TVCine Edition Celebra o Documentário com o Especial DocLisboa 2025 🎬🌍

 🎬 De 13 a 17 de outubro, o canal dedica uma semana à arte de ver o mundo através da lente documental

Entre os dias 13 e 17 de outubro, o TVCine Edition volta a abrir as suas portas ao mundo do documentário com o Especial DocLisboa 2025 — uma seleção exclusiva de cinco filmes que marcaram presença no festival de cinema documental mais prestigiado do país.

Em parceria com o DocLisboa, cuja edição deste ano decorre de 16 a 26 de outubro, o TVCine convida os espectadores a uma viagem cinematográfica feita de realidades plurais, da música à habitação, da resistência à identidade, com histórias vindas de Portugal, Brasil, Colômbia e Argentina.

“Cada filme é uma janela aberta para o mundo — uma oportunidade rara de ver o cinema documental contemporâneo mais vibrante e humano”, destaca o canal.

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🗓️ A programação completa do 

Especial DocLisboa 2025

📅 Segunda-feira, 13 de outubro – 20h00

🎬 Ospina Cali Colombia

Um retrato íntimo do cineasta Luis Ospina, figura incontornável do cinema latino-americano e líder do lendário Grupo de Cali. Filmado por Jorge de Carvalho e os seus alunos, o documentário capta uma conversa inesquecível sobre a vida, a arte e a história moderna da Colômbia.

📅 Terça-feira, 14 de outubro – 20h00

🎬 Estou Aqui

Durante a pandemia, o maior centro desportivo de Lisboa transforma-se num abrigo de emergência para pessoas sem-abrigo. Entre o caos e a solidariedade, nasce uma comunidade que redescobre o valor da empatia. Uma realização de Dorian Rivière e Zsófi Paczolay.

📅 Quarta-feira, 15 de outubro – 19h50

🎬 Luiz Melodia – No Coração do Brasil

Uma viagem pela carreira do icónico cantor brasileiro Luiz Melodia, um artista que desafiou o sistema e rompeu barreiras musicais. Dirigido por Alessandra Dorgan, o filme mistura arquivos inéditos e testemunhos emocionantes num retrato profundamente humano.

📅 Quinta-feira, 16 de outubro – 19h40

🎬 A Morte de Uma Cidade

No coração do Bairro Alto, uma antiga tipografia dá lugar a apartamentos de luxo. A câmara de João Rosas transforma esta demolição num poderoso diário urbano sobre a Lisboa que desaparece e as vidas que constroem — e perdem — a cidade.

📅 Sexta-feira, 17 de outubro – 19h15

🎬 Fire Supply

Da realizadora Lucia Seles, uma história argentina sobre amor, desejo e recomeços tardios. Entre uma mãe, o filho e o dono de um rinque de patinagem, nasce um retrato delicado e silencioso sobre a ternura e o tempo.

🌎 Um espelho do mundo, um reflexo de nós

Especial DocLisboa 2025 reafirma o compromisso do TVCine com o cinema de autor e com o olhar documental enquanto ferramenta de compreensão do mundo contemporâneo.

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Entre histórias de resistência, memórias culturais e retratos pessoais, o canal oferece cinco noites de cinema que emocionam, provocam e inspiram — sempre em exclusivo no TVCine Edition e TVCine+, ao início da noite.

“2.000 Metros para Andriivka”: O Documentário Que Mostra a Guerra da Ucrânia Como Nunca a Viu

Depois do Óscar por 20 Dias em Mariupol, Mstyslav Chernov regressa com uma obra visceral, íntima e arrebatadora sobre o que significa resistir

🎥 O nome Mstyslav Chernov tornou-se sinónimo de coragem documental. Depois do aclamado 20 Dias em Mariupol, vencedor do Óscar, o jornalista e cineasta ucraniano regressa com 2.000 Metros para Andriivka, uma obra que transcende o relato jornalístico e mergulha num cinema de guerra onde a proximidade emocional e física ao conflito é absoluta.

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Estreado nos cinemas dos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda (e já com passagem pelo Festival de Sundance), o novo documentário é uma coprodução entre a Associated Press e a Frontline (da PBS), e propõe uma abordagem inédita à guerra na Ucrânia: ver a guerra como ela é sentida por quem a vive, metro a metro, disparo a disparo.


“Podem destruir uma aldeia, mas não conseguem destruir um símbolo”

O centro desta história não é Kiev, nem Kharkiv, nem Mariupol. É Andriivka, uma pequena aldeia no oblast de Donetsk, com apenas um acesso: uma floresta de dois quilómetros transformada em campo minado e palco de uma das batalhas mais sangrentas da contraofensiva ucraniana de 2023.

Chernov integrou a 3.ª Brigada de Assalto ucraniana para filmar de dentro a reconquista da aldeia — e encontrou ali algo maior do que uma simples posição estratégica: um símbolo.

“São apenas dois quilómetros. Mas nessa floresta está contida toda a guerra”, disse o realizador em entrevista à agência Lusa.

“Podem destruir uma aldeia, mas não conseguem destruir um símbolo.”


O documentário como arma e testemunho

Com imagens captadas por drones, câmaras de capacete, dispositivos portáteis e microfones colados à pele dos soldados, 2.000 Metros para Andriivka adopta uma linguagem estética próxima da ficção científica, mas com brutalidade real.

“Há momentos em que parece um filme de ficção científica… e depois vemos um soldado arrastar-se para uma trincheira com o braço rebentado e percebemos que estamos a ver a guerra em estado puro.”

Chernov e o colega Alex Babenko captaram o medo primitivo, o ruído dos drones, os torniquetes improvisados, os olhos de quem avança sem saber se volta. E ao mesmo tempo, registaram o poder da esperança: o desejo simples e devastador de voltar a içar a bandeira da Ucrânia num solo libertado.

“Os soldados sabem que a guerra moderna também se trava nos media. Hastear uma bandeira sem que ninguém veja… qual é o impacto? Eles queriam que fosse um símbolo de esperança.”


Quando a guerra chega a casa

A aldeia fica a menos de duas horas de Kharkiv, cidade natal de Chernov. O conflito não é uma ideia abstracta para o cineasta — é pessoal. As árvores onde filmou foram as mesmas onde brincou em criança com amigos. As explosões ecoam por ruas que conhece de memória.

“É como se estes homens estivessem a lutar pela minha infância, pelas minhas memórias e vida”, confessou.

“Cada metro conquistado naquela floresta significava algo maior do que território.”


Um cinema de combate — no campo e no ecrã

2.000 Metros para Andriivka não é um documentário tradicional. É um corpo de combate em forma de filme. É uma ode à resistência, à humanidade no meio do horror, e à importância de continuar a olhar, mesmo quando o mundo parece já ter virado a cara.

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A distribuição internacional está a cargo da Dogwoof, e o filme deverá chegar a mais salas europeias nas próximas semanas. Para quem acredita que o cinema pode ser mais do que entretenimento — pode ser memória, denúncia, arte e acto de guerra — esta é uma obra incontornável.

Dois Documentários em Português Estreiam no TVCine: Um Olhar Sobre Moçambique e Mauritânia

Nos dias 24 e 25 de fevereiro, o TVCine Edition estreia em Portugal dois documentários que exploram a herança cultural e política portuguesa em Moçambique e na Mauritânia. Com histórias profundamente enraizadas no passado e um olhar atento ao presente, estas produções trazem à luz memórias, desafios e reflexões sobre territórios onde a presença portuguesa deixou marcas indeléveis.

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📽️ À Mesa Da Unidade Popular – 24 de fevereiro às 23h15

O primeiro documentário da programação especial é À Mesa Da Unidade Popular, realizado por Camilo de Sousa e Isabel Noronha. A obra revisita o período pós-independência moçambicano, refletindo sobre a utopia da construção de uma sociedade mais justa. A narrativa assenta num símbolo curioso e carregado de significado: a mesa da unidade popular, um objeto do mobiliário que o Estado moçambicano tentou distribuir pelas famílias após a independência, como parte da tentativa de criar uma nova identidade nacional.

O filme assume particular relevância no atual contexto político de Moçambique, sendo uma peça essencial para compreender o passado e o presente do país. Depois da estreia mundial no IndieLisboa 2024, À Mesa Da Unidade Popular arrecadou o prémio de Melhor Documentário no prestigiado Festival Caminhos do Cinema Português.

🏜️ Naçara Uma E Outra Vez – 25 de fevereiro às 22h40

A segunda estreia, Naçara Uma E Outra Vez, leva-nos até à República Islâmica da Mauritânia, onde uma jovem portuguesa parte numa jornada para descobrir o rasto do seu avô. A viagem segue as rotas traçadas no distante ano de 1547, quando João Fernandes cruzou o Saara medieval para alcançar as míticas cidades de Ouadane e Chinguetti.

Este documentário onírico, realizado por José Nascimento e Ana Pissarra, não só explora a relação histórica entre Portugal e Mauritânia, mas também revela como as tribos locais ainda guardam memórias das alianças e disputas com os portugueses medievais. É um filme que desafia as fronteiras do tempo, transportando o público entre o presente e o passado através do olhar curioso da protagonista.

Uma Viagem Cinematográfica Imperdível

Os dois documentários serão exibidos em exclusivo no TVCine Edition e estarão também disponíveis no TVCine+. Esta dupla estreia reforça o compromisso do canal com a exibição de cinema documental de qualidade, dando voz a histórias que aprofundam o conhecimento sobre a herança portuguesa no mundo.

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Para os amantes de história, política e documentários que transcendem o óbvio, esta é uma oportunidade imperdível. Reserve já as datas e embarque nesta viagem cinematográfica fascinante.

📅 24 e 25 de fevereiro

📍 TVCine Edition e TVCine+

José Barahona: O Legado do Realizador que Transformou Histórias em Cinema

O cinema português perdeu uma das suas vozes mais únicas com a morte do realizador José Barahona, aos 55 anos, em Lisboa. Com uma carreira marcada por obras que exploram temas como o colonialismo, a escravatura e as tensões políticas, Barahona deixa um legado que transcende fronteiras, ligando Portugal, Brasil e outras partes do mundo através da sétima arte.

Uma Carreira Dedicada à História e à Reflexão

Nascido em Lisboa em 1969, José Barahona formou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema e complementou os estudos nos Estados Unidos e em Cuba. Estreou-se no cinema com curtas-metragens documentais, incluindo Vianna da Mota, uma homenagem ao compositor de quem era bisneto. O documentário foi uma porta de entrada para projetos que exploraram o impacto da história recente de Portugal, como Anos de Guerra – Guiné 1963-1974 (2000), que revisitou o período da guerra colonial.

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Entre os seus trabalhos mais conhecidos estão Estive em Lisboa e Lembrei de Você (2014), uma coprodução luso-brasileira baseada na obra de Luiz Ruffato, e Nheengatu – A Língua da Amazónia (2020), que examina o impacto linguístico e cultural do colonialismo na Amazónia. Barahona também trabalhou com figuras icónicas do cinema português, como Margarida Cardoso e Rita Azevedo Gomes, contribuindo para fortalecer o diálogo entre diferentes vozes artísticas.

Um Legado que Perdura

A sua obra recente, Sobreviventes (2023), abordou as questões do colonialismo e da escravatura, coescrevendo o argumento com o escritor José Eduardo Agualusa. Com uma carreira dedicada à reflexão sobre a história e à conexão entre culturas, Barahona deixa um vazio significativo no cinema nacional. O seu trabalho será lembrado como uma ponte entre o passado e o presente, explorando as complexidades das identidades culturais.

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“The Shards” de Masha Chernaya Vence o Grande Prémio do DocLisboa: Uma Perspectiva Íntima da Guerra na Ucrânia

O prestigiado Grande Prémio Cidade de Lisboa da 22.ª edição do festival de cinema DocLisboa foi atribuído ao filme “The Shards”, da realizadora russa Masha Chernaya. Esta obra, uma produção conjunta da Geórgia e da Alemanha, destacou-se na competição internacional do festival, abordando de forma inovadora e poética o impacto da guerra na Ucrânia. Para o júri do DocLisboa, o filme de Chernaya vai além da simples documentação de uma realidade trágica, ao buscar um sentido mais profundo através da “poética organizada das suas imagens”.

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“The Shards” retrata a trajetória de Masha, uma jovem russa que decide abandonar o seu país em 2022, no início do conflito ucraniano. A narrativa desenvolve-se como um diário fragmentado, onde a protagonista regista a sua nova realidade longe do país natal, recusando a violência e lidando com a perda de uma vida que nunca poderá recuperar. É através deste olhar íntimo e introspectivo que o filme capta o impacto da guerra, transformando a experiência pessoal de Masha num testemunho universal sobre os dilemas enfrentados por aqueles que se opõem à guerra.

Para Chernaya, a intenção não era apenas relatar os factos, mas também transmitir o desespero e a vulnerabilidade da protagonista, criando uma conexão emocional com o espectador. A escolha de um estilo visual fragmentado e sensível permite ao público experienciar o filme como uma colagem de memórias e emoções que refletem a desorientação e a dor de deixar para trás o seu lar e cultura.

Destaques e Prémios no DocLisboa

Além do prémio máximo atribuído a “The Shards”, a competição internacional do DocLisboa deste ano destacou outros filmes que se destacaram pela originalidade e profundidade emocional. Entre os premiados, incluem-se “Fire Supply” de Lucía Seles e “The Anchor” de Jen Debauche, ambos galardoados com o Prémio Cupra. “Fire Supply” foi elogiado como um “folhetim urbano cómico e triste” que explora a disfunção das grandes cidades modernas, enquanto “The Anchor”, protagonizado pela renomada atriz Charlotte Rampling, é uma viagem introspectiva pela alma de uma psicoterapeuta que revisita gravações de sessões com antigos pacientes. Este último foi ainda distinguido com o Prémio Revelação Canais TVCine, garantindo exibição televisiva em Portugal.

A competição portuguesa também trouxe ao público obras de grande valor cultural e social, com o Prémio MAX para melhor filme a ser atribuído a “O Palácio de Cidadãos” de Rui Pires, um retrato minucioso sobre a Assembleia da República. Em menção honrosa, “As noites ainda cheiram a pólvora”, de Inadelso Cossa, recebeu o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores, enquanto “Estou aqui”, de Zsófia Paczolay e Dorian Rivière, foi distinguido com o Prémio Escola pela sua abordagem inovadora.

O Valor Cultural e Político do DocLisboa

O DocLisboa é conhecido pela sua curadoria criteriosa e pelo foco em temas sociais e políticos relevantes, com especial atenção para contextos de opressão, resistência e identidade. A escolha de filmes como “The Shards” reflete o compromisso do festival em destacar narrativas que exploram a humanidade em situações de crise. O evento, que se tornou um ponto de referência para o cinema documental, oferece uma plataforma importante para vozes emergentes e cineastas que abordam realidades complexas de forma criativa e reflexiva.

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A vitória de “The Shards” no DocLisboa representa um reconhecimento internacional à jovem realizadora Masha Chernaya e ao seu talento em transformar uma experiência pessoal de perda e exílio numa reflexão sobre a fragilidade e a resiliência humana perante a guerra. O filme, já aclamado pela crítica, poderá alcançar ainda mais audiências e consolidar o seu lugar como uma obra marcante no cinema documental contemporâneo.

Festival DocLisboa Inicia com Homenagem à Revolução do 25 de Abril

O festival de cinema DocLisboa dá hoje início à sua 22.ª edição, com mais de 180 filmes a serem exibidos ao longo dos próximos dias, homenageando, logo na abertura, a Revolução de 25 de Abril de 1974. O filme de abertura, Sempre, da realizadora Luciana Fina, faz uma revisitação às imagens dos arquivos da Cinemateca Portuguesa que captaram o processo revolucionário em Portugal. O festival, que decorre até 27 de outubro, será um ponto de encontro para o cinema documental, abordando temas históricos e contemporâneos.

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O filme Sempre explora o período do Estado Novo e a asfixia do regime salazarista, a repressão da PIDE, e os momentos-chave que levaram à Revolução dos Cravos. O documentário mergulha nas ocupações estudantis de 1969, no Movimento das Forças Armadas, nos sonhos e expectativas do PREC e no intenso Verão Quente. Através desta montagem, o espectador é guiado não apenas pelas imagens de arquivo, mas também por sons e manifestações atuais, criando um paralelismo entre as lutas do passado e os desafios contemporâneos, como o direito à habitação e a igualdade de género.

O DocLisboa deste ano não se limita à história de Portugal, trazendo uma vasta programação internacional. A competição portuguesa inclui filmes como Fogo do Vento de Marta Mateus e As Noites Ainda Cheiram a Pólvora de Inadelso Cossa. O festival também contará com a estreia mundial do documentário Por Ti Portugal Eu Juro de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, que explora o papel dos militares africanos durante a Guerra Colonial.

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O festival vai decorrer em várias salas de Lisboa, como a Culturgest, o Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, sendo um dos principais eventos dedicados ao cinema documental em Portugal.