Gwyneth Paltrow Assume a “Reputação Gelada” — e Revela Porque a Imagem Pública Dói Mais do que Parece

Gwyneth Paltrow sempre foi um enigma para o público: ao mesmo tempo elegante e distante, admirada e alvo de críticas intensas, actriz vencedora de Óscar e empresária que polariza como poucas. Agora, numa entrevista profunda ao The Hollywood Reporter, a fundadora da Goop abriu um raro espaço de vulnerabilidade — e admitiu algo que muitos há décadas insinuam: a sua reputação “gelada” não é totalmente descabida.

Paltrow, que integra o elenco de Marty Supreme, novo filme de Josh Safdie protagonizado por Timothée Chalamet, reconhece que muito do que as pessoas projectam nela nasce das suas origens. Criada no Upper East Side, filha da actriz Blythe Danner e do realizador Bruce Paltrow, afilhada de Steven Spielberg, a actriz descreve-se como alguém com “raízes WASP, Mayflower, filiação na Daughters of the American Revolution” — um pedigree cultural que, segundo ela, não só moldou quem é, como alimentou críticas de elitismo desde o início da carreira.

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A actriz confessa que essas percepções, por vezes distorcidas, tiveram um peso inesperado na sua vida adulta. “É traumático estar à mercê das projecções dos outros quando não têm nada a ver com quem realmente és”, diz Paltrow. Como personalidade “Enneagram 1”, com tendência para a auto-exigência, a actriz sempre sentiu necessidade de corrigir o que considera mal-entendidos injustos — até perceber que isso era uma batalha perdida.

Hoje, trabalha esse desconforto em terapia. O conceito central tem um nome curioso: “evil shadow”, uma parte sombria da psique onde vive a raiva reprimida. Para Paltrow, aprender a aceder a esse espaço é uma forma de libertação. “Quando entro nessa energia, deixo de me preocupar com as percepções erradas. Há liberdade nisso”, afirma. A actriz tenta agora trocar a reacção automática de defesa por uma atitude mais crua e honesta: “Não me interessa.”

A sua reputação, claro, não caiu do céu. Biografias e perfis têm descrito Paltrow como uma figura “fria”, “distante” e até comparável a Anna Wintour pela postura austera. A autora Amy Odell, que entrevistou mais de 200 pessoas para a biografia Gwyneth, afirma que o público que a vê nos talk shows não imagina a versão mais incisiva, crítica e selectiva que muitos dizem ter conhecido nos bastidores. Mas Odell também sublinha o que a torna tão fascinante: a rara combinação entre talento, controlo, presença pública e uma herança emocional complexa herdada dos pais.

Paltrow reconhece que a viragem na opinião pública aconteceu em 2008, quando lançou a primeira newsletter da Goop. Num pré-Instagram, pré-Substack, pré-tudo, a actriz foi rapidamente acusada de pretensão por algo tão simples quanto partilhar conselhos de bem-estar. “As pessoas pensaram: ‘O que é que ela está a fazer? Isto é estranho’. E isso destabilizou a caixa onde sempre me quiseram colocar”, recorda.

Apesar do barulho, a actriz diz ter chegado finalmente à fase de “ignorar o ruído” — algo que tenta transmitir aos filhos, Apple e Moses, e aos enteados do marido Brad Falchuk. “Passei anos a tentar agradar. Não quero isso para eles. Quero que sejam plenamente eles próprios e que não queiram saber do que os outros pensam.”

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A imagem pública de Gwyneth Paltrow pode continuar marcada pela ideia de frieza — mas, ironicamente, é difícil imaginar uma entrevista mais calorosa, honesta e emocional do que esta. Por trás do mito da estrela “inalcançável”, talvez sempre tenha estado alguém apenas a tentar respirar à sua maneira.

Scarlett Johansson em Conversações para The Batman Part II: A Estrela Pode Estar Prestes a Entrar no Universo de Matt Reeves

A carreira de Scarlett Johansson atravessa um dos momentos mais impressionantes das últimas décadas — e isso é dizer muito para uma actriz que já foi nomeada duas vezes ao Óscar e que protagonizou alguns dos maiores fenómenos do cinema recente. Este verão brilhou em Jurassic World: Rebirth, prepara-se para conquistar o circuito de festivais com Eleanor The Great, e em 2025 liderará o novo The Exorcist de Mike Flanagan. Agora, segundo o Deadline, a actriz está em negociações finais para integrar The Batman Part II, de Matt Reeves, numa potencial estreia no universo da DC que está a incendiar a internet.

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As informações ainda estão envoltas em sigilo — não se sabe em que ponto estão as negociações nem qual seria a personagem destinada a Johansson — mas há algo que já parece claro: Reeves quer uma presença de peso ao lado de Robert Pattinson, que regressa como Bruce Wayne/Batman nesta sequela tão aguardada. A escolha faz sentido. Johansson tem experiência sólida em adaptações de banda desenhada, depois de ter participado em oito filmes do MCU, entre Iron Man 2 e Black Widow. Domina o registo físico, dramático e simbólico destas personagens, e isso abre um leque vasto de possibilidades dentro do universo sombrio de Gotham.

A galeria de mulheres marcantes associadas ao Cavaleiro das Trevas é extensa e particularmente rica: Poison IvyHarley QuinnHuntressTalia al Ghul… todas elas figuras complexas e suficientemente densas para justificar a presença de uma actriz com o calibre e a versatilidade de Johansson. A ausência prevista de Zoë Kravitz como Catwoman, segundo a Variety, só reforça a ideia de que Reeves poderá estar à procura de uma nova energia feminina para redefinir as dinâmicas emocionais e morais do seu universo.

O caminho até The Batman Part II não tem sido simples. O filme foi anunciado pouco depois da estreia de The Batmanem 2022, mas viu a sua data de lançamento oscilar repetidamente: primeiro 2025, depois 2026 e, finalmente, outubro de 2027. Só há cerca de seis meses é que Reeves e o co-argumentista Mattson Tomlin concluíram o guião, que foi rapidamente aprovado por James Gunn, agora responsável pela supervisão criativa da DC Studios. A produção está oficialmente marcada para a Primavera de 2026, o que indica que Reeves tem finalmente os elementos alinhados para avançar.

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Se a entrada de Scarlett Johansson se confirmar, o projecto ganha imediatamente outra dimensão mediática e criativa. A actriz combina prestígio, apelo popular e uma capacidade invulgar para equilibrar intensidade emocional com presença física — ingredientes perfeitos para o tom noir que Reeves definiu no primeiro filme. Teremos revelações nos próximos meses, mas uma coisa é certa: a simples possibilidade de Johansson entrar em Gotham já gerou mais excitação do que muitos anúncios oficiais dos últimos anos.

Até lá, continuamos à espera — playlist de Nirvana preparada, eyeliner negro à mão — por mais pistas sobre aquilo que Reeves e Tomlin têm vindo a preparar no silêncio meticuloso com que constroem cada passo deste universo.

Médico que Forneceu Ketamina a Matthew Perry Condenado a Dois Anos e Meio de Prisão

A morte de Matthew Perry, em outubro de 2023, continua a gerar repercussões judiciais — e emocionais. O primeiro dos cinco arguidos ligados ao fornecimento ilegal de ketamina ao actor foi agora condenado. Trata-se do médico Salvador Plasencia, de 44 anos, que admitiu ter distribuído a substância ao actor nas semanas que antecederam a tragédia. A sentença: dois anos e meio de prisão, além de dois anos de liberdade condicional.

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A juíza Sherilyn Peace Garnett não poupou palavras durante a leitura da sentença, afirmando que Plasencia e os restantes envolvidos “ajudaram Perry a seguir caminho para aquele desfecho ao continuarem a alimentar a sua dependência”. O médico, em lágrimas, pediu desculpa à família do actor e reconheceu a gravidade da sua conduta, descrevendo-a como “o maior erro” da sua vida. “Eu devia tê-lo protegido”, disse, antes de ser levado da sala algemado, sob o pranto da própria mãe.

Segundo o processo, Perry estava a receber ketamina legalmente como tratamento para depressão, mas procurou obter mais doses de forma não supervisionada. Plasencia não forneceu a dose que causou a morte do actor, mas foi responsável por várias entregas anteriores, cobradas sob o argumento de que Perry estaria disposto a pagar “milhares em dinheiro vivo”, como revelam mensagens trocadas entre os envolvidos.

A família do actor — incluindo a mãe, Suzanne Perry, o padrasto Keith Morrison, o pai John e a meia-irmã Madeleine — marcou presença e apresentou declarações duríssimas. Suzanne descreveu os responsáveis como “chacais” e confrontou directamente Plasencia pela mensagem em que este chamou Perry de “moron”. “Não há nada de imbecil naquele homem,” afirmou, sob emoção. A família insistiu que o médico não cometeu “um erro isolado”, mas sim uma série de decisões conscientes que ignoravam o histórico público de dependência do actor, numa procura egoísta por lucro.

Outros quatro arguidos no caso — a traficante Jasveen Sangha (“Ketamine Queen”), o assistente de Perry, Kenneth Iwamasa, e os médicos Mark Chavez e Erik Fleming — aceitaram acordos de culpa e aguardam sentença nos próximos meses.

Matthew Perry lutou contra dependências ao longo de décadas, tendo falado abertamente sobre o assunto no livro Friends, Lovers and the Big Terrible Thing. A sua morte, aos 54 anos, deixou fãs e colegas devastados. Perry tornou-se um ícone mundial como Chandler Bing em Friends, série que protagonizou durante dez temporadas e que continua a ser vista diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo.

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No tribunal, Madeleine Morrison, meia-irmã do actor, resumiu a perda num frase simples, mas devastadora:

“O mundo chora o meu irmão. Ele era o amigo favorito de toda a gente.”

James Gunn Reage a Polémica: Orçamento de Supergirl Não Chega Aos 200 Milhões, Garante o Realizador

O universo cinematográfico da DC ainda nem arrancou oficialmente sob a nova liderança criativa de James Gunn, mas já está a enfrentar a primeira tempestade — e tudo por causa de números que, segundo o próprio, não passam de ficção.

Nos últimos dias, um artigo da Forbes garantiu que o filme Supergirl custaria cerca de 200 milhões de dólares à Warner Bros. Discovery só em trabalhos de pré-produção, um valor que gerou surpresa e reacções imediatas entre fãs e insiders. A notícia espalhou-se rapidamente, levantando dúvidas sobre a estratégia financeira da DC Studios num momento em que a empresa tenta equilibrar ambição criativa com contenção orçamental.

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James Gunn não deixou a polémica ganhar fogo. Confrontado com a informação na rede social Threads, o cineasta respondeu de forma directa e sem rodeios: “não há qualquer verdade nesse número.” Sem entrar em detalhes, nem revelar qual será de facto o orçamento, Gunn fez questão de desmentir a narrativa antes que a especulação ganhasse vida própria.

A resposta foi concisa, mas eficaz. Ao evitar fornecer quantias específicas, Gunn protege o segredo industrial do estúdio enquanto clarifica que os valores divulgados são substancialmente exagerados. A DC tem sido alvo de escrutínio intenso desde as falhas comerciais de vários projectos anteriores, pelo que qualquer menção a orçamentos descontrolados reacende imediatamente o debate sobre sustentabilidade — e Gunn, consciente disso, não parece disposto a deixar rumores definirem o discurso em redor do seu novo universo.

O novo Supergirl, protagonizado por Milly Alcock (conhecida de House of the Dragon) e com Jason Momoa no elenco, chega aos cinemas no final de junho de 2026. Embora pouco se saiba sobre o enredo, espera-se uma abordagem mais sombria e emocional da heroína, alinhada com o tom do renovado DCU que Gunn está a construir ao lado de Peter Safran.

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Uma coisa é certa: se a polémica em torno do orçamento começar a perder força, será apenas para dar lugar à próxima onda de curiosidade — afinal, com Gunn, cada projecto da DC vem sempre embalado numa mistura de esperança, ansiedade e expectativas colossais. Por agora, o realizador quer deixar claro apenas isto: 200 milhões? Nem pensar.

“28 Anos Depois: O Templo dos Ossos ” — O Mundo de Danny Boyle Regressa Mais Sombrio do que Nunca no Novo Trailer Oficial

O universo iniciado com 28 Days Later e reinventado em 28 Weeks Later prepara-se para entrar numa nova era — mais brutal, mais psicológica e mais imprevisível — com “28 Years Later: The Bone Temple”, cujo segundo trailer oficial acaba de ser divulgado. A aguardada sequela promete expandir o legado criado por Danny Boyle e Alex Garland, mas também subvertê-lo, virando o próprio imaginário da saga do avesso.

Com realização de Nia DaCosta, uma escolha arrojada que indica uma reinvenção estética e temática, o filme chega aos cinemas a 16 de Janeiro de 2026.

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Infelizmente apenas encontramos o trailer em Inglês:

Um Mundo em Ruínas — e Uma Nova Ameaça que Redefine o Terror

O trailer sugere que não estamos perante apenas mais um capítulo sobre a propagação do vírus da raiva mutado, mas perante uma mudança profunda no comportamento dos infectados, assim como na psicologia dos sobreviventes. Se os primeiros filmes lidavam com o colapso imediato da sociedade, este parece abordar o que acontece décadas depois: o que resta de humanidade, de cultura, de fé — e de medo.

Num cenário de templos improvisados, cultos inquietantes e estruturas completamente reorganizadas pela violência, o filme promete mergulhar num mundo em que os infectados já não são meras forças irracionais, mas criaturas com novos padrões, novas reacções e talvez até novas intenções.

Ralph Fiennes numa Relação Chocante de Consequências Globais

Uma das revelações mais intrigantes é a presença de Ralph Fiennes como Dr. Kelson, cientista solitário que se vê envolvido numa relação completamente inesperada e perturbadora — uma dinâmica que, ao que tudo indica, terá repercussões capazes de alterar o destino do planeta.

O trailer não revela detalhes, mas a montagem e os diálogos insinuam ligações perigosas entre ciência, fanatismo e sobrevivência, situando Kelson no centro de uma crise ética que poderá ser tão devastadora quanto o próprio vírus.

Spike e o Pesadelo que Não Acaba

Outro núcleo dramático é protagonizado por Alfie Williams, que interpreta Spike, um sobrevivente que parece carregar a exaustão e o trauma das décadas de destruição. A sua rota cruza-se com Jimmy Crystal, interpretado por Jack O’Connell, e é precisamente aqui que o trailer sobe de tom: a tensão entre ambos é descrita como um pesadelo do qual Spike não consegue escapar.

DaCosta parece empenhada em explorar não apenas a violência física deste universo, mas também a psicológica — o terror emocional, o trauma acumulado, a desumanização e as alianças precárias que definem uma vida inteira vivida nos escombros.

Nia DaCosta Reinventa o Universo — e Promete Expandir a Mitologia

A escolha de Nia DaCosta como realizadora mostra que os produtores querem não apenas continuar a saga, mas dar-lhe um novo ponto de vista, baseado na tensão, na construção de personagem e na reinvenção do horror. Se Boyle e Garland criaram um mundo visceral e urgente, DaCosta promete uma expansão mais metafísica e ritualística — daí o sugestivo título “The Bone Temple”.

A realização parece querer explorar o impacto cultural e espiritual do colapso, passando de um terror puramente biológico para um terror social, psicológico e simbólico. É o tipo de abordagem que pode renovar completamente a franquia, mantendo a brutalidade característica, mas acrescentando novas camadas de mistério.

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Um Regresso Aterrador e Ambicioso

Pelo que o novo trailer revela, 28 Years Later: The Bone Temple não quer ser apenas uma continuação — quer ser uma reinterpretação. Um capítulo que leva a saga para um território mais complexo, mais denso e mais emocional.

Com Ralph Fiennes, Jack O’Connell e Alfie Williams num conjunto de interpretações intensas, e com Nia DaCosta a comandar este mundo devastado, a expectativa é clara: 2026 vai começar com um dos filmes de terror mais aguardados da década.

28 Anos Depois: O Templo dos Ossos estreia a 16 de Janeiro de 2026. O apocalipse, ao que parece, está longe de terminar.

Quem É o Actor Que Tarantino Diz Ser “Um Nada”? A Resposta Surpreende

Quentin Tarantino nunca teve medo de dizer exactamente o que pensa — e desta vez decidiu lançar gasolina directamente sobre um clássico moderno. Durante a sua participação no The Bret Easton Ellis Podcast, o realizador de Pulp Fictionelogiou There Will Be Blood… antes de afirmar que o filme só não é o melhor do século porque sofre de um “gigantesco problema”: Paul Dano.

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“Weak sauce”, “weak sister”, “limpest dick”: Tarantino não poupa nos adjetivos

Tarantino começou por classificar o épico petrolífero de Paul Thomas Anderson como o seu quinto filme preferido do século XXI, mas rapidamente disparou:

There Will Be Blood estaria em primeiro ou segundo lugar se não tivesse um enorme defeito — e esse defeito é o Paul Dano.”

Segundo o realizador, Dano simplesmente não consegue acompanhar Daniel Day-Lewis, cuja interpretação colossal transformou There Will Be Blood num marco cinematográfico.

“É suposto ser um ‘two-hander’, e é tão óbvio que não é. Ele é weak sauce, é uma weak sister. Outro actor teria brilhado no papel.”

E não ficou por aí:

“É o actor masculino mais fraco do SAG. O ‘limpest dick’ do mundo.”

Uma afirmação que deixou até Bret Easton Ellis a tentar moderar o estrago.

Tarantino sugere Austin Butler… que tinha 16 anos na altura

Tarantino foi ao ponto de afirmar que Austin Butler teria sido perfeito como Eli Sunday.

Pequeno detalhe: Butler tinha 16 anos quando There Will Be Blood estreou em 2007.

Além disso, só trabalharia com Tarantino doze anos depois, em Once Upon a Time in Hollywood.

Ellis tenta defender Dano — Tarantino dispara outra vez

Bret Easton Ellis tentou contextualizar que até um actor experiente teria dificuldade perante a imensidão de Daniel Day-Lewis:

“Há aspectos da performance de Day-Lewis que tornam impossível equilibrar o filme.”

Mas Tarantino não cedeu um milímetro:

“Então colocas ao lado dele o actor masculino mais fraco do SAG?”

E quando Ellis perguntou se alguma vez apreciou Dano num projecto:

“Não gosto dele. Não gosto dele, não gosto do Owen Wilson, não gosto do Matthew Lillard.”

Paul Dano: o currículo que desmente Tarantino

Apesar dos ataques, é difícil argumentar que Dano é um “não-entidade” no panorama cinematográfico desta era.

O actor trabalhou com alguns dos maiores realizadores vivos:

  • Steven Spielberg (The Fabelmans)
  • Steve McQueen (12 Years a Slave)
  • Bong Joon-ho (Okja)
  • Denis Villeneuve (Prisoners)
  • Spike Jonze (Where the Wild Things Are)
  • Ang Lee (Taking Woodstock)
  • Kelly Reichardt (Meek’s Cutoff)
  • Rian Johnson (Looper)

E contracenou com estrelas como Tom Cruise, Harrison Ford, Adam Sandler, Robert De Niro, Robert Pattinson, Michael Caine e Daniel Radcliffe.

Dano também não caiu do céu em There Will Be Blood:

Foi originalmente contratado para interpretar Paul Sunday, mas acabou por assumir também o papel de Eli Sunday duas semanas depois do início das filmagens, quando o actor Kel O’Neill abandonou o projecto.

Mesmo com essa transição abrupta, a interpretação foi amplamente elogiada e valeu-lhe uma nomeação ao BAFTA de Melhor Actor Secundário.

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A ironia final

There Will Be Blood perdeu o Óscar de Melhor Filme para No Country for Old Men — o mesmo ano em que Javier Bardem tirou a estatueta das mãos de Dano.

Ainda assim, o desempenho de Dano permanece um dos mais memoráveis da sua carreira… mesmo que Tarantino discorde ferozmente.

AnimaPIX Celebra 10 Anos com Edição Especial no Pico — e as Ilhas Preparam-se para um Inverno Cheio de Cinema

Um festival que já faz parte da paisagem cultural açoriana

O mês de Dezembro traz novamente à ilha do Pico um dos eventos mais vibrantes do calendário cultural açoriano: a décima edição do AnimaPIX, o festival dedicado à animação que, ao longo de uma década, transformou a Biblioteca Auditório da Madalena num ponto de encontro privilegiado entre cineastas, artistas, curiosos e amantes do cinema animado.

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De 2 a 6 de Dezembro, a ilha mais alta de Portugal volta a ser palco de projecções, conversas, encontros e celebrações em torno da arte da animação — uma área em que os Açores têm vindo a afirmar nomes, talentos e produções cada vez mais relevantes.

Uma conversa imperdível com figuras maiores da animação portuguesa

Um dos momentos mais aguardados desta edição acontece na sexta-feira, 5 de Dezembro, às 16h30, no emblemático Cella Bar: uma conversa aberta com o júri do festival, composto por dois nomes maiores da animação portuguesa, Abi Feijó e Regina Pessoa — esta última madrinha do festival e ilustradora do cartaz comemorativo dos dez anos do AnimaPIX.

Mas isto é apenas o início:

— Estarão também presentes os cinco vencedores do Prémio AnimaPIX 2021-2025, um verdadeiro “dream team” da animação nacional:

Alexandra Ramires, Alice Eça Guimarães, João Gonzalez, Laura Gonçalves e Maria Trigo Teixeira.

— Juntam-se ainda Cláudio Jordão e António Alves, que apresentam os seus projectos mais recentes no grande ecrã do festival.

— E como se isto não bastasse, participam ainda convidados especiais como Fernando Galrito (MONSTRA) e Elsa Cerqueira, vencedora do Global Teacher Prize.

O encontro promete uma tarde de troca de ideias, reflexão sobre o percurso da animação portuguesa e inspiração para novos criadores. Toda a programação pode ser acompanhada através da página oficial do festival:

👉 https://www.facebook.com/animapixfestival/

Depois da animação, chega o Montanha Pico Festival

Com o fim do AnimaPIX, os holofotes voltam-se para Janeiro, mês em que regressa o Montanha Pico Festival, que celebra em 2025 a sua 12.ª edição. O festival ocupa três ecrãs diferentes na ilha, num verdadeiro circuito cultural que homenageia o cinema de temática montanhosa, ao mesmo tempo que reserva espaço para a produção açoriana.

Uma das grandes novidades desta edição é a secção especial “O Melhor de Portugal 2024-2025”, composta por cinco longas-metragens seleccionadas por Terry Costa, director artístico do evento. A programação pode ser acompanhada aqui:

👉 https://www.facebook.com/MontanhaPicoFestival

A revista/programa oficial encontra-se igualmente disponível online:

👉 https://issuu.com/miratecarts/docs/revista_47_miratecarts

Planos para 2027: um novo encontro audiovisual açoriano

Terry Costa revela ainda que já está em preparação a 3.ª edição do Encontro Audiovisual Açoriano, que decorrerá de 8 a 10 de Janeiro de 2027. O destaque dessa edição será dedicado a “New Bedford — Além da Comunidade”, reforçando a ligação histórica e cultural entre os Açores e as comunidades emigrantes.

O triunfo de FIRST DATE: um marco para o cinema do Pico

Entre os motivos de celebração, destaca-se também a vitória do filme FIRST DATE, de Luís Filipe Borges, que recebeu no passado sábado o prémio de Melhor Curta Açoriana no festival Curta Açores — Ribeira Grande.

A obra, vencedora do Prémio Curta Pico MiratecArts, já percorreu mais de 40 festivais em 15 países, arrecadando 18 prémios. É a primeira ficção produzida pela equipa, depois de três documentários, e foi filmada inteiramente na ilha do Pico, tornando-se um verdadeiro cartão-de-visita da capacidade criativa açoriana.

Um ciclo de cinema que reforça a identidade cultural açoriana

Entre a celebração dos 10 anos do AnimaPIX, a chegada do Montanha Pico Festival, os projectos futuros e as vitórias recentes da produção local, fica claro que o Pico se afirma cada vez mais como um pólo criativo de referência. A aposta contínua na animação, no cinema montanhoso e no audiovisual regional reforça a imagem de uma ilha que vive a cultura de forma intensa, orgulhosa e profundamente comunitária.

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E, se depender da energia de Terry Costa e dos artistas que por aqui passam, o futuro promete ainda mais histórias contadas a partir do meio do Atlântico — com personalidade, ambição e uma identidade cinematográfica muito própria.

O Futuro da Warner Bros. Está em Jogo: Três Gigantes Apresentam Propostas e Hollywood Prende a Respiração

Um momento decisivo para um dos pilares da indústria

A Warner Bros. Discovery encontra-se no centro de uma das maiores movimentações corporativas da história recente do entretenimento. Depois de meses de especulação, conversas de bastidores e reuniões intensas, chegaram finalmente as propostas de segunda ronda para a aquisição do grupo — e o que está em cima da mesa poderá redefinir a paisagem do cinema, da televisão e do streaming para a próxima década.

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As ofertas foram entregues na passada segunda-feira e três nomes gigantescos continuam firmes na corrida: ComcastParamount e Netflix. Cada um com estratégias diferentes, prioridades distintas e uma visão própria para o futuro da Warner, que inclui propriedades icónicas como DC ComicsHarry PotterFriends, HBO e o vastíssimo catálogo dos estúdios Warner Bros., actualmente revitalizados sob a liderança de Michael De Luca e Pamela Abdy.

Netflix e Paramount surpreendem com propostas em dinheiro vivo

Um dos desenvolvimentos mais surpreendentes desta nova ronda foi a decisão da Netflix: a empresa, inicialmente inclinada para um negócio apoiado sobretudo em acções, regressou com uma proposta quase all-cash, uma manobra financeira que demonstra o quanto está disposta a arriscar para colocar as mãos no estúdio responsável por alguns dos maiores blockbusters da história.

Mas quem mais chamou a atenção foi a Paramount, que apresenta uma oferta completamente em numerário. O estúdio assegurou financiamento através da Apollo e de fundos soberanos não identificados do Médio Oriente — um sinal claro de que está disposto a apostar tudo numa aquisição total da WBD. Caso vença, David Ellison e a RedBird continuarão a controlar a empresa, permitindo à Paramount integrar a Warner num conglomerado audiovisual de dimensão inédita.

A Comcast, por sua vez, mantém a estratégia inicial: adquirir os estúdios e o braço de streaming, mantendo distância da televisão linear, que enfrenta um declínio acentuado.

Dividir ou vender por inteiro? A decisão que pode mudar tudo

Antes mesmo destas ofertas, a Warner Bros. Discovery planeava dividir-se em dois segmentos:

— Um dedicado aos estúdios e ao streaming;

— Outro para a televisão linear tradicional.

A Paramount é a única interessada em comprar a totalidade do grupo. Tanto a Netflix como a Comcast querem apenas a primeira metade — e não pretendem absorver canais lineares, que perderam valor comercial e têm um peso regulatório considerável.

Esta é a questão central que a administração da WBD precisa de resolver: vende a empresa inteira — possivelmente à Paramount — ou divide-a, permitindo que múltiplos compradores agarrem pedaços diferentes da operação?

Os desafios regulatórios: o trunfo (ou não) de David Ellison

Há também considerações políticas importantes. A actual administração norte-americana tem sinalizado que Netflix e Comcast enfrentariam uma fiscalização regulatória mais dura. No entanto, David Ellison — recém-saído do acordo que consolidou o controlo sobre a Paramount — poderá ter uma passagem mais facilitada para fechar um novo negócio.

Fontes anónimas ligadas ao governo têm dado a entender isso mesmo, especialmente através de órgãos como a Fox Business ou o New York Post. Caso se confirme, pode tornar a oferta da Paramount não apenas mais competitiva, mas mais provável.

Os estúdios Warner: o que acontece a um pilar da indústria?

A Warner Bros. vive um dos seus períodos mais criativos e sólidos em anos. De Luca e Abdy revitalizaram o estúdio, trazendo diversidade de géneros, reforçando parcerias com realizadores e apostando no cinema como experiência colectiva — algo que a Netflix, historicamente focada no streaming, não tem priorizado.

Embora o serviço tenha garantido que manteria “estreias em sala” se adquirisse a Warner, permanece a grande questão: manter os lançamentos tradicionais ou adaptá-los ao modelo híbrido da plataforma?

Já a Comcast e a Paramount, ambas com ADN cinematográfico forte, poderiam integrar o estúdio nos seus catálogos sem reduzir significativamente o ritmo de produção — ainda que isso obrigasse a repensar calendários, equipas e orçamento.

O poder do desporto: um trunfo subvalorizado

Apesar de ter perdido os direitos da NBA, a WBD continua a deter acordos importantes: MLB, NHL, metade do March Madness (partilhado precisamente com a Paramount), Roland Garros e direitos de college football. Integrar esta carteira numa gigante como a NBCUniversal ou na própria Paramount poderia criar um colosso desportivo rivalizante com a ESPN.

No entanto, estes direitos estão amarrados ao segmento de televisão linear — e caso a empresa seja dividida, o destino destes activos torna-se altamente incerto.

E David Zaslav? A peça mais imprevisível do tabuleiro

O CEO da WBD, David Zaslav, tornou-se figura central neste processo. Conhecido pelo seu gosto pelo glamour, pelas festas em Beverly Hills e por cultivar relações com estrelas e magnatas, Zaslav não é conhecido por recuar facilmente. Há rumores de que a Paramount já lhe ofereceu um cargo de destaque num eventual novo conglomerado, e é provável que Comcast ou Netflix façam o mesmo.

A verdade é que ninguém sabe se Zaslav está disposto a largar o poder. E isso pode influenciar mais do que parece.

Um possível quarto concorrente? Nunca excluir surpresas

Apesar de apenas três propostas terem sido submetidas oficialmente, fontes internas acreditam que pode surgir um quarto candidato de última hora — possivelmente um fundo soberano do Médio Oriente com apoio de um gigante tecnológico ou japonês. Se há algo que Hollywood sabe bem, é que nada está decidido até estar assinado.

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Uma decisão que pode reconfigurar Hollywood

A Warner Bros. Discovery é um dos últimos grandes bastiões independentes da história do cinema norte-americano. O que acontecer nas próximas semanas poderá determinar não só o destino de estúdios lendários, mas o próprio equilíbrio de poder entre cinema, streaming e televisão.

Está tudo em aberto. E o mundo inteiro — fãs, profissionais e concorrentes — espera agora que a administração da WBD escolha o caminho que irá moldar Hollywood durante muitos anos.

A Surpreendente Viragem no Debate: Afinal, Die Hard Não é um Filme de Natal? Diz o Público Britânico

Um velho debate, uma nova resposta

Poucas discussões cinematográficas têm resistido ao teste do tempo com a mesma teimosia que a questão: “Die Hard é ou não é um filme de Natal?”. Todos os anos, por esta altura, regressa como um fantasma teimoso que ninguém convidou, mas que acabamos sempre por deixar entrar. Este ano, porém, o Reino Unido decidiu bater com o martelo — e o resultado não é o que muitos fãs esperavam.

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Segundo um novo inquérito realizado pelo British Board of Film Classification (BBFC), a maioria dos britânicos considera que Die Hard não é um filme natalício. Sim, é oficial: John McClane pode salvar reféns, derrotar terroristas e sair de um arranha-céus em chamas… mas não conquistou o estatuto de clássico das festividades. Pelo menos, não para 44% dos inquiridos.

Ainda assim, a disputa continua renhida: 38% insistem que é um filme de Natal — provavelmente os mesmos que o revêem religiosamente todos os Dezembros com um misto de ironia, respeito e pura adrenalina cinematográfica. Os restantes 17% ainda estão a tentar decidir em que campo cair, o que prova que nenhuma estatística, por mais científica que pareça, é capaz de silenciar definitivamente este duelo cultural.

Home Alone reina, Die Hard divide

Se há algo em que os britânicos parecem concordar, é que Home Alone continua a ser o verdadeiro soberano da quadra. Nada de surpresas aqui: 20% escolheram o filme de Chris Columbus como o seu favorito natalício, um domínio confortável sobre concorrentes como Love Actually (9%), It’s a Wonderful Life (8%) e Elf (7%).

Quando questionados sobre o que realmente define um filme de Natal, os inquiridos apontaram em maioria para uma história comovente (33%). Depois disso, a prioridade é a adequação familiar (15%) e o humor (13%). Apenas 2% procuram abertamente um tear-jerker — o que significa que, se há lágrimas no Natal, que sejam de riso ou nostalgia, não de emoção trágica.

Com estes critérios, percebe-se melhor porque é que Die Hard luta tanto para entrar na prateleira dos clássicos natalícios: explosões, tiroteios e Bruce Willis descalço em condutas de ar não cumprem exactamente o que o público define como “calor festivo”.

Culkin reacende a polémica — e é vaiado por isso

O debate ganhou novo fôlego graças a Macaulay Culkin, que celebrou recentemente os 35 anos de Home Alone numa homenagem pública. Durante o evento, o actor — agora com 45 anos — decidiu arriscar e partilhar a sua própria opinião sobre o eterno dilema.

Die Hard não é um filme de Natal”, declarou. A resposta? Uma onda de vaias do público presente.

Fiel ao estilo Kevin McCallister, Culkin respondeu com humor:

“Se o mudassem para o Dia de São Patrício, era exactamente o mesmo filme.”

E, de facto, a lógica é difícil de contrariar: Die Hard usa a época como pano de fundo, mas a narrativa central não depende de forma crítica da quadra natalícia. Já Home Alone, por outro lado, perde metade da sua magia se a trocarem por outra data no calendário — não há árvore, não há viagens de férias, não há família numerosa em caos absoluto.

Nem os próprios criadores se entendem

Parte da diversão deste debate está no facto de nem a própria equipa do filme conseguir chegar a consenso.

— John McTiernan, o realizador, afirmou que nunca teve intenção de o fazer como filme de Natal, mas admitiu estar contente por o público o ter adoptado dessa forma.

— Bruce Willis, sempre fiel ao seu estilo lacónico, declarou em 2018:

Die Hard não é um filme de Natal, é um filme do Bruce Willis.”

Estas divergências internas só alimentam a discussão — e talvez ajudem a explicar porque é que a conversa nunca morre, mesmo quando surgem estudos que tentam pôr ordem na casa.

Ver filmes no cinema é tradição — mas não para todos

A sondagem do BBFC também revelou que 18% dos britânicos mantêm uma tradição anual de ir ao cinema durante o período natalício. Entre estes:

— 33% preferem ir antes da véspera,

— 20% guardam a ida para o Boxing Day.

Num país onde a meteorologia convida a actividades de interior, pode dizer-se que o grande ecrã continua a fazer parte das festividades — apesar de ser cada vez mais dividido com plataformas de streaming.

Conclusão: um empate eterno com sabor a Natal

Por muito que estas estatísticas tentem clarificar o assunto, é pouco provável que o debate acabe aqui. Die Hardcontinuará a ser, para uns, o filme de Natal perfeito precisamente porque não parece um filme de Natal. E para outros, continuará a ser um clássico de acção que, por mero acaso, se passa em Dezembro.

A verdade é que a magia do cinema é suficientemente flexível para acolher ambos os lados — e, no fundo, não há época melhor do que esta para reviver debates que nos fazem rir, discutir e revisitar filmes que nos acompanham há décadas.

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Se Die Hard é ou não é um filme natalício, talvez importe menos do que o simples facto de continuarmos a falar dele. E isso, por si só, é o verdadeiro espírito de Natal cinematográfico

O Filme Político Dos Anos 90 Que Encantou o Mundo — e Que Quase Todos Esqueceram

Dave (1993), com Kevin Kline e Sigourney Weaver, foi um fenómeno de bilheteira e crítica — mas hoje vive meio perdido na memória colectiva. Vale a pena recuperá-lo.

Há filmes que envelhecem mal, outros que envelhecem bem — e depois há Dave, aquela comédia política irresistivelmente leve que, nos anos 90, encantou público, crítica e até a Casa Branca, mas que hoje raramente entra nas conversas nostálgicas sobre a década. O que é estranho, porque Dave foi um sucesso colossal: rendeu mais de 92 milhões de dólares nos Estados Unidos, custou apenas 28 milhões, conquistou 95% no Rotten Tomatoes e até conseguiu uma nomeação aos Óscares para Melhor Argumento Original.

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Sim, estamos a falar de uma comédia romântica-política que agradou tanto aos democratas como aos republicanos, numa altura em que ainda era possível fazer sátira com elegância — sem cair no cinismo corrosivo que domina a política moderna. Quando até Bill Clinton, então Presidente dos Estados Unidos, se declarou fã do filme (mesmo sendo alvo de uma ou outra picada humorística relacionada com casos extraconjugais…), é porque algo muito especial estava ali.

A premissa é tão deliciosa quanto improvável: Kevin Kline interpreta dois papéis — o Presidente Mitchell, um político corrupto e mulherengo, e Dave, um cidadão comum, genuinamente simpático, que ganha a vida como imitador ocasional do Presidente. Quando Mitchell sofre um AVC durante um encontro secreto com a amante, o seu Chefe de Gabinete, Bob Alexander (Frank Langella, absolutamente formidável no papel de vilão), decide substituir o Presidente por Dave para proteger interesses… pouco limpos. Dave, que inicialmente aceita o papel por ingenuidade, acaba por tentar governar com bondade e bom senso, enquanto descobre as sombras do poder.

A sátira é certeira, mas nunca maliciosa. Escarnece das instituições, mas acredita nelas. Critica políticos, mas não perde fé na ideia de serviço público. E, sobretudo, aposta na velha máxima que a política actual abandonou: presumir boa fé. Dave, um cidadão comum com valores simples, chega à Casa Branca e tenta apenas fazer a coisa certa — incluindo salvar um programa de apoio a sem-abrigo ao encontrar poupanças com a ajuda do seu contabilista, convidado para jantar no Salão de Estado. Ingénuo? Talvez. Reconfortante? Sem dúvida.

Ao lado de Kline está Sigourney Weaver, como a Primeira-Dama, uma mulher desencantada pelo marido real, mas fascinada pelo “novo” Presidente — gentil, atencioso e emocionalmente disponível. A química é perfeita e a narrativa chega mesmo a brincar, de forma subtil e memoravelmente insinuada, com diferenças anatómicas detectadas no duche presidencial…

Dave reuniu ainda um desfile de personalidades reais da política e dos media dos anos 90: Jay Leno, Larry King, Tip O’Neill, senadores em funções, Helen Thomas, Arnold Schwarzenegger e até Oliver Stone, que aparece a parodiar as suas próprias teorias conspirativas.

No centro de tudo, porém, está Kevin Kline. A sua interpretação dupla — o Presidente cínico e o imitador decente — sustenta a alma do filme: a crença de que, mesmo no meio da corrupção, ainda há espaço para decência, compaixão e humor.

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Trinta anos depois, Dave continua leve, doce, surpreendentemente actual e, acima de tudo, profundamente humano. Talvez seja por isso que vale a pena resgatá-lo — especialmente numa época em que a política parece tentar convencer-nos do contrário.

O Filme de Terror Que Baralhou o Mundo — e Agora Está na Netflix

O Projeto Blair Witch regressa para assombrar uma nova geração, com a mesma força perturbadora que o tornou um fenómeno global.

Há filmes que assustam. Há filmes que perturbam. E depois há O Projeto Blair Witch, a pequena produção independente que, em 1999, virou o cinema de cabeça para baixo e redefiniu por completo o terror moderno. Com menos de 470 mil euros de orçamento, o filme arrecadou cerca de 230 milhões em todo o mundo — um feito tão improvável quanto a própria premissa que o tornou lendário. Agora, este marco do género já pode ser visto na Netflix, onde promete reencontrar velhos fãs e aterrorizar quem ainda não se aventurou na floresta de Maryland.

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A história, para muitos, tornou-se quase um mito contemporâneo: três estudantes de cinema partem para investigar a lenda da Bruxa de Blair e desaparecem sem deixar rasto. O que o público vê é apresentado como a filmagem recuperada dos seus últimos dias. Este conceito simples — mas incrivelmente eficaz — foi elevado por decisões artísticas que, mesmo passadas mais de duas décadas, continuam a surpreender: improvisação dos actores, câmaras baratas, estética crua e um realismo desconcertante. Nada parecia encenado… e muita gente acreditou que não era.

Mas o verdadeiro golpe de génio esteve no marketing. Em tempos em que a Internet ainda engatinhava, os produtores criaram um site que apresentava o desaparecimento dos protagonistas como um caso real, com fichas dos alegados estudantes, supostas provas retiradas do local e recortes de notícias inventadas. Os actores foram instruídos a desaparecer da vida pública — literalmente — alimentando a dúvida global. Resultado? Uma avalanche de especulação online e um fenómeno de passa a palavra que transformou um filme minúsculo num gigante absoluto.

Foi tão convincente que até enganou a mãe da actriz Heather Donahue, que recebeu cartas de pêsames de pessoas que acreditavam que a filha estava morta ou desaparecida. Neste ponto, já não era apenas cinema: era uma experiência colectiva de histeria mediática como nunca se tinha visto.

Não é exagero dizer que O Projeto Blair Witch abriu caminho para toda uma nova era do terror. O subgénero found footage, popularizado por esta obra, tornou-se um pilar do cinema dos anos seguintes e influenciou directamente sucessos como Atividade Paranormal. Jason Blum, fundador da Blumhouse, não hesitou em admitir: “Não teria existido um Atividade Paranormal se não existisse primeiro um Blair Witch.” E, em 2024, revelou que está em preparação uma nova sequela — prova de que o mito continua vivo.

A crítica mantém-se do lado do filme. No Rotten Tomatoes, ostenta uma sólida pontuação de 86% entre os críticos, consolidando o seu estatuto de clássico moderno. Agora, com a chegada à Netflix, prepara-se para conquistar — ou traumatizar — mais uma geração de espectadores.

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Se ainda não viu: boa sorte. Se vai rever: prepare-se, porque a floresta continua escura como sempre.

Tom Stoppard: Morre aos 88 anos o dramaturgo que reinventou a inteligência em palco

** Um génio teatral que fez da erudição um espectáculo — e da imaginação uma forma de ver o mundo**

Tom Stoppard, uma das vozes mais brilhantes, inventivas e influentes do teatro contemporâneo, morreu aos 88 anos, deixando para trás uma obra que, durante mais de meio século, iluminou palcos e ecrãs com uma combinação inimitável de humor, erudição e vertigem intelectual. Poucos escritores tiveram o privilégio de ver o seu apelido transformado em adjetivo — “stoppardiano” — consagrado no Oxford English Dictionary. Era a confirmação oficial do óbvio: Stoppard criou um género que só ele sabia executar.

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Desde que Rosencrantz and Guildenstern Are Dead explodiu no Fringe de Edimburgo em 1966, tornando-se rapidamente um fenómeno internacional, cada nova peça sua passou a ser tratada como um acontecimento. As suas histórias cruzavam filosofia com acrobacias, ciência com romantismo, política com poesia — sempre com uma leveza desconcertante e um sentido de humor que nunca diminuía a densidade das ideias.

Stoppard tinha o dom de brincar com o pensamento sério e de pensar com a leveza de quem está a brincar. Em Jumpersfazia dialogar metafísica e ginástica. Em Arcadia colocava lado a lado o século XIX, o caos matemático e o desejo humano. Em Rock ’n’ Roll ligava Cambridge aos Stones, passando pela Primavera de Praga. Era um mestre a explicar o mundo ao mesmo tempo que o desmontava.

Muito mais do que teatro: um gigante também do cinema

A sua obra ultrapassou o palco com enorme naturalidade. Stoppard escreveu e co-escreveu argumentos que hoje fazem parte da história do cinema, entre eles The Russia HouseBrazil de Terry Gilliam e, claro, o oscarizado Shakespeare in Love. Mas o alcance real da sua influência vai muito além dos créditos oficiais. Era o “cirurgião de confiança” dos grandes estúdios sempre que um blockbuster precisava de inteligência suplementar. Indiana Jones and the Last Crusade? Tem Stoppard. Revenge of the Sith? Tem Stoppard. Schindler’s List? Também ali passou a sua mão, chamado por Spielberg directamente do duche.

O escritor britânico era admirado, disputado e, acima de tudo, extremamente querido. O dramaturgo Simon Gray resumiu-o de forma exemplar: “Uma das proezas de Tom é ser tão invejável — o talento, o charme, o dinheiro, a sorte — sem que ninguém o inveje.” Era, de facto, difícil não gostar dele.

Uma vida que começou em fuga e renasceu no teatro

Nada no início da sua vida apontava para este destino extraordinário. Nascido Tomáš Straussler na Checoslováquia, fugiu em bebé com os pais do avanço nazi. A família refugiou-se primeiro em Singapura e, após a queda da cidade durante a guerra, Stoppard, a mãe e o irmão seguiram para a Índia. O pai ficou para trás como oficial médico e acabaria por morrer durante a ocupação japonesa. Anos depois, já em Inglaterra, a mãe casou com um major britânico, Kenneth Stoppard, que o adoptou e lhe deu o apelido que viria a tornar-se mundialmente famoso.

Stoppard abandonou a escola aos 17 anos para ser jornalista. O treino apurado de escrita, o faro narrativo e a rapidez mental que o caracterizariam nasceram nesta fase. As primeiras peças de rádio e televisão abriram caminho para a carreira teatral e, com o apoio de uma bolsa, exilou-se em Berlim para terminar a ideia que mudaria tudo: Rosencrantz and Guildenstern.

Da inteligência pura ao coração exposto

Durante anos, Stoppard foi descrito como um dramaturgo “intelectual”, por vezes até “demasiado cerebral”. Mas esta leitura perdeu força com The Real Thing (1982), obra pela qual muitos espectadores descobriram o Stoppard mais vulnerável: o que entendia o amor, a traição, a dúvida e a fragilidade humana tão profundamente como qualquer poeta. A peça marcou uma viragem — e cimentou o respeito total dos críticos.

Seguiram-se Arcadia (1993), muitas vezes citada pelo próprio como o seu trabalho mais perfeito, e The Invention of Love(1997), sobre o poeta A. E. Housman, aquela que dizia ser a sua preferida. Mesmo quando parecia excessivamente complexo, como em Hapgood, o tempo tratava de provar que Stoppard, mesmo quando parecia “demasiado”, estava sempre certo.

O retorno às raízes e o grande épico final

Politicamente independente, assumidamente liberal e sempre avesso a palavras de ordem, Stoppard nunca deixou de regressar à sua herança centro-europeia. As peças sobre dissidência política, sobre o peso do totalitarismo ou sobre as ambiguidades morais da Guerra Fria surgiam da curiosidade, mas também de uma ferida identitária.

Essa ferida abriu-se completamente em Leopoldstadt (2020), a obra monumental em que revisitou as suas raízes judaicas — descobertas tardiamente — para contar a história de uma família vienense esmagada pelos dois primeiros terços do século XX. Aos 80 anos, Stoppard escreveu uma das peças maiores da sua carreira.

Despedida de um criador raro

A morte de Tom Stoppard marca o fim de uma era para o teatro e para a escrita dramática. Poucos autores combinaram tão bem a inteligência feroz com a humanidade profunda, a comédia brilhante com a tragédia silenciosa, o questionamento filosófico com a pura alegria do espectáculo.

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Perdemos um escritor cuja mente parecia uma máquina de luz — sempre acesa, sempre em movimento. Ganhámos, no entanto, uma obra que continuará a desafiar, a inspirar e a deslumbrar durante muitas gerações.

“The Offence”: Quando Sean Connery Rasga o Mito e Desce ao Abismo da Violência Interior

Muito longe do charme letal de James Bond, Connery entrega aqui um dos desempenhos mais perturbadores da sua carreira — um mergulho brutal na mente de um polícia consumido por décadas de horror.

Há filmes que são difíceis de ver não por causa da violência explícita, mas pela violência emocional que transportam. The Offence (1973), realizado por Sidney Lumet, é um desses objectos raros: uma obra seca, dura e profundamente desconfortável que nos confronta com aquilo que resta de um homem depois de décadas a enfrentar o pior da humanidade. E é também, justiça seja feita, uma das interpretações mais devastadoras que Sean Connery alguma vez assinou.

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Longe da figura icónica de James Bond, Connery veste a pele de Detective Sergeant Johnson, um polícia britânico veterano que passou a carreira a lidar com homicídios, violações e agressões a crianças. O filme mostra-nos, sem pressa e sem filtros, como esse contacto constante com a escuridão corroeu cada centímetro da sua psique. Johnson não é o herói cansado do costume — é um homem em cacos, cuja humanidade se vai desfazendo à medida que a narrativa avança.

A história centra-se na detenção de Kenneth Baxter, interpretado por Ian Bannen, suspeito de uma série de ataques a meninas. Johnson conduz o interrogatório, mas o que acontece naquela sala está a léguas de um simples procedimento policial. É um duelo psicológico extenuante, mais próximo de um colapso emocional do que de qualquer busca convencional pela verdade. A culpa de Baxter, por mais que paire sobre a sala, torna-se secundária; o verdadeiro foco é aquilo que a confrontação revela sobre Johnson — as fissuras, os traumas, a raiva acumulada ao longo dos anos.

Lumet, mestre em transformar espaços fechados em campos de batalha emocionais, recorre a flashbacks fragmentados e a uma encenação claustrofóbica para desmontar a mente do protagonista. O filme lança a pergunta mais inquietante de todas: pode um homem passar tanto tempo a caçar monstros sem começar a parecer-se com eles? O resultado é um retrato profundamente humano e terrivelmente ambíguo, onde a linha entre perseguidor e perseguido, entre culpado e inocente, se dissolve quase por completo.

Connery, numa clara tentativa de se libertar da sombra de 007, entrega-se a uma interpretação crua, vulnerável e assustadora. Há nele uma violência silenciosa, um desespero por detrás dos olhos, uma sensação constante de que o homem que está ali já não reconhece quem foi antes de a escuridão o engolir. É um desempenho que rasga a aura de super-homem sofisticado e deixa exposta uma alma em queda livre.

Nos momentos finais de The Offence, não há revelações reconfortantes nem sentido de justiça restaurada. Há apenas a constatação de que, às vezes, o maior inimigo vive dentro do próprio protagonista. Lumet recusa soluções fáceis e oferece apenas a verdade nua e crua: alguns danos são irreparáveis.

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The Offence permanece, meio século depois, como um filme que não pede desculpa por ser incómodo. É austero, tenso, impiedoso — mas também extraordinariamente honesto. E a prestação de Sean Connery continua a ser um monumento à capacidade do actor de ir muito além dos papéis que o tornaram famoso, mergulhando numa escuridão que poucos estariam dispostos a explorar.

Hilary Duff Revela Que Jennifer Coolidge Foi “Má” Para Ela em A Cinderella Story — Mas Só Porque Era Uma Excelente Madrasta Malvada

Vinte anos depois do clássico adolescente, Duff lembra como a frieza de Coolidge a assustou aos 15 anos — e como isso só tornou o desempenho da actriz ainda mais impressionante.

A memória colectiva guarda A Cinderella Story como uma comédia romântica leve, açucarada e típica dos anos 2000. Mas, nos bastidores, a jovem Hilary Duff viveu momentos um pouco menos encantados ao contracenar com Jennifer Coolidge — embora, justiça seja feita, tudo fosse “teatro”. Literalmente.

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Em nova entrevista à Variety, Duff, hoje com 36 anos, recordou que, durante as filmagens, Coolidge manteve uma postura fria e distante para construir a dinâmica tóxica entre a madrasta egoísta e a enteada eternamente explorada. O problema? Duff tinha apenas 15 anos na altura.

“Ela era mesmo má para mim, e era um bocadinho assustador”, confessou. “Eu tinha de me lembrar constantemente: ‘Estás a filmar um filme, isto é só um filme.’”

Segundo Duff, Coolidge não tratava mal ninguém fora do contexto das cenas — estava apenas profundamente imersa na personagem. Mas, para uma adolescente que ainda estava a descobrir o ritmo de um set de filmagens grande, lidar com uma actriz adulta a interpretar crueldade pura era um desafio emocional inesperado.

De madrasta cruel a estrela consagrada

Hoje, Duff não tem senão admiração pela antiga colega de elenco.

“Tem sido tão divertido assistir à evolução da sua carreira”, disse. “Ela entrega tudo, de maneira tão desinibida, que era realmente impressionante — e um pouco intimidante — para mim, que era tão nova.”

Jennifer Coolidge, claro, acabou por se tornar uma das figuras mais queridas (e mais imitadas) de Hollywood, especialmente após o sucesso de The White Lotus, que lhe rendeu dois Emmys e reavivou completamente a sua presença na cultura pop. Apesar de ainda ser eternamente associada à mítica “Stifler’s Mom” de American Pie, Coolidge abraçou com talento e humor papéis em Promising Young WomanFor Your Consideration2 Broke Girls e The Watcher.

Os representantes da actriz não comentaram as declarações de Duff — e, honestamente, não há escândalo nenhum para comentar. A maldade era apenas profissional.

Relembrar A Cinderella Story, o conto de fadas adolescente definitivo de 2004

O filme é hoje um clássico nostálgico do cinema teen. Duff interpretava Sam, uma rapariga órfã tratada como empregada doméstica pela madrasta obcecada por dinheiro (Coolidge) e pelas duas enteadas (Madeline Zima e Andrea Avery).

O resto é história:

  • uma amiga que funciona como “fada madrinha” moderna (Regina King),
  • um baile de máscaras,
  • um vestido que marcou a adolescência de meio mundo,
  • e um quarterback popular (Chad Michael Murray) que afinal era o misterioso pen pal de Sam.

Tudo culmina na revelação que vira o poder da história do avesso: Sam herda tudo do pai, liberta-se da tirania doméstica e finalmente segue para Princeton… acompanhada pelo rapaz de sonho, claro. A família malvada? Condenada a trabalhar para ela — o tipo de karma suave que só as comédias românticas conseguem entregar sem remorsos.

Duff e Coolidge: dois caminhos muito diferentes, mas igualmente férteis

Desde então, Hilary Duff continuou a multiplicar projectos: protagonizou filmes como Raise Your Voice e The Haunting of Sharon Tate, foi estrela da série Younger, entrou em Gossip Girl e regressou aos holofotes com How I Met Your Father. Agora prepara-se para lançar o novo álbum Luck… or Something, acompanhado de uma digressão.

Coolidge, por sua vez, vive o auge tardio da carreira — uma fase de ouro que provou ao mundo aquilo que muitos já sabiam: que a sua excentricidade controlada é um superpoder raro.

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E pensar que tudo isto começou com uma madrasta, um castelo suburbano, um telemóvel azul brilhante… e uma actriz de 15 anos que precisava de se repetir mentalmente: “É só cinema. É só cinema.”

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De inventora do binge a mestre do esticamento narrativo — a plataforma que nos prometeu liberdade agora trata as séries como quem corta fiambre em fatias finíssimas.

Durante anos, a Netflix foi a nossa utopia pessoal. O lugar onde tudo estava, tudo acontecia e tudo era para ontem. Estávamos mal habituados — e sabíamos. Era o paraíso da abundância, o buffet audiovisual ilimitado onde podíamos engolir temporadas inteiras sem respirar, como quem acredita sinceramente que dormir é uma sugestão e não uma necessidade biológica. Desejavamos uma gripe só para termos a desculpa de mais umas horas à frente do televisor….

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Mas, algures no caminho, o gigante cresceu. E quando um gigante cresce… fica chato. A Netflix atingiu a idade adulta e começou a falar aquela língua pragmática e deprimente que nenhum de nós pediu para ouvir. De repente, a plataforma começou a justificar-se com termos como “direitos de distribuição temporários”, a suspirar que “o espaço de servidor custa dinheiro” e a recordar-nos, paternalista, que “não podemos ter tudo para sempre”.

É assim que percebemos que o Éden acabou. O que antes parecia sólido e eterno — filmes, séries, clássicos, pequenas jóias obscuras — começou a evaporar-se da plataforma como meias na máquina de lavar. Uma noite tens lá o teu conforto audiovisual; na manhã seguinte, puff — desapareceu sem aviso, sem despedida, sem um último abraço digital. E nós, já emocionalmente investidos, ficamos ali, a olhar para o ecrã, traídos e sem sequer ter para onde reclamar.

E os documentários? Ah, Netflix… aqui é que nos magoaste mesmo.

Foste tu que nos levaste a apaixonar-nos por documentários. Foste tu que transformaste espectadores adormecidos em detectives amadores, historiadores improvisados e especialistas ocasionais em vulcões às três da manhã. De repente, consumíamos investigações criminais como quem segue um whodunnit, debatíamos ciência como se tivéssemos background académico e mergulhávamos em biografias de celebridades que nem conhecíamos na véspera.

Os teus documentários tinham ritmo, tinham variedade, tinham propósito. História, ciência, true crime, fenómenos globais, celebridades — ensinaste-nos a ser cultos. Ou, pelo menos, a parecer cultos com uma confiança desproporcional. Aquele tipo de cultura que brilha em jantares, mesmo que venha toda embalada em autoplay.

E depois ofereceste-nos Resumindo, essa pérola educativa onde se explicava um tema complexo em poucos minutos, com clareza, estilo e humor. Uma mini-universidade portátil, perfeita para fingir que tínhamos acabado de fazer um curso intensivo durante o intervalo do jantar.

Mas a fase dourada passou. Agora, a moda é outra. A ciência já não vem em cápsulas; vem em bisnagas intermináveis. Em vez de documentários de uma hora, entregam-nos séries de cinco, seis ou oito episódios de cinquenta minutos, esticados como massa de pizza já cansada. O que antes se dizia com precisão, agora ocupa blocos inteiros de repetições, reconstituições dramáticas e entrevistas de parentes em quinto grau. É conteúdo estendido até ao limite do elástico… e, às vezes, até partir.

E depois… começou a saga das temporadas às fatias

Como se o desaparecimento de conteúdos e o esticamento dos documentários não bastassem, a Netflix descobriu um novo truque: partir temporadas como quem corta enchidos muito finos, quase transparentes. Não lhes chama novas temporadas para não quebrar o vínculo emocional com o espectador. Não. Agora são Volumes. Partes. Fragmentos. Tranches.

E nenhum caso é tão gritante como Stranger Things.

Primeiro dão-nos um pedaço. Depois outro — meses mais tarde. E o final? Só na passagem de ano, evidentemente, para garantir que a assinatura não vê pausas entre Dezembro e Janeiro.

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A plataforma que nos libertou da tirania do tempo televisivo é, ironicamente, a mesma que agora nos encurrala no calendário. Transformou o prazer imediato em ração controlada. A binge economy em binge sim… mas só quando eles quiserem.

Mais Lenha para a Fogueira: O Escândalo Lively–Baldoni Ganha Novo Capítulo com Taylor Swift e Hugh Jackman no Centro da Tempestade

Novos documentos revelam que Taylor Swift e Hugh Jackman testemunharam a alegada confrontação de Ryan Reynolds a Justin Baldoni sobre comentários considerados “fat-shaming” dirigidos a Blake Lively. O drama de Hollywood continua a escalar — e o julgamento já tem data marcada.

A novela digna de prestige TV que tem dominado os bastidores de It Ends With Us acaba de ganhar mais um episódio explosivo. E, desta vez, o drama envolve um elenco de celebridades capaz de lotar qualquer red carpet: Taylor Swift, Hugh Jackman, Ryan Reynolds, Blake Lively e Justin Baldoni.

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Documentos recentemente desclassificados do processo movido por Blake Lively revelam que Taylor Swift e Hugh Jackman estavam presentes quando, a 25 de Abril de 2023, Ryan Reynolds confrontou Justin Baldoni no penthouse do casal Reynolds–Lively, em Nova Iorque. A reunião — inicialmente marcada para debater questões de produção — terá rapidamente mudado de tom.

Segundo o e-mail interno da Wayfarer Studios, incluído como prova, Reynolds terá “descarregado” sobre Baldoni por este alegadamente ter perguntado sobre o peso de Blake Lively, algo que o actor considerou “horrível” e completamente fora de lugar. A acusação central? Fat-shaming. Baldoni terá ficado “embaraçado”, chegado às lágrimas e apresentado múltiplas desculpas.

A presença silenciosa de Swift e Jackman

O documento menciona que Taylor Swift e Hugh Jackman — amigos próximos do casal — estavam no apartamento no momento do confronto. Não participaram, mas assistiram.

Nem Swift nem Jackman comentaram publicamente o episódio até agora, e os seus representantes não responderam aos pedidos de esclarecimento.

A presença de Swift, em particular, tornou-se um dos pontos mais comentados do processo, já que a artista foi previamente listada como potencial testemunha. A equipa legal de Baldoni chegou mesmo a tentar intimá-la, algo que a sua representante contestou veementemente, reforçando que a cantora não esteve envolvida no filme de qualquer forma, além de autorizar o uso da música “My Tears Ricochet”.

O processo: acusações, contra-acusações e uma batalha marcada para 2026

Blake Lively, de 38 anos, moveu uma acção judicial em Dezembro de 2024 contra Baldoni e outros elementos da produção, alegando assédio sexual, retaliação e comportamento impróprio — incluindo tentativas indirectas de criticar o seu corpo e o seu peso durante as filmagens.

Entre as acusações mais delicadas:

  • Baldoni terá contactado o treinador pessoal de Lively sem o seu conhecimento, insinuando querer que a actriz perdesse peso rapidamente.
  • A actriz terá sentido vergonha e violação de privacidade ao descobrir isso mais tarde.

Baldoni negou todas as acusações. Num contra-processo de 400 milhões de dólares (já rejeitado pelo tribunal), afirmou que contactou o treinador apenas para saber o peso aproximado de Lively por razões de segurança física — nomeadamente para preparar uma cena em que teria de a levantar, evitando lesões devido aos seus problemas de costas.

Segundo Baldoni, Reynolds foi “agressivo, colérico e insultuoso” na reunião de Abril de 2023, alegadamente dizendo:

“Como te atreves a perguntar pelo peso da minha mulher?”

A sua própria equipa legal, mais tarde, admitiu que Reynolds foi “duro” e “impetuoso”, embora tenha rejeitado a palavra “berrar”.

A verdade é que, ao longo de 2023 e 2024, a tensão entre actor e realizador não parou de aumentar, com novo episódio relatado em Janeiro de 2024 — mais um encontro ríspido, embora menos extremo do que o primeiro.

O julgamento está marcado para Março de 2026, prometendo tornar-se um dos casos mediáticos mais acompanhados dos próximos anos, especialmente depois da atenção que It Ends With Us já havia gerado antes mesmo da estreia.

O impacto público e uma indústria que treme

O conflito Lively–Baldoni surge num período em que Hollywood continua a debater-se com questões de ética laboral, abuso de poder e representações corporais, temas que se intensificaram com o movimento #MeToo.

Ter figuras da dimensão de Swift e Jackman associadas — ainda que indirectamente — eleva inevitavelmente o escrutínio mediático. Soma-se a isto o facto de Hugh Jackman ter apoiado Lively na antestreia de It Ends With Us, em Agosto de 2024, posando com a actriz e com Reynolds — gesto que, agora, ganha nova luz.

À medida que mais documentos do processo se tornam públicos, novas camadas do caso vão surgindo. E, tal como as próprias equipas legais parecem reconhecer, o julgamento de 2026 poderá tornar-se um marco na discussão sobre ambiente de trabalho, limites pessoais e ética na indústria cinematográfica.

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E, até lá, a fogueira não parece destinada a apagar-se tão cedo.

“O Professor de Inglês” chega esta semana a Portugal — e pode emocionar-te mais do que imaginas

Uma amizade improvável e inspiradora está prestes a chegar às salas de cinema portuguesas: o filme The Penguin Lessons — traduzido para português como O Professor de Inglês — estreia no próximo dia 4 de dezembro e traz consigo uma história real, comovente e cheia de esperança.  

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🐧 De professor desiludido a amigo improvável

A história centra-se em Tom Michell, um professor britânico que, nos anos 70, aceita leccionar numa escola para rapazes em Buenos Aires. Desiludido, indiferente e nada preparado para os desafios que encontra — turmas difíceis, ambiente de tensão política e uma sociedade em crise —, Tom pensa que vai passar por ali sem grande impacto. Mas tudo muda quando, numa viagem ao Uruguai, resgata um pinguim coberto de óleo, à beira da morte.  

Decidido a salvar o animal, Tom acaba por trazê-lo consigo para a escola, onde o pinguim — baptizado de Juan Salvador — começa, aos poucos e com gestos simples, a transformar a realidade de todos à sua volta. Estudantes que perdiam o interesse nas aulas voltam a prestar atenção, o corpo docente redescobre empatia e o próprio Tom reencontra sentido de vida. Numa Argentina mergulhada em caos e injustiças, surge uma lufada de humanidade através de olhares, peixes e barbatanas.  

Entre o drama político e o calor da esperança

O filme não evita o contexto histórico turbulento: 1976 era um dos períodos mais sombrios da Argentina, com uma ditadura militar a pairar e o medo a condicionar vidas. Esse pano de fundo dá peso à narrativa — a amizade entre homem e animal torna-se um acto de resistência, de coragem silenciosa e de humanidade partilhada.  

Mas longe de se tornar um drama sombrio, “O Professor de Inglês” encontra equilíbrio entre a brutalidade dos tempos e a ternura de um pinguim que, sem palavras, ensina o valor da compaixão, da amizade e da esperança. A presença deste pequeno ser no grande ecrã transforma-se num símbolo poderoso de resistência emocional e colectiva — algo que talvez seja mais necessário do que nunca.

Direção e elenco: mãos seguras e corações abertos

Sob a direcção de Peter Cattaneo — conhecido nome do cinema britânico — e com argumento adaptado do livro homónimo de Tom Michell, o filme conta com performances marcantes de Steve Coogan e Jonathan Pryce, entre outros. A interpretação, sobretudo de Coogan, equilibra o ceticismo inicial com uma transformação comovente, e transforma o pinguim Juan Salvador numa das personagens mais cativantes da tela.  

A forma como o filme mistura humor subtil, drama humano e contexto histórico revela uma abordagem sensível e madura — uma prova de que, por vezes, os filmes mais simples e humanos são os que mais tocam o coração.

Por que vale a pena ver “O Professor de Inglês”

Este filme não é uma fábula ingénua sobre animais fofinhos — é uma história de redenção, resiliência e solidariedade, ambientada num momento delicado da história da Argentina. E é também um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, gestos aparentemente pequenos podem redesenhar vidas.

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Se procuras um filme que combine emoção e reflexão, com personagens reais (mesmo que algumas delas tenham barbatanas), “O Professor de Inglês” parece feito à medida. Uma prova de que a empatia não tem fronteiras — nem espécies.

Coragem em Primeiro Plano: TVCine Edition Dedica o Dia 29 de Novembro a Quatro Mulheres Que Mudaram o Mundo — No Ecrã e Fora Dele

O TVCine Edition prepara-se para transformar o próximo sábado, 29 de Novembro, numa celebração absoluta da força feminina. A partir das 16h50, o canal apresenta o Especial Coragem Feminina, um conjunto de quatro filmes que fazem muito mais do que contar histórias: iluminam trajectos de ousadia, resistência e mudança, protagonizados por mulheres que recusaram aceitar o mundo tal como ele estava e decidiram, em vez disso, reinventá-lo.

São narrativas vindas de diferentes épocas, culturas e continentes, mas unidas pela mesma energia: a das que desafiam estruturas, enfrentam preconceitos, rompem silêncios e criam novos caminhos — para si, e para todas.

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“Freeheld – Amor e Justiça” (2015) – 16h50

O pontapé de saída do especial dá-se com um dos dramas mais marcantes desta década: a história real de Laurel Hester(Julianne Moore), agente policial de Nova Jérsia que trava uma batalha contra o preconceito institucional para garantir que a sua parceira, Stacie Andree (Elliot Page), recebe a pensão após a sua morte.

O filme, premiado no Festival de San Sebastián, lembra que a coragem também se mede na persistência — sobretudo quando o sistema insiste em desumanizar. Entre burocracias, julgamentos públicos e manobras políticas, Laurel e Stacie revelam um amor que se torna símbolo de luta pelos direitos LGBTQ+.

“Maria Montessori” (2023) – 18h30

De Nova Jérsia viajamos para o início do século XX, onde duas mulheres improváveis se cruzam em Roma: Maria Montessori, médica e pedagoga visionária, e Lili d’Alengy, uma cortesã parisiense que foge de um segredo que a assombra. Ambas carregam culpas que não lhes pertencem e enfrentam uma sociedade onde as mulheres são silenciadas por princípio.

O filme revela não só o nascimento do método revolucionário que transformou a educação mundial, mas também a amizade entre duas mães que aprendem a perdoar-se a si próprias enquanto mudam a vida de crianças que ninguém queria ensinar.

“Ler Lolita em Teerão” (2024) – 20h10

Num dos retratos mais impactantes do especial, seguimos Azar Nafisi, professora iraniana que, sob um regime repressivo, reúne clandestinamente um grupo de alunas para ler literatura proibida. Nabokov, Fitzgerald, Jane Austen e Henry James tornam-se janelas secretas para um mundo onde a liberdade é mais do que uma metáfora.

Entre véus que caem e histórias que emergem, estas mulheres descobrem a coragem de dizer aquilo que sempre calaram. O filme conquistou o Prémio do Público e o Prémio Especial do Júri no Rome Film Festival de 2024 — e percebe-se porquê: é um tributo feroz ao poder libertador da palavra.

“As Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul” (2025) – 22h00

Para encerrar a noite, chega uma comédia sensível e espirituosa com Isabelle Huppert em modo completamente inesperado. A actriz interpreta uma francesa que viaja para a Coreia do Sul e se reinventa através de encontros improváveis, aulas de francês que nunca parecem aulas, copos de makgeolli e uma curiosa vocação para desmontar as emoções dos outros.

O filme, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim de 2024, é um tributo à coragem do recomeço — aquela que não se faz de batalhas épicas, mas de pequenos gestos que mudam tudo.

Um Sábado Inteiro Dedicado às Mulheres Que Não Aceitam Limites

O que une estas quatro histórias não é apenas a presença de protagonistas femininas, mas a persistência com que cada uma delas enfrenta a adversidade — seja um sistema legal injusto, uma sociedade hostil, um regime opressivo ou a própria vida em mutação.

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Especial Coragem Feminina é, acima de tudo, um lembrete de que, em qualquer lugar do mundo, a mudança começa sempre com alguém que se recusa a ficar calado. E o TVCine Edition dedica-lhes o palco, no dia 29 de Novembro, a partir das 16h50.

O Filme de Animação Que Vai Dominar o Natal: “David” Chega aos Cinemas com Vozes Portuguesas de Luxo

Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves lideram a versão portuguesa desta aventura épica para toda a família

O Natal de 2025 acaba de ganhar um novo protagonista: “David”, a animação que promete conquistar famílias inteiras quando chegar aos cinemas a 17 de dezembro. Descrito como “a mais bela aventura de animação deste Natal” no comunicado oficial  , o filme apresenta um trio de vozes portuguesas capaz de fazer tremer até gigantes: Fernando DanielÁurea e Pedro Gonçalves dão vida às personagens centrais desta história intemporal que atravessa gerações.

Adaptando a famosa narrativa do jovem pastor que enfrenta Golias e se torna rei, o filme leva-nos numa viagem musical repleta de emoção, fé, coragem e imagens deslumbrantes. A versão portuguesa, distribuída pela NOS Audiovisuais, promete não apenas honrar o espírito épico da história original, mas também imprimir-lhe um toque emocional muito próprio, graças ao carisma e talento dos artistas envolvidos.

Uma Aventura Que Inspira — e Agora Fala Português

No filme, Pedro Gonçalves — conhecido do público pela sua participação no The Voice Portugal — empresta a voz ao jovem David, descrito como cheio de energia, sensibilidade e determinação. A interpretação pretende capturar a essência de alguém que ainda está a descobrir o mundo, mas que já carrega nos ombros um destino maior do que a própria vida.

À medida que David cresce, quem assume é Fernando Daniel, que dá voz ao herói adulto, agora guerreiro, poeta e líder. Segundo o comunicado, a sua interpretação traz “profundidade e intensidade” ao papel  , transformando-o numa figura que inspira pela coragem e pela resiliência. A combinação de força emocional e presença vocal do cantor encaixa de forma natural na metamorfose do jovem pastor num dos nomes mais emblemáticos da tradição bíblica.

Mas nenhuma jornada começa sozinha. Áurea completa o trio principal dando voz a Nitzevet, mãe de David — descrita como uma presença “calorosa e resiliente”  . É ela quem molda, com a sua fé silenciosa e as suas canções, o coração do futuro rei. A cantora, conhecida pelo timbre doce e emotivo, parece ser uma escolha óbvia para uma personagem que representa a força tranquila que sustém heróis quando tudo à volta fraqueja.

Música, Emoção e a Magia do Natal

“David” aposta numa narrativa épica, mas transporta-a para um formato acessível a todas as idades, com momentos musicais que procuram atingir tanto o lado espiritual como o lado emocional da história. A promessa é clara: um filme onde nenhum gigante é demasiado grande quando o coração permanece firme — frase que condensa na perfeição o espírito da obra e que sublinha a mensagem universal de esperança que a acompanha  .

A estética visual, descrita como “deslumbrante” no comunicado, pretende envolver o espectador num espetáculo sensorial que combina aventura, fé e emoção em partes iguais. A abordagem musical reforça essa ambição, transformando a história de David não apenas noutra adaptação, mas numa experiência envolvente pensada para emocionar tanto adultos como crianças.

Um Natal Feito de Coragem, Música e História

A estreia marcada para 17 de dezembro coloca “David” no centro da programação natalícia, numa época em que as famílias procuram histórias com coração — e este filme parece ter muito para oferecer. Com um elenco vocal português de grande popularidade e capacidade interpretativa, a animação aproxima-se do público local sem perder a dimensão universal da narrativa original.

Ao mesmo tempo, o filme resgata valores que continuam a ressoar com força no século XXI: a coragem diante do impossível, a procura de um propósito maior, a força das raízes familiares e a certeza de que mesmo o mais improvável dos heróis pode mudar o destino de uma nação.

“David” não é apenas mais uma animação de Natal — é uma promessa de emoção, música e inspiração. E, com Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves a dar voz a esta aventura, tudo indica que estamos perante um dos títulos obrigatórios deste final de ano.

A Lista de Comédias Que Vai Mexer com os Cinéfilos — e a Variety Assume a Responsabilidade

Quando o riso se torna matéria séria e 110 anos de gargalhadas são postos à prova

A Variety decidiu fazer aquilo que todos nós, secretamente, pensamos que faríamos melhor: escolher as 100 melhores comédias de sempre. E fê-lo com a solenidade quase religiosa de quem segura a História pelas ancas e a abana para ver o que cai. No ensaio que abre este extenso top, a publicação recorda que rir sempre importou — mas que hoje importa mais. A humanidade, diz a Variety, nunca riu tanto como nos últimos 110 anos, e o “culpado” é o cinema. Afinal, foi Charlie Chaplin, o primeiro verdadeiro ícone global, quem ensinou o planeta a pesquisar nos bolsos pela alma do humor. E, assim que Hollywood descobriu que nos podia pôr a rir, nós descobrimos que não queríamos outra coisa.

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A lista organiza-se como uma espécie de viagem arqueológica ao centro exacto do cómico cinematográfico: a anarquia sublime dos irmãos Marx, o caos estudado do SNL, o surrealismo feroz de Mel Brooks, o humor doentiamente cirúrgico de Dr. Strangelove, a loucura improvisada de Jim Carrey. E, em certos momentos, a Variety deixa claro que compilá-la implicou um exercício quase místico: “pensámos longamente no que faz um clássico — mas, acima de tudo, ouvimos os nossos ossos do riso”. Esta frase, retirada do texto original, define o espírito da selecção: uma lista que não pretende agradar a todos, mas que pretende representar tudo.

A contagem decrescente começa com Bridget Jones’s Diary, essa pérola que não se atreveriam a filmar hoje, diz a Variety — não por não poderem, mas por não quererem. E isso seria uma pena, porque parte do encanto desta comédia romântica é precisamente o facto de Bridget ser uma catástrofe ambulante e o filme não pedir desculpa por isso. De seguida, Wayne’s World aparece como a excepção que confirma a regra dos fracos spinoffs do Saturday Night Live, oferecendo duas personagens tão patetas quanto icónicas. Seguem-se Pretty WomanBorn YesterdayI’m Gonna Git You Sucka e, no lugar 95, uma obra querida dos cinéfilos portugueses: Brazil, a distopia de Terry Gilliam que continua a ser, simultaneamente, profética e delirante.

A lista avança como um desfile de memórias e estilos, saltando do caos indie de Clerks para a dança subversiva de Hairspray, do absurdo total de The Jerk ao espartilho moralmente ousado de She Done Him Wrong. A Variety resgata pérolas esquecidas (Hellzapoppin’Born YesterdayThe Tall Blond Man With One Black Shoe), reafirma clássicos inquestionáveis (Dr. StrangeloveSome Like It HotYoung Frankenstein), e dá o devido lugar a obras que só com o tempo encontraram o público que mereciam — como The Big Lebowski, que começou por ser desvalorizado e acabou canonizado.

No top 10, a revista convida-nos a atravessar a História com a reverência de quem entra numa catedral, mas sem tirar os sapatos: Buster Keaton e Sherlock Jr.; o ciclo infinito de Bill Murray em Groundhog Day; o génio louco de Mel Brooks em Young Frankenstein; a falsa verdade de Fargo; a insaciável ousadia dos Monty Python; a sátira política que só Chaplin poderia assinar em The Great Dictator. E, claro, os dois gigantes que fecham a lista: Some Like It Hot, de Billy Wilder, verdadeiro épico do disfarce e do desejo; e The Naked Gun, que a Variety proclama como a comédia perfeita — um hino irreverente ao absurdo, conduzido pelo génio deadpan de Leslie Nielsen.

O grande triunfo desta lista não está apenas nos títulos escolhidos, mas na defesa apaixonada do riso enquanto elemento fundamental do cinema. O humor, neste enquadramento, é tratado como uma força cultural transformadora, capaz de reinventar épocas, desafiar normas, provocar e, acima de tudo, aproximar espectadores de todas as gerações.

Glen Powell Está de Volta — e Agora Quer Chocar Hollywood com a Comédia Teen Mais Descarada do Ano

Ao confiar na Variety a tarefa de definir (ou incendiar) este cânone, ficamos com um mapa do riso que é tanto um documento histórico como uma declaração de amor ao cinema. É impossível concordar com tudo — mas é igualmente impossível não sorrir ao percorrê-la.

E vocês quais seriam as vossas escolhas?