A Última Resistência: The Handmaid’s Tale

 Chega ao Fim com Estreia em Simultâneo com os EUA

 

A contagem decrescente chegou ao fim. A sexta e última temporada de The Handmaid’s Tale, uma das séries mais marcantes da última década, estreia já no dia 8 de abril em Portugal, em exclusivo no TVCine+. E a estreia não vem sozinha: os fãs terão direito a uma tripla dose com os três primeiros episódios lançados em simultâneo com os Estados Unidos. A partir daí, todas as terças-feiras há um novo episódio – sempre a par da estreia internacional. Para quem prefere ver no canal linear, a exibição no TVCine Edition arranca a 16 de abril, com um episódio por semana, às 22h10.

Baseada no icónico romance distópico de Margaret Atwood, The Handmaid’s Tale desenha um retrato sombrio de uma sociedade totalitária onde os EUA colapsaram e deram lugar à República de Gilead – um regime teocrático e opressor onde as mulheres férteis são escravizadas para procriação. Um cenário que continua, tragicamente, a ressoar com a actualidade.

June, Sempre em Frente

A nova temporada retoma a luta de June Osborne (Elisabeth Moss), figura central de resistência, agora mais determinada do que nunca a derrubar Gilead. O seu espírito indomável continua a inspirar todos à sua volta – incluindo Luke (O-T Fagbenle) e Moira (Samira Wiley), que se juntam à resistência num momento em que cada decisão pode ditar o rumo do futuro.

Entretanto, Serena Joy (Yvonne Strahovski) tenta remodelar a nação que ajudou a construir, ao mesmo tempo que o Comandante Lawrence (Bradley Whitford) e a temida Tia Lydia (Ann Dowd) se confrontam com o peso das suas escolhas. Já Nick (Max Minghella) enfrenta provas morais que o forçarão a decidir de que lado está verdadeiramente.

Esta temporada final promete fechar a saga com momentos de tensão, confronto e esperança, enquanto os personagens mais amados (e odiados) enfrentam o desfecho das suas histórias. A luta pela liberdade, a coragem frente ao totalitarismo e o poder da solidariedade são os grandes pilares deste derradeiro capítulo.

Um Elenco à Altura da História

Elisabeth Moss continua a brilhar no papel de June – e também como produtora executiva – liderando um elenco que inclui ainda Amanda Brugel, Sam Jaeger, Madeline Brewer, Ever Carradine, Josh Charles, entre outros. A série, que já arrecadou 15 Emmys, 2 Globos de Ouro e mais de 250 nomeações, continua a ser uma referência incontornável da televisão contemporânea.

Criada por Bruce Miller, The Handmaid’s Tale é produzida pela MGM Television, com produção executiva de nomes como Warren Littlefield, Eric Tuchman, Yahlin Chang e a própria Moss.

Uma Despedida à Altura

Com estreia marcada para 8 de abril, The Handmaid’s Tale – Temporada 6 chega ao TVCine+ em exclusivo para os subscritores dos canais TVCine. Disponível na box e na App TV de todos os operadores nacionais, sem custos adicionais, a série pode ser vista de forma simples, organizada e, agora, em sintonia com o resto do mundo.

Para os fãs de séries poderosas, dramas políticos intensos e protagonistas femininas inesquecíveis, esta última temporada promete ser um final digno de uma das maiores obras televisivas do século XXI.


📺 Estreia: 8 de abril

📍 Onde ver: TVCine+ (streaming) e TVCine Edition (a partir de 16 de abril)

📣 Destaque: Tripla estreia no primeiro dia e episódios semanais em simultâneo com os EUA

Woody Harrelson diz “não” à terceira temporada de “The White Lotus”

The White Lotus… por causa de umas férias em família! 🌴

🎭 Era uma vez em… Phuket. Woody Harrelson esteve prestes a integrar o elenco da terceira temporada de The White Lotus, a aclamada série de sátira social de Mike White. Mas, ao contrário das teorias que circularam, a razão da sua ausência não teve nada a ver com salários ou desavenças — apenas com algo tão simples (e raro em Hollywood) quanto manter um compromisso familiar.

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“Estava preparado para fazer The White Lotus e muito entusiasmado,” revelou Harrelson ao The Daily Beast. “Infelizmente, o calendário de produção mudou e coincidiu com umas férias familiares que já estavam marcadas. Foi uma decisão extremamente difícil.”

Segundo o actor, a produção estava inicialmente alinhada com a sua disponibilidade, mas o adiamento das gravações obrigou-o a escolher entre a carreira e a família. E, pelo visto, as praias tailandesas ficaram reservadas… mas apenas para os Harrelson.

Não foi por dinheiro (desta vez)

Logo após a revelação do elenco da temporada 3, surgiram rumores de que Harrelson teria recusado um dos papéis principais — Rick (agora interpretado por Walton Goggins) ou Frank (interpretado por Sam Rockwell) — devido à política da produção de pagar o mesmo a todos os actores. Uma prática pouco comum em séries de grande visibilidade e ainda mais rara entre nomes de peso.

Mas Woody desmentiu com classe e generosidade. “As coisas acontecem por uma razão”, acrescentou. “Não conseguiria ter feito um trabalho tão fantástico como o Sam, que está a arrasar.”

O fim está próximo… e promete

A terceira temporada de The White Lotus chega ao fim este domingo com um episódio especial de 90 minutos, o mais longo da história da série. Gravada na Tailândia, esta nova temporada mergulha em novas dinâmicas de privilégio, hipocrisia, karma e, claro, morte anunciada.

O elenco desta temporada inclui nomes como Parker Posey, Jason Isaacs, Michelle Monaghan, Natasha Rothwell (de volta como Belinda), Carrie Coon, Francesca Corney, Patrick Schwarzenegger, Aimee Lou Wood e a estrela do K-pop Lisa (BLACKPINK), entre muitos outros.

A série, vencedora de 15 Emmys nas suas duas primeiras temporadas, continua a ser escrita, realizada e produzida por Mike White, com produção executiva de David Bernad e Mark Kamine.

🎬 The White Lotus é um fenómeno global que não só domina as conversas nas redes sociais, como também influencia a moda, a crítica social e o gosto televisivo contemporâneo — e agora sabemos que quase teve Woody Harrelson a bordo.

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Quem sabe se na próxima temporada… não será em Cabo Verde? 🌊

Filme de Minecraft parte tudo nas bilheteiras: estreia arranca com 157 milhões de dólares

🎬 O fenómeno dos videojogos chega ao topo do cinema. A Minecraft Movie, a tão aguardada adaptação cinematográfica do icónico videojogo de 2011, superou todas as expectativas e arrecadou uns impressionantes 157 milhões de dólares no primeiro fim de semana nos cinemas norte-americanos — um novo recorde de 2025.

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As previsões iniciais apontavam para uma estreia na casa dos 60 milhões de dólares, valor depois revisto para cerca de 100 milhões. Mas nem mesmo os analistas mais optimistas conseguiram antecipar o fenómeno em que o filme se tornou.

“Esta foi a primeira grande surpresa do ano,” afirmou Paul Dergarabedian, analista sénior da Comscore, ao canal CNN. “A Minecraft Movie ultrapassou o recorde anterior, estabelecido por Captain America: Brave New World, que tinha estreado com 88,5 milhões.”

Um sucesso gerado pela comunidade

A explicação para esta performance explosiva nas bilheteiras passa, em parte, por uma combinação de factores estratégicos. A estreia coincidiu com as férias da primavera de muitos estudantes universitários e adolescentes, o que ajudou a impulsionar as vendas de bilhetes. Além disso, o entusiasmo da comunidade Minecraft ajudou a criar uma verdadeira onda de boca-a-boca.

“Quando um lançamento gera este tipo de entusiasmo, as previsões deixam de contar,” referiu David A. Gross, da FranchiseRe.

Apesar das reações iniciais algo divididas aos trailers, o filme conquistou um público alargado — mesmo sem impressionar particularmente os críticos. A verdade é que os fãs compareceram em massa, muitos deles com ligação emocional ao jogo que marcou gerações.

Minecraft lidera o “ranking” das adaptações de videojogos

Com estes números, A Minecraft Movie torna-se oficialmente a melhor estreia doméstica de sempre para um filme baseado num videojogo, ultrapassando pesos-pesados como:

  • The Super Mario Bros. Movie (146 milhões, abril 2023)
  • Five Nights at Freddy’s (80 milhões, outubro 2023)
  • Sonic the Hedgehog 2 (72 milhões, abril 2022)

Para os analistas, o segredo do sucesso pode também estar na classificação etária: os filmes baseados em videojogos com classificação PG (para todos os públicos) têm consistentemente superado os PG-13 (para maiores de 13 anos), o que os torna mais acessíveis para famílias e audiências mais jovens.

Alívio para a indústria do cinema

Este sucesso chega num momento crucial para Hollywood. Segundo a Comscore, as receitas de bilheteira em 2025 estavam 13% abaixo do valor do ano anterior, antes da estreia de Minecraft. Com este impulso, a diferença caiu para apenas 5%, dando um sinal claro de recuperação à indústria.

“Foi um primeiro trimestre historicamente fraco,” diz Shawn Robbins, analista do Box Office Theory. “Mas Minecraft trouxe finalmente luz ao fundo do túnel.”
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E há mais boas notícias no horizonte: a segunda metade do ano promete trazer mais blockbusters, com Thunderbolts (Marvel) já agendado para 2 de maio, seguido de Mission: Impossible – The Final Reckoning (23 de maio) e F1 da Warner Bros. (27 de junho).

🎮 A Minecraft Movie é mais do que uma adaptação de sucesso. É uma prova viva de que os videojogos continuam a conquistar o grande ecrã — e que quando o público se sente parte da história, os resultados nas bilheteiras falam por si.

Olivier Awards 2025: Celine Dion, super-heróis e troféus a servir de… batentes de porta?

✨ Os Olivier Awards 2025 celebraram o melhor do teatro britânico e, como já é tradição, a noite não foi só feita de prémios. Houve emoção, humor, momentos improváveis e até homenagens… inesperadas a brinquedos e a Celine Dion. Aqui ficam cinco coisas que aprendemos na noite mais prestigiada do teatro do Reino Unido.

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🎭 John Lithgow precisa urgentemente de mais uma porta

O veterano John Lithgow levou para casa o prémio de Melhor Actor pela sua interpretação de Roald Dahl em Giant. Com um currículo impressionante — de The Crown a 3rd Rock from the Sun — o ator parecia genuinamente surpreendido com o prémio.

“Tenho exatamente seis portas no segundo andar da minha casa em Los Angeles… e já ganhei seis Emmys”, contou com humor. “Agora vou precisar de outra porta para este Olivier!” O troféu pode ir parar ao chão, mas o talento de Lithgow está bem lá no alto.

🎤 Billy Porter adora o público britânico (mas tem umas dicas para a nossa culinária)

O sempre exuberante Billy Porter, atualmente a brilhar como Emcee em Cabaret, partilhou o palco da apresentação com Beverley Knight. E se há coisa que Billy sabe fazer, é animar uma sala.

Adora o público britânico — “mais reservado, mas a soltar-se cada vez mais” — e até se mostra fã da gastronomia local. Só tem uma sugestão: “falta sal e pimenta… antes de cozinhar, não depois”. Fica a dica para os chefs de serviço do West End.

🏆 Romola Garai vence… contra si própria

Romola Garai fez história ao ser nomeada duas vezes na mesma categoria (Melhor Actriz Secundária) — por The Years e Giant — e acabou por levar o prémio para casa.

Mas o verdadeiro herói da história é o filho de Garai: “Ele pediu para guardar o prémio no quarto dele, com os bonecos de super-heróis. E eu disse: ‘Pronto, está bem.’” Se o Olivier se der bem com o Homem-Aranha, parece-nos um ótimo plano.

🚢 Celine Dion ainda não viu o musical sobre… Celine Dion

Titanique, um musical que reimagina Titanic ao som dos maiores êxitos de Celine Dion, foi um dos fenómenos da noite. A história? Celine invade um museu e assume o papel de narradora da tragédia do navio.

O musical venceu dois Oliviers — incluindo o de Melhor Comédia — mas Celine ainda não viu a produção. Já o seu cenógrafo, uma das irmãs e até uma backing vocal marcaram presença.

Marla Mindelle, que interpreta a própria Celine no palco, já imagina o que aconteceria se a diva aparecesse: “Desmaiava… e depois a verdadeira Celine subiria ao palco, tomava o meu lugar e continuava o espetáculo. E tudo corria na perfeição.”

🕺 Meera Syal descobriu a nomeação depois de… uma aula de Zumba

Nomeada para Melhor Atriz pelo seu papel comovente em A Tupperware of Ashes, onde interpreta uma mãe diagnosticada com Alzheimer precoce, Meera Syal recebeu a boa notícia de forma inesperada.

“Saí da aula de Zumba, tinha 10 chamadas perdidas do meu agente e outras tantas da minha filha. Liguei, ainda suada e de leggings, e fiquei em choque. Uma bela surpresa para uma manhã de terça-feira!”


📺 Onde ver os premiados?

Algumas das produções vencedoras, como Cabaret, continuam em exibição no West End — e há gravações disponíveis em serviços como National Theatre at Home, BBC iPlayer (UK) ou Sky Arts, embora o acesso possa variar conforme o território. Em Portugal, canais como a RTP2 ou plataformas como o Filmin Portugal são os mais atentos à programação teatral internacional.

Nanni Moretti Sobrevive a Enfarte e Recebe Alta: O Cinema Europeu Respira de Alívio

A Cena Mais Infame da História do Cinema: O Calvário de Maria Schneider em Último Tango em Paris

🎬 É uma das imagens mais perturbadoras e controversas da história do cinema: uma jovem de 19 anos, vulnerável e em lágrimas reais, numa cena de violação simulada que não constava do guião original. Falamos, claro, da infame “cena da manteiga” de Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Bertolucci, protagonizado por Marlon Brando e Maria Schneider. A verdade por detrás da rodagem daquela sequência — e o seu impacto profundo e devastador na vida da atriz — é agora contada no filme Maria, de Jessica Palud, com Anamaria Vartolomei no papel principal.

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Mais de cinquenta anos depois, o episódio continua a provocar choque, raiva e desconforto. Não apenas pelo que se vê no ecrã, mas porque a dor era real. Maria Schneider, em múltiplas entrevistas ao longo da sua vida, explicou como foi traída pela equipa do filme, em especial por Bertolucci e Brando. A cena foi decidida entre os dois homens e filmada sem o seu consentimento total. O resultado? Uma atuação extraordinária, mas à custa de um trauma profundo.

“Senti-me violada, tanto pelo Marlon como pelo Bertolucci”

Maria Schneider, que morreu em 2011 vítima de cancro, falou abertamente da sua experiência: “Aquela cena não estava no guião. Foi ideia do Marlon. Só me disseram no dia, e eu senti-me humilhada, violada, emocionalmente devastada.” Ela acrescentou que chorava lágrimas verdadeiras durante a filmagem e que Brando não se desculpou nem a confortou após a cena. Bertolucci, por sua vez, afirmou mais tarde que queria uma reacção “real” da jovem — não como atriz, mas como rapariga, o que agrava ainda mais o escândalo.

Em 2016, quando uma entrevista antiga do realizador veio a público, onde ele admitia com frieza que queria provocar humilhação real, a indignação reacendeu-se. Hollywood, à luz do movimento #MeToo, olhou para trás com horror. Último Tango em Paris, uma obra que durante décadas figurou entre os “clássicos arrojados”, tornou-se símbolo de abuso de poder em nome da arte.

Uma carreira marcada pelo trauma

Apesar do sucesso do filme — que arrecadou 36 milhões de dólares nos EUA e foi um fenómeno de bilheteira na Europa — Maria Schneider recebeu apenas 4 mil dólares. Foi ela quem apareceu nua. Foi ela quem chorou em cena. E foi também ela quem ficou marcada para sempre pela forma como foi tratada.

Durante anos, a atriz lutou contra o vício, depressão e ansiedade. Tentou suicidar-se. Foi internada. A sua carreira nunca recuperou. Embora tenha participado em filmes importantes como The Passenger (1975), ao lado de Jack Nicholson, Maria nunca deixou de ser conhecida como “a rapariga do Último Tango”.

A fama súbita também teve efeitos colaterais: “Fiquei famosa da noite para o dia. As pessoas pensavam que eu era como a personagem. Inventava histórias para os jornalistas, mas isso não era eu… Isso deixou-me louca”, confessou Schneider. A pressão mediática e os julgamentos morais arrastaram-na para uma espiral de autodestruição.

Um novo olhar sobre um velho escândalo

O novo filme Maria, realizado por Jessica Palud e protagonizado por Anamaria Vartolomei e Matt Dillon (como Marlon Brando), pretende dar voz à mulher por trás da personagem. Com base no livro de Vanessa Schneider, prima da atriz, a longa-metragem apresenta um retrato comovente da jovem Maria — filha ilegítima de um ator francês, abandonada pelos pais e, mais tarde, abandonada também pela indústria que a explorou.

Vartolomei, que recria a cena da manteiga no filme, disse em entrevista à BBC que chorou durante a filmagem. “Senti a violência daquilo. A violência física e emocional. A Maria estava sozinha. Não tinha ninguém do seu lado. Só pessoas a observarem, a filmarem… e a não fazerem nada.”

Segundo a realizadora, Maria não pretende condenar com raiva, mas sim expor a estrutura que permitiu este tipo de abusos. “Não quis julgar, mas mostrar o sistema. Há ainda muito trabalho a fazer, mas uma cena como aquela já não aconteceria hoje. E isso é um sinal de mudança.”

Uma herança a reavaliar

O debate em torno de Último Tango em Paris levanta questões mais profundas sobre o cânone cinematográfico e a forma como idolatramos certos filmes — e realizadores — ignorando as consequências para os intérpretes. Como disse a crítica Anna Smith: “Há muito tempo que acredito que o cânone dos grandes filmes precisa de ser reexaminado, porque vem de um lugar profundamente patriarcal.”

Hoje, muitos espectadores — e instituições culturais — olham para Último Tango com outra lente. Não é uma questão de apagar o passado, mas de o compreender com consciência. E de dar finalmente voz àquelas — como Maria Schneider — que, durante demasiado tempo, foram silenciadas.

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Onde ver o filme e o documentário sobre Maria Schneider:

  • Último Tango em Paris encontra-se disponível em edições físicas (DVD/Blu-ray) e pontualmente em serviços como MUBI ou Filmin.
  • O filme Maria ainda não tem data de estreia em Portugal, mas deverá integrar festivais europeus nos próximos meses.
  • O livro de Vanessa Schneider encontra-se traduzido em francês e pode ser encomendado online.

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Nanni Moretti Sobrevive a Enfarte e Recebe Alta: O Cinema Europeu Respira de Alívio


🎬 O mundo do cinema europeu suspirou de alívio esta semana com a notícia de que o aclamado realizador italiano Nanni Moretti, de 71 anos, recebeu alta hospitalar após ter sofrido um enfarte. Moretti, uma das vozes mais singulares e introspectivas do cinema de autor, esteve internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital San Camillo, em Roma, desde quarta-feira passada, mas já se encontra em casa e em recuperação.

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A notícia foi confirmada durante o festival Custodi di sogni – I tesori della Cineteca Nazionale, que decorre em Roma, onde Moretti chegou mesmo a participar por telefone, num gesto simbólico que demonstrou não apenas a sua recuperação, mas também o seu eterno compromisso com o cinema e a cultura italiana. Os organizadores do evento divulgaram um vídeo em que o realizador fala com clareza, embora com voz contida, revelando o seu desejo de regressar ao trabalho “em breve”.

Na quinta-feira, o chefe do serviço de cardiologia do hospital confirmava que o estado clínico de Moretti era estável. Um dia depois, a boa notícia da alta hospitalar foi recebida com entusiasmo por fãs e colegas de profissão.

Um autor com assinatura própria

Nanni Moretti é conhecido tanto pelo seu olhar profundamente pessoal como pelo seu humor subtil e crítica social afiada. Os seus filmes, muitas vezes autobiográficos, são um reflexo das suas inquietações políticas, filosóficas e familiares. Em obras como Caro Diário (1994), onde passeia por Roma numa Vespa enquanto comenta o mundo ao seu redor, ou O Quarto do Filho (2001), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Moretti revelou-se um mestre da introspecção cinematográfica.

O seu estilo foi frequentemente comparado ao de Woody Allen, mas com um cunho profundamente italiano — mais político, mais católico, mais contido no absurdo, e sempre emocionalmente ressonante. Em Habemus Papam (2011), por exemplo, apresentou-nos um Papa em crise existencial, humanizando uma figura tradicionalmente inatingível. Mais recentemente, Tre Piani (2021) voltou a colocá-lo em Cannes, desta vez como autor de um drama coral sobre a vida urbana e os laços familiares.

A importância de Moretti no cinema europeu

O cinema de Moretti nunca foi feito para agradar massas — e é precisamente por isso que o seu impacto é tão profundo. Ao longo de décadas, construiu uma obra coerente, poética e combativa, abordando temas como o comunismo, a fé, a perda e a condição humana. Em Itália, a sua figura é quase reverenciada, não apenas como artista, mas como um intelectual activo, que participou do debate público de forma constante.

Além disso, Moretti é o proprietário e programador da mítica sala Nuovo Sacher em Roma, onde exibe cinema de autor e promove novos realizadores. É também um dos fundadores da produtora Sacher Film, que tem sido responsável por apoiar muitos talentos emergentes.

Uma pausa forçada, mas temporária

Embora o ataque cardíaco seja um alerta claro para abrandar o ritmo, os admiradores do realizador esperam que esta pausa forçada sirva apenas para fortalecer o seu regresso. O próprio Moretti já demonstrou interesse em retomar os seus projectos assim que for possível. O seu último filme, Il Sol dell’Avvenire (2023), foi recebido com entusiasmo e reforçou a ideia de que o realizador ainda tem muito para oferecer.

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Para já, o mais importante é que está de volta a casa, em recuperação, e com vontade de continuar a sonhar — e a fazer sonhar — através da sétima arte.


Onde ver os filmes de Nanni Moretti em Portugal:

  • Caro Diário, Habemus Papam e O Quarto do Filho têm passado regularmente na RTP2 e estão disponíveis ocasionalmente na Filmin e na MUBI.
  • Também podem ser encontrados em DVD nas bibliotecas municipais e videotecas especializadas.

Michael Madsen, Entre “Free Willy” e “Reservoir Dogs”: A Vida de Um Ator com Coração de Gangster e Alma de Pai

🎬 Michael Madsen tem uma daquelas carreiras que, segundo ele próprio, mais parece um monitor cardíaco: cheia de altos e baixos, com picos de glória cinematográfica seguidos de projetos mais discretos (para não dizer duvidosos). E essa imagem não podia ser mais acertada para descrever um percurso que tanto o levou a cortar uma orelha ao som de Stealers Wheel, como a salvar uma orca numa aventura familiar da Warner Bros.

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“Não dá para fazer grandes filmes todos os dias, nem mesmo o Marlon Brando conseguiu isso”, afirmou o ator com a franqueza que sempre o caracterizou. E com a honestidade de quem assume que, por vezes, é preciso aceitar um papel só para “pôr comida na mesa e manter o teto sobre a cabeça dos pequenos monstros lá de casa.”

Madsen é um daqueles atores cuja presença impõe respeito — até quando o reconhecem no Taco Bell. E por falar nisso, uma das histórias mais deliciosas do seu percurso vem precisamente dos bastidores do clássico de culto Reservoir Dogs, de Quentin Tarantino. Durante a rodagem, Kirk Baltz — o infeliz Marvin Nash, polícia amordaçado e torturado — pediu para ser mesmo colocado dentro da bagageira de um carro, para melhor entrar na pele da sua personagem. Madsen, com o sentido prático que o caracteriza, não só acedeu ao pedido como aproveitou para… desenvolver o seu próprio personagem.

Decidiu dar uma volta prolongada por ruelas com buracos e terminou a excursão com uma visita ao drive-thru de um Taco Bell. Tudo em nome da autenticidade. E, sejamos honestos, há poucas formas mais eficazes de entrar na mente de Mr. Blonde do que enfiar alguém no porta-bagagens e pedir um burrito.

Mas nem tudo são risos nos bastidores. As icónicas cenas de tortura foram particularmente difíceis para Madsen, que admitiu ter uma forte aversão à violência. A coisa tornou-se ainda mais complicada quando Baltz improvisou uma linha em que dizia que tinha um filho pequeno em casa. Madsen, recém-pai na altura, ficou tão abalado com a ideia de deixar uma criança órfã — mesmo em ficção — que quase não conseguiu terminar a cena. Essa tomada foi a escolhida para o corte final do filme. E em algumas versões é possível ouvir alguém fora do campo — possivelmente o próprio Tarantino — murmurar “Oh, no no!”, como se estivesse a reagir à intensidade inesperada do momento.

É curioso que, apesar desta carga dramática, Madsen seja frequentemente reconhecido nas ruas pelas crianças como “Glen”, o cuidador do jovem Jesse no Free Willy (1993). Só que, ao lado dos miúdos em êxtase, estão os pais, que o identificam de imediato como o sádico Mr. Blonde. “As crianças dizem ‘É o Glen!’ e os pais dizem ‘Não te aproximes desse homem!’”, brinca Madsen. É um contraste que resume a sua carreira: o carinho de quem salva uma orca e o pavor de quem dança com uma navalha.

Com uma filmografia extensa, que vai de Kill Bill a Donnie Brasco, e de The Hateful Eight (numa participação cortada à última hora) a projetos mais obscuros lançados diretamente em vídeo, Madsen continua a ser um enigma fascinante no panorama de Hollywood. Um homem com cara de vilão, coração de poeta e, por vezes, feitio de monstro… mas daqueles que só aparecem quando as contas têm de ser pagas.

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Há divórcios e depois há divórcios hollywoodianos. Mas mesmo entre os ricos e famosos, poucos se comparam àquilo que Steven Spielberg fez por Amy Irving… e ao que continuam a fazer juntos, mais de 30 anos depois da separação!

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Em 1989, quando o realizador de E.T. e Indiana Jones se divorciou da atriz Amy Irving, foi notícia em todo o mundo: ela recebeu 100 milhões de dólares na partilha dos bens — um valor que ainda hoje faz corar muitos divórcios milionários. Mas o mais insólito vem agora: apesar de tudo, eles continuam… a sair juntos!

Calma, não é o que parece. 😅

Amor antigo, dupla moderna

Amy Irving, hoje com 71 anos, e Spielberg, com 78, não só continuam amigos como — segundo revelações feitas este mês pela atriz — fazem jantares de casal com os atuais parceiros. Sim, leram bem. Amy e o seu terceiro marido, Kenneth Bowser Jr., jantam com Spielberg e a sua mulher, a também atriz Kate Capshaw, de tempos a tempos.

“Sempre comunicámos e fomos próximos”, disse Amy ao podcast It Happened in Hollywood do Hollywood Reporter.

“Tentamos fazer jantares a quatro, de vez em quando.”

Uma relação que começou em 1976, quando Amy fez audições para Encontros Imediatos do Terceiro Grau, mas perdeu o papel por ser demasiado nova. Apaixonaram-se, mudaram-se juntos, separaram-se, reconciliaram-se em 1984… e tiveram um filho, Max, hoje com 39 anos.

Segundo Amy, o reencontro aconteceu de forma cinematográfica: ela estava na Índia a filmar The Far Pavilions, montada num palanquim como princesa meia-russa, meia-indiana, prestes a “casar-se” com o galã italiano Rossano Brazzi — quando quem aparece nos bastidores? Spielberg.

“Mal saí do palanquim, lá estava ele. E tudo reacendeu.”

De papel prometido… a papel passado

No auge da relação, Amy chegou a ser prometida para o papel de Marion Ravenwood em Os Salteadores da Arca Perdida. Mas depois da separação, o papel foi para outra atriz. “Acho que a vida real significava mais para mim do que a carreira. Saí de casa e, quando se sai, não se fica com o papel”, confessou.

A relação durou 14 anos, com um interregno de três. E embora o casamento tenha terminado, a amizade (e os jantares de grupo) continuam firmes.

“Foi difícil ser a mulher de Steven Spielberg… e depois foi difícil ser a ex-mulher. Senti-me invisível durante algum tempo”, admitiu Amy ao LA Times.

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Agora, esse tempo já passou — e parecem viver todos num equilíbrio que poucos ex-casais conseguem alcançar. Um brinde a isso. 🍷

🎬 Finn Wolfhard: de estrela de Stranger Things a realizador promissor com sangue de “Scream King”

O título pode soar exagerado, mas quem acompanhou a estreia de Hell of a Summer — agora finalmente nos cinemas — sabe que Finn Wolfhard não é apenas mais uma estrela juvenil em transição para a realização. Com apenas 22 anos, o ator canadiano estreou-se atrás das câmaras com uma comédia slasher escrita, realizada e protagonizada por si. E não foi nada fácil.

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Em entrevista à PEOPLE, o jovem revelou que começou a escrever o argumento com apenas 16 anos. Mas não foi só o argumento que enfrentou obstáculos: também ele teve de bater a muitas portas que se fecharam logo à entrada.

“Senti muitas vezes que não me levavam a sério por causa da idade. Era só mais um miúdo com uma ideia. Mas tivemos a sorte de contar com produtores que acreditaram em nós”, contou.

A “nós” refere-se a Billy Bryk, seu cúmplice criativo e co-realizador do filme. Juntos, escreveram Hell of a Summer, que estreou em 2023 no Festival de Toronto e chega agora a um circuito mais alargado de exibição.

Um verão sangrento com risos à mistura

O filme segue um grupo de monitores de um acampamento de verão que se tornam alvo de um assassino mascarado. É uma homenagem óbvia aos clássicos dos anos 80, mas com uma energia millennial e um piscar de olho ao humor de Shaun of the Dead, uma das principais influências do realizador.

“Queria algo com personagens fortes, humor genuíno e tensão real. Algo que não fosse só sustos e sangue. Queria algo com coração”, disse Wolfhard.

Além de Shaun of the Dead, Finn cita também Let the Right One InSouth Park e até as primeiras temporadas de Os Simpsons como fontes de inspiração para o tom da sua estreia.

O elenco conta com rostos como Fred Hechinger (The White Lotus), Abby Quinn, D’Pharaoh Woon-A-Tai (Reservation Dogs) e Adam Pally. Mas é o entusiasmo irreverente de Finn que dá alma ao projeto.

“Scream King” com ambições de autor

Wolfhard já é veterano no terror. De Stranger Things a It, passando por The TurningThe Addams Family e Ghostbusters, é presença regular no género — e com boas razões. Como ele próprio admite, é “um espaço onde se sente confortável”. Ainda assim, recusa-se a ficar preso a um rótulo:

“Se fizer outro filme de terror, tem de ser algo mesmo louco ou totalmente original. Quero explorar outros géneros, não só como realizador, mas também como ator.”

Apesar do entusiasmo, Wolfhard é realista quanto ao caminho que ainda tem pela frente. “Mesmo tendo feito um filme, sei que muitos vão continuar a tratar-me como um miúdo que não sabe o que está a fazer. Mas estou em paz com isso. Vou provar-me as vezes que forem necessárias.”

E se Hell of a Summer for apenas o primeiro passo, não temos dúvidas: Finn Wolfhard está cá para ficar — com ou sem máscara.

🎥 Onde ver “Hell of a Summer” em Portugal?

Por enquanto, o filme ainda não está disponível nos canais nacionais nem nas plataformas de streaming portuguesas. Mas fica atento ao catálogo da Filmin Portugal e aos ciclos de cinema de género nos festivais, porque este é dos que tem tudo para aparecer por lá.

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Val Kilmer: As 10 Personagens Mais Icónicas da Sua Carreira (e Onde as Rever)

Por pedido dos fãs do Clube de Cinema, reunimos as dez personagens mais marcantes da carreira de Val Kilmer, ator recentemente falecido e que deixou uma marca indelével no grande ecrã. Com quase quatro décadas de carreira, Kilmer oscilou entre o drama, a comédia, a ação e até a animação — e é impossível falar dele sem pensar imediatamente em algumas destas interpretações inesquecíveis. Sempre que possível, indicamos também onde os filmes estão disponíveis em streaming ou canais portugueses.

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10. Simon Templar – The Saint (1997) 
Val Kilmer deu corpo ao famoso ladrão com alma de justiceiro em The Saint, inspirado na criação literária de Leslie Charteris. Com mudanças de disfarce ao estilo de Ethan Hunt e um charme à prova de bala, Kilmer encarna Templar com destreza. Apesar de o filme ter ganho estatuto de culto ao longo dos anos, não arrancou a saga prometida. Ainda assim, merece o seu lugar nesta lista. 📺 Disponível ocasionalmente no canal AMC Portugal e em serviços de aluguer digital.

9. Moses – The Prince of Egypt (1998)

 

Na animação bíblica da DreamWorks, Kilmer dá voz (e alma) a Moisés, num dos papéis mais subestimados da sua carreira. A sua performance vocal é comovente, captando as dúvidas e a fé de um homem dividido entre dois mundos. 📺 Streaming: SkyShowtime (em rotação); cópias digitais disponíveis em plataformas como Apple TV ou Google Play.

8. Gay Perry – Kiss Kiss Bang Bang (2005) 

Ao lado de Robert Downey Jr., Kilmer dá vida a um detetive gay com língua afiada e muita atitude. Um papel refrescante que provou a sua versatilidade e sentido de humor negro. 📺 Streaming: Disney+ (via catálogo Star) ou ocasionalmente no Fox Movies.

7. Chris Knight – Real Genious (1985) 

Num registo cómico e nerd, Kilmer interpreta Chris Knight, um jovem génio da ciência que não leva a vida demasiado a sério — até perceber que a CIA quer usar as suas invenções. Uma pérola esquecida dos anos 80. 📺 Difícil de encontrar em Portugal, mas disponível em algumas plataformas de importação digital (iTunes, Amazon US).

6. Chris Shiherlis – Heat (1995) 

Ao lado de Al Pacino e Robert De Niro, Kilmer interpreta o frio e calculista Chris Shiherlis, num dos maiores thrillers policiais dos anos 90. A sua personagem é tão intensa quanto trágica. 📺 Streaming: Netflix Portugal (rotativo) e TVCine.

5. Jim Morrison – The Doors (1991) 

Kilmer desaparece literalmente dentro da pele de Jim Morrison neste biopic de Oliver Stone. Estudou as músicas e os tiques do cantor obsessivamente — e o resultado é arrepiante. Muitos fãs confundem as gravações com o verdadeiro vocalista dos The Doors. 📺 Streaming: MUBI (rotativo) ou disponível para aluguer digital.

4. Bruce Wayne/Batman – Batman Forever (1995) 

Num dos filmes mais estilizados (e controversos) da saga do Cavaleiro das Trevas, Kilmer interpreta um Batman melancólico e um Bruce Wayne carismático. Visualmente arrojado e com vilões memoráveis, continua a ser um prazer (culposo) para muitos fãs. 📺 Streaming: HBO Max Portugal.

3. Doc Holliday – Tombstone (1993) 

“I’m your huckleberry.” É impossível esquecer esta frase dita com voz rouca e olhar trocista. A interpretação de Kilmer como o pistoleiro doente e sardónico Doc Holliday é, para muitos, a melhor da sua carreira. 📺 Streaming: Amazon Prime Video.

2. Nick Rivers – Top Secret! (1984) 

Antes da fama, Kilmer fez uma das melhores paródias de espionagem de sempre — com direito a números musicais, piadas visuais dignas dos ZAZ e um timing cómico irrepreensível. Nick Rivers é um espião disfarçado de estrela pop, e Kilmer canta de verdade. 📺 Streaming: Disney+ (rotativo) e FOX Comedy.

1. Tom “Iceman” Kazansky – Top Gun (1986) & Top Gun: Maverick (2022)

 É impossível não coroar “Iceman” como o papel mais icónico de Val Kilmer. O eterno rival (e depois aliado) de Maverick personifica o rigor militar com o seu gelo no olhar. E o reencontro com Cruise em Top Gun: Maverick, já após a batalha de Kilmer contra o cancro, foi um momento comovente para todos os fãs de cinema. 📺 Streaming: SkyShowtime (ambos os filmes disponíveis).

“A Minecraft Movie” Constrói um Sucesso Colossal nas Bilheteiras: Recordes, Gritos e Jack Black aos Saltos

Val Kilmer partiu, mas as suas personagens continuam a habitar os nossos ecrãs — e memórias — com a mesma intensidade. Se ainda não viste todos os filmes desta lista, fica o convite para uma maratona nostálgica.

“A Minecraft Movie” Constrói um Sucesso Colossal nas Bilheteiras: Recordes, Gritos e Jack Black aos Saltos

🎮🍿 Quem diria que um mundo feito de cubos viria a revolucionar (mais uma vez) o cinema? A Minecraft Movie, a muito aguardada adaptação cinematográfica do lendário videojogo da Mojang, está a rebentar nas bilheteiras e a deixar os estúdios de Hollywood com os olhos a brilhar… de espanto e inveja.

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Num fim de semana marcado por filas intermináveis, aplausos em salas esgotadas e crianças literalmente aos saltos nas cadeiras, o filme protagonizado por Jason Momoa, Jack Black e Danielle Brooks arrecadou 145 milhões de dólares nos seus primeiros três dias, superando todas as previsões e deixando para trás o anterior recorde de abertura para filmes baseados em videojogos — sim, estamos a olhar para ti, Super Mario Bros..

🎬 Uma estreia de fazer história (e barulho)

Desde as sessões de pré-estreia, na quinta-feira à noite, que se percebia que algo estava a acontecer: só nessa noite, A Minecraft Movie já tinha acumulado 10,5 milhões de dólares — um número impressionante que deixou Five Nights at Freddy’s a um canto da sala a chorar em silêncio.

As audiências não tardaram a reagir: os miúdos adoraram, os adolescentes vibraram, e até o público acima dos 45 anos deu nota alta ao filme. As redes sociais, como seria de esperar, explodiram: vídeos de fãs aos gritos, danças espontâneas nas filas dos cinemas e pais confusos mas rendidos à euforia generalizada.

Num dos vídeos virais, um espectador emocionado resume a experiência:

🗣️ “A MELHOR experiência no cinema da minha vida! Minecraft para sempre!”

💥 Blockbusters em modo pixelado

A comédia em live-action, realizada por Jared Hess (Napoleon Dynamite), consegue equilibrar na perfeição o tom visual e narrativo do jogo, com piadas acessíveis, visuais vibrantes e uma inesperada profundidade emocional. Jack Black, como a personagem Steve, rouba cenas com canções hilariantes — um verdadeiro êxito, a julgar pelas crianças que cantam as falas no meio da sessão.

Além disso, os dados são claros:

  • O filme lidera em 4.263 salas de cinema.
  • 57% dos bilhetes foram comprados no próprio dia — um reflexo da eficácia da estratégia de marketing digital hiperlocal da Warner Bros.
  • 50% dos espectadores disseram que o filme superou as suas expectativas.

E se ainda havia dúvidas, as Minecraft Happy Meals da McDonald’s vieram selar o fenómeno com molho barbecue e brinquedos em forma de Creepers. 🧨🍔

🎯 Uma pedrada no charco para 2025

Este mega êxito é um verdadeiro sopro de ar fresco para uma indústria ainda a recuperar do duplo murro no estômago da pandemia e das greves de 2023. Num ano onde muitos títulos “grandes” tropeçaram — como Snow White ou Mickey 17—, A Minecraft Movie surge como o salvador improvável do box office.

E nem as críticas mornas (51% no Rotten Tomatoes) conseguiram travar o entusiasmo dos fãs. Tal como aconteceu com Five Nights at Freddy’s, estamos perante um daqueles casos em que a opinião do público vale mais do que qualquer crítica de jaleca vestida.

🔮 E agora?

Com este arranque fulgurante, tudo aponta para que A Minecraft Movie se torne a maior estreia de um filme baseado em videojogos da história. O merchandising já voa das prateleiras, os memes multiplicam-se, e os fãs já pedem sequela. Aliás, se a Warner Bros. não estiver já a preparar o segundo capítulo… estará a perder uma montanha de blocos de ouro.

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E num mercado faminto por sucessos e nostalgia, talvez a resposta esteja mesmo nos píxeis.

“Pulsação”: o novo drama médico da Netflix que conquistou os espectadores logo à entrada 🚑🌪️

A Netflix estreou recentemente Pulsação, o seu primeiro drama médico original em língua inglesa – e a aposta parece ter resultado. A série chegou à plataforma no dia 3 de abril e, no próprio dia, já liderava o top diário global do serviço. Em Portugal, a primeira temporada entrou diretamente para o terceiro lugar do ranking nacional, apenas atrás de AdolescênciaJovens Desaparecidas: O Assassino em Série de Long Island.

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Criada por Carlton Cuse (nome bem conhecido do universo de Lost e Jack Ryan) e pela argumentista Zoe RobynPulsação traz consigo todos os ingredientes do típico drama hospitalar — tensão, romances proibidos, dilemas éticos, decisões de segundos e muitos, muitos bisturis. Mas a grande novidade? Um furacão prestes a atingir o hospital mais movimentado de Miami.

Um hospital no olho do furacão… literal e emocional

No centro da narrativa está a Dra. Danny Simms, interpretada por Willa Fitzgerald (ReacherDare Me), uma interna de terceiro ano que vê o seu mundo virar do avesso quando é promovida de forma inesperada após a suspensão do reputado chefe de equipa, o Dr. Xander Phillips (Colin Woodell).

Com a aproximação de um poderoso furacão, o hospital entra em estado de emergência. As portas fecham, os pacientes acumulam-se e, claro, os conflitos também. Para complicar o cenário, Danny e Phillips são forçados a colaborar — e a enfrentar o passado romântico conturbado (e algo escandaloso) que os une.

Com as emoções à flor da pele e as vidas dos pacientes penduradas por um fio, o caos instala-se. E se, para estes médicos, salvar uma vida pode ser mais simples do que manter as suas próprias em ordem, é porque Pulsação não veio para contar apenas histórias de bisturis e diagnósticos.

Um elenco que mistura veteranos e novos talentos

Além de Willa Fitzgerald e Colin Woodell, o elenco de Pulsação conta com uma série de nomes que prometem dar que falar:

  • Justina Machado (One Day at a Time)
  • Jessie T. Usher (The Boys)
  • Jessy YatesJack BannonChelsea MuirheadDaniela Nieves
  • E participações especiais de Néstor CarbonellJessica RotheSantiago SeguraAsh Santos e Arturo Del Puerto

Cada episódio mistura tensão clínica com dramas pessoais, romances (nem sempre aconselháveis) e dilemas éticos que vão pôr à prova o juramento de Hipócrates… e os corações de quem vê.

Fórmula já vista, mas eficaz

É verdade que Pulsação não reinventa a roda do drama médico — há claras influências de Grey’s AnatomyER – Serviço de Urgência ou The Resident — mas isso não é necessariamente mau. A realização é sólida, o ritmo frenético e os dilemas médicos cativantes. E tudo embrulhado num cenário de catástrofe natural que funciona como metáfora (muito literal, diga-se) para o caos emocional das personagens.

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Se estás à procura de um binge-watch envolvente com bisturis, lágrimas e umas quantas tempestades (no céu e no coração), Pulsação é uma boa escolha. E se a primeira temporada continuar a escalar nos tops da Netflix, não será de admirar que a segunda esteja já no horizonte.

“House of the Dragon”: Terceira Temporada Já Está a Ser Filmada no Reino Unido 🐉🔥

A guerra dos Targaryen ainda está longe de terminar – e a produção da aguardada terceira temporada de House of the Dragon já arrancou oficialmente no Reino Unido. Depois de dois anos repletos de traições, dragões em fúria e alianças perigosas, a prequela de A Guerra dos Tronos promete continuar a saga sangrenta da Casa Targaryen com novos episódios… e novos jogadores no tabuleiro de Westeros.

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Apesar de ainda não haver data de estreia confirmada, o anúncio da Max de que as filmagens já começaram é música para os ouvidos dos fãs da fantasia épica criada por George R.R. Martin.

Um elenco de peso regressa… com sangue novo à mistura

A terceira temporada de House of the Dragon será composta por oito episódios – menos dois do que a anterior – mas promete não poupar na intensidade dramática nem nas batalhas viscerais. Os fãs podem contar com o regresso de muitos dos rostos que marcaram as temporadas anteriores, incluindo:

  • Matt Smith como Daemon Targaryen
  • Emma D’Arcy no papel da Rainha Rhaenyra
  • Olivia Cooke como Alicent Hightower
  • Steve Toussaint como Corlys Velaryon
  • Rhys Ifans como Otto Hightower
  • Fabien Frankel, Ewan Mitchell, Tom Glynn-Carney, Phia Saban, entre outros.

A nova temporada contará também com caras novas no sempre atribulado mundo de Westeros. Entre os reforços do elenco, destacam-se:

  • Tommy Flanagan como Ser Roderick Dustin
  • Dan Fogler como Ser Torrhen Manderly
  • James Norton no papel de Ormund Hightower, uma adição com potencial para agitar os conflitos entre as casas nobres.

Com esta expansão do elenco, tudo indica que a guerra civil conhecida como Dança dos Dragões vai alastrar-se ainda mais e envolver novas casas, territórios e alianças instáveis.

Realização em boas mãos

A terceira temporada será dirigida por uma equipa de realizadores de respeito no universo televisivo, com Clare Kilner, Nina Lopez-Corrado, Andrij Parekh e Loni Peristere a assumirem os comandos de diferentes episódios. A produção mantém-se sob a batuta de Ryan Condal, criador e showrunner, em colaboração próxima com o próprio George R.R. Martin.

O que esperar?

A segunda temporada, com estreia marcada para o verão de 2024, servirá como ponte direta para os acontecimentos ainda mais dramáticos que se avizinham. Com a guerra entre os Verdes e os Pretos a ganhar força, e com perdas pesadas já sofridas por ambos os lados, tudo aponta para uma escalada que não deixará ninguém intocado.

A terceira temporada deverá mostrar o alastrar do conflito por Westeros, o envolvimento de casas anteriormente neutras e o papel fundamental que cada dragão terá na luta pela supremacia. E se conhecermos minimamente George R.R. Martin, sabemos que o sangue vai correr – tanto o azul como o vermelho.

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Conclusão:

Com as câmaras já a rolar no Reino Unido, a terceira temporada de House of the Dragon aproxima-se com promessas de mais intrigas, reviravoltas e – claro – muitos dragões. Será esta a fase em que Westeros se afunda numa guerra total? Resta-nos esperar… com os olhos postos no céu.

“One Battle After Another”: Leonardo DiCaprio Surpreende Como Revolucionário Descompensado no Filme Mais Louco de Paul Thomas Anderson 💣🎥🍷

Se te disseram que o novo filme de Paul Thomas Anderson seria uma mistura de There Will Be Blood com Fear and Loathing in Las Vegas, estavam mais perto da verdade do que pensas. One Battle After Another, apresentado pela primeira vez com imagens explosivas na CinemaCon 2025, é uma das grandes apostas da Warner Bros. para o final do ano — e promete fazer faísca tanto nas bilheteiras como na temporada de prémios.

Com um orçamento a rondar os 130 milhões de dólares (sim, leste bem), este é o filme mais caro alguma vez realizado por Anderson, e marca a sua primeira colaboração com Leonardo DiCaprio. E que estreia! A julgar pelas reações em Las Vegas, o ator de O Lobo de Wall Street está prestes a oferecer-nos uma das interpretações mais selvagens, intensas e surreais da sua carreira.

Um revolucionário em queda… e em fúria

No filme, DiCaprio interpreta um revolucionário exausto, alcoólico e visivelmente afetado por décadas de abuso de substâncias, que embarca numa missão para salvar a filha raptada. A trama, adaptada de um romance de Thomas Pynchon (o autor que já inspirou Inherent Vice), decorre num universo de intrigas políticas, caos urbano e paranoia revolucionária, com uma pitada generosa de humor negro e uma realização grandiosa em formato VistaVision para IMAX.

Durante a CinemaCon, foi mostrada uma sequência hilária em que o personagem de DiCaprio tenta lembrar-se de uma palavra-passe para ativar uma célula de radicais. “Fritei o meu cérebro”, diz ao telefone. “Abusei de drogas e álcool durante 30 anos. Sou um amante de drogas e álcool.” Do outro lado da linha, a resposta é inesperadamente woke: “Estás a ser agressivo e isso está a dar-me ‘gatilhos de ruído’.”

Rimos? Rimos muito. Mas também percebemos que este é o tipo de sátira anárquica que só Paul Thomas Anderson se atreveria a levar a cabo com esta escala.

Um elenco de luxo e um vilão com olhos de gelo

A acompanhar DiCaprio estão Regina Hall, Teyana Taylor e o recém-chegado Chase Infiniti, mas há mais: Sean Penn interpreta o principal vilão — um coronel com um olhar glacial que, segundo quem viu, “mete mesmo medo”. Benicio del Toro surge como um camarada revolucionário armado até aos dentes e com ar de quem também abusou das substâncias erradas nos momentos certos.

É um elenco que transpira talento, caos e carisma — tudo o que este tipo de cinema precisa para se tornar lendário.

“Don’t f*cking panic”

O trailer apresentado foi tudo menos subtil: perseguições de carro, tiroteios de metralhadora, equipas de intervenção especial a arrombar portas e DiCaprio em plena espiral de colapso mental. A última frase, gritada entre explosões e sirenes: “Don’t f*cking panic. Keep your shit together.” Aparentemente, não estava a falar só para si próprio.

E apesar do tom irreverente, DiCaprio garantiu que One Battle After Another “toca em algo político e cultural que arde sob o nosso subconsciente coletivo”.

A estreia estava originalmente marcada para 8 de agosto de 2025, mas a Warner adiou o lançamento para 26 de setembro — um movimento claro para posicionar o filme na rota dos Óscares.

Uma aposta arriscada… mas com pedigree

Apostar 130 milhões num filme sem super-heróis, sabres de luz ou sequelas de animações é quase um ato de resistência nos dias que correm. Mas se há alguém que pode justificar essa aposta, é Paul Thomas Anderson. E com DiCaprio no leme da loucura, tudo pode acontecer. Lembremo-nos que The Revenant (2015) e O Lobo de Wall Street (2013) também pareciam “demasiado estranhos para o grande público” — e renderam fortunas.

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Neste caso, há quem fale já num regresso à glória do cinema audaz e autoral, com músculo técnico e ambição desmedida. E, convenhamos, só o facto de One Battle After Another existir já é um pequeno milagre num mercado saturado de fórmulas previsíveis.

Conclusão: DiCaprio + PTA = caos cinematográfico imperdível

One Battle After Another é, como o título indica, uma luta constante — tanto para os personagens como para a própria indústria que tenta recuperar da estagnação pós-pandemia. Mas se há filme que pode reacender a paixão pelo cinema audaz, provocador e livre, é este.

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A estreia mundial está marcada para 26 de setembro de 2025. E já há quem diga que os bilhetes vão esgotar antes mesmo de sabermos a palavra-passe do revolucionário de DiCaprio.

“Fogo do Vento”: Primeira Longa-Metragem de Marta Mateus Conquista Prémio em Festival Italiano 🇵🇹🔥🎬

O cinema português continua a dar cartas além-fronteiras. Desta vez foi Fogo do Vento, a estreia na longa-metragem de Marta Mateus, a conquistar aplausos internacionais: o filme venceu esta segunda-feira o prémio de Melhor Primeiro Filme Internacional no Festival de Busto Arsizio, em Itália.

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Num anúncio entusiástico, o júri do certame italiano justificou a distinção com a “linguagem pessoal” da realizadora portuguesa, elogiando a forma como a obra “narra, com originalidade, o crepúsculo do mundo rural e proletário”. A vitória ganha ainda mais relevo por se tratar do único filme português em competição.

Uma viagem sensorial entre passado, presente e futuro

Descrito como uma fábula que atravessa gerações, Fogo do Vento mergulha nas histórias de uma comunidade alentejana, misturando realismo, memória e um forte lirismo visual. A obra aprofunda personagens e temas já sugeridos por Marta Mateus na sua curta-metragem premiada Farpões Baldios (2017), apresentada na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

O filme explora os ecos do passado — da resistência ao regime salazarista — até às tensões contemporâneas do mundo rural, num gesto de cinema que tanto convoca a tradição como dá espaço à imaginação.

Em nota de intenções, a realizadora partilha a origem sensorial e simbólica do projeto: “Um dia, no Verão de 2017, apareceu-me um touro negro no pensamento. Dias depois, chegou-me a imagem de um incêndio, de terra queimada.” E completa: “Aprendi a dar atenção aos signos, aos sonhos, às visões, a guardar os mais leves prenúncios presentes numa ideia, num sopro de vento.”

Um percurso internacional sólido

Desde a sua estreia mundial no prestigiado Festival de Locarno em 2023, Fogo do Vento tem sido um verdadeiro caso de sucesso nos circuitos de festivais. Foi selecionado para os festivais de Nova Iorque, Londres (BFI), Tóquio, Viennale (Áustria) e Valdivia (Chile), onde foi amplamente elogiado.

Entre os prémios recebidos contam-se o Prémio Especial do Júri no Avant-Garde Film Festival de Atenas, o Prémio FIPRESCI no Festival de Gijón (atribuído pela Federação Internacional de Críticos de Cinema) e o Prémio de Melhor Realização no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.

A longa-metragem é uma coprodução entre Portugal (Clarão Companhia), Suíça (Casa Azul Films) e França (Les Films d’Ici), revelando o crescente interesse internacional pela nova geração do cinema português.

Do Alentejo para o mundo

Com o Alentejo como cenário e fonte de inspiração, Fogo do Vento é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre identidade, pertença, resistência e transformação. Não é um filme de narrativa linear ou convencional — mas sim uma tapeçaria sensorial, onde as imagens e os sons respiram ao ritmo da terra e das suas gentes.

Marta Mateus não faz concessões ao estilo “fácil”. O seu cinema é de presença, de escuta e de resistência poética. E por isso está a conquistar o respeito de quem procura no grande ecrã mais do que entretenimento: procura visão, coragem e autenticidade.

Estreia nacional marcada para setembro

Com um percurso notável em festivais internacionais, Fogo do Vento prepara-se agora para chegar ao público português. A estreia comercial está marcada para setembro de 2025, logo após o verão — uma oportunidade para os espectadores nacionais descobrirem uma das obras mais marcantes e pessoais do recente cinema luso.

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Enquanto isso, é tempo de celebrar mais um triunfo da criatividade portuguesa além-fronteiras — e de Marta Mateus, uma cineasta que, com apenas dois filmes, já se afirma como uma voz singular no panorama do cinema europeu contemporâneo.

“Avatar: Fire and Ash” Chega com Fúria e Fogo – e Pode Levar James Cameron a Novo Recorde no Cinema 🔥🌊🎬

James Cameron está de volta e não veio brincar. Avatar: Fire and Ash, o terceiro capítulo da saga épica de Pandora, foi finalmente revelado na CinemaCon 2025 — e o que foi mostrado deixou a sala sem fôlego.

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Foi durante o painel da Disney que os operadores de cinema presentes em Las Vegas receberam uns óculos 3D e um convite para testemunhar o primeiro trailer da nova aventura. E que viagem! Novos clãs, batalhas aéreas, flechas em chamas e Na’vi dissidentes são apenas algumas das promessas que fazem deste Avatar talvez o mais intenso até agora.

Ar, Fogo e… uma Deusa Silenciada

O novo filme, que sucede directamente a The Way of Water, leva-nos de volta à luta da família Sully. Após a trágica perda do filho Neteyam, Jake e Neytiri procuram refúgio junto dos Metkayina, o clã aquático, mas o conflito está longe de terminar. Agora, há mais do que humanos sedentos de recursos: um novo inimigo surge das próprias fileiras Na’vi — os Ash People, um clã renegado que abandonou a sua ligação espiritual a Eywa, a deusa de Pandora.

Zoe Saldaña, presente no evento, explicou que os Wind Traders, introduzidos neste filme, são um povo pacífico e nómada que viaja pelos céus em balões de ar quente — uma estética que promete visuais arrebatadores. Mas são os Ash People, com a sua líder feminina fria e poderosa, que trazem uma nova ameaça. Uma frase ressoou na sala de CinemaCon: “A tua deusa não tem lugar aqui.”

Cameron no comando… à distância

James Cameron não esteve presente fisicamente, mas deixou uma mensagem gravada a partir da Nova Zelândia, onde está a finalizar o filme. Com o seu humor habitual, justificou: “Estou a terminar Avatar: Fire and Ash, que acho que todos concordamos é um bom uso do meu tempo.”

A estreia está marcada para 19 de Dezembro de 2025 e Cameron está confiante que o filme poderá ajudar a revitalizar o cinema numa altura em que o setor ainda recupera da pandemia e da concorrência do streaming. “Espero que este filme dê uma injeção de energia às salas de cinema”, disse.

Avatar: o Santo Graal das Bilheteiras?

O primeiro Avatar (2009) e a sequela The Way of Water (2022) ultrapassaram ambos os 2 mil milhões de dólares em receitas, tornando-se dois dos filmes mais rentáveis da história. Se Fire and Ash seguir o mesmo caminho, a saga tornar-se-á a única franquia com três filmes acima dos 2 mil milhões.

E Cameron, claro, já é o único realizador com três filmes nesse patamar, graças também a Titanic. O homem sabe o que faz — e fá-lo em grande.

De olhos postos em 2029 e 2031

Avatar 4 já tem data marcada para 21 de Dezembro de 2029 e Avatar 5 para 19 de Dezembro de 2031. Com as filmagens dos capítulos seguintes já em andamento ou finalizadas, a promessa de que as estreias não sofrerão os mesmos adiamentos intermináveis dos dois primeiros capítulos parece, desta vez, segura.

Se tudo correr bem, o Natal será, até 2031, sinónimo de Pandora.

O Futuro da Experiência Cinematográfica

Durante a apresentação, o responsável pela distribuição global da Disney, Andrew Cripps, reforçou o compromisso do estúdio com as salas de cinema: “Os nossos filmes estão nas salas por mais tempo do que os de qualquer outro estúdio. E isso não é por acaso. Acreditamos na experiência cinematográfica.”

A Disney não se limitou a mostrar Avatar: a CinemaCon incluiu também espreitadelas exclusivas a ThunderboltsFantastic Four: First StepsZootopia 2Freakier FridayTron: Ares e o remake de Lilo & Stitch. Um calendário recheado, com cheiro a pipocas e promessas de filas à porta.


Conclusão

Com Avatar: Fire and Ash, James Cameron volta a provar que não se limita a fazer filmes — constrói mundos. O novo capítulo promete emoções fortes, visuais deslumbrantes e, claro, o tipo de espectáculo que só faz sentido no grande ecrã. A guerra em Pandora está longe de terminar, e nós mal podemos esperar para voltar.

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Data de Estreia: 19 de Dezembro de 2025

Michelle Williams Relembra Brokeback Mountain e a Derrota que Ainda Hoje nos Deixa de Coração Partido 💔🎬

Quase duas décadas depois da estreia de Brokeback Mountain, o filme continua a marcar quem o viu. E não somos só nós a sentirmo-nos assim: Michelle Williams, uma das protagonistas, também não esquece a emoção — nem a polémica — que acompanhou a estreia deste verdadeiro marco do cinema.

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Num episódio recente do programa Watch What Happens Live With Andy Cohen, a actriz esteve a promover a série Dying for Sex, mas acabou por revisitar aquele que é, para muitos, o filme mais importante da sua carreira. E bastou um elogio sincero do apresentador para abrir as comportas da memória.

Brokeback Mountain foi e continua a ser um dos meus dois filmes preferidos de sempre”, disse Andy Cohen. “Teve um impacto profundo em mim.” E Michelle Williams respondeu com uma afirmação certeira: “Sim, sabíamos que ia ser especial. Porque as pessoas foram muito abertas sobre o que significava para elas.”

“Nunca tinha visto homens adultos chorarem assim”

Williams recorda um momento marcante durante a promoção do filme: “Lembro-me de fazer o junket e pensar — não temos muitas oportunidades de ver homens adultos a chorar. Foi nesse momento que percebemos que o filme ia tocar as pessoas de forma muito especial.”

E tocou mesmo. Realizado por Ang Lee e baseado num conto de Annie Proulx, Brokeback Mountain conta a história de amor entre dois cowboys, Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis Del Mar (Heath Ledger), num percurso íntimo, belo e devastador, ao longo de 20 anos. Michelle Williams e Anne Hathaway interpretaram as esposas das personagens principais — e ambos os casais viveram vidas assombradas por segredos e frustrações.

O filme estreou em 2005 e conquistou o mundo. Ganhou três Óscares (Melhor Realizador, Argumento Adaptado e Banda Sonora Original) e foi nomeado para outros cinco. Mas perdeu aquele que todos davam como certo: Melhor Filme. A vitória de Crash continua a ser uma das decisões mais controversas da história da Academia.

“Quem é que fala de Crash hoje em dia?”

Durante a entrevista, Andy Cohen não escondeu a sua indignação: “Estava tão irritado com aquela derrota. Crash?! Isso é que ganhou?” — ao que Michelle respondeu com ironia: “O que era mesmo Crash?”

O momento gerou gargalhadas, mas o tom de fundo era de frustração. Brokeback Mountain foi (e continua a ser) um dos filmes mais aclamados da sua geração. O impacto cultural, emocional e simbólico da obra é inegável. Já Crash… bem, poucos se lembram da história — e menos ainda se referem a ela com entusiasmo.

Uma derrota anunciada… nos bastidores

Anos mais tarde, o realizador Ang Lee revelou que estava, literalmente, a um passo de vencer o Óscar de Melhor Filme. Depois de receber o prémio de Melhor Realizador, foi instruído por um assistente de palco a permanecer nos bastidores. “Disseram-me: ‘Fica aqui. Toda a gente assume que vais ganhar.’ Fiquei ali, mesmo ao lado do palco. Vi o Jack Nicholson abrir o envelope. E depois ele disse: Crash.”

Lee foi também confrontado com a possibilidade de o filme ter perdido por causa de preconceito contra a história de amor gay. A resposta foi clara: “Sim, acho que sim.”

Uma ferida que ainda não sarou

Apesar de todas as conquistas, a derrota de Brokeback Mountain nos Óscares de 2006 continua a ser uma espinha cravada na história da Academia. Foi um momento de viragem, que revelou tanto sobre os limites da indústria quanto sobre os seus preconceitos.

Hoje, o filme permanece como símbolo de progresso — um dos primeiros a apresentar com sensibilidade e profundidade uma história de amor entre dois homens, numa altura em que isso era tudo menos comum em Hollywood. E o seu legado só cresce com o tempo.

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Como bem disse Michelle Williams, o impacto do filme foi visível nos olhos de quem chorava nos junkets. E continua a sê-lo nos nossos corações, cada vez que ouvimos “I wish I knew how to quit you.

Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

A longa trança de Tangled acaba de ser enrolada de novo — e desta vez, talvez por tempo indeterminado. A tão aguardada versão live-action de um dos maiores êxitos da animação da Disney foi oficialmente colocada em pausa, segundo fontes internas do estúdio.

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Esta decisão surge numa altura particularmente sensível para a casa do rato Mickey: o recente fracasso de Snow White, que continua a tropeçar nas bilheteiras, parece ter levado a um momento de reflexão profunda sobre a estratégia que durante mais de uma década foi uma das mais lucrativas da Disney.

Uma paragem estratégica… ou um sinal de alerta?

Com The Greatest Showman Michael Gracey como realizador e um argumento de Jennifer Kaytin Robinson (Thor: Love and ThunderDo Revenge), Tangled estava numa fase de desenvolvimento ativa. O filme prometia ser mais uma aposta musical grandiosa, com o selo de qualidade Disney, assente numa base segura: a adaptação da história de Rapunzel com base no filme de 2010, que continua a ser adorado por milhões.

No entanto, o timing não podia ser pior.

Com Snow White a apresentar um desempenho desastroso — apenas 145 milhões de dólares a nível global para um orçamento de 270 milhões — o estúdio está claramente a repensar a viabilidade dos seus remakes em imagem real. Tangled foi, assim, apanhado no epicentro desta crise de identidade da Disney, e o seu futuro imediato é tudo menos garantido.

A estratégia do espelho retrovisor

Desde os anos 2010, a Disney apostou forte numa estratégia de reaproveitamento do seu vasto catálogo animado. E, durante algum tempo, resultou: O Rei LeãoA Bela e o MonstroAladdin — todos bateram recordes nas bilheteiras. Mas os sinais de desgaste começaram a surgir com títulos como Dumbo ou Pete’s Dragon, e ganharam contornos de alarme com os números mornos de A Pequena Sereia (570 milhões de dólares) e o arranque lento de Mufasa: The Lion King.

Com Snow White a transformar-se num autêntico pesadelo — envolvido em polémicas desde a escolha do elenco até ao discurso nas redes sociais da protagonista Rachel Zegler — a Disney parece ter chegado a um ponto de viragem.

E agora, princesa?

O cancelamento temporário de Tangled poderá significar duas coisas: ou o projeto regressa com uma nova abordagem criativa, ou poderá mesmo desaparecer do radar, substituído por outras prioridades. A mudança na liderança do estúdio reforça essa ideia: em fevereiro, Daria Cercek assumiu o cargo de responsável pelos filmes live-action da Disney, substituindo uma equipa executiva que era considerada a força motriz desta estratégia de adaptações nostálgicas.

O novo rumo parece mais cauteloso. Os próximos 15 meses serão decisivos: Lilo & Stitch, com estreia marcada para maio, e Moana, agendada para julho de 2026, são os dois remakes em que a Disney deposita esperança renovada. E os indicadores são animadores: o teaser de Lilo & Stitch bateu recordes de visualizações digitais, e Moana conta com uma popularidade esmagadora nas plataformas de streaming, reforçada pelo sucesso estrondoso da sequela animada Moana 2, que superou 1 milhar de milhões de dólares nas bilheteiras em 2024.

Conclusão: fim da corda ou apenas um nó?

A pausa de Tangled poderá ser apenas um nó temporário numa trança que voltará a crescer. Mas poderá também marcar o início do fim de uma era em que a Disney apostou quase exclusivamente na reciclagem dos seus clássicos.

Num mercado cada vez mais saturado, com audiências divididas entre nostalgia e inovação, a Disney parece estar a perguntar-se se ainda vale a pena contar as mesmas histórias da mesma forma. A resposta virá em breve. Mas por agora, Rapunzel terá de esperar… outra vez.

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CinemaCon 2025: Entre Esperanças e Tensões, o Cinema Luta Para Se Reinventar 🎬

“Survive till ’25” era o lema. Mas depois de mais uma edição da CinemaCon, a realidade é outra: o verdadeiro mantra passou a ser “resistir até 2026”. Realizada mais uma vez em Las Vegas, a grande convenção anual da indústria cinematográfica revelou uma atmosfera menos festiva e mais combativa do que em anos anteriores. Em vez de apenas celebrar o poder do cinema, os protagonistas da indústria confrontaram-se com as duras verdades do pós-pandemia.

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O evento, que deveria reafirmar a vitalidade do grande ecrã, acabou por expor as fissuras entre estúdios e exibidores. Com receitas 10% abaixo das de 2024 e uma sucessão de fracassos comerciais como Snow White e Mickey 17, o ambiente era tudo menos descontraído.

Guerra das Janelas: 45, 60 ou… nenhuma?

O debate sobre as janelas de exclusividade — o tempo que um filme permanece exclusivamente nos cinemas antes de chegar ao streaming — dominou as conversas. Adam Aron, CEO da AMC Theatres, defendeu com veemência o regresso a janelas de 60 dias, longe dos 17 dias implementados durante a pandemia. Michael O’Leary, da associação Cinema United, reforçou a ideia com números: enquanto os grandes sucessos ainda funcionam, os filmes médios e pequenos estão a desaparecer.

A Disney, surpreendentemente, posicionou-se ao lado dos exibidores. O seu diretor de distribuição, Andrew Cripps, sublinhou que os filmes da casa do rato Mickey continuam a ter janelas mais longas que a concorrência. “Confiem em mim, não é por acaso”, garantiu, arrancando aplausos calorosos.

A guerra do costume: estúdios vs. salas

O espírito de “nós contra eles” voltou a marcar presença. Os estúdios acusam as salas de cinema de estagnação, de não inovarem e de resistirem à implementação de preços acessíveis. Os donos de salas, por sua vez, culpam os estúdios por terem “treinado” o público a ver tudo — excepto os blockbusters — como conteúdos para streaming.

Um executivo de um grande estúdio desabafou: “Gastamos fortunas a trazer estrelas para Las Vegas e a mostrar trailers incríveis… e eles estão mais preocupados com o número de baldes de pipocas vendidos”.

Amazon MGM: a nova esperança?

Desde que a Disney engoliu a 20th Century Fox, o mercado ficou com um vazio difícil de preencher. Mas há uma nova promessa no ar: a Amazon MGM. Na sua estreia na CinemaCon, o estúdio anunciou a intenção de lançar 15 grandes filmes por ano até 2027, com 14 já planeados para 2026. É um compromisso sério com as salas de cinema, e uma resposta direta ao pedido de mais variedade — thrillers românticos, aventuras, fantasia e cinema familiar — entre os tentpoles do costume.

Estrelas em queda… com algumas exceções

Se noutros anos a presença de astros era suficiente para levantar auditórios, este ano ficou claro que a estrela de Hollywood já não brilha como antes — pelo menos entre os donos das salas. Leonardo DiCaprio (One Battle After Another) e Scarlett Johansson foram recebidos com reações mornas. Tom Cruise, em contrapartida, emocionou ao homenagear Val Kilmer com um momento de silêncio. E só Cynthia Erivo e Ariana Grande — a dupla de Wicked — conseguiram arrancar gritos genuínos de entusiasmo.

Será que o poder das estrelas está a desaparecer… ou os exibidores apenas se tornaram mais cínicos?

2026: o ano do tudo ou nada

O novo horizonte está traçado. A verdadeira recuperação do box office, afinal, poderá só chegar em 2026 — com o regresso de sagas como AvengersSpider-ManToy Story e Minions, bem como novos filmes de Christopher Nolan e Steven Spielberg. O problema? Até lá ainda há um calendário inteiro por preencher e salas por encher.


Conclusão: Uma Indústria Dividida, Mas Ainda Viva 🍿

A CinemaCon 2025 foi menos uma festa e mais um fórum de terapia coletiva. Os números ainda não ajudam, os egos estão em brasa e as soluções continuam a dividir. Mas há sinais de esperança: alianças improváveis, compromissos ambiciosos e uma consciência crescente de que o cinema — o verdadeiro, o das salas — precisa de mais do que super-heróis para sobreviver.

Que 2026 venha com filmes… e com público.

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Russell Brand Acusado de Violação e Agressão Sexual: Comediante Enfrenta a Justiça em Londres


🎭 O comediante britânico Russell Brand, de 50 anos, foi formalmente acusado esta sexta-feira de múltiplos crimes de natureza sexual, incluindo violação, num processo que marca um novo e grave capítulo na vida do polémico artista. As acusações surgem na sequência de uma investigação de 18 meses conduzida pela Polícia Metropolitana de Londres, após quatro mulheres terem denunciado alegados abusos entre 1999 e 2005.

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Brand, conhecido pelas suas performances irreverentes em palco, pelo seu passado de excessos e por papéis em filmes como Get Him To The Greek (2010), enfrenta agora cinco acusações formais: uma de violação, uma de agressão indecente, uma de violação oral e duas de agressão sexual. Os incidentes terão ocorrido em duas localizações distintas: Bournemouth, uma cidade costeira no sul de Inglaterra, e a zona de Westminster, em Londres.

O passado reaparece — e as consequências também

As acusações remontam ao período entre 1999 e 2005, mas só vieram a público em setembro de 2023, quando uma investigação conjunta do canal britânico Channel 4 e do jornal Sunday Times revelou os testemunhos de quatro mulheres. O documentário, que gerou enorme polémica, levou a uma avalanche de críticas e à suspensão imediata da digressão de Brand, então em curso.

O artista foi interrogado pela polícia e, num vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter), voltou a negar as acusações:

“Nunca estive envolvido em qualquer atividade não consensual. Acredito que terei agora a oportunidade de me defender em tribunal, e estou extremamente grato por isso.”

Apesar da sua defesa pública, a acusação formal foi avançada pelo Serviço de Prosecção da Coroa britânico (CPS), com a procuradora Jaswant Narwal a afirmar que as provas recolhidas foram cuidadosamente analisadas e que havia base legal para apresentar os cinco crimes em tribunal.

Brand deverá comparecer em tribunal em Londres no próximo dia 2 de maio.

De estrela pop a paria mediático

Russell Brand tornou-se uma figura proeminente no início dos anos 2000 graças ao seu humor provocador e estilo anárquico. Apresentou programas de rádio e televisão, participou em várias produções de Hollywood e publicou livros autobiográficos sobre a sua luta contra o vício em drogas e álcool. Em 2010, casou-se com a cantora Katy Perry — um casamento mediático que durou dois anos.

Contudo, nos últimos anos afastou-se dos media convencionais, passando a alimentar um canal digital de vídeos e podcasts onde mistura temas de bem-estar, política, autoajuda e, frequentemente, teorias da conspiração. Transferiu-se para os Estados Unidos, onde reside atualmente.

A sombra do silêncio institucional

As consequências não se limitam ao foro judicial. A BBC — onde Brand apresentou programas entre 2006 e 2008 — já veio pedir desculpa aos antigos colaboradores que terão sentido queixarem-se do comportamento do artista.

“É claro que houve situações em que apresentadores abusaram da sua posição”, reconheceu a estação pública britânica num comunicado em janeiro deste ano.

Com o processo a avançar e o debate sobre os limites da impunidade mediática a intensificar-se, resta saber qual será o desfecho em tribunal — e que impacto terá este caso no futuro da indústria do entretenimento britânica, ainda a braços com escândalos semelhantes nos últimos anos.

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