O filme “Fogo do Vento”, da realizadora Marta Mateus, conquistou mais um importante reconhecimento internacional ao vencer um Prémio Especial do Júri no Festival de Cinema Avant-Garde, em Atenas. Este é mais um passo significativo no percurso da realizadora portuguesa, cujo cinema tem sido aclamado pela crítica internacional pela sua profundidade e sensibilidade temática.
Um Cinema de Resistência e Memória
“Fogo do Vento”, a primeira longa-metragem de Marta Mateus, dá continuidade à reflexão iniciada na sua premiada curta “Farpões Baldios” (2017). A obra, centrada numa comunidade do Alentejo, explora as memórias coletivas que atravessam gerações, desde a resistência à ditadura salazarista até aos desafios do presente.
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A narrativa de Mateus destaca-se por uma abordagem poética e visualmente rica, que convoca as lutas passadas e as aspirações do presente, num olhar atento à interligação entre história, identidade e resistência. De acordo com o júri, o filme apresenta um discurso relevante no contexto geopolítico mundial atual, onde as tensões entre guerra e paz voltam a dominar o debate internacional.
Reconhecimento Internacional
A vitória em Atenas, onde o filme recebeu um prémio especial ‘ex-aequo’ ao lado de “Direct Action”, de Guillaume Cailleau e Ben Russell, é apenas mais um marco no percurso de “Fogo do Vento”. Desde a sua estreia mundial em agosto passado, no prestigiado Festival de Locarno, o filme tem vindo a acumular distinções:
• Prémio Especial do Júri FIPRESCI no Festival de Gijón, em Espanha.
• Prémio de Melhor Realização no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
Estes reconhecimentos demonstram não só a força autoral de Marta Mateus, mas também a crescente projeção do cinema português em festivais internacionais.
O Festival Avant-Garde: Uma Celebração do Cinema de Autor
A 13.ª edição do Festival de Cinema Avant-Garde, organizado pela Cinemateca Grega, contou com a exibição de 84 filmes, reunindo obras de diferentes geografias e estilos. A sessão de abertura foi marcada pela presença do realizador Miguel Gomes, com a exibição do seu mais recente filme, “Grand Tour”.
Além de “Grand Tour”, o festival programou duas outras obras fundamentais na filmografia de Gomes:
• “Aquele Querido Mês de Agosto” (2008).
• “Tabu” (2012).
Ambos os filmes contam com a assinatura visual do diretor de fotografia Rui Poças, presença importante no panorama cinematográfico português. A atriz Crista Alfaiate, uma das protagonistas de “Grand Tour”, marcou igualmente presença no evento.
Marta Mateus e o Futuro do Cinema Português
O sucesso de “Fogo do Vento” reafirma a importância do cinema autoral português no cenário mundial. Marta Mateus, com a sua visão artística e narrativa única, posiciona-se como uma das vozes mais promissoras do cinema europeu contemporâneo, consolidando um estilo marcado pela memória histórica, poesia visual e compromisso social.
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Com o circuito de festivais a impulsionar a obra, “Fogo do Vento” promete continuar a emocionar e desafiar públicos em todo o mundo.
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