James Cameron Admite: Um Novo Terminator em 2025 É “Muito Difícil” — Porque o Mundo Já Ultrapassou a Ficção Científica

Enquanto promove Avatar: Fogo e Cinza, James Cameron tem sido obrigado a falar não apenas de Pandora e IA, mas também do inevitável espectro que o acompanha desde 1984: Terminator. E, pela primeira vez em muito tempo, o realizador deixou claro que um novo filme da saga em 2025 é altamente improvável — não por falta de vontade, mas por algo mais profundo: o nosso mundo já ultrapassou o que antes era ficção científica.

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A saga presa num limbo desde 2019 — mas Cameron quer regressar à escrita

Depois de Dark Fate, a franquia ficou suspensa, sem caminho claro e sem consenso sobre o futuro. Cameron, que continua ligado criativamente ao legado que criou, garante que está a preparar um novo capítulo… mas com cautela extrema.

Mesmo que não realize o próximo filme, afirma que será ele a escrever o novo Terminator — e esse processo não vai acontecer em ritmo acelerado. Com Avatar: Fogo e Cinza a dominar o seu presente e um calendário completamente preenchido com múltiplos projectos, Cameron admite que só depois de cumprir essa “maratona azul” é que se sentará para repensar o futuro da saga.

“Estamos a viver num mundo de ficção científica”

A grande barreira, explica ele, não tem a ver com orçamento, nem com estúdio, nem sequer com desgaste de público. O verdadeiro problema é conceptual.

Segundo Cameron:

“A ficção científica avançou e está a ultrapassar-nos. Estamos a viver num mundo de ficção científica e a enfrentar problemas que antes só existiam em livros ou filmes. Agora são reais.”

O que Terminator representava em 1984 — uma visão presciente, quase profética, sobre máquinas autónomas, vigilância e inteligência artificial — tornou-se hoje, de certa forma, parte do quotidiano.

Cameron chega a dizer que já não é possível ser “tão premonitório” como naquela época, porque o futuro se move depressa demais. Ninguém sabe o que vai acontecer dentro de um ou dois anos, e é precisamente essa incerteza que o leva a querer esperar antes de regressar ao universo dos exterminadores.

Entre Avatar, Alita e Hiroshima: um realizador com mais projetos do que tempo

O calendário criativo de Cameron é quase tão épico quanto os mundos que imagina. Depois de Avatar: Fogo e Cinza, o realizador tem pela frente:

  • Alita: Battle Angel 2
  • Avatar 4 e Avatar 5
  • A adaptação de The Last Train from Hiroshima
  • A adaptação de Ghosts of Hiroshima

Está também a planear colaborar com outros realizadores, funcionando como produtor ou argumentista em vários destes títulos — o que coloca Terminator num delicado jogo de prioridade criativa.

Apesar disso, Cameron insiste: o novo Terminator vai acontecer, mas não em 2025 e não antes de o mundo estabilizar o suficiente para que a ficção possa voltar a olhar para o futuro com a mesma distância crítica que tornou o original tão visionário.

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O futuro dos exterminadores depende do futuro… real

Num momento em que a própria IA começa a desafiar limites éticos, tecnológicos e culturais, Cameron quer garantir que, quando Terminator regressar, será relevanteinteligente e verdadeiro para o tempo em que vivemos. E isso exige que a ficção volte a ganhar terreno sobre a realidade — algo que, para já, considera impossível.

Para os fãs, a espera continua.

Para Cameron, o futuro… ainda está a ser escrito.

James Cameron Soa o Alarme Sobre a IA no Cinema: “É Horrorizante. Criar um Actor do Nada É o Oposto da Arte”

James Cameron sempre foi associado ao avanço tecnológico no cinema — pioneiro nos efeitos digitais, visionário no motion capture e defensor da fusão entre técnica e emoção. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o realizador de Avatar é também um dos mais firmes opositores à possibilidade de a Inteligência Artificial substituir actores humanos.

Numa entrevista recente ao programa Sunday Morning, da CBS, Cameron não podia ter sido mais claro: a ideia de a IA gerar actores e interpretações completas através de prompts de texto é, para ele, “horrorizante”.

“Não estamos a substituir actores — estamos a celebrá-los”

Cameron recordou que, ainda durante o desenvolvimento do primeiro Avatar em 2005, circulavam rumores em Hollywood de que ele estaria a criar tecnologia para eliminar actores de carne e osso. A ironia, segundo o próprio, é que o processo de captura de performance utilizado pela saga Avatar depende profundamente da presença humana:

“Quando se percebe realmente o que estamos a fazer, vê-se que é uma celebração do momento actor–realizador.”

Para Cameron, o motor emocional de qualquer filme continua a ser o trabalho do actor — mesmo quando este é traduzido para corpos digitais ou mundos impossíveis.

A fronteira que Cameron recusa atravessar

Mas se o motion capture ainda parte da expressividade humana, o mesmo já não pode ser dito da IA generativa. E é precisamente aí que Cameron traça um limite absolutíssimo:

“Agora, no outro extremo do espectro, tens a IA generativa, onde se pode inventar uma personagem. Inventar um actor. Criar uma interpretação do zero com um prompt de texto. Não. Isso é horrorizante para mim. É o oposto. É exactamente aquilo que não estamos a fazer.”

Para o realizador, esta tecnologia ameaça aquilo que considera o núcleo do cinema: presença humana, intenção emocional e a relação íntima entre actor e câmara.

O caso Tilly Norwood e a reacção violenta da indústria

A discussão reacendeu recentemente com a apresentação de Tilly Norwood, uma performer criada inteiramente por IA e apresentada no Zurich Summit pela comediante e produtora Eline Van der Velden.

O anúncio — acompanhado pela revelação de que várias agências já tinham demonstrado interesse em representar esta “actriz digital” — provocou uma onda de indignação entre profissionais do sector.

Em entrevista à Variety, Van der Velden defendeu que a presença da IA no cinema é inevitável e que a transição será gradual:

“Acho que será uma progressão lenta. Em breve veremos efeitos criados com IA, planos de estabelecimento, imagens de segunda unidade. Depois, avançaremos para um filme totalmente feito em IA.”

Mais polémica ainda foi a sua convicção de que o público poderá nem perceber a diferença:

“Se pagarem ou não por um filme feito em IA não dependerá da tecnologia, mas da narrativa.”

Um futuro em disputa: cinema feito por pessoas ou por prompts?

É neste ponto que a tensão se torna evidente. Cameron vê a IA como uma ameaça directa ao trabalho humano e à integridade artística da representação. Depressa se opõe à ideia de que um actor digital, criado matematicamente, possa substituir a vulnerabilidade e imprevisibilidade de um intérprete real.

Van der Velden, por outro lado, defende um futuro onde a IA se tornará mais uma ferramenta — e talvez, eventualmente, um criador autónomo de cinema.

O debate está longe de terminado. E, tal como Cameron avisa, a batalha não é apenas tecnológica: é filosófica, ética e profundamente emocional. O que é uma interpretação? O que é um actor? E o que acontece ao cinema quando o humano deixa de estar no centro da imagem?

Cameron puxa o travão — e o resto da indústria terá de escolher um caminho

Num momento em que Hollywood enfrenta desafios laborais, greves e incertezas, as palavras de James Cameron tornam-se um aviso poderoso. Ele, que construiu algumas das mais avançadas formas de filmar rostos humanos, recusa-se a aceitar um futuro onde esses rostos deixam de pertencer a pessoas reais.

O mundo avança para a IA. Mas, para Cameron, o cinema só avança com humanidade.

Grandes Estrelas Reúnem-se no Red Sea Film Festival: Um Palco Global Para o Cinema Contemporâneo

Red Sea Film Festival, que decorre até 13 de dezembro em Jeddah, voltou a afirmar-se como um dos espaços mais vibrantes do calendário cinematográfico mundial. A organização anunciou um conjunto impressionante de novas convidadas para o programa “In Conversation”, e o resultado é uma constelação de nomes que atravessa diferentes gerações, linguagens cinematográficas e geografias — uma síntese perfeita do que este festival procura ser: diverso, internacional e profundamente ancorado no diálogo sobre o futuro do cinema.

Um painel que abrange Hollywood, Bollywood e muito mais

Este ano, o festival recebe figuras que não precisam de apresentações: Dakota Johnson, actualmente em destaque devido ao filme MaterialistsJessica Alba, actriz que há muito se tornou também referência empresarial; e Ana de Armas, cuja carreira tem oscilado de forma vertiginosa entre o thriller, o drama e o cinema de acção, sendo agora protagonista de Ballerina, o aguardado spin-off de John Wick.

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A estas juntam-se ainda Kirsten Dunst, nome incontornável do cinema norte-americano desde a adolescência, e Nina Dobrev, cuja popularidade global nasceu de The Vampire Diaries mas que tem explorado géneros muito além do fantástico. A lista cresce com Queen Latifah, actriz, produtora e símbolo de versatilidade, e com a presença vibrante de Kriti Sanon, uma das vozes mais reconhecíveis do actual cinema indiano.

O programa “In Conversation” do Red Sea não é apenas uma sequência de entrevistas públicas; é um espaço desenhado para abrir portas ao pensamento crítico, permitindo que o público escute directamente das artistas as motivações, os desafios e as histórias que moldam as suas carreiras. É um encontro que favorece não o glamour superficial, mas a partilha de processos criativos, dúvidas, descobertas e, sobretudo, perspectivas sobre o que significa fazer cinema hoje.

Um festival em ascensão que atrai talento de peso

O alinhamento desta edição não se esgota nas convidadas recém-anunciadas. Nomes como Adrien BrodySean Baker e Kaouther Ben Hania também participam nas conversas do festival, reforçando a diversidade e o peso artístico do evento.

Os homenageados deste ano — Michael CaineSigourney WeaverJuliette BinocheRachid Bouchareb e Stanley Tong — mostram a ambição do festival em celebrar figuras cuja carreira ultrapassa fronteiras e define épocas cinematográficas inteiras.

É também de notar que Sean Baker, consagrado internacionalmente com Anora, assume o lugar de presidente do júri, num momento em que o seu cinema continua a provocar discussão crítica e a abrir portas para uma nova sensibilidade narrativa.

Uma programação que mistura espectáculo e descoberta

O programa International Spectacular oferece ao público filmes de grande expectativa: Couture, realizado por Angelina Jolie; The Wizard of the Kremlin, protagonizado por Jude Law e Paul Dano; e Desert Warrior, de Rupert Wyatt, com Ben Kingsley e Anthony Mackie.

Ao mesmo tempo, a competição oficial mantém o foco nos cinemas da Ásia, África e do mundo árabe, cumprindo a missão fundamental do festival: dar voz a obras e criadores que, muitas vezes, circulam à margem das estruturas tradicionais de distribuição mundial.

A sessão de abertura — Giant, de Rowan Athale — reforça esse equilíbrio, apresentando a história do lendário boxeur “Prince” Naseem Hamed, interpretado por Amir El-Masry, com Pierce Brosnan no papel do treinador. É um sinal claro de que o festival procura cruzar relevância local com interesse internacional.

Um encontro global que celebra a arte de contar histórias

O Red Sea Film Festival está rapidamente a transformar-se numa das plataformas mais relevantes para o cinema contemporâneo, e este ano confirma essa evolução. As conversas, os filmes e as figuras que passam por Jeddah revelam um evento que não vive apenas de nomes sonantes, mas de um verdadeiro compromisso com o cinema enquanto acto cultural, político e humano.

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De Dakota Johnson a Queen Latifah, de Angelina Jolie a Sean Baker, passando por vozes emergentes e veteranos lendários, esta edição promete ser mais do que um simples desfile de estrelas: é um ponto de encontro entre mundos, linguagens e visões que, quando postas lado a lado, ajudam a redefinir o cinema para o futuro.

Scarlett Johansson Reafirma Posição Sobre Woody Allen — e Reflecte Sobre Integridade, Maturidade e Consequências na Carreira

A actriz volta a comentar o apoio público ao realizador, mantendo a sua posição e analisando o impacto que essa escolha poderá ter tido no seu percurso em Hollywood.

Scarlett Johansson voltou a abordar um dos temas mais delicados da sua carreira: o apoio que manifestou a Woody Allen em 2019, quando afirmou que trabalharia com o realizador “a qualquer momento”. À luz das polémicas que marcaram a última década, e questionada pelo The Telegraph sobre se essas declarações prejudicaram a sua imagem ou oportunidades profissionais, a actriz respondeu com a mesma frontalidade — e com um olhar mais maduro sobre a importância da integridade pessoal.

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Johansson reconhece que não é possível prever com exactidão o impacto que uma posição pública pode ter. “É difícil saber… Nunca sabemos qual é exactamente o efeito dominó”, afirmou. Ainda assim, mantém que foi educada para defender aquilo em que acredita, mesmo quando isso implica enfrentar críticas. “A minha mãe sempre me encorajou a ser eu própria, a perceber que é importante ter integridade e defender o que acreditamos.”

O caso remonta às alegações feitas em 1992, quando Mia Farrow acusou Woody Allen de abusar da filha adoptiva, Dylan Farrow — acusações que Dylan voltou a relatar na década de 2010, especialmente durante o movimento #MeToo. Ao longo dos anos, vários actores que trabalharam com Allen expressaram arrependimento, enquanto outros continuam a defender o realizador. Allen nunca foi condenado em nenhum processo relacionado com as alegações.

Johansson, que colaborou com Allen em Match Point (2005), Scoop (2006) e Vicky Cristina Barcelona (2008), manteve ao longo dos anos a confiança na inocência do cineasta. Mas hoje admite que nem sempre é necessário intervir publicamente em todas as discussões. “É importante saber quando não é a nossa vez. Não digo para nos calarmos; digo que, às vezes, simplesmente não é o nosso momento. Compreendi isso melhor à medida que fui amadurecendo.”

Apesar da controvérsia, a actriz continua a ser uma das figuras mais influentes da indústria, não só pelo seu trabalho em cinema mas também pela forma como enfrenta problemas estruturais de Hollywood. Em 2021, protagonizou um caso mediático ao processar a Disney devido ao lançamento simultâneo de Black Widow em sala e na plataforma Disney+, que afectou o seu bónus de bilheteira. O litígio foi resolvido no mesmo ano.

Mais recentemente, enfrentou a OpenAI, depois de a empresa lançar uma assistente virtual cuja voz lhe parecia estranhamente familiar. Johansson revelou que havia sido convidada para dar voz à personagem — convite que recusou — e considerou perturbadora a semelhança com a sua interpretação em Her, de Spike Jonze, onde dava vida a uma inteligência artificial. A OpenAI suspendeu a utilização da voz e negou qualquer intenção de imitar a actriz.

Actualmente, Johansson mantém uma agenda preenchida: está associada a um novo capítulo do universo Jurassic World e a uma futura sequência de The Exorcist, continuando a navegar entre blockbusters, projectos pessoais e debates éticos que, inevitavelmente, moldam a sua presença pública.

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Se a controvérsia de Woody Allen deixará marcas no futuro, é impossível saber. Mas para Scarlett Johansson, a integridade permanece o guião principal.

Scarlett Johansson Recusa Pressões e Mantém Referência ao Holocausto no Seu Primeiro Filme como Realizadora

Eleanor the Great estreia a 12 de Dezembro no Reino Unido, após Johansson rejeitar alterar o núcleo moral e temático da narrativa.

Scarlett Johansson não podia ter escolhido um desafio pequeno para a sua estreia na realização. Eleanor the Great, o seu primeiro filme atrás das câmaras, aborda temas delicados — identidade, mentira, memória — e fá-lo através de uma personagem idosa que afirma ser sobrevivente do Holocausto, apesar de essa história ser uma invenção. Mas antes mesmo de começar a filmar, Johansson viu-se confrontada com pressões inesperadas para alterar profundamente esta premissa.

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Em entrevista ao The Telegraph, a actriz revelou que um dos financiadores do projecto tentou obrigá-la a retirar qualquer referência ao Holocausto, alegando desconforto com essa parte do guião. O pedido surgiu quando faltava apenas um mês para o início das filmagens, depois de longos meses de preparação, ensaios e construção narrativa já estarem concluídos. A exigência era explícita: manter o filme, mas eliminar o elemento central que lhe dá forma, gravidade e sentido moral.

“Adoramos o filme, Scarlett, mas não gostamos assim tanto da parte do Holocausto. A personagem pode mentir sobre outra coisa?”, terá dito o investidor. A realizadora não cedeu. Descrever esse pedido como incompreensível foi o mínimo; Johansson explicou que não estava perante uma questão logística ou financeira, mas sim uma tentativa de amputar a essência da obra. “Se não fosse sobre o Holocausto, sobre o que seria? Não deram alternativa. Apenas disseram que isto era um problema”, afirmou.

A recusa teve consequências: o financiador abandonou o projecto. Ainda assim, Eleanor the Great conseguiu manter-se de pé e chegará às salas britânicas a 12 de Dezembro, preservando intacto aquilo que Johansson definiu como “a pior mentira imaginável” — precisamente o que torna a narrativa tão desconfortável, mas também tão necessária. O filme explora o impacto devastador de uma mentira que cresce até se tornar incontrolável, reflectindo sobre culpa, identidade e as fronteiras éticas da memória colectiva.

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Para Johansson, este episódio revela até que ponto certas histórias continuam a suscitar tensões profundas — e porque é que não devem ser suavizadas quando o objectivo é confrontar o público com verdades difíceis. A estreia de Eleanor the Great, marcada por coragem criativa e resistência a pressões externas, promete fazer correr muita tinta e abrir debates sobre representação, responsabilidade histórica e liberdade artística.

“Kevin? Nunca ouvi falar dele!” — Macaulay Culkin explica por que esconde a fama dos filhos

O actor de Sozinho em Casa revela como tenta manter a infância dos filhos longe do peso (e da magia) do clássico que celebra 35 anos.

Macaulay Culkin pode ser uma das figuras mais icónicas da cultura pop dos anos 90, mas dentro de casa, aparentemente, é apenas “o pai”. Numa nova entrevista à Deadline, o actor revelou que os seus dois filhos, de quatro e dois anos, ainda não fazem ideia de que vivem com o rapaz que, há 35 anos, defendia a casa de intrusos com armadilhas dignas de desenho animado. E Culkin parece satisfeito por manter essa inocência durante mais algum tempo.

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Segundo o actor, as crianças até já viram imagens antigas sem perceber quem estava na fotografia. Culkin contou que o filho mais velho reconheceu sem reconhecer: “Disse que o miúdo da foto parecia o Kevin”. Quando o pai revelou que aquele rapaz era ele próprio, a reacção foi… nula. Nenhuma epifania, nenhum “Aaaah!”, apenas a habitual serenidade infantil perante factos que aos adultos parecem enormes.

Para o actor, hoje com 45 anos, é comovente perceber que Sozinho em Casa continua a atravessar gerações. “Para pessoas da minha idade, o filme é nostálgico”, disse. “E agora mostram-no aos filhos deles da mesma forma que eu o mostro aos meus.” Ainda assim, quer preservar o máximo possível o lado normal da vida familiar. “Na maioria das vezes, eles não sabem ao lado de quem estão sentados”, brincou. Aliás, graças a um trailer festivo do Disney+, os miúdos referem-se ao eterno Kevin McCallister como “o Kevin Disney+”.

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O actor sabe que o segredo não durará para sempre. Mais cedo ou mais tarde, alguém no recreio explicará aos seus filhos quem ele é. Ou eles próprios verão o filme e juntarão as peças. “Quero manter esse véu tapado o máximo de tempo possível”, admitiu. Até lá, Culkin continuará a ser apenas o pai que passa fotos antigas no telemóvel — e não o miúdo mais famoso de sempre a derrotar ladrões com latas de tinta, trenós e micro-ondas improvisados.

Rian Johnson Quer Meryl Streep no Próximo “Knives Out” — e Já Deu o Convite Público à Actriz

Às portas da estreia de Wake Up Dead Man — que em Portugal deverá chegar à Netflix a 12 de Dezembro — o realizador revela o seu sonho para o futuro da saga: Meryl Streep ao lado de Daniel Craig.

Rian Johnson está prestes a lançar o terceiro capítulo da sua saga de mistério, Wake Up Dead Man: A Knives Out Mystery, e a tournée de entrevistas tem revelado mais do que detalhes sobre o novo caso do detective Benoit Blanc — revelou também qual é a actriz com quem Johnson mais sonha trabalhar numa futura sequela: Meryl Streep.

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Numa conversa recente com o IndieWire, Johnson explicou que a alegria destes filmes está precisamente em reunir elencos improváveis e descobrir actores com quem nunca trabalhou. Questionado directamente sobre qual seria o seu “casting de sonho”, o realizador não hesitou em dirigir-se à actriz vencedora de três Óscares: “Se estiveres a ler isto, Meryl, acho que te encaixarias lindamente num murder mystery.” O comentário veio acompanhado daquelas notas de humor que Johnson domina, lembrando que se até Lorne Michaels conseguiu levar Streep ao Saturday Night Live, também ele não perde a esperança.

Enquanto Meryl Streep não entra oficialmente no universo Knives Out, Johnson prepara a estreia de Wake Up Dead Man. O filme chega a algumas salas internacionais a 26 de Novembro, mas a sua verdadeira vida será na Netflix, onde entra a 12 de Dezembro de 2025. Em Portugal, salvo anúncio em contrário — que ainda não foi feito — tudo indica que a data será a mesma, uma vez que a Netflix tem histórico de estreias simultâneas desta franquia sobretudo quando envolve um lançamento global em streaming.

O novo capítulo traz Daniel Craig de volta como Benoit Blanc, o detective sulista que já se tornou um ícone moderno do género whodunnit. Para esta aventura, Johnson reuniu um elenco de luxo: Josh O’Connor, Glenn Close, Josh Brolin, Mila Kunis, Jeremy Renner, Kerry Washington e Andrew Scott juntam-se ao investigador numa história que, segundo o próprio realizador, assume um tom diferente dos filmes anteriores. Johnson explicou que escreveu Wake Up Dead Man movido por uma energia mais sombria, uma espécie de indignação inquieta que ajudou a moldar a atmosfera do enredo.

Com este terceiro filme, termina oficialmente o acordo de duas longas-metragens entre Johnson e a Netflix — o que não significa que a série acabe aqui. Tanto o realizador como Daniel Craig querem continuar a explorar o universo de Benoit Blanc, embora Johnson tenha deixado claro que esse futuro depende de ambos continuarem a sentir entusiasmo criativo: “Se um dia um de nós acordar e não sentir vontade de fazer mais um, paramos.”

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Quanto a Meryl Streep, a actriz mantém uma agenda cheia: tem sido presença recorrente na série Only Murders in the Building e prepara-se para regressar ao grande ecrã em The Devil Wears Prada 2, previsto para 1 de Maio de 2026. Mas no mundo de Rian Johnson, nada parece impossível — e a porta está aberta, com convite assinado.

“Sleepless City” Conquista o Grande Prémio no Estreante Doha Film Festival — Uma Primeira Edição Marcada por Cinema Político, Olhar Global e Fortíssima Identidade Regional

O drama híbrido de Guillermo Galoe lidera uma edição inaugural que surpreendeu pela maturidade, ambição e compromisso com histórias urgentes vindas de vários cantos do mundo.

A primeira edição do Doha Film Festival encerrou com uma declaração clara ao panorama internacional: o Catar quer ser um novo centro de descoberta cinematográfica — e começou com o pé firmemente assente no acelerador. O grande vencedor foi Sleepless City, de Guillermo Galoe, um drama híbrido filmado ao longo de vários anos na vasta e esquecida Cañada Real, o maior bairro informal da Europa, situado nos arredores de Madrid. O filme, que mistura ficção e observação documental, foi distinguido unanimemente pelo júri liderado por Rithy Panh, que elogiou a forma sensível como retrata a vida de jovens apanhados entre a tradição e uma modernidade cada vez mais distante.

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O festival, dirigido por Fatma Hassan Alremaihi, assumiu desde o início a ambição de dar palco a “vozes ousadas e histórias que atravessam fronteiras”. Essa intenção viu-se no alinhamento e confirmou-se na lista de premiados, que viajou por Espanha, Líbia, Brasil, Palestina, Sudão e México, num mapa cinematográfico que privilegiou obras politizadas, íntimas e profundamente enraizadas nas suas comunidades.

Sleepless City acompanha Toni, um adolescente que vê o bairro onde cresceu ameaçado por demolições iminentes. Sem recorrer à dramatização artificial, Galoe segue os gestos quotidianos de uma família e de uma comunidade inteira, transformando essa simplicidade numa força narrativa poderosa. A distinção confirma o percurso do filme, que já tinha passado por Cannes, onde venceu o prémio SACD de argumento.

A competição documental distinguiu My Father and Qaddafi, de Jihan K., uma investigação profundamente pessoal sobre o desaparecimento do pai da realizadora, um diplomata líbio tornado dissidente e raptado no Cairo. A obra articula depoimentos e arquivos para reconstruir não só uma vida, mas a memória política de um país marcado pela ditadura e pelo silêncio forçado.

A programação internacional contou ainda com títulos que não passaram despercebidos aos jurados. The Reserve, de Pablo Pérez Lombardini, recebeu uma Menção Especial pelo retrato inquietante de um guarda florestal em território devastado. O prémio de Melhor Interpretação foi partilhado por Majd Eid e Nader Abd Alhay, protagonistas de Once Upon a Time in Gaza, filme vencedor da realização em Un Certain Regard e que recupera a Gaza de 2007 através do olhar de um estudante arrastado para um jogo perigoso entre um restaurador carismático e um polícia corrupto. Já With Hasan in Gaza, de Kamal Al Jafari, e Renoir, de Chie Hayakawa, dividiram o prémio de Melhor Contribuição Artística, ambos elogiados pela forma inovadora como utilizam arquivos e imaginação visual para reconfigurar realidades fragmentadas.

Na competição de curtas, presidida por Eddie Bertozzi, destacou-se Samba Infinito, de Leonardo Martinelli. O júri sublinhou a confiança do filme “no poder do cinema para curar feridas sociais e privadas”, seguindo um varredor de rua que encontra um inesperado momento de ligação durante o Carnaval. Primary Education, de Aria Sánchez e Marina Meira, conquistou a realização numa observação mordaz da dinâmica de poder entre crianças; Milica Janevski foi premiada por Upon Sunrise, onde interpreta uma mãe sérvia à beira do colapso; L’Mina e o jovem actor Ammar Ahmed, de Zizou, receberam menções especiais.

Um dos momentos mais comentados da semana foi a decisão do júri jovem — composto por espectadores entre os 16 e os 25 anos — que atribuiu o Ajyal Feature Award a The Voice of Hind Rajab. O filme reconstrói, com rigor e sensibilidade, o telefonema final de uma menina de seis anos presa sob fogo em Gaza, cruzando áudio real com reencenações que deixam uma marca difícil de dissipar. O prémio de curta deste júri foi para Sulaimani, de Vinnie Ann Bose, uma animação ambientada em Paris sobre duas mulheres do Kerala que encontram, na comida e na memória, uma forma de navegar a diáspora.

A secção Made in Qatar mostrou que o festival pretende crescer não só como anfitrião internacional, mas como incubadora local. Fahad the Furious, de Justin Kramer, venceu o prémio principal ao combinar drama familiar e humor num retrato de mal-entendidos dentro de uma casa tradicional. Rashid Al Sheeb foi distinguido pela sua interpretação no mesmo filme. Villa 187, de Eiman Mirghani, venceu a realização ao revisitar a história de uma família obrigada a abandonar a casa que moldou o seu passado. Project Aisha, um drama tenso sobre uma mãe que recorre a métodos fora da norma para cuidar da filha ferida, recebeu uma Menção Especial.

A escolha do público recaiu sobre Cotton Queen, da realizadora sudanesa Suzannah Mirghani — uma expansão do universo criado a partir do seu premiado Al-Sit. Filmado no Egipto por refugiados sudaneses após o início da guerra no Sudão, o filme acompanha a jovem Nafisa numa aldeia dividida entre tradição e modernidade, num retrato luminoso de identidade, futuro e reconstrução.

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Com 97 filmes de 62 países, a estreia do Doha Film Festival afirmou um rumo claro: dialogar com o mundo sem perder o foco na formação de uma voz artística própria. O evento mostrou ambição, consistência e um desejo real de se tornar plataforma para novas gerações de cineastas — tanto no Golfo como além dele. Uma primeira edição com fôlego de festival veterano, capaz de equilibrar política, memória, experimentação e emoção com uma confiança rara para um começo.

Jenna Ortega Lança Aviso Sobre a IA em Marrakech: “Abrimos a Caixa de Pandora — e Há Coisas Que um Computador Nunca Vai Conseguir Fazer”

Subtítulo: Na conferência de imprensa do festival, a actriz de Wednesday e Bong Joon Ho alertam para os riscos da inteligência artificial no cinema, enquanto Celine Song dispara um contundente “fuck AI” e Anya Taylor-Joy pede mais ouvido e menos gritaria.

O Festival de Cinema de Marrakech tornou-se, este fim-de-semana, palco de um dos debates mais quentes da actualidade: o impacto da inteligência artificial na criação artística. E foi Jenna Ortega, membro do júri e protagonista de Wednesday, quem tomou a dianteira na discussão, avisando que a evolução da IA pode ser “profundamente assustadora” para o cinema e para o mundo.

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Sentada ao lado do presidente do júri, Bong Joon Ho, Ortega não disfarçou o receio: “Quando olhamos para a história da humanidade, percebemos que temos tendência para ir sempre longe demais. É muito fácil ter medo — eu tenho — desta incerteza profunda.” Para a actriz, a introdução acelerada da IA na produção audiovisual parece mesmo um daqueles momentos irreversíveis: “Sinto que abrimos a Caixa de Pandora.”

Apesar disso, Ortega acredita que estas fases turbulentas podem despertar uma nova vitalidade entre artistas. “Tempos difíceis forçam-nos a falar mais, a agir mais e a proteger o que é nosso. Acredito e quero acreditar que estamos a caminhar para isso.” Mas sublinha um ponto essencial: a alma humana não se copia. “Há beleza na dificuldade e há beleza no erro. Um computador não consegue isso. Um computador não tem alma.”

Ortega acrescentou ainda uma provocação curiosa: deseja que a IA atinja um ponto de saturação tal que funcione como “comida de plástico para a mente”. Algo que o público consome até se sentir mal — e que só assim volte a apreciar o que é humano, imperfeito, real.

Bong Joon Ho concordou e ampliou a reflexão, dizendo que esta pode ser uma oportunidade inesperada: “É talvez a primeira vez que a humanidade se obriga a pensar seriamente sobre o que só os humanos conseguem fazer.” Depois, num piscar de olho ao público, rematou com humor: “Mas, pessoalmente, vou organizar um esquadrão militar cuja missão é destruir a IA em todo o mundo.”

A conferência não ficou por aqui. Celine Song, realizadora de Past Lives, deixou o comentário mais incisivo (e certamente o mais citado): “Para citar o Guillermo del Toro, que estará aqui em breve: fuck AI.” A cineasta afirmou que a tecnologia “está a colonizar o nosso modo de ver imagens e sons” e que representa uma ameaça directa à própria essência da criação artística. “Estamos aqui para defender a humanidade. A IA tenta infiltrar-se no que torna a vida bonita e difícil. E por isso digo, profunda e nada educadamente, fuck AI.”

Anya Taylor-Joy, também jurada, desviou a conversa para outro tema, mas com igual pertinência: a importância de ouvir. Questionada sobre o papel de avaliar colegas de profissão, a actriz refletiu sobre o ruído constante do mundo actual. “Vivemos numa era em que se valoriza quem grita mais alto. Esquecemo-nos de pensar criticamente. O silêncio, mesmo desconfortável, ensina-nos a ouvir. E neste momento, na arte e na vida, precisamos mais de escutar do que de gritar por cima dos outros.”

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O festival, que decorre até 6 de Dezembro, arrancou com a exibição de Dead Man’s Wire, de Gus Van Sant, e apresenta este ano uma competição oficial composta por 14 filmes de realizadores emergentes. Entre homenagens a Jodie Foster e Guillermo del Toro, conversas com Kleber Mendonça Filho, Bill Kramer e Laurence Fishburne, além de novas obras como A Private LifeFrankensteinHamnet ou Palestine 36, Marrakech reforça o seu papel como ponto de encontro global para discutir não só o cinema, mas também o futuro — e os perigos — da própria criação artística.

Julia Roberts Comemora os 21 Anos dos Gémeos Hazel e Phinnaeus: “Foram de 1 para 21 Num Piscar de Olhos”

julia roberts na netflix


A actriz partilhou uma fotografia ternurenta dos filhos em bebés e deixou uma mensagem emotiva para assinalar o aniversário — um momento que fez vibrar fãs e colegas de Hollywood.

Julia Roberts assinalou esta sexta-feira um marco especial na sua vida familiar: os 21 anos dos seus gémeos, Hazel e Phinnaeus Moder. A actriz, vencedora de um Óscar e uma das figuras mais queridas de Hollywood, recorreu ao Instagram para celebrar a data com uma fotografia daquelas que só as mães guardam no lugar mais protegido do telemóvel — um retrato irresistível dos dois quando ainda eram bebés, lado a lado em cadeiras altas.

Na legenda, Roberts escreveu uma mensagem simples mas carregada de ternura e incredulidade perante a passagem do tempo: “Estes transformadores de vida, ampliadores de ❤️, antes eram 1 e agora são 21! Isso foi rápido 😭 Feliz Aniversário, meus queridos 🎉💥⚡🎁”. O registo não demorou a conquistar fãs e amigos, muitos deles também surpreendidos por perceber que os bebés que julgavam ter visto “ontem” já são oficialmente adultos.

Hazel e Phinnaeus, nascidos em 2004, são fruto do casamento de Roberts com o director de fotografia Danny Moder, com quem mantém uma das relações mais sólidas de Hollywood desde 2002. O casal tem ainda um terceiro filho, Henry, actualmente com 18 anos. Apesar de ser uma das maiores estrelas do cinema, a actriz sempre protegeu ferozmente a privacidade da família, o que torna estas raras partilhas especialmente apreciadas pelo público.

Recentemente, Julia Roberts voltou a pisar a passadeira vermelha com o elenco de After the Hunt, onde contracena com Ayo Edebiri e Andrew Garfield. O filme foi apresentado no BFI London Film Festival e marcou mais um capítulo no regresso sólido da actriz a papéis dramáticos de peso, aqueles que cimentaram o seu estatuto desde Erin Brockovich.

Mas, pelo menos por um dia, a carreira fica em segundo plano. A protagonista de Pretty Woman não estava a falar de cinema — estava a celebrar os “game changers” da sua vida. E, para muitos seguidores, não há prémio nem estreia que supere a honestidade e o carinho desse momento.

Guy Pearce em Nova Polémica: Actor Pede Desculpa Após Partilhar Conteúdos Antissemitas nas Redes Sociais

Entre a defesa pública da causa palestiniana e a disseminação involuntária de teorias conspirativas, o actor reconhece o erro, recua das redes sociais e enfrenta novo escrutínio da indústria.

Guy Pearce volta ao centro de uma tempestade mediática — e, mais uma vez, por algo que aconteceu fora dos ecrãs. O actor australiano, nomeado aos Óscares este ano por The Brutalist, pediu desculpa após partilhar conteúdos antissemitas e teorias conspirativas enquanto manifestava apoio à Palestina. As publicações, feitas em diferentes plataformas, incluíam material proveniente de figuras e grupos da extrema-direita, bem como afirmações comprovadamente falsas sobre a autoria de ataques terroristas e sobre a indústria pornográfica.

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Segundo o Jewish News, Pearce partilhou, entre outros exemplos, vídeos com Nick Fuentes — activista da supremacia branca — e conteúdos que atribuíam ataques como o 11 de Setembro ao governo israelita, além de alegações infundadas sobre proprietários judeus de empresas de pornografia. Noutras publicações, provenientes de contas com nomes como Corefitnessbynaz2, surgiam textos que misturavam críticas políticas a Israel com generalizações perigosas, insinuando ligações entre judeus, casinos de Las Vegas e corrupção.

Quando confrontado pelo Jewish News, Pearce reconheceu imediatamente o erro: “Foi-me chamado à atenção que, no meu apoio à Palestina, recompilei artigos e declarações que continham desinformação e falsidades. Estou profundamente arrependido. Partilhar conteúdo inexacto causa confusão e sofrimento; serei, daqui em diante, muito mais rigoroso na verificação de tudo o que divulgo.”

A resposta pública continuou no sábado, quando o actor anunciou que se afastaria temporariamente das redes sociais para evitar “mais danos, confusão ou feridas causadas inadvertidamente”. A decisão surge numa altura em que o escrutínio sobre figuras públicas é cada vez mais imediato — especialmente quando o debate sobre Israel e Palestina continua altamente polarizado.

Pearce tem sido vocal no seu apoio à causa palestiniana. No último ano, esse posicionamento tornou-se parte da sua imagem pública: no Festival de Cannes, usou um pin com a bandeira da Palestina — removido digitalmente de uma fotografia pela Vanity Fair France, acto que gerou indignação e levou o actor a acusar a publicação de tentar apagar sinais de solidariedade num momento de dor colectiva. Durante os Óscares de 2024, voltou a marcar posição com um pin representando uma pomba com a inscrição “Free Palestine”.

Apesar disso, a Campaign Against Antisemitism alerta para um padrão preocupante. Em comunicado, a organização admite que a desculpa é “um passo na direcção certa”, mas lembra que o actor tem “um histórico prolongado” de amplificar teorias antissemitas. Para o grupo, o que realmente importa agora é a mudança de comportamento — e como agentes, estúdios e parceiros comerciais interpretarão este momento. “A indústria estará atenta. É preciso avaliar se Guy Pearce demonstra, através de acções e não só de palavras, que é alguém com quem é responsável associar-se.”

Esta controvérsia não surge isolada. Em 2023, Pearce já tinha sido criticado por comentários nas redes sociais sobre a presença de actores trans em papéis trans. Na altura, também recuou, apagou as publicações e admitiu que tinha escolhido mal o espaço para discutir um tema sensível: “Não foi uma boa ideia levantar questões sobre identidade de género no casting através do Twitter. O meu objectivo era falar da definição de ‘actor’, mas vejo agora como isso soou insensível. Peço desculpa.”

Com a sucessão de episódios, a imagem pública de Pearce encontra-se numa zona delicada. Embora o actor tenha mostrado disponibilidade para admitir erros e corrigir rumo, a repetição de polémicas relacionadas com discursos sensíveis nas redes sociais levanta questões sobre responsabilidade e impacto — não só para a sua carreira, mas também para as causas que procura apoiar.

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Afastar-se temporariamente das plataformas digitais pode ser, para já, o gesto mais prudente. Resta saber se o tempo longe dos holofotes virtuais permitirá ao actor reconstruir a confiança do público e da indústria, num momento em que cada partilha, cada clique e cada frase escrita online carrega um peso que vai muito além de simples opinião pessoal.

A Sombra de “Midas Man”: Produtor Kevin Proctor Condenado por Perseguição e Actriz Nicola Holt Vive Agora em “Paranoia Constante”

A actriz britânica rompe o silêncio sobre o período em que foi seguida, vigiada e alvo de um dispositivo de localização — um caso que expõe, mais uma vez, os perigos do “nice guy trap” dentro da indústria audiovisual.

A indústria do entretenimento continua a produzir histórias perturbadoras fora das câmaras — algumas tão tensas quanto os thrillers que chegam ao ecrã. A mais recente envolve Kevin Proctor, produtor britânico ligado ao atribulado biopic Midas Man e com créditos em Star Wars: The Last Jedi, que foi condenado por perseguir a actriz e modelo Nicola Holt.

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Proctor, de 47 anos, admitiu em tribunal o crime de stalking e recebeu uma ordem de restrição de 12 meses e uma multa de 505 libras. Não é o tipo de manchete que se espera associar a alguém com carreira consolidada no audiovisual britânico — mas é exactamente essa posição de poder que Holt diz ter sido usada de forma manipuladora e perigosa.

Um relacionamento profissional que se tornou pessoal… e depois ameaçador

Nicola Holt, conhecida por participações em HollyoaksViewpoint e Emmerdale, revelou ao Deadline que tudo começou de forma aparentemente inocente: mensagens trocadas durante a pandemia, depois algum trabalho pontual para Proctor — nomeadamente no documentário The Never Ending Murder, coproduzido pelo estúdio do produtor, e mais tarde no seu filme Lapushka!.

A relação evoluiu para algo romântico, mas terminou abruptamente quando Holt descobriu que Proctor tinha namorada. Mesmo depois disso, os dois continuaram a falar sobre projectos, até que, segundo a actriz, o comportamento dele mudou de forma preocupante após ela iniciar outro relacionamento em 2024.

O que se seguiu parecia saído de um argumento de suspense psicológico. Aos poucos, Holt começou a reparar que o carro de Proctor surgia vezes demais nos sítios errados: primeiro, perto da sua casa, depois noutros locais onde ela passava, inclusive num empreendimento ainda em construção onde não havia qualquer motivo para ele estar. A coincidência tornou-se inquietação, e a inquietação transformou-se em medo real. Poucos dias depois, um pneu do veículo que a actriz usava foi cortado — nunca ficou provado que tivesse ligação ao caso, mas o episódio ajudou a alimentar a sensação de que algo se estava a mover nas sombras.

O ponto de ruptura chegou a 28 de Junho de 2024, quando Holt encontrou um dispositivo de rastreamento escondido atrás da chapa de matrícula do carro do companheiro — o carro que ela própria conduzia porque o seu tinha avariado. O impacto foi imediato: o coração disparou, as mãos começaram a tremer, e as lágrimas surgiram sem controlo. “Arranquei o rastreador e fui para o carro. Chorei o caminho todo até à esquadra”, contou.

O rastreador: instruções dadas, execução delegada

Em tribunal, a defesa de Proctor admitiu que o produtor contratou um investigador privado para colocar o rastreador no carro. Não o fez com as próprias mãos — mas fê-lo acontecer. E isso, para Holt, muda tudo.

O caso foi considerado suficientemente grave para justificar a ordem de restrição. Para Proctor, a defesa alegou que o episódio foi “isolado” e “fora do carácter”, relacionando as suas decisões erráticas com o seu diagnóstico de autismo. Além disso, argumentou que o produtor viu a sua reputação ruir e que actualmente trabalha numa fábrica de congelados, vivendo com os pais.

Mas para Holt, as consequências continuam bem presentes: “A minha paranóia está mesmo elevada”, confessou. “Ver um carro estranho à porta já me deixa em alvoroço.” No seu depoimento, afirmou não se sentir segura na própria casa — “uma violação total”, disse.

A actriz foi clara sobre o que pretende ao falar publicamente: impedir que outras mulheres caiam no “nice guy trap”. “Quero que outras mulheres saibam do que ele é capaz. Não quero vê-lo de novo numa posição de poder dentro da indústria.”

O impacto na carreira de Proctor e o historial de projectos

Kevin Proctor esteve envolvido em fases iniciais da produção de Midas Man, filme que enfrentou um percurso atribulado até chegar ao grande ecrã — e onde o seu nome acabou por não constar nos créditos finais. A sua carreira inclui ainda trabalhos em CordeliaFunny Cow e funções de coordenação de produção em Star Wars: The Last Jedi.

Mas a gravidade deste caso e a admissão de culpa parecem ter fechado várias portas no sector — algo que a defesa sublinhou. Ainda assim, Holt lembra que, no fim das contas, as consequências que ele vive agora não apagam o medo e a insegurança que ela continua a sentir diariamente.

Num momento em que a indústria audiovisual tenta reparar desequilíbrios e proteger trabalhadores vulneráveis, este caso adiciona mais um alerta vermelho. Um lembrete de que o perigo, muitas vezes, não vem de figuras temíveis ou agressivas — mas de quem se apresenta como “amigo”, “mentor” ou “boa pessoa”.

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E é, infelizmente, esse disfarce que torna estas histórias tão inquietantes.

Johnny Depp Recorda os Anos com Vanessa Paradis e Reaparece em Tóquio com Nova Exposição — e Dois Filmes Marcados para 2026

O actor norte-americano fala de “felicidade pura” ao lembrar a vida com Vanessa Paradis, inaugura uma exposição no Japão e prepara o regresso ao grande ecrã com dois novos projectos.

Johnny Depp voltou a ser notícia no Japão, não por polémicas nem por tribunais, mas pela arte e pelas memórias de uma época que descreve como “o verdadeiro paraíso”. Em entrevista à AFP, concedida em Tóquio, o actor de 62 anos recordou com evidente ternura os anos vividos ao lado de Vanessa Paradis — relação que marcou profundamente a sua vida pessoal e da qual nasceram Lily-Rose (1999) e Jack (2002).

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Depp falou sem hesitações: aqueles anos foram “o bonheur”, como refere o título do álbum Bliss, lançado por Paradis em 2000. Durante as digressões da cantora francesa, o actor teve tempo para viver algo que, segundo confessou, sempre desejara: ser apenas pai. “Vanessa fazia os seus concertos… e eu pude ser simplesmente pai durante todo esse período. Tenho apenas memórias incríveis dessa fase da minha vida”, declarou, visivelmente nostálgico.

Em Tóquio, um novo capítulo: a exposição “A Bunch of Stuff”

A visita do actor ao Japão deve-se à inauguração da exposição “A Bunch of Stuff”, que reúne cerca de 60 trabalhos de três décadas: desenhos, pintura, fotografia e outras formas de expressão que, para Depp, funcionam quase como uma necessidade vital.

“Não pretendo ser nada mais do que uma pessoa que pinta — nem sequer sou verdadeiramente pintor”, disse numa das sessões de imprensa. Mas, segundo o próprio, o que o move é o impulso criativo, a surpresa, aquilo que o faz sentir uma “descarga eléctrica”.

A criação artística, seja através da música, da interpretação ou da pintura, é para Depp uma urgência absoluta: “É o meu único verdadeiro impulso constante. Caso contrário, o meu cérebro explode.”

A exposição chega a Tóquio depois de ter passado por Nova Iorque, e segue o sucesso da sua colecção britânica Friends and Heroes (2022), cujos exemplares se esgotaram em poucas horas e renderam três milhões de libras esterlinas.

Depois de “Modi”, dois filmes para 2026

Após a realização de Modi (2024), o biopic sobre Amedeo Modigliani, Johnny Depp prepara agora o regresso mais sólido à representação. Estão previstos dois filmes para 2026:

  • “Day Drinker”, realizado por Marc Webb, onde interpreta um barman. A primeira imagem divulgada pela Lionsgate revelou um Depp de cabelo grisalho, ao lado da amiga Penélope Cruz.
  • “Ebenezer”, uma reinvenção moderna do clássico A Christmas Carol, em que Depp terá novamente um dos papéis de destaque.

Estes projectos surgem depois de vários anos marcados por processos judiciais relacionados com alegações de violência doméstica — um capítulo que originou dois julgamentos mediáticos, um perdido no Reino Unido e outro vencido nos Estados Unidos contra Amber Heard. O impacto destes processos conduziu ao seu afastamento da saga Os Animais Fantásticos, embora tenha regressado ao cinema com Jeanne du Barry, filme de abertura do Festival de Cannes em 2023.

A imagem pública continua dividida — mas o interesse permanece

Apesar de se ter afastado durante algum tempo das grandes produções de Hollywood, Johnny Depp mantém uma presença internacional sólida — especialmente na Europa e no Japão, onde continua a ser recebido com entusiasmo. Ainda assim, nos Estados Unidos, a figura do actor permanece controversa, muito por causa do contexto #MeToo que envolveu os seus processos judiciais.

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Entre memórias felizes, uma nova exposição e uma anunciada fase de regresso às câmaras, Depp parece determinado a recentrar a sua carreira na arte e nos projectos pessoais. E, para já, Tóquio dá-lhe palco para isso mesmo.

Chloé Zhao Quer Eternals 2 — Mas Admite Que o Futuro dos Heróis Está Cada Vez Mais Incerto

Chloé Zhao continua a defender Eternals com a mesma convicção com que o realizou. Apesar da receção crítica pouco simpática e do desempenho comercial aquém das expectativas, a cineasta afirma que adoraria regressar para uma sequela. No entanto, reconhece que o futuro dos heróis está envolto em incerteza — especialmente agora que a Marvel Studios procura focar-se em apostas seguras, depois de vários projectos recentes terem falhado em conquistar o público.

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Em entrevista ao ScreenRant, Zhao reafirmou que acredita profundamente na visão que criou e na forma como os Eternals reinterpretam mitos antigos através da lente do cinema de super-heróis. “Este tipo de mito existe por uma razão, e estes filmes são uma versão moderna disso para mim. Por isso, adoraria trazê-los de volta e continuar a discutir o mundo em que vivemos. Tenho muito orgulho do filme.”

A realizadora revelou ainda qual seria o foco principal de um eventual Eternals 2: o Julgamento da Humanidade, prometido pelo Celestial Arishem no final do primeiro filme. Nas suas palavras, a sequela exploraria um “panteão de deuses a discutir a natureza da humanidade e, em última análise, o seu julgamento”. Zhao descreve o conceito como uma reflexão filosófica sobre empatia, bondade e o lugar da humanidade no cosmos — uma abordagem que a realizadora acredita que vale a pena aprofundar.

O peso do fracasso crítico

Apesar da ambição temática, Eternals ficou marcado por um dado pouco invejável: foi o primeiro filme da Marvel a receber classificação “Rotten” no Rotten Tomatoes, estatuto que agora partilha com Ant-Man and the Wasp: Quantumania e Captain America: Brave New World. O impacto deste fracasso fez-se sentir não apenas no estúdio, mas também no elenco.

Kumail Nanjiani, que interpretou Kingo, revelou recentemente que procurou apoio psicológico após a receção extremamente negativa, depois de lhe terem sido prometidos “seis filmes, um videojogo e até uma atração de parque temático”. A realidade foi bem diferente — e é improvável que a Marvel regresse tão cedo a esse núcleo de personagens.

Kevin Feige já confirmou que “não há planos imediatos para Eternals 2”, e a estratégia actual da Marvel passa por títulos com maior probabilidade de mobilizar o público, como Spider-Man e os futuros filmes dos Avengers.

Pontas soltas que dificilmente serão resolvidas

O filme de Zhao deixou várias perguntas em aberto dentro do MCU: o desaparecimento de Sersi, a ascensão de Arishem, o destino dos Eternals dispersos e, claro, o que significaria realmente o Julgamento. Para já, tudo indica que estas narrativas ficarão suspensas — ou talvez sejam absorvidas mais tarde, em projectos de maior escala.

E quanto ao eterno elefante na sala? Harry Styles, cuja participação como Eros no final do filme levantou expectativas sobre o regresso da personagem? Nada indica que o veremos num futuro próximo — e Zhao evitou comprometer-se, reconhecendo apenas que “adoraria voltar a trabalhar com toda a equipa”.

Zhao segue em frente — mesmo sem a Marvel

Enquanto o futuro dos Eternals fica no congelador, Chloé Zhao não abranda o ritmo. Esta semana estreia Hamnet, o seu novo filme com Paul Mescal e Jessie Buckley. Para o próximo ano, prepara-se ainda para a estreia do reboot de Buffy the Vampire Slayer, um projecto que promete atrair atenção por motivos muito diferentes.

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Se Eternals 2 nunca acontecer, Zhao deixa claro que não será por falta de vontade — mas sim por um MCU que, neste momento, olha mais para bilheteiras garantidas do que para riscos filosóficos e narrativos.

“Avengers: Doomsday”: Kelsey Grammer Pode Ter Revelado Mais do Que Devia — e a Internet Já Está em Chamas

O segredo é a alma do negócio — pelo menos na Marvel Studios —, mas há actores que, mesmo sem querer, insistem em deixar o véu cair. Desta vez, quem acendeu o rastilho foi Kelsey Grammer, o intérprete da Besta em The Marvels, que partilhou detalhes suficientes para entusiasmar os fãs… e provavelmente causar dores de cabeça aos executivos de Kevin Feige.

Num comentário aparentemente inocente, Grammer revelou com quem contracenou durante as filmagens de Avengers: Doomsday, descrevendo a experiência como divertida e inesperada. O problema? Entre os nomes mencionados estavam Chris Hemsworth e Robert Downey Jr. — que regressaria como Doctor Doom, segundo a descrição do próprio actor, algo que o estúdio nunca confirmou oficialmente.

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Se tudo isto estiver correcto, a presença da Besta em cenas partilhadas com estas figuras sugere que o seu papel pode ser mais relevante do que se imaginava, e que o filme terá uma fusão intensa de personagens de múltiplos universos.

Uma Confirmação Acidental?

Ainda mais revelador foi o momento em que Grammer confirmou publicamente que a Besta surge em cenas com Mr. Fantastic, líder do Quarteto Fantástico. Esta pequena afirmação actua como uma enorme peça do puzzle:

— significa que mutantes, Vingadores e Quarteto Fantástico estarão não só no mesmo filme, mas a interagir directamente,

— e reforça a ideia de que Doomsday será a convergência definitiva dos universos que a Marvel tem vindo a preparar desde LokiNo Way Home e Multiverse of Madness.

Embora Grammer tenha tentado minimizar o impacto dos seus comentários, para os fãs não há dúvidas: são pistas claras de que o Multiverso não está apenas a expandir-se — está a colidir.

Alan Cumming Adiciona Mais Fogo à Conversa

Para alimentar ainda mais a especulação, Alan Cumming, o icónico Nightcrawler da saga original dos X-Men, revelou numa entrevista que filmou uma cena de luta contra Pedro Pascal. A confirmar-se, isto abre novas possibilidades: Pascal, cujo papel ainda não foi oficialmente anunciado, pode estar ligado ao Quarteto Fantástico, ao universo mutante ou até servir de ponte entre equipas rivais.

A junção destas revelações, tanto de Grammer como de Cumming, conduziu os fãs a uma teoria irresistível: um confronto directo entre X-Men e Quarteto Fantástico — algo que a Marvel Comics explorou várias vezes ao longo das décadas, com confrontos épicos envolvendo poderes, ideologias e rivalidades profundas.

Se há filme capaz de trazer isto ao grande ecrã, é precisamente Avengers: Doomsday, anunciado como o mais ambicioso evento desde Endgame.

O Que Tudo Isto Significa para o Futuro da Marvel?

Com o regresso de personagens clássicos, a introdução de novas interpretações e uma teia narrativa que parece envolver todos os universos já mostrados no cinema, Doomsday está a transformar-se no projecto mais imprevisível da fase actual da Marvel.

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O silêncio oficial sobre o elenco e a história contrasta fortemente com estas fugas de informação involuntárias. Mas se há algo que já se pode afirmar com segurança é isto:

— o filme promete o maior cruzamento de personagens desde 2019;

— poderá trazer de volta figuras inesperadas;

— e abre a porta ao início formal dos X-Men no MCU, não apenas como cameo, mas como força narrativa central.

Até onde vai esta fusão multiversal? Só em 2026 — ou antes, através de mais um deslize acidental — poderemos saber.

Miles Caton: A Voz-Revelação de Sinners e o Momento Musical Que Está a Marcar o Cinema de 2025

Há raros momentos no cinema em que tudo parece alinhar-se: a história, a música, a realização e, sobretudo, uma performance que nos atravessa como se nos conhecesse por dentro. Em Sinners, o thriller vampiresco-musical de Ryan Coogler que se tornou um fenómeno global, esse momento tem nome e protagonista: Miles Caton, o jovem de 20 anos cuja voz faz vibrar o filme — e todo o público — com uma intensidade quase sobrenatural.

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O centro dessa explosão emocional está na cena em que Sammie, a personagem interpretada por Caton, entra em palco num juke joint em Nova Orleães para cantar “I Lied To You”. É um momento que começa com blues e termina numa verdadeira celebração trans-temporal, onde guitarras eléctricas, batidas, artistas de várias épocas e danças de diferentes culturas convergem num só gesto de comunidade. É o tipo de cena que imediatamente entra para a história do cinema musical — e que agora vale ao actor seis nomeações para os Grammy.

Uma Voz Que “Atravessa Espaço e Tempo”

Quando Caton leu o guião pela primeira vez, a sequência ainda não tinha música. Apenas a promessa de um momento que teria de ser suficientemente forte para cruzar passado e futuro. Foi só ao chegar ao set, em Nova Orleães, que Ludwig Göransson — o compositor vencedor do Óscar — lhe mostrou os primeiros acordes que havia criado com Raphael Saadiq. Sem letra, sem contexto, apenas a espinha dorsal do que viria a ser uma das músicas do ano.

Meses depois, quando finalmente ouviu o tema completo, a reacção foi imediata: “Sim, isto vai ser muito bom.”

O público confirmou. Sinners tornou-se um sucesso absoluto, ultrapassou os 360 milhões de dólares de bilheteira e conquistou um estatuto quase instantâneo de culto. Sete meses depois da estreia, por altura do Halloween, Caton foi recebido numa sessão especial do filme em Londres rodeado de dezenas de fãs mascarados de Sammie, Smoke e Stack. Nada mais simbólico para um filme que combina vampiros, blues e explosão cultural.

De Viral Aos 12 Anos a Estrela Internacional

A história de Caton tem os contornos perfeitos de uma descoberta improvável. Aos 12 anos, um vídeo seu a cantar “Feeling Good”, de Nina Simone, tornou-se viral — e acabou por ser usado no vídeo de abertura do single “4:44” de Jay-Z. Não tardou até pisar palcos gigantes como corista da cantora H.E.R., onde passou a adolescência em digressão.

Quando essa fase terminou, regressou a casa, num intervalo inesperado da vida: “Estava a trabalhar em música, mas estava só… a existir.” Foi nesse momento suspenso que recebeu a chamada para audition de Sinners. E, surpreendentemente, conseguiu o papel — logo no seu primeiro trabalho como actor.

A ligação com Sammie surgiu de imediato. “Tínhamos a mesma idade, a mesma fome de fazer mais, de ir mais longe.”Mas havia algo que Caton precisava de aprender: blues. Ryan Coogler, determinado a dar autenticidade ao filme, deu-lhe uma playlist de “lição intensiva” com Charley Patton, Buddy Guy e outros gigantes do género. O estudo deu frutos — e o público sentiu isso.

Aprender a Tocar Como um Bluesman

Embora a sua voz parecesse ter sido criada para o blues, tocar guitarra não estava no repertório de Caton. Quando lhe disseram que teria de aprender a tocar uma resonator guitar — um instrumento metálico usado no blues tradicional — nem sequer sabia o que era.

E, para complicar, a produção enviou-lhe, por engano, uma lap steel guitar, tocada de forma horizontal.

A reacção foi honesta: “Ups. Estou tramado.”

Depois de corrigido o erro, dedicou-se completamente. “Se me concentrar e praticar como deve ser, consigo aproximar-me.” A disciplina valeu a pena: hoje, muitos fãs perguntam se é realmente ele a tocar — e a surpresa é genuína quando descobrem que sim.

Do Momento Musical à Poética Final

Além de cantar “I Lied to You”, Caton foi convidado a escrever a canção dos créditos finais, “Last Time (I Seen The Sun)”, ao lado de Göransson e Alice Smith. O ponto de partida para a composição foi uma cena comovente do filme: um Sammie idoso, a recordar a noite em que tudo mudou — uma memória tão luminosa quanto trágica.

Essa ideia — a de que momentos perfeitos podem ser esmagados pelo destino — guiou a escrita. “Precisávamos de algo que resumisse o filme e que, ao mesmo tempo, fosse universal. A sensação de dar tudo, porque nenhum dia está garantido.”

Um Fenómeno Que Está Só a Começar

Com nomeações aos Grammy, aclamação crítica e um futuro que parece abrir-se à sua frente, Miles Caton sabe que está num daqueles raros momentos em que tudo muda. Mas continua a ter os pés assentes no chão: “Gosto de estar em casa. Sou caseiro. Mas quando trabalho no que amo, não parece trabalho.”

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A verdade é simples: há actores que crescem para os papéis. E depois há aqueles que parecem nascer com eles. Miles Caton, em Sinners, pertence à segunda categoria — e o cinema nunca mais será o mesmo depois de o ouvir cantar.

Macaulay Culkin Abre a Porta a Novo Sozinho em Casa — e Já Tem Ideia Para o Filme

Mais de trinta anos depois de ter entrado para a história como Kevin McCallister, Macaulay Culkin admite que poderia voltar a Sozinho em Casa. Não é uma confirmação oficial, longe disso, mas é o suficiente para acender o imaginário dos fãs que há décadas esperam um regresso digno à saga que marcou o cinema natalício para sempre.

Durante a mais recente sessão do seu evento A Nostalgic Night with Macaulay Culkin, o actor falou sobre a possibilidade de revisitar o papel que o transformou numa das maiores estrelas infantis dos anos 90. Com humor e algum cuidado, disse que “não estaria completamente alérgico” à ideia — uma forma elegante de dizer que não fecha a porta, desde que o projecto seja tratado com a seriedade e a criatividade que a nostalgia merece.

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Culkin sabe bem o peso desse legado. Depois de se afastar de Hollywood ainda adolescente, foi regressando aos poucos, sempre com inteligência e ironia, participando em pequenos projectos e até recriando cenas de Sozinho em Casa em anúncios do Google que rapidamente se tornaram virais. Mas desta vez, o actor foi um pouco mais longe: não só admitiu abertura para o regresso, como partilhou a sua própria ideia para um possível novo filme.

Segundo a descrição citada pela Variety, Culkin imagina Kevin McCallister já adulto, numa vida marcada pelas responsabilidades e pelas inevitáveis complicações da idade. “Eu tinha esta ideia: sou viúvo ou divorciado. Estou a criar um filho, a trabalhar imenso e não estou a prestar atenção suficiente”, explicou o actor. A tensão cresce entre pai e filho — e é aqui que a magia do conceito original renasce.

Na sua proposta, Kevin acaba trancado fora da própria casa, e o filho, magoado e cansado da falta de atenção, recusa-se a deixá-lo entrar. Pior: é o próprio miúdo a montar armadilhas contra ele, replicando e invertendo o legado das malandrices originais. É uma inversão inteligente da fórmula do filme de 1990, que poderia transformar-se numa comédia familiar com novas camadas emocionais: o miúdo que um dia defendeu a sua casa é agora o adulto que precisa de reconquistar a confiança do filho.

Para Culkin, nada disto é garantia de regresso. “Terá de ser perfeito,” reforçou, consciente de que o público não aceita uma sequela qualquer. Ainda assim, o simples facto de o actor revelar ideias próprias — e bem estruturadas — deixa claro que o imaginário de Kevin McCallister continua muito presente para ele.

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Depois de inúmeras tentativas falhadas de recuperar a magia dos originais, uma sequela protagonizada pelo próprio Culkin teria, no mínimo, algo que faltou às anteriores: autenticidade. E, quem sabe, o espírito caótico, doce e um pouco perigoso que só Kevin McCallister consegue trazer ao Natal.

A Nova Mega-Fábrica de Leonardo DiCaprio à Porta de Portugal: Um Investimento Que Promete Agitar a Península Ibérica

A poucos quilómetros da fronteira portuguesa, a Extremadura prepara-se para receber um dos maiores projectos tecnológicos da Europa. Trujillo, na província de Cáceres, foi escolhida para acolher uma fábrica de semicondutores de última geração da Diamond Foundry — a empresa norte-americana que tem Leonardo DiCaprio entre os seus investidores mais mediáticos. A dimensão do investimento, a inovação envolvida e o impacto económico esperado estão a transformar este anúncio num dos temas mais relevantes da indústria tecnológica ibérica.

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A decisão surge após aprovação do Conselho de Ministros espanhol, que deu luz verde a um plano que prevê 2.350 milhões de euros até 2029. Esta quantia avultada não serve apenas para erguer um complexo industrial de ponta: representa também uma estratégia nacional para posicionar Espanha — e em particular a Extremadura — como um novo pólo europeu na área da microelectrónica. Trata-se de um sector dominado por gigantes asiáticos e norte-americanos, e cuja relevância ficou evidente nos últimos anos, quando a escassez global de chips paralisou indústrias inteiras.

O impacto no emprego será igualmente significativo: cerca de 500 postos directos altamente qualificados e outros 1.600 indirectos, ligados à cadeia logística, à produção auxiliar e aos serviços que inevitavelmente crescerão à volta da fábrica. O envolvimento da SETT — Sociedade Espanhola para a Transformação Tecnológica — reforça a aposta estratégica: o organismo público ficará com 32% do capital, contribuindo com cerca de 752 milhões de euros. As projecções económicas também impressionam: estima-se que, só nos primeiros dez anos de actividade, a fábrica injete 2.150 milhões de euros no PIB espanhol.

Mas o que distingue verdadeiramente este projecto não é o volume de investimento — é a tecnologia. Trujillo será o primeiro local do mundo a produzir semicondutores com diamante monocristalino sintético como substrato. Este material, muito mais resistente que o silício tradicional, oferece vantagens decisivas em aplicações de alta exigência: temperaturas extremas, frequências elevadas, inteligência artificial, defesa, sistemas industriais avançados e automóveis eléctricos de nova geração. Para muitos especialistas, esta tecnologia poderá representar um salto evolutivo comparável ao que o silício significou há várias décadas.

A escolha da Extremadura, uma região historicamente distante dos grandes centros industriais, não é um acaso. Espanha tem vindo a canalizar políticas públicas para desconcentrar a produção tecnológica, aproveitando regiões com espaço, capacidade de expansão e ligação directa a Portugal, cuja proximidade geográfica poderá favorecer projectos conjuntos no futuro. O objectivo é claro: reduzir a dependência externa e criar autonomia num sector onde a Europa tem falhado repetidamente.

Ao mesmo tempo, o facto de Leonardo DiCaprio estar envolvido neste investimento acrescenta-lhe uma curiosidade inevitável — o actor é conhecido pelo seu activismo ambiental, e a Diamond Foundry destaca justamente a sustentabilidade do processo de produção de diamante sintético. No entanto, o que está realmente em jogo é algo muito maior do que uma manchete com um nome famoso: é o aparecimento de um novo centro tecnológico à escala europeia, potencialmente decisivo num mercado cada vez mais competitivo e estratégico.

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Para Portugal, a notícia não é indiferente. A poucos quilómetros da fronteira, uma das indústrias mais críticas do futuro está prestes a instalar-se, com potencial para atrair empresas associadas, investigação universitária, mobilidade laboral e oportunidades económicas que poderão atravessar a linha que separa os dois países. A Península Ibérica, tantas vezes vista como periférica em termos tecnológicos, pode estar a ganhar um novo ponto de influência — e este nasce com um brilho muito particular: o de milhões de euros… e o dos diamantes.

James Cameron Atira-se à Netflix: “Assim, Não Devia Concorrer aos Óscares”

James Cameron não é homem de meias palavras — e, desta vez, virou as baterias contra a Netflix. O lendário cineasta de AvatarTitanic e Exterminador Implacável afirmou que os filmes da plataforma não deviam poder competir pelo Óscar de Melhor Filme, a menos que respeitem uma verdadeira estreia cinematográfica. Para Cameron, a actual estratégia da empresa representa nada menos do que um “sistema podre”.

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A Plataforma Que Conquistou Hollywood… Mas Falha Sempre o Grande Prémio

Com mais de 300 milhões de subscritores globais, a Netflix já deixou a sua marca na indústria: atraiu realizadores de topo, investiu em projectos de grande escala, e transformou-se num dos gigantes culturais da era moderna. Mas há um troféu que continua a escapar — o Óscar de Melhor Filme.

Nos últimos anos, títulos como RomaO IrlandêsMankO Poder do CãoMaestroA Oeste Nada de Novo ou Emilia Perez chegaram perto, alguns até venceram outras categorias, mas nenhum conquistou o prémio maior.

A discussão reacendeu-se este ano, com três fortes candidatos da plataforma — FrankensteinSonhos e Comboios e Jay Kelly — todos lançados em salas de cinema por períodos mínimos, apenas o suficiente para garantir elegibilidade para os Óscares, antes de rumarem rapidamente ao streaming.

Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, foi claro: considera que a experiência de ir ao cinema é “uma ideia ultrapassada” e que o seu estúdio está, na verdade, a “salvar Hollywood”. Para muitos analistas, vencer o Óscar seria a validação final desta visão — a consagração de um novo modelo.

Cameron Não Poupa Nas Palavras: “Fundamentalmente Podre”

James Cameron, contudo, vê tudo isto com enorme desconfiança. Em conversa com o analista Matt Belloni, o cineasta reagiu também às notícias de que a Netflix está a tentar comprar a Warner Bros., competindo com a Paramount e com a Comcast.

A resposta foi directa:

“Acho que a Paramount é a melhor escolha. A Netflix seria um desastre. Desculpa, Ted, mas caramba.”

Recordou ainda que Sarandos defendeu publicamente que “os cinemas estão mortos”, algo que Cameron considera profundamente errado — e perigoso para o futuro do cinema como o entende.

Quando o jornalista sugeriu que Sarandos teria mudado de postura e prometido investir em estreias tradicionais caso adquirisse a Warner, Cameron soltou uma gargalhada.

“É para enganar parvos. ‘Vamos lançar o filme por uma semana ou dez dias e já está qualificado para os Óscares’. Por amor de Deus.”

Depois, endureceu ainda mais o discurso:

“Acho isso fundamentalmente podre. Os Óscares não significam nada para mim se não significarem cinema. Acho que foram cooptados, e isso é péssimo.”

A Posição de Cameron: Óscares Só Para Quem Respeita o Cinema

Questionado directamente sobre se a Netflix devia poder concorrer ao Óscar de Melhor Filme, Cameron disse que sim — mas apenas se alterar radicalmente a estratégia:

“Devem poder competir se lançarem o filme de forma significativa, em dois mil cinemas durante um mês.”

Para o realizador, não se trata de atacar o streaming, mas de defender o que acredita ser o coração da arte cinematográfica: a experiência colectiva, numa sala escura, com grande imagem e grande som — não uma estreia minimalista concebida apenas para cumprir burocracias.

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E assim, no meio da luta pelos estúdios de Hollywood e da corrida feroz aos Óscares, Cameron volta a colocar a velha questão no centro do debate: o que é, afinal, cinema?

E quem é que deve defini-lo?

Tom Cruise Celebra Amores Perros e o “Sueño Perro”: A Homenagem Surpreendente Que Reacende a Ligaçāo ao Cinema de Iñárritu

O cinema vive de memórias — das que preservamos e das que julgávamos perdidas. Foi precisamente essa ideia que pairou no ar quando Tom Cruise surgiu num vídeo a celebrar o 25.º aniversário de Amores Perros e a nova instalação artística de Alejandro G. Iñárritu, intitulada Sueño Perro. O momento, discreto mas carregado de significado, apanhou muitos de surpresa e reacendeu a discussão sobre o impacto duradouro do filme que, em 2000, mudou para sempre a paisagem do cinema latino-americano.

Uma Homenagem Inesperada, de Um Ícone a Outro

No vídeo partilhado por Iñárritu, e que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, Cruise recorda a primeira vez que viu Amores Perros. Fala com entusiasmo, quase com reverência, descrevendo-o como um “clássico absoluto” e confessando que revisitar o filme ainda hoje o deixa profundamente marcado. Não é todos os dias que vemos um dos maiores protagonistas do cinema de acção a prestar tributo a um drama urbano mexicano que se tornou símbolo de uma nova energia cinematográfica.

A homenagem serve também de convite: é o próprio Cruise que impulsiona as atenções para Sueño Perro, a instalação criada a partir de material nunca utilizado durante a montagem original do filme. E para quem o cinema significa mais do que apenas narrativa — para quem vê magia no celuloide, nos pedaços imperfeitos, no que ficou por contar — esta é uma oportunidade rara.

Sueño Perro: A Memória Oculta a Ganhar Corpo

Aberta ao público no espaço cultural LagoAlgo, na Cidade do México, a instalação mergulha o visitante numa experiência sensorial de luz, som e película recuperada. Iñárritu recolheu e restaurou material descartado há 25 anos: imagens cruas, fragmentadas, intensas. É como regressar ao caos controlado que deu origem ao filme — aquela mistura de violência, ternura, desespero e humanidade que fez de Amores Perros um fenómeno global.

Ao recuperar o que antes era apenas “resto de montagem”, Iñárritu transforma esses fragmentos em memória viva. Sueño Perro não é apenas uma exposição: é um reencontro com a alma do filme, um gesto artístico que resgata o passado para reactivá-lo no presente. E Cruise, com a sua homenagem, ajudou a amplificar esse gesto para o mundo inteiro.

Uma Nova Colaboração no Horizonte

O tributo não surge isolado — é também uma ponte para o futuro. Cruise e Iñárritu têm já um novo filme em marcha, uma comédia negra rodada em inglês e com estreia prevista para Outubro de 2026. Ao seu lado, o actor terá Sandra Hüller, John Goodman, Riz Ahmed e um elenco robusto que promete dar corpo a uma história envolta ainda em mistério.

A cinematografia ficará a cargo de Emmanuel Lubezki, colaborador habitual de Iñárritu, o que indica que podemos esperar algo esteticamente arrebatador — e possivelmente tão ousado quanto o próprio Amores Perros.

O Legado que Continua a Mexer com o Cinema

A homenagem de Tom Cruise não é um gesto promocional nem um simples cumprimento de circunstância. É o reconhecimento directo da força de um filme que redefiniu o storytelling no cinema contemporâneo, que pôs o México no mapa com brutalidade, poesia e coragem. É também um lembrete de que o cinema de Iñárritu permanece incontornável — inquieto, visceral, sempre a desafiar o espectador.

Ao celebrar o “Sueño Perro”, Cruise legitima o que muitos já sabiam: Amores Perros não envelheceu. Cresceu, transformou-se, espalhou raízes. E continua a inspirar tanto quem o viu em 2000 como quem o descobre pela primeira vez em 2025.

Se o futuro reserva um novo encontro artístico entre Cruise e Iñárritu, o presente deixa claro que esta relação criativa está mais forte do que nunca — alimentada pela memória, pelo respeito e pela vontade de continuar a fazer cinema que mexe connosco.