O Futuro da Warner Bros. Está em Jogo: Três Gigantes Apresentam Propostas e Hollywood Prende a Respiração

Um momento decisivo para um dos pilares da indústria

A Warner Bros. Discovery encontra-se no centro de uma das maiores movimentações corporativas da história recente do entretenimento. Depois de meses de especulação, conversas de bastidores e reuniões intensas, chegaram finalmente as propostas de segunda ronda para a aquisição do grupo — e o que está em cima da mesa poderá redefinir a paisagem do cinema, da televisão e do streaming para a próxima década.

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As ofertas foram entregues na passada segunda-feira e três nomes gigantescos continuam firmes na corrida: ComcastParamount e Netflix. Cada um com estratégias diferentes, prioridades distintas e uma visão própria para o futuro da Warner, que inclui propriedades icónicas como DC ComicsHarry PotterFriends, HBO e o vastíssimo catálogo dos estúdios Warner Bros., actualmente revitalizados sob a liderança de Michael De Luca e Pamela Abdy.

Netflix e Paramount surpreendem com propostas em dinheiro vivo

Um dos desenvolvimentos mais surpreendentes desta nova ronda foi a decisão da Netflix: a empresa, inicialmente inclinada para um negócio apoiado sobretudo em acções, regressou com uma proposta quase all-cash, uma manobra financeira que demonstra o quanto está disposta a arriscar para colocar as mãos no estúdio responsável por alguns dos maiores blockbusters da história.

Mas quem mais chamou a atenção foi a Paramount, que apresenta uma oferta completamente em numerário. O estúdio assegurou financiamento através da Apollo e de fundos soberanos não identificados do Médio Oriente — um sinal claro de que está disposto a apostar tudo numa aquisição total da WBD. Caso vença, David Ellison e a RedBird continuarão a controlar a empresa, permitindo à Paramount integrar a Warner num conglomerado audiovisual de dimensão inédita.

A Comcast, por sua vez, mantém a estratégia inicial: adquirir os estúdios e o braço de streaming, mantendo distância da televisão linear, que enfrenta um declínio acentuado.

Dividir ou vender por inteiro? A decisão que pode mudar tudo

Antes mesmo destas ofertas, a Warner Bros. Discovery planeava dividir-se em dois segmentos:

— Um dedicado aos estúdios e ao streaming;

— Outro para a televisão linear tradicional.

A Paramount é a única interessada em comprar a totalidade do grupo. Tanto a Netflix como a Comcast querem apenas a primeira metade — e não pretendem absorver canais lineares, que perderam valor comercial e têm um peso regulatório considerável.

Esta é a questão central que a administração da WBD precisa de resolver: vende a empresa inteira — possivelmente à Paramount — ou divide-a, permitindo que múltiplos compradores agarrem pedaços diferentes da operação?

Os desafios regulatórios: o trunfo (ou não) de David Ellison

Há também considerações políticas importantes. A actual administração norte-americana tem sinalizado que Netflix e Comcast enfrentariam uma fiscalização regulatória mais dura. No entanto, David Ellison — recém-saído do acordo que consolidou o controlo sobre a Paramount — poderá ter uma passagem mais facilitada para fechar um novo negócio.

Fontes anónimas ligadas ao governo têm dado a entender isso mesmo, especialmente através de órgãos como a Fox Business ou o New York Post. Caso se confirme, pode tornar a oferta da Paramount não apenas mais competitiva, mas mais provável.

Os estúdios Warner: o que acontece a um pilar da indústria?

A Warner Bros. vive um dos seus períodos mais criativos e sólidos em anos. De Luca e Abdy revitalizaram o estúdio, trazendo diversidade de géneros, reforçando parcerias com realizadores e apostando no cinema como experiência colectiva — algo que a Netflix, historicamente focada no streaming, não tem priorizado.

Embora o serviço tenha garantido que manteria “estreias em sala” se adquirisse a Warner, permanece a grande questão: manter os lançamentos tradicionais ou adaptá-los ao modelo híbrido da plataforma?

Já a Comcast e a Paramount, ambas com ADN cinematográfico forte, poderiam integrar o estúdio nos seus catálogos sem reduzir significativamente o ritmo de produção — ainda que isso obrigasse a repensar calendários, equipas e orçamento.

O poder do desporto: um trunfo subvalorizado

Apesar de ter perdido os direitos da NBA, a WBD continua a deter acordos importantes: MLB, NHL, metade do March Madness (partilhado precisamente com a Paramount), Roland Garros e direitos de college football. Integrar esta carteira numa gigante como a NBCUniversal ou na própria Paramount poderia criar um colosso desportivo rivalizante com a ESPN.

No entanto, estes direitos estão amarrados ao segmento de televisão linear — e caso a empresa seja dividida, o destino destes activos torna-se altamente incerto.

E David Zaslav? A peça mais imprevisível do tabuleiro

O CEO da WBD, David Zaslav, tornou-se figura central neste processo. Conhecido pelo seu gosto pelo glamour, pelas festas em Beverly Hills e por cultivar relações com estrelas e magnatas, Zaslav não é conhecido por recuar facilmente. Há rumores de que a Paramount já lhe ofereceu um cargo de destaque num eventual novo conglomerado, e é provável que Comcast ou Netflix façam o mesmo.

A verdade é que ninguém sabe se Zaslav está disposto a largar o poder. E isso pode influenciar mais do que parece.

Um possível quarto concorrente? Nunca excluir surpresas

Apesar de apenas três propostas terem sido submetidas oficialmente, fontes internas acreditam que pode surgir um quarto candidato de última hora — possivelmente um fundo soberano do Médio Oriente com apoio de um gigante tecnológico ou japonês. Se há algo que Hollywood sabe bem, é que nada está decidido até estar assinado.

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Uma decisão que pode reconfigurar Hollywood

A Warner Bros. Discovery é um dos últimos grandes bastiões independentes da história do cinema norte-americano. O que acontecer nas próximas semanas poderá determinar não só o destino de estúdios lendários, mas o próprio equilíbrio de poder entre cinema, streaming e televisão.

Está tudo em aberto. E o mundo inteiro — fãs, profissionais e concorrentes — espera agora que a administração da WBD escolha o caminho que irá moldar Hollywood durante muitos anos.

As Primeiras Reacções a Avatar: Fire and Ash: James Cameron Regressa com um Espectáculo “Imaginável Só por Ele”

Um regresso colossesco a Pandora

Aconteceu finalmente: Avatar: Fire and Ash foi exibido a um grupo restrito de jornalistas, e as primeiras reacções não deixam margem para dúvidas — James Cameron volta a provar que, quando se fala em cinema-espectáculo, o trono continua solidamente seu. O terceiro capítulo da saga foi imediatamente descrito como um “espectáculo cinematográfico definitivo”, capaz de levar “os limites técnicos a terrenos que ninguém imaginava”.

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Courtney Howard, crítica de cinema, não poupou elogios, frisando que Cameron continua a dominar a arte do blockbuster como poucos:

“Três filmes depois, James Cameron ainda tem o condão. Continua a fazer do épico algo emocionalmente impactante. Brilhante, ousado e glorioso — é para isto que os cinemas foram criados.”

Sean Tajipour, igualmente impressionado, sublinhou que cada fotograma parece desafiar o possível:

“Cameron continua a ultrapassar fronteiras. Fire and Ash é ousado, envolvente, inesquecível e movido por pura ambição.”

Uma viagem, não apenas um filme

Perri Nemiroff, do Collider, destacou o que muitos críticos confirmam: a imersão é tão poderosa que o filme “parece uma viagem”. O regresso a Pandora acontece de forma quase instantânea, e a complexidade narrativa e técnica ganha novos patamares.

A jornalista notou ainda uma evolução significativa em vários aspectos de produção, incluindo a construção de mundo, os cenários e a forma como o filme integra emoção e acção num só movimento. Segundo ela, a magia do universo Avatarpermanece intacta — e, melhor ainda, mais rica.

Michael Lee foi mais crítico em relação ao enredo, que considerou menos robusto do que o impacto visual. Contudo, a avaliação geral mantém-se extremamente positiva:

“O espectáculo visual é gigantesco, especialmente em 3D. A expansão de Pandora e a introdução de novas tribos elevam o world-building. A história pode não ser perfeita, mas o filme ultrapassa fronteiras técnicas de formas inimagináveis.”

Novas ameaças, novas tribos, a mesma ambição de Cameron

Situado após os eventos de Avatar: The Way of Water, este novo capítulo acompanha a família Sully ainda em luto pela morte de Neteyam. É neste momento de vulnerabilidade que emerge uma nova ameaça: a tribo do Fogo, um grupo de Na’vi que habita zonas vulcânicas e é liderado pela vingativa Varang, interpretada por Oona Chaplin, que assim se estreia na franquia.

Ao elenco regressam Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver, Stephen Lang e Kate Winslet, reforçando a continuidade épica da narrativa. Cameron, fiel ao seu estilo, promete um capítulo emocional, visualmente impressionante e construído com uma escala que desafia as capacidades do cinema moderno.

O futuro de Avatar: tudo depende do público

James Cameron tem sido claro e pragmático: o futuro da franquia depende do desempenho de Fire and Ash nas bilheteiras. O realizador imaginou desde o início cinco filmes, e uma parte substancial de Avatar 4 já está filmada. Contudo, o projecto só avançará com força total se o terceiro capítulo conseguir conquistar novamente o público global.

Vale lembrar que Cameron tem motivos para confiar:

— Avatar é o filme mais lucrativo de sempre com 2,9 mil milhões de dólares;

— The Way of Water ocupa o terceiro lugar, com 2,3 mil milhões.

Mesmo assim, aos 71 anos, Cameron reconhece que o trabalho nos próximos filmes exigirá uma energia considerável:

“Se conseguir, faço. Não excluo nada. Estou saudável e pronto a avançar — mas tenho de ter vigor para mais seis ou sete anos disto.”

Cameron continua a ser Cameron — e isso diz tudo

As primeiras reacções a Avatar: Fire and Ash sugerem que os fãs vão encontrar tudo aquilo que esperam de James Cameron: ambição, escala, emoção, tecnologia de ponta e um domínio absoluto da grande imagem. Mesmo com algumas reservas sobre o enredo, o impacto visual e a imersão parecem ser tão extraordinários que a experiência global se impõe.

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A 18 de Dezembro, Pandora volta a abrir as portas. E, se as reacções iniciais forem indicadoras do que aí vem, Cameron pode muito bem estar a preparar-se para mais uma conquista histórica — técnica, artística e, quem sabe, financeira.

A Surpreendente Viragem no Debate: Afinal, Die Hard Não é um Filme de Natal? Diz o Público Britânico

Um velho debate, uma nova resposta

Poucas discussões cinematográficas têm resistido ao teste do tempo com a mesma teimosia que a questão: “Die Hard é ou não é um filme de Natal?”. Todos os anos, por esta altura, regressa como um fantasma teimoso que ninguém convidou, mas que acabamos sempre por deixar entrar. Este ano, porém, o Reino Unido decidiu bater com o martelo — e o resultado não é o que muitos fãs esperavam.

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Segundo um novo inquérito realizado pelo British Board of Film Classification (BBFC), a maioria dos britânicos considera que Die Hard não é um filme natalício. Sim, é oficial: John McClane pode salvar reféns, derrotar terroristas e sair de um arranha-céus em chamas… mas não conquistou o estatuto de clássico das festividades. Pelo menos, não para 44% dos inquiridos.

Ainda assim, a disputa continua renhida: 38% insistem que é um filme de Natal — provavelmente os mesmos que o revêem religiosamente todos os Dezembros com um misto de ironia, respeito e pura adrenalina cinematográfica. Os restantes 17% ainda estão a tentar decidir em que campo cair, o que prova que nenhuma estatística, por mais científica que pareça, é capaz de silenciar definitivamente este duelo cultural.

Home Alone reina, Die Hard divide

Se há algo em que os britânicos parecem concordar, é que Home Alone continua a ser o verdadeiro soberano da quadra. Nada de surpresas aqui: 20% escolheram o filme de Chris Columbus como o seu favorito natalício, um domínio confortável sobre concorrentes como Love Actually (9%), It’s a Wonderful Life (8%) e Elf (7%).

Quando questionados sobre o que realmente define um filme de Natal, os inquiridos apontaram em maioria para uma história comovente (33%). Depois disso, a prioridade é a adequação familiar (15%) e o humor (13%). Apenas 2% procuram abertamente um tear-jerker — o que significa que, se há lágrimas no Natal, que sejam de riso ou nostalgia, não de emoção trágica.

Com estes critérios, percebe-se melhor porque é que Die Hard luta tanto para entrar na prateleira dos clássicos natalícios: explosões, tiroteios e Bruce Willis descalço em condutas de ar não cumprem exactamente o que o público define como “calor festivo”.

Culkin reacende a polémica — e é vaiado por isso

O debate ganhou novo fôlego graças a Macaulay Culkin, que celebrou recentemente os 35 anos de Home Alone numa homenagem pública. Durante o evento, o actor — agora com 45 anos — decidiu arriscar e partilhar a sua própria opinião sobre o eterno dilema.

Die Hard não é um filme de Natal”, declarou. A resposta? Uma onda de vaias do público presente.

Fiel ao estilo Kevin McCallister, Culkin respondeu com humor:

“Se o mudassem para o Dia de São Patrício, era exactamente o mesmo filme.”

E, de facto, a lógica é difícil de contrariar: Die Hard usa a época como pano de fundo, mas a narrativa central não depende de forma crítica da quadra natalícia. Já Home Alone, por outro lado, perde metade da sua magia se a trocarem por outra data no calendário — não há árvore, não há viagens de férias, não há família numerosa em caos absoluto.

Nem os próprios criadores se entendem

Parte da diversão deste debate está no facto de nem a própria equipa do filme conseguir chegar a consenso.

— John McTiernan, o realizador, afirmou que nunca teve intenção de o fazer como filme de Natal, mas admitiu estar contente por o público o ter adoptado dessa forma.

— Bruce Willis, sempre fiel ao seu estilo lacónico, declarou em 2018:

Die Hard não é um filme de Natal, é um filme do Bruce Willis.”

Estas divergências internas só alimentam a discussão — e talvez ajudem a explicar porque é que a conversa nunca morre, mesmo quando surgem estudos que tentam pôr ordem na casa.

Ver filmes no cinema é tradição — mas não para todos

A sondagem do BBFC também revelou que 18% dos britânicos mantêm uma tradição anual de ir ao cinema durante o período natalício. Entre estes:

— 33% preferem ir antes da véspera,

— 20% guardam a ida para o Boxing Day.

Num país onde a meteorologia convida a actividades de interior, pode dizer-se que o grande ecrã continua a fazer parte das festividades — apesar de ser cada vez mais dividido com plataformas de streaming.

Conclusão: um empate eterno com sabor a Natal

Por muito que estas estatísticas tentem clarificar o assunto, é pouco provável que o debate acabe aqui. Die Hardcontinuará a ser, para uns, o filme de Natal perfeito precisamente porque não parece um filme de Natal. E para outros, continuará a ser um clássico de acção que, por mero acaso, se passa em Dezembro.

A verdade é que a magia do cinema é suficientemente flexível para acolher ambos os lados — e, no fundo, não há época melhor do que esta para reviver debates que nos fazem rir, discutir e revisitar filmes que nos acompanham há décadas.

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Se Die Hard é ou não é um filme natalício, talvez importe menos do que o simples facto de continuarmos a falar dele. E isso, por si só, é o verdadeiro espírito de Natal cinematográfico

Scarlett Johansson Reafirma Posição Sobre Woody Allen — e Reflecte Sobre Integridade, Maturidade e Consequências na Carreira

A actriz volta a comentar o apoio público ao realizador, mantendo a sua posição e analisando o impacto que essa escolha poderá ter tido no seu percurso em Hollywood.

Scarlett Johansson voltou a abordar um dos temas mais delicados da sua carreira: o apoio que manifestou a Woody Allen em 2019, quando afirmou que trabalharia com o realizador “a qualquer momento”. À luz das polémicas que marcaram a última década, e questionada pelo The Telegraph sobre se essas declarações prejudicaram a sua imagem ou oportunidades profissionais, a actriz respondeu com a mesma frontalidade — e com um olhar mais maduro sobre a importância da integridade pessoal.

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Johansson reconhece que não é possível prever com exactidão o impacto que uma posição pública pode ter. “É difícil saber… Nunca sabemos qual é exactamente o efeito dominó”, afirmou. Ainda assim, mantém que foi educada para defender aquilo em que acredita, mesmo quando isso implica enfrentar críticas. “A minha mãe sempre me encorajou a ser eu própria, a perceber que é importante ter integridade e defender o que acreditamos.”

O caso remonta às alegações feitas em 1992, quando Mia Farrow acusou Woody Allen de abusar da filha adoptiva, Dylan Farrow — acusações que Dylan voltou a relatar na década de 2010, especialmente durante o movimento #MeToo. Ao longo dos anos, vários actores que trabalharam com Allen expressaram arrependimento, enquanto outros continuam a defender o realizador. Allen nunca foi condenado em nenhum processo relacionado com as alegações.

Johansson, que colaborou com Allen em Match Point (2005), Scoop (2006) e Vicky Cristina Barcelona (2008), manteve ao longo dos anos a confiança na inocência do cineasta. Mas hoje admite que nem sempre é necessário intervir publicamente em todas as discussões. “É importante saber quando não é a nossa vez. Não digo para nos calarmos; digo que, às vezes, simplesmente não é o nosso momento. Compreendi isso melhor à medida que fui amadurecendo.”

Apesar da controvérsia, a actriz continua a ser uma das figuras mais influentes da indústria, não só pelo seu trabalho em cinema mas também pela forma como enfrenta problemas estruturais de Hollywood. Em 2021, protagonizou um caso mediático ao processar a Disney devido ao lançamento simultâneo de Black Widow em sala e na plataforma Disney+, que afectou o seu bónus de bilheteira. O litígio foi resolvido no mesmo ano.

Mais recentemente, enfrentou a OpenAI, depois de a empresa lançar uma assistente virtual cuja voz lhe parecia estranhamente familiar. Johansson revelou que havia sido convidada para dar voz à personagem — convite que recusou — e considerou perturbadora a semelhança com a sua interpretação em Her, de Spike Jonze, onde dava vida a uma inteligência artificial. A OpenAI suspendeu a utilização da voz e negou qualquer intenção de imitar a actriz.

Actualmente, Johansson mantém uma agenda preenchida: está associada a um novo capítulo do universo Jurassic World e a uma futura sequência de The Exorcist, continuando a navegar entre blockbusters, projectos pessoais e debates éticos que, inevitavelmente, moldam a sua presença pública.

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Se a controvérsia de Woody Allen deixará marcas no futuro, é impossível saber. Mas para Scarlett Johansson, a integridade permanece o guião principal.

Scarlett Johansson Recusa Pressões e Mantém Referência ao Holocausto no Seu Primeiro Filme como Realizadora

Eleanor the Great estreia a 12 de Dezembro no Reino Unido, após Johansson rejeitar alterar o núcleo moral e temático da narrativa.

Scarlett Johansson não podia ter escolhido um desafio pequeno para a sua estreia na realização. Eleanor the Great, o seu primeiro filme atrás das câmaras, aborda temas delicados — identidade, mentira, memória — e fá-lo através de uma personagem idosa que afirma ser sobrevivente do Holocausto, apesar de essa história ser uma invenção. Mas antes mesmo de começar a filmar, Johansson viu-se confrontada com pressões inesperadas para alterar profundamente esta premissa.

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Em entrevista ao The Telegraph, a actriz revelou que um dos financiadores do projecto tentou obrigá-la a retirar qualquer referência ao Holocausto, alegando desconforto com essa parte do guião. O pedido surgiu quando faltava apenas um mês para o início das filmagens, depois de longos meses de preparação, ensaios e construção narrativa já estarem concluídos. A exigência era explícita: manter o filme, mas eliminar o elemento central que lhe dá forma, gravidade e sentido moral.

“Adoramos o filme, Scarlett, mas não gostamos assim tanto da parte do Holocausto. A personagem pode mentir sobre outra coisa?”, terá dito o investidor. A realizadora não cedeu. Descrever esse pedido como incompreensível foi o mínimo; Johansson explicou que não estava perante uma questão logística ou financeira, mas sim uma tentativa de amputar a essência da obra. “Se não fosse sobre o Holocausto, sobre o que seria? Não deram alternativa. Apenas disseram que isto era um problema”, afirmou.

A recusa teve consequências: o financiador abandonou o projecto. Ainda assim, Eleanor the Great conseguiu manter-se de pé e chegará às salas britânicas a 12 de Dezembro, preservando intacto aquilo que Johansson definiu como “a pior mentira imaginável” — precisamente o que torna a narrativa tão desconfortável, mas também tão necessária. O filme explora o impacto devastador de uma mentira que cresce até se tornar incontrolável, reflectindo sobre culpa, identidade e as fronteiras éticas da memória colectiva.

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Para Johansson, este episódio revela até que ponto certas histórias continuam a suscitar tensões profundas — e porque é que não devem ser suavizadas quando o objectivo é confrontar o público com verdades difíceis. A estreia de Eleanor the Great, marcada por coragem criativa e resistência a pressões externas, promete fazer correr muita tinta e abrir debates sobre representação, responsabilidade histórica e liberdade artística.

A Solução Surpreendente para a Má Educação no Metro? Leve um Batman Consigo

Um estudo italiano garante: a simples presença do Cavaleiro das Trevas aumenta drasticamente a simpatia dos passageiros.

Parece uma ideia saída directamente de uma comédia sobre super-heróis: pôr um Batman no metro para melhorar o comportamento das pessoas. Mas foi precisamente isso que investigadores da Università Cattolica del Sacro Cuore, em Milão, decidiram testar — e os resultados são tão inesperados quanto hilariante.

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A experiência, publicada na revista npj Mental Health Research, analisou a forma como os passageiros reagiam quando uma mulher aparentemente grávida entrava na carruagem. No cenário normal, sem interferências, apenas cerca de 38% dos viajantes se levantavam para lhe oferecer o lugar. Não é um número bonito, mas é tristemente familiar para quem anda diariamente em transportes públicos.

Depois, os investigadores decidiram apimentar a rotina: na mesma situação, entra na carruagem um indivíduo silencioso… vestido de Batman, fato completo, sem explicações. De repente, como se Gotham tivesse chamado todos à ordem, a taxa de passageiros a ceder o lugar disparou para uns impressionantes 67%. Quase o dobro.

O professor Francesco Pagnini, responsável pelo estudo, explica que a presença do super-herói funciona como um choque suave ao piloto automático que marca o quotidiano urbano. Algo fora do normal obriga-nos a prestar mais atenção ao espaço, às pessoas e — neste caso — às necessidades de quem está ao nosso lado. É como se o simples facto de ver Batman activasse, subtilmente, um alarme interno de “portem-se bem”.

Curiosamente, a maioria dos que cederam o lugar nem reparou conscientemente na figura mascarada. O que indica que a influência terá actuado de forma subconsciente, como se o símbolo fosse tão forte que bastasse existir na periferia do olhar para mudar comportamentos.

As mulheres continuaram a ser as que mais ofereceram os seus lugares, mas a presença do Cavaleiro das Trevas aumentou a disponibilidade para ajudar em todos os grupos, sem discriminação. Segundo a equipa, o fenómeno não tem tanto a ver com Batman em si, mas com o poder dos estímulos inesperados — especialmente quando associados a símbolos culturais de moralidade.

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Em suma: não precisa de combater o crime, nem de dominar artes marciais, nem de ser milionário como Bruce Wayne. Para melhorar a educação no metro, basta aparecer vestido de Batman. Se dá calor? Dá. Se incomoda? Provavelmente. Mas, segundo a ciência, funciona.

O Ícone de “Velocidade Furiosa” Que Pode Ser Seu — O Lendário Mitsubishi Lancer Evolution Vai a Leilão

Um dos carros mais marcantes do filme 2 Fast 2 Furious chega ao mercado — e promete fazer acelerar o coração de coleccionadores.

A saga Velocidade Furiosa sempre soube falar a língua dos amantes de alta rotação: explosões, perseguições, nitro a rebentar e máquinas tão emblemáticas que se tornaram personagens por direito próprio. Entre esses ícones está o Mitsubishi Lancer Evolution VII conduzido em 2 Fast 2 Furious — e agora, graças a um leilão da Bonhams Cars, pode muito bem vir a encontrar uma nova garagem onde repousar… ou continuar a rugir.

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Este não é um simples carro desportivo. É um pedaço da história do cinema de acção, um símbolo de uma era em que os filmes de condução trepidante começaram verdadeiramente a conquistar audiências globais. O Lancer Evolution, já de si venerado pelos entusiastas, ganhou estatuto de culto depois de aparecer no grande ecrã ao lado de Paul Walker. E o exemplar agora em leilão é precisamente um dos utilizados durante as filmagens.

O Mitsubishi Lancer Evolution destaca-se pelas suas especificações técnicas que, ainda hoje, impressionam. Equipado com o célebre motor 2.0 turboalimentado 4G63, tração integral, caixa manual de cinco velocidades e cerca de 330 cavalos de potência, este Evo não foi apenas construído para as câmaras — foi construído para correr. Para os puristas, é o equilíbrio perfeito entre engenharia japonesa e adrenalina cinematográfica.

Mas este exemplar oferece algo que poucos carros de colecção conseguem igualar: autenticidade total. Inclui elementos instalados especificamente para acrobacias, mecanismos de segurança usados nas cenas de acção e suportes concebidos para a montagem de câmaras. É, literalmente, um veículo optimizado para o caos coreografado de Hollywood. E se isso não bastasse, o painel possui assinaturas de actores e membros da equipa técnica, acrescentando-lhe valor histórico e emocional.

No total, foram utilizados quatro Mitsubishi Lancer Evolution no filme, cada um com funções distintas, desde manobras mais agressivas até sequências de proximidade controlada. Esta divisão de tarefas permitiu ao filme criar algumas das cenas mais memoráveis da saga, com uma precisão que só vários carros afinados meticulosamente poderiam garantir.

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Quanto ao valor? Prepare-se. O Lancer Evolution de 2001 utilizado em 2 Fast 2 Furious pode atingir cerca de 291.200 dólares em leilão — um valor que reflecte tanto o fascínio cultural como o estatuto de relíquia que o modelo adquiriu ao longo dos anos. Não é apenas um carro: é um fragmento de nostalgia acelerada, uma peça de cinema que continua a fazer vibrar quem cresceu com a saga.

Se sempre sonhou ter um pedaço de Velocidade Furiosa na sua garagem, esta pode ser a sua oportunidade. E, sejamos sinceros: não é todos os dias que um ícone automobilístico do cinema decide mudar de dono

O Filme Português Que Já Conquistou Paris — O Riso e a Faca Entre os Melhores do Ano para a Cahiers du Cinéma

A revista francesa colocou a obra de Pedro Pinho no top 5 de 2025, celebrando um triunfo raro e histórico para o cinema português.

O cinema português volta a fazer história — e desta vez com estrondo internacional. A Cahiers du Cinéma, considerada por muitos a mais influente revista de crítica cinematográfica do mundo, divulgou o seu top 10 dos melhores filmes de 2025, e O Riso e a Faca, de Pedro Pinho, surge numa honrosa e surpreendente 5.ª posição. Num ranking onde figuram nomes gigantes como Paul Thomas Anderson, Albert Serra, Richard Linklater ou Christian Petzold, a presença de um filme português não é apenas motivo de orgulho: é uma validação artística de dimensão global.

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A lista é liderada por Tardes de Solidão, documentário de Albert Serra dedicado ao toureiro Andrés Roca Rey, seguido de Batalha Atrás de Batalha, o novo épico de Paul Thomas Anderson, e de Yes!, de Navad Lapid. Logo depois surge O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, e, em 5.º lugar, a obra de Pedro Pinho — o único filme português distinguido este ano e um dos poucos na história a alcançar semelhante destaque.

O Riso e a Faca é uma co-produção entre Portugal, Brasil, França e Roménia e apresenta a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que viaja até à Guiné-Bissau para avaliar os impactos ambientais da construção de uma estrada. O que começa como uma missão aparentemente técnica transforma-se num retrato incisivo sobre neocolonialismo, desigualdade e fracturas sociais ainda vivas entre o deserto e a selva. É cinema político, sensorial e profundamente inquietante — características que certamente conquistaram os críticos franceses.

Esta é apenas a segunda longa de ficção de Pedro Pinho, depois de A Fábrica do Nada (2017), também apresentado em Cannes. E foi justamente no festival francês, em maio, que O Riso e a Faca se estreou, garantindo um feito inédito para Portugal: Cleo Diára venceu o prémio de Melhor Interpretação no Un Certain Regard. Um marco histórico para o cinema nacional, que raramente encontra espaço de destaque neste tipo de selecções.

O filme estreou nas salas portuguesas no final de Outubro, tendo já saído de exibição, mas a consagração internacional reacende o interesse e confirma a força do olhar de Pedro Pinho sobre a herança pós-colonial portuguesa. Num ano cinematográfico especialmente competitivo, com obras de autores consagrados e estreias muito aguardadas, O Riso e a Faca conseguiu impor-se como uma das experiências mais marcantes e politicamente relevantes de 2025.

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Para muitos, este reconhecimento pode trazer uma nova vida à obra, futura redescoberta em ciclos de cinema, retrospectivas e plataformas de streaming. Para o cinema português, porém, fica já gravado: em 2025, um dos melhores filmes do ano falava português.

Uma Viagem ao Passado Que Promete Surpreender: A Netflix Leva Assassin’s Creed à Roma Antiga

Toby Wallace junta-se ao elenco de uma das adaptações mais aguardadas do universo dos videojogos — e as expectativas estão em alta.

A Netflix acaba de confirmar oficialmente aquilo que muitos fãs já suspeitavam: Assassin’s Creed vai regressar ao ecrã, desta vez sob a forma de série e com um cenário que promete conquistar tanto jogadores como amantes de épicos históricos — a Roma Antiga. A plataforma prepara-se para transformar uma das sagas mais populares dos videojogos num grande drama televisivo com ambição cinematográfica, mantendo o ADN da franquia: conspiração, dilemas morais, lutas de poder e, claro, muita lâmina oculta.

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A primeira peça do elenco já foi revelada: Toby Wallace, conhecido por Babyteeth e pela série The Royal Hotel. Apesar de o seu papel ainda estar envolto em mistério, sabe-se que será um dos protagonistas da história. E, convenhamos, se a Netflix está a guardar segredo, é porque a personagem deverá ter impacto — seja um novo herói da Irmandade ou talvez alguém que caminhe pela linha ténue entre as duas grandes facções da saga.

A produção está entregue a Roberto Patino e David Wiener, nomes que já provaram saber navegar narrativas complexas. Com filmagens previstas para 2026, em Itália, o projecto quer captar a essência histórica da saga, trazendo para a televisão o eterno conflito entre Assassinos e Templários. A promessa é clara: uma mistura de história, drama, acção e reflexão moral — os pilares que transformaram Assassin’s Creed num fenómeno global.

Além das intrigas políticas e das conspirações que sempre acompanharam a franquia, a escolha da Roma Antiga abre portas a figuras históricas, conflitos sociais intensos e uma dinâmica de império em decadência que encaixa como uma luva no estilo narrativo da saga. Resta saber como a série irá equilibrar factos históricos com a mitologia própria do universo AC, mas o potencial é enorme.

Quanto à estreia, ainda não há data definida. A Netflix aponta para 2026 ou 2027, dependendo do ritmo das filmagens e da pós-produção — e, dada a dimensão esperada, é provável que este seja um dos projectos mais ambiciosos do serviço nos próximos anos.

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Para os fãs, a espera poderá ser longa, mas uma coisa é certa: parece que estamos prestes a testemunhar o renascimento televisivo da irmandade dos Assassinos, agora com toga, gládio e conspirações senatoriais à mistura.

O Filme de Terror Que Baralhou o Mundo — e Agora Está na Netflix

O Projeto Blair Witch regressa para assombrar uma nova geração, com a mesma força perturbadora que o tornou um fenómeno global.

Há filmes que assustam. Há filmes que perturbam. E depois há O Projeto Blair Witch, a pequena produção independente que, em 1999, virou o cinema de cabeça para baixo e redefiniu por completo o terror moderno. Com menos de 470 mil euros de orçamento, o filme arrecadou cerca de 230 milhões em todo o mundo — um feito tão improvável quanto a própria premissa que o tornou lendário. Agora, este marco do género já pode ser visto na Netflix, onde promete reencontrar velhos fãs e aterrorizar quem ainda não se aventurou na floresta de Maryland.

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A história, para muitos, tornou-se quase um mito contemporâneo: três estudantes de cinema partem para investigar a lenda da Bruxa de Blair e desaparecem sem deixar rasto. O que o público vê é apresentado como a filmagem recuperada dos seus últimos dias. Este conceito simples — mas incrivelmente eficaz — foi elevado por decisões artísticas que, mesmo passadas mais de duas décadas, continuam a surpreender: improvisação dos actores, câmaras baratas, estética crua e um realismo desconcertante. Nada parecia encenado… e muita gente acreditou que não era.

Mas o verdadeiro golpe de génio esteve no marketing. Em tempos em que a Internet ainda engatinhava, os produtores criaram um site que apresentava o desaparecimento dos protagonistas como um caso real, com fichas dos alegados estudantes, supostas provas retiradas do local e recortes de notícias inventadas. Os actores foram instruídos a desaparecer da vida pública — literalmente — alimentando a dúvida global. Resultado? Uma avalanche de especulação online e um fenómeno de passa a palavra que transformou um filme minúsculo num gigante absoluto.

Foi tão convincente que até enganou a mãe da actriz Heather Donahue, que recebeu cartas de pêsames de pessoas que acreditavam que a filha estava morta ou desaparecida. Neste ponto, já não era apenas cinema: era uma experiência colectiva de histeria mediática como nunca se tinha visto.

Não é exagero dizer que O Projeto Blair Witch abriu caminho para toda uma nova era do terror. O subgénero found footage, popularizado por esta obra, tornou-se um pilar do cinema dos anos seguintes e influenciou directamente sucessos como Atividade Paranormal. Jason Blum, fundador da Blumhouse, não hesitou em admitir: “Não teria existido um Atividade Paranormal se não existisse primeiro um Blair Witch.” E, em 2024, revelou que está em preparação uma nova sequela — prova de que o mito continua vivo.

A crítica mantém-se do lado do filme. No Rotten Tomatoes, ostenta uma sólida pontuação de 86% entre os críticos, consolidando o seu estatuto de clássico moderno. Agora, com a chegada à Netflix, prepara-se para conquistar — ou traumatizar — mais uma geração de espectadores.

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Se ainda não viu: boa sorte. Se vai rever: prepare-se, porque a floresta continua escura como sempre.

Tom Stoppard: Morre aos 88 anos o dramaturgo que reinventou a inteligência em palco

** Um génio teatral que fez da erudição um espectáculo — e da imaginação uma forma de ver o mundo**

Tom Stoppard, uma das vozes mais brilhantes, inventivas e influentes do teatro contemporâneo, morreu aos 88 anos, deixando para trás uma obra que, durante mais de meio século, iluminou palcos e ecrãs com uma combinação inimitável de humor, erudição e vertigem intelectual. Poucos escritores tiveram o privilégio de ver o seu apelido transformado em adjetivo — “stoppardiano” — consagrado no Oxford English Dictionary. Era a confirmação oficial do óbvio: Stoppard criou um género que só ele sabia executar.

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Desde que Rosencrantz and Guildenstern Are Dead explodiu no Fringe de Edimburgo em 1966, tornando-se rapidamente um fenómeno internacional, cada nova peça sua passou a ser tratada como um acontecimento. As suas histórias cruzavam filosofia com acrobacias, ciência com romantismo, política com poesia — sempre com uma leveza desconcertante e um sentido de humor que nunca diminuía a densidade das ideias.

Stoppard tinha o dom de brincar com o pensamento sério e de pensar com a leveza de quem está a brincar. Em Jumpersfazia dialogar metafísica e ginástica. Em Arcadia colocava lado a lado o século XIX, o caos matemático e o desejo humano. Em Rock ’n’ Roll ligava Cambridge aos Stones, passando pela Primavera de Praga. Era um mestre a explicar o mundo ao mesmo tempo que o desmontava.

Muito mais do que teatro: um gigante também do cinema

A sua obra ultrapassou o palco com enorme naturalidade. Stoppard escreveu e co-escreveu argumentos que hoje fazem parte da história do cinema, entre eles The Russia HouseBrazil de Terry Gilliam e, claro, o oscarizado Shakespeare in Love. Mas o alcance real da sua influência vai muito além dos créditos oficiais. Era o “cirurgião de confiança” dos grandes estúdios sempre que um blockbuster precisava de inteligência suplementar. Indiana Jones and the Last Crusade? Tem Stoppard. Revenge of the Sith? Tem Stoppard. Schindler’s List? Também ali passou a sua mão, chamado por Spielberg directamente do duche.

O escritor britânico era admirado, disputado e, acima de tudo, extremamente querido. O dramaturgo Simon Gray resumiu-o de forma exemplar: “Uma das proezas de Tom é ser tão invejável — o talento, o charme, o dinheiro, a sorte — sem que ninguém o inveje.” Era, de facto, difícil não gostar dele.

Uma vida que começou em fuga e renasceu no teatro

Nada no início da sua vida apontava para este destino extraordinário. Nascido Tomáš Straussler na Checoslováquia, fugiu em bebé com os pais do avanço nazi. A família refugiou-se primeiro em Singapura e, após a queda da cidade durante a guerra, Stoppard, a mãe e o irmão seguiram para a Índia. O pai ficou para trás como oficial médico e acabaria por morrer durante a ocupação japonesa. Anos depois, já em Inglaterra, a mãe casou com um major britânico, Kenneth Stoppard, que o adoptou e lhe deu o apelido que viria a tornar-se mundialmente famoso.

Stoppard abandonou a escola aos 17 anos para ser jornalista. O treino apurado de escrita, o faro narrativo e a rapidez mental que o caracterizariam nasceram nesta fase. As primeiras peças de rádio e televisão abriram caminho para a carreira teatral e, com o apoio de uma bolsa, exilou-se em Berlim para terminar a ideia que mudaria tudo: Rosencrantz and Guildenstern.

Da inteligência pura ao coração exposto

Durante anos, Stoppard foi descrito como um dramaturgo “intelectual”, por vezes até “demasiado cerebral”. Mas esta leitura perdeu força com The Real Thing (1982), obra pela qual muitos espectadores descobriram o Stoppard mais vulnerável: o que entendia o amor, a traição, a dúvida e a fragilidade humana tão profundamente como qualquer poeta. A peça marcou uma viragem — e cimentou o respeito total dos críticos.

Seguiram-se Arcadia (1993), muitas vezes citada pelo próprio como o seu trabalho mais perfeito, e The Invention of Love(1997), sobre o poeta A. E. Housman, aquela que dizia ser a sua preferida. Mesmo quando parecia excessivamente complexo, como em Hapgood, o tempo tratava de provar que Stoppard, mesmo quando parecia “demasiado”, estava sempre certo.

O retorno às raízes e o grande épico final

Politicamente independente, assumidamente liberal e sempre avesso a palavras de ordem, Stoppard nunca deixou de regressar à sua herança centro-europeia. As peças sobre dissidência política, sobre o peso do totalitarismo ou sobre as ambiguidades morais da Guerra Fria surgiam da curiosidade, mas também de uma ferida identitária.

Essa ferida abriu-se completamente em Leopoldstadt (2020), a obra monumental em que revisitou as suas raízes judaicas — descobertas tardiamente — para contar a história de uma família vienense esmagada pelos dois primeiros terços do século XX. Aos 80 anos, Stoppard escreveu uma das peças maiores da sua carreira.

Despedida de um criador raro

A morte de Tom Stoppard marca o fim de uma era para o teatro e para a escrita dramática. Poucos autores combinaram tão bem a inteligência feroz com a humanidade profunda, a comédia brilhante com a tragédia silenciosa, o questionamento filosófico com a pura alegria do espectáculo.

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Perdemos um escritor cuja mente parecia uma máquina de luz — sempre acesa, sempre em movimento. Ganhámos, no entanto, uma obra que continuará a desafiar, a inspirar e a deslumbrar durante muitas gerações.

“The Offence”: Quando Sean Connery Rasga o Mito e Desce ao Abismo da Violência Interior

Muito longe do charme letal de James Bond, Connery entrega aqui um dos desempenhos mais perturbadores da sua carreira — um mergulho brutal na mente de um polícia consumido por décadas de horror.

Há filmes que são difíceis de ver não por causa da violência explícita, mas pela violência emocional que transportam. The Offence (1973), realizado por Sidney Lumet, é um desses objectos raros: uma obra seca, dura e profundamente desconfortável que nos confronta com aquilo que resta de um homem depois de décadas a enfrentar o pior da humanidade. E é também, justiça seja feita, uma das interpretações mais devastadoras que Sean Connery alguma vez assinou.

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Longe da figura icónica de James Bond, Connery veste a pele de Detective Sergeant Johnson, um polícia britânico veterano que passou a carreira a lidar com homicídios, violações e agressões a crianças. O filme mostra-nos, sem pressa e sem filtros, como esse contacto constante com a escuridão corroeu cada centímetro da sua psique. Johnson não é o herói cansado do costume — é um homem em cacos, cuja humanidade se vai desfazendo à medida que a narrativa avança.

A história centra-se na detenção de Kenneth Baxter, interpretado por Ian Bannen, suspeito de uma série de ataques a meninas. Johnson conduz o interrogatório, mas o que acontece naquela sala está a léguas de um simples procedimento policial. É um duelo psicológico extenuante, mais próximo de um colapso emocional do que de qualquer busca convencional pela verdade. A culpa de Baxter, por mais que paire sobre a sala, torna-se secundária; o verdadeiro foco é aquilo que a confrontação revela sobre Johnson — as fissuras, os traumas, a raiva acumulada ao longo dos anos.

Lumet, mestre em transformar espaços fechados em campos de batalha emocionais, recorre a flashbacks fragmentados e a uma encenação claustrofóbica para desmontar a mente do protagonista. O filme lança a pergunta mais inquietante de todas: pode um homem passar tanto tempo a caçar monstros sem começar a parecer-se com eles? O resultado é um retrato profundamente humano e terrivelmente ambíguo, onde a linha entre perseguidor e perseguido, entre culpado e inocente, se dissolve quase por completo.

Connery, numa clara tentativa de se libertar da sombra de 007, entrega-se a uma interpretação crua, vulnerável e assustadora. Há nele uma violência silenciosa, um desespero por detrás dos olhos, uma sensação constante de que o homem que está ali já não reconhece quem foi antes de a escuridão o engolir. É um desempenho que rasga a aura de super-homem sofisticado e deixa exposta uma alma em queda livre.

Nos momentos finais de The Offence, não há revelações reconfortantes nem sentido de justiça restaurada. Há apenas a constatação de que, às vezes, o maior inimigo vive dentro do próprio protagonista. Lumet recusa soluções fáceis e oferece apenas a verdade nua e crua: alguns danos são irreparáveis.

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The Offence permanece, meio século depois, como um filme que não pede desculpa por ser incómodo. É austero, tenso, impiedoso — mas também extraordinariamente honesto. E a prestação de Sean Connery continua a ser um monumento à capacidade do actor de ir muito além dos papéis que o tornaram famoso, mergulhando numa escuridão que poucos estariam dispostos a explorar.

“Sleepless City” Conquista o Grande Prémio no Estreante Doha Film Festival — Uma Primeira Edição Marcada por Cinema Político, Olhar Global e Fortíssima Identidade Regional

O drama híbrido de Guillermo Galoe lidera uma edição inaugural que surpreendeu pela maturidade, ambição e compromisso com histórias urgentes vindas de vários cantos do mundo.

A primeira edição do Doha Film Festival encerrou com uma declaração clara ao panorama internacional: o Catar quer ser um novo centro de descoberta cinematográfica — e começou com o pé firmemente assente no acelerador. O grande vencedor foi Sleepless City, de Guillermo Galoe, um drama híbrido filmado ao longo de vários anos na vasta e esquecida Cañada Real, o maior bairro informal da Europa, situado nos arredores de Madrid. O filme, que mistura ficção e observação documental, foi distinguido unanimemente pelo júri liderado por Rithy Panh, que elogiou a forma sensível como retrata a vida de jovens apanhados entre a tradição e uma modernidade cada vez mais distante.

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O festival, dirigido por Fatma Hassan Alremaihi, assumiu desde o início a ambição de dar palco a “vozes ousadas e histórias que atravessam fronteiras”. Essa intenção viu-se no alinhamento e confirmou-se na lista de premiados, que viajou por Espanha, Líbia, Brasil, Palestina, Sudão e México, num mapa cinematográfico que privilegiou obras politizadas, íntimas e profundamente enraizadas nas suas comunidades.

Sleepless City acompanha Toni, um adolescente que vê o bairro onde cresceu ameaçado por demolições iminentes. Sem recorrer à dramatização artificial, Galoe segue os gestos quotidianos de uma família e de uma comunidade inteira, transformando essa simplicidade numa força narrativa poderosa. A distinção confirma o percurso do filme, que já tinha passado por Cannes, onde venceu o prémio SACD de argumento.

A competição documental distinguiu My Father and Qaddafi, de Jihan K., uma investigação profundamente pessoal sobre o desaparecimento do pai da realizadora, um diplomata líbio tornado dissidente e raptado no Cairo. A obra articula depoimentos e arquivos para reconstruir não só uma vida, mas a memória política de um país marcado pela ditadura e pelo silêncio forçado.

A programação internacional contou ainda com títulos que não passaram despercebidos aos jurados. The Reserve, de Pablo Pérez Lombardini, recebeu uma Menção Especial pelo retrato inquietante de um guarda florestal em território devastado. O prémio de Melhor Interpretação foi partilhado por Majd Eid e Nader Abd Alhay, protagonistas de Once Upon a Time in Gaza, filme vencedor da realização em Un Certain Regard e que recupera a Gaza de 2007 através do olhar de um estudante arrastado para um jogo perigoso entre um restaurador carismático e um polícia corrupto. Já With Hasan in Gaza, de Kamal Al Jafari, e Renoir, de Chie Hayakawa, dividiram o prémio de Melhor Contribuição Artística, ambos elogiados pela forma inovadora como utilizam arquivos e imaginação visual para reconfigurar realidades fragmentadas.

Na competição de curtas, presidida por Eddie Bertozzi, destacou-se Samba Infinito, de Leonardo Martinelli. O júri sublinhou a confiança do filme “no poder do cinema para curar feridas sociais e privadas”, seguindo um varredor de rua que encontra um inesperado momento de ligação durante o Carnaval. Primary Education, de Aria Sánchez e Marina Meira, conquistou a realização numa observação mordaz da dinâmica de poder entre crianças; Milica Janevski foi premiada por Upon Sunrise, onde interpreta uma mãe sérvia à beira do colapso; L’Mina e o jovem actor Ammar Ahmed, de Zizou, receberam menções especiais.

Um dos momentos mais comentados da semana foi a decisão do júri jovem — composto por espectadores entre os 16 e os 25 anos — que atribuiu o Ajyal Feature Award a The Voice of Hind Rajab. O filme reconstrói, com rigor e sensibilidade, o telefonema final de uma menina de seis anos presa sob fogo em Gaza, cruzando áudio real com reencenações que deixam uma marca difícil de dissipar. O prémio de curta deste júri foi para Sulaimani, de Vinnie Ann Bose, uma animação ambientada em Paris sobre duas mulheres do Kerala que encontram, na comida e na memória, uma forma de navegar a diáspora.

A secção Made in Qatar mostrou que o festival pretende crescer não só como anfitrião internacional, mas como incubadora local. Fahad the Furious, de Justin Kramer, venceu o prémio principal ao combinar drama familiar e humor num retrato de mal-entendidos dentro de uma casa tradicional. Rashid Al Sheeb foi distinguido pela sua interpretação no mesmo filme. Villa 187, de Eiman Mirghani, venceu a realização ao revisitar a história de uma família obrigada a abandonar a casa que moldou o seu passado. Project Aisha, um drama tenso sobre uma mãe que recorre a métodos fora da norma para cuidar da filha ferida, recebeu uma Menção Especial.

A escolha do público recaiu sobre Cotton Queen, da realizadora sudanesa Suzannah Mirghani — uma expansão do universo criado a partir do seu premiado Al-Sit. Filmado no Egipto por refugiados sudaneses após o início da guerra no Sudão, o filme acompanha a jovem Nafisa numa aldeia dividida entre tradição e modernidade, num retrato luminoso de identidade, futuro e reconstrução.

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Com 97 filmes de 62 países, a estreia do Doha Film Festival afirmou um rumo claro: dialogar com o mundo sem perder o foco na formação de uma voz artística própria. O evento mostrou ambição, consistência e um desejo real de se tornar plataforma para novas gerações de cineastas — tanto no Golfo como além dele. Uma primeira edição com fôlego de festival veterano, capaz de equilibrar política, memória, experimentação e emoção com uma confiança rara para um começo.

Jenna Ortega Lança Aviso Sobre a IA em Marrakech: “Abrimos a Caixa de Pandora — e Há Coisas Que um Computador Nunca Vai Conseguir Fazer”

Subtítulo: Na conferência de imprensa do festival, a actriz de Wednesday e Bong Joon Ho alertam para os riscos da inteligência artificial no cinema, enquanto Celine Song dispara um contundente “fuck AI” e Anya Taylor-Joy pede mais ouvido e menos gritaria.

O Festival de Cinema de Marrakech tornou-se, este fim-de-semana, palco de um dos debates mais quentes da actualidade: o impacto da inteligência artificial na criação artística. E foi Jenna Ortega, membro do júri e protagonista de Wednesday, quem tomou a dianteira na discussão, avisando que a evolução da IA pode ser “profundamente assustadora” para o cinema e para o mundo.

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Sentada ao lado do presidente do júri, Bong Joon Ho, Ortega não disfarçou o receio: “Quando olhamos para a história da humanidade, percebemos que temos tendência para ir sempre longe demais. É muito fácil ter medo — eu tenho — desta incerteza profunda.” Para a actriz, a introdução acelerada da IA na produção audiovisual parece mesmo um daqueles momentos irreversíveis: “Sinto que abrimos a Caixa de Pandora.”

Apesar disso, Ortega acredita que estas fases turbulentas podem despertar uma nova vitalidade entre artistas. “Tempos difíceis forçam-nos a falar mais, a agir mais e a proteger o que é nosso. Acredito e quero acreditar que estamos a caminhar para isso.” Mas sublinha um ponto essencial: a alma humana não se copia. “Há beleza na dificuldade e há beleza no erro. Um computador não consegue isso. Um computador não tem alma.”

Ortega acrescentou ainda uma provocação curiosa: deseja que a IA atinja um ponto de saturação tal que funcione como “comida de plástico para a mente”. Algo que o público consome até se sentir mal — e que só assim volte a apreciar o que é humano, imperfeito, real.

Bong Joon Ho concordou e ampliou a reflexão, dizendo que esta pode ser uma oportunidade inesperada: “É talvez a primeira vez que a humanidade se obriga a pensar seriamente sobre o que só os humanos conseguem fazer.” Depois, num piscar de olho ao público, rematou com humor: “Mas, pessoalmente, vou organizar um esquadrão militar cuja missão é destruir a IA em todo o mundo.”

A conferência não ficou por aqui. Celine Song, realizadora de Past Lives, deixou o comentário mais incisivo (e certamente o mais citado): “Para citar o Guillermo del Toro, que estará aqui em breve: fuck AI.” A cineasta afirmou que a tecnologia “está a colonizar o nosso modo de ver imagens e sons” e que representa uma ameaça directa à própria essência da criação artística. “Estamos aqui para defender a humanidade. A IA tenta infiltrar-se no que torna a vida bonita e difícil. E por isso digo, profunda e nada educadamente, fuck AI.”

Anya Taylor-Joy, também jurada, desviou a conversa para outro tema, mas com igual pertinência: a importância de ouvir. Questionada sobre o papel de avaliar colegas de profissão, a actriz refletiu sobre o ruído constante do mundo actual. “Vivemos numa era em que se valoriza quem grita mais alto. Esquecemo-nos de pensar criticamente. O silêncio, mesmo desconfortável, ensina-nos a ouvir. E neste momento, na arte e na vida, precisamos mais de escutar do que de gritar por cima dos outros.”

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O festival, que decorre até 6 de Dezembro, arrancou com a exibição de Dead Man’s Wire, de Gus Van Sant, e apresenta este ano uma competição oficial composta por 14 filmes de realizadores emergentes. Entre homenagens a Jodie Foster e Guillermo del Toro, conversas com Kleber Mendonça Filho, Bill Kramer e Laurence Fishburne, além de novas obras como A Private LifeFrankensteinHamnet ou Palestine 36, Marrakech reforça o seu papel como ponto de encontro global para discutir não só o cinema, mas também o futuro — e os perigos — da própria criação artística.

Guy Pearce em Nova Polémica: Actor Pede Desculpa Após Partilhar Conteúdos Antissemitas nas Redes Sociais

Entre a defesa pública da causa palestiniana e a disseminação involuntária de teorias conspirativas, o actor reconhece o erro, recua das redes sociais e enfrenta novo escrutínio da indústria.

Guy Pearce volta ao centro de uma tempestade mediática — e, mais uma vez, por algo que aconteceu fora dos ecrãs. O actor australiano, nomeado aos Óscares este ano por The Brutalist, pediu desculpa após partilhar conteúdos antissemitas e teorias conspirativas enquanto manifestava apoio à Palestina. As publicações, feitas em diferentes plataformas, incluíam material proveniente de figuras e grupos da extrema-direita, bem como afirmações comprovadamente falsas sobre a autoria de ataques terroristas e sobre a indústria pornográfica.

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Segundo o Jewish News, Pearce partilhou, entre outros exemplos, vídeos com Nick Fuentes — activista da supremacia branca — e conteúdos que atribuíam ataques como o 11 de Setembro ao governo israelita, além de alegações infundadas sobre proprietários judeus de empresas de pornografia. Noutras publicações, provenientes de contas com nomes como Corefitnessbynaz2, surgiam textos que misturavam críticas políticas a Israel com generalizações perigosas, insinuando ligações entre judeus, casinos de Las Vegas e corrupção.

Quando confrontado pelo Jewish News, Pearce reconheceu imediatamente o erro: “Foi-me chamado à atenção que, no meu apoio à Palestina, recompilei artigos e declarações que continham desinformação e falsidades. Estou profundamente arrependido. Partilhar conteúdo inexacto causa confusão e sofrimento; serei, daqui em diante, muito mais rigoroso na verificação de tudo o que divulgo.”

A resposta pública continuou no sábado, quando o actor anunciou que se afastaria temporariamente das redes sociais para evitar “mais danos, confusão ou feridas causadas inadvertidamente”. A decisão surge numa altura em que o escrutínio sobre figuras públicas é cada vez mais imediato — especialmente quando o debate sobre Israel e Palestina continua altamente polarizado.

Pearce tem sido vocal no seu apoio à causa palestiniana. No último ano, esse posicionamento tornou-se parte da sua imagem pública: no Festival de Cannes, usou um pin com a bandeira da Palestina — removido digitalmente de uma fotografia pela Vanity Fair France, acto que gerou indignação e levou o actor a acusar a publicação de tentar apagar sinais de solidariedade num momento de dor colectiva. Durante os Óscares de 2024, voltou a marcar posição com um pin representando uma pomba com a inscrição “Free Palestine”.

Apesar disso, a Campaign Against Antisemitism alerta para um padrão preocupante. Em comunicado, a organização admite que a desculpa é “um passo na direcção certa”, mas lembra que o actor tem “um histórico prolongado” de amplificar teorias antissemitas. Para o grupo, o que realmente importa agora é a mudança de comportamento — e como agentes, estúdios e parceiros comerciais interpretarão este momento. “A indústria estará atenta. É preciso avaliar se Guy Pearce demonstra, através de acções e não só de palavras, que é alguém com quem é responsável associar-se.”

Esta controvérsia não surge isolada. Em 2023, Pearce já tinha sido criticado por comentários nas redes sociais sobre a presença de actores trans em papéis trans. Na altura, também recuou, apagou as publicações e admitiu que tinha escolhido mal o espaço para discutir um tema sensível: “Não foi uma boa ideia levantar questões sobre identidade de género no casting através do Twitter. O meu objectivo era falar da definição de ‘actor’, mas vejo agora como isso soou insensível. Peço desculpa.”

Com a sucessão de episódios, a imagem pública de Pearce encontra-se numa zona delicada. Embora o actor tenha mostrado disponibilidade para admitir erros e corrigir rumo, a repetição de polémicas relacionadas com discursos sensíveis nas redes sociais levanta questões sobre responsabilidade e impacto — não só para a sua carreira, mas também para as causas que procura apoiar.

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Afastar-se temporariamente das plataformas digitais pode ser, para já, o gesto mais prudente. Resta saber se o tempo longe dos holofotes virtuais permitirá ao actor reconstruir a confiança do público e da indústria, num momento em que cada partilha, cada clique e cada frase escrita online carrega um peso que vai muito além de simples opinião pessoal.

Marrakech Abre as Portas ao Cinema Mundial: Bong Joon Ho, Jenna Ortega e Anya Taylor-Joy Dão o Arranque Oficial à 22.ª Edição do Festival

O realizador de Parasitas comanda um júri de luxo numa edição que celebra novos talentos, grandes homenagens e a consolidação de Marrakech como ponte entre continentes e palco estratégico na corrida aos Óscares.

O Festival Internacional de Cinema de Marrakech regressou em força para a sua 22.ª edição, inaugurado com uma noite que reuniu nomes maiores do cinema mundial e reafirmou o estatuto do certame como um ponto de encontro entre continentes, culturas e gerações de cineastas. Bong Joon Ho, que preside ao júri deste ano, foi recebido com uma ovação calorosa, acompanhado por Jenna Ortega, Anya Taylor-Joy e muitas outras figuras destacadas da indústria. A sessão de abertura incluiu a exibição de Dead Man’s Wire, o novo filme de Gus Van Sant, apresentado no palco pelo produtor Cassian Elwes.

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O vencedor do Óscar por Parasitas abriu oficialmente o festival evocando a sua própria juventude: “Aos 22 anos, devorava filmes com fome de estudante de cinema”, recordou. Ao olhar para Marrakech a celebrar igualmente os seus 22 anos de existência, Bong disse reconhecer “a mesma energia vibrante, cheia de paixão pelo cinema”. A comparação não poderia ser mais feliz: o festival, tal como ele próprio naquela idade, está num momento de maturidade efervescente, movido por impulso criativo e pelo desejo de descoberta.

Dead Man’s Wire, inspirado no caso real do criminoso Tony Kiritsis, chega ao festival depois da estreia em Veneza e colecciona elogios da crítica internacional, com destaque para a interpretação de Bill Skarsgård. O filme prepara-se para entrar em circuito comercial em Janeiro, mas em Marrakech foi sobretudo o elenco do júri que roubou atenções. Para além de Bong, a organização reuniu Jenna Ortega — actualmente um dos rostos mais reconhecidos da nova geração — Anya Taylor-Joy, Celine Song, Julia Ducournau, Karim Aïnouz, Hakim Belabbes e Payman Maadi. Uma equipa ecléctica e prestigiada, capaz de valorizar como poucos a selecção de 14 filmes de realizadores emergentes que competem este ano.

Na passadeira vermelha, Melita Toscan du Plantier, presidente do festival e figura central na sua arquitectura programática, sublinhou o impacto do painel de jurados para os novos talentos. Para muitos dos realizadores estreantes, saber que o seu primeiro ou segundo filme será visto por Bong Joon Ho, por vencedores de prémios internacionais ou por estrelas globais, é quase tão importante quanto a própria competição. E houve ainda espaço para confirmar a chegada de Jodie Foster, homenageada nesta edição e que visita Marrocos pela primeira vez.

Celine Song, realizadora de Past Lives e Materialists, confessou estar particularmente entusiasmada com esta vertente do festival — a capacidade de descobrir cinema sem o peso das expectativas. Para ela, Marrakech tem a mesma frescura de Sundance: um lugar onde se entra “sem contexto” e onde a surpresa é parte essencial da experiência.

Remi Bonhomme, director artístico, reforçou esse posicionamento híbrido: Marrakech vive entre a Europa e África, e isso permite-lhe ter uma programação simultaneamente cosmopolita e regional. Para além disso, o lugar estratégico no calendário — no final do ano — coloca o festival directamente no corredor da temporada de prémios. E não é coincidência que tantos países tenham inscrito os seus candidatos aos Óscares na secção dedicada ao cinema internacional, como HomeboundPalestine 36Calle MalagaThe President’s CakeA Poet e No Other Choice.

Bill Kramer, director executivo da Academia de Hollywood, esteve presente e deixou claro que a instituição pretende reforçar a sua presença no Norte de África e no Médio Oriente. Marrakech, disse, está a tornar-se “uma paragem incontornável no circuito dos Óscares”. É um elogio raro, mas merecido, para um festival que tem investido na expansão internacional sem perder o cuidado artesanal da curadoria.

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A cerimónia de abertura terminou com uma homenagem emotiva ao actor egípcio Hussein Fahmi, de 85 anos, que recebeu aplausos de pé enquanto revia cenas de alguns dos seus papéis mais marcantes. Depois, cumprimentou um a um os membros do júri, num momento de reverência entre gerações e geografias.

O festival decorre até 6 de Dezembro e promete encontros memoráveis com nomes como Jodie Foster, Guillermo del Toro, Laurence Fishburne, Kleber Mendonça Filho, Andrew Dominik e Jafar Panahi — uma edição que reafirma a vocação universalista de Marrakech e a sua crescente influência no mapa dos grandes festivais de cinema.

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De inventora do binge a mestre do esticamento narrativo — a plataforma que nos prometeu liberdade agora trata as séries como quem corta fiambre em fatias finíssimas.

Durante anos, a Netflix foi a nossa utopia pessoal. O lugar onde tudo estava, tudo acontecia e tudo era para ontem. Estávamos mal habituados — e sabíamos. Era o paraíso da abundância, o buffet audiovisual ilimitado onde podíamos engolir temporadas inteiras sem respirar, como quem acredita sinceramente que dormir é uma sugestão e não uma necessidade biológica. Desejavamos uma gripe só para termos a desculpa de mais umas horas à frente do televisor….

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Mas, algures no caminho, o gigante cresceu. E quando um gigante cresce… fica chato. A Netflix atingiu a idade adulta e começou a falar aquela língua pragmática e deprimente que nenhum de nós pediu para ouvir. De repente, a plataforma começou a justificar-se com termos como “direitos de distribuição temporários”, a suspirar que “o espaço de servidor custa dinheiro” e a recordar-nos, paternalista, que “não podemos ter tudo para sempre”.

É assim que percebemos que o Éden acabou. O que antes parecia sólido e eterno — filmes, séries, clássicos, pequenas jóias obscuras — começou a evaporar-se da plataforma como meias na máquina de lavar. Uma noite tens lá o teu conforto audiovisual; na manhã seguinte, puff — desapareceu sem aviso, sem despedida, sem um último abraço digital. E nós, já emocionalmente investidos, ficamos ali, a olhar para o ecrã, traídos e sem sequer ter para onde reclamar.

E os documentários? Ah, Netflix… aqui é que nos magoaste mesmo.

Foste tu que nos levaste a apaixonar-nos por documentários. Foste tu que transformaste espectadores adormecidos em detectives amadores, historiadores improvisados e especialistas ocasionais em vulcões às três da manhã. De repente, consumíamos investigações criminais como quem segue um whodunnit, debatíamos ciência como se tivéssemos background académico e mergulhávamos em biografias de celebridades que nem conhecíamos na véspera.

Os teus documentários tinham ritmo, tinham variedade, tinham propósito. História, ciência, true crime, fenómenos globais, celebridades — ensinaste-nos a ser cultos. Ou, pelo menos, a parecer cultos com uma confiança desproporcional. Aquele tipo de cultura que brilha em jantares, mesmo que venha toda embalada em autoplay.

E depois ofereceste-nos Resumindo, essa pérola educativa onde se explicava um tema complexo em poucos minutos, com clareza, estilo e humor. Uma mini-universidade portátil, perfeita para fingir que tínhamos acabado de fazer um curso intensivo durante o intervalo do jantar.

Mas a fase dourada passou. Agora, a moda é outra. A ciência já não vem em cápsulas; vem em bisnagas intermináveis. Em vez de documentários de uma hora, entregam-nos séries de cinco, seis ou oito episódios de cinquenta minutos, esticados como massa de pizza já cansada. O que antes se dizia com precisão, agora ocupa blocos inteiros de repetições, reconstituições dramáticas e entrevistas de parentes em quinto grau. É conteúdo estendido até ao limite do elástico… e, às vezes, até partir.

E depois… começou a saga das temporadas às fatias

Como se o desaparecimento de conteúdos e o esticamento dos documentários não bastassem, a Netflix descobriu um novo truque: partir temporadas como quem corta enchidos muito finos, quase transparentes. Não lhes chama novas temporadas para não quebrar o vínculo emocional com o espectador. Não. Agora são Volumes. Partes. Fragmentos. Tranches.

E nenhum caso é tão gritante como Stranger Things.

Primeiro dão-nos um pedaço. Depois outro — meses mais tarde. E o final? Só na passagem de ano, evidentemente, para garantir que a assinatura não vê pausas entre Dezembro e Janeiro.

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A plataforma que nos libertou da tirania do tempo televisivo é, ironicamente, a mesma que agora nos encurrala no calendário. Transformou o prazer imediato em ração controlada. A binge economy em binge sim… mas só quando eles quiserem.

A Surpresa que Ninguém Estava À Espera: “Guerreiras do K-Pop” Vai Ter Colecção da Vans – E Já Há Vídeo

A animação da Netflix prepara-se para invadir as ruas com ténis e roupa oficial da icónica marca de skate. Falta apenas uma coisa: a data de lançamento.

A fusão improvável entre o universo super-colorido de Guerreiras do K-Pop e a estética clássica da Vans tornou-se realidade. A marca norte-americana, conhecida pelos seus ténis intemporais e por um estilo ligado ao skate e à cultura urbana, revelou um vídeo nas suas redes sociais a anunciar uma colecção inteiramente inspirada na série de animação da Netflix. E, como seria de esperar, o anúncio rapidamente incendiou os fãs — tanto os aficionados do K-Pop como os seguidores da Vans que coleccionam edições especiais como quem caça cromos raros.

No curto vídeo partilhado online, a Vans deixa apenas um vislumbre do que aí vem: cores vibrantes, padrões que remetem directamente para as personagens e aquele toque irreverente que tem acompanhado a marca desde os anos 60. Nada de revelações completas, nada de previews detalhados — apenas o suficiente para deixar qualquer fã a morder o lábio à espera do próximo passo. É marketing? Claro. Mas marketing bem feito.

Para já, a verdade é que a informação ainda é escassa. Não existe, por enquanto, uma data oficial de lançamento desta colaboração. E é exatamente isso que está a gerar ainda mais expectativa. Em fóruns, redes sociais e páginas de fãs da Netflix, a pergunta repete-se: quando é que vamos poder pôr as mãos (e os pés) nesta colecção?

A relação entre marcas de moda e animações tem sido cada vez mais habitual, mas esta parceria em particular destaca-se por reunir duas comunidades altamente apaixonadas e activas. Guerreiras do K-Pop tem vindo a ganhar notoriedade dentro e fora da plataforma pela forma como mistura música, magia e empoderamento feminino com um estilo visual irresistível. A Vans, por sua vez, continua a manter viva a tradição das colaborações que fogem ao óbvio. Juntar estas duas forças faz todo o sentido — e a julgar pela reacção online, o sucesso parece praticamente garantido.

E há ainda espaço para especulação: será que vamos ver edições limitadas com design exclusivo de cada personagem? Quais os modelos escolhidos — Authentic, Sk8-Hi, Slip-On? Haverá mochilas e acessórios a condizer? A Netflix, como sempre, mantém-se discreta, mas a pressão dos fãs pode acabar por acelerar o anúncio oficial.

Até lá, resta-nos aguardar e manter o radar ligado. Assim que a Vans divulgar a data de lançamento ou mostrar a colecção completa, preparo um artigo mais aprofundado com todos os pormenores.

A Nova Obra-Chave de Matt Smith e Nick Cave Que Portugal Precisa de Ver — Mas Quando Chega?

“The Death of Bunny Munro” está a comover a crítica internacional com uma interpretação arrebatadora de Matt Smith e um mergulho brutal na masculinidade segundo Nick Cave. Agora, a grande questão: quando é que chega a Portugal?

Como fã devoto de Nick Cave — da música à escrita, passando pelo seu talento singular para retratar as sombras humanas — e admirador do trajecto cada vez mais impressionante de Matt Smith no cinema e na televisão, este novo projecto é daqueles que mexem connosco ainda antes de lhe tocarmos. The Death of Bunny Munro, adaptação do romance homónimo de Cave, está a ser descrito pela crítica lá fora como devastador, íntimo e absolutamente inesquecível.

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E, ao centro de tudo, Matt Smith. O antigo Doctor — e, segundo muitos críticos britânicos, o melhor da era moderna — volta a provar que é um actor muito mais diverso e ousado do que o público casual imagina. A crítica do The Guardian, que está a gerar grande discussão, chama-lhe “pitch-perfect”, um daqueles desempenhos que ficam colados à pele dias depois de o episódio terminar.

Um estudo brutal de masculinidade — com ternura no meio do caos

A minissérie de seis episódios, com durações a variar entre 30 e 50 minutos (ou seja, sem engonhanços, sem enchimentos e sem aquela sensação de que a história está a ser esticada), acompanha Bunny Munro: vendedor ambulante de cosméticos, mulherengo compulsivo e homem em colapso moral.

Após o suicídio da mulher, Bunny arrasta o filho de nove anos para uma viagem pela costa sul inglesa — uma espécie de “road movie” emocional onde tudo o que está por resolver explodirá inevitavelmente. O jovem Rafael Mathé, como Bunny Jr., está a ser amplamente elogiado como uma revelação “absolutamente devastadora”.

Lá fora, os críticos destacam a forma como Matt Smith encarna a violência latente, a vulnerabilidade e a herança tóxica de masculinidade passada de pai para filho. Nick Cave, no livro e agora nesta adaptação, disseca homens que confundem desejo com poder, e fuga com identidade. E fá-lo com aquela mistura de poesia soturna e crueldade emocional que só ele domina.

Onde está a série a ser exibida no estrangeiro?

  • Reino Unido: Sky Atlantic e plataforma Now
  • Austrália: Binge

A recepção tem sido extremamente positiva, com destaque repetido para a coragem formal da série, o equilíbrio entre ternura e brutalidade e a capacidade de Matt Smith para sustentar um personagem tão desagradável como tragicamente humano.

E em Portugal? Vai estrear cá? No streaming? Na televisão?

Neste momento, ainda não existe confirmação oficial de distribuição em Portugal. Nem a Sky, nem a HBO Max, nem a Prime Video, nem a Netflix anunciaram qualquer plano de aquisição.

No entanto, há alguns sinais que ajudam a prever o que pode acontecer:

A Sky Atlantic tem histórico de chegar a Portugal através da HBO Max.

Não é regra absoluta — mas vários títulos da Sky acabam por ser licenciados para a HBO Max, sobretudo minisséries britânicas de prestígio.

Probabilidade: Moderada/Alta.

A Now (UK) partilha conteúdos ocasionalmente com a SkyShowtime.

Ainda que menos frequente, já aconteceu. Como The Death of Bunny Munro é uma produção britânica forte com actor popular, não seria uma surpresa.

Probabilidade: Moderada.

3. A série pode ser adquirida por canais de cabo portugueses.

A RTP2, o TVCine e o NOS Studios têm histórico de comprar dramas britânicos prestigiados, sobretudo adaptações literárias.

Probabilidade: Moderada.

Neste momento, o cenário mais provável é que a HBO Max acabe por ser o destino português, possivelmente algures em 2026, caso a negociação avance.

A ausência de anúncio oficial sugere que as negociações ou ainda decorrem, ou aguardam desempenho internacional para fechar contratos de distribuição secundária.

Vale a pena ficar atento? Absolutamente

Com a crítica a declarar que The Death of Bunny Munro é “arrasadora”, “simplesmente brilhante” e “uma das melhores interpretações da carreira de Matt Smith”, estamos perante uma série com forte probabilidade de conquistar atenção significativa assim que aterrar no nosso mercado.

E para quem acompanha Nick Cave não apenas como músico mas como criador literário, esta adaptação parece captar exactamente aquilo que o torna tão único: a humanização do horrível, a poesia escondida no grotesco e o lado luminoso que insiste em sobreviver mesmo no meio do desespero.

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Assim que surgir qualquer confirmação sobre distribuição portuguesa — seja streaming ou televisão — posso preparar de imediato um artigo completo para o Clube de Cinema sobre a chegada da série a Portugal.

Maratona Predador no TVCine Action: Um Dia Inteiro de Caça, Ação e Adrenalina Pura

O TVCine Action inaugura dezembro com uma tradição que nunca falha: energia no máximo, criaturas aterradoras e protagonistas que enfrentam o impossível. No dia 1 de dezembro, o canal dedica uma maratona inteira à lendária saga Predador — uma das séries mais icónicas da ficção científica e do cinema de ação. É uma viagem completa pela evolução do monstruoso caçador extraterrestre que, desde 1987, continua a assombrar e a fascinar gerações.

Esta Maratona Predador é muito mais do que uma sucessão de filmes: é uma celebração da tensão, da sobrevivência e daquela sensação tão própria do género — a dúvida constante sobre quem é o verdadeiro predador e quem é a presa. A partir das 14h00, entre no espírito de resistência total no TVCine Action e também no TVCine+.

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Dos Clássicos aos Confrontos Intergalácticos

A maratona abre com o clássico absoluto Predador (1987), protagonizado por Arnold Schwarzenegger, que estabeleceu uma nova era no cinema de ação ao introduzir a criatura invisível, mortal e tecnologicamente avançada que se tornou um ícone pop. Logo de seguida, Predador 2 (1990) leva a ameaça extraterrestre para as ruas de Los Angeles, com Danny Glover a tentar sobreviver numa selva urbana tão caótica quanto perigosa.

Depois, o dia intensifica-se com Predadores (2010), onde um grupo de guerreiros humanos é levado para um planeta de caça, enfrentando versões ainda mais letais da criatura. A saga continua com O Predador (2018), que reinventa o conflito ao introduzir novas mutações, armamento avançado e níveis ainda mais altos de destruição.

Em seguida, O Predador: Primeira Presa (2022) leva-nos de volta às origens do mito, com uma história situada séculos antes dos filmes originais, num retrato surpreendentemente fresco e visualmente arrebatador. Para fechar com chave de ouro — ou com um rugido alienígena — a noite é marcada pelos duelos épicos de Alien Vs. Predador (2004) e Aliens Vs. Predador 2 (2007), confrontos intensos que juntam dois monstros lendários num festival de terror e adrenalina.

Um Feriado Passado em Modo Sobrevivência

Para quem vive intensamente o cinema de ação, não há melhor forma de passar o feriado do que numa maratona que atravessa décadas de realização, efeitos especiais, personagens icónicas e batalhas impossíveis. Esta programação especial é pensada tanto para os fãs de longa data como para quem está a descobrir o universo do Predador pela primeira vez.

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Horário Completo da Maratona – 1 de dezembro

  • 14:00 — Predador
  • 15:50 — Predador 2
  • 17:40 — Predadores
  • 19:30 — O Predador
  • 21:15 — O Predador: Primeira Presa
  • 22:55 — Alien Vs. Predador
  • 00:35 — Alien Vs. Predador 2

Prepare as pipocas, baixe as luzes e escolha o seu esconderijo preferido. A caça começa — e termina — no TVCine Action.