Peter Jackson Reabre o Arquivo: A Nova Versão de The Beatles Anthology no Disney+ Traz Imagens Inéditas e Som Renovado

Os Beatles voltam a reinventar-se — mesmo 55 anos depois do fim da banda. The Beatles Anthology, a monumental série documental lançada originalmente em 1995, regressa agora no Disney+ numa versão restaurada, expandida e acompanhada pelo toque tecnológico de Peter Jackson. Depois do impacto colossal de The Beatles: Get Back, o realizador neozelandês e a sua equipa da WingNut Films voltam a mergulhar nos arquivos dos Fab Four para dar nova vida a um dos projectos mais ambiciosos da história do grupo.

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O resultado é, simultaneamente, um regresso ao passado e uma atualização para a era do streaming. O que antes era uma referência televisiva passou agora a ser uma obra afinada para a alta definição, com melhorias profundas na imagem e — sobretudo — no som. Esta nova edição estreou no Disney+ a 26 de Novembro de 2025 e promete conquistar tanto os fãs de primeira hora como as gerações que só descobriram o quarteto através dos recentes projectos de Jackson.

Uma Restauração de Alto Nível

A nova versão de The Beatles Anthology foi remasterizada e aperfeiçoada pela produção da Apple Corps, em colaboração com a WingNut Films de Peter Jackson e com Giles Martin, filho de George Martin — o lendário produtor dos Beatles. Giles criou novos mixes sonoros para grande parte das músicas, elevando a clareza e a profundidade das gravações, e aproximando-as do trabalho que desenvolveu recentemente em reedições de álbuns clássicos da banda.

Visualmente, o salto é igualmente significativo: tal como em Get Back, a equipa de Jackson recorreu a técnicas avançadas de limpeza, estabilização e reconstrução digital de película, resgatando detalhes outrora imperceptíveis e devolvendo frescura ao material captado há mais de meio século.

O Que Há de Novo? Um Episódio Inédito

A série original tinha oito episódios — esta nova versão passa a ter nove. O episódio adicional reúne material de bastidores registado entre 1994 e 1995, quando Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se juntaram para trabalhar no projecto Anthology em todas as suas vertentes:

  • a série televisiva,
  • os álbuns duplos com gravações raras,
  • e o livro The Beatles Anthology, publicado em 2000.

O episódio mostra conversas íntimas entre os três Beatles sobreviventes da época, que reflectem sobre a vida na banda, o impacto cultural do grupo e o modo como cada um olhava para o seu passado comum. Para muitos fãs, este material tem o peso emocional de um reencontro tardio — sobretudo porque George Harrison faleceu apenas alguns anos depois, em 2001.

Trata-se, portanto, de uma peça rara: um momento em que os três olham para trás, sem pressões, sem artifícios promocionais e com a cumplicidade que sempre caracterizou a relação entre eles, mesmo após a separação.

A Antologia Reinventada

Com esta nova edição, The Beatles Anthology ganha uma segunda vida. O que em 1995 foi um acontecimento global televisivo transforma-se agora num documento restaurado, aprofundado e contextualizado, à altura do fascínio renovado que o público tem pela banda graças ao trabalho meticuloso de Jackson.

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Mais do que uma simples reposição, esta é uma oportunidade de revisitar toda a história dos Beatles com os recursos tecnológicos do presente e com a emoção adicional de um episódio que, até hoje, nunca tinha visto a luz do dia.

O legado continua vivo — e, ao que parece, cada vez mais nítido.

Novo Trailer de Avatar: Fogo e Cinzas Destaca Neytiri e Antecipação de uma Batalha Gigante

A contagem decrescente para Avatar: Fogo e Cinzas continua, e o novo trailer revelado esta semana confirma aquilo que muitos fãs já intuíram: este terceiro capítulo da saga vai colocar Neytiri no centro emocional — e bélico — da narrativa. A personagem interpretada por Zoë Saldaña surge em destaque num conjunto de imagens que misturam dor, fúria e determinação, enquanto Pandora se prepara para mais um confronto de larga escala.

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O vídeo mostra fragmentos de uma guerra inevitável e cada vez mais devastadora, sugerindo que a história seguirá as consequências directas dos acontecimentos de O Caminho da Água. Jake Sully, interpretado por Sam Worthington, mantém-se ao lado de Neytiri, mas é ela quem parece carregar o peso dramático desta nova fase, marcada pela defesa da família, do seu povo e da própria essência de Pandora.

atas e Futuro da Saga

Avatar: Fogo e Cinzas tem estreia marcada para 19 de Dezembro de 2025, iniciando um novo ciclo dentro da franquia. Entre este e o próximo capítulo, haverá um hiato considerável: Avatar 4 chegará apenas a 21 de Dezembro de 2029, enquanto Avatar 5, apontado como o encerramento definitivo da saga, está previsto para 19 de Dezembro de 2031.

Se estas datas forem mantidas, o último filme da série estreará 22 anos após o lançamento do “Avatar” original, em 2009 — um intervalo raríssimo na história do cinema para uma franquia desta escala, mas que reflecte a visão meticulosa e ambiciosa de James Cameron.

A História Até Aqui

Em Avatar: O Caminho da Água, o público reencontrou Jake Sully e Neytiri muitos anos depois dos eventos do primeiro filme. Agora com uma família formada e responsabilidades acrescidas, o casal viu-se novamente obrigado a proteger Pandora de uma nova tentativa de ocupação humana, que trouxe consigo velhos inimigos e novos perigos.

Tudo indica que Fogo e Cinzas aprofundará esta linha dramática, não só ampliando o conflito entre Na’vi e humanos, mas também mostrando as divisões internas, as perdas anunciadas e a evolução das tribos e dos ecossistemas de Pandora. O trailer sugere uma narrativa mais pesada, mais emocional e marcada por decisões difíceis — e, claro, por cenas de acção de enorme escala, como é marca registada de Cameron.

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Com esta nova antevisão, a expectativa sobe e confirma-se a ideia de que Avatar: Fogo e Cinzas poderá ser um dos maiores fenómenos de bilheteira de 2025. A promessa está lançada: mais espetáculo, mais emoção e uma Neytiri pronta para se tornar, ainda mais, o coração da saga.

Macaulay Culkin Abre a Porta a Novo Sozinho em Casa — e Já Tem Ideia Para o Filme

Mais de trinta anos depois de ter entrado para a história como Kevin McCallister, Macaulay Culkin admite que poderia voltar a Sozinho em Casa. Não é uma confirmação oficial, longe disso, mas é o suficiente para acender o imaginário dos fãs que há décadas esperam um regresso digno à saga que marcou o cinema natalício para sempre.

Durante a mais recente sessão do seu evento A Nostalgic Night with Macaulay Culkin, o actor falou sobre a possibilidade de revisitar o papel que o transformou numa das maiores estrelas infantis dos anos 90. Com humor e algum cuidado, disse que “não estaria completamente alérgico” à ideia — uma forma elegante de dizer que não fecha a porta, desde que o projecto seja tratado com a seriedade e a criatividade que a nostalgia merece.

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Culkin sabe bem o peso desse legado. Depois de se afastar de Hollywood ainda adolescente, foi regressando aos poucos, sempre com inteligência e ironia, participando em pequenos projectos e até recriando cenas de Sozinho em Casa em anúncios do Google que rapidamente se tornaram virais. Mas desta vez, o actor foi um pouco mais longe: não só admitiu abertura para o regresso, como partilhou a sua própria ideia para um possível novo filme.

Segundo a descrição citada pela Variety, Culkin imagina Kevin McCallister já adulto, numa vida marcada pelas responsabilidades e pelas inevitáveis complicações da idade. “Eu tinha esta ideia: sou viúvo ou divorciado. Estou a criar um filho, a trabalhar imenso e não estou a prestar atenção suficiente”, explicou o actor. A tensão cresce entre pai e filho — e é aqui que a magia do conceito original renasce.

Na sua proposta, Kevin acaba trancado fora da própria casa, e o filho, magoado e cansado da falta de atenção, recusa-se a deixá-lo entrar. Pior: é o próprio miúdo a montar armadilhas contra ele, replicando e invertendo o legado das malandrices originais. É uma inversão inteligente da fórmula do filme de 1990, que poderia transformar-se numa comédia familiar com novas camadas emocionais: o miúdo que um dia defendeu a sua casa é agora o adulto que precisa de reconquistar a confiança do filho.

Para Culkin, nada disto é garantia de regresso. “Terá de ser perfeito,” reforçou, consciente de que o público não aceita uma sequela qualquer. Ainda assim, o simples facto de o actor revelar ideias próprias — e bem estruturadas — deixa claro que o imaginário de Kevin McCallister continua muito presente para ele.

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Depois de inúmeras tentativas falhadas de recuperar a magia dos originais, uma sequela protagonizada pelo próprio Culkin teria, no mínimo, algo que faltou às anteriores: autenticidade. E, quem sabe, o espírito caótico, doce e um pouco perigoso que só Kevin McCallister consegue trazer ao Natal.

A Nova Mega-Fábrica de Leonardo DiCaprio à Porta de Portugal: Um Investimento Que Promete Agitar a Península Ibérica

A poucos quilómetros da fronteira portuguesa, a Extremadura prepara-se para receber um dos maiores projectos tecnológicos da Europa. Trujillo, na província de Cáceres, foi escolhida para acolher uma fábrica de semicondutores de última geração da Diamond Foundry — a empresa norte-americana que tem Leonardo DiCaprio entre os seus investidores mais mediáticos. A dimensão do investimento, a inovação envolvida e o impacto económico esperado estão a transformar este anúncio num dos temas mais relevantes da indústria tecnológica ibérica.

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A decisão surge após aprovação do Conselho de Ministros espanhol, que deu luz verde a um plano que prevê 2.350 milhões de euros até 2029. Esta quantia avultada não serve apenas para erguer um complexo industrial de ponta: representa também uma estratégia nacional para posicionar Espanha — e em particular a Extremadura — como um novo pólo europeu na área da microelectrónica. Trata-se de um sector dominado por gigantes asiáticos e norte-americanos, e cuja relevância ficou evidente nos últimos anos, quando a escassez global de chips paralisou indústrias inteiras.

O impacto no emprego será igualmente significativo: cerca de 500 postos directos altamente qualificados e outros 1.600 indirectos, ligados à cadeia logística, à produção auxiliar e aos serviços que inevitavelmente crescerão à volta da fábrica. O envolvimento da SETT — Sociedade Espanhola para a Transformação Tecnológica — reforça a aposta estratégica: o organismo público ficará com 32% do capital, contribuindo com cerca de 752 milhões de euros. As projecções económicas também impressionam: estima-se que, só nos primeiros dez anos de actividade, a fábrica injete 2.150 milhões de euros no PIB espanhol.

Mas o que distingue verdadeiramente este projecto não é o volume de investimento — é a tecnologia. Trujillo será o primeiro local do mundo a produzir semicondutores com diamante monocristalino sintético como substrato. Este material, muito mais resistente que o silício tradicional, oferece vantagens decisivas em aplicações de alta exigência: temperaturas extremas, frequências elevadas, inteligência artificial, defesa, sistemas industriais avançados e automóveis eléctricos de nova geração. Para muitos especialistas, esta tecnologia poderá representar um salto evolutivo comparável ao que o silício significou há várias décadas.

A escolha da Extremadura, uma região historicamente distante dos grandes centros industriais, não é um acaso. Espanha tem vindo a canalizar políticas públicas para desconcentrar a produção tecnológica, aproveitando regiões com espaço, capacidade de expansão e ligação directa a Portugal, cuja proximidade geográfica poderá favorecer projectos conjuntos no futuro. O objectivo é claro: reduzir a dependência externa e criar autonomia num sector onde a Europa tem falhado repetidamente.

Ao mesmo tempo, o facto de Leonardo DiCaprio estar envolvido neste investimento acrescenta-lhe uma curiosidade inevitável — o actor é conhecido pelo seu activismo ambiental, e a Diamond Foundry destaca justamente a sustentabilidade do processo de produção de diamante sintético. No entanto, o que está realmente em jogo é algo muito maior do que uma manchete com um nome famoso: é o aparecimento de um novo centro tecnológico à escala europeia, potencialmente decisivo num mercado cada vez mais competitivo e estratégico.

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Para Portugal, a notícia não é indiferente. A poucos quilómetros da fronteira, uma das indústrias mais críticas do futuro está prestes a instalar-se, com potencial para atrair empresas associadas, investigação universitária, mobilidade laboral e oportunidades económicas que poderão atravessar a linha que separa os dois países. A Península Ibérica, tantas vezes vista como periférica em termos tecnológicos, pode estar a ganhar um novo ponto de influência — e este nasce com um brilho muito particular: o de milhões de euros… e o dos diamantes.

Coragem em Primeiro Plano: TVCine Edition Dedica o Dia 29 de Novembro a Quatro Mulheres Que Mudaram o Mundo — No Ecrã e Fora Dele

O TVCine Edition prepara-se para transformar o próximo sábado, 29 de Novembro, numa celebração absoluta da força feminina. A partir das 16h50, o canal apresenta o Especial Coragem Feminina, um conjunto de quatro filmes que fazem muito mais do que contar histórias: iluminam trajectos de ousadia, resistência e mudança, protagonizados por mulheres que recusaram aceitar o mundo tal como ele estava e decidiram, em vez disso, reinventá-lo.

São narrativas vindas de diferentes épocas, culturas e continentes, mas unidas pela mesma energia: a das que desafiam estruturas, enfrentam preconceitos, rompem silêncios e criam novos caminhos — para si, e para todas.

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“Freeheld – Amor e Justiça” (2015) – 16h50

O pontapé de saída do especial dá-se com um dos dramas mais marcantes desta década: a história real de Laurel Hester(Julianne Moore), agente policial de Nova Jérsia que trava uma batalha contra o preconceito institucional para garantir que a sua parceira, Stacie Andree (Elliot Page), recebe a pensão após a sua morte.

O filme, premiado no Festival de San Sebastián, lembra que a coragem também se mede na persistência — sobretudo quando o sistema insiste em desumanizar. Entre burocracias, julgamentos públicos e manobras políticas, Laurel e Stacie revelam um amor que se torna símbolo de luta pelos direitos LGBTQ+.

“Maria Montessori” (2023) – 18h30

De Nova Jérsia viajamos para o início do século XX, onde duas mulheres improváveis se cruzam em Roma: Maria Montessori, médica e pedagoga visionária, e Lili d’Alengy, uma cortesã parisiense que foge de um segredo que a assombra. Ambas carregam culpas que não lhes pertencem e enfrentam uma sociedade onde as mulheres são silenciadas por princípio.

O filme revela não só o nascimento do método revolucionário que transformou a educação mundial, mas também a amizade entre duas mães que aprendem a perdoar-se a si próprias enquanto mudam a vida de crianças que ninguém queria ensinar.

“Ler Lolita em Teerão” (2024) – 20h10

Num dos retratos mais impactantes do especial, seguimos Azar Nafisi, professora iraniana que, sob um regime repressivo, reúne clandestinamente um grupo de alunas para ler literatura proibida. Nabokov, Fitzgerald, Jane Austen e Henry James tornam-se janelas secretas para um mundo onde a liberdade é mais do que uma metáfora.

Entre véus que caem e histórias que emergem, estas mulheres descobrem a coragem de dizer aquilo que sempre calaram. O filme conquistou o Prémio do Público e o Prémio Especial do Júri no Rome Film Festival de 2024 — e percebe-se porquê: é um tributo feroz ao poder libertador da palavra.

“As Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul” (2025) – 22h00

Para encerrar a noite, chega uma comédia sensível e espirituosa com Isabelle Huppert em modo completamente inesperado. A actriz interpreta uma francesa que viaja para a Coreia do Sul e se reinventa através de encontros improváveis, aulas de francês que nunca parecem aulas, copos de makgeolli e uma curiosa vocação para desmontar as emoções dos outros.

O filme, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim de 2024, é um tributo à coragem do recomeço — aquela que não se faz de batalhas épicas, mas de pequenos gestos que mudam tudo.

Um Sábado Inteiro Dedicado às Mulheres Que Não Aceitam Limites

O que une estas quatro histórias não é apenas a presença de protagonistas femininas, mas a persistência com que cada uma delas enfrenta a adversidade — seja um sistema legal injusto, uma sociedade hostil, um regime opressivo ou a própria vida em mutação.

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Especial Coragem Feminina é, acima de tudo, um lembrete de que, em qualquer lugar do mundo, a mudança começa sempre com alguém que se recusa a ficar calado. E o TVCine Edition dedica-lhes o palco, no dia 29 de Novembro, a partir das 16h50.

James Cameron Atira-se à Netflix: “Assim, Não Devia Concorrer aos Óscares”

James Cameron não é homem de meias palavras — e, desta vez, virou as baterias contra a Netflix. O lendário cineasta de AvatarTitanic e Exterminador Implacável afirmou que os filmes da plataforma não deviam poder competir pelo Óscar de Melhor Filme, a menos que respeitem uma verdadeira estreia cinematográfica. Para Cameron, a actual estratégia da empresa representa nada menos do que um “sistema podre”.

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A Plataforma Que Conquistou Hollywood… Mas Falha Sempre o Grande Prémio

Com mais de 300 milhões de subscritores globais, a Netflix já deixou a sua marca na indústria: atraiu realizadores de topo, investiu em projectos de grande escala, e transformou-se num dos gigantes culturais da era moderna. Mas há um troféu que continua a escapar — o Óscar de Melhor Filme.

Nos últimos anos, títulos como RomaO IrlandêsMankO Poder do CãoMaestroA Oeste Nada de Novo ou Emilia Perez chegaram perto, alguns até venceram outras categorias, mas nenhum conquistou o prémio maior.

A discussão reacendeu-se este ano, com três fortes candidatos da plataforma — FrankensteinSonhos e Comboios e Jay Kelly — todos lançados em salas de cinema por períodos mínimos, apenas o suficiente para garantir elegibilidade para os Óscares, antes de rumarem rapidamente ao streaming.

Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, foi claro: considera que a experiência de ir ao cinema é “uma ideia ultrapassada” e que o seu estúdio está, na verdade, a “salvar Hollywood”. Para muitos analistas, vencer o Óscar seria a validação final desta visão — a consagração de um novo modelo.

Cameron Não Poupa Nas Palavras: “Fundamentalmente Podre”

James Cameron, contudo, vê tudo isto com enorme desconfiança. Em conversa com o analista Matt Belloni, o cineasta reagiu também às notícias de que a Netflix está a tentar comprar a Warner Bros., competindo com a Paramount e com a Comcast.

A resposta foi directa:

“Acho que a Paramount é a melhor escolha. A Netflix seria um desastre. Desculpa, Ted, mas caramba.”

Recordou ainda que Sarandos defendeu publicamente que “os cinemas estão mortos”, algo que Cameron considera profundamente errado — e perigoso para o futuro do cinema como o entende.

Quando o jornalista sugeriu que Sarandos teria mudado de postura e prometido investir em estreias tradicionais caso adquirisse a Warner, Cameron soltou uma gargalhada.

“É para enganar parvos. ‘Vamos lançar o filme por uma semana ou dez dias e já está qualificado para os Óscares’. Por amor de Deus.”

Depois, endureceu ainda mais o discurso:

“Acho isso fundamentalmente podre. Os Óscares não significam nada para mim se não significarem cinema. Acho que foram cooptados, e isso é péssimo.”

A Posição de Cameron: Óscares Só Para Quem Respeita o Cinema

Questionado directamente sobre se a Netflix devia poder concorrer ao Óscar de Melhor Filme, Cameron disse que sim — mas apenas se alterar radicalmente a estratégia:

“Devem poder competir se lançarem o filme de forma significativa, em dois mil cinemas durante um mês.”

Para o realizador, não se trata de atacar o streaming, mas de defender o que acredita ser o coração da arte cinematográfica: a experiência colectiva, numa sala escura, com grande imagem e grande som — não uma estreia minimalista concebida apenas para cumprir burocracias.

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E assim, no meio da luta pelos estúdios de Hollywood e da corrida feroz aos Óscares, Cameron volta a colocar a velha questão no centro do debate: o que é, afinal, cinema?

E quem é que deve defini-lo?

Tom Cruise Celebra Amores Perros e o “Sueño Perro”: A Homenagem Surpreendente Que Reacende a Ligaçāo ao Cinema de Iñárritu

O cinema vive de memórias — das que preservamos e das que julgávamos perdidas. Foi precisamente essa ideia que pairou no ar quando Tom Cruise surgiu num vídeo a celebrar o 25.º aniversário de Amores Perros e a nova instalação artística de Alejandro G. Iñárritu, intitulada Sueño Perro. O momento, discreto mas carregado de significado, apanhou muitos de surpresa e reacendeu a discussão sobre o impacto duradouro do filme que, em 2000, mudou para sempre a paisagem do cinema latino-americano.

Uma Homenagem Inesperada, de Um Ícone a Outro

No vídeo partilhado por Iñárritu, e que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, Cruise recorda a primeira vez que viu Amores Perros. Fala com entusiasmo, quase com reverência, descrevendo-o como um “clássico absoluto” e confessando que revisitar o filme ainda hoje o deixa profundamente marcado. Não é todos os dias que vemos um dos maiores protagonistas do cinema de acção a prestar tributo a um drama urbano mexicano que se tornou símbolo de uma nova energia cinematográfica.

A homenagem serve também de convite: é o próprio Cruise que impulsiona as atenções para Sueño Perro, a instalação criada a partir de material nunca utilizado durante a montagem original do filme. E para quem o cinema significa mais do que apenas narrativa — para quem vê magia no celuloide, nos pedaços imperfeitos, no que ficou por contar — esta é uma oportunidade rara.

Sueño Perro: A Memória Oculta a Ganhar Corpo

Aberta ao público no espaço cultural LagoAlgo, na Cidade do México, a instalação mergulha o visitante numa experiência sensorial de luz, som e película recuperada. Iñárritu recolheu e restaurou material descartado há 25 anos: imagens cruas, fragmentadas, intensas. É como regressar ao caos controlado que deu origem ao filme — aquela mistura de violência, ternura, desespero e humanidade que fez de Amores Perros um fenómeno global.

Ao recuperar o que antes era apenas “resto de montagem”, Iñárritu transforma esses fragmentos em memória viva. Sueño Perro não é apenas uma exposição: é um reencontro com a alma do filme, um gesto artístico que resgata o passado para reactivá-lo no presente. E Cruise, com a sua homenagem, ajudou a amplificar esse gesto para o mundo inteiro.

Uma Nova Colaboração no Horizonte

O tributo não surge isolado — é também uma ponte para o futuro. Cruise e Iñárritu têm já um novo filme em marcha, uma comédia negra rodada em inglês e com estreia prevista para Outubro de 2026. Ao seu lado, o actor terá Sandra Hüller, John Goodman, Riz Ahmed e um elenco robusto que promete dar corpo a uma história envolta ainda em mistério.

A cinematografia ficará a cargo de Emmanuel Lubezki, colaborador habitual de Iñárritu, o que indica que podemos esperar algo esteticamente arrebatador — e possivelmente tão ousado quanto o próprio Amores Perros.

O Legado que Continua a Mexer com o Cinema

A homenagem de Tom Cruise não é um gesto promocional nem um simples cumprimento de circunstância. É o reconhecimento directo da força de um filme que redefiniu o storytelling no cinema contemporâneo, que pôs o México no mapa com brutalidade, poesia e coragem. É também um lembrete de que o cinema de Iñárritu permanece incontornável — inquieto, visceral, sempre a desafiar o espectador.

Ao celebrar o “Sueño Perro”, Cruise legitima o que muitos já sabiam: Amores Perros não envelheceu. Cresceu, transformou-se, espalhou raízes. E continua a inspirar tanto quem o viu em 2000 como quem o descobre pela primeira vez em 2025.

Se o futuro reserva um novo encontro artístico entre Cruise e Iñárritu, o presente deixa claro que esta relação criativa está mais forte do que nunca — alimentada pela memória, pelo respeito e pela vontade de continuar a fazer cinema que mexe connosco.

Um Clássico de Diane Keaton Regressa — e a Razão Torna Tudo Ainda Mais Emotiva

A máquina de Hollywood não abranda e, desta vez, decidiu olhar para trás — mas com um toque agridoce. Baby Boom, a comédia clássica de 1987 protagonizada por Diane Keaton, vai ganhar uma nova vida. A notícia chega poucas semanas após a morte inesperada da actriz, deixando no ar um misto de nostalgia, homenagem e inevitável saudade.

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Uma Reimaginação Moderna de um Clássico

O novo projecto será realizado por Michael Showalter, nome bem conhecido pelas suas comédias com personalidade (The Big SickThe Eyes of Tammy Faye). A Amazon MGM Studios descreve esta nova versão como uma “reimaginação moderna” — expressão que tanto pode significar uma actualização do enredo para os dilemas profissionais e familiares de 2025, como uma reinvenção completa da história. Para já, ainda não há elenco, nem argumentista anunciado, algo que deixa espaço para especulação… e para algum nervoso miudinho dos fãs mais conservadores.

Baby Boom é, afinal, um símbolo da época: Diane Keaton interpretava J.C. Wiatt, uma executiva imparável que vê a vida virada do avesso quando herda o bebé da prima. Humor, caos doméstico e críticas (deliciosamente subtis) ao culto da carreira fizeram do filme um sucesso moderado mas duradouro — e um marco no catálogo da actriz.

O Peso da Perda de Diane Keaton

Diane Keaton morreu há apenas seis semanas, vítima de pneumonia, aos 79 anos. O anúncio abalou Hollywood e, sobretudo, os muitos colegas que a admiravam não só como estrela, mas como presença humana generosa.

Nancy Meyers, argumentista de Baby Boom e amiga de Keaton durante quase quatro décadas, prestou uma das homenagens mais sentidas. Falou de cumplicidade, de gargalhadas, de uma ligação artística rara. “Ela era destemida, como ninguém, nasceu para ser estrela. Trabalhar com ela mudou a minha vida”, escreveu.

Meyers e o então marido, Charles Shyer, reencontraram Keaton várias vezes ao longo da carreira — incluindo nas queridas comédias O Pai da Noiva e Something’s Gotta Give, que cimentaram para sempre a imagem da actriz como rainha da comédia romântica inteligente.

Um Legado que Continua a Inspirar

O novo Baby Boom não é o único projecto ressuscitado após a morte da actriz. Também The Family Stone (2005) terá direito a continuação, com o realizador Thomas Bezucha a preparar o regresso daquela família tão disfuncional quanto adorável.

É uma espécie de constatação: Diane Keaton deixou um rasto tão luminoso que Hollywood continua a segui-lo.

E embora remakes gerem sempre discussão — “era preciso?”, “vão estragar?”, “quem poderá substituir Keaton?” — este parece surgir, acima de tudo, como um tributo. Uma forma de manter viva a energia inconfundível de uma actriz que marcou gerações com humor, elegância e um estilo absolutamente único.

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O desafio agora será honrar esse legado. Mostrar que, mesmo com novos rostos e uma nova era, ainda há espaço para histórias sobre o equilíbrio impossível entre carreira e afectos, contadas com charme, ironia e um piscar de olho muito ao estilo Keaton.

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Contagem de palavras: 612

O Filme de Animação Que Vai Dominar o Natal: “David” Chega aos Cinemas com Vozes Portuguesas de Luxo

Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves lideram a versão portuguesa desta aventura épica para toda a família

O Natal de 2025 acaba de ganhar um novo protagonista: “David”, a animação que promete conquistar famílias inteiras quando chegar aos cinemas a 17 de dezembro. Descrito como “a mais bela aventura de animação deste Natal” no comunicado oficial  , o filme apresenta um trio de vozes portuguesas capaz de fazer tremer até gigantes: Fernando DanielÁurea e Pedro Gonçalves dão vida às personagens centrais desta história intemporal que atravessa gerações.

Adaptando a famosa narrativa do jovem pastor que enfrenta Golias e se torna rei, o filme leva-nos numa viagem musical repleta de emoção, fé, coragem e imagens deslumbrantes. A versão portuguesa, distribuída pela NOS Audiovisuais, promete não apenas honrar o espírito épico da história original, mas também imprimir-lhe um toque emocional muito próprio, graças ao carisma e talento dos artistas envolvidos.

Uma Aventura Que Inspira — e Agora Fala Português

No filme, Pedro Gonçalves — conhecido do público pela sua participação no The Voice Portugal — empresta a voz ao jovem David, descrito como cheio de energia, sensibilidade e determinação. A interpretação pretende capturar a essência de alguém que ainda está a descobrir o mundo, mas que já carrega nos ombros um destino maior do que a própria vida.

À medida que David cresce, quem assume é Fernando Daniel, que dá voz ao herói adulto, agora guerreiro, poeta e líder. Segundo o comunicado, a sua interpretação traz “profundidade e intensidade” ao papel  , transformando-o numa figura que inspira pela coragem e pela resiliência. A combinação de força emocional e presença vocal do cantor encaixa de forma natural na metamorfose do jovem pastor num dos nomes mais emblemáticos da tradição bíblica.

Mas nenhuma jornada começa sozinha. Áurea completa o trio principal dando voz a Nitzevet, mãe de David — descrita como uma presença “calorosa e resiliente”  . É ela quem molda, com a sua fé silenciosa e as suas canções, o coração do futuro rei. A cantora, conhecida pelo timbre doce e emotivo, parece ser uma escolha óbvia para uma personagem que representa a força tranquila que sustém heróis quando tudo à volta fraqueja.

Música, Emoção e a Magia do Natal

“David” aposta numa narrativa épica, mas transporta-a para um formato acessível a todas as idades, com momentos musicais que procuram atingir tanto o lado espiritual como o lado emocional da história. A promessa é clara: um filme onde nenhum gigante é demasiado grande quando o coração permanece firme — frase que condensa na perfeição o espírito da obra e que sublinha a mensagem universal de esperança que a acompanha  .

A estética visual, descrita como “deslumbrante” no comunicado, pretende envolver o espectador num espetáculo sensorial que combina aventura, fé e emoção em partes iguais. A abordagem musical reforça essa ambição, transformando a história de David não apenas noutra adaptação, mas numa experiência envolvente pensada para emocionar tanto adultos como crianças.

Um Natal Feito de Coragem, Música e História

A estreia marcada para 17 de dezembro coloca “David” no centro da programação natalícia, numa época em que as famílias procuram histórias com coração — e este filme parece ter muito para oferecer. Com um elenco vocal português de grande popularidade e capacidade interpretativa, a animação aproxima-se do público local sem perder a dimensão universal da narrativa original.

Ao mesmo tempo, o filme resgata valores que continuam a ressoar com força no século XXI: a coragem diante do impossível, a procura de um propósito maior, a força das raízes familiares e a certeza de que mesmo o mais improvável dos heróis pode mudar o destino de uma nação.

“David” não é apenas mais uma animação de Natal — é uma promessa de emoção, música e inspiração. E, com Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves a dar voz a esta aventura, tudo indica que estamos perante um dos títulos obrigatórios deste final de ano.

A Surpresa Que Londres Esconde: Urchin Chega ao Nimas com Conversa Especial

Harris Dickinson estreia-se na realização com um retrato cru, inquieto e profundamente humano

O Cinema Nimas prepara-se para receber uma das estreias mais intrigantes deste final de ano: Urchin, a primeira longa-metragem realizada pelo actor Harris Dickinson, conhecido do grande público pelos seus papéis em Triângulo da Tristeza e Babygirl. A sessão especial acontece no dia 27 de Novembro, às 19h30, e será seguida de uma conversa com o crítico de cinema Vasco Câmara e o realizador Pedro Cabeleira, dois convidados que prometem elevar o debate sobre esta estreia inesperada.

É sempre curioso assistir ao momento em que um actor decide dar o salto para detrás da câmara. Dickinson, uma das faces mais expressivas e versáteis da sua geração, escolhe fazê-lo com um filme que não procura conforto nem convenções. Urchin é um mergulho na Londres que raramente aparece nos cartões-postais: a Londres das esquinas frias, dos ciclos difíceis de quebrar, das vidas que teimam em sobreviver apesar de tudo.

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Uma história que não pede licença

O filme segue Mike, um jovem sem-abrigo preso num loop de autodestruição, à procura de algo que se pareça com uma segunda oportunidade. Dormiu nas ruas, passou pela prisão e agora tenta reconstruir-se, mesmo que o mundo à sua volta insista em empurrá-lo para trás. Dickinson filma este trajecto com uma proximidade desconcertante, recusando dramatizações fáceis ou moralismos. Mike é falível, perdido, frustrado — e é precisamente isso que o torna tão humano.

Urchin aproxima-se do absurdo em vários momentos, mas nunca perde de vista o seu centro emocional: a ferida aberta de alguém que ainda não desistiu, mesmo quando tudo sugere que deveria. O filme expõe aquilo que a sociedade tantas vezes se recusa a ver — as microestruturas invisíveis que condicionam vidas inteiras, os padrões que se repetem, as paredes contra as quais se bate mesmo sem perceber porquê.

O estudo de uma margem que é mais familiar do que parece

Há algo de profundamente empático na forma como Dickinson constrói o filme. Não há complacência, mas também não há distância. O que Urchin propõe é uma observação honesta da vida nas margens — onde a dignidade persiste, mesmo quando o mundo inteiro parece ter virado costas.

Ao mesmo tempo, a obra não esconde o humor estranho e quase absurdo que pode surgir nos momentos mais inesperados. É esse equilíbrio — entre crueza e estranheza, entre dor e ternura — que confere ao filme uma identidade própria. Não é um drama social tradicional; é mais um retrato sensorial e emocional de alguém que tenta respirar dentro de uma vida que o sufoca.

Uma estreia que merece atenção

Harris Dickinson estreia-se na realização com uma segurança surpreendente, revelando uma direcção que sabe quando se aproximar e quando recuar, quando observar e quando confrontar. Urchin não quer ser um manifesto, nem um tratado sociológico; quer ser uma experiência — às vezes desconfortável, sempre verdadeira.

A sessão especial no Nimas, com Vasco Câmara e Pedro Cabeleira, acrescenta uma camada indispensável: a oportunidade de discutir o filme com duas vozes que pensam o cinema com profundidade e paixão. Para quem acompanha novos realizadores, novas linguagens e novas maneiras de olhar a cidade, esta é uma estreia a não perder.

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Urchin é, em última análise, um filme sobre tentar — e, por vezes, falhar — mas continuar mesmo assim. É sobre aqueles que vivem onde ninguém quer olhar, mas que, como todos, procuram apenas um lugar onde possam finalmente recomeçar.

A Lista de Comédias Que Vai Mexer com os Cinéfilos — e a Variety Assume a Responsabilidade

Quando o riso se torna matéria séria e 110 anos de gargalhadas são postos à prova

A Variety decidiu fazer aquilo que todos nós, secretamente, pensamos que faríamos melhor: escolher as 100 melhores comédias de sempre. E fê-lo com a solenidade quase religiosa de quem segura a História pelas ancas e a abana para ver o que cai. No ensaio que abre este extenso top, a publicação recorda que rir sempre importou — mas que hoje importa mais. A humanidade, diz a Variety, nunca riu tanto como nos últimos 110 anos, e o “culpado” é o cinema. Afinal, foi Charlie Chaplin, o primeiro verdadeiro ícone global, quem ensinou o planeta a pesquisar nos bolsos pela alma do humor. E, assim que Hollywood descobriu que nos podia pôr a rir, nós descobrimos que não queríamos outra coisa.

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A lista organiza-se como uma espécie de viagem arqueológica ao centro exacto do cómico cinematográfico: a anarquia sublime dos irmãos Marx, o caos estudado do SNL, o surrealismo feroz de Mel Brooks, o humor doentiamente cirúrgico de Dr. Strangelove, a loucura improvisada de Jim Carrey. E, em certos momentos, a Variety deixa claro que compilá-la implicou um exercício quase místico: “pensámos longamente no que faz um clássico — mas, acima de tudo, ouvimos os nossos ossos do riso”. Esta frase, retirada do texto original, define o espírito da selecção: uma lista que não pretende agradar a todos, mas que pretende representar tudo.

A contagem decrescente começa com Bridget Jones’s Diary, essa pérola que não se atreveriam a filmar hoje, diz a Variety — não por não poderem, mas por não quererem. E isso seria uma pena, porque parte do encanto desta comédia romântica é precisamente o facto de Bridget ser uma catástrofe ambulante e o filme não pedir desculpa por isso. De seguida, Wayne’s World aparece como a excepção que confirma a regra dos fracos spinoffs do Saturday Night Live, oferecendo duas personagens tão patetas quanto icónicas. Seguem-se Pretty WomanBorn YesterdayI’m Gonna Git You Sucka e, no lugar 95, uma obra querida dos cinéfilos portugueses: Brazil, a distopia de Terry Gilliam que continua a ser, simultaneamente, profética e delirante.

A lista avança como um desfile de memórias e estilos, saltando do caos indie de Clerks para a dança subversiva de Hairspray, do absurdo total de The Jerk ao espartilho moralmente ousado de She Done Him Wrong. A Variety resgata pérolas esquecidas (Hellzapoppin’Born YesterdayThe Tall Blond Man With One Black Shoe), reafirma clássicos inquestionáveis (Dr. StrangeloveSome Like It HotYoung Frankenstein), e dá o devido lugar a obras que só com o tempo encontraram o público que mereciam — como The Big Lebowski, que começou por ser desvalorizado e acabou canonizado.

No top 10, a revista convida-nos a atravessar a História com a reverência de quem entra numa catedral, mas sem tirar os sapatos: Buster Keaton e Sherlock Jr.; o ciclo infinito de Bill Murray em Groundhog Day; o génio louco de Mel Brooks em Young Frankenstein; a falsa verdade de Fargo; a insaciável ousadia dos Monty Python; a sátira política que só Chaplin poderia assinar em The Great Dictator. E, claro, os dois gigantes que fecham a lista: Some Like It Hot, de Billy Wilder, verdadeiro épico do disfarce e do desejo; e The Naked Gun, que a Variety proclama como a comédia perfeita — um hino irreverente ao absurdo, conduzido pelo génio deadpan de Leslie Nielsen.

O grande triunfo desta lista não está apenas nos títulos escolhidos, mas na defesa apaixonada do riso enquanto elemento fundamental do cinema. O humor, neste enquadramento, é tratado como uma força cultural transformadora, capaz de reinventar épocas, desafiar normas, provocar e, acima de tudo, aproximar espectadores de todas as gerações.

Glen Powell Está de Volta — e Agora Quer Chocar Hollywood com a Comédia Teen Mais Descarada do Ano

Ao confiar na Variety a tarefa de definir (ou incendiar) este cânone, ficamos com um mapa do riso que é tanto um documento histórico como uma declaração de amor ao cinema. É impossível concordar com tudo — mas é igualmente impossível não sorrir ao percorrê-la.

E vocês quais seriam as vossas escolhas?

O Filme Que Está a Dividir Críticos: A Estranha Odisseia de Hamnet

Quando Shakespeare Inspira um Drama Fantástico… e Umas Quantas Gripezinhas Criativas

Hamnet chega envolto numa onda de entusiasmo que quase parece maior do que o próprio filme. Depois de conquistar o People’s Choice Award no Festival de Toronto — um prémio que, curiosamente, tem o dom quase místico de irritar sempre os mesmos críticos — o novo trabalho de Chloé Zhao aterra nas salas com a confiança própria de quem já foi proclamado “o melhor filme de sempre” numa citação publicitária tão hiperbolizada que nem o site que a supostamente escreveu parece saber onde ela está. Convenhamos: é um começo… peculiar.

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Adaptado do romance de Maggie O’Farrell, Hamnet reinventa a história por detrás da criação de Hamlet, imaginando um Shakespeare em modo devaneio espiritual, a transformar a morte real do filho de onze anos numa catarse literária. O problema é que, segundo o texto original que inspirou este artigo, esta transformação cinematográfica não só exige um salto de fé, como um salto ornamental completo — daqueles dignos de competição olímpica.

Zhao anuncia desde o primeiro plano que não está interessada no rigor histórico. Jessie Buckley surge enrolada no chão da floresta, vestida de vermelho vivo, quase como uma divindade pagã caída num postal ilustrado de Terrence Malick. A sua Agnes (o nome pelo qual Anne Hathaway, mulher de Shakespeare, é aqui chamada) é apresentada como uma espécie de criatura mística que conversa com aves de rapina, tem poderes telúricos e transforma um parto numa cheia bíblica. Buckley, sempre impecável, tenta dar humanidade a esta figura mitológica, mas nem o seu talento evita que a personagem oscile entre o excêntrico e o involuntariamente cómico.

Depois temos Shakespeare, interpretado por Paul Mescal num registo tão trapalhão e desarticulado que o espectador fica a pensar se a ausência de eloquência será uma piada interna. A decisão artística é ousada, sem dúvida, mas acaba por ser estranha numa narrativa que gira à volta de um dos maiores escritores da História. Mescal — brilhante em Aftersun — vê-se aqui preso a um papel que insiste em transformá-lo num bobalhão melancólico perseguido por ravinas simbólicas que gritam “DESTINO TRÁGICO” com letras gigantes.

Quando chega a morte da criança, Zhao puxa do manual de melodrama com tanta intensidade que qualquer comparação com E.T. passa a parecer elogio moderado. A encenação do sacrifício do pequeno Hamnet, que supostamente “engana” a doença para salvar a irmã, estica o conceito de realismo mágico para lá da elasticidade possível. Buckley entrega uma performance visceral, repleta de gritos, lágrimas e toda a carga emocional possível, mas o filme parece mais interessado em provocar soluços do que em explorar a dor com subtileza.

O luto dá depois lugar ao ressentimento: Agnes transforma Shakespeare no saco de pancada emocional da casa, acusando-o de estar ausente em Londres, ocupado a escrever algumas das maiores obras da literatura, enquanto devia… assistir à tragédia em directo. A tensão culmina numa cena no Globe Theatre que desafia qualquer lógica histórica e que apresenta Agnes como alguém que, ao ver uma peça pela primeira vez, encontra redenção espiritual no exacto momento em que o argumento o exige.

O texto fornecido afirma ainda que Hamnet adopta uma visão quase simplista do processo criativo, atribuindo a génese de Hamlet a um momento de dor tão imediato que ignora completamente o trabalho, reescrita e complexidade inerentes à criação artística. Shakespeare, tal como aqui apresentado, praticamente tropeça no famoso “Ser ou não ser” entre um abismo e outro, como se as palavras lhe caíssem do céu. É um retrato algo redutor, por mais poético que Zhao o tente tornar.

Também há ecos de Nomadland, com os mesmos enquadramentos poético-rústicos ao pôr-do-sol e um uso intensivo da música de Max Richter — incluindo “On the Nature of Daylight”, peça recorrente em tantas produções que já rivaliza com “Carmina Burana” na categoria “banda sonora incontornável, mas desgastada”.

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No fim, Hamnet pode ser visto como uma tentativa ambiciosa de transformar Shakespeare em mito e dor em fantasia. Mas, segundo a crítica que esteve na base deste texto, é uma obra que procura lágrimas antes de procurar verdade, preferindo adornar a emoção em vez de a explorar. O resultado é um filme que divide, que provoca reacções fortes — nem sempre pelas razões pretendidas — e que deixa no ar uma pergunta: será este épico emocional um poema visual ou apenas um truque dramático à procura de prémios?

Jeremy Allen White Está em Todo o Lado: De Springsteen a Sorkin, de “The Bear” à Galáxia Muito, Muito Distante

Jeremy Allen White vive um daqueles períodos em que um actor parece multiplicar-se em várias frentes ao mesmo tempo — e todas elas de alto nível. Com The Bear prestes a regressar ao estúdio, uma transformação intensa para interpretar Bruce Springsteen, uma participação no universo Star Wars e um papel central no novo filme de Aaron Sorkin, o actor norte-americano atravessa talvez a fase mais rica da sua carreira.

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White recebeu a Variety para uma longa conversa e, no meio de pratos para cozinhar no Dia de Acção de Graças e reflexões pessoais, deixou um conjunto de revelações particularmente saborosas para quem acompanha cinema e televisão com atenção. No centro da entrevista, estão três projectos que prometem dominar a conversa nos próximos meses: Deliver Me From NowhereThe Social Reckoning e The Mandalorian & Grogu.

A metamorfose em Bruce Springsteen — sem próteses, sem truques

No papel de Bruce Springsteen no filme Deliver Me From Nowhere, Jeremy Allen White atirou-se de cabeça a um dos maiores desafios da sua carreira. Não quis parecer, mas ser — uma abordagem que o fez recusar a tentação inicial de próteses, incluindo uma possível adaptação dentária que replicaria o ligeiro prognatismo do músico.

O actor procurou fazer o caminho de dentro para fora, mergulhando no momento emocionalmente turbulento que marcou a criação de Nebraska, o álbum mais cru e solitário de Springsteen. O resultado impressionou até o próprio Boss, que chegou a confundir a gravação de White com a sua voz real ao ouvir Mansion on a Hill. Quando o próprio Springsteen diz: “Estás a soarem-te a mim, mas não estás a imitar-me”, é porque algo verdadeiramente especial aconteceu.

White descreve o processo como extenuante, profundamente emocional e totalmente destituído de autocomplacência: “Nunca senti que o tinha ‘apanhado’. Nunca fui para casa a pensar isso”. O peso emocional do papel manteve-o sempre num estado de vulnerabilidade, como se estivesse a habitar o próprio vórtice interior em que Springsteen mergulhou nos anos 80.

Aaron Sorkin convence-o a enfrentar outra figura real

Mal terminou a metamorfose para interpretar Springsteen, White hesitou em aceitar outro papel biográfico. Mas Aaron Sorkin é, compreensivelmente, difícil de recusar. Em The Social Reckoning, continuação espiritual de The Social Network, White interpreta Jeff Horwitz, o jornalista do Wall Street Journal que tem investigado a Meta e Mark Zuckerberg — papel que ficará a cargo de Jeremy Strong.

Sorkin deixou claro desde o início que White não precisava de copiar maneirismos ou aparência de Horwitz. Esta versão é “a história de Sorkin”, baseada na sua leitura dos factos e das figuras envolvidas. Para White, isso significou um raro alívio emocional: “Foi bom não ter de carregar um peso tão grande. Bastava ser fiel ao texto.”

E quem conhece Sorkin sabe: fidelidade ao texto significa ritmo, precisão e diálogo em estado puro.

Do caos da cozinha para o estúdio: “The Bear” regressa já em Janeiro

Uma das notícias mais directas da entrevista: as filmagens da 5.ª temporada de The Bear começam a 5 de Janeiro. White afirma sentir-se mais ligado a Carmy do que alguma vez se sentiu ao seu personagem em Shameless, onde admite que, após algumas temporadas, chegou a entrar num modo quase automático. Com The Bear, garante, isso não acontece. A relação criativa com Christopher Storer mantém-no alerta e emocionalmente envolvido.

A pressão, diz ele, é inevitável. Mas o perigo é sempre maior quando um actor acha que já descobriu tudo. Em Carmy, continua a encontrar novos conflitos, novos medos e novas formas de inquietação — o verdadeiro combustível da série.

Jabba the Hutt… tem um filho. E Jeremy Allen White dá-lhe voz.

Sim, leu bem. No filme The Mandalorian & Grogu, White dá voz a Rotta, o inesperado rebento de Jabba the Hutt. Foi Jon Favreau quem o convidou directamente, num telefonema tão inesperado quanto irresistível. “Sempre admirei o trabalho do Jon”, diz o actor. E, pela primeira vez, aceitou um projecto que as filhas poderão ver.

White confessa que nunca tinha feito dobragem e que Favreau acabou por ajustar a voz para encontrar o equilíbrio certo. Rotta permanece envolto em mistério, mas o actor admite que há partes de si no personagem — e é tudo o que se atreve a dizer.

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Jeremy Allen White está, portanto, na encruzilhada perfeita entre prestígio, risco e relevância. Seja a viver a dor silenciosa de Springsteen, a navegar o moralismo tecnológico de Sorkin, a lutar interiormente com Carmy ou a habitar a estranha família Hutt, a verdade é esta: poucos actores estão, neste momento, a escolher projectos tão variados, exigentes… e deliciosamente imprevisíveis.

Glen Powell Está de Volta — e Agora Quer Chocar Hollywood com a Comédia Teen Mais Descarada do Ano

Glen Powell está imparável. Depois de se ter tornado o novo menino-prodígio de Hollywood graças a sucessos como The Running Man e Chad Powers, o ator norte-americano continua a expandir território — agora como produtor — e prepara uma comédia adolescente que promete dar muito que falar. O título? The Fuckboat. Sim, leu bem. E não, não é sequer metáfora.

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O filme, concebido como uma comédia “R-rated” no espírito de Risky Business e Easy A, está a ser desenvolvido para a Paramount e tem todos os ingredientes para se tornar num daqueles fenómenos irreverentes que Hollywood tenta disfarçar mas, no fundo, adora. Os detalhes da história estão guardados a sete chaves, o que só aumenta a curiosidade em torno do projeto. Sabe-se, contudo, que o argumento foi escrito por Caroline Glenn e Sean Doherty, que assinam aqui a sua primeira colaboração oficial enquanto dupla criativa.

O guião de The Fuckboat gerou uma autêntica corrida entre produtores, acabando por aterrar na recém-criada Barnstorm, a produtora fundada por Powell e Dan Cohen no início do ano. A Paramount entrou em cena pouco depois, garantindo os direitos após o argumento ser finalizado e enviado para vários estúdios. Um daqueles movimentos de bastidores que revelam uma verdade simples: Hollywood ainda vibra com boas ideias atrevidas — especialmente quando trazem Glen Powell na ficha técnica.

Mesmo sem sinopse revelada, o entusiasmo é palpável. A Barnstorm, que está sob um acordo first-look com a Universal, está já a desenvolver projetos com nomes como Judd Apatow, Barry Jenkins e Ron Howard. Não é um mau começo para uma produtora que mal fez um ano de vida e que tem em The Fuckboat uma das suas primeiras grandes apostas.

Caroline Glenn, que lançará o seu romance de estreia Cruelty Free em 2026, junta-se à produção executiva, enquanto Doherty — atualmente produtor sénior na Team Coco, de Conan O’Brien — traz a sua experiência no humor televisivo para o projeto. Uma dupla jovem, trocada muito cedo pelo mundo académico por ideias que pedem ecrã grande. Powell e Cohen assumem a produção principal, com Ryan Schwartz e Jacquelina Rosso a completar a equipa da Barnstorm.

Ainda é cedo para saber até onde The Fuckboat irá levar o atrevimento — ou que tipo de tempestade cómica este “barco” vai realmente causar. Mas quando um título deste género se junta à energia criativa de Glen Powell, a probabilidade de turbulência é alta. A boa, claro. Daquela que enche salas e faz manchetes.

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Hollywood pode fingir que se surpreende, mas a verdade é que ninguém resiste a uma comédia adolescente descarada, criativa e com ambição de culto. Powell sabe isso melhor do que ninguém — e parece mais do que preparado para navegar águas agitada.

Bruce Lee Regressa ao Ecrã: O Fim-de-Semana em que o STAR Movies Celebra o Dragão do Cinema

Poucos nomes carregam tanto peso na história do cinema de ação como Bruce Lee. Muito mais do que uma estrela, tornou-se um fenómeno cultural, um símbolo de força, disciplina e presença cinematográfica. No fim-de-semana de 29 e 30 de novembro, o STAR Movies prepara um autêntico tributo ao mestre das artes marciais, dedicando duas noites inteiras à sua obra, sempre a partir das 21h15. Para quem viveu as matinés de pancadaria com admiração, e para quem só agora descobre o magnetismo de Lee, esta é uma oportunidade rara de ver quatro dos seus títulos mais marcantes no grande ecrã doméstico.

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A viagem começa no sábado com Big Boss – O Implacável, o filme que lançou Bruce Lee ao estrelato internacional. O jovem Cheng chega a uma fábrica de gelo para começar de novo, mas rapidamente se vê envolvido numa teia de criminalidade e desaparecimentos misteriosos. Quando a promessa de nunca mais lutar colide com a injustiça, o inevitável acontece: o Dragão desperta. O filme mantém intacta a sensação de explosão física e emocional que Lee trouxe às primeiras produções de Hong Kong, onde cada golpe parecia carregar décadas de frustração acumulada.

Mais tarde, ainda no sábado, o STAR Movies exibe O Invencível. Aqui, Lee veste a pele de um aluno que regressa para honrar a memória do seu mestre, num contexto tenso marcado pela ocupação japonesa em Xangai. Há uma energia quase revolucionária neste filme: a câmara fixa-se na fúria silenciosa de Lee, nos confrontos coreografados com inteligência e brutalidade, e na forma como a narrativa mistura honra, patriotismo e vingança. O Invencível é frequentemente apontado como um dos seus trabalhos mais emblemáticos — e percebe-se porquê.

bruce lee e chuck norris

No domingo, a viagem continua com A Fúria do Dragão, o único filme totalmente realizado por Bruce Lee. A história leva-nos até Roma, onde o jovem Tang Lung tenta proteger familiares ameaçados por gangsters. É um filme surpreendentemente divertido, com momentos de humor e uma confiança criativa que só poderia vir de alguém que dominava não apenas a arte da luta, mas também a gramática cinematográfica. Aqui encontramos uma das batalhas mais lendárias da carreira de Lee: o duelo com Chuck Norris no Coliseu, uma das cenas mais influentes da história do género.

A noite encerra com um capítulo tão mítico quanto trágico: O Último Combate de Bruce Lee. Pensado como a obra definitiva do Jeet Kune Do, o filme teve de ser reconstruído após a morte prematura do ator, em 1973. A produção levou cinco anos a ser concluída, recorrendo a duplos, filmagens alternativas e uma montagem engenhosa que procurou honrar o espírito do projeto. O resultado é um híbrido fascinante, simultaneamente emocionante e melancólico, onde a presença ausente de Lee pesa tanto quanto os seus golpes.

Este especial do STAR Movies não é apenas uma maratona televisiva: é uma pequena celebração daquilo que Bruce Lee representou para o cinema e para a cultura popular. A sua influência estende-se muito para além das artes marciais — moldou a forma como filmamos movimento, como entendemos a fisicalidade no ecrã e como um intérprete pode transformar-se num arquétipo eterno. Para muitos, Bruce Lee é mais mito do que memória. Para outros, continua a ser o grande mestre. Para todos, continua simplesmente indispensável.

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No próximo fim-de-semana, às 21h15, o STAR Movies abre as portas ao Dragão. Basta sentar-se e deixar a lenda tomar conta da sala.

“O Rio do Desejo”: O Drama Sensual da Amazónia Chega ao Cinemundo — e Não Vais Querer Perder a Sessão de Dia 29

O Cinemundo — canal aberto e presente em todas as operadoras de cabo — prepara-se para trazer ao ecrã um dos filmes brasileiros mais intensos e sensoriais dos últimos anos. O Rio do Desejo, realizado por Sérgio Machado e baseado no conto de Milton Hatoum, será exibido no dia 29 às 13:00, numa sessão perfeita para quem aprecia dramas com alma, natureza em estado bruto e emoções à flor da pele.

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Este é um daqueles filmes que entram devagar e depois não largam o espectador. À beira do Rio Negro, três irmãos vivem uma rotina quase imutável — até ao dia em que Dalberto regressa com Anaíra, a mulher que se tornará o epicentro de todas as tensões. Sophie Charlotte assume o papel com uma presença magnética: sensual, frágil, determinada e envolta num mistério que contagia a casa inteira.

Quando Dalberto parte numa longa viagem pelo rio, o ambiente ganha uma densidade quase palpável. Os irmãos que ficaram — interpretados por Daniel de Oliveira, Gabriel Leone e Rômulo Braga — vêem-se empurrados para um terreno onde desejo, culpa e moralidade entram em colisão constante. É aqui que o filme revela o seu lado mais poderoso: a forma como a convivência obriga cada personagem a enfrentar aquilo que deseja… e aquilo que teme.

Sérgio Machado filma a Amazónia como se fosse uma personagem viva. O rio não é apenas cenário — é testemunha, cúmplice e catalisador. A fotografia capta a humidade, a luz, o cheiro e a beleza quase opressiva da região, enquanto a narrativa se desenrola num crescendo emocional que raramente dá descanso.

A crítica tem sido unânime em elogiar a atmosfera, as interpretações e o cuidado visual. Há quem considere que o melodrama, por vezes, se sobrepõe a nuances mais subtis — mas mesmo esses apontamentos acabam por reforçar o carácter intenso e visceral da obra. O Rio do Desejo não quer ser delicado: quer ser vivido.

Numa altura em que o cinema brasileiro continua a marcar presença internacional com obras ousadas e profundamente humanas, esta é uma oportunidade perfeita para descobrir — ou revisitar — uma história que une paisagem, sensualidade e conflito numa experiência cinematográfica hipnótica.

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E o melhor? Basta ligar o Cinemundo. Está ao alcance de todos, em qualquer operadora de cabo.

Dia 29, às 13:00.

O rio corre. O desejo também.

“Tornados”: O Novo Thriller Meteorológico Que Promete Abalar a TV Portuguesa

A televisão portuguesa vai entrar no olho da tempestade com Tornados, a nova aposta do TVCine Top, que estreia já sexta-feira, 28 de novembro, às 21h30. A produção, descrita como uma versão moderna e muscular do clássico Twister(1996), chega com a ambição de recuperar o fascínio pelo caos climático — agora com tecnologia de ponta, efeitos visuais arrebatadores e uma nova geração de caçadores de tempestades prontos para desafiar a força da natureza.  

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Esta releitura dramática gira em torno de Kate Carter, interpretada por Daisy Edgar-Jones, uma meteorologista que abandonou a vida de perseguição a tornados após um episódio traumático que tirou a vida ao namorado e colega de investigação. Desde então, Kate vive longe dos radares e da adrenalina, mas a paz dura pouco: uma equipa científica convida-a a regressar a Oklahoma para testar uma tecnologia avançada que promete prever — e possivelmente controlar — tornados de intensidade devastadora.

Ao seu lado surge Tyler Owens, interpretado por Glen Powell, uma espécie de estrela das redes sociais cuja carreira consiste em correr atrás de tempestades para gerar cliques e audiências. Junta-se ainda Javi, vivido por Anthony Ramos, velho amigo e colega de Kate, peça essencial nesta nova operação científica. O trio acaba por enfrentar aquilo que nenhum deles imaginava: um conjunto de frentes de tornados tão extremo que coloca a própria experiência humana num patamar insignificante perante o poder imprevisível da natureza.  

A realização ficou a cargo de Lee Isaac Chung, vencedor do Globo de Ouro com Minari em 2021, que aqui troca os dramas íntimos pela tensão ininterrupta dos desastres naturais. O argumento de Mark L. Smith (The Revenant) adiciona camadas de intensidade emocional a um filme que, apesar de centrado em tornados colossais, nunca se esquece de explorar o trauma, a perda e a resiliência dos seus protagonistas.

Um dos grandes destaques de Tornados é a componente visual, que aposta num realismo avassalador: sequências inteiras são reconstruídas através de CGI de última geração, recriando paredes de vento, detritos e paisagens destruídas com um nível de detalhe que promete acelerar o ritmo cardíaco dos espectadores. É um filme pensado para ser sentido — e não apenas visto.  

A estreia nacional acontece em simultâneo no TVCine Top e no TVCine+, tornando a noite de sexta-feira um momento obrigatório para quem gosta de thrillers climáticos, desastres em grande escala ou simplesmente do género “vou só ver o início” que acaba em sessão completa com o sofá a tremer.

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Prepare-se: a tempestade chega às 21h30. Não há aplicações meteorológicas que o salvem desta.

“Zootrópolis 2”: Uma Continuação Que Cumpre o Mínimo… e Pouco Mais

Há dias assim: acordamos, respiramos fundo e percebemos que estreou mais uma comédia de animação sobre animais falantes que resolvem problemas em cenários digitais impecáveis. Zootrópolis 2 — ou Zootopia 2, como é conhecido nos Estados Unidos — encaixa exactamente neste molde. Não é um filme produzido por inteligência artificial, mas não seria difícil acreditar no contrário.

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O original de 2016 conquistou o público com uma proposta fresca: uma cidade onde predadores e presas convivem numa utopia altamente funcional, recheada de humor, metáforas sociais e um duo improvável de protagonistas. Desta vez, porém, a sequela parece seguir uma cartilha corporativa tão rígida que as suas piadas soam pré-aprovadas por comité e a sua estrutura avança com o automático ligado.

Regressamos a Zootrópolis, esse mundo tecnicolor onde coelhos, ursos, antílopes, preguiças e leões vivem side by side — e onde, claro, Alan Tudyk aparece mais uma vez em modo cameo vocal, como se fosse uma tradição contratual. Judy Hopps, a coelha persistente e idealista, continua a patrulhar a cidade; Nick Wilde, a raposa streetwise promovida a agente da autoridade, mantém o charme cínico mas domesticado. A dupla continua funcional, simpática, eficaz. Mas muito pouco além disso.

A nova aventura começa com um crime improvável: um réptil — o único grupo animal que a cidade continua a rejeitar de forma óbvia — é acusado de roubar um diário pertencente à família aristocrática dos linces fundadores de Zootrópolis. O caderno esconde segredos sobre as “paredes meteorológicas”, as estruturas que permitem coexistirem dentro da mesma cidade múltiplos climas e biomas. A investigação rapidamente os leva a uma conspiração que, como sempre, atinge o topo da pirâmide social. Nada de novo, nada inesperado, nada particularmente ousado.

Há piadas, claro. Algumas até funcionam. Mas têm aquela precisão tão mecânica — quase estéril — que parece resultante de fórmulas testadas à exaustão em focus groups. O filme é limpinho, seguro, funcional. Mas falta-lhe alma. A sensação dominante é a de estarmos perante um “produto” que cumpre tabela, em vez de uma sequela com identidade própria.

Zootrópolis 2 é, no fundo, um filme ideal para entreter crianças num voo longo ou numa viagem de carro. E isto não é uma crítica — há valor em obras que cumprem essa função. Mas, ao contrário do primeiro capítulo, que surpreendia pelo humor inteligente e pela ambição temática, esta continuação avança sem riscos e sem entusiasmo, como se fosse apenas mais uma entrada encomendadíssima num catálogo de streaming.

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Disney já fez melhor. E os espectadores também já viram melhor. Talvez a terceira parte — se vier aí um Z3 — tenha a coragem de regressar às raízes mais sombrias, satíricas e criativamente desafiantes do original. Por agora, ficamos com este capítulo ameno, competente, mas quase indistinguível de uma criação algorítmica.

Eurovisão Anuncia Novas Regras de Votação Após Acusações de Interferência por Parte de Israel

A Eurovisão vai mudar a forma como os votos são atribuídos já na próxima edição do festival. A decisão surge na sequência das acusações feitas por vários países europeus, que alegaram que Israel terá influenciado de forma indevida a votação do público no concurso do ano passado.

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As novas regras, anunciadas na sexta-feira, reduzem para metade o número de votos permitidos por cada espectador — passam de 20 para 10 — e introduzem uma partilha mais equilibrada entre a votação do público e a de um júri profissional. Ao mesmo tempo, a organização quer travar campanhas externas com potencial para distorcer o resultado final. Martin Green, director da Eurovisão, foi claro: “Nenhum canal público ou artista poderá, a partir de agora, envolver-se ou apoiar campanhas de terceiras entidades — incluindo governos ou agências governamentais — que possam influenciar artificialmente a votação.”

A União Europeia de Radiodifusão (EBU), responsável pelo evento, comprometeu-se igualmente a reforçar os sistemas de segurança e a intensificar a monitorização de actividades fraudulentas.

Ainda que o comunicado oficial não refira Israel pelo nome, a decisão é uma resposta directa ao polémico resultado do ano passado. O representante israelita, Yuval Raphael, terminou em segundo lugar, impulsionado por uma vantagem expressiva na votação do público. Na altura, circularam nas redes sociais apelos a apoiantes de Israel em todo o mundo para que votassem o máximo possível, o que gerou indignação entre vários países participantes.

Após a final, os canais públicos de Espanha, Irlanda, Bélgica, Islândia e Finlândia exigiram uma auditoria ao sistema de votação, insinuando que Israel teria manipulado o processo — alegações que Martin Green rejeitou então de forma categórica.

A tensão agravou-se em Setembro, quando Países Baixos, Eslovénia, Islândia, Irlanda e Espanha anunciaram que poderiam boicotar o festival caso Israel fosse autorizado a participar. A EBU chegou a ponderar um voto interno entre os países membros sobre esta questão, mas recuou após o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos em Gaza no mês passado. O tema será discutido formalmente na reunião da EBU em Dezembro.

O chanceler da Áustria, país anfitrião da edição deste ano, também terá pressionado o seu canal público para não acolher o evento caso Israel seja excluído, sinal de que o debate está longe de ser consensual.

Martin Green acredita que as novas medidas podem restaurar a confiança no concurso: “Espero sinceramente que este pacote robusto de alterações dê garantias a artistas, canais e fãs. Acima de tudo, espero que permita ao festival reconhecer a complexidade do mundo em que vivemos, mas resistir às tentativas de transformar o nosso palco num terreno de divisão geopolítica.”

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A Eurovisão prepara-se, assim, para enfrentar mais um ano delicado — tentando equilibrar o entretenimento, a música e a política num palco que, inevitavelmente, espelha as tensões do continente.

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Desde que Sadie Sink foi anunciada como parte do elenco de Spider-Man: Brand New Day, a internet entregou-se a uma verdadeira maratona de teorias. A actriz de Stranger Things, que se prepara para entrar oficialmente no Universo Cinematográfico da Marvel ao lado de Tom Holland, tornou-se numa das peças mais discutidas do enorme puzzle que é a Fase 6 da Marvel. E até agora, ninguém parece saber realmente quem ela vai interpretar.

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Em conversa recente sobre o assunto, Sink confessou que os boatos começaram muito antes de ela sequer ter assinado contrato para o novo filme do Homem-Aranha. “Isso já andava a acontecer antes de eu saber que iria trabalhar neste projecto”, disse, visivelmente surpreendida. “Eu pensava: ‘O que é que as pessoas estão a dizer?’”

Entre as teorias mais persistentes está a possibilidade de Sink interpretar Jean Grey — ideia que, segundo a própria, não tem qualquer fundamento e surgiu completamente fora de contexto. Outro rumor muito discutido é o de que Sink possa ser Rachel Cole-Alves, uma aliada do Justiceiro. Quando questionada sobre esse cenário, Sink respondeu com humor e pragmatismo: “As pessoas esquecem-se de que a cor do cabelo pode mudar. Mas percebo todas as teorias.”

A actriz não se compromete com nenhuma das hipóteses e deixou claro que prefere manter o público em suspense: “As pessoas vão ter de esperar para ver. Estou entusiasmada para que tudo isso possa, talvez, ser esclarecido.”

As filmagens de Spider-Man: Brand New Day decorrem há meses, e há quem defenda que Sadie Sink pode ser, afinal, a nova Gwen Stacy do MCU — algo que, mais uma vez, nem a Sony nem a Marvel confirmam. A história do filme também permanece firmemente trancada a sete chaves. Sabe-se apenas que será o último capítulo do MCU antes de Avengers: Doomsday e Avengers: Secret Wars, um detalhe que por si só basta para aumentar a pressão e o secretismo.

Outra questão importante continua em aberto: será que Tom Holland regressará também para os próximos filmes dos Vingadores? Oficialmente, nada foi decidido — ou, pelo menos, nada foi anunciado. A única certeza é que Spider-Man: Brand New Day tem estreia marcada para 31 de Julho de 2026, e até lá o mistério em torno da personagem de Sadie Sink só deverá crescer.

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Por agora, todos os cenários continuam em cima da mesa. E Sink, discreta mas divertida, parece estar a apreciar cada minuto de especulação.