Marcello Mastroianni: o homem por detrás do mito chega à RTP2 num documentário imperdível

Há actores que pertencem ao cinema. E depois há Marcello Mastroianni, que pertence à própria ideia de sedução, mistério e liberdade que o cinema tantas vezes tenta capturar. É essa figura — simultaneamente luminosa e inalcançável — que o documentário Marcello Mastroianni: Irresistivelmente Livre procura desvendar, numa estreia marcada para quinta-feira, às 22h55, na RTP2.

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A proposta é sedutora: desmontar o mito sem o destruir, compreender o homem sem o aprisionar numa narrativa fácil. Afinal, quem era realmente Mastroianni quando as câmaras deixavam de filmar? Que relação mantinha com a imagem de galã latino que o mundo lhe impôs — uma espécie de máscara dourada que ele próprio, discretamente, tentava afastar?

O documentário parte precisamente desse confronto entre persona e identidade, revelando um actor cuja aparente leveza escondia camadas de sensibilidade, contradição e indisciplina emocional. Não apenas o protagonista dócil e indolente que Fellini transformou em símbolo universal do desencanto moderno, mas um homem inquieto, determinado a não ser reduzido à perfeição dos seus traços ou ao charme que todos reconheciam antes mesmo de ele entrar em cena.

Os anos 60, com La Dolce Vita, elevaram-no ao estatuto de estrela absoluta. Naquela icónica imagem de Marcello a caminhar pela Via Veneto ao lado de Anita Ekberg, cristalizou-se uma ideia de masculinidade mediterrânica que o ultrapassou, quase como uma lenda que se escreve por si própria. Mas Mastroianni, homem de olho doce e espírito irónico, resistiu sempre à tentação de acreditar na sua própria mitologia.

Não era cínico, nem desencantado. Pelo contrário: transmitia a sensação de que a vida, demasiado séria para ser levada tão a sério, precisava de ser vivida com prazer, humor e, sobretudo, liberdade. Daí o título do documentário — Irresistivelmente Livre — que evoca não apenas o actor, mas também o ser humano que se recusou a deixar-se aprisionar pelos rótulos de uma indústria que fazia dele o seu ícone ideal.

O que o filme da RTP2 oferece é a oportunidade de reencontrar Marcello para lá da superfície: os bastidores, as fragilidades, a inteligência subtil e a permanente ambiguidade de um artista que parecia flutuar entre os papéis, como se cada personagem fosse apenas mais um ponto de partida para questionar o mundo e a si próprio.

Através de imagens de arquivo, depoimentos e uma construção narrativa que honra tanto o mito como o homem, o documentário traça o retrato íntimo daquele que muitos consideram o actor italiano mais complexo da sua geração — imprevisível, elegante e cheio de uma humanidade luminosa, difícil de capturar mas impossível de esquecer.

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Na noite de quinta-feira, a RTP2 convida-nos a olhar novamente para Mastroianni. E a descobrir que, por trás da maquilhagem, do sorriso preguiçoso e da aura eterna de La Dolce Vita, existia um homem que passou a vida inteira a tentar ser apenas isso: ele próprio.

Netflix cancela Starting 5 após duas temporadas — e nem LeBron James nem os Obama conseguiram salvar a série

A Netflix voltou a apertar o lápis vermelho. Starting 5, a ambiciosa série documental que prometia oferecer um olhar intimista sobre a vida de cinco estrelas da NBA em cada temporada, não regressará para um terceiro ano. Produzida por um trio improvável mas poderoso — LeBron JamesBarack Obama e Michelle Obama — a série parecia destinada a tornar-se um dos projectos premium do catálogo da plataforma. A realidade, porém, contou outra história.

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Cinco meses após a estreia da segunda temporada, a Netflix decidiu cancelar Starting 5. A decisão, segundo o Sports Business Journal, prende-se com um motivo que tem sido cada vez mais determinante na era do streaming: a audiência não correspondeu às expectativas. O público nunca aderiu de forma consistente e, pior ainda, a primeira temporada não conseguiu igualar os resultados de Quarterback, a série sobre a NFL que a plataforma lançou em 2023 e que rapidamente se tornou num fenómeno global.

No papel, Starting 5 parecia ter tudo para triunfar. A série oferecia acesso directo ao quotidiano de alguns dos atletas mais influentes do basquetebol contemporâneo, alternando entre os bastidores da competição, os dramas pessoais, a pressão da alta competição e a construção das suas respectivas heranças desportivas. A primeira temporada seguiu LeBron JamesJimmy ButlerAnthony EdwardsDomantas Sabonis e Jayson Tatum, um conjunto de protagonistas cujas histórias reflectem diferentes fases da vida na NBA — desde o estatuto de superestrela consolidada até ao talento explosivo em ascensão.

A segunda temporada manteve o conceito, mas apostou numa mistura de veteranos de elite e figuras emergentes: Jaylen BrownKevin DurantShai Gilgeous-AlexanderTyrese Haliburton e James Harden. O logline oficial prometia uma temporada marcada por episódios que “abalaram a liga”, lesões devastadoras e “uma série final para a história”. Tudo isto envolvido no tipo de tratamento cinematográfico que tem marcado os documentários desportivos da última década.

Mas a verdade é que a série nunca conseguiu romper a barreira do nicho. Apesar do peso dos nomes envolvidos — e de um trio de produtores executivos que inclui LeBron James, Maverick Carter e a equipa da Higher Ground dos Obama — Starting 5 não encontrou o mesmo apelo transversal que projectos como The Last Dance ou Drive to Survive. O basquetebol, global quanto é, não foi suficiente para transformar oito episódios por temporada em eventos obrigatórios no calendário dos assinantes.

A produção, realizada por Trishtan Williams, Susan Ansman, Peter J. Scalettar e Rob Ford, apresentava uma abordagem visual cuidada, com ritmo e intensidade, mas nunca deixou de ser vista como uma obra cujo principal público era… fãs hardcore de NBA. E, na guerra feroz pelo tempo de atenção do espectador, a Netflix tem demonstrado pouca paciência para títulos que não atinjam números sólidos rapidamente — mesmo que carreguem nomes presidenciais nos créditos.

O cancelamento de Starting 5 representa mais um sinal da mudança de prioridades no streaming: o período de investimento ilimitado deu lugar a uma lógica de corte rápido. A série tinha pedigree, tinha estrelas, tinha drama — mas não tinha audiência suficiente. E na era dos algoritmos, isso é o que mais pesa.

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Ironicamente, poderá ser esta decisão que venha a reavivar a discussão sobre como contar histórias desportivas num meio saturado de conteúdo. Mas, por agora, para LeBron, para os Obama e para a equipa criativa, o jogo acabou antes do tempo.

Daniel Day-Lewis apoia Paul Dano após insultos de Quentin Tarantino — e Hollywood mobiliza-se

A polémica desencadeada por Quentin Tarantino continua a incendiar Hollywood, e desta vez entrou em cena um dos actores mais respeitados da história do cinema: Daniel Day-Lewis. Ainda que discretamente e sem declarações públicas, o lendário actor manifestou apoio a Paul Dano depois das duras críticas de Tarantino, reacendendo o debate sobre respeito profissional, ética artística e a influência das opiniões do realizador de Pulp Fiction na indústria.

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A polémica explodiu depois de Tarantino, convidado do podcast The Bret Easton Ellis Show, ter revelado a sua lista dos 20 melhores filmes do século XXI. There Will Be Blood — uma das obras-primas de Paul Thomas Anderson — surgiu em quinto lugar. Até aqui, nada de surpreendente. O realizador elogiou o trabalho de Day-Lewis, sublinhando a “qualidade artesanal do velho Hollywood” e a forma como o actor carregava o filme sem necessidade de grandes set pieces.

Mas o entusiasmo durou pouco. Ao justificar porque não colocou There Will Be Blood mais acima na lista, Tarantino disparou contra Paul Dano, chamando-o, entre outras coisas, “weak sauce”, “a weak sister” e até “o actor mais fraco do SAG”. Uma afirmação tão desproporcional quanto desconcertante, sobretudo tratando-se de um actor elogiado de forma consistente pela crítica e pelos seus pares.

A reação da comunidade cinematográfica foi quase imediata. Matt Reeves, realizador de The Batman, onde Dano interpretou o perturbante Riddler, saiu em sua defesa. Simu LiuMattson Tomlin e outros criativos juntaram-se ao coro. Mas o gesto mais simbólico chegaria de forma inesperada.

Um fan account de Daniel Day-Lewis no Instagram — frequentemente apresentado como dedicado ao actor, mas não administrado por ele — partilhou duas cenas emblemáticas de There Will Be Blood em que Day-Lewis contracena com Dano, acompanhadas da legenda: “Paul Dano é um dos actores mais talentosos da sua geração.”

Vários meios noticiaram inicialmente que o perfil pertenceria ao próprio actor. Contudo, os representantes de Day-Lewis esclareceram ao The Guardian que o actor não tem redes sociais — mas deixaram uma nota que alterou por completo o impacto da publicação: o actor partilha integralmente o sentimento expresso no post.

É um detalhe poderoso. Day-Lewis, famoso pelo seu rigor absoluto e averso a polémicas, não precisava de dizer mais nada. Esta simples validação representou um apoio silencioso, mas profundamente significativo. Afinal, foi o próprio Day-Lewis quem sugeriu o nome de Dano para o filme, quando o actor inicialmente escolhido abandonou a produção em cima da hora. A confiança era, e continua a ser, total.

O mesmo fan account partilhou ainda uma série de imagens em defesa de Dano, destacando interpretações marcantes em Little Miss SunshinePrisoners12 Years a SlaveThe Batman e, claro, There Will Be Blood. Uma espécie de mini-retrospectiva que lembrava aquilo que Tarantino — ou qualquer espectador minimamente atento — dificilmente pode negar: Dano é um dos actores mais versáteis e sofisticados da sua geração.

Enquanto isso, a polémica continuou a alastrar-se. Tarantino não se limitou a criticar Dano; disse também não gostar de Owen Wilson e chamou Matthew Lillard de fraco. Lillard respondeu num painel da GalaxyCon em Ohio, visivelmente magoado, dizendo que os comentários o fizeram questionar a sua relevância em Hollywood. “Dói. É humilhante”, confessou. “E ele nunca diria isto a um Tom Cruise.”

A verdade é que a indústria pode ser implacável. E quando alguém da estatura de Tarantino dispara insultos, o impacto não se mede apenas em polémica — mede-se nas oportunidades futuras, na perceção pública e, sobretudo, na dignidade dos actores visados.

Neste caso, porém, Hollywood respondeu de forma clara: Paul Dano não está sozinho. E quando um actor como Daniel Day-Lewis — tricampeão dos Óscares e unanimemente respeitado — apoia, ainda que discretamente, o talento de um colega, o gesto fala mais alto do que qualquer insulto mediático.

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Tarantino pode continuar a fazer listas. Mas o legado — esse constrói-se com trabalho, não com declarações incendiárias. E Paul Dano continua a ser, para muitos dos melhores cineastas da sua geração, exactamente aquilo que Tarantino diz que ele não é: um actor excepcional.

Primeiras Imagens de Supergirl Confirmam Mudança Importante no Novo DCU de James Gunn

A DC Studios revelou finalmente o primeiro vislumbre de Supergirl — e, apesar de curto, o teaser já deixou claro que o novo DCU de James Gunn está a afastar-se de elementos tradicionais dos comics. Depois do sucesso crítico e comercial de Superman (2025), os fãs aguardam ansiosamente a continuação da Casa de El no grande ecrã, desta vez centrada na Kara Zor-El de Milly Alcock, cuja estreia em Superman foi uma das surpresas mais comentadas do filme.

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O teaser, divulgado nas redes sociais oficiais de Gunn e da DC, mostra Supergirl sentada num ponto que parece ser uma paragem de autocarro improvisada, vestida com roupa comum — nada de capa, nada de uniforme Kryptoniano — até que uma nave espacial aterra à sua frente. A curta sequência já está a gerar dissecações intensas entre fãs e analistas, não apenas pela estética, mas pelo que revela sobre o tom da nova interpretação da personagem.

O teaser surge acompanhado da confirmação de Gunn: o primeiro trailer completo de Supergirl será divulgado esta semana e deverá começar a ser exibido nos cinemas antes das sessões de Avatar: Fire and Ash. Ou seja, a máquina promocional está oficialmente a arrancar para o filme que chega em 2026.

Mas o detalhe mais interessante do primeiro olhar não tem a ver com naves espaciais ou efeitos visuais — tem a ver com… o guarda-roupa. Ou, mais precisamente, com aquilo que não vemos. A adaptação cinematográfica inspira-se em Supergirl: Woman of Tomorrow, a aclamada minissérie escrita por Tom King. Nos comics, o uniforme de Kara está sempre presente, mesmo quando ela usa roupa casual: a gola azul-escura sobressai, o símbolo de Krypton espreita sob camadas de tecido, e essa omnipresença funciona como metáfora. Para Ruthye, a jovem que acompanha Supergirl na história original, a heroína é uma figura quase mitológica, sempre “pronta para a ação”.

No teaser, porém, Milly Alcock surge vestida como uma rapariga terrena comum — sem o colarinho característico, sem traços de uniforme, sem a iconografia visual que nos comics reforça a dualidade constante entre Kara e Ruthye. As novas imagens divulgadas na CCXP confirmam que o fato criado para o filme inclui uma gola alta distintiva que, caso estivesse a ser usada por baixo da roupa, seria impossível de ocultar.

Este é um sinal claro de que James Gunn e Tom King estão a ajustar o material de origem para servir a nova abordagem do DCU. Se em Superman acompanhámos um Clark dividido entre o legado colonialista dos pais Kryptonianos e a educação compassiva dos Kent, Supergirl promete aprofundar a jornada de uma Kara mais turbulenta, menos definida, que ainda procura um lugar num universo onde a heroicidade não lhe surge tão naturalmente como ao primo.

A ausência do uniforme nas primeiras imagens — mais do que um detalhe estético — indica que esta Supergirl não começa como uma figura idealizada, mas como alguém em fase de reconstrução. Em Superman ela surgiu como uma “party girl” perdida, uma jovem endurecida pelas circunstâncias. O filme solo deverá explorar esta vertente com mais profundidade, mostrando uma Kara que ainda não se vê como símbolo, muito menos como inspiração. A mudança visual encaixa perfeitamente neste tom.

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O DCU de James Gunn está, de forma deliberada, a reescrever mitologias, a moldar versões alternativas de personagens clássicas e a oferecer novas leituras sobre figuras que pareciam já definitivas. E se Superman abriu a porta, Supergirlprepara-se para atravessá-la com uma identidade própria — mesmo que, pelo caminho, deixe o colarinho azul guardado no armário.

James Cameron Responde ao Estúdio Sobre a Divisão de Avatar: “O que é que vos faz duvidar de ganhar mais dois mil milhões?”

James Cameron nunca escondeu que pensa grande — e que só avança com um projecto quando está convencido de que pode reinventar a roda. É essa mentalidade que torna Avatar não apenas uma saga cinematográfica, mas um exercício contínuo de ambição industrial. Agora, uma nova entrevista revelou como Avatar: The Way of Water deixou de ser um único filme para se transformar em duas obras distintas, uma decisão que, como seria de esperar, não passou sem resistência do estúdio.

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Segundo o jornalista Andrew J. Salazar, Cameron confirmou que The Way of Water e Avatar: Fire and Ash foram originalmente concebidos como um único título épico — até que as exigências de produção tornaram claro que o material teria de ser dividido. Rumores circularam de que Cameron teria avançado por conta própria, confiando que a 20th Century Studios aprovaria qualquer coisa que viesse dele. Mas o realizador tratou de desfazer essa teoria de imediato. “Recebi bastante resistência do estúdio”, explicou. “A minha resposta foi: ‘Um momento… qual é exactamente a parte em que vocês têm dúvidas sobre terem outra oportunidade de fazer mais dois mil milhões de dólares?’”

É difícil argumentar contra Cameron. Avatar continua a ser o filme mais lucrativo de sempre, com 2,9 mil milhões de dólares em receitas globais, enquanto The Way of Water ocupa o terceiro lugar do pódio, com 2,3 mil milhões, apenas atrás de Avengers: Endgame. Quando alguém com este historial afirma que a divisão da história faz sentido, há poucas razões para duvidar.

Agora que Fire and Ash está definitivamente estabelecido como a terceira entrada da saga, começam a surgir reacções iniciais dos críticos que já viram imagens e sequências exclusivas. O filme introduz os Mangkwan, os Na’vi conhecidos como o povo das cinzas, um clã brutal liderado por Varang, interpretada por Oona Chaplin. Os primeiros comentários destacam visuais ainda mais inovadores do que os capítulos anteriores, com alguns críticos a afirmarem que este pode ser “o melhor filme da saga até agora”.

Com Avatar 4 agendado para 21 de dezembro de 2029 e Avatar 5 marcado para 19 de dezembro de 2031, é evidente que Cameron continua a traçar o futuro da franquia com a mesma confiança visionária que colocou Avatar no mapa há mais de 15 anos. E, como tantas vezes acontece, o estúdio que inicialmente hesitou acabará provavelmente por agradecer a insistência. Afinal, na matemática particular de James Cameron, cada nova entrada pode muito bem significar mais alguns mil milhões de dólares.

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Se a história provou algo, é isto: quando Cameron aposta, Cameron ganha. E quem tenta travá-lo arrisca-se a ouvir uma das suas frases mais lendárias — a meio caminho entre provocação e profecia — antes de voltar ao silêncio, a ver o realizador transformar riscos gigantescos em sucessos inevitáveis.

Daniel Stern, o Lendário Marv de Sozinho em Casa, Quebrou o Silêncio — e Explicou Por que Abandonou Hollywood

Trinta e cinco anos depois do lançamento de Home Alone (Sozinho em Casa), um dos filmes mais queridos do cinema natalício, Daniel Stern — o inesquecível Marv, parceiro de crime de Harry (Joe Pesci) — decidiu falar abertamente sobre a sua vida longe das câmaras. E, à semelhança da própria comédia, a realidade é surpreendentemente simples, humana e até comovente.

Aos 68 anos, Stern vive numa quinta na Califórnia. É produtor de citrinos, criador de gado e, segundo ele próprio, alguém que encontrou paz longe da azáfama cinematográfica. Quando questionado pela People sobre o facto de não participar nos eventos oficiais que assinalam os 35 anos do filme, o actor foi directo: “Eu não saio da minha quinta.” Não há ressentimentos, nem desencanto com a indústria — apenas a preferência genuína por uma vida discreta. “É sem ofensa para o filme. Estou disponível para uma chamada telefónica, Zoom, o que for. Mas sou mesmo caseiro.”

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Apesar da distância, Stern garante que continua profundamente orgulhoso de ter participado naquele que muitos consideram o pináculo dos filmes de Natal. O carinho do público, no entanto, ainda o deixa atordoado. “Adoro saber que toda a gente o adora. Pessoas reais vêm ter comigo e dizem: ‘Amamos o filme’. Às vezes é um pouco avassalador.”

O actor recorda com clareza o impacto da primeira leitura do argumento. Escrito por John Hughes, o texto era para ele “o guião mais engraçado” que alguma vez tinha lido. “Estava a rebolar no chão a rir enquanto o lia”, confessa. Mas Stern sublinha que o charme de Home Alone não estava apenas no humor físico ou nas peripécias de Kevin McCallister (Macaulay Culkin). Era o equilíbrio raro entre comédia e emoção. “Era tão engraçado, mas também tão cheio de coração… o reencontro, o vizinho que salva o rapaz, a mãe que volta para casa… era tudo tão emocional.”

Ao longo de uma hora de caos muito bem coreografado, Stern e Pesci tornaram-se uma dupla icónica — dois ladrões incompetentes cuja química, exagero e timing cómico continuam a fazer rir gerações inteiras. Mas o actor admite que, apesar de saberem que estavam a fazer algo especial, ninguém poderia prever a longevidade do fenómeno. “Eu tinha esperança de que estivéssemos a fazer um grande filme. Mas não fazia ideia — ninguém podia — da vida que isto teria.”

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Hoje, longe dos holofotes, Daniel Stern continua a ser Marv para o mundo inteiro, mesmo que prefira a tranquilidade de tratar das suas árvores e do seu gado. Talvez haja nisso um eco da própria magia de Natal: às vezes, os heróis improváveis encontram o seu final feliz onde menos se espera.

Scarlett Johansson em Conversações para The Batman Part II: A Estrela Pode Estar Prestes a Entrar no Universo de Matt Reeves

A carreira de Scarlett Johansson atravessa um dos momentos mais impressionantes das últimas décadas — e isso é dizer muito para uma actriz que já foi nomeada duas vezes ao Óscar e que protagonizou alguns dos maiores fenómenos do cinema recente. Este verão brilhou em Jurassic World: Rebirth, prepara-se para conquistar o circuito de festivais com Eleanor The Great, e em 2025 liderará o novo The Exorcist de Mike Flanagan. Agora, segundo o Deadline, a actriz está em negociações finais para integrar The Batman Part II, de Matt Reeves, numa potencial estreia no universo da DC que está a incendiar a internet.

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As informações ainda estão envoltas em sigilo — não se sabe em que ponto estão as negociações nem qual seria a personagem destinada a Johansson — mas há algo que já parece claro: Reeves quer uma presença de peso ao lado de Robert Pattinson, que regressa como Bruce Wayne/Batman nesta sequela tão aguardada. A escolha faz sentido. Johansson tem experiência sólida em adaptações de banda desenhada, depois de ter participado em oito filmes do MCU, entre Iron Man 2 e Black Widow. Domina o registo físico, dramático e simbólico destas personagens, e isso abre um leque vasto de possibilidades dentro do universo sombrio de Gotham.

A galeria de mulheres marcantes associadas ao Cavaleiro das Trevas é extensa e particularmente rica: Poison IvyHarley QuinnHuntressTalia al Ghul… todas elas figuras complexas e suficientemente densas para justificar a presença de uma actriz com o calibre e a versatilidade de Johansson. A ausência prevista de Zoë Kravitz como Catwoman, segundo a Variety, só reforça a ideia de que Reeves poderá estar à procura de uma nova energia feminina para redefinir as dinâmicas emocionais e morais do seu universo.

O caminho até The Batman Part II não tem sido simples. O filme foi anunciado pouco depois da estreia de The Batmanem 2022, mas viu a sua data de lançamento oscilar repetidamente: primeiro 2025, depois 2026 e, finalmente, outubro de 2027. Só há cerca de seis meses é que Reeves e o co-argumentista Mattson Tomlin concluíram o guião, que foi rapidamente aprovado por James Gunn, agora responsável pela supervisão criativa da DC Studios. A produção está oficialmente marcada para a Primavera de 2026, o que indica que Reeves tem finalmente os elementos alinhados para avançar.

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Se a entrada de Scarlett Johansson se confirmar, o projecto ganha imediatamente outra dimensão mediática e criativa. A actriz combina prestígio, apelo popular e uma capacidade invulgar para equilibrar intensidade emocional com presença física — ingredientes perfeitos para o tom noir que Reeves definiu no primeiro filme. Teremos revelações nos próximos meses, mas uma coisa é certa: a simples possibilidade de Johansson entrar em Gotham já gerou mais excitação do que muitos anúncios oficiais dos últimos anos.

Até lá, continuamos à espera — playlist de Nirvana preparada, eyeliner negro à mão — por mais pistas sobre aquilo que Reeves e Tomlin têm vindo a preparar no silêncio meticuloso com que constroem cada passo deste universo.

James Cameron Admite: Um Novo Terminator em 2025 É “Muito Difícil” — Porque o Mundo Já Ultrapassou a Ficção Científica

Enquanto promove Avatar: Fogo e Cinza, James Cameron tem sido obrigado a falar não apenas de Pandora e IA, mas também do inevitável espectro que o acompanha desde 1984: Terminator. E, pela primeira vez em muito tempo, o realizador deixou claro que um novo filme da saga em 2025 é altamente improvável — não por falta de vontade, mas por algo mais profundo: o nosso mundo já ultrapassou o que antes era ficção científica.

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A saga presa num limbo desde 2019 — mas Cameron quer regressar à escrita

Depois de Dark Fate, a franquia ficou suspensa, sem caminho claro e sem consenso sobre o futuro. Cameron, que continua ligado criativamente ao legado que criou, garante que está a preparar um novo capítulo… mas com cautela extrema.

Mesmo que não realize o próximo filme, afirma que será ele a escrever o novo Terminator — e esse processo não vai acontecer em ritmo acelerado. Com Avatar: Fogo e Cinza a dominar o seu presente e um calendário completamente preenchido com múltiplos projectos, Cameron admite que só depois de cumprir essa “maratona azul” é que se sentará para repensar o futuro da saga.

“Estamos a viver num mundo de ficção científica”

A grande barreira, explica ele, não tem a ver com orçamento, nem com estúdio, nem sequer com desgaste de público. O verdadeiro problema é conceptual.

Segundo Cameron:

“A ficção científica avançou e está a ultrapassar-nos. Estamos a viver num mundo de ficção científica e a enfrentar problemas que antes só existiam em livros ou filmes. Agora são reais.”

O que Terminator representava em 1984 — uma visão presciente, quase profética, sobre máquinas autónomas, vigilância e inteligência artificial — tornou-se hoje, de certa forma, parte do quotidiano.

Cameron chega a dizer que já não é possível ser “tão premonitório” como naquela época, porque o futuro se move depressa demais. Ninguém sabe o que vai acontecer dentro de um ou dois anos, e é precisamente essa incerteza que o leva a querer esperar antes de regressar ao universo dos exterminadores.

Entre Avatar, Alita e Hiroshima: um realizador com mais projetos do que tempo

O calendário criativo de Cameron é quase tão épico quanto os mundos que imagina. Depois de Avatar: Fogo e Cinza, o realizador tem pela frente:

  • Alita: Battle Angel 2
  • Avatar 4 e Avatar 5
  • A adaptação de The Last Train from Hiroshima
  • A adaptação de Ghosts of Hiroshima

Está também a planear colaborar com outros realizadores, funcionando como produtor ou argumentista em vários destes títulos — o que coloca Terminator num delicado jogo de prioridade criativa.

Apesar disso, Cameron insiste: o novo Terminator vai acontecer, mas não em 2025 e não antes de o mundo estabilizar o suficiente para que a ficção possa voltar a olhar para o futuro com a mesma distância crítica que tornou o original tão visionário.

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O futuro dos exterminadores depende do futuro… real

Num momento em que a própria IA começa a desafiar limites éticos, tecnológicos e culturais, Cameron quer garantir que, quando Terminator regressar, será relevanteinteligente e verdadeiro para o tempo em que vivemos. E isso exige que a ficção volte a ganhar terreno sobre a realidade — algo que, para já, considera impossível.

Para os fãs, a espera continua.

Para Cameron, o futuro… ainda está a ser escrito.

Macaulay Culkin Abre a Porta a Novo Sozinho em Casa — e Já Tem Ideia Para o Filme

Mais de trinta anos depois de ter entrado para a história como Kevin McCallister, Macaulay Culkin admite que poderia voltar a Sozinho em Casa. Não é uma confirmação oficial, longe disso, mas é o suficiente para acender o imaginário dos fãs que há décadas esperam um regresso digno à saga que marcou o cinema natalício para sempre.

Durante a mais recente sessão do seu evento A Nostalgic Night with Macaulay Culkin, o actor falou sobre a possibilidade de revisitar o papel que o transformou numa das maiores estrelas infantis dos anos 90. Com humor e algum cuidado, disse que “não estaria completamente alérgico” à ideia — uma forma elegante de dizer que não fecha a porta, desde que o projecto seja tratado com a seriedade e a criatividade que a nostalgia merece.

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Culkin sabe bem o peso desse legado. Depois de se afastar de Hollywood ainda adolescente, foi regressando aos poucos, sempre com inteligência e ironia, participando em pequenos projectos e até recriando cenas de Sozinho em Casa em anúncios do Google que rapidamente se tornaram virais. Mas desta vez, o actor foi um pouco mais longe: não só admitiu abertura para o regresso, como partilhou a sua própria ideia para um possível novo filme.

Segundo a descrição citada pela Variety, Culkin imagina Kevin McCallister já adulto, numa vida marcada pelas responsabilidades e pelas inevitáveis complicações da idade. “Eu tinha esta ideia: sou viúvo ou divorciado. Estou a criar um filho, a trabalhar imenso e não estou a prestar atenção suficiente”, explicou o actor. A tensão cresce entre pai e filho — e é aqui que a magia do conceito original renasce.

Na sua proposta, Kevin acaba trancado fora da própria casa, e o filho, magoado e cansado da falta de atenção, recusa-se a deixá-lo entrar. Pior: é o próprio miúdo a montar armadilhas contra ele, replicando e invertendo o legado das malandrices originais. É uma inversão inteligente da fórmula do filme de 1990, que poderia transformar-se numa comédia familiar com novas camadas emocionais: o miúdo que um dia defendeu a sua casa é agora o adulto que precisa de reconquistar a confiança do filho.

Para Culkin, nada disto é garantia de regresso. “Terá de ser perfeito,” reforçou, consciente de que o público não aceita uma sequela qualquer. Ainda assim, o simples facto de o actor revelar ideias próprias — e bem estruturadas — deixa claro que o imaginário de Kevin McCallister continua muito presente para ele.

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Depois de inúmeras tentativas falhadas de recuperar a magia dos originais, uma sequela protagonizada pelo próprio Culkin teria, no mínimo, algo que faltou às anteriores: autenticidade. E, quem sabe, o espírito caótico, doce e um pouco perigoso que só Kevin McCallister consegue trazer ao Natal.

“O Rio do Desejo”: O Drama Sensual da Amazónia Chega ao Cinemundo — e Não Vais Querer Perder a Sessão de Dia 29

O Cinemundo — canal aberto e presente em todas as operadoras de cabo — prepara-se para trazer ao ecrã um dos filmes brasileiros mais intensos e sensoriais dos últimos anos. O Rio do Desejo, realizado por Sérgio Machado e baseado no conto de Milton Hatoum, será exibido no dia 29 às 13:00, numa sessão perfeita para quem aprecia dramas com alma, natureza em estado bruto e emoções à flor da pele.

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Este é um daqueles filmes que entram devagar e depois não largam o espectador. À beira do Rio Negro, três irmãos vivem uma rotina quase imutável — até ao dia em que Dalberto regressa com Anaíra, a mulher que se tornará o epicentro de todas as tensões. Sophie Charlotte assume o papel com uma presença magnética: sensual, frágil, determinada e envolta num mistério que contagia a casa inteira.

Quando Dalberto parte numa longa viagem pelo rio, o ambiente ganha uma densidade quase palpável. Os irmãos que ficaram — interpretados por Daniel de Oliveira, Gabriel Leone e Rômulo Braga — vêem-se empurrados para um terreno onde desejo, culpa e moralidade entram em colisão constante. É aqui que o filme revela o seu lado mais poderoso: a forma como a convivência obriga cada personagem a enfrentar aquilo que deseja… e aquilo que teme.

Sérgio Machado filma a Amazónia como se fosse uma personagem viva. O rio não é apenas cenário — é testemunha, cúmplice e catalisador. A fotografia capta a humidade, a luz, o cheiro e a beleza quase opressiva da região, enquanto a narrativa se desenrola num crescendo emocional que raramente dá descanso.

A crítica tem sido unânime em elogiar a atmosfera, as interpretações e o cuidado visual. Há quem considere que o melodrama, por vezes, se sobrepõe a nuances mais subtis — mas mesmo esses apontamentos acabam por reforçar o carácter intenso e visceral da obra. O Rio do Desejo não quer ser delicado: quer ser vivido.

Numa altura em que o cinema brasileiro continua a marcar presença internacional com obras ousadas e profundamente humanas, esta é uma oportunidade perfeita para descobrir — ou revisitar — uma história que une paisagem, sensualidade e conflito numa experiência cinematográfica hipnótica.

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E o melhor? Basta ligar o Cinemundo. Está ao alcance de todos, em qualquer operadora de cabo.

Dia 29, às 13:00.

O rio corre. O desejo também.

Zack Snyder Partilha Nova Foto de Ben Affleck como Batman — e os Fãs Sentem o Terramoto a Aproximar-se

Zack Snyder voltou a acender o rastilho. Depois de vários dias a publicar imagens do seu elenco da era DCEU, o realizador partilhou agora uma nova fotografia de Ben Affleck como Batman — uma imagem sombria, elegante e perfeitamente sintonizada com o estilo que definiu o chamado SnyderVerse. Na legenda, Snyder escreveu apenas: “Uma das minhas fotos favoritas do Batman, tirada pelo meu amigo Clay Enos.”

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É precisamente Enos, fotógrafo de confiança do realizador, quem assina alguns dos registos mais icónicos de Batman v Superman e Justice League. E esta nova imagem de Affleck, em grande plano, com o cowl a traçar sombras tão escuras quanto o seu Cavaleiro das Trevas, parece tudo menos uma publicação inocente.

Nos últimos meses, Snyder tem divulgado fotografias de Henry Cavill, Jason Momoa, Amber Heard, Joe Manganiello e até Jared Leto — todos actores associados directamente à sua visão da DC. Não são imagens aleatórias, retiradas ao acaso de um disco rígido antigo: são publicações coordenadas, quase cirúrgicas, lançadas num momento em que a indústria discute abertamente o futuro da DC e o destino da Warner Bros. Discovery.

O momento não podia ser mais oportuno. Entre rumores de que investidores sauditas estão dispostos a financiar um renascimento do SnyderVerse sob a alçada da Paramount ou da Comcast, a confirmação de que James Gunn ajustou profundamente o seu plano inicial para o novo DCU, e as inúmeras publicações de Snyder a demonstrar apoio a mensagens sobre o regresso do seu universo, cada novo “tease” ganha um peso inesperado.

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E agora, novamente, o foco recai sobre Ben Affleck — talvez a peça mais simbólica de toda esta equação. O actor, cuja interpretação de Batman continua a ser das mais debatidas da história recente do género, tem sido apontado como uma possível presença num eventual retorno da narrativa de Snyder. Não há confirmações, mas há sinais. E para os fãs, sinais são quase sinónimos de promessas.

Nos bastidores, as conversas são cada vez mais insistentes: Henry Cavill estará de volta; Gal Gadot e Jason Momoa também; Ray Fisher, diz-se, regressaria sem hesitar. Ezra Miller parece ser a única baixa definitiva. E Affleck? Continua a pairar naquele limbo onde todos os actores ficam quando a indústria se recusa a admitir negociações. O facto de ter sido visto recentemente em Las Vegas, num evento da F1 que o próprio perfil oficial associou a um “momento Batman”, não ajudou a acalmar as águas.

O que Snyder está a preparar permanece um mistério — mas não é um mistério silencioso. É um daqueles que se anuncia, que se insinua, que se deixa fotografar pela sombra. E numa altura em que o mercado de entretenimento vive uma das maiores reestruturações da última década, a hipótese de um renascer do SnyderVerse já deixou de ser um delírio de fãs para se tornar, pelo menos, numa possibilidade estratégica.

Por agora, resta observar. E Snyder sabe exactamente como manter os olhos do público onde quer: numa fotografia cuidadosamente publicada, acompanhada por uma legenda curta e um silêncio que diz tudo.

“The Family Plan 2”: Mark Wahlberg Enfrenta Kit Harington Num Regresso Que Pouco Faz Para Se Destacar

A sequela natalícia da Apple TV+ tenta reinventar-se, mas acaba por repetir fórmulas gastas — mesmo com Wahlberg, Monaghan e um vilão interpretado por Kit Harington.

Dois anos depois da comédia de acção The Family Plan ter sido lançada diretamente para streaming — e de ter sido, surpreendentemente, um dos filmes mais vistos da Apple TV+ — chega agora The Family Plan 2. A primeira entrada foi criticada por ser esquecível, mas o sucesso inesperado convenceu o estúdio a avançar com uma sequela… novamente com espírito natalício, o segundo filme de Natal consecutivo da carreira de Mark Wahlberg (após Daddy’s Home 2).

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Mas será que este novo capítulo traz algo realmente diferente? Ou limita-se a reciclar o que funcionou — e o que não funcionou — da primeira vez?

Um reencontro familiar… e um problema que chega de Londres

A história retoma dois anos após os acontecimentos do primeiro filme. Dan Morgan (Mark Wahlberg), que já revelou à esposa Jessica (Michelle Monaghan) e aos filhos o seu passado como mercenário, vive finalmente uma vida tranquila. Ou melhor: tranquila até ao momento em que descobre que a filha universitária, Nina (Zoe Colletti), que vive em Londres, não virá a casa pelo Natal.

Para Dan, um tradicionalista confesso, isto é quase uma tragédia. Assim, arranja um trabalho de segurança no Reino Unido para, convenientemente, “coincidir” com uma visita natalícia. O que ele não esperava era encontrar a filha com um novo namorado demasiado entusiasmado — e muito menos confrontar-se com Aidan (Kit Harington), o seu meio-irmão vingativo, acabado de sair das sombras do passado.

Mais do mesmo: competente, mas sem brilho

É simples: quem não gostou do primeiro filme dificilmente mudará de opinião com esta sequela. The Family Plan 2 é marginalmente melhor — menos genérico, com cenários internacionais e uma tentativa tímida de aprofundar as relações familiares — mas continua a seguir uma fórmula previsível.

Wahlberg e Monaghan mostram mais química desta vez, e Jessica deixa finalmente de ser a típica “esposa que não sabe de nada”. Logo no início, vemos Dan a escalar um hotel para marcar encontro com ela — uma cena leve e divertida que demonstra vontade de experimentar algo novo.

Mas essa frescura dissipa-se rapidamente. As piadas repetem-se: pais que envergonham os filhos, referências a música dos anos 90, queixas sobre telemóveis… tudo reciclado, tudo pouco inspirado. A presença do namorado Omar (Reda Elazouar) tenta criar conflito, mas o cliché instala-se quase de imediato.

Curiosamente, o vilão interpretado por Kit Harington é uma das poucas novidades com algum peso. Aidan é menos caricatural do que o antagonista do primeiro filme e tem um traço emocional reconhecível: a inveja pela vida normal que Dan conseguiu ter. Mas mesmo isso é tratado de forma superficial.

O espírito natalício salva… o primeiro acto

Injectar espírito natalício num filme é, muitas vezes, um truque barato — mas funciona. Durante o primeiro acto, o ambiente festivo dá algum encanto ao filme, sobretudo para quem gosta de histórias familiares nesta época do ano. O problema é o resto.

As cenas de acção são pouco memoráveis e, nalguns casos, decepcionantes. O confronto entre Wahlberg e Harington num autocarro de dois andares podia ser um ponto alto; porém, é filmado com planos largos e distantes, como se o filme tivesse medo de mostrar a luta de perto.

O resultado final é um filme que nunca incomoda verdadeiramente — mas também nunca surpreende.

Conclusão: um filme para ter como fundo enquanto monta a árvore

Há um certo conforto em filmes que não exigem muito do espectador. E The Family Plan 2 cabe exactamente nessa categoria: é inofensivo, previsível e suficientemente natalício para entreter enquanto se prepara a ceia ou se penduram luzes.

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Para quem procura uma comédia de acção competente, há opções melhores. Para quem só quer algo simpático para ver em família enquanto abre caixas de decorações… talvez sirva.

The Family Plan 2 estreou na Apple TV+ a 21 de Novembro de 2025.

Brendan Fraser Confirma The Mummy 4 — E Diz Que Esta É a Sequela Que Espera Há 20 Anos

O actor promete finalmente a continuação que sempre quis filmar

Brendan Fraser está de volta ao centro de uma das sagas que o transformou numa estrela mundial: The Mummy. Depois de o Deadline revelar que The Mummy 4 está oficialmente em desenvolvimento na Universal Pictures — com Fraser e Rachel Weisz preparados para regressar aos seus papéis clássicos — o actor confirmou que esta será, finalmente, a sequela que desejava fazer desde o início dos anos 2000.

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“É o filme que sempre quis fazer”, disse à Associated Press. Fraser explicou que The Mummy: Tomb of the Dragon Emperor (2008) nunca foi, para si, a continuação ideal — embora mantenha orgulho no resultado. O actor revelou que esse terceiro capítulo nasceu de uma estratégia de estúdio para coincidir com os Jogos Olímpicos de Pequim. A NBC detinha os direitos televisivos do evento e a Universal decidiu aproveitar a conjuntura, levando a produção para a China.

“Trabalhar em Xangai foi uma experiência incrível”, afirmou. “Tenho orgulho do terceiro filme porque funciona por si só. Fizemos o melhor que podíamos com uma nova equipa e um contexto completamente diferente.” Ainda assim, nunca perdeu o sentimento de que a verdadeira sequela, aquela que prolongava a visão original dos primeiros dois filmes, ficou por fazer.

Agora, diz Fraser, o momento chegou. “Esperei 20 anos por este telefonema. Às vezes parecia óbvio, outras vezes era só um sussurro distante. Mas agora? Agora é altura de dar aos fãs aquilo que querem.”

Realizadores de Radio Silence assumem o comando, Rachel Weisz regressa e o futuro da saga volta a ganhar força

A nova sequela será realizada pelo duo Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, conhecidos colectivamente como Radio Silence e responsáveis por títulos como Scream (2022) e Ready or Not. O argumento está entregue a David Coggeshall (The Family PlanThe Deliverance), e o produtor Sean Daniel — veterano da saga — regressa acompanhado por William Sherak, James Vanderbilt e Paul Neinstein, da Project X Entertainment.

O regresso de Rachel Weisz é particularmente simbólico: a actriz abandonou a saga após os dois primeiros filmes, tendo sido substituída por Maria Bello no terceiro capítulo. Para os fãs, este reencontro entre Fraser e Weisz recupera o espírito clássico de Rick e Evelyn O’Connell, um dos casais mais carismáticos do cinema de aventura dos anos 90 e início dos 2000.

Um retorno muito esperado — e que pode reavivar o género de aventura no grande ecrã

The Mummy (1999) e The Mummy Returns (2001) marcaram uma geração com uma mistura rara de humor, aventura à moda clássica e efeitos especiais que, para a época, eram revolucionários. O charme de Fraser, a química com Weisz e o tom leve e fantasioso criaram um fenómeno que deixou saudades — especialmente numa Hollywood onde este tipo de aventura pulp se tornou cada vez mais raro.

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O entusiasmo em torno de The Mummy 4 não é apenas nostalgia. É também o regresso de um actor que viveu um renascimento notável nos últimos anos, culminando com o Óscar por The Whale. Fraser parece saber exactamente o que os fãs querem — e, desta vez, sente que está finalmente na posição certa para entregar.

Com realizadores energéticos, argumento em desenvolvimento e o elenco original a alinhar-se, a expectativa é elevada: terá The Mummy 4 conseguido capturar a magia perdida? Se depender de Fraser, a resposta será um rotundo sim.

Brendan Fraser Critica Cancelamento de Batgirl e Lança Aviso Sério Sobre o Futuro de Hollywood

O actor lamenta a perda de uma oportunidade — e acusa a indústria de tratar cinema como “conteúdo descartável”

O cancelamento abrupto de Batgirl continua a assombrar Hollywood — e Brendan Fraser, que interpretava o vilão Firefly no filme, voltou a reacender o debate. Num novo testemunho dado à Associated Press, o actor foi directo ao assunto e revelou o que acredita que esta decisão diz sobre o estado actual da indústria: uma máquina cada vez mais disposta a destruir o que produz… desde que compense financeiramente.

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Batgirl, recorde-se, estava praticamente concluído quando, em 2022, a Warner Bros. Discovery decidiu cancelar o projecto para beneficiar de uma dedução fiscal. O choque foi imediato: elenco devastado, realizadores incrédulos e uma comunidade de fãs que ainda hoje não digere a decisão. Fraser é um deles — e não esconde a frustração.

“Aquilo era um filme inteiro”, recordou. “Havia quatro andares de produção em Glasgow. Eu até me escondia no departamento de arte só para ver tudo ao detalhe.” A experiência, diz, foi “divertidíssima”. Mas o que mais lhe custa é a perda de representatividade: “É trágico que haja uma geração de meninas que não vá ver uma heroína com quem se poderia identificar.”

“É mais valioso queimá-lo do que lançá-lo?” — A crítica dura de Fraser

O actor foi ainda mais longe na análise, apontando o dedo à lógica financeira que dominou a decisão: “O produto — desculpem, ‘conteúdo’ — está a ser tão commodificado que, por vezes, é mais valioso destruí-lo e ficar com o seguro do que tentar levá-lo ao mercado.” Uma acusação que muitos em Hollywood reconhecem como um sintoma preocupante: os grandes estúdios já não medem riscos ou potencial artístico — apenas balanços.

A Warner Bros. justificou o cancelamento com “medidas de contenção de custos”. Mais tarde, Peter Safran, co-CEO da DC Studios, afirmou que Batgirl “não era lançável” e que o filme teria prejudicado a marca. Mas actores envolvidos, como Jacob Scipio, discordam totalmente: “Era um filme fenomenal. É triste que o público não o vá ver.”

Michael Keaton não se incomodou — mas lamenta pelos colegas

Michael Keaton, que regressava como Batman no filme, disse à GQ que não ficou minimamente afectado pelo cancelamento: “Sinceramente? Não. Grande, divertido, e um bom cheque.” O actor, contudo, lamentou pelos realizadores Adil El Arbi e Bilall Fallah, que ficaram devastados.

Keaton, considerado por muitos o melhor Batman em imagem real, regressou ao papel em The Flash (2022) e teria voltado a contracenar com Leslie Grace em Batgirl. Uma fotografia de bastidores mostra ambos em traje completo num momento que terá sido visto na “funeral screening”, a única exibição feita antes de o filme ser encerrado a cadeado nos cofres da Warner.

Um sintoma de uma indústria em mutação — e nem sempre para melhor

O cancelamento não foi um caso isolado: Coyote vs. Acme sofreu destino semelhante, embora tenha escapado à destruição e tenha encontrado nova distribuição. Para Fraser, estes movimentos revelam algo inquietante: Hollywood corre o risco de se tornar inimiga da própria criatividade.

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E quando uma produção inteira, com elenco, equipas, cidades inteiras envolvidas e meses — por vezes anos — de trabalho, pode ser sacrificada num instante por contabilidade estratégica, a pergunta torna-se inevitável: que tipo de cinema sobreviverá?

Fraser, pelo menos, não parece disposto a deixar a conversa morrer. E Hollywood, cada vez mais pressionada pela lógica financeira, talvez precise de ouvir o que ele tem a dizer.

Neve Campbell Junta-se a “Black Doves”: Netflix Arranca a Segunda Temporada com Reforços de Peso

A série de espionagem com Keira Knightley volta às filmagens em Londres e recebe um elenco reforçado, novas intrigas e um enredo ainda mais perigoso.

A Netflix confirmou oficialmente aquilo que os fãs esperavam: a produção da segunda temporada de Black Doves já começou em Londres. A série, criada por Joe Barton, rapidamente se tornou um dos thrillers mais destacados do catálogo do serviço de streaming, com críticas muito positivas e um sólido 92% no Rotten Tomatoes. Agora, o universo de segredos, traições e política britânica regressa com novas caras — e uma delas é um nome de culto do cinema de terror.

Neve Campbell entra para o elenco — e promete agitar Londres

A grande novidade é a entrada de Neve Campbell, eterna protagonista de Scream, que se junta à série no papel de Cecile Mason. Esta será a mais recente colaboração da actriz com a Netflix, depois de ter brilhado na série jurídica The Lincoln Lawyer.

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Campbell traz consigo uma aura de intensidade dramática que encaixa perfeitamente no tom da série — um mundo onde ninguém diz tudo, ninguém confia em ninguém e onde cada segredo vale tanto como uma bala.

Ambika Mod, Babou Ceesay e mais reforços para a temporada 2

Além de Campbell, Black Doves acrescenta ao seu elenco:

  • Ambika Mod (One Day) como Laila, uma agente da organização Black Doves, mordaz e anárquica, enviada para ajudar Helen numa missão especialmente sensível;
  • Babou Ceesay (Alien: Earth) como Mr. Conteh, um executivo da Black Doves com intenções que levantam todas as bandeiras vermelhas possíveis;
  • Sam Riley (Firebrand) como Patrick, um emissário de uma organização misteriosa que oferece a Sam uma hipotética saída — ou talvez mais problemas;
  • Sylvia Hoeks (Blade Runner 2049) como Katia Chernov;
  • Goran Kostic (Ant-Man and The Wasp) como Alexi Chernov;
  • Samuel Barnett (Lee) como Jerry.

A estes juntam-se os regressos de Keira KnightleyBen WhishawSarah Lancashire, e os restantes actores da primeira temporada.

As linhas gerais da nova temporada: política, traições e fantasmas pessoais

A Netflix divulgou também a nova sinopse da temporada, e o cenário é ainda mais tenso:

Helen continua a entregar segredos do Estado à organização clandestina que serve — os Black Doves — ao mesmo tempo que o seu marido, Wallace, está prestes a tornar-se Primeiro-Ministro do Reino Unido.

Ou seja, o risco nunca foi tão alto.

Enquanto isso, a manipuladora Mrs. Reed vê-se presa numa conspiração interna para destruí-la, enquanto Sam, agora longe do brilhantismo letal de outros tempos, tenta sobreviver a pequenos trabalhos e a uma vida solitária. Juntos, Helen e Sam vão mergulhar mais fundo na teia de inimigos antigos, aliados duvidosos e decisões dolorosas que deixaram marcas na primeira temporada.

Joe Barton promete caos — e Downing Street no olho do furacão

O criador Joe Barton não poderia estar mais entusiasmado:

“Estou ansioso por regressar ao nosso pequeno e homicida mundo de espionagem. Ter tantos actores extraordinários de volta, e ainda juntar alguns dos meus favoritos de sempre, é uma alegria. Downing Street nunca mais será a mesma…”

Com intrigas políticas, conspirações internas, agentes renegados e um elenco que mistura prestígio, carisma e ameaça silenciosa, a nova temporada de Black Doves parece pronta para elevar tudo o que a primeira fez — mas agora com ainda mais elegância sombria.

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A Netflix ainda não anunciou a data de estreia, mas a produção já está em marcha. E, com Neve Campbell a bordo, a série acaba de ganhar uma arma secreta.

Ele Voltou – e Está Ainda Mais Impossível: “Sisu: Road to Revenge” Leva a Vingança Até ao Limite

O veterano Aatami troca nazis por soviéticos num sequel finlandês curto, brutal e surpreendentemente inventivo que está a conquistar a crítica lá fora.

Quando Sisu rebentou em 2022, muita gente assumiu que se tratava de um daqueles fenómenos únicos: um filme de acção finlandês, seco como vodka e directo ao assunto, em que um velho prospector calava um pelotão de nazis com mais facas, minas e pura teimosia do que diálogo. Parecia difícil repetir a fórmula sem diluir o impacto. Lá fora, porém, quem já viu “Sisu: Road to Revenge” garante que a sequela não só aguenta a pressão como acelera ainda mais.

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Desta vez, o inimigo mudou de farda. A Segunda Guerra ficou para trás e o indestrutível Aatami, interpretado de novo por Jorma Tommila, regressa a uma Finlândia ocupada pelo Exército Vermelho. Do lado de lá surge um vilão com nome e presença à altura: Igor Draganov, um “açougueiro” do Exército Vermelho interpretado por Stephen Lang, veterano de James Cameron. O confronto está montado quase sem palavras, num país ainda marcado pela guerra, onde o passado não fica enterrado – apenas armado até aos dentes.

O que a crítica internacional sublinha é a forma como o realizador Jalmari Helander volta a apostar numa narrativa simples, quase minimalista, sem gorduras. Não há subtramas supérfluas, nem discursos inflamados: em poucas cenas percebemos o essencial – Aatami, agora com uma tragédia familiar a assombrá-lo, desmonta literalmente a sua casa de madeira, viga a viga; Draganov é libertado da prisão; pouco depois, cruzam caminhos nas estradas secundárias da Finlândia ocupada. A partir daí, é só seguir em frente, com Helander a fazer aquilo que sabe melhor: encadear set pieces de acção com lógica cristalina e uma imaginação sanguinária muito pouco interessada em meios-termos.

Lá fora elogiam precisamente esse regresso ao “old-school stunt work” – o tipo de acção física, sentida, em que se percebe o peso de cada queda e de cada explosão. Os críticos falam em montagem “limpa”, sem excessos de CGI, e em “baddie-splattering” criativo, com direito a momentos de pura insanidade visual, como Aatami a usar uma das vigas da casa como arma improvável para derrubar um jacto. Esse pedaço de madeira, aliás, ganha quase estatuto de personagem: começa como símbolo de ruína, transforma-se em instrumento de sobrevivência e acaba como promessa de novo começo.

Tudo isto é enquadrado por uma Finlândia filmada como um campo de batalha de banda desenhada: florestas e lagos em tons dourados, luz de fim de tarde a banhar corpos cobertos de lama e sangue, e um certo prazer infantil em transformar o cenário natural num enorme recreio de guerra. Lá fora há quem compare o entusiasmo de Helander ao de uma criança a brincar aos soldados no meio do mato – com a diferença de que aqui cada explosão é coreografada ao milímetro e cada plano parece pensado para arrancar aplausos em sala.

Claro que “Sisu: Road to Revenge” não tenta ser realista. A violência é estilizada, o sofrimento é quase mítico e Aatami continua a ser mais lenda do que homem. Mas essa simplicidade, dizem os críticos, funciona quase como resposta directa aos blockbusters sobrecarregados de subtexto e efeitos digitais. Em vez de universos partilhados e linhas temporais paralelas, Helander oferece uma ideia muito clara: um homem, um inimigo, um país ferido e uma série de confrontos cada vez mais inventivos. Nada mais, nada menos.

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Lido de fora, o consenso é curioso: quem se apaixonou pelo primeiro Sisu encontra aqui “mais do mesmo – no melhor sentido”. Para quem andava à procura de um filme de acção curto, seco, brutal, mas com personalidade visual e ironia à superfície, Sisu: Road to Revenge parece cumprir tudo o que promete. Helander, tal como o seu protagonista, descarta o supérfluo, agarra-se ao essencial – e carrega no acelerador.

Algo Muito Estranho Aconteceu em Springfield — e a Cidade Nunca Mais Será a Mesma

Depois de 35 temporadas, uma figura histórica de “Os Simpsons” desaparece… desta vez, de forma realmente definitiva.


Springfield já viu de tudo ao longo das últimas três décadas: invasões extraterrestres, conspirações, crises morais, falências espirituais e até três versões diferentes da mesma morte. Mas o episódio emitido a 16 de Novembro deixou a cidade — e os fãs — num estado raro: silêncio.

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Há uma personagem clássica, presente desde os primórdios da série, que… desapareceu. Mas ao contrário das habituais partidas narrativas dos guionistas, esta saída não parece ter retorno. Não houve truques, nem piscadelas de olho, nem a habitual promessa de que “ninguém morre verdadeiramente em Springfield”. Desta vez, há uma certeza incomodativa no ar: alguém tocou o seu último acto. Alice Glick, a senhora do órgão da igreja, finou-se!

O produtor executivo Tim Long deixou só o suficiente para nos intrigar:

“Ela viverá para sempre na música que fez. Mas, no que realmente importa… acabou.”

Um momento que começou como todos os outros — até deixar de o ser

O episódio nem sequer fez suspense. Começou como um típico domingo na Primeira Igreja de Springfield, com o Reverendo Lovejoy entregue ao seu sermão habitual. Tudo seguia o ritmo normal, até que um som vindo do órgão interrompeu a cerimónia. Não foi um acorde mal calculado. Nem um entusiasmo excessivo. Enquanto o reverendo insistia que tudo estava bem… não estava.

O silêncio que se seguiu disse tudo.

O impacto em Springfield — e a reacção mais Skinner de sempre

No dia seguinte, Skinner apresentou a notícia aos alunos da escola primária com a subtileza emocional que se lhe conhece:

“Uma senhora morta que vocês não conheciam.”

E, com isso, Springfield ficou oficialmente mais pobre — ainda que, ironicamente, mais rica, porque a misteriosa personagem deixou toda a sua fortuna à escola para criar um novo programa de música.

Um último gesto perfeito, vindo de alguém cuja vida era inseparável das notas que tocava.

Mas… será mesmo o fim?

Se isto fosse uma série qualquer, a resposta seria óbvia.

Mas Os Simpsons é especialista em quebrar regras — e a própria personagem já tinha tido uma “morte” antes… de regressar viva. E depois fantasma. E depois viva outra vez. E depois… bem, até os fãs perderam a contagem.

A diferença agora é o tom. A forma como a cena foi filmada. A reacção dentro e fora da série. E, sobretudo, a declaração final dos produtores. Tudo indica que esta saída é real — não uma piada, não um glitch no universo de Springfield, não um capítulo metatextual.

A personagem pode ter sido discreta, mas estava lá desde 1991. E, para muitos, fazia parte do mobiliário emocional da série.

A melhor forma de lhe prestar homenagem?

Recordar o seu momento mais lendário: o dia em que transformou a igreja inteira numa versão bíblica — e absolutamente épica — de “In-A-Gadda-Da-Vida”. Um dos instantes mais delirantemente maravilhosos da história da televisão animada.

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Talvez seja esse o final perfeito: não a morte, mas a memória.

John Oliver Leva a Leilão a Cueca de Russell Crowe — e Muito Mais — Para Enfrentar os Cortes de Trump

O apresentador transforma o absurdo em arma política e lança um leilão de 65 objectos icónicos para salvar a rádio pública norte-americana.

John Oliver voltou a fazer aquilo que melhor sabe: misturar humor, indignação política e um nível de aleatoriedade tão específico que só pode ter saído da mente de alguém que passa grande parte do tempo a tentar perceber como é que o poder funciona — e porque é que tantas vezes não funciona. Desta vez, o alvo são os cortes milionários aprovados pelo Congresso norte-americano à radiodifusão pública. E a arma? O jockstrap que Russell Crowe usou em Cinderella Man.

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Sim, leu bem.

O apresentador de Last Week Tonight anunciou um leilão gigantesco, composto por 65 objectos históricos (e completamente ridículos) usados ao longo das várias temporadas do programa. O objectivo é angariar dinheiro para o Public Media Bridge Fund, que apoia estações locais de rádio e televisão pública afectadas pela eliminação de 1,1 mil milhões de dólares do orçamento federal — um corte aprovado no seguimento das propostas da administração Trump.

O jockstrap mais famoso da televisão

A peça-estrela do leilão é nada menos do que a famosa cueca de suporte usada por Russell Crowe em Cinderella Man. O próprio Oliver já tinha comprado o artigo por 7.000 dólares, em 2018, num leilão peculiar organizado pelo actor após o divórcio — episódio que se tornou um clássico instantâneo no programa. Agora, o mesmo jockstrap já ultrapassou os 20.000 dólares em licitações.

A “colecção Crowe” adquirida por Oliver, recorde-se, incluía desde o colete de Les Misérables até ao capuz de Robin Hood, passando por adereços de American Gangster. Tudo devidamente guardado e, finalmente, reaproveitado para salvar o jornalismo público. Crowe, muito provavelmente, não imaginou que a sua cueca fosse um dia usada como acto de resistência cívica — mas olhe, cá estamos.

O catálogo do absurdo: do “casamento com uma couve” ao escroto gigante de LBJ

Como seria de esperar, o leilão não se fica por memorabilia de Hollywood. Não seria Last Week Tonight sem um toque de insanidade cuidadosamente curada. Entre os artigos disponíveis encontram-se:

– Mrs. Cabbage Oliver, a couve com quem John Oliver “casou” num sketch célebre da 9.ª temporada — actualmente a rondar os 10.000 dólares.

– Um balde de bonecos vindos de uma praia do Texas, autografado pelo próprio, já acima dos 2.500 dólares.

– E a peça que muita gente gostaria de esquecer mas que agora regressa gloriosamente: a escultura monumental do escroto do presidente Lyndon B. Johnson, usada num segmento sobre bibliotecas presidenciais, acompanhado de um áudio verídico onde LBJ descrevia o… património.

É arte? É sátira? É activismo? Seja o que for, está tudo à venda.

Um leilão contra um problema muito real

No anúncio do leilão, Oliver não deixou espaço para dúvidas: isto é humor, sim, mas é sobretudo uma resposta séria a uma situação crítica.

Com o financiamento federal eliminado, dezenas de estações de rádio e televisão públicas nos EUA enfrentam cortes dramáticos ou encerramento. Oliver recorda que, num “governo competente e funcional”, a solução passaria por um modelo de financiamento estável — semelhante ao de vários países europeus — mas que a realidade americana está longe disso. E, perante o vazio político, alguém tem de aparecer com soluções… mesmo que envolvam legumes, cuecas históricas e anatomia presidencial em larga escala.

Como ajudar?

O público pode contribuir directamente através da plataforma adoptastation.org, apoiando as estações mais afectadas. Ou, para quem tiver espírito coleccionista e nervos de aço, pode licitar até 24 de Novembro e tentar ficar com uma peça inesquecível da história da televisão — e, quem sabe, com o único escroto presidencial legalmente vendável no hemisfério ocidental.

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John Oliver, uma vez mais, transforma o absurdo em ferramenta política. E se salvar a rádio pública exigir leiloar a cueca de Russell Crowe… bem, é difícil argumentar contra.

Chris Hemsworth na Estrada da Memória: Um Documentário Íntimo Sobre Família, Fragilidade e Amor

“Aventura na Estrada” mostra o actor longe dos martelos, músculos e superpoderes — e mais próximo do que nunca da sua própria história.

Chris Hemsworth habituou o mundo a vê-lo como Thor, o deus do trovão, o herói musculado que resolve problemas à força de martelo e humor. Mas no novo documentário “Chris Hemsworth: Aventura na Estrada” — título original A Roadtrip to Remember — o actor surge sem filtros, sem armaduras e sem papel para interpretar. Apenas ele, a família e uma viagem que se torna tão emocional quanto reveladora.

Disponível a partir de 24 de novembro, este é descrito como o documentário mais íntimo da carreira de Hemsworth. O ponto de partida é duro, inesperado e profundamente humano: o pai recebeu um diagnóstico de Alzheimer. E, perante a inevitabilidade da doença e da erosão da memória, Chris pega na câmara e decide transformar o medo em movimento. Em vez de se fecharem em casa, embarcam num road trip que procura salvar o que ainda pode ser salvo — não a memória inteira, mas os fragmentos que dão sentido à vida.

Uma viagem ao passado para segurar o presente

Ao longo do filme, pai e filho revisitarem lugares que marcaram a família: a rua onde Chris cresceu, as praias onde aprenderam a nadar, as zonas rurais onde passavam férias, e até as pequenas paragens que só fazem sentido para quem lá esteve. Pelo caminho reencontram rostos — amigos de infância, vizinhos de longa data, pessoas que foram peças-chave na construção da história familiar. Estas visitas funcionam como gatilhos emocionais: pequenas portas que, quando se abrem, revelam lembranças que a doença tenta apagar.

Tudo isto é filmado num registo de “home movie”, com a câmara na mão, sem pretensões cinematográficas. Hemsworth não tenta embelezar a dor, nem dramatizar para efeito. A estética é a da verdade: familiar, imperfeita, às vezes tremida — e por isso mesmo carregada de autenticidade. A viagem transforma-se numa espécie de cápsula emocional onde o actor, que tantas vezes encarnou força absoluta, se revela vulnerável e profundamente afectado.

A ciência da ligação humana

O documentário não se limita à dimensão emocional. Chris e a família procuram perceber como a ligação social, a emoção e certos estímulos cognitivos podem ajudar a manter vivas partes da memória. Conversam com especialistas, exploram estudos, e tentam perceber de que forma o cérebro responde quando é exposto a afectos fortes ou memórias significativas.

Longe de fórmulas científicas pesadas, o filme apresenta esta componente de forma leve e acessível, reforçando uma ideia simples mas poderosa: a memória não existe no vazio; é construída e estimulada através de pessoas, lugares e emoções.

O filme mais pessoal de Hemsworth

Em “Aventura na Estrada”, não vemos o actor global. Vemos o filho.

Vemos o ser humano confrontado com a vulnerabilidade do pai.

Vemos alguém que tenta, com a sensibilidade possível, preservar aquilo que está a desvanecer.

O resultado é um documentário emotivo, honesto e inesperadamente terno. É sobre Alzheimer, sim — mas é sobretudo sobre aquilo que resta quando a memória falha: o amor, os laços e a necessidade urgente de guardar tudo o que ainda pode ser guardado.

Disponível a 24 de novembro, este é um daqueles títulos que não se esgota no último minuto. Acompanha-nos depois, como as memórias que insistimos em manter vivas.

“The Collective”: A Nova Estreia do Cinemundo que Atira o Espectador para uma Caça ao Crime de Alto Risco

Tom DeNucci realiza um thriller de acção frenético onde assassinos de elite enfrentam uma rede de tráfico humano protegida por milionários intocáveis

O Canal Cinemundo reserva para dia 20 a estreia de The Collective, um thriller de acção realizado por Tom DeNucci que combina ritmo acelerado, tiros bem medidos e aquela estética moderna de operações clandestinas que continua a ser irresistível para muitos espectadores. O resultado é um filme que abraça o género sem complexos: directo, energético e centrado numa missão que escapa às vias legais tradicionais.

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No centro da história está Lucas Till, no papel de Sam Alexander, um jovem recruta que é integrado numa organização secreta de assassinos conhecida apenas como The Collective. Mal tem tempo para conhecer as regras da casa e já é atirado para o seu primeiro trabalho: infiltrar-se e destruir um esquema internacional de tráfico humano operado por bilionários com mais recursos do que escrúpulos. A missão é simples apenas na teoria — na prática, envolve traições, emboscadas, inteligência duvidosa e um mergulho num submundo tão lucrativo quanto repugnante.

Ruby RoseTyrese Gibson e Don Johnson completam o elenco, trazendo à mistura um trio que dá peso e alguma personalidade a uma narrativa construída para avançar sempre em velocidade de cruzeiro. Não há grandes pausas para filosofias moralistas — DeNucci prefere manter a câmara em movimento, apostar em confrontos rápidos e deixar espaço para pequenas ironias que ajudam a aliviar a tensão.

Com 1h26 de duraçãoThe Collective é o típico filme de acção que chega, cumpre e segue o seu caminho. Não pretende reinventar o género, mas oferece a adrenalina prometida, competindo na mesma liga dos thrillers de orçamento intermédio que privilegiam ritmo e energia acima da profundidade emocional. Para quem gosta deste tipo de narrativa — e há quem goste muito — é uma estreia a apontar na agenda.

A temática do tráfico humano confere-lhe um peso adicional, ainda que tratada com a distância necessária para não transformar o filme num drama social. A intenção é clara: entregar acção com consciência, mas sem desviar o foco do entretenimento.

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The Collective estreia no Cinemundo no dia 20, pronto para ocupar o serão de quem aprecia um thriller musculado, rápido e filmado com o espírito prático de quem sabe exactamente o que está a oferecer: 90 minutos de perseguições, tiros, agentes secretos e um vilão suficientemente odioso para justificar cada explosão.