Brad Pitt Bate Recorde Pessoal com F1, Fantastic Four Ruma aos 370 Milhões, e Naked Gun Arranca com Força nas Bilheteiras

Análise completa ao box office internacional da semana, com Brad Pitt a acelerar para o seu maior sucesso global de sempre

🏎️ Numa semana recheada de novidades e reviravoltas nas bilheteiras internacionais, F1 consolidou-se como o maior sucesso de sempre de Brad PittFantastic Four: First Steps continuou a dominar globalmente apesar da quebra, e a comédia The Naked Gun surpreendeu com um arranque sólido. Eis o retrato completo das corridas em curso no circuito global do box office.

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F1: Brad Pitt faz história com o seu maior êxito de sempre

O drama de corridas F1, realizado por Joseph Kosinski e produzido pela Apple Original Films, atingiu um novo marco: com $545,6 milhões globais, tornou-se o filme mais rentável da carreira de Brad Pitt, ultrapassando World War Z.

A performance tem sido especialmente robusta fora dos EUA, com um total internacional de $372,3 milhões. Em Coreia do Sul, o filme registou um aumento impressionante de 36% na sexta semana (!), algo raríssimo. Outros mercados com excelentes resultados incluem:

  • China: $55,1M
  • Reino Unido: $28M
  • França: $26,7M
  • Coreia do Sul: $24M
  • México: $19,3M

O acumulado em IMAX já soma $84,7 milhões globalmente.

Fantastic Four: First Steps abranda, mas passa os $369M mundiais

A aposta da Marvel/Disney manteve o n.º 1 em mercados como Itália, Reino Unido, Brasil, México e Austrália, apesar de uma quebra de 54% global (52% sem contar com a China) no seu segundo fim-de-semana.

A segunda semana rendeu $39,6 milhões fora dos EUA, elevando o total internacional para $170,3M e o global para $368,7M.

Os principais mercados continuam a ser:

  • Reino Unido: $20,5M
  • México: $20,4M
  • França: $10,2M
  • Brasil: $9,3M
  • Austrália: $8,2M

IMAX: $43,9M global.


The Naked Gun: regresso em grande com $29M globais

A nova versão de The Naked Gun, da Paramount, estreou com $11,5 milhões em 46 mercados e um total global de $28,5M — um resultado bem acima de títulos comparáveis como Game Night ou The Heat.

As melhores estreias internacionais foram:

  • Reino Unido: $2,3M
  • Alemanha: $2,3M
  • México: $674K
  • Países Baixos: $590K
  • Áustria: $430K

Com uma boa recepção nas versões dobradas e legendadas, esta comédia poderá ter pernas para correr mais do que o habitual no género.


Os Mauzões 2 expande território e soma $44,5M globais

Depois de uma estreia limitada, The Bad Guys 2 (Os Mauzões 2) chegou agora a 58 mercados e arrecadou $16,3M nesta semana, com o total global a atingir $44,5M.

  • França: $2,6M (n.º 1)
  • México: $1,8M (n.º 2)
  • Espanha: $1,4M (n.º 1)
  • Coreia do Sul: $1,3M (n.º 5)
  • Polónia: $800K (n.º 1)
  • Reino Unido (total até agora): $6,4M

A recepção crítica tem sido muito positiva, com pontuações superiores às do primeiro filme em várias plataformas e países.


Jurassic World Rebirth aproxima-se dos $770M

O novo capítulo jurássico da Universal/Amblin adicionou $16,2M na sua 5.ª semana internacional, acumulando $448,4M fora dos EUA e $766M globalmente.

Melhores mercados:

  • China: $77,4M
  • Reino Unido: $42,7M
  • México: $34,2M
  • Alemanha: $28,4M
  • França: $25,2M

Outros destaques:

  • 🦸‍♂️ Superman (Warner/DC): $551,2M globais
  • 🎴 Demon Slayer: Infinity Castle (Japão): $121M só no Japão — maior bilheteira do ano no país
  • 🧝‍♂️ How to Train Your Dragon (re-release): $618,3M globais
  • 👻 Smurfs (PAR): $89,7M globais
  • 🎬 Materialists (A24): $62,4M globais
  • 🧟‍♀️ I Know What You Did Last Summer (SNY): $58,7M globais
  • 💔 Bring Her Back (SNY): $27,5M globais
  • 🎯 Mission: Impossible – The Final Reckoning: $594,2M globais

Conclusão

Numa semana de grande diversidade — entre acção, comédia, animação e corridas de alta velocidade — o box office global mostrou sinais saudáveis. Brad Pitt lidera com um recorde pessoal histórico, os super-heróis da Marvel continuam a render e a comédia física de The Naked Gun provou que ainda há público para o riso puro e duro.

A corrida nas bilheteiras continua — e as próximas semanas prometem mais mudanças nos lugares do pódio.


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1000 Homens e Eu: O Documentário de Bonnie Blue Que Chocou o Reino Unido… Mas Não Respondeu ao Essencial

Sexo, escândalo e vazio emocional: o retrato de uma estrela pornográfica que levanta questões sociais urgentes — mas que o documentário não teve coragem de explorar

📺 1000 Men and Me: The Bonnie Blue Story estreou esta semana no Channel 4, no Reino Unido, e tornou-se de imediato o centro de uma controvérsia nacional. O documentário segue Bonnie Blue, nome artístico de Tia Billinger, actriz pornográfica britânica de 26 anos que se tornou viral por alegadamente ter tido sexo com 1.057 homens num único dia, em 12 horas — numa tentativa de bater um recorde mundial bizarro, anteriormente detido por Lisa Sparxxx (919 homens em 2004).

Mas mais do que os números, foi a postura pública, provocadora e desafiante de Bonnie que incendiou o debate: após o feito, anunciou um “evento privado” onde permitiria que 2.000 homens tivessem relações com ela, trancada nua dentro de uma caixa de vidro. Foi banida do OnlyFans, entrevistada no podcast de Andrew Tate (figura polémica acusada de crimes graves no Reino Unido), e tornou-se, para muitos, o símbolo de tudo o que está “errado” na cultura sexual contemporânea.

Um documentário com mais escândalo do que substância

Realizado por Victoria Silver e transmitido com aviso de conteúdo gráfico, o documentário prometia “mostrar o que está por trás daqueles olhos azuis gélidos”, segundo a sinopse da Channel 4. Mas o resultado é outro: uma obra que observa, mas não interroga; que mostra, mas não explica; que regista, mas não analisa.

Sim, vemos Bonnie Blue a preparar-se para o “recorde”: lubrificante anestésico, preservativos a perder de vista, balaclavas para o anonimato. Vemos até a sua mãe, que a apoia com uma serenidade quase surreal. Mas não há, em momento algum, uma tentativa séria de entender o fenómeno social, cultural e psicológico que ela representa.

A mulher escandaliza — e os homens desaparecem da equação

A crítica mais pertinente veio num artigo de Eva Wiseman para o The Guardian, onde escreve:

“As intenções e danos de Bonnie Blue foram escrutinados. Mas os homens que se alinham para ser o 20.º ou o 60.º a penetrar uma desconhecida durante três minutos, enquanto alguém faz truques de cartas lá fora, passaram despercebidos. As intenções desses homens não interessam, porque… é normal. Normal aceitar sexo quando é oferecido. Normal objectificar o corpo de uma mulher. Normal voltar para casa como se nada fosse.”

O documentário teve a oportunidade de virar a lente para esses homens — e falhou.

Sexo, poder, feminismo ou performance?

É Bonnie Blue uma mulher empoderada, sex-positive, dona do seu corpo e da sua narrativa? Ou está apenas a alimentar os fantasmas mais tóxicos da masculinidade contemporânea, servindo como instrumento de consumo num mercado cada vez mais violento?

A resposta pode ser complexa — pode até ser “ambas” — mas o documentário não a procura. Em vez de mergulhar nos dilemas éticos, sociais ou feministas, limita-se a registar a superfície: os bastidores do evento, a polémica, os números, a fama. Faltou contexto, faltou confronto, faltou inteligência.

Um país a debater sexo… e uma televisão a alimentar o moralismo

A emissão do documentário deu-se poucos dias após a entrada em vigor do Online Safety Act, que impõe restrições rigorosas ao acesso de menores a conteúdos pornográficos. A ironia não passou despercebida nas redes sociais:

“Channel 4 exibe um filme sobre Bonnie Blue a ser penetrada por mil homens… mas os jovens precisam de mostrar o BI para ver memes com duplo sentido no X”, escreveu um utilizador.

Outros chamaram-lhe “pornografia disfarçada de documentário”, e acusaram a estação pública de “glamourizar a devassidão”.

Mas se a indignação moral é previsível, o debate profundo e informado sobre as contradições sociais em jogo ficou de fora — tanto no discurso público como no próprio filme.

Vale a pena ver?

Só se for pelo exercício crítico. 1000 Men and Me não oferece reflexão, nem contexto histórico, nem crítica cultural. É um produto que observa sem perguntar, que provoca sem pensar e que se agarra ao escândalo como forma de captar audiências — não para provocar introspecção, mas para alimentar o algoritmo.

“Se não quero ficar triste, não fico”, diz Bonnie Blue numa das frases mais frias do documentário.

É um resumo cruel — não só do seu discurso, mas do próprio filme.

Festival LAVADIAS Volta a Mergulhar no Mar… e no Cinema ao Ar Livre

Com estreia do novo filme de Cláudio Jordão, curtas internacionais e uma sessão com o vencedor do Óscar de animação, o festival volta a iluminar o Forte de Santa Catarina, no Pico

ver também : Cineastas Contra a MUBI: Miguel Gomes Entre os Signatários que Condenam Financiamento Ligado a Israel

🌊 Entre mantas, colchas e almofadas, o Forte de Santa Catarina, nas Lajes do Pico, volta a transformar-se num cinema sob as estrelas com o regresso do Festival LAVADIAS. De 13 a 15 de Agosto, o mais marítimo dos festivais volta a dar vida ao ecrã ao ar livre, sempre com a temática da água, dos mares e dos oceanos como pano de fundo — literal e simbólico.

Organizado pela associação MiratecArts, em parceria com o município das Lajes, o festival celebra este ano a sua quarta edição e abre com a estreia regional de Vasco da Gama – O Mar Infinito, o mais recente filme do realizador português Cláudio Jordão.

Cláudio Jordão dá o mote com “O Mar Infinito”

Depois da estreia oficial no Festival AVANCA, Vasco da Gama – O Mar Infinito chega agora à ilha do Pico para a sua primeira exibição nos Açores. A obra revisita uma das mais marcantes viagens marítimas da história: a odisseia de Vasco da Gama até à Índia, enfrentando tormentas no Atlântico e no Índico.

Realizado com a sensibilidade habitual de Cláudio Jordão, o filme mistura épico histórico e introspecção visual, num verdadeiro tributo à ligação profunda de Portugal com o mar.


Curtas-metragens, ação e um Óscar animado

Mas o LAVADIAS não vive só de longa-metragens. A primeira noite do festival será também dedicada a curtas, com destaque para os trabalhos de Fu LeJoana Saraiva MarquesSalvador Lobo Xavier, entre outros talentos emergentes.

Na segunda noite, a programação mergulha em águas mais agitadas com “Terror nas Profundezas”, do australiano Matthew Holmes, prometendo suspense e adrenalina.

E para encerrar em beleza — e com toda a família — o festival exibe o belíssimo “Flow – À Deriva”, de Gints Zilbalodis, vencedor do Óscar de Melhor Filme de Animação. Um conto visualmente encantador sobre sobrevivência, mudança e adaptação… sempre à deriva, sempre em movimento.


Cinema com sabor a salitre (e entrada gratuita)

Todas as sessões têm entrada livre e começam às 21h30 locais (22h30 em Lisboa). O convite é claro: traga uma manta, sente-se no chão, e deixe-se embalar pelo som do mar e pelas histórias que o ecrã projeta.

“O festival tem a temática da água, os mares e os oceanos que nos rodeiam”, explicou Terry Costa, director artístico da MiratecArts e fundador do LAVADIAS.

Mais do que um festival de cinema, o LAVADIAS é uma celebração do lugar, da natureza, da memória e da arte. Um evento que honra o espírito atlântico dos Açores com imagens, emoções e uma forte brisa cinematográfica.


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Cineastas Contra a MUBI: Miguel Gomes Entre os Signatários que Condenam Financiamento Ligado a Israel

Plataforma de streaming e distribuidora independente é acusada de estar a lucrar com o “genocídio em Gaza” após aceitar investimento da Sequoia Capital

🎬 A MUBI, conhecida pela sua curadoria de cinema independente e por apoiar vozes autorais de todo o mundo, está no centro de uma polémica internacional. Mais de 30 cineastas, incluindo os portugueses Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, assinaram uma carta aberta onde criticam abertamente a empresa por ter aceite 100 milhões de dólares em financiamento da Sequoia Capital, uma firma norte-americana com ligações a interesses militares israelitas.

ver também: “2.000 Metros para Andriivka”: O Documentário Que Mostra a Guerra da Ucrânia Como Nunca a Viu

“A decisão da MUBI de fazer parceria com a Sequoia Capital demonstra uma total falta de responsabilidade para com os artistas e comunidades que ajudaram a empresa a prosperar”, lê-se na carta publicada esta semana pela Variety.

Entre os signatários estão também nomes como Aki KaurismäkiRadu JudeJoshua OppenheimerLevan AkinJessica BeshirCourtney StephensCamilo Restrepo e Neo Sora — vozes influentes no circuito do cinema autoral e de festivais.

Do prestígio à contestação

A MUBI tem construído uma reputação sólida como plataforma que valoriza o cinema ousado, alternativo e de autor. Ao longo dos anos, estabeleceu relações próximas com realizadores independentes e com um público exigente, tornando-se uma referência entre os cinéfilos.

Mas a revelação, em Maio, do financiamento da Sequoia Capital — uma empresa com ligações a tecnologias de vigilância e a fabricantes de ‘drones’ militares israelitas — veio abalar essa imagem.

Segundo a Variety, a Sequoia está envolvida com empresas como a start-up Kela, fundada por ex-membros de unidades de segurança israelitas, criada na sequência dos ataques do Hamas em Outubro de 2023.

“O crescimento financeiro da MUBI está agora explicitamente ligado ao genocídio em Gaza”, afirmam os realizadores. “E isso implica todos nós que trabalhamos com a MUBI.”


Os pedidos dos cineastas

Na carta aberta, os signatários exigem à MUBI três coisas concretas:

  1. Uma condenação pública da Sequoia Capital e dos seus lucros associados à guerra;
  2. retirada da Sequoia dos cargos de direcção da MUBI;
  3. A adopção de uma política ética rigorosa para futuros investimentos.

A posição é clara: o financiamento pode comprometer a integridade de uma plataforma que se construiu com base na confiança de artistas que rejeitam a normalização da violência — especialmente quando ligada a conflitos armados e violações de direitos humanos.


A resposta da MUBI: insuficiente?

Em Junho, após os primeiros protestos, a MUBI respondeu dizendo que o investimento da Sequoia tinha como objectivo “acelerar a missão de fazer chegar filmes ousados e visionários a mais públicos”, e que “as crenças de cada investidor não reflectem as opiniões da MUBI”.

Para os signatários, essa justificação é insuficiente. E a questão torna-se ainda mais sensível num momento em que a ofensiva israelita em Gaza já provocou, segundo a ONU e várias ONG, mais de 59 mil mortos, a maioria civis, bem como fome extrema e colapso de infraestruturas básicas.

ver também : Sirat: Óliver Laxe Convida-nos a Caminhar no Inferno (Para Encontrar Qualquer Coisa Parecida com Esperança)

Cinema e consciência

Miguel Gomes e Maureen Fazendeiro, dois nomes fundamentais do novo cinema português, juntam-se assim a uma crescente onda de contestação que exige mais responsabilidade ética das empresas culturais e mediáticas. Num mundo cada vez mais polarizado, onde os conflitos armados se cruzam com interesses financeiros e plataformas globais, os artistas recusam ser cúmplices silenciosos.

Sirat: Óliver Laxe Convida-nos a Caminhar no Inferno (Para Encontrar Qualquer Coisa Parecida com Esperança)

O realizador galego estreia em Portugal o seu filme mais duro e introspectivo — e talvez o mais necessário

🔥 Óliver Laxe não faz cinema para nos entreter. Faz cinema para nos abanar. E com Sirat, a sua mais recente longa-metragem, o cineasta galego convida-nos para uma viagem seca, árida e sem atalhos, passada entre raves no deserto de Marrocos e silêncios carregados de dor. O filme, já premiado em Cannes e agora estreado em Portugal, é um mergulho no abismo — mas um abismo onde se procura, ainda assim, sentido.

ver também : “2.000 Metros para Andriivka”: O Documentário Que Mostra a Guerra da Ucrânia Como Nunca a Viu

Sirat é um filme duro. Mas a minha intenção foi cuidar do espectador”, explica Laxe. “Queria que olhasse para dentro.”


Entre Gilgamesh e o Rei Artur… numa rave no deserto

A premissa de Sirat pode parecer simples: um pai e um filho procuram Mar, a filha e irmã desaparecida numa zona remota de Marrocos, palco de raves clandestinas e decadência espiritual. Mas o que Laxe filma é uma verdadeira descida aos infernos, onde o que está em jogo não é apenas o reencontro, mas o confronto com o vazio — e com a morte.

Inspirado por epopeias como o Épico de Gilgamesh ou as lendas do Santo Graal, Laxe assume o cinema como via para a transcendência. E fá-lo recorrendo a uma linguagem crua, visualmente poderosa, onde a imagem é sempre mais forte do que qualquer explicação.

“Um filme não é para ser entendido, é para ser sentido”, afirma.


Um cinema que remexe, que inquieta, que cuida — à sua maneira

Desde Todos vós sodes capitáns (2010) a O Que Arde (2019), passando por Mimosas (2016), Laxe construiu uma obra singular e espiritual, marcada por paisagens que são personagens e silêncios que são gritos. Em Sirat, essa procura radical atinge um novo patamar.

“Sou um viciado da imagem. Elas apanham-me. Estamos à sua mercê.”

E se o espectador se sente arrastado por esse deserto interior, é porque o próprio realizador também o percorreu com sacrifício.

“Custou-me escrever e montar as sequências mais duras. Não queria fazer ninguém sofrer. Mas quis mostrar que a dor, a perda, a morte fazem parte do caminho.”


O medo da morte e a rave como purgatório moderno

O título do filme, Sirat, remete para a tradição islâmica: a ponte que separa o inferno do paraíso, o caminho que todos devem atravessar após a morte. Essa ponte, no filme, é tanto literal como simbólica. E Laxe não foge à provocação:

“Vivemos numa sociedade tanatofóbica. Fugimos da dor, da morte, da angústia. Eu quero olhar para a morte. Quero saber se morro com dignidade.”

No meio de batidas electrónicas e corpos perdidos em êxtase, o cineasta vê algo mais do que fuga: vê um acto de entrega, uma espécie de liturgia contemporânea.

“Na cultura rave, nada há de mais transcendental do que morrer num acto de serviço no dancefloor.”


Paisagens com alma, cinema com cicatrizes

Como em toda a sua obra, também aqui a paisagem tem peso ontológico. É personagem, é espelho, é ameaça. E se Laxe afirma que adoraria filmar no Porto, é porque vê na arquitectura e nos lugares a alma das histórias.

“Encantava-me filmar no Porto. Pela arquitectura, pela sucessão de lugares… pela vida que existe ali.”

A vida, afinal, está sempre no centro do seu cinema — mesmo quando fala de morte. Porque, como sublinha:

“Estamos todos feridos. Só que nem todos o sabem. O cinema, para mim, é essa tomada de consciência.”


Caminhar, mesmo quando se sangra

Sirat não é um filme fácil. Não pretende ser. É uma meditação existencial, uma oração inquieta sobre perda, fé e aceitação. Mas é, acima de tudo, um gesto de esperança.

“A realidade é dura, mas temos fé de que o caminho nos leva a bom porto.”

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E esse caminho, como nos lembra Laxe, é feito de sombras, de desertos, de imagens que nos perseguem. Mas também de cinema — esse lugar onde, por vezes, encontramos respostas sem precisar de perguntas.

“2.000 Metros para Andriivka”: O Documentário Que Mostra a Guerra da Ucrânia Como Nunca a Viu

Depois do Óscar por 20 Dias em Mariupol, Mstyslav Chernov regressa com uma obra visceral, íntima e arrebatadora sobre o que significa resistir

🎥 O nome Mstyslav Chernov tornou-se sinónimo de coragem documental. Depois do aclamado 20 Dias em Mariupol, vencedor do Óscar, o jornalista e cineasta ucraniano regressa com 2.000 Metros para Andriivka, uma obra que transcende o relato jornalístico e mergulha num cinema de guerra onde a proximidade emocional e física ao conflito é absoluta.

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Estreado nos cinemas dos Estados Unidos, Reino Unido e Irlanda (e já com passagem pelo Festival de Sundance), o novo documentário é uma coprodução entre a Associated Press e a Frontline (da PBS), e propõe uma abordagem inédita à guerra na Ucrânia: ver a guerra como ela é sentida por quem a vive, metro a metro, disparo a disparo.


“Podem destruir uma aldeia, mas não conseguem destruir um símbolo”

O centro desta história não é Kiev, nem Kharkiv, nem Mariupol. É Andriivka, uma pequena aldeia no oblast de Donetsk, com apenas um acesso: uma floresta de dois quilómetros transformada em campo minado e palco de uma das batalhas mais sangrentas da contraofensiva ucraniana de 2023.

Chernov integrou a 3.ª Brigada de Assalto ucraniana para filmar de dentro a reconquista da aldeia — e encontrou ali algo maior do que uma simples posição estratégica: um símbolo.

“São apenas dois quilómetros. Mas nessa floresta está contida toda a guerra”, disse o realizador em entrevista à agência Lusa.

“Podem destruir uma aldeia, mas não conseguem destruir um símbolo.”


O documentário como arma e testemunho

Com imagens captadas por drones, câmaras de capacete, dispositivos portáteis e microfones colados à pele dos soldados, 2.000 Metros para Andriivka adopta uma linguagem estética próxima da ficção científica, mas com brutalidade real.

“Há momentos em que parece um filme de ficção científica… e depois vemos um soldado arrastar-se para uma trincheira com o braço rebentado e percebemos que estamos a ver a guerra em estado puro.”

Chernov e o colega Alex Babenko captaram o medo primitivo, o ruído dos drones, os torniquetes improvisados, os olhos de quem avança sem saber se volta. E ao mesmo tempo, registaram o poder da esperança: o desejo simples e devastador de voltar a içar a bandeira da Ucrânia num solo libertado.

“Os soldados sabem que a guerra moderna também se trava nos media. Hastear uma bandeira sem que ninguém veja… qual é o impacto? Eles queriam que fosse um símbolo de esperança.”


Quando a guerra chega a casa

A aldeia fica a menos de duas horas de Kharkiv, cidade natal de Chernov. O conflito não é uma ideia abstracta para o cineasta — é pessoal. As árvores onde filmou foram as mesmas onde brincou em criança com amigos. As explosões ecoam por ruas que conhece de memória.

“É como se estes homens estivessem a lutar pela minha infância, pelas minhas memórias e vida”, confessou.

“Cada metro conquistado naquela floresta significava algo maior do que território.”


Um cinema de combate — no campo e no ecrã

2.000 Metros para Andriivka não é um documentário tradicional. É um corpo de combate em forma de filme. É uma ode à resistência, à humanidade no meio do horror, e à importância de continuar a olhar, mesmo quando o mundo parece já ter virado a cara.

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A distribuição internacional está a cargo da Dogwoof, e o filme deverá chegar a mais salas europeias nas próximas semanas. Para quem acredita que o cinema pode ser mais do que entretenimento — pode ser memória, denúncia, arte e acto de guerra — esta é uma obra incontornável.

Os Mauzões 2 Faz História no Rotten Tomatoes — e Está Quase a Roubar o Lugar a Fantastic Four

A sequela da DreamWorks está oficialmente entre os filmes de animação mais adorados de sempre pelo público

🐺 Os Mauzões 2 (título original: The Bad Guys 2) chegou aos cinemas com tudo: vilões reformados, novas parceiras de crime, acção global… e agora, um recorde que poucos esperavam. Segundo os dados mais recentes do Rotten Tomatoes, o filme conquistou um impressionante 95% de aprovação do público, igualando o melhor resultado alguma vez registado por um filme de animação da DreamWorks.

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Sim, leu bem. Numa lista que inclui pesos pesados como ShrekComo Treinares o Teu Dragão ou O Príncipe do Egipto, é esta comédia animada protagonizada por animais fora-da-lei que está agora no topo — e a dar luta à concorrência de peso como Fantastic Four e Superman nas bilheteiras.

Um lugar entre os grandes… e com companhia inesperada

O feito é ainda mais notável quando olhamos para a lista dos filmes da DreamWorks com melhor pontuação do público:

  • Os Mauzões 2 – 95%
  • Spirit: O Indomável – 95%
  • Abominável – 95%
  • O Gato das Botas: O Último Desejo – 94%
  • The Croods: Uma Nova Era – 94%
  • Os Mauzões – 93%
  • Como Treinares o Teu Dragão – 91%
  • Shrek – 90%
  • Como Treinares o Teu Dragão 2 – 90%
  • O Príncipe do Egipto – 90%

O mais curioso? Entre todos os filmes do top, Os Mauzões 2 é o único que é uma sequela directa com uma pontuação tão alta. Spirit e Abominável foram lançamentos mais discretos, e mesmo O Gato das Botas é tecnicamente um spin-off de Shrek. Ou seja: Os Mauzões 2 está a fazer história com estilo.

Mais acção, mais personagens e um novo golpe… no espaço?

A sequela mantém o núcleo duro — Lobo (Sam Rockwell), Serpente (Marc Maron), Tubarão (Craig Robinson), Piranha (Anthony Ramos) e Tarântula (Awkwafina) — mas introduz as Bad Girls, um trio de novas vilãs lideradas por Doom (voz de Natasha Lyonne). Desta vez, o grupo vê-se envolvido num golpe interplanetário, com foguetes estilo SpaceX, casamentos de bilionários e perseguições que lembram Missão Impossível com patas e escamas.

E para os fãs da raposa Diane (Zazie Beetz), há boas notícias: ela está de volta, e a tensão romântica com o Sr. Lobo está mais presente do que nunca.

Pode bater a bilheteira do original?

O primeiro Os Mauzões arrecadou cerca de 250 milhões de dólares em 2022, o que foi considerado um sucesso. Mas tudo indica que a sequela pode superar essa marca. O fim-de-semana de estreia foi mais forte e, com a recepção do público ao rubro, Os Mauzões 2 está mesmo “a roer os calcanhares” de Fantastic Four no box office internacional.

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É certo que a pontuação do público pode descer ligeiramente à medida que entram mais críticas — é o habitual —, mas neste momento, Os Mauzões 2 está a viver o seu momento de glória… e com razão.

“Drácula: Uma História de Amor” — Luc Besson Reinventa o Vampiro Mais Famoso do Mundo

Com Caleb Landry Jones, Christoph Waltz e o toque visual inconfundível de Besson, o filme estreia a 21 de Agosto nos cinemas

🧛‍♂️ Quando se junta o mito de Drácula com a sensibilidade visual de Luc Besson, o resultado promete ser tudo menos convencional. Drácula: Uma História de Amor estreia a 21 de Agosto nas salas de cinema portuguesas e é muito mais do que mais uma adaptação da lenda do vampiro imortal. É um épico gótico-romântico que funde sensualidade, tragédia e redenção com a assinatura visual do autor de Léon, o Profissional e O Quinto Elemento.

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Apresentado no Festival de Cannes de 2024, o filme propõe uma nova leitura da história de Vlad, o Empalador — desta vez, como um homem dilacerado entre a escuridão que o domina e a memória de um amor perdido que atravessa séculos.

Um Drácula com alma (e cicatrizes)

O protagonista é interpretado por Caleb Landry Jones, numa das performances mais intensas da sua carreira. O príncipe Vladimir, transformado em Drácula após renegar a fé na sequência da morte brutal da sua esposa, torna-se uma figura amaldiçoada — eternamente viva, mas consumida por dor e desejo. Séculos depois, o reencontro com o rosto da mulher que amou dá início a uma espiral de paixão, violência e esperança.

A acompanhar Caleb Landry Jones está o inconfundível Christoph Waltz, que encarna um perseguidor misterioso e filosófico, à altura do eterno dilema de Drácula: será o amor suficiente para quebrar a maldição?

O elenco conta ainda com Zoë BleuMatilda De AngelisEwens Abid e Guillaume de Tonquédec.

Luc Besson em modo gótico romântico — e ainda bem

Confesso: sou um fã incondicional de Luc Besson. E é impossível não reconhecer os traços que tornam o seu cinema tão singular. Há sempre um fascínio pela imagem, pela beleza estilizada da composição, pelos momentos de silêncio emocional entre explosões de acção. Está tudo aqui: a grandiosidade visual, os cenários luxuosos, os interiores quase barrocos, os movimentos de câmara coreografados como danças.

Rodado em Paris, com locações como o Hôtel de la Marine e o Palais Royal, o filme aposta numa estética decadente mas sedutora, tão gótica como romântica. É La Belle et la Bête com dentes afiados e alma ferida.

Para quem se apaixonou por filmes como O Quinto ElementoLucy, ou até o subestimado Valerian and the City of a Thousand Planets, este novo Drácula parece um regresso a forma: exagerado, visualmente opulento, emocionalmente carregado — e sempre com o coração no sítio certo.

Entre a eternidade e a esperança

Mais do que um filme sobre vampiros, Drácula: Uma História de Amor é uma história sobre luto, culpa e a impossibilidade de esquecer. Uma fábula sombria sobre o que acontece quando o tempo deixa de curar — e começa a castigar.

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📅 A estreia em Portugal está marcada para 21 de Agosto, com distribuição da NOS Audiovisuais. Para fãs de cinema fantástico, de Besson ou de narrativas com sangue quente e alma partida, esta é uma experiência a não perder.

La Ruta – Conquistar a Noite: A Série Espanhola Que Vai Fazer Vibrar o Ecrã da TVCine

Vencedora dos prémios Feroz e Ondas, a série mergulha na cena noturna valenciana dos anos 80 e 90 e estreia a 7 de Agosto

🪩 Preparem-se para dançar. La Ruta – Conquistar a Noite chega finalmente à televisão portuguesa, e promete muito mais do que nostalgia ou música alta. Esta série espanhola, premiada e aclamada pela crítica, estreia a 7 de Agosto às 22h10 no TVCine Edition e também no TVCine+, e promete ser um dos grandes acontecimentos televisivos do Verão.

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Vencedora de distinções como o Prémio Feroz e o Prémio Ondas para Melhor Série DramáticaLa Ruta é uma viagem intensa, visualmente arrebatadora e emocionalmente crua por um dos fenómenos culturais mais fascinantes de Espanha: a mítica Ruta Destroy, o movimento musical e noctívago que fez de Valência a capital da noite entre os anos 80 e 90.

De trás para a frente: uma estrutura narrativa que surpreende

Ao contrário da maioria das séries do género, La Ruta – Conquistar a Noite adopta uma estrutura narrativa original e provocadora. A história começa em 1993, no último amanhecer da lendária discoteca Barraca, e vai recuando até 1981, ano em que tudo começou.

Este percurso inverso é feito através dos olhos de cinco amigos — Marc, Toni, Sento, Nuria e Lucas — que nos guiam por mais de uma década de excessos, descobertas e amizades. As festas são épicas, os amores intensos e a música… absolutamente central. Mas por trás do brilho das luzes e da batida dos sintetizadores, há um retrato íntimo e pungente de uma geração que viveu como se não houvesse amanhã.

Um elenco de luxo e uma realização à altura

Com nomes como Àlex MonnerClaudia SalasRicardo GómezElisabet Casanovas e Guillem Barbosa, o elenco de La Ruta brilha pela autenticidade e entrega. Cada personagem é mais do que um estereótipo da noite: são seres humanos complexos, em constante busca de liberdade, pertença e transcendência.

A realização está a cargo de Borja Soler, que conduz a narrativa com mestria visual, misturando estilo documental com energia quase psicadélica, sem nunca perder de vista o coração emocional da história.

Mais do que uma série sobre música

La Ruta – Conquistar a Noite não é só sobre música electrónica, discotecas ou moda retro. É uma reflexão sobre a juventude, a identidade e a perda da inocência. É um retrato geracional que toca quem viveu a década — e quem apenas a imagina ao som de sintetizadores e luzes estroboscópicas.

A estreia em exclusivo no TVCine Edition marca um momento raro na televisão portuguesa: a chegada de uma série europeia capaz de rivalizar com as melhores produções internacionais, tanto a nível estético como narrativo.

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A não perder

📅 La Ruta – Conquistar a Noite estreia 7 de Agosto, às 22h10, no TVCine Edition e no TVCine+. Se gosta de séries que dançam entre o brilho e a sombra, entre a festa e a introspecção, esta é para si.

As 5 Melhores Séries da Apple TV+ Que Não Pode Perder (Mesmo!)

De espiões disfuncionais a futebolistas inspiradores e ficção científica de luxo — o catálogo da Apple TV+ tem muito mais do que se pensa

📺 A Apple TV+ pode não ter o volume de conteúdos da Netflix ou da Prime Video, mas o que lhe falta em quantidade compensa (e muito!) em qualidade. Com produção cuidada, grandes nomes da televisão e narrativas que desafiam os limites do que se faz no pequeno ecrã, a plataforma tem vindo a consolidar-se como um verdadeiro lar de séries de prestígio.

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Se anda à procura de uma nova série para devorar ou simplesmente quer descobrir os tesouros escondidos do catálogo da maçã, aqui ficam as cinco melhores séries disponíveis no Apple TV+ — e, garantimos, nenhuma delas o vai deixar indiferente.


1. 🕵️ Slow Horses

Espionagem à moda antiga com um toque muito, muito britânico

Gary Oldman lidera esta pérola da espionagem moderna como Jackson Lamb, o mais desleixado (e brilhante) chefe de uma divisão do MI5 reservada aos piores agentes da casa — os “cavalos lentos” do título. Mas não se deixe enganar: por baixo da fachada decadente está um thriller afiado, cheio de ironia, reviravoltas e performances de topo.

Com três temporadas já disponíveis e uma quarta a caminho, Slow Horses é uma mistura entre Tinker Tailor Soldier Spy e The Office, mas com um corpo contorcido numa mala de viagem logo no primeiro episódio. Imperdível.


2. 🚀 For All Mankind

E se a União Soviética tivesse chegado primeiro à Lua?

Ronald D. Moore (de Battlestar Galactica) reescreve a História num cenário alternativo onde a corrida espacial nunca terminou. A série acompanha décadas de evolução tecnológica e tensão geopolítica numa América que se recusa a perder terreno — nem na Lua, nem em Marte.

Visualmente ambiciosa, com uma escrita sólida e personagens bem desenvolvidas, For All Mankind é mais do que ficção científica: é um épico humano sobre ambição, fracasso e o preço do progresso.

3. 🏢 Silo

A ficção distópica de que estávamos à espera

Baseada nos livros de Hugh Howey, Silo coloca-nos num mundo pós-apocalíptico onde a Humanidade vive confinada a um gigantesco silo subterrâneo — sem saber exactamente porquê. Quando uma engenheira começa a questionar as regras e os segredos do sistema, tudo começa a ruir.

Rebecca Ferguson lidera um elenco de luxo numa série que combina o mistério de Lost com a atmosfera claustrofóbica de Snowpiercer. Produção impecável, suspense constante e uma crítica social discreta mas afiada. Vai querer ver tudo de seguida.


4. ⚽ Ted Lasso

A comédia que aqueceu o coração do mundo (e ganhou todos os prémios)

Quem diria que um treinador de futebol americano perdido em Inglaterra se tornaria numa das personagens mais adoradas da televisão? Jason Sudeikis brilha como Ted Lasso, o eterno optimista que transforma uma equipa falhada numa família — com muito humor, empatia e biscoitos à mistura.

Com três temporadas aclamadas e dezenas de prémios no currículo (incluindo vários Emmys), Ted Lasso é mais do que uma comédia: é um abraço emocional disfarçado de série desportiva.


5. 🌌 Foundation

O impossível feito realidade: adaptar Isaac Asimov para televisão

Durante anos, Foundation foi considerada “inadaptável”. Mas a Apple atirou-se de cabeça — e saiu a ganhar. Esta saga galáctica baseada na obra de Asimov é uma ópera espacial ambiciosa, complexa e visualmente deslumbrante.

Com Lee Pace e Jared Harris nos papéis principais, e uma narrativa que salta entre planetas, séculos e revoluções, Foundation é televisão de alto calibre. Não é para ver com o telemóvel na mão — mas é para ver, ponto final.

“Artificial”: Monica Barbaro Junta-se a Andrew Garfield no Filme Secreto de Luca Guadagnino

A actriz nomeada ao Óscar vai integrar o elenco do novo projecto sobre inteligência artificial — inspirado em Sam Altman e a crise na OpenAI?

🎬 Monica Barbaro está oficialmente confirmada no elenco de Artificial, o novo filme de Luca Guadagnino para a Amazon MGM Studios — e sim, tudo indica que vamos ter drama, inteligência artificial… e possivelmente Sam Altman.

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Embora os detalhes do enredo estejam a ser mantidos sob um manto de silêncio, fontes próximas da produção sugerem que o filme será uma comédia dramática inspirada nos bastidores da OpenAI, durante o turbulento episódio de 2023 em que o CEO Sam Altman foi despedido e readmitido no espaço de apenas alguns dias.

Andrew Garfield deverá interpretar Altman, enquanto Yura Borisov (destaque em Anora) dará vida a Ilya Sutskever, o co-fundador da OpenAI que alegadamente liderou a tentativa de afastar o CEO.

Barbaro, cujo nome já circulava nos rumores há semanas, junta-se agora oficialmente a um elenco de peso que inclui também Jason Schwartzman, Cooper Hoffman, Cooper Koch, e possivelmente Ike Barinholtz (ainda em negociações).

Da folk americana à inteligência artificial

Monica Barbaro está em clara ascensão. Após o sucesso como Phoenix em Top Gun: Maverick, a actriz conquistou uma nomeação ao Óscar este ano pela sua interpretação da cantora folk e activista Joan Baez em A Complete Unknown. E não fica por aqui: está prestes a protagonizar Crime 101 ao lado de Chris Hemsworth, Mark Ruffalo e Barry Keoghan, e vai fazer a sua estreia nos palcos com uma nova produção de Ligações Perigosas no National Theatre de Londres.

Guadagnino e Amazon MGM: uma parceria cada vez mais sólida

Artificial marca mais uma colaboração entre Luca Guadagnino e a Amazon MGM Studios. O realizador de Challengers e Bones and All também tem em mãos After the Hunt, um drama com Julia Roberts, Andrew Garfield e Ayo Edebiri que terá estreia mundial no Festival de Veneza, com estreia em sala marcada para 10 de Outubro.

Com argumento de Simon Rich e produção a cargo de David Heyman (Harry Potter), Jeffrey Clifford, Jennifer Fox e o próprio Guadagnino, Artificial promete ser mais uma peça provocadora no já diversificado percurso do cineasta italiano.

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A inteligência artificial nunca esteve tão na moda — e, ao que tudo indica, Guadagnino prepara-se para pegar fogo ao tema… com humor e algum caos corporativo à mistura.

“Estou do teu lado, amigo” – Tarantino Lembra Michael Madsen em Homenagem Privada

Realizador partilhou história comovente (e explosiva) dos bastidores de Reservoir Dogs durante cerimónia no Vista Theatre

🖤 Quentin Tarantino prestou homenagem a Michael Madsen, o actor que considerava um verdadeiro aliado dentro e fora do set. A cerimónia, privada, teve lugar no Vista Theatre, em Los Angeles, e juntou amigos e colaboradores próximos para recordar o eterno Mr. Blonde de Reservoir Dogs.

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Madsen faleceu a 3 de Julho, em sua casa em Malibu, aos 67 anos. E, como seria de esperar, a despedida teve o selo emocional e cinematográfico de Tarantino — com direito a histórias de bastidores que resumem a intensidade e camaradagem dos seus primeiros dias como realizador.

“Era a última hora do último dia da primeira semana de filmagens de Reservoir Dogs. Eu nunca tinha realizado um filme antes… e o Lawrence Tierney era um pesadelo completo. Insano. Eu estava a lidar com um louco de segunda a sábado.”

Tarantino contou que Tierney, que interpretava o mafioso Joe Cabot, foi extremamente difícil de lidar — e que a tensão acumulada acabou por rebentar com um episódio de desrespeito frontal. O realizador explodiu e despediu-o no local, em frente ao elenco e à equipa. O resultado? Aplausos espontâneos.

“Despedi-o ali mesmo. Mas depois pensei: ‘Acabei de filmar este tipo durante uma semana inteira, agora despedi-o… a produtora vai despedir-me. Foi bonito enquanto durou.’”

Nessa noite, recebeu uma mensagem de voz de Michael Madsen — e foi aí que percebeu que não estava sozinho.

“Era o Michael. Disse: ‘Respeito muito o que fizeste esta noite. Era necessário. Ele estava a abusar, e tu fizeste o que tinhas de fazer. Respeito-te como realizador, como capitão, e como homem. Estou do teu lado, amigo.’”

Uma carreira de 40 anos e uma amizade que resistiu a tudo

Michael Madsen e Quentin Tarantino foram cúmplices ao longo de décadas. Desde o icónico Mr. Blonde em Reservoir Dogs, passando pelo impiedoso Budd em Kill Bill Vols. 1 & 2, até participações em The Hateful Eight e Era Uma Vez em… Hollywood, a ligação entre os dois foi uma das mais férteis da carreira de ambos.

Madsen faleceu vítima de paragem cardíaca, segundo confirmou o seu representante. Deixa para trás não só um legado no cinema, como também na televisão, nos videojogos e até na poesia. Nos últimos anos, destacou-se em produções independentes como Resurrection RoadConcessions e Cookbook for Southern Housewives, e preparava o lançamento do livro Tears For My Father: Outlaw Thoughts and Poems.

Além de dezenas de filmes, séries como Miami ViceQuantum Leap e Vengeance Unlimited, e vozes em jogos como GTA III e Dishonored, Madsen manteve sempre uma carreira activa e polivalente — uma figura de culto que nunca deixou de ser ele próprio.

“Michael Madsen foi um dos actores mais icónicos de Hollywood”, escreveram os seus representantes em comunicado. “Será lembrado e sentido por muitos.”

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“O Pior Realizador de Sempre Quase Me Estragou a Vida” – Anthony Mackie Revela Como Quase Perdeu The Hurt Locker

Actor esteve prestes a perder o papel que mudou a sua carreira por culpa de um filme… que nunca chegou sequer a estrear

🎬 The Hurt Locker é hoje um clássico moderno — vencedor de seis Óscares, responsável por lançar Kathryn Bigelow ao pódio dos grandes realizadores de guerra, e… por pouco, sem Anthony Mackie. A revelação surgiu agora, da boca do próprio actor, e envolve um projecto maldito, um realizador que “nunca devia ter estado numa cadeira de realização” e uma dose considerável de sorte.

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Numa entrevista ao segmento Know Their Lines da Variety, Mackie recordou como quase perdeu o papel de Sergeant J.T. Sanborn por estar preso a outro filme. Um filme que nunca viu a luz do dia.

“Estava a rodar um filme na Carolina do Norte com, muito provavelmente, o pior realizador de sempre. Ironia das ironias: o filme nunca foi lançado.”

O problema? As filmagens desse projecto esticaram-se e colidiram com o início de The Hurt Locker. Mackie teve de desistir e a produção ofereceu o papel a outro actor. Felizmente, esse tal actor recusou — “porque o cachet era demasiado baixo”, contou Mackie com um sorriso.

De um pesadelo cinematográfico… ao verdadeiro trabalho de actor

Foi assim que o destino voltou a sorrir-lhe. Apesar dos atrasos, a produção de The Hurt Locker voltou a fazer-lhe o convite, disposta a esperar até que ele terminasse o outro filme.

“Passei de um realizador que não tinha nada que estar nesta indústria para a Kathryn Bigelow”, disse. “Cheguei a Amã, na Jordânia, e começámos imediatamente com investigação cultural, estudo militar, análise de personagem… o verdadeiro trabalho de um realizador. Foi aí que percebi que tipo de pessoas quero ter ao meu lado — e que tipo de pessoas não deviam estar sequer a filmar.”

Mackie acabou por entregar uma das suas performances mais marcantes, ao lado de Jeremy Renner, num filme que viria a tornar-se referência obrigatória nos retratos do conflito no Iraque.

O filme que mudou Hollywood (e a vida de Mackie)

Estreado em 2009, The Hurt Locker venceu seis Óscares na cerimónia de 2010, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização (Kathryn Bigelow, a primeira mulher a vencer esta categoria), Melhor Argumento Original e três categorias técnicas. Foi um triunfo artístico, político e simbólico — num ano em que competia directamente com o gigantesco Avatar de James Cameron.

Para Anthony Mackie, foi mais do que um sucesso de crítica ou bilheteira. Foi uma lição de vida.

“Foi provavelmente a experiência de interpretação mais importante que tive”, confessou.

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E tudo graças a um actor que recusou o papel… e a um realizador que, felizmente para todos nós, nunca mais fez um filme.

De Garfield a Elordi: A Transformação Relâmpago de Frankenstein nas Mãos de Guillermo del Toro

Com apenas nove semanas para refazer tudo, del Toro trocou Andrew Garfield por Jacob Elordi e criou um monstro… inesperadamente perfeito

🧟‍♂️ Nove meses de trabalho, nove semanas para começar do zero. É este o desafio quase sobre-humano que Guillermo del Toro enfrentou na produção do seu muito aguardado Frankenstein — depois de Andrew Garfield abandonar o papel principal em cima da hora, devido a conflitos de agenda.

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O realizador revelou os bastidores desta reviravolta numa entrevista recente à Vanity Fair, onde explicou como foi obrigado a descartar todo o design e caracterização feitos com Garfield… para começar do zero com Jacob Elordi. E ainda assim, as coisas não só correram bem — correram melhor do que o esperado.

“O Andrew saiu e o Jacob entrou. E, sinceramente, ele é o actor perfeito para a Criatura,” confessou del Toro. “Temos uma ligação quase sobrenatural. Digo-lhe muito pouco, e ele simplesmente faz.”

Do pânico à epifania: o corpo certo, o olhar certo, o tempo errado

Mike Hill, colaborador habitual de del Toro na caracterização e maquilhagem (The Shape of WaterNightmare Alley), já tinha passado nove meses a trabalhar o visual de Garfield como monstro de Frankenstein. Mas assim que Elordi entrou em cena, viu imediatamente que tinha algo especial entre mãos.

“O que me atraiu nele foi a sua postura. Aquelas mãos, os pulsos, o ar desengonçado. E depois, o olhar: profundo, observador, pestanas longas, pálpebras pesadas, à la Boris Karloff”, revelou Hill. “Tem uma inocência impressionante… mas num corpo com quase dois metros que podia causar estragos se quisesse.”

A pressão era imensa: apenas nove semanas para repensar o monstro e preparar Elordi para um papel icónico. E no entanto, o resultado final foi tão forte que parece ter sido sempre esta a escolha.

Garfield: “Foi decepcionante, mas… talvez ele precisasse mais disto do que eu”

Andrew Garfield, por sua vez, revelou à Deadline que ficou magoado por ter de sair do projecto, mas ficou em paz depois de conhecer o seu substituto.

“Foi decepcionante sair de Frankenstein, mas quando conheci o Jacob senti que era tudo muito… certo. Como se ele precisasse mais desta experiência do que eu. Isso foi bonito de ver.”

A estreia já tem data marcada — e a fasquia está altíssima

Frankenstein, realizado por Guillermo del Toro e produzido pela Netflix, vai ter estreia mundial no Festival de Veneza, onde estará em competição pelo Leão de Ouro. Um palco bem conhecido do realizador mexicano, que já venceu o prémio máximo em 2017 com The Shape of Water.

Após a exibição em Veneza, o filme terá uma estreia limitada em sala antes de chegar à plataforma de streaming em Novembro.

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Entre mudanças de última hora, pressão extrema e uma nova interpretação do clássico de Mary Shelley, tudo indica que esta será uma das estreias mais intensas e aguardadas do ano.

Elon Musk, Missões Espaciais e Referências a Skyfall: Os Vilões Estão de Volta em The Bad Guys 2

Realizador revela segredos da sequela mais improvável da DreamWorks — com inspiração em Missão: Impossível, Inglourious Basterds… e até SpaceX

🐍 Os vilões mais adoráveis da animação moderna estão de regresso. E desta vez… vão ao espaço. The Bad Guys 2, a sequela do sucesso da DreamWorks, volta a juntar Lobo, Serpente, Tubarão, Piranha e Tarântula para uma nova missão que começa num assalto em Cairo e termina — literalmente — em órbita.

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Com estreia prevista para Julho de 2025, o novo filme traz várias novidades: uma nova equipa de vilãs liderada pela sarcástica Doom (voz de Natasha Lyonne), a excêntrica Pigtail (Maria Bakalova) e a elegante e perigosa Kitty Kat (Danielle Brooks). E, sim, há um casamento de um bilionário, um golpe magnético intergaláctico e um vaivém espacial suspeitamente parecido com… a SpaceX de Elon Musk.

“Spoofámos a MoonX, claramente inspirada na SpaceX,” admite o realizador Pierre Perifel. “Mas o personagem do Mr. Moon não é uma caricatura directa do Elon Musk. É uma coincidência, excepto no nome da empresa.”

Abertura ao estilo James Bond — e depois… tudo em grande

Com codirecção de Perifel e JP Sans, a sequela começa com um cold open repleto de acção e humor, ao estilo 007. Perifel admite que a inspiração veio directamente dos filmes de espiões.

“Queríamos mergulhar logo numa cena em que os Bad Guys estão no topo da forma. Uma perseguição pelas ruas do Cairo, estilo Skyfall, com direito a carros, disfarces e caos total.”

A intenção? Expandir o universo e transformar a saga numa verdadeira aventura global. Desde arenas de wrestling a lançamentos espaciais, tudo está em jogo neste novo capítulo.

As Bad Girls roubam a cena (e o ecrã)

A introdução da nova equipa feminina foi pensada com precisão. Doom, Pigtail e Kitty Kat vêm dos livros originais de Aaron Blabey, e o casting foi uma das maiores alegrias da produção.

“Natasha Lyonne já estava nos nossos planos desde o início, até porque sabíamos que teria química com Marc Maron [Serpente]. A Maria Bakalova foi perfeita para dar voz à excêntrica e meiga Pigtail, e a Danielle Brooks trouxe o carisma e a astúcia ideais para Kitty Kat.”

Perifel chegou mesmo a sugerir a Danielle que visse Sacanas Sem Lei para se inspirar no tipo de personagem manipuladora e sempre dois passos à frente — à imagem de Hans Landa, interpretado por Christoph Waltz.

Improviso, romance e mais Diane

O filme aproveita o talento de improvisação dos actores: Craig Robinson (Tubarão), Anthony Ramos (Piranha) e Natasha Lyonne tiveram liberdade para brincar com os diálogos. Sam Rockwell (Lobo) também teve momentos de improviso marcantes, nomeadamente num discurso emocional no final.

E há boas notícias para os fãs de Diane (voz de Zazie Beetz), a raposa agente da polícia e paixão secreta de Lobo. A personagem ganha mais destaque neste segundo filme, aprofundando-se a relação romântica adiada entre os dois.

“Todos os fãs querem vê-los juntos, mas ainda há obstáculos pelo caminho. O importante era mostrar mais da vulnerabilidade dela, sem perder o charme e a força.”

Sim, já estão a pensar no terceiro

A pergunta impõe-se: vai haver The Bad Guys 3?

“Claro que estamos a pensar nisso,” confirma Perifel. “Temos muitas ideias. Este universo é uma caixa de brinquedos sem fim. Mas tudo depende do público. Se eles quiserem mais, nós estamos prontos.”

Até lá, os vilões reformados continuam a roubar corações — e, pelos vistos, também satélites. 🛰️

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“Por favor… mal parecia um Mestre Jedi!” – Liam Neeson Goza com a Morte de Qui-Gon Jinn

O actor irlandês volta a criticar a forma como foi despachado em A Ameaça Fantasma — e ainda deixa umas farpas a George Lucas

🔫 Sabemos que Liam Neeson é um tipo sério. Com aquele olhar carregado e voz grave, parece sempre pronto a salvar o mundo — ou, no caso, a Galáxia. Mas desta vez, decidiu puxar pelo humor para falar de um dos momentos mais… fraquinhos da sua carreira cinematográfica: a morte de Qui-Gon Jinn em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma.

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Em conversa com a GQ, no segmento “Most Iconic Characters”, Neeson não se conteve: “Achei a minha morte um bocadinho ‘namby-pamby’”, disparou. Para quem não domina o inglês coloquial, é algo como dizer que foi fraquinha, murcha, uma tristeza.

“Supostamente sou um mestre Jedi. E o meu personagem cai no velho truque do ‘vou atacar-te na cara… não, afinal é no estômago!’ E pronto, lá vou eu. Por favor, aquilo mal parecia um Mestre Jedi.”

Palavras duras para um dos momentos mais marcantes — ainda que algo anticlimático — do filme de 1999. Neeson, que sempre trouxe uma certa nobreza à personagem de Qui-Gon, parece ainda não ter digerido completamente o destino que o aguardava às mãos de Darth Maul. E sinceramente, quem o pode culpar?

“George Lucas não gosta de dirigir actores… disse-mo ele mesmo”

O actor não ficou por aqui. Durante a entrevista, também comentou o estilo pouco convencional de George Lucas como realizador.

“O George não gosta de dirigir. Ponto. Disse-mo diretamente. Filmávamos uma cena e ele dizia: ‘Natalie, um bocadinho mais rápido. Liam, também tu, um bocadinho mais rápido.’ E pronto. Depois, era na sala de montagem que ele se divertia. Mas a dirigir actores? Isso ele não aprecia.”

Uma confissão curiosa que ajuda a explicar porque é que, em muitos círculos, se diz que os prequels de Star Wars tinham grandes ideias… mas uma direcção de actores, digamos, pouco inspirada.

Da Força à Brigada: Neeson regressa… comédia?

Se está à espera de ver Liam Neeson a empunhar o sabre de luz de novo, temos más notícias. Mas se quiser vê-lo com um distintivo e… Pamela Anderson (!), talvez lhe interesse saber que o actor protagoniza o novo The Naked Gun — sim, o reboot da clássica comédia policial protagonizada por Leslie Nielsen.

Neeson dá vida a Frank Drebin Jr., detective da Police Squad, agora encarregado de resolver um homicídio para evitar o encerramento da esquadra. Ao seu lado, um elenco improvável: Pamela Anderson, Paul Walter Hauser, CCH Pounder e Kevin Durand.

este: Johnny Depp e Ridley Scott Reimaginam o Universo de Mr. Hyde numa Novela Gráfica Sombria e Ambiciosa

Será que o actor mais sério de Hollywood consegue fazer-nos rir com as trapalhadas dignas do velho Tenente Drebin? Só mesmo vendo…

O Que Aconteceu ao Terceiro Fantastic Four? Ioan Gruffudd Quebra o Silêncio

O actor galês recorda com carinho o papel de Reed Richards e o plano original para uma trilogia que nunca se concretizou

🦸‍♂️ Ioan Gruffudd, o eterno Mister Fantastic dos filmes Fantastic Four de 2005 e 2007, voltou a falar sobre um tema que há muito intriga os fãs da Marvel: o terceiro filme que estava planeado… mas nunca aconteceu.

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Em entrevista à Vulture, a propósito da estreia de The Fantastic Four: First Steps — a nova abordagem da Marvel ao quarteto fantástico — Gruffudd revelou-se “incrivelmente orgulhoso por ter feito parte de uma franquia tão bonita”, referindo-se aos dois filmes da 20th Century Fox: Fantastic Four (2005) e Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer(2007).

“A ideia era fazermos três filmes”, disse o actor. “O segundo foi tão bem-sucedido como o primeiro e igualmente divertido para os fãs. Adorei trabalhar com o Doug Jones [Silver Surfer], um verdadeiro artista e mestre da expressão física. Ele dá vida às personagens como ninguém.”

Apesar do sucesso moderado nas bilheteiras — ambos os filmes ultrapassaram os 300 milhões de dólares — e de críticas mistas, mas geralmente positivas, o estúdio acabou por cancelar a terceira parte. Em 2009, a Fox anunciou um reboottotal, que viria a estrear em 2015 com Miles Teller como Reed Richards. O resultado? Um desastre crítico e comercial.

“O plano era fazer três, mas essas decisões estão fora do meu controlo”

Gruffudd não esconde a mágoa. “Como actor, é quase como fazer o luto por cada personagem que deixamos de interpretar. E esta não foi diferente. Foi um grande passo na minha carreira, foram dois filmes ao longo de vários anos… a personagem torna-se parte de ti.”

Sobre um possível regresso ao universo Marvel, o actor é pragmático. Apesar dos rumores persistentes e do entusiasmo dos fãs, garante que não foi convidado a regressar.

“Não estou no novo filme. Os fãs acham que vou aparecer numa parte do universo que ainda nem foi escrita ou filmada. Com o John Krasinski a surgir como Reed Richards num cameo, e o Chris Evans como Johnny Storm a ser falado para o novo Deadpool, tudo parece possível. Mas para já, não fui contactado.”

Ainda assim, Gruffudd vê com bons olhos o futuro da franquia. Mostrou-se entusiasmado com a nova versão, passada nos anos 60, protagonizada por Pedro Pascal, e feliz por ver os Fantastic Four a continuar a conquistar novas gerações.

Entretanto, The Fantastic Four: First Steps arrecadou perto de 200 milhões de dólares desde a estreia a 25 de Julho, embora tenha sofrido uma quebra acentuada de 66% no segundo fim-de-semana — uma descida semelhante à registada por Captain America: Brave New World, que estreou em Fevereiro e também teve uma quebra na ordem dos 68%.

Uma trilogia que nunca aconteceu… mas um legado que permanece

Mesmo sem o terceiro capítulo, os filmes de Gruffudd continuam a ter um lugar especial no coração dos fãs. Foram dos primeiros grandes títulos da Marvel nos anos 2000 e ajudaram a pavimentar o caminho para o MCU tal como o conhecemos hoje.

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E embora Ioan Gruffudd tenha seguido outros rumos — de Black Hawk Down a Liar — para muitos, ele será sempre o Mister Fantastic original. E, quem sabe, talvez um dia o vejamos a esticar-se de novo… nem que seja numa cena surpresa.

Johnny Depp e Ridley Scott Reimaginam o Universo de Mr. Hyde numa Novela Gráfica Sombria e Ambiciosa

Nova adaptação gráfica de “O Médico e o Monstro” traz estética cinematográfica, reflexão contemporânea e o toque inconfundível de duas lendas do cinema

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Johnny Depp e Ridley Scott uniram forças para dar nova vida ao clássico literário Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, de Robert Louis Stevenson, agora transformado numa novela gráfica em dois volumes com lançamento previsto para o próximo Halloween. Intitulado simplesmente Hyde, o projecto conta com argumento de Jesse Negron e Joe Matsumoto, direcção artística de Chris Weston e é produzido pelo estúdio independente Mechanical Cake.

A história propõe uma reinterpretação sombria da obra vitoriana, centrando-se na figura de Mr. Hyde após a queda de Jekyll, num mundo subterrâneo onde o personagem dá continuidade aos seus impulsos mais obscuros. Desta vez, Hyde não esconde apenas a sua própria identidade, mas multiplica-se: usa um soro experimental para transformar outros em versões dele próprio.

Depp mergulha na criação visual e dramática de Hyde

Johnny Depp não interpreta apenas a personagem — influencia-a estética e narrativamente. Segundo os produtores, a fisionomia de Hyde foi desenhada com base no próprio Depp, que também participou no desenvolvimento visual da obra e narra o trailer já divulgado nas redes sociais. “Quando era menino, carregava um livrinho de Dr. Jekyll & Mr. Hyde no bolso para onde quer que fosse”, revelou o actor numa publicação no X (antigo Twitter). “Entrar neste mundo com Ridley Scott é mágico e insano.”

Com uma carreira marcada por personagens excêntricas e intensas — de Edward Scissorhands a Sweeney Todd, passando por Jack Sparrow — Depp volta a explorar os limites da identidade, desta vez com um toque literário e gráfico.

Ridley Scott como mentor criativo

Embora não realize nem escreva directamente, Ridley Scott — o nome por trás de Blade RunnerAlien e Gladiador — serve como figura orientadora do projecto. A visão estética e narrativa do realizador britânico inspirou a abordagem visual e o tom cinematográfico da novela gráfica. “Receber essa confiança de Ridley é surpreendente”, declarou Depp. “É insano e belo.”

Londres, ciência e monstros interiores

Hyde não se limita a recontar uma história do século XIX. A equipa criativa quer explorar temas contemporâneos como a dupla identidadeética científicaalienação urbana e controlo social, com o pano de fundo da Londres vitoriana, reconstruída com rigor histórico e riqueza visual por Chris Weston.

Segundo Negron, o objectivo é mergulhar o leitor “num ambiente onde as fronteiras entre bem e mal são tão esbatidas quanto os esgotos por onde Hyde se move”. O primeiro volume está agendado para Outubro, e a Mechanical Cake já admite que o universo de Hyde poderá crescer para outros meios — como cinema, televisão ou videojogos.

Uma abordagem independente com aspirações de estúdio

“Esta é uma oportunidade incrível para criar um projecto com escala de estúdio, mas directamente dos criadores para o público, sem filtros”, explicou Jesse Negron. A editora pretende que a obra marque uma nova era de publicação gráfica onde liberdade criativa e ambição artística andem de mãos dadas.

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Entre o fascínio literário de Stevenson, a visão sombria de Scott e a energia criativa de Depp, Hyde promete ser muito mais do que uma adaptação: será uma reinvenção visual, filosófica e emocional de um dos monstros mais emblemáticos da ficção.

Anthony Hopkins Goza com Máscara de Kim Kardashian e Evoca Hannibal Lecter: “Já Me Sinto Dez Anos Mais Jovem”

Actor britânico faz vídeo irónico com modelador facial da Skims e conquista elogios pelo seu humor negro

Anthony Hopkins voltou a usar uma máscara — mas, desta vez, não é para interpretar o sinistro Dr. Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes. Numa publicação recente no Instagram, o actor britânico aparece com o novo modelador facial da Skims, marca de shapewear de Kim Kardashian, apenas para brincar com a ideia… e com a imagem assustadora que o tornou célebre no cinema.

“Olá, Kim. Já me estou a sentir dez anos mais jovem. Adeus”, diz Hopkins no vídeo, terminando com o icónico som de “slurping” que Hannibal fazia após falar de fígados humanos e vinho Chianti. Na legenda, o actor escreve com ironia: “Obrigado, Kim. Não tenhas medo de vir cá jantar.”

Internet reage ao humor à la Hannibal

A publicação rapidamente se tornou viral e foi partilhada pela própria Kim Kardashian, que já tinha visto a sua nova criação ser comparada à máscara usada por Hannibal Lecter. Comentários como “Vai jantar a Kim?” ou “Fantástico actor com um fantástico sentido de humor” multiplicaram-se, numa onda de elogios à forma como Hopkins soube tirar partido da associação.

A máscara que promete “rejuvenescer o rosto”

O produto em questão é um novo modelador facial da Skims, feito do mesmo material dos famosos calções modeladores da marca. Custa 48 dólares (cerca de 41,50 euros) e promete ajudar a afinar o maxilar durante o sono. Segundo a descrição nas redes sociais da Skims, utiliza um “fio de colagénio” — embora não esteja claro o que isso significa, nem quais os seus benefícios clínicos.

Visualmente, a peça assemelha-se a uma ligadura pós-operatória, semelhante às que são utilizadas após cirurgias plásticas faciais. Tal como outros lançamentos da marca, está apenas disponível por inscrição numa lista de espera, o que não impediu que se tornasse um fenómeno nas redes sociais.

Kim Kardashian continua a apostar na provocação

Este é apenas mais um capítulo numa linha de produtos que aposta no impacto visual e no marketing viral. Em 2023, Kardashian já tinha lançado um sutiã com mamilos salientes incorporados e, em 2024, calções modeladores que enfatizam rabo e ancas, com o objectivo declarado de mimetizar a sua própria silhueta.

“Adoro ultrapassar limites e trazer humor às nossas campanhas”, disse Kim numa entrevista anterior. Fundada em 2019, a Skims é já uma marca avaliada em 4 mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros) e prepara-se para colaborar com a Nike numa nova linha de vestuário desportivo para mulheres, direccionada para quem é, segundo Kardashian, “obcecada com o corpo”.

Resta saber se Anthony Hopkins aceitará experimentar as leggings ou se já está suficientemente rejuvenescido com a sua máscara de Hannibal em versão Skims.

Josh Brolin Admite Dúvidas Sobre Uma Sequela de “The Goonies”: “Não Quero Estragar a Memória Que Tenho”

Actor mostra-se dividido entre o entusiasmo e o receio em relação ao regresso de um dos maiores clássicos dos anos 80

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Quase quatro décadas depois da estreia de The Goonies (1985), a expectativa em torno de uma possível sequela continua a crescer entre fãs de várias gerações. Mas para Josh Brolin, que interpretou o adolescente atlético Brand no filme original, o entusiasmo vem acompanhado de uma dose de precaução.

Numa entrevista recente ao Entertainment Tonight, durante a estreia do filme Weapons em Los Angeles, Brolin afirmou que adoraria ver o grupo dos Goonies voltar ao ecrã — mas teme que uma sequela possa prejudicar a imagem quase mítica do original. “Espero que aconteça, porque a experiência foi maravilhosa. O filme é bem recebido geração após geração. É só coisas boas associadas a ele”, disse o actor.

Contudo, não esconde a sua preocupação: “O receio que tenho é que se lance algo que estrague isso. Não quero manchar a memória que tenho do filme.” Com humor, acrescentou: “Imagina que fazemos um novo e os Goonies já são adultos, aparecem com andarilhos, tropeçam e caem de um penhasco porque já não vêem bem. O que se pode fazer? Não sei.”

Spielberg como guardião da ideia original

Para Brolin, o envolvimento de Steven Spielberg é essencial para que uma sequela funcione. Spielberg produziu o original e tem estado envolvido em vários esforços para desenvolver uma continuação ao longo dos anos. “Se o Spielberg aprovar, sabemos que vai ser bom”, afirmou Brolin. “Acho que já houve cinco guiões diferentes ao longo dos anos e ele não aprovou nenhum. Portanto, eu ser esquisito? O Spielberg é ainda mais — e com razão, porque tem bom gosto.”

Em 2024, a Warner Bros. confirmou oficialmente que está a desenvolver uma sequela de The Goonies, com Spielberg e Chris Columbus (argumentista do original) como produtores. Ainda não há enredo divulgado nem elenco confirmado, mas a produção está em desenvolvimento.

Elenco continua unido

O espírito de camaradagem que marcou o filme original parece manter-se intacto. Em Fevereiro deste ano, Josh BrolinCorey FeldmanJeff Cohen e Kerri Green estiveram presentes na cerimónia de homenagem a Ke Huy Quan, onde o actor recebeu as tradicionais marcas de mãos e pés no TCL Chinese Theatre, em Los Angeles.

Na ocasião, Quan, que interpretou Data, recordou com carinho os colegas: “The Goonies continua a ser uma das maiores aventuras da minha vida, e não teria sido uma aventura sem vocês — Josh, Corey, Jeff, Kerri, Martha e Sean. Obrigado, meus Goonies.”

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Se o filme regressar com o elenco original ou com uma nova geração de aventureiros, resta saber. Mas uma coisa é certa: os Goonies nunca dizem morrem — só são mais cautelosos depois dos 50.