Brando e Duvall: Entre a Brincadeira e a Maestria nos Bastidores de O Padrinho

A cumplicidade invisível que moldou o clássico de Coppola

Em 1971, enquanto Francis Ford Coppola lutava para filmar O Padrinho sob enorme pressão dos estúdios, nos bastidores nascia uma cumplicidade improvável entre Marlon Brando e Robert Duvall. De um lado, o instinto anárquico de Brando, que redefinia o conceito de poder e vulnerabilidade com Don Vito Corleone. Do outro, a disciplina teatral de Duvall, focado em construir a calma e calculista presença de Tom Hagen, o consigliere da família.

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Mas fora de campo, o ambiente estava longe da solenidade que o filme transpira. Duvall recordaria mais tarde ao Los Angeles Times:

“Fazíamos cenas intensas e, logo antes da câmara rolar, o Brando fazia-me uma partida qualquer para aliviar a tensão. Era a forma dele dizer: ‘Somos atores, não levem isto demasiado a sério.’”

Esse espírito de irreverência, aliado a uma inesperada intimidade criativa, transformou-se na base de uma parceria silenciosa que atravessa todo o filme.

Sandes, vinho e conversas de família

Numa manhã em Manhattan, ainda em ensaios, Brando apareceu de surpresa no quarto de hotel de Duvall, com um saco de mercearia: sandes de delicatessen e uma garrafa de vinho tinto. “Disse-me: Achei que devíamos falar como pessoas reais antes de fingirmos ser outras”, contou Duvall ao New York Times.

Sentados à mesa redonda do quarto, passaram horas a discutir dinâmicas familiares, tons de voz e a subtileza da confiança. Essa tarde informal moldou, segundo Duvall, várias das cenas que viriam a filmar juntos.

Brando o “falcão”

Embora conhecido pela imprevisibilidade, Brando observava os colegas com atenção quase predatória. “Ele era como um falcão”, disse Duvall numa entrevista ao AFI em 1997. “Fixava-se no detalhe que funcionava numa cena e construía a sua performance à volta disso.”

O próprio Brando, em rara demonstração de apreço, disse à Playboy:

“O Bobby tem uma honestidade rara. Não tenta mostrar-se. Ele ouve. É isso que o torna perigoso numa cena. Não dá para enganá-lo.”

O peso de um olhar

Durante a sequência no hospital, em que Tom Hagen e Michael Corleone correm para proteger Don Vito, Brando deu a Duvall uma indicação mínima mas decisiva: “Não me olhes. Pensa no teu pai.” O resultado foi uma carga emocional acrescida, sem necessidade de alterar o diálogo.

Noutra ocasião, um assistente viu Brando mover discretamente uma cadeira dois centímetros antes de uma cena. Quando questionado, respondeu: “O Bobby entra por esse lado, o ângulo estava errado.” Duvall nunca notou a alteração, mas admitiu que a cena ganhou uma naturalidade diferente.

O silêncio cúmplice

Na última semana de rodagem, Brando entrou na sala de maquilhagem onde Duvall esperava em silêncio. Sentou-se, acendeu um cigarro e disse apenas: “Fizemos algo aqui, não foi?” Duvall acenou. Não houve discursos ou abraços, apenas uma pausa carregada de entendimento.

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Essa ligação discreta não precisou de ser anunciada. Está lá, gravada em cada olhar e cada sussurro entre Don Corleone e o seu consigliere. Um equilíbrio raro entre travessura e mestria, que deu vida a um dos maiores filmes da história.

Cinco Realizadores que Fizeram um Grande Filme… e Depois Desapareceram

Fazer cinema é uma tarefa titânica; fazer um grande filme é quase milagre. Há realizadores que assinam várias obras-primas ao longo da carreira, mas também há os que, depois de um golpe de génio, simplesmente desaparecem. Hoje recordamos cinco cineastas que marcaram o cinema com um único título memorável – e depois se perderam no esquecimento (ou escolheram outros caminhos).


Tony Kaye – American History X (1998)

Com o seu filme de estreia, Tony Kaye criou um retrato brutal e incendiário do racismo nos EUA, que valeu a Edward Norton uma nomeação ao Óscar. Porém, o realizador entrou em guerra com o estúdio e com Norton, exigindo o mesmo estatuto de Kubrick. Resultado: o filme foi-lhe retirado, reeditado, e Kaye gastou 100 mil dólares em anúncios a atacar todos os envolvidos.

Apesar do talento, a carreira implodiu por completo. Desde então só assinou dois filmes independentes quase invisíveis. “O meu ego destruiu-me”, admitiria mais tarde.


Kinka Usher – Mystery Men (1999)

Ben Stiller, Hank Azaria, William H. Macy, Paul Reubens, Janeane Garofalo, Kel Mitchell, Wes Studi, Greg Kinnear, Geoffrey Rush

Na época um fracasso de bilheteira e crítica, esta comédia de super-heróis ganhou ao longo dos anos estatuto de culto graças ao elenco (Ben Stiller, William H. Macy, Janeane Garofalo). Mas Kinka Usher nunca voltou a realizar uma longa-metragem.

Entre rumores bizarros de que seria um pseudónimo de Tim Burton, a verdade é mais simples: Usher regressou à publicidade, onde continua a trabalhar. Um talento que Hollywood não voltou a ver em ação.


Paul Brickman – Risky Business (1983)

Foi o filme que lançou Tom Cruise ao estrelato, um dos teen movies mais celebrados da história. Mas o seu realizador, Paul Brickman, teve uma experiência amarga: quis manter um final ambíguo e sombrio, mas o produtor David Geffen impôs-lhe um desfecho feliz. Brickman sentiu-se traído e nunca mais quis dirigir.

Desde então apenas escreveu alguns guiões. A ironia é dura: criou um clássico, mas virou costas a Hollywood.


Daniel Myrick e Eduardo Sánchez – The Blair Witch Project (1999)

Heather Donahue, Michael Williams, Joshua Leonard

O fenómeno que inaugurou o género found footage rendeu mais de 200 milhões de dólares a partir de um orçamento de miséria. Esperava-se que os dois seguissem o caminho de duplas como os Coen ou os Wachowski. Mas nunca mais trabalharam juntos e os projetos individuais ficaram-se por filmes menores ou séries televisivas.

Sánchez é hoje um realizador de televisão requisitado (SupernaturalYellowjackets), mas a marca de Blair Witch tornou-se simultaneamente a sua maior bênção e a maior maldição.


Robin Hardy – The Wicker Man (1973)

Talvez o maior clássico de folk horror alguma vez feito, The Wicker Man influenciou gerações de cineastas. No entanto, o britânico Robin Hardy demorou 13 anos até realizar outro filme. Fez apenas mais duas longas antes da sua morte, em 2016, ambas sem o impacto da estreia.

Hardy dedicou-se a outras atividades: publicidade, literatura histórica e até parques temáticos de recriação histórica. Para os cinéfilos, porém, ficará sempre como o homem que fez um clássico e depois desapareceu na névoa.


Conclusão

Estes casos lembram que o cinema é uma indústria implacável: um único gesto de génio pode não ser suficiente para garantir uma carreira. Mas também provam que, mesmo com apenas um grande filme, um realizador pode inscrever o seu nome na história.

Cinemas em Portugal em crise: Quebra histórica em agosto e “Os Mauzões 2” à frente das bilheteiras

Agosto, tradicionalmente um dos meses mais fortes para o cinema em Portugal, trouxe este ano um balanço preocupante: uma quebra de 41,7% no número de espectadores em relação ao mesmo período de 2024. Segundo dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), as salas registaram apenas 962,6 mil bilhetes vendidos, face aos 1,6 milhões do ano passado.

A descida refletiu-se também na receita de bilheteira, que ficou nos 6,24 milhões de euros, menos 39,9% do que em agosto de 2024, quando os valores ultrapassavam os 10 milhões.

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Uma tendência que já vinha de julho

Os sinais de alerta não surgiram do nada. Já em julho, as salas portuguesas tinham registado uma queda de 35,7% no número de espectadores e uma quebra de 31% na receita face ao ano anterior. No acumulado dos primeiros oito meses de 2025, a tendência confirma-se: há uma descida de 6,1% em público e 2,9% em receita relativamente a 2024.

Ainda assim, importa notar que, até julho, o setor conseguia apresentar algum crescimento no comparativo anual, com mais 2,8% em espectadores e 6,7% em receita. Agosto, no entanto, veio inverter o cenário.

“Os Mauzões 2” lidera as preferências

Apesar das dificuldades, algumas produções conseguiram destacar-se. “Os Mauzões 2”, filme de animação de Pierre Perifel, foi o mais visto em agosto, somando 137 mil entradas desde a estreia, a 31 de julho.

No acumulado do ano, a liderança continua nas mãos de “Lilo e Stitch”, realizado por Dean Fleischer Camp, que já atraiu 660 mil espectadores desde a estreia, em maio. Logo a seguir surge “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, com mais de 384 mil bilhetes vendidos desde janeiro.

Cinema português também em destaque

No panorama nacional, “O Pátio da Saudade”, de Leonel Vieira, tornou-se o filme português mais visto do ano, com perto de 55 mil espectadores desde a estreia, a 14 de agosto. A produção ultrapassou “On Falling”, de Laura Carreira, que soma cerca de 13 mil entradas desde março.

O que esperar daqui para a frente?

Os números de agosto deixam clara a vulnerabilidade do setor. Se por um lado há títulos capazes de mobilizar plateias — sobretudo animações e grandes produções norte-americanas —, por outro, a quebra generalizada levanta questões sobre hábitos de consumo, preços de bilhetes e capacidade de atrair públicos num verão marcado por alternativas de lazer ao ar livre.

O desafio será perceber se setembro e os meses seguintes, tradicionalmente mais fortes em estreias de prestígio e blockbusters de outono, conseguem inverter a tendência negativa e devolver fôlego às salas portuguesas.

Psicóloga Explica Caso Chocante de Número Desconhecido – Catfish no Liceu: Porque é que Kendra Licari Perseguiu a Própria Filha

O escândalo por trás do documentário da Netflix

O documentário da Netflix Número Desconhecido – Catfish no Liceu expõe um dos casos mais perturbadores de cyberbullying dos últimos anos: Kendra Licari, uma mãe do Michigan, foi responsável por milhares de mensagens abusivas enviadas à sua própria filha, Lauryn Licari, de apenas 13 anos, e ao namorado desta, Owen McKenny.

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O caso, que chamou a atenção do FBI em 2020, terminou com Kendra condenada em 2023 por perseguição a menores. Sentenciada a até cinco anos de prisão, foi libertada em liberdade condicional em agosto de 2024, mas proibida de contactar Lauryn ou Owen até 2026.

“Não foi um erro, foi abuso”

A psicóloga Dr. Mcayla Sarno analisou o caso e explicou que o comportamento de Kendra não pode ser visto como fruto do stress parental, mas sim como uma necessidade obsessiva de controlo.

“Ela tratava Lauryn como uma extensão da sua própria identidade, não como filha. Cada mensagem, cada manipulação, não era amor. Era poder e ego. Não foi um erro. Foi abuso disfarçado de cuidado”, afirmou Sarno.

Para a especialista, manter Lauryn assustada e dependente era a forma de Kendra manter domínio total, numa dinâmica de manipulação emocional destrutiva.

Munchausen digital e narcisismo

Sarno identificou ainda no comportamento de Kendra traços de “Munchausen digital”, fenómeno em que alguém inventa doenças ou crises online para obter atenção ou simpatia. Mas sublinhou que, neste caso, o problema vai mais fundo:

“O Munchausen foi apenas a estratégia. O que a impulsionava era uma personalidade narcisista, centrada no controlo, na admiração e no poder sobre os outros.”

Segundo a psicóloga, a distinção é importante: há o risco de a opinião pública suavizar o julgamento de Kendra se focar apenas na síndrome, esquecendo o padrão de narcisismo abusivo.

Reconciliação possível?

Apesar da gravidade dos atos, o documentário mostra que tanto mãe como filha ainda nutrem esperança numa eventual reconciliação:

  • Kendra afirmou acreditar que um dia voltará a ter uma relação com Lauryn: “Nós sabemos que estaremos sempre uma com a outra, aconteça o que acontecer.”
  • Lauryn, que terminou o secundário em 2025, foi cautelosa: “Quero confiar nela, mas não consigo. Só quero que receba ajuda para que, quando nos virmos, não volte a ser como antes.”

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O impacto em Portugal

Com o título Número Desconhecido – Catfish no Liceu, o documentário chegou também à Netflix em Portugal, onde tem gerado discussão não apenas sobre a gravidade do caso, mas também sobre os perigos do abuso psicológico disfarçado de cuidado parental.

MOTELX 2025: O Terror Invade Lisboa – Descobre o Programa de Hoje

MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa continua a transformar o Cinema São Jorge (e não só) no epicentro do medo, da irreverência e da celebração cinéfila. Entre longas em competição, sessões especiais, encontros com realizadores e até festas madrugada fora, o programa de hoje é uma verdadeira maratona para quem respira cinema de género.

Curtas ao Almoço para abrir o apetite

O dia arranca às 13h00 na Sala 3, com a sessão Curtas ao Almoço: Internacionais #02, que reúne pequenos grandes sustos vindos de todo o mundo, de Skeeter a The Comedown. É a forma perfeita de aquecer motores para a maratona que se segue.

Tarde de estreias e descobertas

Logo depois, pelas 14h00, o ecrã da Sala Manoel de Oliveira recebe Redux Redux, dos irmãos McManus, um thriller eletrizante da secção Serviço de Quarto. Quase em paralelo, na Sala 3 (14h50), destaca-se The Serpent’s Skin, de Alice Maio Mackay, mais uma aposta do festival em jovens vozes do terror.

Às 16h20, chega uma das propostas mais intrigantes do dia: The Old Woman with the Knife, de Min Kyu-dong, um retrato visceral e inesperado de sobrevivência tardia. Ao mesmo tempo, na Sala 3 (16h50), o público terá nova oportunidade de ver Bulk, do britânico Ben Wheatley, que continua a dividir opiniões e a cimentar o seu lugar na competição Méliès d’Argent.

Final de tarde com encontros e prémios

MOTELX Lab regressa às 18h00 no Lounge, com a conversa Imagens e Reflexos, momento de partilha entre criadores e público. Já às 18h30, a Sala 2 recebe a Cerimónia de Prémios do Digital Film Festival, a secção paralela que olha para o futuro do audiovisual.

Noite de estrelas, clássicos e música

Quando o sol se põe, a programação acelera:

  • 19h00 (Sala Manoel de Oliveira): Her Will Be Done, da francesa Julia Kowalski, em competição e com a realizadora presente.
  • 19h10 (Sala 3): Sessão especial de culto com Tremors, de Ron Underwood – e sim, haverá convidado a apresentar este clássico.
  • 20h30 (Sala 2): Sessão dupla de Norbert Pfaffenbichler com 2551.01 – The Kid e 2551.02 – The Orgy of the Damned, ambas da SectionX.
  • 21h30 (Sala Manoel de Oliveira): The Piano Accident, a mais recente loucura de Quentin Dupieux, precedido pela curta portuguesa Os Terríveis.
  • 21h35 (Sala 3): Buzzheart, de Dennis Iliadis, mais uma longa em competição que promete dividir o público, com o realizador presente.

Enquanto isto, no Lounge Bar, o DJ Set de Bunny O’Williams garante ritmo e ambiente até de madrugada.

Sessões de meia-noite para os mais corajosos

Quem ficar para além da meia-noite terá recompensa:

  • 23h50 (Sala Manoel de Oliveira): Missing Child Videotape, de Ryota Kondo, precedido da curta O Compositor.
  • 00h15 (Sala 3): Anything That Moves, de Alex Phillips, um mergulho alucinante na irreverência da secção Serviço de Quarto.
  • E para quem prefere a noite lisboeta, o MOTELX After Dark ocupa o Incógnito Bar a partir das 23h00.

Um convite impossível de recusar

Entre clássicos revisitados, estreias internacionais e a energia única de Lisboa, o MOTELX 2025 mostra porque é um dos grandes festivais de terror da Europa. Hoje, o programa oferece de tudo: gargalhadas nervosas, medo puro, debates e festa até de manhã.

👉 Se ainda não passou pelo festival, esta é a altura certa. O São Jorge está pronto para mais um dia de cinema que promete arrepiar – e encantar.

The Christophers: Ian McKellen é a Alma do Novo Drama Boémio de Steven Soderbergh

Toronto assiste a um Soderbergh mais íntimo

Steven Soderbergh pode ter anunciado a sua “reforma” em 2012, mas o que se viu desde então foi um realizador rejuvenescido, a experimentar géneros e a desafiar convenções. Em estreia no Festival Internacional de Cinema de TorontoThe Christophers confirma essa fase mais pessoal e excêntrica do cineasta: um filme sobre arte, falsificação e identidade, que foge ao típico heist movie para mergulhar em questões existenciais.

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Uma história de artistas e falsificações

No centro da narrativa está Julian Sklar, interpretado por um magistral Ian McKellen, um artista britânico em fim de vida, outrora ícone da cena pop-art londrina dos anos 60 e 70. Sklar tem uma série inacabada de retratos, conhecidos como The Christophers, que o mercado da arte deseja avidamente.

É então que entra em cena Lori (Michaela Coel), restauradora de arte com um passado de falsificadora. Contratada pelos filhos do artista (Jessica Gunning e James Corden), a proposta é simples: terminar as pinturas como se fossem dele. O encontro entre estes dois mundos — a irreverência envelhecida de Sklar e a determinação enigmática de Lori — gera uma relação improvável, feita de cumplicidade, choque e uma verdade desconfortável sobre a autenticidade na arte.

McKellen como o coração do filme

A crítica internacional é unânime: McKellen é a alma do filme. Aos 86 anos, dá corpo e vulnerabilidade a um homem que se confronta com a mortalidade e com os fantasmas da sua carreira. Há melancolia, humor ácido e até ternura, numa performance que muitos apontam já como digna de nomeação.

Michaela Coel oferece o contraponto ideal, embora a personagem nunca seja tão explorada quanto Sklar. Ainda assim, o duelo entre os dois sustenta um filme que, em vez de reviravoltas típicas de Soderbergh, prefere deixar perguntas em aberto: se um artista participa na sua própria falsificação, será ainda falsificação?

Entre sátira e emoção

O tom é mais emocional do que se esperaria de Soderbergh. Ao mesmo tempo que satiriza o mundo da arte — com tiradas como a de Sklar, que considera as piores obras do mundo “cães a jogar póquer — e todo o Warhol” —, o realizador questiona a validade da obra e do artista, e o papel da crítica no processo.

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Sem a necessidade de um “grande twist”, The Christophers apresenta-se como uma reflexão boémia sobre arte, legado e mortalidade. Se a mensagem pode soar opaca, o resultado é garantido: um filme sustentado na força de McKellen, que prova mais uma vez que é um dos grandes atores vivos.

Spinal Tap II: The End Continues — A Paródia do Rock Está de Volta, Entre Gargalhadas e Melancolia

O regresso da banda mais desastrada do rock

Quarenta anos depois de This Is Spinal Tap (1984) ter redefinido o conceito de “mockumentary”, os lendários falsos rockers regressam em Spinal Tap II: The End Continues, realizado novamente por Rob Reiner. O filme, que estreia esta semana em Portugal, junta de novo Christopher Guest (Nigel Tufnel), Michael McKean (David St Hubbins) e Harry Shearer (Derek Smalls), para uma última reunião tão absurda quanto inevitável.

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A premissa é deliciosa: os músicos, separados desde 2009 após uma misteriosa zanga entre David e Nigel, são obrigados a regressar aos palcos por imposição legal da filha do seu falecido manager. O resultado? Uma digressão de um só concerto em Nova Orleães, cheia de tropeções, egos frágeis e piadas à altura da lenda.

Uma piada que ainda funciona — mas com outro sabor

Segundo a crítica internacional, a comédia mantém o espírito original: há reboots inteligentes de velhas piadas, reaparições de personagens esquecidas e até algumas surpresas que piscam o olho aos fãs de longa data. O riso é garantido, incluindo uma piada final com Bruce Springsteen que muitos destacam como o momento mais hilariante do filme.

Mas, desta vez, há também uma inesperada nota agridoce. Em 1984, os Spinal Tap eram já “rockeiros envelhecidos”. Hoje, não há como fugir: o envelhecimento é real e palpável — tanto nos personagens como no público. Essa melancolia atravessa o filme, trazendo uma dimensão emocional que o primeiro nunca teve.

De volta às origens (quase)

O filme reitera o talento musical dos seus criadores: as canções continuam a ser pastiches rock eficazes, tão ridículas quanto surpreendentemente competentes. No entanto, nem tudo corre de feição: algumas personagens secundárias soam forçadas, e a tentativa de humor romântico com a nova baterista é apontada como um dos pontos mais fracos.

Ainda assim, a narrativa conduz a um final épico centrado em Stonehenge, que fecha a história com a ironia cataclísmica que os fãs esperavam — o chamado Tapocalypse.

A Tapaissance em curso

Entre lojas de queijos e guitarras, podcasts de true crime e negócios bizarros (um antiquário de colas, alguém?), os membros da banda vivem agora vidas pateticamente banais. Mas basta um empurrão do destino para que tudo descambe outra vez. E, como sempre, Marty DiBergi (Rob Reiner) está lá para registar o desastre.

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Com direito a cameos de lendas reais do rock e piadas que se atualizam sem perder a essência, Spinal Tap II: The End Continues prova que a chama da sátira musical ainda não se apagou. Continua a ser uma das comédias mais queridas e autoreflexivas sobre a música e o envelhecimento, mesmo quando as notas finais têm mais melancolia do que outrora.

Líderes do Cinema Israelita Reagem a Boicote Internacional: “É Contraproducente”

Quase 4.000 artistas recusam colaboração com Israel

O boicote cultural contra instituições cinematográficas israelitas continua a ganhar força: já são quase 4.000 profissionais do cinema e televisão que assinaram um compromisso a recusar colaboração com entidades do país consideradas “implicadas em genocídio e apartheid contra o povo palestiniano”.

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A lista, que começou a circular a 8 de setembro, inclui nomes de peso como Joaquin Phoenix, Emma Stone, Mark Ruffalo, Lily Gladstone, Tilda Swinton, Ava DuVernay e Yorgos Lanthimos, entre outros vencedores de Óscares, Emmys e Palmas de Ouro.

Vozes críticas dentro de Israel

Líderes do setor audiovisual israelita consideram, no entanto, que o boicote é “mal orientado e autodestrutivo”, por atingir precisamente a comunidade artística que, dentro do país, tem dado voz às críticas ao governo e demonstrado maior solidariedade com os palestinianos.

“Durante décadas, criadores e artistas israelitas — eu incluído — dedicaram-se a refletir a complexidade da nossa realidade. Nestes tempos, o papel da arte deve ser amplificar a luz, não aprofundar a escuridão”, afirmou Nadav Ben Simon, presidente do sindicato de argumentistas israelita, ao The Guardian.

Numa posição conjunta, Merav Etrog Bar (Guilda de Realizadores de Israel) e Lior Elefant (Fórum de Documentário de Israel) recordaram que “muitos filmes e séries produzidos em Israel têm abordado a crise palestiniana com sensibilidade e pensamento crítico”.

“Precisamos de ajuda, não de silenciamento”

CEO da Associação de Produtores de Cinema e TV de IsraelTzvi Gottlieb, reforça a mesma ideia:

“Não há grupo em Israel que tenha trabalhado tanto contra a violência e contra este governo. Esta indústria — já pequena e vulnerável — mostra as cicatrizes da ocupação. Precisamos de ser ajudados, não prejudicados.”

A produtora Liat Benasuly, membro da associação e responsável por títulos como a série Fauda (Netflix), foi ainda mais dura:

“Sou extremamente de esquerda e contra este governo horrível. O que o boicote faz é silenciar as vozes que estão a tentar mudar a realidade. É perfeito para quem está no poder, que preferia que ficássemos calados.”

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Comparações e contradições

Os críticos do boicote lembram ainda que não houve movimentos semelhantes contra a indústria russa (apesar da guerra na Ucrânia) nem contra a chinesa (acusada de violações de direitos humanos contra a minoria uigur). Para Gottlieb, “Israel é o alvo fácil”.

Channing Tatum Reinventa-se em Roofman: Da Síndrome do Impostor à Nova Vida como Ator

Estreia mundial em Toronto com Kirsten Dunst

Channing Tatum regressou em grande ao Festival Internacional de Cinema de Toronto, apresentando Roofman, a comédia romântica inspirada na história verídica de Jeffrey Manchester, um ex-militar que assaltou dezenas de restaurantes McDonald’s nos anos 90, entrando sempre pelos telhados.

Ao lado de Kirsten Dunst, que interpreta a funcionária de uma loja de brinquedos com quem Manchester se envolve, Tatum confessou que este filme o fez superar um dos maiores bloqueios da sua carreira: a síndrome do impostor.

“Já conseguia trabalhos como ator antes mesmo de saber o que estava a fazer. Pela primeira vez, talvez até neste filme, sinto que realmente conquistei o meu lugar à mesa”, disse o ator de 45 anos.

O homem por trás da lenda

Conhecido pela alcunha de Roofman, Manchester regressou à vida civil após servir no Exército dos EUA, mas acabou mergulhado em dificuldades financeiras. Nos assaltos, era notado pela forma quase cortês como tratava os funcionários: chegava a garantir que tinham casacos antes de os trancar nas câmaras frigoríficas.

Preso e condenado a várias décadas, fugiu em 2004 e passou meses escondido numa loja Toys “R” Us, em Charlotte, Carolina do Norte, onde sobreviveu a bolachas e M&Ms, lavava-se nas casas de banho e saía apenas de noite. Foi durante esse período que conheceu a funcionária que inspirou o romance retratado no filme.

O tom do filme: comédia romântica com um toque agridoce

O realizador Derek Cianfrance (Blue ValentineThe Place Beyond the Pines) optou por dar à história um tom mais leve, quase jovial, em vez de focar apenas nos crimes. “A sociedade já o julgou com severidade, e ele está a cumprir 45 anos de prisão. No nosso filme, quisemos olhar para ele com um pouco mais de graciosidade”, explicou.

Entre a vida e o papel

Para se preparar, Tatum falou diversas vezes com Manchester por telefone a partir da prisão. Apesar dos erros do homem que interpreta, mostrou empatia: “Olhem, eu era stripper. Às vezes, a ladeira escorregadia fica cada vez mais escorregadia, e depois damos por nós lá em baixo sem saber como voltar a levantar.”

A experiência pessoal de Tatum acabou por ser chave para dar humanidade ao personagem. “Consegui ver nele um homem que tomou decisões terríveis, mas sempre com o objetivo de sustentar os seus três filhos”, disse o ator.

Estreia marcada

Com estreia mundial em Toronto e chegada aos cinemas prevista para 16 de outubroRoofman apresenta-se como uma mistura ousada de romance, humor e drama humano, e pode muito bem redefinir a carreira de Channing Tatum, marcando o início de uma fase mais madura e consciente na sua filmografia.

Hamnet: Chloé Zhao Regressa em Força com Shakespeare e Paul Mescal

Um drama íntimo que já sonha com os Óscares

Depois do êxito arrebatador de Nomadland, que lhe valeu três estatuetas douradas, incluindo o Óscar de Melhor Realização, Chloé Zhao regressa ao cinema de autor com Hamnet. O filme, exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto, surge já como um dos favoritos para a temporada de prémios e promete emocionar plateias em todo o mundo.

Inspirado no romance homónimo de Maggie O’Farrell, o filme imagina a vida íntima de William Shakespeare(interpretado por Paul Mescal) e da sua esposa Agnes (papel de Jessie Buckley), centrando-se na tragédia da perda do filho, Hamnet — cujo nome, segundo estudiosos, seria praticamente indistinguível de Hamlet na Inglaterra isabelina.

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Shakespeare, amor e luto

A narrativa especula que Agnes terá encorajado William a seguir sozinho para Londres, acreditando na força do seu amor. Mas numa época assolada pela peste e pela mortalidade infantil, a dor da separação e da perda acaba por transformar o casamento numa ferida aberta.

Chloé Zhao assume aqui uma abordagem mais cronológica do que no livro, colocando em primeiro plano o luto e a dor que terão marcado o dramaturgo e inspirado a sua obra-prima. A intensidade das cenas levou muitos em Toronto às lágrimas, num retrato cru e poético do amor e da tragédia.

O percurso de Zhao: entre horizontes e intimismo

A realizadora recordou em Toronto a sua própria jornada — desde os tempos em que era uma “aluna de intercâmbio esquisita” num colégio britânico, sem saber falar inglês, até ao reconhecimento máximo em Hollywood.

Depois de The Rider (2017) e do fenómeno Nomadland (2020), Zhao teve uma incursão atribulada nos super-heróis da Marvel com Eternals, mas em Hamnet reencontra o território que a consagrou: um cinema mais íntimo, poético e profundamente humano.

“Passei os meus trintas a fazer filmes sobre horizontes e pores do sol”, confessou a realizadora. “Agora, nos meus quarentas, percebo que estava a fugir de mim mesma — tal como o Will em Hamnet.”

Paul Mescal e Jessie Buckley em destaque

O filme volta a reunir dois dos atores mais talentosos da sua geração. Mescal, nomeado ao Óscar por Aftersun, e Buckley, também já distinguida pela Academia, dão corpo a um casal dilacerado pela distância e pela perda, em interpretações que a crítica descreve como intensas e devastadoras.

Há ainda espaço para o jovem Noah Jupe, que interpreta um ator no mítico Globe Theatre. Mesmo com o papel em reescrita durante a rodagem, Zhao exigiu que decorasse cada linha da peça, para estar sempre preparado — uma prova da exigência e perfeccionismo da realizadora.

De Toronto para os Óscares

Sem data de estreia em Portugal, Hamnet já é visto como um dos grandes concorrentes da próxima temporada de prémios. Mais do que preencher lacunas históricas, Zhao oferece uma visão pessoal de Shakespeare: menos génio distante, mais homem vulnerável.

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Se Nomadland foi o filme que a colocou no mapa dos Óscares, Hamnet pode muito bem consolidar Chloé Zhao como uma das vozes mais importantes e ousadas do cinema contemporâneo.

Queer de Luca Guadagnino Estreia em Exclusivo no TVCine

Daniel Craig em papel visceral sobre desejo e autodescoberta

O aclamado realizador italiano Luca Guadagnino, autor de Chama-me Pelo Teu Nome, traz à televisão portuguesa o seu mais recente trabalho, Queer. A adaptação do romance homónimo de William S. Burroughs estreia este domingo, 14 de setembro, às 21h25, no TVCine Top e também no TVCine+.

Passado na Cidade do México dos anos 1950, o filme acompanha William Lee (interpretado por um poderoso Daniel Craig), um expatriado americano de meia-idade que vive à deriva até se apaixonar por Eugene (Drew Starkey), um jovem estudante misterioso. Entre ambos nasce uma paixão obsessiva que, em viagem pela América do Sul, mergulha em territórios de desejo, dependência e experiências alucinatórias com a planta yagé.

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Entre a Beat Generation e o drama íntimo

Guadagnino constrói aqui um filme que é tanto uma história de amor e vício como uma homenagem à Beat Generation. Craig, em registo profundamente frágil e contraditório, oferece uma das interpretações mais marcantes da sua carreira — que lhe valeu uma nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Ator em Filme Dramático.

A crítica internacional destacou a força estética da obra, com uma fotografia imersiva e uma banda sonora envolvente, capazes de traduzir a atmosfera febril de Burroughs para o grande ecrã.

Reconhecimento internacional

Apresentado em competição no Festival de Veneza de 2024Queer foi ainda eleito um dos Dez Melhores Filmes do Ano pelo National Board of Review, reforçando a sua posição como um dos títulos mais importantes da temporada.

Onde ver

A estreia em televisão portuguesa acontece este domingo, 14 de setembro, às 21h25, em exclusivo no TVCine Top e em sessão disponível no TVCine+. Uma oportunidade rara para ver Daniel Craig num registo inesperado, num filme de Luca Guadagnino que promete tanto provocar como emocionar.

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Jared Leto Lidera o Choque de Mundos em Tron: Ares

Novo trailer revela a missão impossível entre o digital e o real

A Disney acaba de lançar o novo trailer de Tron: Ares, o aguardado terceiro capítulo da saga de ficção científica que começou em 1982 e que regressa agora com Jared Leto no papel principal. A estreia está marcada para 9 de outubro nos cinemas.

Segundo a sinopse oficial, Leto interpreta Ares, “um programa altamente sofisticado que é enviado do mundo digital para o mundo real numa missão perigosa, marcando o primeiro encontro da humanidade com seres de Inteligência Artificial”.

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O regresso de Jeff Bridges e um elenco de luxo

A nova produção dá continuidade direta às histórias contadas em Tron (1982) e Tron: O Legado (2010). Jeff Bridges, figura central da saga, volta a marcar presença, agora acompanhado por um elenco renovado que inclui Greta LeeEvan PetersHasan MinhajJodie Turner-SmithArturo CastroCameron Monaghan e Gillian Anderson.

Música: a estreia dos Nine Inch Nails no cinema

Outro dos grandes trunfos é a banda sonora, entregue aos Nine Inch Nails, que se estreiam neste formato. O primeiro single, As Alive As You Need Me To Be, foi lançado em simultâneo com o trailer e marca o primeiro tema original da banda em cinco anos. O álbum completo chega a 19 de setembro pela Interscope Records.

Vale lembrar que Trent Reznor e Atticus Ross, membros do grupo, já venceram dois Óscares — por A Rede Social(2010) e Soul: Uma Aventura com Alma (2020).

A visão de Joachim Rønning

A realização está a cargo de Joachim Rønning, nome associado a grandes produções como Maléfica: Mestre do Mal(2019), Kon-Tiki: A Viagem Impossível (2012) e Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias (2017, coassinado com Espen Sandberg).

O legado de Tron

Lançado em 1982, o primeiro Tron transportava os espectadores para o interior de um computador com efeitos visuais que pareciam impossíveis para a época. Embora não tenha sido um êxito de bilheteira imediato, tornou-se um filme de culto, inspirando nomes como John Lasseter, futuro mentor da Pixar.

Quase três décadas depois, Tron: O Legado (2010) trouxe de volta Jeff Bridges — rejuvenescido digitalmente — e uma banda sonora marcante dos Daft Punk. O filme voltou a ser inovador e conquistou resultados sólidos, reforçando o estatuto da saga como uma das mais visionárias da ficção científica.

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O que esperar de Tron: Ares

Com Leto no centro da ação, Bridges de regresso, um elenco de peso e a energia eletrónica dos Nine Inch Nails, Tron: Ares promete explorar como nunca o choque entre realidades digitais e humanas. Mais de uma década após O Legado, a saga prepara-se para provar que continua na linha da frente da inovação visual e sonora do cinema.

Julia Roberts Brilha aos 57 Anos na Capa da Nova Revista de Edward Enninful

Depois de deixar a direcção da edição britânica da Vogue, Edward Enninful não perdeu tempo a marcar novamente o mundo da moda com a sua visão arrojada. A sua nova aventura editorial, a 72 Magazine, chega oficialmente esta sexta-feira, 12 de setembro, e promete ser o novo farol na interseção entre moda, beleza, cultura e luxo. E quem melhor para abrir esta nova era do que a eterna estrela de Hollywood, Julia Roberts?

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Uma nova visão editorial

72 Magazine é o primeiro grande projeto da EE72, a empresa de media e entretenimento fundada por Edward Enninful e a sua irmã, Akua Enninful. A nova revista, que será publicada trimestralmente tanto em papel como em formato digital, nasce com a ambição de refletir e acompanhar as profundas transformações culturais do mundo contemporâneo.

“Este lançamento com uma publicação dedicada é um exemplo brilhante da nossa visão de defender a integridade criativa e a colaboração”, explicaram Edward e Akua numa declaração conjunta citada pelo Business of Fashion. A missão da 72 Magazine é clara: prestar homenagem a ícones estabelecidos, enquanto dá palco a vozes emergentes.

Uma equipa de luxo nos bastidores

O projecto conta com nomes bem conhecidos do universo editorial: Sarah Harris, antiga editora da Vogue britânica, assume o cargo de diretora editorial, enquanto Simone Oliver, com passagens pelo New York Times e pela Allure, reforça a equipa. Na direcção criativa estão Lee Swillingham e Stuart Spalding, dupla que passou pela Harper’s Bazaar Italia e fundou a agência londrina Suburbia.

Com uma equipa deste calibre, a expectativa estava alta — e Edward Enninful não desiludiu.

Julia Roberts em grande estilo

A escolha de Julia Roberts para a capa inaugural não foi um acaso. “Escolher a Julia foi uma decisão estratégica que sinaliza exatamente o que estamos a construir — uma empresa de media que homenageia ícones estabelecidos e, em simultâneo, dá palco a novas vozes”, afirmou Enninful.

Fotografada por Craig McDean em Londres, com styling da reputada Elizabeth Stewart, Julia surge deslumbrante com peças desenhadas por Phoebe Philo e joias exuberantes da Tiffany & Co. O look é clássico e contemporâneo, tal como a própria atriz, que aos 57 anos continua a esbanjar elegância, carisma e presença.

Uma entrevista especial conduzida por George Clooney

No interior da revista, a entrevista principal é conduzida por ninguém menos do que George Clooney, cúmplice de longa data de Julia em inúmeros filmes. O elenco de colaboradores e convidados da revista inclui ainda nomes como Jonathan Anderson, Stella McCartney, Marc Jacobs, Gwyneth Paltrow, Oprah Winfrey e a artista Amy Sherald — um alinhamento que promete diversidade, sofisticação e relevância cultural.

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Apesar de ainda pouco se saber sobre o editorial completo com Julia Roberts, as imagens que já circulam confirmam: a atriz está num dos seus melhores momentos. Com uma beleza natural que resiste ao tempo e uma carreira sólida e inspiradora, Julia encarna na perfeição o espírito que Edward Enninful quer imprimir nesta nova etapa editorial — a celebração do passado com olhos postos no futuro.

First Date de Luís Filipe Borges Triunfa no CineFest em Angola

Quatro prémios em Luanda para a estreia do realizador açoriano

O Jardim Municipal de Viana, em Luanda, foi o palco da consagração de First Date, a primeira curta-metragem de Luís Filipe Borges, que conquistou o grande prémio do CineFest Angola 2025. Rodado integralmente na ilha do Pico, Açores, o filme venceu como Melhor Filme e arrecadou ainda os galardões de Melhor Filme da CPLPMelhor Realizador (para Borges) e Melhor Fotografia (para Diogo Rola).

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“Foi um prazer ter este filme no nosso festival”, destacou Edgar de Carvalho, diretor do Viana CineFest, sublinhando a relevância de uma produção portuguesa num evento que aposta em aproximar o cinema das comunidades angolanas.

Um festival que aproxima o cinema das pessoas

O CineFest, organizado anualmente pela SedFilmes, assume-se como um dos principais dinamizadores do cinema rural em Angola. As sessões ao ar livre, combinadas com mostras temáticas, não só atraem público variado como também incentivam o aparecimento de novos realizadores locais.

Este espírito comunitário e de partilha cultural tornou ainda mais simbólica a vitória de First Date, que, ao contar com raízes açorianas, estabelece pontes entre os países da CPLP através da sétima arte.

Um percurso internacional de peso

A curta de Borges não se fica por Angola. First Date soma já 15 prémios internacionais:

  • Menção Honrosa de Melhor Realizador no Cine Tejo, em Benavente, Portugal;
  • Duas distinções no Loveland Shorts Film Festival, em Ohio (EUA), incluindo “Sweetheart of the Fest” para melhor filme temático e Best First Time Filmmaker para Borges.

Produzido pela Advogado do Diabo e pela MiratecArts, o filme continua o seu percurso por festivais internacionais e pode ser acompanhado através da página oficial no Facebook (FirstDateShortFilm2025).

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Luís Filipe Borges: da escrita ao cinema

Conhecido como argumentista, escritor e humorista, Luís Filipe Borges estreia-se agora na realização cinematográfica com um impacto notável. A aclamação que tem recebido em festivais mostra que First Date não é apenas uma primeira experiência, mas o início promissor de um novo capítulo na carreira do criador açoriano.

AKA Charlie Sheen: A Verdade por Trás do Colapso — e a Recuperação

Um retrato cru, mas sem verdadeira expiação

O documentário em dois episódios AKA Charlie Sheen, agora disponível na Netflix, é descrito como uma experiência emocionalmente extenuante — e não exclusivamente pela duração de mais de três horas. Segundo a crítica da The Guardian, a série oferece “deixa pouco espaço para arrependimento genuíno”, com Sheen muitas vezes se vangloriando dos seus dias de festa em vez de assumir todas as suas ações, particularmente no que toca às consequências sobre as pessoas à sua volta  .

Apesar de entrevistas com ex-mulheres, amigos e colegas — como Heidi Fleiss, que não escondeu a sua raiva, e Jon Cryer, visivelmente exausto pelo ciclo de destruição — o filme acaba por dar demasiado controlo à narrativa do próprio Sheen, suavizando partes mais sombrias e dolorosas da sua trajetória  .

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Revelações chocantes, mas a superfície permanece

Aka Charlie Sheen traz à tona factos sensacionais — ele pilotou um avião embriagado na sua lua-de-mel, cresceu numa casa de nudistas, teve encontros sexuais com homens durante fases de dependência, teve overdoses, e sofreu do HIV — mas muitos críticos apontam que a sua honestidade é calculada, contemplando destempero e glamour como parte do mesmo pacote de sofrimento e redenção  .

Tratando-se de um relato belamente cronometrado, há momentos poderosos, como o telefonema de Clint Eastwood a convencê-lo a ir para a reabilitação, e a intervenção familiar que quase não aconteceu. “Foi realmente poderoso”, admite Sheen sobre essa viragem decisiva  .


O homem por trás da lenda — ainda escapando à autocrítica

A narrativa atravessa as fases “Festas”, “Festas com problemas” até aos “Puros problemas”, com um arco que culmina na sobriedade desde 2017. Mas, como nota o The Guardian, a série enfatiza recordações nostálgicas em vez de responsabilização, com pouca contrição palpável  .

A omissão de Martin Sheen e Emilio Estevez, que recusaram participar, foi tratada de forma respeitosa — Sheen insiste que mantêm um vínculo firme — e descreve o filme como uma espécie de “carta de amor” ao pai  .


Um sobrevivente que ainda não se perdoa

Apesar dos deslizes grotescos que entraram para a história — como relatar que já “voou um avião enquanto estava bêbado” — ou usar cubos de gelo em locais inusitados para se manter acordado em cena  , Sheen parece ambivalente: aliviado por expor tudo, mas ainda relutante em encarar integralmente quem feriu. Como ele próprio descreve sobre a vergonha, “a vergonha sufoca… mas pode tornar-se uma Estrela do Norte, ou da Morte” — uma frase que oscila entre reflexão e confusão  .

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Em síntese:

AKA Charlie Sheen é uma viagem brutal e barulhenta pela queda e ressurgimento de uma estrela danoosa, exibindo-se mais como um espetáculo do que como uma rendição emocional. Existem momentos genuínos de remissão e humor negro revelador, mas a falta de verdadeira autocrítica aprofunda o desconforto em vez de oferecer reconciliação — tanto para Charlie como para quem o rodeia.

Sirât: O Filme Que “Despenteou” Cannes Já Estreou em Portugal

Do choque na Croisette às salas portuguesas

Corrigindo o que escrevemos antes: Sirât, do franco-espanhol Oliver Laxejá estreou em Portugal a 31 de Julho de 2025. Depois de ter conquistado o Prémio do Júri (ex-aequo) em Cannes e de ter sido descrito como “experiência espectacular”, “vertigem” e até “dinguerie” pela crítica francesa, o filme chegou às salas portuguesas no pico do Verão — e não em Setembro. 🎬

Uma viagem alucinada pelo deserto

Rodado em 16 mm, que acentua a textura da imagem e dá uma profundidade cromática rara, Sirât acompanha um pai e o filho mais novo na busca da filha desaparecida pelas montanhas do sul de Marrocos. O caminho cruza-se com um grupo de ravers rumo a uma festa perdida no deserto, e a narrativa transforma-se num road movie alucinatório, onde a paisagem opera como miragem, ameaça e promessa. 🌵

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O cinema do gesto, da luz e do som

Laxe assume um minimalismo radical: os diálogos são escassos; o sentido constrói-se no gesto, na luz e na composição sonora. A banda sonora electrónica/techno funciona como pulso narrativo, convocando uma experiência sensório-imersiva que pede ao espectador atenção ao detalhe e entrega ao ritmo. Não é um filme “sobre” o que se explica; é um filme que se sente. 🎧

Temas: espiritualidade, pertença, fim do mundo (ou começo?)

Entre travessias, ritmos e ruídos, Sirât devolve questões espirituais e existenciais: o que é pertença? que fronteira separa êxtase de vazio? há redenção no fim de linha? A atmosfera por vezes quase apocalíptica sustém o filme na corda bamba entre o transe e a contemplação.

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Para quem é — e por que importa vê-lo em sala

É provável que parte do grande público o ache “radical” ou “contemplativo”. Precisamente por isso, ganha em ecrã grande: pela escala dos planos, pela granulação do 16 mm, pela fisicalidade do som. Para quem procura um cinema que desafia o hábito e reconfigura a percepção, Sirât é obrigatório.

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O regresso da casa mais temida do cinema

A mansão de Amityville, sinónimo de terror no grande ecrã desde 1979, prepara-se para regressar com uma nova versão produzida pela Amazon MGM Studios. Segundo a Deadline, o estúdio já escolheu o realizador: David F. Sandberg, conhecido por Lights Out – Nunca Apagues a Luz e Annabelle: Creation, além das suas incursões no cinema de super-heróis com Shazam! e a sequela.

Trata-se de uma “reimaginação” da história, ainda sem detalhes de elenco, mas que promete recuperar o mito da mais famosa casa assombrada da América.

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Um clássico que marcou gerações

O primeiro Terror em Amityville (The Amityville Horror), realizado por Stuart Rosenberg e protagonizado por James BrolinMargot Kidder e Rod Steiger, foi um sucesso estrondoso de bilheteira em 1979, arrecadando mais de 86 milhões de dólares apenas nos EUA e Canadá. Tornou-se o segundo filme mais visto desse ano, apenas atrás de Kramer Contra Kramer, superando títulos como AlienApocalypse Now e Star Trek.

Inspirado nos supostos fenómenos paranormais ocorridos em 1975, o filme seguia a família Lutz, que abandonou a casa menos de um mês após se mudar, aterrorizada por uma presença maligna. A aura de “baseado em factos reais” contribuiu para cimentar a fama da história, ligada ainda ao massacre de 1974, quando Ronald DeFeo Jr. assassinou toda a família durante a noite.

A nova aposta de Sandberg

Com esta bagagem histórica, Amazon MGM Studios procura agora dar nova vida à lenda. O argumento ficará a cargo de Ian Goldberg e Richard Naing, dupla com vasta experiência no género: participaram em Fear the Walking DeadA Autópsia de Jane Doe e A Freira II.

Para Sandberg, é mais um regresso ao terror depois de Until Dawn, adaptação do popular videojogo. A promessa é clara: recuperar a essência da mansão assombrada mais célebre do cinema e atualizá-la para o público contemporâneo.

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Uma casa que nunca descansa

Desde 1979, a história de Amityville gerou sequelas, prequelas, reboots e até adaptações televisivas. Nenhuma conseguiu igualar o impacto do original, mas a casa continua a ser um terreno fértil para o cinema de terror. Resta agora saber se Sandberg e a nova equipa conseguirão reinventar o mito para uma nova geração.

Alien: Planeta Terra Deixa Sigourney Weaver Fascinada — E Já Conquista Também os Portugueses

Ripley rendida ao novo capítulo da saga

Se há alguém que pode falar com propriedade sobre o universo Alien, é Sigourney Weaver. A eterna Ellen Ripley protagonizou quatro filmes da saga — de Alien: O 8.º Passageiro até Alien: Ressurreição — e ainda emprestou a sua voz ao videojogo Alien: Isolation.

Agora, a atriz assiste à série Alien: Planeta Terra, criada por Noah Hawley (Fargo), transmitida em Portugal pelo Disney+, e não poupa elogios: “Francamente, não consigo acreditar que isto é televisão. Tem um alcance maior do que qualquer projeto de Alien.”

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A visão de Weaver sobre a série

Em entrevista no Festival de Toronto, Weaver destacou que a série não se limita a mostrar monstros:

“Admiro o facto de não se centrar apenas no Alien. Fala sobre o mundo daqui a 100 anos, sobre a ganância, sobre o que será importante. Explora os temas que sempre fizeram parte da saga, mas com uma visão mais ampla.”

A atriz elogia ainda o elenco e a realização, sublinhando que Hawley conseguiu capturar a essência de Alien sem precisar de depender de Ripley como personagem central — algo que, para muitos fãs, é uma lufada de ar fresco.

O impacto em Portugal

Por cá, Alien: Planeta Terra já conquistou uma sólida base de espectadores. O facto de estar disponível no Disney+ Portugal desde a estreia internacional fez com que muitos fãs portugueses acompanhassem a emissão semanalmente, discutindo teorias nas redes sociais e comparando a atmosfera da série ao legado de Ridley Scott e James Cameron.

Com seis episódios já lançados e apenas mais dois por estrear para completar a primeira temporada, a série tornou-se uma das mais comentadas no panorama televisivo em Portugal em 2025. Muitos fãs nacionais partilham da opinião de Weaver: esta não é apenas mais uma história de terror espacial, mas também uma reflexão sobre o futuro da humanidade.

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O futuro da franquia

Entre Alien: Romulus, filme que chegou aos cinemas este verão, e esta aposta televisiva, a saga vive uma nova fase de expansão. Para o público português, que sempre acompanhou com entusiasmo as estreias da saga nas salas de cinema, esta nova vertente seriada mostra que o universo de Alien ainda tem muito para explorar.

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Atores e realizadores unem-se em protesto contra a guerra em Gaza

Mais de 1.300 profissionais do cinema, entre atores, realizadores, produtores e argumentistas, assinaram um compromisso público onde declaram boicotar festivais, instituições e empresas de cinema israelitas. O movimento, liderado pelo coletivo Film Makers for Palestine, acusa essas entidades de estarem “implicadas em genocídio e apartheid contra o povo palestiniano”.

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Entre os nomes mais conhecidos que subscrevem o apelo estão Olivia ColmanJavier BardemSusan Sarandon e Tilda Swinton, a par de figuras como Riz AhmedMiriam MargolyesJuliet Stevenson e Ken Loach.

Do lado dos realizadores e produtores

O boicote conta também com a assinatura de cineastas como Yorgos Lanthimos (The Lobster), Asif Kapadia (SennaAmyDiego Maradona), e produtores premiados como James Wilson (duas vezes vencedor de BAFTA), Robyn Slovo(Tinker, Tailor, Soldier, Spy) e Rebecca O’Brien, colaboradora de Ken Loach em I, Daniel Blake.

Em declarações à Sky News, O’Brien foi clara: “Recuso que o meu trabalho seja usado para branquear um genocídio. Durante décadas, festivais e empresas israelitas desempenharam um papel em mascarar e justificar crimes de guerra.”

Israel rejeita acusações

O governo israelita tem reiterado que as suas ações em Gaza são uma forma de autodefesa, rejeitando a qualificação de genocídio. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel classificou como “mentirosa e mal fundamentada” a declaração da International Association of Genocide Scholars, que na semana passada considerou que o país está a cometer genocídio no enclave.

Ecos históricos e apelos a uma indústria ativa

A declaração inspira-se no movimento Filmmakers United Against Apartheid, fundado em 1987 por Martin ScorseseJonathan Demme, quando mais de 100 cineastas recusaram exibir os seus filmes na África do Sul durante o regime do apartheid.

O compromisso atual exorta a indústria a “recusar o silêncio, o racismo e a desumanização, e a fazer tudo o que for humanamente possível para acabar com a cumplicidade na opressão”.

Contexto da guerra em Gaza

Segundo as autoridades de saúde locais, mais de 64 mil palestinianos já morreram em Gaza desde o início do conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas a Israel, em que 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 feitas reféns. Atualmente, estima-se que 48 reféns continuem detidos em Gaza, sendo que apenas 20 estarão vivos.

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Entretanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF) preparam uma intensificação da ofensiva, depois de o governo prometer conquistar controlo total da Faixa de Gaza.

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Divisão familiar em torno do legado de Hulk Hogan

A morte de Hulk Hogan, em julho deste ano, continua a gerar polémica dentro da própria família do lendário lutador. Enquanto o filho, Nick Hogan, tenta travar judicialmente a estreia de um documentário sobre o escândalo da sex tape do pai, a filha, Brooke Hogan, confirmou a sua presença na primeira exibição do filme em Tampa.

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Intitulado Video Killed The Radio Star: The Untold Story Of The Hulk Hogan Sex Tape Scandal, o documentário foi produzido em parceria com Bubba “The Love Sponge”, ex-amigo próximo de Hogan e figura central no caso.

Brooke defende o projeto e a memória do pai

Brooke justificou a sua decisão como um gesto de solidariedade para com Bubba, que descreve como uma presença constante na vida do pai: “Sei que ele foi um verdadeiro amigo para o meu pai e um tio para nós”, declarou.

A ex-estrela de reality show acrescentou que o documentário ajudará a expor as injustiças do escândalo: “Se há algo que este filme mostra, é que o meu pai foi vítima de um crime. O sistema falhou e deixou os culpados saírem impunes.”

Nick Hogan recorre aos tribunais

Do outro lado, Nick apresentou uma ação judicial para travar o lançamento do filme, alegando que Bubba está a usar a imagem e a marca do pai sem autorização. O filho de Hogan denuncia ainda que o documentário inclui imagens não autorizadas da sex tape, algumas das quais já terão surgido num trailer.

Nick sustenta que a divulgação violaria um acordo confidencial assinado entre Hogan e Bubba em 2012, após o escândalo vir a público.

Questões em torno da morte do lutador

A controvérsia em torno do documentário soma-se às dúvidas levantadas pela família sobre a morte de Hulk Hogan. Brooke chegou a inspecionar pessoalmente o corpo do pai na morgue, temendo que tivesse sido cremado sem autópsia completa, e garantiu que ele ainda estava com a sua icónica bandana.

Já a viúva, Sky Daily, sugeriu possível negligência médica após uma cirurgia ao pescoço realizada em maio. Segundo a família, a operação pode ter danificado um nervo crucial, comprometendo a respiração de Hogan e agravando os problemas cardíacos que levaram à sua morte.

Um legado marcado por glória e polémica

Enquanto fãs e familiares continuam a homenagear a carreira de Hulk Hogan, a estreia do documentário ameaça acentuar divisões internas. Brooke aposta que o filme trará justiça à memória do pai; Nick luta para o impedir.

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Resta saber se o projeto será exibido sem restrições — e como o resto da família reagirá a mais este capítulo de uma história que mistura glória, escândalo e mistério em torno da lenda do wrestling.