Vince Vaughn troca o sarcasmo pelas emoções numa história com avós que são um verdadeiro prato cheio de alma
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Pode preparar os guardanapos — não só para limpar os olhos, mas também a boca. Nonna’s, o novo filme da Netflix protagonizado por Vince Vaughn, chega como uma surpresa doce e calorosa no meio de tanta oferta esquecível da plataforma. Sim, estamos a falar de uma comédia sentimental sobre… avós italianas. E acreditem: funciona.
Realizado por Stephen Chbosky (o mesmo de As Vantagens de Ser Invisível e Querido Evan Hansen), o filme junta uma dose generosa de humor, nostalgia e molho de tomate. Mas o ingrediente secreto? A alma. E não, não estamos a exagerar.
Vince Vaughn, o homem improvável da emoção
Conhecido pelas suas personagens cínicas e desbocadas em comédias como Old School ou Wedding Crashers, Vaughn assume aqui um papel mais contido — mas igualmente carismático — como Joe, um homem de meia-idade em crise que, após perder o emprego e se sentir à deriva, decide abrir um restaurante italiano… com um grupo de nonnas reformadas. Sim, é tão inesperado como parece.
E é precisamente neste contraste entre o caos da sua vida e a sabedoria tranquila das nonnas que o filme brilha. Joe não está à procura apenas de uma nova carreira: está à procura de propósito, de calor humano, de uma família escolhida — e encontra tudo isso entre receitas, risos e muito amor de avó.
Um elenco de luxo com senhoras de respeito
O verdadeiro trunfo de Nonna’s é o seu elenco feminino sénior. As nonnas, interpretadas por actrizes como Barbara Barrie, Linda Lavin e June Squibb, não são meros acessórios na jornada do protagonista — são as donas do filme. Cada uma com o seu temperamento, as suas histórias e os seus pratos especiais, criam um mosaico de experiências que nos faz rir e, inevitavelmente, emocionar.
A dinâmica entre elas é deliciosa — ora se picam com ironias típicas de quem já não tem paciência para rodeios, ora se protegem como uma matilha adorável de velhotas mafiosas. E tudo isto com uma naturalidade que raramente vemos em filmes sobre a terceira idade.
Uma história reconfortante… mas sem ser xaroposa
Apesar do tema ser claramente feito para tocar o coração, Nonna’s evita a tentação da lágrima fácil. O argumento, com um equilíbrio admirável entre leveza e profundidade, nunca força as emoções. Em vez disso, deixa-as vir naturalmente — através dos pequenos gestos, das memórias partilhadas e, claro, da comida.
Stephen Chbosky, que já demonstrou talento em contar histórias sensíveis com alma, volta aqui a mostrar que é possível falar de amor, perda, envelhecimento e família sem cair no cliché. O resultado é um filme que se vê com um sorriso, que nos faz querer telefonar à avó (ou ir a correr aprender a fazer lasanha).
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Netflix, fizeste uma boa!
Num catálogo cada vez mais sobrecarregado de thrillers genéricos, comédias sem graça e dramas pretensiosos, Nonna’sdestaca-se como um filme honesto, bem escrito e executado com carinho. Não vai revolucionar o cinema, mas também não quer. Quer apenas aquecer-lhe o coração — e isso, meus amigos, já é um belo serviço.