O festival de cinema DocLisboa dá hoje início à sua 22.ª edição, com mais de 180 filmes a serem exibidos ao longo dos próximos dias, homenageando, logo na abertura, a Revolução de 25 de Abril de 1974. O filme de abertura, Sempre, da realizadora Luciana Fina, faz uma revisitação às imagens dos arquivos da Cinemateca Portuguesa que captaram o processo revolucionário em Portugal. O festival, que decorre até 27 de outubro, será um ponto de encontro para o cinema documental, abordando temas históricos e contemporâneos.

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O filme Sempre explora o período do Estado Novo e a asfixia do regime salazarista, a repressão da PIDE, e os momentos-chave que levaram à Revolução dos Cravos. O documentário mergulha nas ocupações estudantis de 1969, no Movimento das Forças Armadas, nos sonhos e expectativas do PREC e no intenso Verão Quente. Através desta montagem, o espectador é guiado não apenas pelas imagens de arquivo, mas também por sons e manifestações atuais, criando um paralelismo entre as lutas do passado e os desafios contemporâneos, como o direito à habitação e a igualdade de género.

O DocLisboa deste ano não se limita à história de Portugal, trazendo uma vasta programação internacional. A competição portuguesa inclui filmes como Fogo do Vento de Marta Mateus e As Noites Ainda Cheiram a Pólvora de Inadelso Cossa. O festival também contará com a estreia mundial do documentário Por Ti Portugal Eu Juro de Sofia da Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, que explora o papel dos militares africanos durante a Guerra Colonial.

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O festival vai decorrer em várias salas de Lisboa, como a Culturgest, o Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa, sendo um dos principais eventos dedicados ao cinema documental em Portugal.

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