No Festival de Cinema de Veneza de 2024, o ator Ethan Hawke revelou a extraordinária e longa jornada para levar o filme “Blue Moon” ao grande ecrã. Dirigido por Richard Linklater, este filme é uma cinebiografia do compositor Lorenz Hart, conhecido pela sua colaboração com Richard Rodgers. Hawke contou que o projeto levou 12 anos para se concretizar devido a uma razão curiosa: ele era considerado “bonito demais” para o papel quando a ideia foi inicialmente proposta.

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Durante uma masterclass no festival, Hawke relembrou o momento em que leu o roteiro pela primeira vez e imediatamente quis começar as filmagens. No entanto, Richard Linklater, o realizador com quem Hawke já havia colaborado em filmes como “Boyhood” e a trilogia “Before”, tinha uma abordagem diferente. “Ele disse ‘Legal, vamos fazer, mas precisamos esperar um pouco’. Eu perguntei por quê, e ele respondeu ‘Você ainda é atraente demais. Precisamos esperar até que você seja um pouco menos atraente'”, compartilhou Hawke, arrancando risos da audiência.

Linklater insistiu que a maturidade física de Hawke era crucial para a autenticidade do personagem, que enfrenta sérios problemas pessoais como alcoolismo e depressão, temas centrais na vida de Lorenz Hart, especialmente na última fase da sua vida. O filme se passa na noite da estreia de “Oklahoma!” de Rodgers e Hammerstein em 1943, um momento marcante para a dupla criativa, enquanto Hart luta contra os seus demónios pessoais.

Após anos de espera, durante os quais o roteiro foi revisto várias vezes, Linklater finalmente viu Hawke em uma entrevista na televisão e sentiu que o momento havia chegado. “Ele ligou para mim e disse que era a hora. Eu brinquei dizendo que agora eu não estava mais ‘bonito demais'”, contou Hawke, demonstrando bom humor sobre o longo atraso.

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A produção de “Blue Moon” foi desafiadora. Filmado em tempo real, o filme segue uma estrutura contínua que exige um intenso nível de comprometimento dos atores e da equipe técnica. Ethan Hawke descreveu a experiência como exaustiva, mas gratificante, enfatizando a autenticidade que este método de filmagem trouxe para o retrato de Lorenz Hart, um homem talentoso, mas assombrado por seus próprios excessos e inseguranças.

“Blue Moon” não é apenas uma celebração da música de Hart e Rodgers, mas também uma exploração das complexidades emocionais e psicológicas de um artista que influenciou profundamente o teatro musical americano. O filme tem sido muito aguardado não apenas pelo seu conteúdo, mas também pela colaboração única entre Hawke e Linklater, dois criativos que sempre desafiaram as normas da indústria cinematográfica.

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