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A Sombra de “Midas Man”: Produtor Kevin Proctor Condenado por Perseguição e Actriz Nicola Holt Vive Agora em “Paranoia Constante”

A actriz britânica rompe o silêncio sobre o período em que foi seguida, vigiada e alvo de um dispositivo de localização — um caso que expõe, mais uma vez, os perigos do “nice guy trap” dentro da indústria audiovisual.

A indústria do entretenimento continua a produzir histórias perturbadoras fora das câmaras — algumas tão tensas quanto os thrillers que chegam ao ecrã. A mais recente envolve Kevin Proctor, produtor britânico ligado ao atribulado biopic Midas Man e com créditos em Star Wars: The Last Jedi, que foi condenado por perseguir a actriz e modelo Nicola Holt.

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Proctor, de 47 anos, admitiu em tribunal o crime de stalking e recebeu uma ordem de restrição de 12 meses e uma multa de 505 libras. Não é o tipo de manchete que se espera associar a alguém com carreira consolidada no audiovisual britânico — mas é exactamente essa posição de poder que Holt diz ter sido usada de forma manipuladora e perigosa.

Um relacionamento profissional que se tornou pessoal… e depois ameaçador

Nicola Holt, conhecida por participações em HollyoaksViewpoint e Emmerdale, revelou ao Deadline que tudo começou de forma aparentemente inocente: mensagens trocadas durante a pandemia, depois algum trabalho pontual para Proctor — nomeadamente no documentário The Never Ending Murder, coproduzido pelo estúdio do produtor, e mais tarde no seu filme Lapushka!.

A relação evoluiu para algo romântico, mas terminou abruptamente quando Holt descobriu que Proctor tinha namorada. Mesmo depois disso, os dois continuaram a falar sobre projectos, até que, segundo a actriz, o comportamento dele mudou de forma preocupante após ela iniciar outro relacionamento em 2024.

O que se seguiu parecia saído de um argumento de suspense psicológico. Aos poucos, Holt começou a reparar que o carro de Proctor surgia vezes demais nos sítios errados: primeiro, perto da sua casa, depois noutros locais onde ela passava, inclusive num empreendimento ainda em construção onde não havia qualquer motivo para ele estar. A coincidência tornou-se inquietação, e a inquietação transformou-se em medo real. Poucos dias depois, um pneu do veículo que a actriz usava foi cortado — nunca ficou provado que tivesse ligação ao caso, mas o episódio ajudou a alimentar a sensação de que algo se estava a mover nas sombras.

O ponto de ruptura chegou a 28 de Junho de 2024, quando Holt encontrou um dispositivo de rastreamento escondido atrás da chapa de matrícula do carro do companheiro — o carro que ela própria conduzia porque o seu tinha avariado. O impacto foi imediato: o coração disparou, as mãos começaram a tremer, e as lágrimas surgiram sem controlo. “Arranquei o rastreador e fui para o carro. Chorei o caminho todo até à esquadra”, contou.

O rastreador: instruções dadas, execução delegada

Em tribunal, a defesa de Proctor admitiu que o produtor contratou um investigador privado para colocar o rastreador no carro. Não o fez com as próprias mãos — mas fê-lo acontecer. E isso, para Holt, muda tudo.

O caso foi considerado suficientemente grave para justificar a ordem de restrição. Para Proctor, a defesa alegou que o episódio foi “isolado” e “fora do carácter”, relacionando as suas decisões erráticas com o seu diagnóstico de autismo. Além disso, argumentou que o produtor viu a sua reputação ruir e que actualmente trabalha numa fábrica de congelados, vivendo com os pais.

Mas para Holt, as consequências continuam bem presentes: “A minha paranóia está mesmo elevada”, confessou. “Ver um carro estranho à porta já me deixa em alvoroço.” No seu depoimento, afirmou não se sentir segura na própria casa — “uma violação total”, disse.

A actriz foi clara sobre o que pretende ao falar publicamente: impedir que outras mulheres caiam no “nice guy trap”. “Quero que outras mulheres saibam do que ele é capaz. Não quero vê-lo de novo numa posição de poder dentro da indústria.”

O impacto na carreira de Proctor e o historial de projectos

Kevin Proctor esteve envolvido em fases iniciais da produção de Midas Man, filme que enfrentou um percurso atribulado até chegar ao grande ecrã — e onde o seu nome acabou por não constar nos créditos finais. A sua carreira inclui ainda trabalhos em CordeliaFunny Cow e funções de coordenação de produção em Star Wars: The Last Jedi.

Mas a gravidade deste caso e a admissão de culpa parecem ter fechado várias portas no sector — algo que a defesa sublinhou. Ainda assim, Holt lembra que, no fim das contas, as consequências que ele vive agora não apagam o medo e a insegurança que ela continua a sentir diariamente.

Num momento em que a indústria audiovisual tenta reparar desequilíbrios e proteger trabalhadores vulneráveis, este caso adiciona mais um alerta vermelho. Um lembrete de que o perigo, muitas vezes, não vem de figuras temíveis ou agressivas — mas de quem se apresenta como “amigo”, “mentor” ou “boa pessoa”.

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E é, infelizmente, esse disfarce que torna estas histórias tão inquietantes.

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