“F1” Ultrapassa “Napoleão” e Torna-se o Maior Sucesso de Bilheteira da História da Apple

Com Brad Pitt ao volante e 293 milhões arrecadados, o novo drama de corridas assume a pole position na estratégia cinematográfica da gigante tecnológica

🏁 O motor está bem afinado e a Apple já pode celebrar o seu primeiro grande sucesso no grande ecrã. O filme “F1”, protagonizado por Brad Pitt, já ultrapassou os 293 milhões de dólares em bilheteira mundial após apenas 10 dias de exibição, tornando-se o filme mais rentável da história da Apple.

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Com esta marca, “F1” destrona “Napoleão” (221 milhões) e deixa para trás também “Killers of the Flower Moon” (158 milhões), duas superproduções anteriores do estúdio que, apesar da pompa, nunca chegaram a ser verdadeiros fenómenos de bilheteira.

A corrida mais importante do estúdio

Realizado por Joseph Kosinski (Top Gun: Maverick), F1 foi mais do que um projeto cinematográfico — foi uma prova de fogo para o braço cinematográfico da Apple. Após sucessivos fracassos comerciais (sim, estamos a olhar para ti, Argylle), havia dúvidas internas sobre se a Apple deveria continuar a investir em filmes para cinema ou recuar para o terreno seguro da televisão, onde tem triunfado com séries como Ted Lasso e Severance.

Mas eis que surge Brad Pitt no papel de um piloto de Fórmula 1 retirado que regressa para treinar um jovem talento e salvar uma equipa em ruínas. O filme arrancou com um fim de semana de estreia de 57 milhões nos EUA e 146 milhões a nível global. Resultado? Um novo recorde para a Apple.

Nem tudo são curvas suaves

Apesar do sucesso inicial, F1 ainda está longe de ser lucrativo. O filme terá custado mais de 250 milhões de dólares a produzir, com outros 100 milhões em marketing, o que significa que a verdadeira meta da rentabilidade está ainda por alcançar. Mas o desempenho robusto em ecrãs de grande formato — especialmente IMAX, que representa já 20,4% da receita global com 60 milhões de dólares — dá esperança para uma corrida de longa duração.

Entre os mercados internacionais de maior sucesso estão:

  • 🇨🇳 China – 22 milhões
  • 🇬🇧 Reino Unido – 17,3 milhões
  • 🇲🇽 México – 12,3 milhões
  • 🇫🇷 França – 11,5 milhões
  • 🇦🇺 Austrália – 9,8 milhões

Nos EUA e Canadá, F1 já atingiu os 109,5 milhões de dólares.

Mais do que um sucesso — uma confirmação

Num ano dominado por sequelas e grandes franquias (Jurassic World: RebirthSupermanFantastic Four), F1 destaca-se por ser uma história original voltada para adultos — algo cada vez mais raro nas grandes salas.

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A Apple, claro, pode dar-se ao luxo de experimentar. Com um valor de mercado de 3 biliões de dólares, não sofre da mesma pressão financeira que estúdios tradicionais. Mas agora, com F1, tem um novo argumento para manter os olhos postos na linha de meta do cinema comercial.

“Missão: Impossível – The Final Reckoning” Supera Spielberg, Mas Está Longe de Cumprir a Sua

O adeus (ou não) de Tom Cruise como Ethan Hunt aproxima-se dos 600 milhões… mas ainda não chega para pagar a conta

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💣 Depois de seis semanas em cartazMissão: Impossível – The Final Reckoning continua em modo acção total nas bilheteiras, mas com o cronómetro a aproximar-se perigosamente do fim. O filme, anunciado como o último capítulo de Tom Cruise na pele de Ethan Hunt (uma promessa que ninguém leva muito a sério), já ultrapassou os 576 milhões de dólares a nível mundial e está prestes a passar um dos sucessos mais discretos de Steven SpielbergReady Player One(579 milhões).

Mas nem tudo são explosões e aplausos: com um orçamento astronómico de 400 milhões de dólares, a nova entrada da saga está longe de ser um caso de sucesso financeiro.

Um sucesso… com sabor agridoce

Com 190 milhões arrecadados nos EUA e 385 milhões no mercado internacionalThe Final Reckoning posiciona-se entre os 200 filmes mais rentáveis da história do cinema em termos globais. Superou títulos como Kong: Skull Island e Godzilla x Kong: The New Empire, mas isso pode não ser suficiente.

O problema? Os custos de produção dispararam devido às greves de 2023, aos resquícios da pandemia e ao estilo de realização “à vista” de Christopher McQuarrie, conhecido por ajustar o filme durante a rodagem. Some-se a isso a recepção morna do capítulo anterior (Dead Reckoning) e temos um cocktail explosivo… mas instável.

A herança de um franchise que já conheceu melhores dias

Dead Reckoning, lançado em 2023 na sombra dupla de Oppenheimer e Barbie, arrecadou 565 milhões com um orçamento de 300 milhões — o que, convenhamos, não foi o resultado que a Paramount esperava. The Final Reckoningjá o ultrapassou em números, mas fica atrás dos episódios 4, 5 e 6 da saga, que foram verdadeiros colossos de bilheteira.

Apesar das críticas divididas, o novo filme mantém uma pontuação estável de 80% no Rotten Tomatoes, o que garante algum fôlego crítico — mas não o suficiente para justificar o investimento. Ainda assim, a longa vida dos filmes da saga, com receitas provenientes de streaming, aluguer, televisão e vendas digitais, poderá vir a compensar a diferença ao longo do tempo.

A última missão de Ethan Hunt? Talvez só até à próxima.

Com o filme ainda em exibição e a possibilidade de ultrapassar a marca dos 600 milhões, o legado de Ethan Hunt mantém-se intacto… mesmo que o saldo bancário da Paramount esteja menos entusiasmado. Para já, pode continuar a ver The Final Reckoning nos cinemas — mas já se fala nos bastidores sobre o “regresso final do regresso final”.

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Como sempre com Missão: Impossível, o verdadeiro truque não está em desarmar a bomba, mas em fazer-nos acreditar que esta será, de facto, a última.

Stallone Faz 79 Anos: De Rocky a “Sly”, Uma Vida de Pancadas, Glória e Emoção

O eterno Rambo celebra quase 80 primaveras e mais de 50 anos a dar tudo no grande ecrã (e fora dele)

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🥊 Este domingo, 6 de julhoSylvester Stallone completa 79 anos. E não, não é engano: o homem que correu pelas ruas da Filadélfia ao som de “Gonna Fly Now” está a caminho dos 80… e continua mais ativo do que muitos com metade da idade. Com mais de meio século de carreira, Stallone não é apenas um dos rostos mais reconhecíveis da história do cinema — é um símbolo da persistência, do suor e da resiliência à moda antiga.

Rocky e Rambo: dois socos no coração de Hollywood

Foi em 1976 que o mundo conheceu o pugilista com o coração maior que os músculos. Rocky não era só um filme — era uma lição de vida. Escrito e protagonizado pelo próprio Stallone, o filme deu-lhe não só uma carreira, mas um lugar permanente na história do cinema. Três anos antes de completar 30 anos, Stallone mostrava ao mundo que não precisava de superpoderes para se ser um herói.

Nos anos 80, surgia John Rambo em A Fúria do Herói — um veterano de guerra, solitário, traumatizado e letal. Dois ícones, duas sagas, e um só homem a carregar ambos aos ombros.

Mais tarde, já na fase “tudo ao molho e fé nos explosivos”, criou Os Mercenários, reunindo as lendas da ação num verdadeiro parque de diversões cinematográfico.

Uma segunda vida no pequeno ecrã e na Netflix

Mesmo depois de muitos declararem que a sua carreira estava “a abrandar”, Stallone provou que a reforma não faz parte do vocabulário dos duros. Em 2022, foi protagonista da série Tulsa King, onde interpreta um mafioso envelhecido que sai da prisão e tenta recomeçar. Resultado? Críticas positivas e uma nova geração a descobrir que o “velhote do TikTok” afinal era o Rocky.

Em 2023, foi lançado o documentário “Sly”, disponível na Netflix, onde o próprio ator revisita a sua vida com sinceridade desarmante. E não escondeu as dores: revelou ter sido vítima de violência física por parte dos pais na infância, partilhando memórias que contrastam fortemente com a imagem pública de herói invencível.

Tragédias pessoais e o lado mais humano de um ícone

Apesar da fama e sucesso, Stallone conheceu a dor da perda como poucos. Em 2012, perdeu o filho Sage Stallone, com apenas 36 anos, encontrado morto em casa, vítima de um ataque cardíaco. Sage, que chegou a atuar ao lado do pai em Rocky V, sofria de arteriosclerose. Foi um golpe duríssimo para o ator, que sempre teve um vínculo forte com os filhos.

Com a ex-mulher Sasha Czack, teve ainda Seargeoh Stallone, actualmente com 46 anos. Teve também um breve casamento com Brigitte Nielsen, mas foi com Jennifer Flavin que Stallone encontrou estabilidade. Casaram-se em 1997 e tiveram três filhas: Sophia (28 anos), Sistine (27) e Scarlet (23) — que o próprio já referiu serem “a melhor coisa que já fiz”.

Apesar dos rumores de separação em 2022, o casal reconciliou-se. Uma fonte revelou à People:

“Eles amam-se. Querem manter a família unida.”

79 anos depois, o combate continua

Sylvester Stallone é mais do que músculos, frases curtas e cenas de ação explosiva. É uma lenda viva que soube sempre reinventar-se, abraçar a vulnerabilidade e permanecer relevante num mundo que muda à velocidade de um uppercut.

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E aos 79 anos, uma coisa é certa: ele ainda não atirou a toalha ao chão.

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A nova encarnação da Primeira Família da Marvel já tem data marcada, posters revelados e um Galactus à espreita

🌀 O Quarteto Fantástico regressa — mas não como os conhecíamos! A Marvel Studios revelou os primeiros posters internacionais de The Fantastic Four: First Steps, o filme que dará início à tão esperada Fase 6 do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). E que posters! Cada um deles mostra não só os poderes dos heróis como também o novo visual, retro-futurista, da família mais famosa da Marvel.

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A estreia está marcada para 25 de julho de 2025, mas os motores da máquina promocional já estão a aquecer… e com estilo dos anos 60!

Uma equipa nova com rostos familiares

O novo Quarteto Fantástico será interpretado por um elenco de luxo:

  • Pedro Pascal como Reed Richards / Mr. Fantástico
  • Vanessa Kirby como Sue Storm / Mulher-Invisível
  • Joseph Quinn como Johnny Storm / Tocha Humana
  • Ebon Moss-Bachrach como Ben Grimm / Coisa

Ah, e claro — os posters também trazem o adorável e confiável H.E.R.B.I.E., o robot assistente que faz parte do imaginário mais profundo dos fãs dos comics.

A imagem da equipa foi actualizada com uma estética vibrante e elegante, inspirada numa visão retro-futurista dos anos 60, que promete misturar nostalgia com inovação visual. É o MCU a brincar aos Jetsons, mas com superpoderes e dramas cósmicos.

Galactus está faminto. E não vem sozinho.

A sinopse oficial é clara: os Fantásticos vão enfrentar o seu maior desafio até agora, e ele vem do espaço. O planeta está ameaçado por Galactus — interpretado pelo sempre imponente Ralph Ineson — e pelo seu enigmático arauto, Silver Surfer, numa versão feminina interpretada por Julia Garner (Ozark). O toque cósmico está garantido, e com Matt Shakman (o cérebro por trás de WandaVision) a realizar, podemos esperar emoção, humor e reviravoltas a condizer.

A luta não será apenas física — o maior desafio talvez esteja no equilíbrio entre os laços familiares e a responsabilidade heróica. E como se salvar o mundo não bastasse, as coisas tornam-se muito pessoais

Um reboot com pedigree (e muita pressão)

Antes desta nova abordagem da Marvel Studios, o Quarteto Fantástico já tinha sido adaptado para o grande ecrã por duas vezes sob a alçada da 20th Century Fox. Quem não se lembra de Chris Evans a incendiar o ecrã como o Tocha Humana? Pois é, tempos antes de se tornar o Capitão América…

Agora, com a equipa criativa do MCU ao comando e um elenco renovado, as expectativas estão nas nuvens (ou no espaço, já que falamos de Galactus)

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✨ O Quarteto está de volta, e ao que tudo indica, mais fantástico do que nunca. Agora só nos resta esperar para ver se esta nova aventura vai conquistar os fãs… ou se será engolida por um certo deus cósmico esfomeado.

40 Anos Depois, Lea Thompson Revela o Seu “Regresso ao Futuro” Favorito (e Não, Não é o do Beijo do Doc)

A atriz de Lorraine McFly recorda o clássico que marcou gerações e explica porque é que o primeiro filme continua a ser mágico

🎉 Em 2025, Regresso ao Futuro celebra 40 anos (sim, QUARENTA). E numa conversa nostálgica com a revista PeopleLea Thompson, a eterna Lorraine Baines McFly, abriu o coração sobre a trilogia que a catapultou para o imaginário de milhões. Entre viagens no tempo, carros voadores e linhas temporais destrambelhadas, a atriz confessou qual dos três filmes guarda com mais carinho — e a resposta não é propriamente uma surpresa.

“Para mim, é o Regresso ao Futuro 1, porque é simplesmente um argumento perfeito. E como realizadora, consigo apreciar a concisão da história”, disse a atriz de 64 anos. “O 2 e o 3 eram supostos ser um só filme, que depois se dividiu. Não foram construídos da mesma forma.”

Thompson destaca ainda um detalhe que muitos esquecem: quando filmaram o primeiro, nem sequer havia planos para uma sequela. Nada de contratos, nada de trilogias épicas — só um filme que acabou por se tornar numa das obras mais amadas da cultura pop.

“O terceiro? Não tinha grande papel. Mas o Christopher Lloyd adora!”

Apesar da admiração pelo segundo filme, Lea deixa claro que o terceiro capítulo da saga ficou para trás na sua lista… por motivos bem práticos.

“Não tinha um papel assim tão bom no terceiro, por isso naturalmente fica de fora para mim”, admitiu. “Mas sei que o Christopher Lloyd gosta mais desse.”

E segundo ela, há uma razão divertida para essa preferência do ator que deu vida ao excêntrico Doc Brown:

“O Chris diz que foi, acho eu, a única vez que beijou uma rapariga num filme.”

(Lorraine e Doc partilharem o pódio de favoritos, afinal, faz todo o sentido.)

Beijos, traumas infantis e… Caroline in the City

Se para o público o beijo incestuoso entre Lorraine e Marty é um momento icónico (e desconfortável), para as filhas de Lea Thompson foi motivo de lágrimas.

“As minhas filhas ficaram traumatizadas por me ver a beijar homens”, contou, entre risos. “Quando eram pequenas, eu fazia o Caroline in the City e beijava um tipo novo todas as semanas. Começavam a chorar! Não me lembro sequer de ter mostrado os filmes a elas.”

Mesmo assim, as filhas cresceram a saber de cor algumas falas — prova de que certos filmes vivem para além da cassete, do DVD ou da Netflix. “É realmente uma alegria olhar para o público nestes encontros e ver que metade das pessoas nem sequer tinha nascido quando o filme saiu. Isso é mesmo muito fixe.”

O tempo passa, mas o DeLorean continua a voar

Ao fim de quatro décadas, Regresso ao Futuro mantém-se intemporal, mágico e cheio de coração. E Lea Thompson, com a sua doçura, humor e honestidade, continua a ser uma das grandes responsáveis por essa longevidade.

A verdade está aí: há filmes que simplesmente não envelhecem — apenas viajam no tempo.

E o Óscar vai para… só um filme? O balanço surpreendente dos primeiros seis meses de 2025

Hollywood está a meio gás e só Pecadores se destaca verdadeiramente na corrida às estatuetas douradas

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🕯️ Meados de 2025. Meia dúzia de estreias depois, muitos baldes de pipocas consumidos… e uma constatação quase unânime: só um filme dos primeiros seis meses do ano está a sério na corrida aos Óscares. A imprensa especializada norte-americana — VarietyDeadline Hollywood e Gold Derby — parece ter entrado em consenso raro. O eleito? “Pecadores” (Sinners, no original), o novo épico de Ryan Coogler, protagonizado por Michael B. Jordan.

A pergunta impõe-se: o que é que os outros andaram a fazer?

Gangsters, vampiros e estatuetas no horizonte

“Pecadores” não é um simples drama de época. É uma fusão estilizada de filme de gangsters com terror de vampiros, com gémeos de volta a casa depois das guerras sangrentas de Chicago. A crítica aplaudiu de pé (97% no Rotten Tomatoescom mais de 375 críticas), o público delira (96% no índice ‘popcorn’) e as bilheteiras sorriem: 278 milhões de dólares na América do Norte, 364 milhões a nível mundial. Tudo isto para um filme original, sem ser remake, sequelas ou franchising da Marvel.

Deadline não tem dúvidas: Melhor Filme, Melhor Ator (Michael B. Jordan), Ator Secundário (Delroy Lindo e/ou o estreante Miles Caton), Atriz Secundária (Hailee Steinfeld e/ou Wunmi Mosaku), Realização, Argumento Original, Fotografia, Direção Artística, Banda Sonora, Canção Original (“I Lied To You”), Guarda-Roupa, Montagem, Som, Caracterização e até Efeitos Visuais — é toda uma lista digna de Óscar bingo.

E os outros? Bem… tentaram.

Enquanto Pecadores já se instala confortavelmente na passadeira vermelha, os outros filmes ainda estão a ver se encontram o GPS para o Dolby Theatre.

– “F1 – O Filme”, com Brad Pitt, não parecia um candidato natural a Melhor Filme, mas o sucesso do fim de semana de estreia baralhou as apostas. Comparações com Top Gun: Maverick são inevitáveis — até porque partilham o realizador Joseph Kosinski e o produtor Jerry Bruckheimer. Som e Montagem são as categorias mais prováveis.

– “28 Anos Depois” pode muito bem destacar-se em Caracterização, diz o Gold Derby.

– “Lilo & Stitch” (imagem real) deverá brilhar nos Efeitos Visuais — porque nostalgia + CGI continua a ser uma fórmula que vende.

– A Pixar apresenta “Elio” como candidata a Melhor Longa de Animação, ainda que sem o mesmo burburinho de Soulou Elemental.

– “Sorry, Baby”, uma comédia dramática independente de e com Eva Victor, surge entre os favoritos ao Argumento Original e pode dar a Victor uma nomeação dupla como argumentista e atriz.

– Kathleen Chalfant, figura lendária da Broadway, é aposta surpresa para Melhor Atriz em “Sarah Friedland”.

– A comédia romântica “O Match Perfeito”, de Celine Song, com Dakota JohnsonPedro Pascal e Chris Evans, pode entrar no baralho em Argumento Original — mas sem grande alarido por agora.

– Até o esquecido “O Esquema Fenício” pode valer uma nomeação a Michael Cera como Ator Secundário. É preciso acreditar.

Tudo depende… do dinheiro para campanhas

O que é que estes títulos têm em comum, além de premissas promissoras? Precisam desesperadamente de campanhas promocionais sólidas. E como sempre acontece em Hollywood, o sucesso nos Óscares começa nas salas de visionamento… mas concretiza-se nos jantares da Academia, com envelopes dourados e milhões investidos em visibilidade.

Nesse campo, só Pecadores parece caminhar sozinho, firme e seguro, como um vampiro bem vestido num salão de baile a dançar com a estatueta.

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🎬 A estrada até Março de 2026 ainda é longa, mas se o ano acabar como começou, poderemos ter uma cerimónia onde todos os votos vão para um só lado.

Mulheres, Mar e Memórias: O Documentário que Dá Voz ao Oceano Açoriano

“Mulheres do Mar – Açores” estreia-se no Faial e emociona com retratos íntimos de 49 mulheres ligadas ao Atlântico

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🌊 Há documentários que nos mostram paisagens. Outros, mergulham nelas. E depois há “Mulheres do Mar – Açores”, que faz ambas as coisas… enquanto nos dá a ouvir vozes que tantas vezes ficaram por contar. A obra, com estreia marcada para segunda-feira na ilha do Faial, reúne 49 mulheres de todas as ilhas do arquipélago, com um único ponto em comum: uma ligação profunda, visceral e comovente ao mar.

Cientistas, pescadoras, professoras, artistas, desportistas, advogadas, arquitetas — o leque é tão diverso quanto o próprio oceano. E é essa pluralidade de experiências e emoções que dá alma a um documentário de 77 minutos, filmado ao longo de dois anos em todas as nove ilhas dos Açores. Realizado no âmbito da Década da Ciência dos Oceanos da ONU (2021–2030), o filme é uma produção da ONGD portuguesa Help Images, reconhecida pela UNESCO, e faz parte da iniciativa internacional Women of the Sea.

Quem ama, cuida. E quem cuida, transforma.

A realizadora Raquel Clemente Martins, que conduziu as entrevistas e esteve presente nas filmagens, não esconde a emoção:

“Estávamos todas unidas pelo mote central do projeto – quem ama cuida, quem cuida ama – e as entrevistas e filmagens transformaram-se em momentos íntimos de partilha de memórias, emoções e preocupações”.

E de facto, há algo de profundamente transformador no gesto de ouvir. Cada mulher entrevistada abre o seu mundo: histórias de infância junto às rochas, rotinas marcadas pela ondulação, lutas profissionais num universo onde o mar, historicamente, era “coisa de homens”. Este documentário oferece uma perspetiva única de ser mulher num mundo oceânico, quebrando silêncios, barreiras e estereótipos.

Um retrato colectivo da força feminina insular

A produção destaca que, de uma lista global de mais de 900 mulheres de 29 países, nos Açores foram filmadas 71 mulheres, tendo sido 49 as vozes escolhidas para o retrato final. Para além das profissões e do ativismo ambiental, “Mulheres do Mar – Açores” revela também os afectos, as perdas, os medos e a esperança destas mulheres que vivem e respiram o Atlântico.

A iniciativa pretende precisamente isso: dar visibilidade ao papel das mulheres na preservação dos oceanos, reconhecendo vozes, memórias e contributos que, durante décadas, ficaram à margem do discurso dominante.

Um momento simbólico para os Açores e para o planeta

A estreia do documentário coincide com uma nova fase da política ambiental portuguesa, marcada pela ratificação do Tratado do Alto Mar, um acordo internacional sobre a conservação da biodiversidade marinha em áreas fora da jurisdição nacional. A ligação entre esta conquista política e o lançamento de um filme que celebra quem vive o mar todos os dias não podia ser mais simbólica.

O filme contou com apoio financeiro do Governo Regional dos Açores e a colaboração de diversas entidades locais, regionais e autarquias. A iniciativa não se fica por aqui: já em maio decorreram filmagens na Irlanda para o próximo capítulo, “Mulheres do Mar – WinBig”, com estreia prevista para o início de 2026.

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🎥 Se ainda acha que o mar é apenas cenário de postal, está na hora de conhecer as mulheres que o tornaram casa, sustento, paixão e resistência.

Adeus ao Homem por Trás do Assobio: Morreu Mark Snow, o Compositor de “Ficheiros Secretos”

Criador de um dos temas mais icónicos da televisão mundial, Snow faleceu aos 78 anos. O mistério… continua.

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👽 Quem ouviu aquele assobio etéreo a ecoar num fundo negro com letras verdes, dificilmente o esqueceu. Era a porta de entrada para um universo de conspirações, extraterrestres, e fenómenos paranormais — era Ficheiros Secretos. Agora, o compositor por trás dessa melodia inquietante, Mark Snow, despediu-se do mundo terreno. Tinha 78 anos.

A notícia foi confirmada pelo seu agente, embora a causa da morte não tenha sido revelada. Segundo o site Variety, Mark Snow faleceu na sexta-feira, 4 de julho, na sua casa em Connecticut, nos Estados Unidos.

O som do inexplicável

Mark Snow não só compôs o tema de abertura de Ficheiros Secretos — lançado como single em 1996 e que chegou aos tops internacionais — como também assinou a banda sonora dos mais de 200 episódios da série, assim como dos dois filmes que dela derivaram. A sua música era quase uma personagem: ambígua, arrepiante, misteriosa, tão ligada a Mulder e Scully quanto as próprias teorias da conspiração.

Ao longo de décadas, Snow tornou-se um nome de culto entre os compositores televisivos, com uma assinatura sonora que aliava tecnologia e melodia emocional. Com recurso a sintetizadores, efeitos minimalistas e texturas atmosféricas, criou um som que era simultaneamente futurista e profundamente humano — o reflexo perfeito da série criada por Chris Carter.

De Brooklyn para o sobrenatural

Nascido a 26 de agosto de 1946, em Brooklyn, Nova Iorque, com o nome Martin Fulterman, Snow estudou na prestigiada Juilliard School, partilhando salas com nomes que mais tarde se tornariam lendas, como Philip Glass.

Começou por seguir carreira mais tradicional na música, mas foi nos anos 70 que descobriu a sua vocação para a televisão. O resto é história: 15 nomeações para os prémios Emmy, uma legião de fãs e uma carreira que atravessou décadas.

Além de Ficheiros Secretos, Mark Snow compôs para séries como “Blue Bloods”“Smallville”“Millennium”“Hart to Hart”, entre muitas outras. Era um verdadeiro artesão da televisão, daqueles que conseguem elevar uma cena apenas com algumas notas bem colocadas.

Um legado que não se apaga

Apesar de discreto na vida pública, Mark Snow deixa um legado profundo na memória emocional de milhões de espectadores. O seu trabalho vive algures entre a nostalgia televisiva e o culto sonoro — e continuará a soar sempre que alguém disser “A verdade está lá fora”.

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Mark Snow deixa a esposa, Glynnis, três filhas e netos. E deixa-nos também com uma certeza: há músicas que nunca desaparecem — apenas entram noutra frequência.

De Chaplin a C. Tangana: O Festival de Cinema Que Celebra a Alma Cigana

O Periferias regressa este verão com uma programação vibrante que atravessa fronteiras, estilos e séculos de cultura

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🎬 Este verão, o cinema viaja até às margens da fronteira ibérica para dar palco a uma cultura tantas vezes marginalizada — e fá-lo com toda a pompa e circunstância. A 13.ª edição do Festival de Cinema Periferias terá lugar de 8 a 16 de agosto nas localidades de Marvão (Portalegre) e Valência de Alcântara (Cáceres), mas a festa já começou… e não quer saber de passaportes.

Sob o tema “A riqueza cultural do povo cigano”, o festival propõe uma celebração audiovisual e musical da história, identidade e contributos do povo cigano para as artes. Com uma curadoria que cruza filmes, documentários e concertos, o Periferias prova que a descentralização cultural pode ser tão urgente quanto inspiradora.

Charlie Chaplin com alma cigana?

Um dos destaques da edição de 2025 é o documentário “Chaplin, espírito cigano”, realizado por Carmen Chaplin (neta do próprio Charlot), que mergulha nas origens e influências ciganas do eterno mestre da comédia silenciosa. Sim, leu bem: Charlie Chaplin com raízes ciganas — e a história é contada com a sensibilidade de quem carrega esse legado no sangue.

Mas a viagem não se fica pelos tempos do cinema mudo. O realizador e músico madrileno Antón Álvarez, mais conhecido como C. Tangana, apresenta o filme “A guitarra flamenca de Yerai Cortés”, uma ode musical à mestria deste jovem guitarrista cigano, onde o flamenco ganha nova vida e ritmo contemporâneo.

Almodóvar, Claude Barras e muito mais

O Periferias não vive só da temática central: oferece uma programação eclética que mistura grandes nomes com novas vozes do cinema independente. Entre os filmes seleccionados para este ano estão:

  • “O Quarto ao Lado”, de Pedro Almodóvar
  • “Selvagens”, do animador suíço Claude Barras
  • “A Vida Luminosa”, de João Rosas
  • “Coro: 60 anos do Coro Gulbenkian”, de Edgar Ferreira

E o melhor? Mesmo antes da abertura oficial, o festival já anda em digressão! As extensões do Periferias começaram em Arronches, com a exibição de “Flow”, do letão Gints Zilbalodis, e “Deuses de Pedra”, de Iván Castiñeiras Gallego, acompanhados por um concerto do grupo Os Sabugueiros — porque cinema e música, aqui, andam de mãos dadas.

Muito mais que cinema: um manifesto cultural

Criado em 2013 pela Associação Cultural Periferias (Portugal) e pela Gato Pardo (Espanha), o festival nasceu com a missão clara de levar a cultura a zonas sem salas de cinema, construindo pontes entre comunidades e territórios. A edição deste ano reforça esse espírito de união, estendendo-se também a PortalegreCastelo de VideCáceresAnconchel e La Fontañera.

Se é fã de cinema que conta histórias reais, amplifica vozes invisíveis e ainda lhe oferece um bom concerto ao pôr do sol, então não pode perder o Periferias 2025.

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🎟️ A programação completa está disponível em: periferiasfestival.com

Brad Pitt Lança Farpa (e Bons Conselhos) à Nova Geração de Actores

O actor de F1 diz que os colegas da sua geração “não vendiam a alma” e eram mais sérios na arte de representar. Mas deixa um aviso importante sobre super-heróis: “Eles vão morrer!”

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Brad Pitt não tem papas na língua — e aos 61 anos, também não tem tempo a perder com diplomacias. Numa entrevista recente no podcast New Heights, apresentado pelos irmãos Jason e Travis Kelce (sim, o Jason da NFL e o Travis que namora com a Taylor Swift), o actor reflectiu sobre a forma como a nova geração encara a profissão… e aproveitou para fazer uma comparação com os seus tempos de juventude em Hollywood.

“Gosto de ver o que as novas gerações trazem. Gosto de ver com o que estão a lidar e a forma como navegam nesse meio. Acho que eles desfrutam mais disto. Nós éramos mais rígidos — e tínhamos de ser — em relação à representação. Não se vendia. Não se vendia. Não se vendia.”

Brad Pitt sublinha que, hoje, há uma maior liberdade criativa e abertura para os actores se aventurarem noutros formatos, o que vê como positivo. No entanto, não resistiu a deixar um aviso a quem acha que precisa de um franchise ou de um fato de super-herói para singrar em Hollywood:

“Eles acham que têm de entrar num franchise, ou num filme de super-heróis ou qualquer coisa assim. Mas eu estou sempre a dizer: ‘Não façam isso! Eles vão morrer!’”

O exemplo de quem fala… e cumpre

É difícil acusar Brad Pitt de hipocrisia: ao longo da sua carreira, manteve-se quase sempre fora das grandes sagas cinematográficas. A única trilogia em que participou foi a dos Ocean’s de Steven Soderbergh, onde brilhou como o cool e sempre mastigador Robert “Rusty” Ryan. Nada de capas, superpoderes ou cenas pós-créditos. A única excepção foi uma aparição-relâmpago e humorística como The Vanisher em Deadpool 2 (2018) — e mesmo essa foi mais piada do que papel.

Desde a estreia no final dos anos 80, com pequenas participações em televisão, até ao sucesso com Thelma & Louise(1991), Pitt construiu uma carreira ao lado de nomes como Johnny Depp, Tom Cruise, George Clooney e Val Kilmer. Curiosamente, quando questionado sobre quem considera o melhor actor da sua geração, não aponta para nenhuma dessas estrelas.

“O que o David Thewlis fez em Naked (1993) é tão bom quanto qualquer coisa feita pelo Brando, Nicholson ou Pacino”, disse uma vez.

“Acho que está ao nível dos maiores.”

De actor sério a estrela global — sem nunca “vender”

A reflexão de Pitt chega num momento em que o panorama do cinema comercial está a mudar rapidamente, com o declínio (ou pelo menos a saturação) dos universos cinematográficos e um renovado interesse por filmes mais “contidos”. As palavras do actor podem soar como saudosismo, mas também soam a aviso: a longevidade em Hollywood constrói-se com escolhas certeiras — e não com fatos de lycra.

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E se há alguém com autoridade para o dizer, é mesmo Brad Pitt.

Ice Road: Vengeance — Liam Neeson Está de Volta (Mas Já Não Há Gelo Que Aguente)

O regresso do herói dos 70, ou do herói de 70 anos… é uma descida acidentada por estradas de montanha… e pela repetição cansada de fórmulas que já deram o que tinham a dar.

Confesso: ainda gosto de ver Liam Neeson a dar uns murros bem dados, com aquele ar de quem já devia estar em casa a beber chá e a ver documentários da BBC. Mas Ice Road: Vengeance leva essa fidelidade ao template do “homem em sofrimento com passaporte para a pancadaria” a um novo extremo — e não necessariamente pelos melhores motivos.

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A primeira coisa a assinalar: apesar do título, não há uma única estrada de gelo no filme. Nada. Zero. Neve há alguma, vá, mas gelo traiçoeiro por baixo de camiões a ranger? Esqueçam. O que temos aqui é Liam Neeson a tentar escalar o Evereste com um pote de cinzas do irmão falecido e a tropeçar numa conspiração internacional com tiroteios, políticos corruptos e um autocarro turístico transformado em Mad Max dos Himalaias.

Neeson, sempre em sofrimento, agora com cinzas num Tupperware

Mike McCann (Neeson), o camionista traumatizado do primeiro Ice Road, volta aqui consumido pela culpa e determinado a cumprir o último desejo do irmão: espalhar as suas cinzas no topo do mundo. Mas, claro, antes de chegar ao campo base, já está metido numa luta dentro de um autocarro colorido, ao lado de uma guia de montanha interpretada por Fan Bingbing, que surpreendentemente tem mais habilidades de artes marciais do que o currículo de alpinista deixaria prever.

Daí em diante, o filme transforma-se num desfile de clichés dignos de um direct-to-DVD da década passada. Há vilões genéricos com nomes exóticos, um professor americano com mais contactos do que o James Bond e até uma adolescente insuportável que passa de influencer mimada a justiceira de mochila às costas. Tudo isto embrulhado num guião que parece ter sido escrito por uma IA viciada em filmes de acção de domingo à tarde.

É tudo muito tonto, mas sem a graça que podia ter

O grande problema de Ice Road: Vengeance não é ser ridículo — isso até podia jogar a seu favor. O problema é ser aborrecidamente ridículo. As cenas de acção não têm energia, os murros parecem ensaiados em câmara lenta e os efeitos especiais têm o ar plastificado de quem gastou o orçamento todo a alugar um drone e esqueceram-se das balas digitais.

A fotografia é claustrofóbica, com aquele brilho de telenovela que nem a paisagem do Nepal consegue salvar. E, por mais que Neeson se esforce, já se nota o cansaço. Há flashbacks com de-aging do irmão Gurty tão embaraçosos que mais valia terem usado uma máscara de Halloween e dizer “aceitem, é ele em jovem”.

Talvez esteja na hora de pendurar o casaco de cabedal

No fundo, este Ice Road: Vengeance é mais um capítulo na longa saga do “Liam Neeson Cansado Mas Letal™”. Só que o cansaço já começa a sobrepor-se à letalidade. Com quase duas horas de duração e muito pouco a acontecer que não tenhamos visto antes (e melhor), este é o tipo de filme que se esquece mal acaba. A não ser, claro, que estejam a fazer maratonas de filmes de acção por inércia.

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Talvez o próximo projecto, a tal comédia Naked Gun em modo paródia, seja o descanso que o nosso herói merece — e o refrescar da carreira que todos nós precisamos. Porque por este caminho, nem o Evereste salva.

O Filme da Marvel Que Nunca Aconteceu… Mas Cujo Guarda-Roupa Acabou Num dos Maiores Filmes de Vampiros do Ano

O reboot de Blade está parado, mas o seu figurino já anda por aí — e com muito estilo — no novo filme de Ryan Coogler, Sinners.

O universo cinematográfico da Marvel está em pausa no que toca ao aguardado reboot de Blade, mas nem tudo está perdido. Afinal, uma parte muito concreta do projecto — o guarda-roupa — já encontrou nova vida no cinema… e logo no maior filme de vampiros do ano.

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Quem revelou este curioso “easter egg” foi Sev Ohanian, produtor do thriller Sinners, realizado por Ryan Coogler (Black PantherCreed), que partilha a figurinista Ruth E. Carter com o projecto adiado de Blade. E pelos vistos, a ligação foi mais literal do que se imaginava.

“A Ruth Carter estava a trabalhar no filme do Blade que acabou por não ser rodado”, contou Ohanian no podcast da ScreenCrush.

“Em certo ponto, esse filme ia explorar o passado — e ela já falou disto antes — precisamente na mesma época em que decorre Sinners. Por isso, ela tinha um armazém cheio de roupa de época.”

O que aconteceu a seguir é um daqueles momentos raros de generosidade inter-estúdios. Como Sinners estava prestes a arrancar com as filmagens e precisava urgentemente de figurinos adequados, a equipa contactou a Marvel — e obteve luz verde para comprar as peças ao preço de custo.

“Foi como: ‘Malta, temos de filmar este filme tipo amanhã.’ E a Marvel foi suficientemente generosa e simpática para nos deixar comprar aquilo tudo”, explicou Ohanian.

Vampiros, roupa vintage e um Blade que ainda não se fez

Embora os protagonistas de Sinners tenham figurinos originais, muitos dos figurantes surgem vestidos com roupas originalmente desenhadas para o novo Blade. É uma coincidência estilística saborosa — e um belo aproveitamento de recursos, diga-se.

Este pequeno detalhe torna-se ainda mais curioso quando recordamos que o reboot de Blade, anunciado em 2019 com Mahershala Ali como protagonista, tem enfrentado uma série de obstáculos. Entre as saídas dos realizadores Bassam Tariq e Yann Demange e as consequências da greve dos argumentistas em 2023, o projecto está em suspenso.

Aliás, Blade chegou a ser removido do calendário de estreias de 2025 pela própria Marvel. No entanto, Kevin Feige, presidente dos Marvel Studios, assegura que o personagem continua nos planos:

“Adoramos a personagem, adoramos a versão do Mahershala”, disse Feige em Novembro.

“E garantimos que, sempre que há uma mudança de direcção num projecto ou ainda estamos a perceber como encaixá-lo no calendário, o público é informado. Mas posso garantir que o Blade vai mesmo entrar no MCU.”

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Uma peça de roupa, duas histórias

No fim, o guarda-roupa pensado para um caçador de vampiros lendário acabou vestido por… figurantes num outro filme de vampiros. E isso, na sua estranha circularidade, parece fazer todo o sentido. Quem sabe se estas roupas não vão mesmo acabar por ter mais horas de ecrã do que o próprio Blade de Mahershala Ali?

Idris Elba e John Cena Salvam o Mundo (e o Streaming) em Heads of State : O Filme de Acção que Está a Dominar a Prime Video

Explosões, piadas secas e rivalidades diplomáticas: Heads of State  não reinventa a roda, mas acelera sobre ela como um tanque em fúria.

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Duas cabeças pensam melhor do que uma… mesmo quando uma pertence ao Presidente dos EUA e a outra ao Primeiro-Ministro do Reino Unido. Heads of State, o novo filme de acção da Prime Video, junta Idris Elba e John Cena numa improvável (mas eficaz) aliança diplomática explosiva. E o público parece ter adorado o caos: o filme lidera o top de visualizações global da plataforma e tem surpreendido pela recepção positiva.

Realizado por Ilya Naishuller (Hardcore HenryNobody) e com um elenco recheado de caras conhecidas — Priyanka Chopra Jonas, Jack Quaid, Paddy Considine, Stephen Root e Carla Gugino — Heads of State é um daqueles casos raros em que a fórmula do “buddy action movie” funciona mesmo. À boa maneira de Máquina Mortífera ou Bad Boys, aqui temos um par disfuncional com armas, sarcasmo e problemas diplomáticos para resolver… a tiro.

Um avião presidencial, dois líderes e zero paciência

Na história, Sam Clarke (Idris Elba) é o durão Primeiro-Ministro britânico, veterano do exército e estratega imperturbável. Will Derringer (John Cena) é o Presidente americano em fim de carreira, ex-estrela de acção e egocêntrico profissional. Os dois estão em plena rivalidade política quando são forçados a unir esforços após serem abatidos a bordo do Air Force One.

O que se segue? Um festival de perseguições, tiroteios e piadas secas por meio mundo, enquanto os dois líderes tentam escapar a um inimigo global e salvar aquilo a que se costuma chamar… “o mundo livre”. Nada de novo — mas aqui, feito com ritmo, charme e uma química irresistível entre os protagonistas.

E a crítica… gostou?

Surpreendentemente, sim. Apesar de o filme assumir sem vergonha os tiques de uma action comedy de série B, Heads of State arrecadou uns respeitáveis 82% de aprovação do público no Rotten Tomatoes, com a crítica a ficar-se pelos 68%. O consenso resume bem a coisa:

Heads of State aborda a geopolítica com leveza talvez excessiva, mas a parceria cómica entre Elba e Cena mantém-se firme neste entretenimento cheio de estilo.”

Will Sayre, da MovieWeb, não ficou totalmente convencido, mas não poupou elogios ao humor seco de Elba, considerando-o “o grande trunfo do filme” e sugerindo que da próxima vez o actor merecia um guião “com mais frases matadoras”.

Sequência à vista?

Com o sucesso estrondoso no streaming, a pergunta inevitável é: vamos ter Heads of State 2? A resposta, ao que parece, depende mais da Amazon do que de falta de vontade. O realizador Ilya Naishuller já mostrou interesse em regressar:

“Se as pessoas virem o filme, se gostarem e se a Amazon achar que faz sentido fazer uma sequela… absolutamente!”

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Tendo em conta a recepção calorosa, as probabilidades de vermos Elba e Cena a salvar novamente o mundo parecem bem reais. E honestamente? Que venham mais balas, mais sarilhos diplomáticos e mais piadas sobre protocolos internacionais.

Adeus a Julian McMahon: O Charme Sombrio de “Nip/Tuck” e “Dr. Doom” Apagou-se aos 56 Anos

O actor australiano morreu após uma longa batalha contra o cancro. De “Quarteto Fantástico” a “FBI: Most Wanted”, deixa um legado televisivo e cinematográfico com assinatura própria.

O mundo perdeu esta semana uma das suas presenças mais marcantes da televisão dos anos 2000. Julian McMahon, o actor australiano conhecido por papéis como o misterioso Dr. Christian Troy em Nip/Tuck e o vilanesco Dr. Doom nos filmes Quarteto Fantástico, morreu no dia 2 de Julho em Clearwater, na Florida, aos 56 anos, após uma batalha contra o cancro.

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A notícia foi confirmada pela sua esposa, Kelly McMahon, num emocionado comunicado enviado ao site Deadline:

“Quero partilhar com o mundo que o meu amado marido, Julian McMahon, faleceu pacificamente esta semana, depois de um esforço valente para vencer o cancro.”

“O Julian adorava a vida. Adorava a família. Adorava os amigos. Adorava o seu trabalho e adorava os fãs. O seu maior desejo era trazer alegria ao maior número de vidas possível. Pedimos apoio neste momento, para que a nossa família possa fazer o luto com privacidade. E desejamos que todos aqueles a quem o Julian trouxe alegria continuem a encontrar alegria na vida. Estamos gratos pelas memórias.”

O galã televisivo que se transformava em vilão com facilidade

Julian McMahon começou por se destacar como galã em produções televisivas nos anos 90, mas foi em Nip/Tuck (2003–2010) que se afirmou como uma estrela de primeira linha, no papel do carismático e hedonista cirurgião plástico Christian Troy. A série criada por Ryan Murphy foi um dos grandes marcos da televisão por cabo na altura, e McMahon não passou despercebido nem à crítica nem ao público.

Pouco depois, trocou o bisturi pela máscara metálica: encarnou Victor Von Doom, o icónico vilão dos Quarteto Fantástico (2005 e 2007), contracenando com Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Chris Evans (sim, esse Chris Evans) e Michael Chiklis. Embora os filmes tenham recebido críticas mistas, a sua interpretação de Doom conquistou os fãs pela intensidade e presença magnética.

Entre o crime e o sobrenatural

Nos últimos anos, McMahon continuou activo, principalmente na televisão. Deu vida ao agente Jess LaCroix em FBI: Most Wanted, um spin-off da popular franquia criada por Dick Wolf, e participou ainda em Marvel’s Runaways, onde voltou ao universo dos super-poderes.

Mais recentemente, integrou o elenco de A Residência (The Residence), série da Netflix com Uzo Aduba, Giancarlo Esposito e Edwina Findley, mostrando que continuava a ser uma presença requisitada e respeitada no meio.

Uma vida dedicada ao entretenimento

Julian McMahon era filho de William McMahon, antigo primeiro-ministro da Austrália, mas nunca se apoiou na política para se destacar. A sua carreira foi feita de escolhas audazes, personagens intensas e uma entrega visível em tudo o que fazia. Dos dramas médicos à ficção científica, dos vilões aos heróis, McMahon conseguiu o que poucos conseguem: ser lembrado com carinho por públicos tão distintos.

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Partiu demasiado cedo, mas deixa uma galeria de personagens que continuarão a habitar as nossas memórias — e os nossos ecrãs.

Charlize Theron Criou a Cena Mais Emotiva de “A Velha Guarda 2” — E Mudou Tudo

No meio da ação imortal, um momento de dor e empatia tornou-se o coração do filme. E nasceu da mente de Charlize.

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Entre espadas, imortalidade e traumas antigos, há um gesto de redenção que se destaca.

A Velha Guarda 2, já disponível na Netflix, entrega-nos mais uma dose de ação estilizada, combates bem coreografados e dilemas existenciais entre guerreiros que não podem morrer. Mas há uma cena — inesperadamente emocional — que se tornou o momento mais marcante do filme. E, segundo a realizadora Victoria Mahoney, essa cena foi inteiramente ideia de Charlize Theron.


O reencontro com Quỳnh: culpa, dor e um espelho do passado

Na sequela, a imortal Andy (Theron) descobre que a sua antiga aliada e amiga Quỳnh (Veronica Ngô), que acreditava ter morrido, afinal está viva — e não só está viva, como agora faz parte da fação rival, liderada por Discourse (Uma Thurman).

Essa revelação mergulha Andy num turbilhão de emoções, incluindo culpa profunda por não a ter conseguido salvar. Num momento de flashback, somos transportados para a Idade Média, onde vemos Andy quase a matar um homem inocente— até ser travada por Quỳnh, que lhe diz:

“Isto não é quem tu és.”

Mais tarde, no presente, quando Quỳnh está prestes a detonar uma central nuclear, Andy confronta-a. E é Quỳnh quem devolve a frase:

“É agora que me dizes que isto não sou eu?”

Essa simetria emocional, que dá profundidade à relação entre as duas, foi criada por Charlize Theron durante as filmagens adicionais. A realizadora confirmou ao Business Insider:

“Foi tudo ideia da Charlize. O meu trabalho foi crescer a partir disso, honrar essa visão e expandi-la.”


Não são apenas guerreiras. São salvadoras uma da outra.

Victoria Mahoney destacou a importância de mostrar que Andy e Quỳnh não são apenas parceiras de combate, mas também guardiãs emocionais uma da outra.

“Não se trata só de lutar lado a lado, mas de se puxarem uma à outra para fora do lado negro.”

A beleza desta dinâmica é que vai além da ação. Toca em temas universais: o momento em que nos perdemos, a pessoa que nos segura, a culpa mal resolvida e a empatia que redime.


Quando os imortais são mais humanos do que nós

A realizadora quis que o público refletisse sobre quem são os “Andy e Quỳnh” das suas próprias vidas.

“Muita gente pode relacionar-se com a ideia de tocar no seu ‘eu mais sombrio’. E todos temos alguém que nos lembra: ‘Isso não és tu.’”

Charlize Theron, para além de ser produtora do filme, continua a demonstrar porque é uma das atrizes mais envolventes da sua geração: não só pela presença física, mas pela inteligência narrativa que traz aos seus papéis.

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E é isso que torna A Velha Guarda 2 mais do que um filme de ação. Torna-o, por breves momentos, um espelho da alma.

“Corações Partidos”: O Filme Que Conquistou França Chega Finalmente aos Cinemas Portugueses

Romance, crime e redenção cruzam-se num dos grandes fenómenos do cinema francês de 2024. Estreia a 17 de julho.

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E se o amor fosse mais forte do que a vingança?

É com esta pergunta que se apresenta Corações Partidos, o novo filme de Gilles Lellouche (Le Grand Bain), que se tornou um verdadeiro fenómeno de bilheteira em França e chega agora às salas portuguesas no dia 17 de julho, com distribuição da NOS Audiovisuais. Aclamado como “o filme de uma geração”, a obra foi apresentada no ano passado na Festa do Cinema Francês, esgotando uma sessão no Cinema São Jorge — um prenúncio do impacto que agora promete repetir em solo nacional.

Um Amor Perdido (e Talvez Encontrado)

A história segue Clotaire e Jackie, dois jovens unidos por um primeiro amor intenso, mas abruptamente separados por um crime que ele não cometeu. Criados num bairro periférico de Paris, crescem marcados por contextos difíceis, e reencontram-se anos depois, com feridas por sarar e vidas irreversivelmente alteradas. Ele, ex-recluso, com uma sede de justiça e mágoa mal digerida. Ela, mulher feita, com um percurso muito diferente — mas ainda com o passado bem vivo.

Será o reencontro uma segunda oportunidade ou uma reabertura de tudo o que ficou por resolver?

Drama, Romance e Realismo Social

Filmado nos arredores de Paris, Corações Partidos mergulha no quotidiano de uma juventude à margem, cruzando violência urbana, dilemas morais e pulsões emocionais num registo cru, mas profundamente sensível. A banda sonora mistura hip hop e pop francês clássicos, criando uma atmosfera que é tanto nostálgica quanto moderna.

A realização de Gilles Lellouche é segura, íntima e sem filtros — e a seleção do filme para a competição oficial do Festival de Cannes 2024 comprova a sua relevância artística e social. Há ecos de La Haine e de Romeu e Julieta, mas com um pé assente na atualidade.

“Corações Partidos” é para quem já amou e se perdeu. Ou se reencontrou.

Mais do que um simples drama romântico, o filme é um retrato de como o amor e o ressentimento podem coexistir — e de como o tempo pode curar, mas também alimentar as feridas. A linha entre o que fomos e o que nos tornámos é ténue, e Corações Partidos explora essa tensão com autenticidade, humanidade e uma dose certa de melancolia.

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Nos cinemas a 17 de julho.

Se gosta de cinema francês contemporâneo, de histórias de amor imperfeitas e de personagens que não se encaixam nos moldes fáceis, Corações Partidos é obrigatório. Leve lenços. E prepare-se para escolher um lado… ou ambos.

Portugal em Destaque no Festival Ibérico de Cinema de Badajoz com “Revolução (sem) Sangue” e Sete Curtas em Competição

Evento espanhol dá palco ao novo cinema português, abrindo com uma provocação histórica e levando à competição oficial cinco curtas nacionais

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O cinema português marca forte presença no 31.º Festival Ibérico de Cinema (FIC), que decorre entre 8 e 11 de julho em Badajoz, Espanha, com extensões nas localidades de Olivença e San Vicente de Alcántara. Este ano, Portugal assume um papel de verdadeiro protagonista: para além de abrir o festival com a estreia espanhola de Revolução (sem) Sangue, de Rui Pedro Sousa, coloca também sete curtas-metragens em competição, entre a secção oficial e o programa infantojuvenil Festival dos Miúdos.


Um arranque provocador com “Revolução (sem) Sangue”

A sessão de abertura será tudo menos consensual. No Teatro López de Ayala, em Badajoz, será exibido o filme Revolução (sem) Sangue, que segundo o comunicado oficial do festival, surge como “uma proposta corajosa que questiona a narrativa oficial da Revolução dos Cravos”.

Escrito e realizado por Rui Pedro Sousa, e com Rafael Paes no elenco, o filme revisita os eventos de 25 de Abril de 1974 através de uma perspetiva menos habitual: a das vítimas mortais. Entre os retratados estão Fernando Giesteira, João Arruda, Fernando Reis e José Barneto, todos mortos na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa, às mãos da PIDE/DGS. O filme inclui também o caso de António Lage, funcionário da própria polícia política, baleado por um militar.


Seis curtas, seis vozes distintas do novo cinema português

Na secção oficial de competição, que selecionou 21 filmes de entre mais de 1200 candidatos, cinco curtas portuguesasdestacam-se:

  • “Porta-te bem”, de Joana Alves – Uma história rural e íntima, sobre Filomena, que vive sozinha e descobre ter pouco tempo de vida.
  • “O procedimento”, de Chico Noras – Uma reflexão inquietante sobre o direito à morte e a utilidade social das pessoas.
  • “Bad for a moment”, de Daniel Soares – Um ‘team building’ que corre mal e põe frente a frente o mundo corporativo e a realidade social que o rodeia.
  • “Atom & Void”, de Gonçalo Almeida – Um mergulho em tom de fábula surrealista, onde um som misterioso perturba a vida de Valya.
  • “À medida que fomos recuperando a mãe”, de Gonçalo Waddington – Um drama familiar e silencioso, onde um pai de quatro filhos mergulha no luto até à dissolução da estrutura familiar.

Dois filmes portugueses também para os mais novos

No Festival dos Miúdos, secção dedicada ao público infantil e juvenil, Portugal volta a marcar presença com duas curtas originais e sensíveis:

  • “UPS!”, de Galvão Bertazzi e Luís Canau – Um rapaz tenta encontrar silêncio e sentido numa família disfuncional e barulhenta.
  • “A menina com os olhos ocupados”, de André Carrilho – Uma crítica contemporânea à distração digital, através da história de uma menina presa ao telemóvel… mesmo quando está fora de casa.

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Uma ponte cultural reforçada entre Portugal e Espanha

A presença de tantos filmes portugueses no FIC de Badajoz não é apenas uma boa notícia para os realizadores e produtores envolvidos — é também um sinal claro do interesse crescente pelo cinema português no contexto ibérico. O festival, organizado com o apoio da Junta da Extremadura, tem vindo a destacar o intercâmbio cultural transfronteiriço, e esta 31.ª edição sublinha esse espírito de colaboração artística e partilha de histórias.

Paolo Sorrentino Regressa a Veneza com “La Grazia”, Filme de Abertura do Festival de 2025

Com Toni Servillo no papel principal, a nova obra do realizador de “A Grande Beleza” promete marcar o arranque da 82.ª edição do prestigiado festival italiano

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De volta ao ponto de partida — com mais maturidade e ambição

O cinema italiano estará em destaque na abertura do 82.º Festival Internacional de Cinema de Veneza com La Grazia, o novo filme de Paolo Sorrentino. O realizador napolitano regressa assim ao certame que viu nascer a sua carreira em longas-metragens, há mais de duas décadas, com L’uomo in più (2001).

O anúncio foi feito oficialmente esta segunda-feira pela organização do festival, que decorre de 27 de agosto a 6 de setembro. E, nas palavras do diretor do evento, Alberto Barbera, não podia haver melhor forma de dar início à edição de 2025:

“O regresso de Paolo Sorrentino à competição chega com um filme destinado a deixar a sua marca pela grande originalidade e poderosa relevância para o tempo presente.”

Uma nova história de amor à italiana

La Grazia, escrito e realizado por Sorrentino, é descrito como “uma história de amor passada em Itália” — o que, conhecendo o autor, pode significar tudo menos uma abordagem convencional ao género. Com Toni Servillo no papel principal, o ator-fétiche do cineasta volta a estar no centro de uma narrativa que, à partida, conjuga o existencial com o poético, o grotesco com o sublime — tal como em A Grande Beleza ou Foi a Mão de Deus.

Ainda não há muitos detalhes sobre o enredo, mas sabe-se que o filme foi adquirido para distribuição global pela plataforma Mubi, que se tem destacado nos últimos anos como casa para o cinema de autor mais aclamado.

Sorrentino, o esteta da decadência e da redenção

Nascido em Nápoles em 1970, Paolo Sorrentino é um dos nomes maiores do cinema europeu contemporâneo. Venceu o Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2014 com A Grande Beleza, uma espécie de atualização moderna de La Dolce Vita de Fellini, e tem marcado presença regular nos grandes festivais, incluindo Cannes, onde estreou títulos como Youth e The Hand of God.

O seu estilo visual inconfundível, a escrita melancólica e irónica, e a constante interrogação sobre o papel do indivíduo numa sociedade saturada fazem dele um autor reverenciado — e La Grazia promete continuar essa tradição.

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Veneza 2025 começa com alma italiana

Com La Grazia, o Festival de Veneza começa com uma declaração de intenções clara: cinema com assinatura, identidade nacional forte, mas com alcance universal. A escolha de Sorrentino para abrir a edição deste ano não é apenas simbólica — é uma aposta segura de que o festival quer começar em grande.

“Pequenas Coisas Como Estas”: Cillian Murphy Confronta os Segredos da Igreja no Novo Drama a Estrear no TVCine Top

Filme de abertura do Festival de Berlim estreia este domingo, 6 de julho, às 21h45, em exclusivo nos Canais TVCine

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Um grito abafado, uma vila em silêncio, e um homem que já não pode ignorar a verdade.

É assim que começa Pequenas Coisas Como Estas, um drama comovente e perturbador protagonizado por Cillian Murphy, que regressa à representação após vencer o Óscar de Melhor Ator por Oppenheimer. A estreia acontece este domingo, 6 de julho, às 21h45, no TVCine Top — e promete ser uma das mais intensas experiências cinematográficas do verão.


Irlanda, 1985: a culpa, o silêncio e os segredos da Igreja

Na pequena vila irlandesa de Wexford, Bill Furlong (Murphy) vive uma vida simples. É vendedor de carvão, trabalhador incansável e pai dedicado. Mas tudo muda numa manhã fria, quando presencia uma mãe a forçar a filha a entrar no convento local — enquanto esta grita, aterrorizada. O que poderia ser apenas um momento perturbador desperta em Bill memórias de infância e obriga-o a confrontar os horrores encobertos pela conivência coletiva da comunidade e pelo poder da Igreja Católica.

Baseado num conto de realismo social profundamente enraizado na história recente da Irlanda, o filme explora o peso do silêncio, a moralidade individual e o custo de dizer a verdade quando todos preferem não a ouvir.


Elenco de luxo, produção de prestígio

Além de Murphy num dos seus papéis mais intensos e contidos, o filme conta com a poderosa Emily Watson, que conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim pela sua performance. A realização é de Tim Mielants (PatrickPeaky Blinders), e a produção reúne nomes de peso como Ben Affleck, Matt Damon, o próprio Cillian Murphy e Alan Moloney.

Com estreia mundial no Festival de Berlim, onde foi o filme de abertura, Pequenas Coisas Como Estas conquistou a crítica internacional graças ao seu retrato nu e cru de uma realidade sombria, contada com sobriedade e humanidade.


Um filme que dói — porque é real

Mais do que uma história sobre abusos e encobrimentos, este é um filme sobre coragem moral. Bill Furlong é o homem comum que decide fazer perguntas quando todos já desistiram de ouvir respostas. E Cillian Murphy dá-lhe corpo com uma contenção e uma profundidade emocional que só um ator no auge da sua maturidade artística consegue alcançar.


Para ver, sentir e refletir.

Pequenas Coisas Como Estas estreia a 6 de julho, às 21h45, em exclusivo no TVCine Top e TVCine+. Prepare-se para um filme que não grita, mas ecoa — com o poder de mudar a forma como olhamos para o passado e para o presente.

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Morreu Michael Madsen: A Alma Rebelde dos Filmes de Tarantino Tinha 67 Anos

De Mr. Blonde a Budd, o ator foi uma presença inesquecível no cinema independente — e muito mais do que apenas um tipo duro

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Um olhar de aço, uma voz rouca, e uma presença que impunha respeito sem esforço.

Michael Madsen, o eterno Mr. Blonde de Cães Danados, morreu aos 67 anos, vítima de ataque cardíaco. O ator foi encontrado inconsciente em casa, em Malibu, esta quinta-feira de manhã, confirmou o seu agente à NBC News. Assim desaparece um dos rostos mais inconfundíveis do cinema americano das últimas décadas — e um nome incontornável no universo cinematográfico de Quentin Tarantino.


O Irmão do Crime e da Poesia

Michael Madsen era o irmão mais velho da atriz Virginia Madsen (Sideways), mas nunca viveu à sombra de ninguém. Construiu uma carreira que atravessou géneros, orçamentos e estilos, com mais de 300 participações no cinema e televisão. E se há uma palavra que melhor o descreve, talvez seja “prolífico”.

Mas a sua ligação ao cinema de Tarantino foi aquilo que o eternizou.

Foi em 1992 que o mundo o conheceu verdadeiramente, como Vic Vega — também conhecido como Mr. Blonde — em Cães Danados (Reservoir Dogs), o filme que lançou Tarantino. A sua cena ao som de “Stuck in the Middle With You”, onde dança antes de cortar a orelha de um polícia amarrado, tornou-se uma das mais memoráveis (e perturbadoras) da história do cinema.


Do western à sátira, sempre com atitude

Madsen regressou ao mundo tarantinesco como Budd em Kill Bill: Volume 2 (2004), irmão de Bill e ex-assassino resignado ao pó do deserto. Em Os Oito Odiados (2015), voltou a encarnar o tipo durão, ambíguo, misterioso. E até teve uma breve participação em Era Uma Vez… em Hollywood (2019), o mais recente filme de Tarantino.

A sua filmografia não se limitou ao estilo do realizador de culto. Madsen apareceu em títulos mainstream como Jogos de Guerra (1983), Libertem Willy (1993), Wyatt Earp (1994), Espécie Mortal (1995), Donnie Brasco (1997), 007 – Morre Noutro Dia (2002) e Sin City (2005). De dramas históricos a sátiras como Scary Movie 4, ele nunca recusou um papel — mesmo em produções de orçamento reduzido.


O Poeta dos Marginais

Para além do ecrã, Madsen tinha uma veia poética que poucos conheciam. Publicou várias obras, incluindo o ainda inédito Tears for My Father: Outlaw Thoughts and Poems, que seria lançado em breve. Era um escritor de versos crus, intensos e viscerais — como os seus papéis.

Nos últimos anos, o ator dedicou-se ao cinema independente. Tinha vários projetos por estrear, como Resurrection RoadConcessions e Cookbook for Southern Housewives, e mostrava-se entusiasmado com esta nova fase da carreira.

Num comunicado à Variety, os seus representantes escreveram:

“Michael Madsen foi um dos atores mais icónicos de Hollywood, cuja falta será sentida por muitos.”


O Último Cowboy Urbano

Há algo de profundamente americano na figura de Madsen: um misto de James Dean com Sam Shepard, um fora-da-lei com coração. Era o anti-herói perfeito: duro por fora, poético por dentro, e sempre com um cigarro na mão e ironia nos olhos.

Michael Madsen não era só um ator de culto. Era o tipo que dava credibilidade a qualquer filme com um simples levantar de sobrancelha. Um ator que sabia, melhor que ninguém, caminhar entre o excesso e a contenção.

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Hoje, o cinema independente — e o de estúdio — fica um pouco mais vazio.