
Dinheiro para filmar em Portugal? Sim, senhor! Mas com um enredo que mistura drama institucional, burocracia, orçamentos apertados e suspense à moda nacional. O Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) anunciou oficialmente a abertura da primeira fase de candidaturas ao incentivo financeiro à produção cinematográfica e audiovisual de 2025, mais conhecido por ‘cash rebate’. A boa notícia? Já está aberto! A má? Ainda estamos à espera dos resultados da segunda fase… de 2024.
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Pois é. Há guiões que se escrevem sozinhos.
Um incentivo com muitos planos — e alguns cortes
Este ‘cash rebate’ é um dos trunfos mais apetecíveis para atrair filmagens e coproduções para o nosso belo rectângulo à beira-mar filmado. Com uma dotação anual de 14 milhões de euros (a dividir por duas fases), o fundo é assegurado pelo ICA em parceria com o Turismo de Portugal. E se há coisa que este país tem de sobra, é luz natural, paisagens fotogénicas e talento técnico — falta é garantir que o dinheiro chegue a horas.
Por exemplo, ainda não foi divulgada a lista definitiva dos beneficiários da segunda fase de 2024. Apenas uma versão provisória, com data de 18 de dezembro, onde já constam nomes como “Ela olhava sem nada ver”, “Hera” e “Asas”, entre outros filmes e séries que, curiosamente, já andam em fase de estreia ou final de produção. Coincidência?
O lado B do incentivo
Em novembro passado, a Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, reconheceu no Parlamento o que muitos no setor já murmuravam entre cafés e estreias: os atrasos nos pagamentos são reais. O sistema, dizem, está preso numa teia de burocracias — incluindo autorizações do Ministério das Finanças para desbloquear fundos. Uma espécie de thriller orçamental em que o dinheiro existe… mas demora a entrar em cena.
Ainda assim, o ‘cash rebate’ continua a ser um chamariz importante para produções estrangeiras. E a lista de projetos internacionais que já usufruíram do incentivo é impressionante: a série A Acólita do universo Star Wars, os filmes da Netflix A Donzela e Heart of Stone, e claro, o incontornável Velocidade Furiosa X, que fez rugir motores pelas ruas de Portugal.
Há mais no menu: o ‘cash refund’
Para produções mais ambiciosas — daquelas com efeitos especiais e orçamento à Hollywood — existe ainda o ‘cash refund’, com um valor máximo de 20 milhões de euros e requisitos mais robustos: é preciso gastar pelo menos 2,5 milhões de euros em território nacional.
Em 2024, foi a estreia deste segundo incentivo. Foram requisitados 11 milhões, ficando 9 milhões na prateleira. Em 2025, já foram pedidos 7,4 milhões, sinal de que há vontade — e talvez uma ou outra superprodução à espreita.
E agora?
Com a primeira fase do ‘cash rebate’ de 2025 oficialmente a decorrer (durante um mês), a segunda fase deverá abrir até 30 de setembro. Resta saber se desta vez os processos vão ser mais rápidos e menos kafkianos.
Portugal já provou que tem tudo para ser um estúdio de luxo à escala europeia. Agora só falta que a máquina burocrática acompanhe o talento dos profissionais e o potencial das paisagens. Que venha o próximo take — com menos drama nos bastidores, se faz favor.
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Se quiseres, posso criar também uma imagem para ilustrar o artigo — por exemplo, uma claquete com notas de euro a sair, ou uma equipa de filmagens com papéis à espera de aprovação burocrática. Avanço?
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