
Mais de duas dĂ©cadas depois de ter chocado e cativado audiĂŞncias em todo o mundo com A PaixĂŁo de Cristo, Mel Gibson regressa ao universo bĂblico com uma sequela ambiciosa: The Resurrection of the Christ. E, segundo a confirmação de Manuela Cacciamani, CEO dos histĂłricos estĂşdios CinecittĂ em Roma, a produção tem inĂcio marcado para agosto deste ano.
Uma produção de grande escala nos lendários estúdios italianos
A revelação foi feita por Cacciamani ao jornal Il Sole 24 Ore, onde destacou o impacto da produção no ecossistema cinematográfico italiano:
“Posso confirmar que o próximo filme realizado por Mel Gibson, produzido pela Icon Productions, será rodado integralmente na Cinecittà a partir de agosto e exigirá muitos palcos e construções cenográficas.”
É a primeira confirmação oficial de que The Resurrection of the Christ vai finalmente sair do papel e iniciar a rodagem, depois de anos de rumores e desenvolvimento.
Um guião escrito ao longo de sete anos — e descrito como “uma viagem alucinante”
Numa entrevista recente ao The Joe Rogan Experience, Mel Gibson descreveu o guiĂŁo como “um verdadeiro desafio artĂstico”, revelando que trabalhou durante sete anos com o seu irmĂŁo e Randall Wallace (argumentista de Braveheart) para dar forma Ă narrativa.
“É como uma viagem de ácido. Nunca li nada assim,” confessou Gibson.
A histĂłria irá explorar nĂŁo sĂł a ressurreição de Jesus Cristo, como o tĂtulo sugere, mas tambĂ©m elementos mais mĂsticos e teolĂłgicos: a queda dos anjos, o inferno (Sheol) e atĂ© a morte do Ăşltimo apĂłstolo. Segundo o realizador, a narrativa exigirá “uma abordagem visual inovadora” para evitar que o filme se torne “óbvio ou piegas”.
Jim Caviezel regressa como Jesus — com uma ajuda da tecnologia
Jim Caviezel, que protagonizou o controverso e bem-sucedido filme de 2004, vai voltar a vestir a pele de Jesus. No entanto, dado que passaram mais de 20 anos desde A Paixão de Cristo, Gibson confirmou que será necessário utilizar tecnologia de rejuvenescimento digital (CGI de-aging) para manter a coerência temporal da personagem.
“Vamos precisar de alguns truques técnicos,” referiu Gibson, que também admitiu sentir-se inseguro quanto ao desafio: “Não sei se consigo realmente fazer isto… é extremamente ambicioso. Mas temos de tentar, certo?”
Entre Roma e o sagrado: a grandiosidade dos planos de Gibson
Gibson parece empenhado em criar uma experiĂŞncia cinematográfica de escala Ă©pica e de profundidade espiritual, recorrendo a efeitos especiais modernos para retratar realidades metafĂsicas como o inferno ou a queda dos anjos — elementos raramente abordados com seriedade no cinema mainstream.
Com as filmagens a decorrerem nos estúdios Cinecittà , o mesmo espaço que recebeu produções como Gladiador, Gangs of New York ou mais recentemente Napoleão de Ridley Scott, o projeto posiciona-se como um dos mais ambiciosos projetos de cinema religioso dos últimos anos.
Cinecittà volta ao centro das grandes produções internacionais
Além do filme de Gibson, Manuela Cacciamani revelou que os estúdios de Roma estão a fervilhar com atividade: Ridley Scott já está a usar o espaço como “base de operações” para o seu novo projeto, e tanto Disney como Universal têm produções em andamento nos mesmos palcos.
O regresso de The Passion of the Christ promete voltar a dividir opiniões e a atrair multidões, tal como o primeiro filme que arrecadou mais de 600 milhões de dĂłlares nas bilheteiras mundiais — apesar das duras crĂticas Ă sua violĂŞncia gráfica e ao retrato controverso de certos temas religiosos.
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ConclusĂŁo
Com um tema delicado, uma abordagem que mistura teologia profunda e fantasia visual, e o regresso de um realizador conhecido tanto pela sua ousadia como pelo seu talento, The Resurrection of the Christ poderá ser uma das estreias mais polémicas e impactantes de 2026.
Se será um novo marco do cinema bĂblico ou um passo arriscado demais numa era saturada de blockbusters religiosos, sĂł o tempo — e o pĂşblico — o dirĂŁo.
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