mensagem ternurenta nas redes sociais, chamando-o de “engraçado, louco, um grande amigo e uma dor de cabeça maravilhosa”, relembrando ainda a sua performance em palco na peça Citizen Twain, sobre Mark Twain.

Um legado que vai para lá de Gotham

Val Kilmer foi Jim Morrison, Batman, Madmartagan, Doc Holliday, o tenente Iceman e tantos outros. Foi também um dos atores mais falados — pelos melhores e piores motivos — de uma geração inteira. Lutou contra um cancro na garganta durante anos e acabou por perder a voz. Ainda assim, reapareceu com dignidade e coragem em Top Gun: Maverick(2022), com a sua voz recriada por Inteligência Artificial, mas com a sua presença bem viva no ecrã.

Como diria o próprio Kilmer no documentário Val (2021):

“Comportei-me mal. Comportei-me com coragem. Para alguns, fui bizarro. Não nego nada — e não me arrependo de nada.”

Palavras de quem viveu tudo com intensidade.

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Estúdio Ghibli vs Inteligência Artificial: “O Meu Vizinho é um Algoritmo” Não Vai Acontecer, Diz o Filho de Miyazaki 🎨🤖

O icónico universo do Estúdio Ghibli — povoado por florestas mágicas, criaturas encantadas e personagens com profundidade emocional — está a ser invadido por… computadores. Graças ao mais recente gerador de imagens do ChatGPT, a internet foi subitamente inundada com ilustrações no estilo Ghibli, alimentando debates acesos sobre o futuro da animação e os limites (ou falta deles) da Inteligência Artificial. Mas para Goro Miyazaki, filho do lendário Hayao Miyazaki, a resposta é simples: pode-se tentar imitar, mas substituir Miyazaki? Esqueçam.

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Quando Totoro Conhece o ChatGPT

O novo gerador de imagens da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, permite criar imagens que imitam o estilo visual de estúdios inteiros. A tecnologia espalhou-se como fogo no campo dos entusiastas de anime, com uma quantidade crescente de “imitações Ghibli” a circular pelas redes sociais. No entanto, a própria OpenAI admite que, embora proíba imitações diretas de artistas vivos, permite “estilos de estúdios” — como quem diz, podes não usar o nome do chef, mas a receita é tua.

Mas Goro Miyazaki, hoje com 58 anos e diretor administrativo do Estúdio Ghibli, não está convencido de que isso seja o futuro da animação. “Não seria surpreendente se, daqui a dois anos, houvesse um filme feito totalmente com IA”, afirmou numa entrevista recente à AFP, no atelier Ghibli em Tóquio. “Mas se o público gostaria de o ver… é outra questão.”

Miyazaki: O Insubstituível

Hayao Miyazaki, o mestre por trás de obras como A Viagem de ChihiroO Castelo Andante ou O Meu Vizinho Totoro, ganhou no ano passado o seu segundo Óscar com O Rapaz e a Garça, provavelmente a sua última longa-metragem. E segundo Goro, o mundo deve começar a preparar-se para a realidade inevitável: quando Miyazaki e o produtor Toshio Suzuki (76 anos) deixarem de poder criar, não haverá substitutos.

“Não é como se eles pudessem ser substituídos”, disse Goro. E com razão: os filmes Ghibli têm algo que nenhuma IA consegue replicar — alma. Um “cheiro de morte”, como lhe chama Goro, que permeia mesmo os filmes mais doces. “Totoro é, de certa forma, um filme assustador”, disse ele. “Explora o medo de perder uma mãe doente.”

A geração dos fundadores da Ghibli é marcada por memórias de guerra e experiências duras, elementos que informam a profundidade emocional dos seus filmes. Goro afirma que “é impossível criar algo com a mesma sensação e abordagem se não se viveu essa realidade”.

Arte vs Algoritmo

A polémica não é nova. Um vídeo de 2016 voltou a circular recentemente, onde Hayao Miyazaki reage a uma criatura digital animada por IA com total repulsa: “Isto é um insulto à própria vida.” A frase ficou célebre e, para muitos, resume o espírito do estúdio: a criação deve vir de um lugar humano, imperfeito, mas genuíno.

Curiosamente, a indústria de animação japonesa enfrenta uma escassez de animadores qualificados, em parte porque os salários baixos e as longas horas de trabalho tornam a carreira desmotivante para as novas gerações. A Geração Z, mais digital e menos disposta a passar anos a desenhar manualmente, poderá ver na IA uma ferramenta… ou uma tentação.

Mesmo assim, Goro vê algum potencial: “A nova tecnologia pode trazer talentos inesperados.” Mas deixa bem claro que não é por aí que o Ghibli vai seguir.

De Pai para Filho (com Resistência)

Goro entrou no Estúdio Ghibli em 1998, mas sempre carregou o peso do legado do pai. Dirigiu filmes como Contos de Terramar (2006) e A Colina das Papoilas (2011), além de ter supervisionado o Museu Ghibli e o recém-inaugurado Parque Ghibli no Japão. Apesar do respeito pelo percurso do pai, Goro admite que a sua mãe, também designer, o desaconselhou a seguir esta carreira: “É um trabalho difícil e muito preenchido.”

Ainda assim, há algo de inevitável na relação de Goro com o estúdio: “Sempre quis fazer algo criativo.”

E talvez seja essa a maior lição que o Ghibli deixa a todos nós — que o verdadeiro motor da arte não é um algoritmo, mas a necessidade humana de criar, de comunicar, de contar histórias com emoção, com falhas, com alma.

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Cinemas dos EUA Querem 45 Dias de Exclusividade Para Sobreviver ao Streaming

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Las Vegas pode ser o palco de muitos jogos de sorte… mas desta vez, os donos dos cinemas não estão a jogar: querem regras claras e justas. Durante a CinemaCon — a convenção anual da indústria cinematográfica que decorre em Las Vegas — os operadores de salas dos EUA fizeram ouvir a sua voz e foram diretos ao assunto: exigem um mínimo de 45 dias de exclusividade nas estreias dos filmes, antes destes seguirem viagem para os serviços de streaming.

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Michael O’Leary, presidente da Cinema United (a associação que representa os proprietários de salas de cinema nos EUA), foi ao palco e disse, com toda a convicção, que sem esse período exclusivo, os cinemas continuarão a definhar. E o auditório respondeu com aplausos — porque ninguém ali está a achar graça ao estado atual da bilheteira.

“Não há cinema sem sala de cinema”

Em tempos não muito distantes, os filmes tinham um período de 90 dias nas salas antes de estarem disponíveis para compra ou aluguer digital. Era uma norma quase sagrada. Mas veio a pandemia, os estúdios entraram em pânico, e as janelas de exclusividade encolheram para 30 dias, 17 dias, ou até menos. Resultado? Os espectadores começaram a pensar: “Vale a pena ir ao cinema, ou espero três semanas e vejo no sofá?”

Ora, é precisamente essa mentalidade que os donos dos cinemas querem inverter. “Deve haver um ponto de referência”, disse O’Leary, defendendo que 45 dias é o mínimo aceitável para proteger a experiência cinematográfica… e os negócios, claro.

Segundo ele, sem um período de exclusividade claro e consistente, não há forma de restabelecer a saúde de toda a indústria. E sejamos francos: por mais amor ao cinema que tenhamos, sem bilhetes vendidos, não há luzes que se apaguem, nem ecrãs que se iluminem.

Um cenário pós-COVID com sequelas nada glamorosas

Antes da pandemia, os cinemas da América do Norte (EUA + Canadá) geravam mais de 11 mil milhões de dólares anuais em receitas de bilheteira. Hoje, mal ultrapassam os 9 mil milhões. Uma quebra séria que reflete não só os tempos pandémicos, mas também a explosão do streaming e a mudança de hábitos do público.

As estreias simultâneas nos cinemas e nas plataformas — lembram-se da HBO Max com Wonder Woman 1984 ou da Disney+ com Black Widow? — foram apelativas na altura, mas deixaram cicatrizes difíceis de sarar nas contas das salas de cinema.

Hoje, a missão é clara: trazer o público de volta à sala escura, recriar o sentido de urgência que um bom filme no grande ecrã sempre teve — aquela sensação de “tenho de ver isto agora”. Porque, convenhamos, um balde de pipocas e um som surround nunca souberam tão bem como depois de meses a ver séries no telemóvel.

Os estúdios vão alinhar?

É aqui que a conversa se complica. Os grandes estúdios têm os seus próprios serviços de streaming. E gostariam de alimentar essas plataformas com estreias recentes, o mais rápido possível. Afinal, cada subscrição conta.

Mas a pressão vinda da CinemaCon — um evento que junta os principais intervenientes da indústria mundial do cinema — pode marcar o início de uma viragem. Já há sinais de vontade por parte de alguns estúdios em negociar janelas mais longas. Resta saber se o “mínimo dos mínimos” de 45 dias será aceite por todos.


Conclusão (com espírito de cinema à moda antiga)

Ver filmes no cinema é mais do que ver filmes. É viver histórias em grande. A luta por 45 dias de exclusividade pode parecer técnica, mas é uma questão existencial para as salas de cinema. Se esta janela não for respeitada, muitas poderão mesmo… fechar a cortina.

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Mas se os estúdios e os exibidores encontrarem um ponto de equilíbrio, talvez voltemos a ver filas à porta das sessões e gente a correr para os lugares do meio. Porque, no fundo, o cinema merece isso — e nós também.

Val Kilmer: O Último Combate de um Rebelde de Hollywood

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Val Kilmer esteve acamado durante anos antes da sua morte. A informação foi agora revelada por fontes próximas ao ator, que confirmam que o lendário “menino mau de Hollywood” lutou até ao fim, debilitado pelos efeitos prolongados do cancro na garganta que o afetou durante quase uma década. Kilmer faleceu na passada terça-feira, aos 65 anos, vítima de pneumonia.

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Apesar da força e do carisma que marcaram a sua carreira — de Top Gun a The Doors, de Batman Forever a Heat — os últimos anos de Val Kilmer foram discretos, quase silenciosos. Literalmente.

Depois de ter sido diagnosticado com cancro na garganta em 2015, o ator foi submetido a tratamentos intensivos que lhe roubaram a voz e o vigor físico. Segundo o TMZ, passou os últimos anos da sua vida maioritariamente acamado, fragilizado e longe da ribalta que tanto dominou nos anos 90.

Um Ícone Reduzido ao Silêncio

A última vez que foi visto em público foi em 2019, numa gala em Hollywood, já bastante alterado. O homem que outrora dava corpo a figuras maiores que a vida — Jim Morrison incluído — estava agora reduzido a um corpo em luta, a uma sombra do furacão de carisma que encantou plateias.

Mas mesmo quando a voz o abandonou, Kilmer não desistiu do cinema. Em 2022, voltou ao grande ecrã num momento comovente em Top Gun: Maverick, ao lado de Tom Cruise. Para dar vida novamente a Iceman, recorreu à Inteligência Artificial: as suas falas foram reconstruídas com tecnologia, usando arquivos da sua voz original. Foi uma aparição breve, mas carregada de simbolismo — um adeus emocionado de uma lenda do cinema.

O Rebelde Inesquecível

Ao longo da sua carreira, Val Kilmer foi muito mais do que apenas uma cara bonita com ar de desafio. Foi um ator intenso, conhecido tanto pelo talento como pelos conflitos nos bastidores. Trabalhar com Kilmer podia ser uma aventura arriscada — que o diga Joel Schumacher, que o chamou “o ser humano mais psicologicamente instável com quem já trabalhou”. E ainda assim, ninguém nega a sua presença magnética em frente às câmaras.

Kilmer foi Jim Morrison em The Doors (1991), com direito a elogios pela voz cantada — que era mesmo a sua. Em Batman Forever (1995), assumiu o papel do Cavaleiro das Trevas, embora o próprio dissesse que o fato o impedia de… atuar. Em Heat (1995), esteve lado a lado com gigantes como De Niro e Pacino. E em Kiss Kiss Bang Bang (2005), provou que ainda tinha muito a dar.

Mas o que fica agora é o retrato de um homem que viveu intensamente, com paixão, contradições e talento.

Um Legado Para Além do Ecrã

Nos últimos anos, além da participação em filmes, Kilmer publicou livros de poesia, envolveu-se em projetos artísticos e lançou o documentário Val (2021), onde narra a sua vida, carreira e batalha contra a doença, com uma honestidade desarmante.

“Comportei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra. Não nego nada disto e não me arrependo de nada”, escreveu. Palavras que resumem a alma inquieta de um artista que nunca quis agradar a todos — apenas ser fiel a si próprio.

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Val Kilmer pode ter partido em silêncio, mas o seu legado grita alto nos ecrãs e nas memórias de quem ama cinema.

“Coyote vs. Acme”: Depois de Ser Cancelado por Ganância Fiscal, Filme de $70 Milhões Vai Finalmente Chegar aos Cinemas 🎬💥

🎯 Boas notícias para quem sempre torceu pelo eterno azarado do deserto: Wile E. Coyote vai, afinal, ter a sua merecida estreia no grande ecrã. O filme Coyote vs. Acme, uma comédia em live-action que junta animação à boa maneira Looney Tunes com os atores Will Forte e John Cena, foi salvo da gaveta por um novo estúdio e tem agora data marcada para 2026.

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E pensar que este projeto milionário esteve a um triz de ser permanentemente destruído por uma bigorna fiscal…

Cancelado Para Ser Esmagado (Fiscalmente)

Produzido com um orçamento estimado de 72 milhões de dólares, Coyote vs. Acme era um dos três filmes completos que a Warner Bros. decidiu arquivar para beneficiar de um abate fiscal de 30 milhões de dólares. A decisão, que surgiu após uma mudança de liderança e de estratégia no estúdio, foi duramente criticada por criadores, fãs e até por membros do elenco.

O ator Will Forte foi directo ao assunto: “É uma tremenda estupidez. É um filme delicioso. Merecia muito mais.” Já o argumentista e realizador Brian Duffield foi ainda mais certeiro (e cartunesco): “Espero que múltiplas bigornas lhes caiam na cabeça.”

A Warner Bros. defendeu-se na altura com um polido “foi uma decisão difícil”, mas isso pouco aliviou a indignação generalizada.

A Redenção Chega com… Ketchup

Mas agora, tal como o Coyote que nunca desiste, o filme está de volta ao jogo. A distribuidora independente Ketchup Entertainment — que só por ter este nome já merece aplausos — adquiriu os direitos globais do filme, alegadamente por cerca de 50 milhões de dólares, e confirmou uma estreia em sala para 2026.

Gareth West, CEO da Ketchup, diz que estão “entusiasmados por dar vida a um filme que é a combinação perfeita entre nostalgia e uma narrativa moderna, capturando o espírito dos Looney Tunes e apresentando-o a uma nova geração.”

Um Julgamento Inesperado no Universo Looney Tunes ⚖️

Inspirado num artigo da New Yorker de 1990, Coyote vs. Acme centra-se numa ideia genial: farto dos produtos defeituosos que o deixam constantemente à beira da morte (e nunca apanham o Road Runner), Wile E. Coyote decide processar a Acme Corporation.

Will Forte interpreta o seu improvável advogado de cartaz, Kevin Avery, que vai enfrentar em tribunal o imponente advogado da Acme, interpretado por John Cena — que, para apimentar o drama, é também o ex-patrão do nosso herói de terno e gravata.

O realizador Dave Green (de As Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes) dirige o filme, que foi descrito por quem o viu como “divertido, encantador e surpreendentemente comovente”. O par de realizadores Phil Lord e Christopher Miller, vencedores de Óscares e especialistas em humor inteligente, também elogiaram o projeto, dizendo que esperavam que “o mundo pudesse ver o incrível trabalho ali feito”.

O Fim da Era das Bigornas Fiscais?

O caso de Coyote vs. Acme torna-se simbólico num momento em que Hollywood debate o equilíbrio entre criatividade e rentabilidade. Entre 2022 e 2023, a Warner Bros. já tinha cancelado o filme da Batgirl (com um orçamento de 90 milhões de dólares!) e um outro projeto animado de Scooby-Doo, tudo em nome de cortes e otimizações fiscais.

Mas o resgate deste filme — e o facto de The Day the Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie, outro projeto anteriormente abandonado, ter feito mais de 8 milhões em bilheteira — pode ser um sinal de que há ainda esperança para filmes que “não servem” os algoritmos mas fazem rir miúdos e graúdos.

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E nós, claro, cá estaremos em 2026 para ver o julgamento mais animado do século — com foguetes, molas gigantes, explosivos e muito humor ao estilo ACME.

Todd Haynes Vai Ser Homenageado em Cannes com o Prémio Carruagem de Ouro 🎬✨

O realizador Todd Haynes, uma das vozes mais marcantes do cinema queer e independente norte-americano, será distinguido com o prestigiado Prémio Carruagem de Ouro na Quinzena dos Realizadores, uma secção paralela do Festival de Cannes. A cerimónia terá lugar a 14 de maio, e promete ser um dos momentos mais simbólicos desta edição do certame francês.

Aos 64 anos, Haynes mantém intacto o seu estatuto de provocador elegante: um cineasta que nunca receou desafiar convenções — sejam elas sociais, sexuais ou estéticas. A Sociedade de Realizadores de Cinema (SRF), que atribui o prémio, destacou a sua “capacidade de questionar normas” como um dos motivos centrais da homenagem.

Uma Filmografia de Ousadia e Elegância

Desde “Seguro” (1995), uma inquietante alegoria sobre a ansiedade contemporânea, até à reinvenção poética da biografia de Bob Dylan em “I’m Not There” (2007), Haynes tem cultivado um cinema profundamente autoral, esteticamente sofisticado e politicamente atento.

Em “Carol” (2015), apresentou uma das histórias de amor lésbico mais arrebatadoras e delicadas do cinema contemporâneo, com Cate Blanchett e Rooney Mara. Mais recentemente, em “May December: Segredos de Um Escândalo” (2023), voltou a brilhar ao lado de Natalie Portman e Julianne Moore num drama mordaz sobre representação e manipulação.

O seu percurso em Cannes tem sido frequente e marcante: várias das suas obras passaram pela seleção oficial, e Haynes tornou-se um nome querido da Croisette.

“Todos os filmes são políticos”

Mais do que um criador de mundos cinematográficos, Todd Haynes é também uma voz crítica e interventiva. Em fevereiro deste ano presidiu ao júri do Festival de Berlim, onde não se inibiu de abordar a política norte-americana. “Todos os filmes são políticos. Todos podem desempenhar um papel”, afirmou à agência AFP.

O realizador nunca escondeu a sua oposição a Donald Trump, considerando essencial que o cinema seja também um espaço de resistência e reflexão.

Um Prémio com História

O Prémio Carruagem de Ouro (Carrosse d’Or) é atribuído desde 2002 pela SRF e pretende distinguir realizadores cujo trabalho se tenha pautado por uma abordagem corajosa, inovadora e independente.

Todd Haynes junta-se assim a uma galeria de nomes ilustres que já inclui Martin Scorsese, Agnès Varda, Naomi Kawase, Clint Eastwood, Jafar Panahi ou, mais recentemente, Andrea Arnold (2023) e Souleymane Cissé (também em 2023).

A Quinzena dos Realizadores — que decorrerá de 14 a 22 de maio — promete ser, mais uma vez, um espaço de descoberta e celebração do cinema que pensa para além da norma. E Todd Haynes, sem dúvida, é um mestre dessa arte

Val Kilmer: Morreu o Rebelde de Hollywood que Foi Batman, Iceman e Jim Morrison

🕶️ Val Kilmer, o eterno Iceman de Top Gun, o excêntrico Jim Morrison de The Doors e o controverso Batman de Batman Forever, morreu esta terça-feira em Los Angeles aos 65 anos. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, que revelou que a causa da morte foi uma pneumonia. O ator, que há muito lutava contra graves problemas de saúde, partiu como viveu: com intensidade, sem pedir desculpa e sem remorsos.

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Na década de 90, Kilmer parecia imparável. Nascido em Los Angeles, o californiano brilhou no início com a comédia Top Secret! (1984), mas foi ao lado de Tom Cruise, como o gelado Iceman em Top Gun (1986), que se tornou uma estrela mundial. A partir daí, construiu uma carreira que misturava talento, polémica e um perfeccionismo quase destrutivo. Os bastidores dos seus filmes eram frequentemente palco de conflitos e egos inflacionados — e o dele não era pequeno.

🎤 Em 1991, surpreendeu o mundo ao cantar com a sua própria voz no papel de Jim Morrison no filme The Doors, realizado por Oliver Stone. E em 1995, brilhou ao lado de dois monstros sagrados do cinema, Al Pacino e Robert De Niro, em Heat. No mesmo ano, vestiu o fato do Cavaleiro das Trevas em Batman Forever… e não deixou saudades. Apesar do sucesso comercial, as críticas foram duras e a sua relação com o realizador Joel Schumacher acabou em gritos e porta a bater. Segundo o próprio Schumacher, Val era “o ser humano mais psicologicamente perturbado” com quem tinha trabalhado.

😬 E não foi o único. Em A Ilha do Dr. Moreau (1996), o conflito com Marlon Brando e o realizador John Frankenheimer foi tão épico quanto o filme foi um desastre. A indústria não esqueceu, e a reputação de Kilmer ficou gravemente ferida. Ainda assim, protagonizou outros títulos marcantes como The Saint (1997), Kiss Kiss Bang Bang (2005) ou The Salton Sea (2002), alternando entre êxitos discretos e fracassos clamorosos.

🦇 Nos bastidores de Hollywood, passou a ser conhecido como “o menino mau” da indústria — uma etiqueta que ele próprio nunca tentou sacudir. “Portei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra”, confessaria anos mais tarde no documentário Val (2021). E com isso, talvez tenha dito tudo.

Nos últimos anos, o cancro na garganta que lhe foi diagnosticado em 2014 obrigou-o a uma traqueostomia e a perder grande parte da sua voz. Mas nem isso o travou. Voltou a ser Iceman na sequela de Top Gun: Maverick, num momento breve mas poderoso, ao lado de Tom Cruise. Foi também poeta, autor de livros e até nomeado para um Grammy em 2011 com The Mark of Zorro, um álbum em áudio-drama.

🎭 Val Kilmer foi tudo menos morno. Um ator de extremos, de escolhas imprevisíveis, de talento genuíno e temperamento difícil. Deixou uma marca indelével no cinema — não apenas pelos papéis que desempenhou, mas pela maneira como os viveu (e sobreviveu a eles).

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O rebelde de Hollywood despediu-se, mas as suas personagens continuarão a viver no grande ecrã… e na memória de todos os que apreciam o cinema com carácter e personalidade.

Sam Mendes Vai Lançar Quatro Filmes dos Beatles no Mesmo Mês: Uma Revolução no Cinema

🎬 O mundo do cinema prepara-se para um evento inédito e absolutamente ambicioso: Sam Mendes, realizador vencedor de Óscares, vai estrear quatro filmes sobre os Beatles no mesmo mês. Cada filme focar-se-á num membro diferente da banda, com o objectivo de contar a história do quarteto de Liverpool como nunca antes foi feita.

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Os filmes chegarão às salas de cinema em abril de 2028 e têm já um elenco de luxo confirmado: Paul Mescal interpretará Paul McCartney, Barry Keoghan dará vida a Ringo Starr, Harris Dickinson será John Lennon e Joseph Quinnencarnará George Harrison.

Cada filme será contado a partir da perspectiva de um dos Beatles, criando uma experiência cinematográfica “compulsiva e interligada”. Mendes, conhecido por filmes como Beleza Americana1917 e 007: Spectre, explicou que este formato a quatro partes foi a solução para contornar a dificuldade de condensar a história da maior banda de todos os tempos num único filme. “Uma minissérie não parecia certo. Mas quatro filmes, cada um com a sua voz, pareceu perfeito.”

Aposta de Risco ou Golpe de Génio?

🎥 O projecto foi revelado na CinemaCon em Las Vegas, uma convenção anual onde os estúdios de Hollywood tentam entusiasmar os exibidores com os seus projectos futuros. E este ano, bem precisam. Com um início de 2025 desastroso para as bilheteiras (e com bombas como Branca de Neve ou Mickey 17 a arrastarem os números para baixo), as salas de cinema vivem tempos difíceis.

A frase de ordem que ecoa entre os estúdios é clara: “Sobrevive até 2025”. A esperança é que os grandes lançamentos anunciados tragam de volta o público. E se há algo que pode despertar paixões intergeracionais, são os Beatles.

A execução deste projecto é de uma escala impressionante. A rodagem vai durar mais de um ano e promete ser um dos maiores empreendimentos logísticos e criativos da década. Cada filme terá um tom e ritmo diferente, reflectindo a personalidade e a visão do Beatle em foco. Uma obra monumental? É cedo para dizer. Mas que vai dar que falar, vai.

Beatles, Aranhas e Apocalipses

🎸 Para além do mega-projecto de Mendes, a Sony apresentou mais trunfos na CinemaCon, incluindo o novo filme de acção de Tom HollandSpider-Man: Brand New Day, com estreia marcada para 31 de Julho de 2026, e a sequela animada Spider-Man: Beyond the Spider-Verse, agendada para 4 de Junho de 2027.

Outro destaque da apresentação foi 28 Anos Depois, sequela de 28 Dias Depois, realizada por Danny Boyle e com Jodie ComerAaron Taylor-Johnson e Ralph Fiennes no elenco. Boyle brincou com os rumores em torno do próximo James Bond, insinuando que Taylor-Johnson “pode ou não ser o novo 007”.

Expectativas em Alta para o Cinema de 2028

Com os grandes estúdios a tentar recuperar do caos provocado pelas greves de 2023 e pelo abrandamento pós-pandemia, há um sentimento de expectativa redobrada em relação ao futuro do cinema. A estreia conjunta dos quatro filmes dos Beatles pode ser o téssera que a indústria precisa: nostalgia, música icónica, grandes actores e um conceito inovador.

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O desafio de Mendes não é pequeno. Mas se resultar, pode ser um marco histórico no cinema contemporâneo.

Zack Snyder Entra no Octógono: Vem Aí “Brawler”, o Filme de MMA com Selo UFC

🥊 Zack Snyder trocou as espadas de “300” e os sabres de luz de “Rebel Moon” por luvas de MMA — e a coisa promete ferver dentro e fora do octógono. O realizador norte-americano vai dirigir Brawler, um novo filme centrado no mundo das artes marciais mistas, em parceria com a poderosa UFC e com… a Arábia Saudita. Sim, leu bem.

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📸 A fotografia oficial já corre o mundo e parece retirada de uma cena de um blockbuster: Dana White, o patrão da UFC, a apertar a mão de Turki Alalshikh, ministro saudita e presidente da Autoridade para o Entretenimento, enquanto Snyder sorri com cara de “vem aí porrada da boa”.


🥋 Do submundo de LA para o topo do octógono

A sinopse já deixa antever uma jornada épica ao estilo Snyder: um jovem lutador das ruas de Los Angeles tenta entrar na UFC, enfrentando tanto adversários no ringue como os seus próprios demónios interiores. Redenção, suor e pancadaria — os ingredientes perfeitos para um drama de combate cinematograficamente estilizado.

🎬 O argumento fica a cargo do próprio Snyder, com Kurt Johnstad (que já escreveu 300) e Shay Hatten (John WickRebel Moon) ao seu lado. O trio de ferro já provou saber criar mundos intensos e personagens em rota de colisão consigo mesmos.

Atores? Datas? Estreia? Tudo isso continua guardado num “cofre de titânio” como nos filmes de Army of the Dead, mas o entusiasmo já está ao rubro.


🎥 UFC + Hollywood = relação séria (e rentável)

Esta não é a primeira vez que a UFC entra nos ecrãs grandes e pequenos com força total. Em 2023, o remake de Road House (Profissão Duro) com Jake Gyllenhaal — ex-lutador de MMA na trama — foi um sucesso na Amazon Prime Video, mostrando que o casamento entre artes marciais e cinema tem muito potencial de KO.

O que Brawler traz de novo é a assinatura de Snyder: slow-motion, composição visual musculada e heróis com dilemas morais (e abdominais de aço). E claro, o reforço da Arábia Saudita na equação sugere um investimento de peso e ambições globais.

A presença de Turki Alalshikh no anúncio oficial mostra que o filme pode integrar a crescente estratégia saudita de se afirmar como potência no entretenimento — dentro e fora do desporto.


🔮 O que esperar?

Se Brawler seguir o ADN Snyder, podemos esperar sequências de combate coreografadas como ballet violento, narrações graves e visuais dignos de painel de banda desenhada. Mas com a UFC no centro da história, o realismo e a crueza prometem ter um papel importante — talvez até mais do que os efeitos especiais.

📺 Enquanto isso, Snyder continua com pé firme na Netflix, onde já criou a saga Rebel Moon e prepara um novo projeto sobre a polícia de Los Angeles. Mas agora, com Brawler, parece apostado em dominar um novo território: o cinema de pancadaria com alma.

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Vamos a isso, mestre Snyder. Só pedimos uma coisa: não nos deixes KO de aborrecimento.

Adeus ao Guerreiro de Ação: Morreu Richard Norton, Lenda dos Filmes de Artes Marciais e de Ação

🎬🥋 O cinema de ação perdeu um dos seus maiores guerreiros. Morreu Richard Norton, ator australiano, artista marcial e coordenador de duplos que marcou presença em mais de 70 filmes e trabalhou com alguns dos maiores nomes do género. Tinha 75 anos.

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A notícia foi confirmada no domingo, dia 30 de março, pela esposa, Judy Green, através de uma emotiva publicação no Instagram. “Estou devastada, não tenho palavras, perdi tudo”, escreveu, acrescentando: “Sei que há, e haverá muito amor e choque por termos perdido este ser humano incrível. O amor da minha vida.”

A causa da morte não foi divulgada, mas a comoção no mundo do cinema foi imediata. Amigos e colegas prestaram homenagens a este verdadeiro titã da indústria — um homem que tanto enfrentava vilões no ecrã como desenhava cenas de luta de cortar a respiração atrás das câmaras.

De Mad Max a Jackie Chan: um currículo de lenda

Richard Norton pode não ter sido um nome tão mediático como algumas das estrelas com quem trabalhou, mas era uma presença absolutamente essencial nos bastidores (e muitas vezes à frente das câmaras) de clássicos da ação.

Foi coordenador de duplos em filmes como Mad Max: Estrada da Fúria e O Esquadrão Suicida, onde trabalhou diretamente com o realizador James Gunn. Aliás, foi o próprio Gunn quem lhe prestou uma sentida homenagem nas redes sociais:

“Era um homem australiano durão, mas doce, com uma calorosa gargalhada e um milhão de histórias sobre todos os seus anos a fazer filmes.”

Richard também trabalhou com Jackie ChanChuck Norris, e muitos outros nomes de peso. Norris, de resto, partilhou igualmente a sua dor com o público:

“Estou absolutamente de coração partido com a perda do meu querido amigo e irmão. As memórias maravilhosas que partilhámos vão ficar guardadas para sempre no meu coração.”

Um ícone das artes marciais com coração de ouro

Além do seu trabalho técnico e artístico, Norton era um verdadeiro mestre das artes marciais, tendo conquistado vários cinturões pretos e criado a sua própria abordagem ao combate cénico. Mas apesar da sua imagem de “durão”, era conhecido nos bastidores pela sua gentileza, bom humor e espírito de camaradagem.

Com uma carreira que atravessou décadas, Richard Norton contribuiu decisivamente para elevar a fasquia das cenas de ação no cinema, tanto em Hollywood como na Ásia, especialmente nas suas colaborações com o cinema de Hong Kong.

Um legado que permanece

O mundo do cinema perde não apenas um especialista de ação, mas um apaixonado pela sétima arte. Um homem que tratava o combate como coreografia e os filmes como forma de vida. Um verdadeiro samurai de Hollywood.

🎥 Fica a memória de uma carreira repleta de energia, profissionalismo e paixão — e claro, daquelas cenas de pancadaria que continuam a arrancar aplausos nos serões de cinema lá em casa.

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Obrigado por tudo, Richard. O grande ecrã vai sentir a tua falta, mas a tua lenda continua a dar murros certeiros no coração dos fãs. 🥋🎬

Morreu Yves Boisset: o Realizador Francês que Fez do Cinema uma Arma Política

🎬 Yves Boisset, um dos mais combativos e politicamente comprometidos realizadores do cinema francês do século XX, morreu aos 86 anos, deixando para trás uma carreira que misturou cinema de género com denúncia social de forma destemida e nada convencional.

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O cineasta faleceu esta segunda-feira, após vários dias internado no hospital franco-britânico de Levallois-Perret. Foi a própria família que anunciou a sua morte, encerrando assim um capítulo importante da história do cinema europeu — daqueles que nunca teve medo de incomodar os poderosos.


🧨 Cinema a estourar com política

Se o cinema fosse um ringue de boxe ideológico, Yves Boisset teria saído de lá sempre com sangue no nariz… mas sem nunca abandonar a luta. Ficou especialmente conhecido nos anos 70, década onde assinou algumas das suas obras mais marcantes, sempre com uma lupa apontada para os podres da sociedade.

Um dos seus filmes mais emblemáticos é Dupont Lajoie (1975), que por cá chegou com o sugestivo título Férias Violentas. Baseado em crimes reais com motivações racistas, o filme chocou, dividiu opiniões e até provocou ameaças durante as filmagens. Mas ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival de Berlim e entrou directamente para a história do cinema político europeu.


🕵️‍♂️ Terrorismo, colonialismo e… Schwarzenegger?

Outro murro no estômago foi L’Attentat (O Atentado, 1972), sobre o assassínio do opositor marroquino Mehdi Ben Barka, com Jean-Louis Trintignant. E em R.A.S. (1973), Boisset foi um dos primeiros a tocar no tema ainda sensível da Guerra da Argélia. A extrema-direita não perdoou e as autoridades censuraram várias cenas. Nada mal para um cinema que “não tem nada a relatar” (como ironizava o título original).

Mas nem tudo foi polémica política. Boisset também venceu… Hollywood! Em 1983, lançou Le prix du danger (O Preço do Escândalo), um thriller distópico sobre um jogo televisivo onde pessoas comuns lutam até à morte. Soa familiar? Pois, o senhor Arnold Schwarzenegger e a 20th Century Fox acharam que era uma boa ideia fazer The Running Man (O Gladiador, 1987) — e Boisset ganhou um processo por plágio. Touché.


🎥 Entre espiões, guerra e televisão

Boisset não parou nos anos 80, onde dirigiu nomes como Lino Ventura (O Regresso do Espião), Lee Marvin (Ventos de Violência) e Lambert Wilson (Bleu comme l’enfer). E ainda encontrou tempo para um raro momento de delicadeza com Um Táxi Cor de Malva (1977), com Philippe Noiret e Charlotte Rampling.

Cansado dos constantes entraves no cinema, virou-se para a televisão nos anos 90, mas sem abdicar do olhar crítico. Destaque para L’Affaire SeznecL’Affaire Dreyfus e Le Pantalon, que mostravam o mesmo compromisso social com outros meios.


📚 “A vida é uma escolha”

Assim se chamava a autobiografia que lançou em 2011 — La vie est un choix. Um título que diz tudo sobre quem foi Yves Boisset: um homem que escolheu o cinema como campo de batalha, mas também como espelho desconfortável da sociedade.

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Nunca foi o favorito da crítica mais conservadora, nunca foi simpático para os poderes instituídos, e provavelmente é por isso que hoje vale a pena lembrar o seu nome. Yves Boisset não fazia filmes para nos adormecer — fazia filmes para nos acordar.