Médico que Forneceu Ketamina a Matthew Perry Condenado a Dois Anos e Meio de Prisão

A morte de Matthew Perry, em outubro de 2023, continua a gerar repercussões judiciais — e emocionais. O primeiro dos cinco arguidos ligados ao fornecimento ilegal de ketamina ao actor foi agora condenado. Trata-se do médico Salvador Plasencia, de 44 anos, que admitiu ter distribuído a substância ao actor nas semanas que antecederam a tragédia. A sentença: dois anos e meio de prisão, além de dois anos de liberdade condicional.

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A juíza Sherilyn Peace Garnett não poupou palavras durante a leitura da sentença, afirmando que Plasencia e os restantes envolvidos “ajudaram Perry a seguir caminho para aquele desfecho ao continuarem a alimentar a sua dependência”. O médico, em lágrimas, pediu desculpa à família do actor e reconheceu a gravidade da sua conduta, descrevendo-a como “o maior erro” da sua vida. “Eu devia tê-lo protegido”, disse, antes de ser levado da sala algemado, sob o pranto da própria mãe.

Segundo o processo, Perry estava a receber ketamina legalmente como tratamento para depressão, mas procurou obter mais doses de forma não supervisionada. Plasencia não forneceu a dose que causou a morte do actor, mas foi responsável por várias entregas anteriores, cobradas sob o argumento de que Perry estaria disposto a pagar “milhares em dinheiro vivo”, como revelam mensagens trocadas entre os envolvidos.

A família do actor — incluindo a mãe, Suzanne Perry, o padrasto Keith Morrison, o pai John e a meia-irmã Madeleine — marcou presença e apresentou declarações duríssimas. Suzanne descreveu os responsáveis como “chacais” e confrontou directamente Plasencia pela mensagem em que este chamou Perry de “moron”. “Não há nada de imbecil naquele homem,” afirmou, sob emoção. A família insistiu que o médico não cometeu “um erro isolado”, mas sim uma série de decisões conscientes que ignoravam o histórico público de dependência do actor, numa procura egoísta por lucro.

Outros quatro arguidos no caso — a traficante Jasveen Sangha (“Ketamine Queen”), o assistente de Perry, Kenneth Iwamasa, e os médicos Mark Chavez e Erik Fleming — aceitaram acordos de culpa e aguardam sentença nos próximos meses.

Matthew Perry lutou contra dependências ao longo de décadas, tendo falado abertamente sobre o assunto no livro Friends, Lovers and the Big Terrible Thing. A sua morte, aos 54 anos, deixou fãs e colegas devastados. Perry tornou-se um ícone mundial como Chandler Bing em Friends, série que protagonizou durante dez temporadas e que continua a ser vista diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo.

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No tribunal, Madeleine Morrison, meia-irmã do actor, resumiu a perda num frase simples, mas devastadora:

“O mundo chora o meu irmão. Ele era o amigo favorito de toda a gente.”

“Acorda, Defunto: Um Mistério Knives Out” Falha nas Bilheteiras — O Pior Arranque da Saga Antes da Estreia na Netflix

A Netflix volta a enfrentar um dilema já familiar: filmes concebidos para o streaming conseguem gerar entusiasmo real nas salas de cinema?

No caso de “Acorda, Defunto: Um Mistério Knives Out”, a resposta — pelo menos por agora — parece ser um sonoro não.

O terceiro capítulo da saga criada por Rian Johnson, protagonizada pelo detective Benoit Blanc, estreia no streaming a 12 de dezembro, mas recebeu antes uma exibição limitada nos Estados Unidos e noutros mercados. E os resultados ficaram muito aquém das expectativas: apenas 4 milhões de dólares nos primeiros cinco dias.

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Este número representa o pior desempenho inicial da trilogia, e coloca em evidência o desafio contínuo da Netflix em transformar o interesse online em receita de bilheteira.

Um contraste gritante com os filmes anteriores

Quando Knives Out estreou em 2019, arrecadou 313 milhões de dólares globalmente e gerou mais de 13 milhões nos primeiros cinco dias — um arranque forte que comprovou o apetite do público por mistérios modernos à moda de Agatha Christie.

O segundo filme, lançado já sob o acordo milionário da Netflix, obteve 15 milhões no mesmo período, mesmo com uma janela de exibição curta antes de chegar ao streaming.

Agora, com “Acorda, Defunto”, a quebra é evidente: menos de um terço dos números do segundo capítulo. A estratégia híbrida — limitar o lançamento nos cinemas enquanto se prepara o impacto principal no streaming — pode estar a perder eficácia, sobretudo porque o público sabe que a espera até à estreia digital é mínima.

Acordo com a Netflix: uma bênção ou um obstáculo?

O acordo que garantiu à Netflix os direitos do segundo e terceiro filmes trouxe prestígio para a plataforma e assegurou a continuidade da saga. Mas também levantou questões importantes.

Será que o público está disposto a pagar bilhete para ver algo que estará disponível em casa numa questão de dias?

E até que ponto a curta janela teatral afeta a percepção de exclusividade ou urgência?

No caso de Acorda, Defunto, a resposta parece clara. A expectativa existe — mas o incentivo para ir ao cinema, não.

E o que significa isto para o futuro de Benoit Blanc?

Rian Johnson continua a trabalhar dentro da fórmula que tornou Knives Out um sucesso crítico e comercial: humor afiado, sátira social, elenco de luxo e reviravoltas construídas ao detalhe. O fraco desempenho nas bilheteiras não reflecte necessariamente falta de interesse pelo filme, mas sim uma mudança na forma como o público interage com títulos associados directamente ao streaming.

A verdadeira prova será quando o filme estrear na Netflix, onde a saga tem um público global e devoto. É aí que Acorda, Defunto terá oportunidade de mostrar o seu valor — longe das comparações box office que já não fazem sentido no novo ecossistema da plataforma.

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Se Benoit Blanc perdeu nos cinemas, pode muito bem vencer nos salões de casa.

“Back to Black”: A Vida, a Dor e o Génio de Amy Winehouse Chegam ao TVCine

Há artistas cuja voz não pertence apenas ao seu tempo — pertence ao mundo. Amy Winehouse foi uma dessas figuras irrepetíveis, dona de uma expressão musical que misturava vulnerabilidade, irreverência e uma intensidade emocional impossível de imitar. Agora, a sua história volta a ganhar vida no biopic Back to Black, que o TVCine Top estreia a 7 de dezembro, às 21h15, numa sessão que promete emocionar fãs e curiosos.

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Realizado por Sam Taylor-Johnson, o filme traça a viagem completa da artista: dos primeiros anos em Camden, onde o talento desabrochava ao ritmo dos bares e das ruas londrinas, à tempestade global provocada pelo álbum que lhe deu nome e que moldou uma geração inteira. Back to Black não se limita a revisitar canções — reconstrói o percurso humano por detrás da lenda, expondo a ascensão meteórica, o brilho raro e as sombras profundas que acompanharam Amy Winehouse ao longo da vida.

O nascimento de uma estrela — e de uma ferida aberta

O filme segue Amy nos tempos em que era apenas uma jovem com uma voz inconfundível e uma determinação feroz. Em Londres, é retratada a ambição crua, o humor, o talento natural e aquela melancolia que, mesmo antes da fama, parecia já morar dentro dela. O lançamento de Back to Black transforma-a numa superestrela mundial e rende-lhe cinco Grammys, mas também marca o início de uma pressão que ninguém — muito menos alguém tão sensível — consegue suportar sem consequências.

A narrativa não foge aos episódios trágicos da sua vida: dependências, instabilidade emocional, exposição mediática feroz e a relação turbulenta com Blake Fielder-Civil. O filme retrata o contraste entre uma artista de génio e uma mulher profundamente vulnerável, esmagada por forças muito maiores do que ela.

Marisa Abela dá corpo e alma a Amy

No papel de Winehouse está Marisa Abela, cuja transformação física e emocional impressionou crítica e público, culminando numa nomeação para o BAFTA Rising Star Award. A actriz não tenta imitar Amy; tenta compreendê-la. E é essa abordagem — íntima, ferida, confessional — que dá força ao filme. A sua performance não reencena apenas uma carreira; tenta chegar ao coração de alguém cuja vida foi tragicamente curta, mas artisticamente fulgurante.

Uma homenagem moldada pela música

A banda sonora, assinada por Nick Cave e Warren Ellis, acrescenta profundidade emocional à história. O trabalho dos dois músicos, habituados a compor para narrativas sombrias e íntimas, encaixa na perfeição com o universo Winehouse. É música que amplifica feridas e memórias, que ressoa como cicatriz, que honra o legado sem o suavizar.

Uma história que continua a doer — e a encantar

Amy Winehouse morreu em 2011, aos 27 anos, deixando para trás um legado esmagador e uma ausência que continua a ser sentida. Back to Black assume plenamente essa dualidade: é uma celebração da sua arte e um luto pela sua perda. É um filme que procura compreender, mais do que justificar; recordar, mais do que reescrever.

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Para quem amou Amy, para quem apenas a descobriu depois, para quem reconhece no cinema um lugar onde vidas reais podem ser revisitadas com emoção e respeito, Back to Black é uma estreia obrigatória.

A não perder: domingo, 7 de dezembro, às 21h15, no TVCine Top e TVCine+.

Do YouTube a Hollywood: O Longa-Metragem de “Portrait of God” Une Dois Mestres do Horror

O que começou por ser uma curta perturbadora e minimalista ganhou corpo suficiente para chegar a Hollywood. O viral Dylan Clark conquistou milhões de espectadores com a sua curta-metragem Portrait of God. Agora, esse projecto vai ser transformado numa longa-metragem pela Universal Pictures — com a produção conjunta de dois titãs do terror contemporâneo: Jordan Peele e Sam Raimi. A colaboração marca a primeira vez que ambos assinam juntos um projecto, e isso já por si coloca o filme entre os lançamentos mais aguardados.

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Segundo os anúncios oficiais, Clark regressa como realizador, com argumento seu em parceira com o roteirista Joe Russo. A premissa central mantém-se: uma jovem religiosa, ao preparar uma apresentação sobre uma pintura misteriosa intitulada “Portrait of God”, vê a sua fé posta em causa quando a imagem parece revelar algo aterrador — uma presença que uns dizem ser Deus, mas que outros descrevem como algo sombrio. A curta versou sobre medo, dúvida e revelação; o filme quer escavar essas camadas e transformá-las num horror de estúdio com dimensão, textura e ambição.

A entrada de Peele e Raimi no projecto não é gratuita: cada um traz consigo uma tradição distinta do terror moderno. Peele, com o seu horror psicológico e social, já demonstrou com êxito como medos reais — raciais, existenciais, culturais — podem ser transformados em cinema de género com impacto profundo. Raimi, por sua vez, tem uma herança que atravessa décadas, do horror visceral de Evil Dead aos sustos mais elaborados de Drag Me to Hell. A junção dessas visões sugere que a adaptação não vai apostar em sustos fáceis ou clichés de terror, mas num horror espiritual, desconfortável, que confronta crenças, fé e a própria noção de divindade.

Esse potencial para redefinir o terror não surge por acaso. A curta original provou que é possível perturbar com muito pouco: quase toda a tensão provém da sugestão, da dúvida — do que pode ou não ser visto. A adaptação longa oferece a oportunidade de expandir esse desconforto: com tempo para desenvolver personagens, explorar simbolismos religiosos, mergulhar na psicologia da dúvida e trabalhar a ambiguidade entre a fé e o horror. É, nesse sentido, uma das propostas mais interessantes de resgate do horror espiritual — género que há muito parecia deixado ao abandono pelas grandes produções.

Contudo, transformar sete minutos de tensão concentrada num filme de uma hora e meia ou duas horas implica risco. A maior parte do impacto da curta vinha da economia de meios, da sugestão, da escuridão, do que não era mostrado. Reproduzir isso numa narrativa longa exige equilíbrio delicado: prolongar o horror sem diluir a sua força, expandir a história sem recorrer a exageros visuais, manter o mistério sem dar explicações fáceis. É um desafio grande — mas é precisamente este tipo de desafio que Peele e Raimi, trabalhando com o suporte da Universal, estão habilitados a enfrentar com inteligência e sensibilidade.

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Se tudo correr como o esperado, Portrait of God não será apenas mais um título de terror. Pode tornar-se num dos marcos do género nos próximos anos — um filme que devolve ao horror aquilo que o distingue: o medo do invisível, a ambivalência da fé, a culpa e o terror existencial. Numa época saturada de monstros visíveis e sustos baratos, este projecto pode trazer de volta a sombra mais antiga e poderosa de todas: a dúvida.

Jason Statham Regressa em “Shelter”: O Novo Thriller de Acção Que o Puxa de Volta ao Passado — e Para a Luta

Jason Statham está de volta ao grande ecrã e, como sempre, não vem em missão de paz. O primeiro trailer de “Shelter”, realizado por Ric Roman Waugh, mostra-nos um Statham em modo clássico: silencioso, ferido, isolado… e perigosíssimo quando provocado.

Depois do sucesso recente de A Working Man e The BeekeeperShelter promete ser a nova dose de acção muscular que já quase faz parte do ritual cinematográfico de Janeiro — e pelo que o trailer apresenta, não deverá desapontar os fãs de testaestorona.

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Depois do sucesso recente de A Working Man e The BeekeeperShelter promete ser a nova dose de acção muscular que já quase faz parte do ritual cinematográfico de Janeiro — e, pelo que o trailer revela, talvez a mais sólida desta fase tardia da carreira do actor.

Um homem isolado, um passado a arder e uma criança apanhada no fogo cruzado

A história começa numa ilha escocesa remota, onde o protagonista — um antigo assassino profissional — tenta desaparecer do mundo. Mas a paz termina quando resgata do mar uma jovem prestes a morrer numa tempestade.

Esse acto de humanidade desencadeia exactamente o contrário: uma cadeia de violência e perseguições que o força a sair do esconderijo.

A casa é atacada, o passado regressa a rugir, e o homem que tentava enterrar a própria história é obrigado a protegê-la — e, por extensão, a proteger a criança que entrou sem querer no seu caminho.

O trailer destaca uma relação improvável entre os dois: ela, vulnerável; ele, quase feral depois de anos de isolamento. O resultado é uma jornada brutal que atravessa a Escócia e desce ao submundo londrino, misturando road movie, thriller de vingança e drama de redenção.

Ric Roman Waugh volta à sua zona de conforto — e articula-a com mais maturidade

O realizador Ric Roman Waugh — antigo duplo e veterano do cinema de acção — parece determinado a fazer de Sheltero seu trabalho mais visceral desde Shot Caller. Tudo no trailer sugere essa intenção: os ambientes agrestes que reflectem a solidão do protagonista, a violência seca e sem artifícios que marca cada confronto, as perseguições filmadas com uma tensão quase tátil e uma mise-en-scène centrada no corpo, no peso dos gestos e na urgência emocional das decisões.

Waugh aposta de novo numa combinação que domina: heróis lacónicos, paisagens severas e um sentido de fatalidade que paira sobre cada combate. Mas aqui há algo mais contido, quase penitencial, como se o filme procurasse não apenas adrenalina, mas as rachaduras morais deixadas por décadas de violência.

Statham encaixa na perfeição. Surge menos “máquina” e mais humano — um homem habituado ao combate, mas cansado dele, cuja dureza esconde feridas que o trailer apenas deixa entrever.

Um elenco que adiciona textura emocional

Além de Statham, o filme conta com Naomi Ackie, uma das actrizes mais estimulantes da nova geração britânica, Bill Nighy, sempre exímio na subtileza, Tom Wu, presença habitual no cinema de acção, e a jovem Bodhi Rae Breathnach, que parece concentrar grande parte do coração da narrativa.

Ackie e Nighy, em particular, elevam o filme para além do mero exercício muscular. Há, no trailer, indícios de conflitos pessoais, ameaças políticas e sombras familiares que ampliam o campo emocional do protagonista.

Statham em renascimento cinematográfico

Não deixa de ser curioso que Shelter volte a apresentar Statham como o arquétipo que o tornou famoso — o assassino reformado, o homem de passado turbulento, o solitário que tenta desaparecer. Mas desta vez, o trailer devolve-lhe uma gravidade que muitos dos seus últimos filmes haviam diluído. Aqui, Statham parece trabalhar num registo mais introspectivo, com o corpo e o olhar a denunciarem uma velhice precoce emocional.

O trailer brinca até com pequenos pormenores: depois de dois filmes seguidos com boné, Statham troca-o por um gorro ocasional, como se até o figurino sublinhasse este regresso a algo mais despido, cru, quase penitente.

Um thriller que quer mais do que adrenalina

O eixo emocional de Shelter vive no dilema que acompanha o protagonista: é possível proteger alguém quando já não acreditas que mereces sobreviver? A narrativa parece explorar culpa, instinto, desgaste e redenção — temas clássicos do género, mas aqui tratados através do olhar cansado de um homem que já viu demasiado.

O trailer não promete apenas acção; promete feridas abertas e decisões impossíveis. E isso, na filmografia de Statham, costuma ser um bom presságio.

Janeiro de 2026 vai começar com sangue, vento escocês e Jason Statham em modo mítico

Shelter estreia a 30 de Janeiro de 2026 e tudo indica que será um dos títulos de acção mais comentados do arranque do ano. Tem atmosfera, tem músculo, tem melancolia e tem, acima de tudo, a estrela certa para habitar este tipo de história: Jason Statham, numa das suas interpretações mais sombrias dos últimos anos.

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Se o trailer é indicador do que aí vem, Shelter não é apenas mais um thriller; é uma versão mais humana, ferida e madura da própria lenda Statham.

“28 Anos Depois: O Templo dos Ossos ” — O Mundo de Danny Boyle Regressa Mais Sombrio do que Nunca no Novo Trailer Oficial

O universo iniciado com 28 Days Later e reinventado em 28 Weeks Later prepara-se para entrar numa nova era — mais brutal, mais psicológica e mais imprevisível — com “28 Years Later: The Bone Temple”, cujo segundo trailer oficial acaba de ser divulgado. A aguardada sequela promete expandir o legado criado por Danny Boyle e Alex Garland, mas também subvertê-lo, virando o próprio imaginário da saga do avesso.

Com realização de Nia DaCosta, uma escolha arrojada que indica uma reinvenção estética e temática, o filme chega aos cinemas a 16 de Janeiro de 2026.

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Infelizmente apenas encontramos o trailer em Inglês:

Um Mundo em Ruínas — e Uma Nova Ameaça que Redefine o Terror

O trailer sugere que não estamos perante apenas mais um capítulo sobre a propagação do vírus da raiva mutado, mas perante uma mudança profunda no comportamento dos infectados, assim como na psicologia dos sobreviventes. Se os primeiros filmes lidavam com o colapso imediato da sociedade, este parece abordar o que acontece décadas depois: o que resta de humanidade, de cultura, de fé — e de medo.

Num cenário de templos improvisados, cultos inquietantes e estruturas completamente reorganizadas pela violência, o filme promete mergulhar num mundo em que os infectados já não são meras forças irracionais, mas criaturas com novos padrões, novas reacções e talvez até novas intenções.

Ralph Fiennes numa Relação Chocante de Consequências Globais

Uma das revelações mais intrigantes é a presença de Ralph Fiennes como Dr. Kelson, cientista solitário que se vê envolvido numa relação completamente inesperada e perturbadora — uma dinâmica que, ao que tudo indica, terá repercussões capazes de alterar o destino do planeta.

O trailer não revela detalhes, mas a montagem e os diálogos insinuam ligações perigosas entre ciência, fanatismo e sobrevivência, situando Kelson no centro de uma crise ética que poderá ser tão devastadora quanto o próprio vírus.

Spike e o Pesadelo que Não Acaba

Outro núcleo dramático é protagonizado por Alfie Williams, que interpreta Spike, um sobrevivente que parece carregar a exaustão e o trauma das décadas de destruição. A sua rota cruza-se com Jimmy Crystal, interpretado por Jack O’Connell, e é precisamente aqui que o trailer sobe de tom: a tensão entre ambos é descrita como um pesadelo do qual Spike não consegue escapar.

DaCosta parece empenhada em explorar não apenas a violência física deste universo, mas também a psicológica — o terror emocional, o trauma acumulado, a desumanização e as alianças precárias que definem uma vida inteira vivida nos escombros.

Nia DaCosta Reinventa o Universo — e Promete Expandir a Mitologia

A escolha de Nia DaCosta como realizadora mostra que os produtores querem não apenas continuar a saga, mas dar-lhe um novo ponto de vista, baseado na tensão, na construção de personagem e na reinvenção do horror. Se Boyle e Garland criaram um mundo visceral e urgente, DaCosta promete uma expansão mais metafísica e ritualística — daí o sugestivo título “The Bone Temple”.

A realização parece querer explorar o impacto cultural e espiritual do colapso, passando de um terror puramente biológico para um terror social, psicológico e simbólico. É o tipo de abordagem que pode renovar completamente a franquia, mantendo a brutalidade característica, mas acrescentando novas camadas de mistério.

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Um Regresso Aterrador e Ambicioso

Pelo que o novo trailer revela, 28 Years Later: The Bone Temple não quer ser apenas uma continuação — quer ser uma reinterpretação. Um capítulo que leva a saga para um território mais complexo, mais denso e mais emocional.

Com Ralph Fiennes, Jack O’Connell e Alfie Williams num conjunto de interpretações intensas, e com Nia DaCosta a comandar este mundo devastado, a expectativa é clara: 2026 vai começar com um dos filmes de terror mais aguardados da década.

28 Anos Depois: O Templo dos Ossos estreia a 16 de Janeiro de 2026. O apocalipse, ao que parece, está longe de terminar.

James Cameron Soa o Alarme Sobre a IA no Cinema: “É Horrorizante. Criar um Actor do Nada É o Oposto da Arte”

James Cameron sempre foi associado ao avanço tecnológico no cinema — pioneiro nos efeitos digitais, visionário no motion capture e defensor da fusão entre técnica e emoção. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, o realizador de Avatar é também um dos mais firmes opositores à possibilidade de a Inteligência Artificial substituir actores humanos.

Numa entrevista recente ao programa Sunday Morning, da CBS, Cameron não podia ter sido mais claro: a ideia de a IA gerar actores e interpretações completas através de prompts de texto é, para ele, “horrorizante”.

“Não estamos a substituir actores — estamos a celebrá-los”

Cameron recordou que, ainda durante o desenvolvimento do primeiro Avatar em 2005, circulavam rumores em Hollywood de que ele estaria a criar tecnologia para eliminar actores de carne e osso. A ironia, segundo o próprio, é que o processo de captura de performance utilizado pela saga Avatar depende profundamente da presença humana:

“Quando se percebe realmente o que estamos a fazer, vê-se que é uma celebração do momento actor–realizador.”

Para Cameron, o motor emocional de qualquer filme continua a ser o trabalho do actor — mesmo quando este é traduzido para corpos digitais ou mundos impossíveis.

A fronteira que Cameron recusa atravessar

Mas se o motion capture ainda parte da expressividade humana, o mesmo já não pode ser dito da IA generativa. E é precisamente aí que Cameron traça um limite absolutíssimo:

“Agora, no outro extremo do espectro, tens a IA generativa, onde se pode inventar uma personagem. Inventar um actor. Criar uma interpretação do zero com um prompt de texto. Não. Isso é horrorizante para mim. É o oposto. É exactamente aquilo que não estamos a fazer.”

Para o realizador, esta tecnologia ameaça aquilo que considera o núcleo do cinema: presença humana, intenção emocional e a relação íntima entre actor e câmara.

O caso Tilly Norwood e a reacção violenta da indústria

A discussão reacendeu recentemente com a apresentação de Tilly Norwood, uma performer criada inteiramente por IA e apresentada no Zurich Summit pela comediante e produtora Eline Van der Velden.

O anúncio — acompanhado pela revelação de que várias agências já tinham demonstrado interesse em representar esta “actriz digital” — provocou uma onda de indignação entre profissionais do sector.

Em entrevista à Variety, Van der Velden defendeu que a presença da IA no cinema é inevitável e que a transição será gradual:

“Acho que será uma progressão lenta. Em breve veremos efeitos criados com IA, planos de estabelecimento, imagens de segunda unidade. Depois, avançaremos para um filme totalmente feito em IA.”

Mais polémica ainda foi a sua convicção de que o público poderá nem perceber a diferença:

“Se pagarem ou não por um filme feito em IA não dependerá da tecnologia, mas da narrativa.”

Um futuro em disputa: cinema feito por pessoas ou por prompts?

É neste ponto que a tensão se torna evidente. Cameron vê a IA como uma ameaça directa ao trabalho humano e à integridade artística da representação. Depressa se opõe à ideia de que um actor digital, criado matematicamente, possa substituir a vulnerabilidade e imprevisibilidade de um intérprete real.

Van der Velden, por outro lado, defende um futuro onde a IA se tornará mais uma ferramenta — e talvez, eventualmente, um criador autónomo de cinema.

O debate está longe de terminado. E, tal como Cameron avisa, a batalha não é apenas tecnológica: é filosófica, ética e profundamente emocional. O que é uma interpretação? O que é um actor? E o que acontece ao cinema quando o humano deixa de estar no centro da imagem?

Cameron puxa o travão — e o resto da indústria terá de escolher um caminho

Num momento em que Hollywood enfrenta desafios laborais, greves e incertezas, as palavras de James Cameron tornam-se um aviso poderoso. Ele, que construiu algumas das mais avançadas formas de filmar rostos humanos, recusa-se a aceitar um futuro onde esses rostos deixam de pertencer a pessoas reais.

O mundo avança para a IA. Mas, para Cameron, o cinema só avança com humanidade.

“Sentimental Value” Lidera Nomeações aos European Film Awards: A Nova Geografia do Cinema Europeu Está Aqui

Os European Film Awards chegaram à sua 38.ª edição com uma lista de nomeações que revela, mais do que tendências, um verdadeiro retrato do cinema europeu contemporâneo: múltiplo, multilingue, politicamente atento, esteticamente ousado e, acima de tudo, impossível de reduzir a fronteiras. Este ano, o destaque maior recai sobre “Sentimental Value”, de Joachim Trier, que lidera com cinco nomeações e confirma aquilo que muitos vinham pressentindo: a nova fase do cineasta norueguês — mais íntima, mais madura, mais ferida — está a atrair todas as atenções.

Logo a seguir surge “Sirāt”, o filme de Oliver Laxe que reafirma a presença cada vez mais forte das cinematografias ibéricas no panorama europeu, e dois títulos que têm sido presença constante nos debates críticos do ano: “Sound of Falling”, da alemã Mascha Schilinski, e “It Was Just an Accident”, de Jafar Panahi — o último um caso singular, vindo de um cineasta que continua a fazer filmes contra todas as circunstâncias políticas.

Os vencedores serão anunciados a 17 de Janeiro, em Berlim, naquela que será inevitavelmente uma das noites mais politizadas e comentadas do cinema europeu.

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O domínio de “Sentimental Value” e a afirmação das novas vozes

O filme de Joachim Trier, produzido numa aliança entre Noruega, França, Dinamarca, Alemanha e Suécia, surge como o grande favorito. Não apenas acumula nomeações nas categorias principais — Filme, Realizador, Actor, Atriz e Argumento — como representa um tipo de cinema europeu que tem conquistado espaço entre a crítica e o público: emocional, preciso, aberto às contradições da vida moderna.

Não é um acaso que Trier e o seu colaborador de longa data, Eskil Vogt, voltem a ser destacados pela escrita. Em “Sentimental Value”, tudo aponta para o mesmo rigor que os tornou figuras centrais da nova vaga escandinava: personagens frágeis, diálogos limados e um conflito interno que nunca cede ao sentimentalismo fácil, apesar do título sugerir o contrário.

Também Stellan Skarsgård e Renate Reinsve surgem como nomeados, reforçando o impacto internacional do elenco.

“Sirāt” e a força das cinematografias periféricas

Se “Sentimental Value” confirma a presença dos países nórdicos, “Sirāt” representa algo distinto: um cinema europeu que olha para as suas margens geográficas e espirituais. Realizado por Oliver Laxe, o filme — produzido entre Espanha e França, com a chancela criativa de Pedro e Agustín Almodóvar — reúne quatro nomeações, incluindo Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Actor para Sergi López.

Laxe continua a trabalhar num território que lhe é típico: paisagens amplas, espiritualidade intensa, figuras solitárias que se movem entre o real e o metafísico. A nomeação conjunta de Santiago Fillol e Laxe para Melhor Argumento é também um sinal da força literária deste projecto.

Jafar Panahi regressa através do cinema

Depois de anos de proibições e limitações impostas pelo regime iraniano, Jafar Panahi volta a ser nomeado pelos European Film Awards com “It Was Just an Accident”, uma coprodução entre França, Irão e Luxemburgo. O filme, uma ficção que toca no documental, está nomeado para Melhor Filme, Melhor Realização e Melhor Argumento.

A presença de Panahi nesta lista tem algo de político — não por condescendência, mas porque a sua obra insiste em existir apesar de todos os obstáculos. Os EFA têm, de resto, tradição em reconhecer artistas que desafiam estruturas de poder, e esta nomeação é mais uma peça dessa história.

“Sound of Falling” e o regresso ao intimismo alemão

Com três nomeações, “Sound of Falling”, de Mascha Schilinski, junta-se ao topo das preferências. O cinema alemão, tantas vezes associado ao rigor formal e à contenção emocional, volta aqui a explorar temas de perda, identidade e fragilidade. A presença de Schilinski nas categorias de Realização e Argumento confirma uma tendência clara: esta década está repleta de novas realizadoras que ocupam o centro do panorama europeu.

As restantes categorias: um continente a várias vozes

Embora o foco recaia inevitavelmente nos filmes mais nomeados, a lista completa revela a riqueza e amplitude do cinema europeu. Obras que transitam entre o documentário, a animação e a ficção encontram-se lado a lado, numa paisagem que resiste a classificações simples.

Para destacar apenas alguns universos presentes:

Entre os nomeados a Melhor Filme encontramos:

  • cinema de animação com forte componente autoral;
  • documentários transcontinentais sobre crise, memória e resistência;
  • ficções híbridas que cruzam géneros e desafiam estruturas narrativas.

Nas categorias de interpretação, sobressaem nomes consagrados como Mads Mikkelsen, Toni Servillo, Vicky Krieps e Leonie Benesch, ao lado de actores emergentes como Idan Weiss

Na secção de Documentário, surgem cineastas como Albert Serra e Andres Veiel, confirmando que o cinema europeu continua a explorar as fronteiras entre factos e imaginação com liberdade total.

E na Animação, a diversidade vai de produções francesas a coproduções bálticas, passando por uma sólida presença espanhola.

A categoria European Discovery – Prix FIPRESCI

Aqui encontramos algumas das vozes mais promissoras do continente, com filmes vindos da Eslovénia, Reino Unido, Turquia, Dinamarca e Polónia — uma selecção que antecipa quais serão, provavelmente, os nomes de que falaremos durante a próxima década.

A Europa continua a reinventar-se através do cinema

A lista de nomeações deste ano funciona como uma radiografia da vitalidade do cinema europeu: diversa, multiforme, politizada, aberta ao risco e, acima de tudo, profundamente humana.

Se “Sentimental Value”, “Sirāt”, “Sound of Falling” e “It Was Just an Accident” parecem liderar a corrida, o verdadeiro vencedor é o próprio continente — que, apesar dos seus conflitos, tensões e divergências, encontra no cinema um ponto de encontro, diálogo e memória.

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Dia 17 de Janeiro, em Berlim, saberemos quem leva as estatuetas para casa. Mas por agora, vale a pena celebrar aquilo que esta lista já representa: um continente que continua a pensar através da imagem, a sentir através da narrativa e a reinventar-se, filme após filme.

Grandes Estrelas Reúnem-se no Red Sea Film Festival: Um Palco Global Para o Cinema Contemporâneo

Red Sea Film Festival, que decorre até 13 de dezembro em Jeddah, voltou a afirmar-se como um dos espaços mais vibrantes do calendário cinematográfico mundial. A organização anunciou um conjunto impressionante de novas convidadas para o programa “In Conversation”, e o resultado é uma constelação de nomes que atravessa diferentes gerações, linguagens cinematográficas e geografias — uma síntese perfeita do que este festival procura ser: diverso, internacional e profundamente ancorado no diálogo sobre o futuro do cinema.

Um painel que abrange Hollywood, Bollywood e muito mais

Este ano, o festival recebe figuras que não precisam de apresentações: Dakota Johnson, actualmente em destaque devido ao filme MaterialistsJessica Alba, actriz que há muito se tornou também referência empresarial; e Ana de Armas, cuja carreira tem oscilado de forma vertiginosa entre o thriller, o drama e o cinema de acção, sendo agora protagonista de Ballerina, o aguardado spin-off de John Wick.

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A estas juntam-se ainda Kirsten Dunst, nome incontornável do cinema norte-americano desde a adolescência, e Nina Dobrev, cuja popularidade global nasceu de The Vampire Diaries mas que tem explorado géneros muito além do fantástico. A lista cresce com Queen Latifah, actriz, produtora e símbolo de versatilidade, e com a presença vibrante de Kriti Sanon, uma das vozes mais reconhecíveis do actual cinema indiano.

O programa “In Conversation” do Red Sea não é apenas uma sequência de entrevistas públicas; é um espaço desenhado para abrir portas ao pensamento crítico, permitindo que o público escute directamente das artistas as motivações, os desafios e as histórias que moldam as suas carreiras. É um encontro que favorece não o glamour superficial, mas a partilha de processos criativos, dúvidas, descobertas e, sobretudo, perspectivas sobre o que significa fazer cinema hoje.

Um festival em ascensão que atrai talento de peso

O alinhamento desta edição não se esgota nas convidadas recém-anunciadas. Nomes como Adrien BrodySean Baker e Kaouther Ben Hania também participam nas conversas do festival, reforçando a diversidade e o peso artístico do evento.

Os homenageados deste ano — Michael CaineSigourney WeaverJuliette BinocheRachid Bouchareb e Stanley Tong — mostram a ambição do festival em celebrar figuras cuja carreira ultrapassa fronteiras e define épocas cinematográficas inteiras.

É também de notar que Sean Baker, consagrado internacionalmente com Anora, assume o lugar de presidente do júri, num momento em que o seu cinema continua a provocar discussão crítica e a abrir portas para uma nova sensibilidade narrativa.

Uma programação que mistura espectáculo e descoberta

O programa International Spectacular oferece ao público filmes de grande expectativa: Couture, realizado por Angelina Jolie; The Wizard of the Kremlin, protagonizado por Jude Law e Paul Dano; e Desert Warrior, de Rupert Wyatt, com Ben Kingsley e Anthony Mackie.

Ao mesmo tempo, a competição oficial mantém o foco nos cinemas da Ásia, África e do mundo árabe, cumprindo a missão fundamental do festival: dar voz a obras e criadores que, muitas vezes, circulam à margem das estruturas tradicionais de distribuição mundial.

A sessão de abertura — Giant, de Rowan Athale — reforça esse equilíbrio, apresentando a história do lendário boxeur “Prince” Naseem Hamed, interpretado por Amir El-Masry, com Pierce Brosnan no papel do treinador. É um sinal claro de que o festival procura cruzar relevância local com interesse internacional.

Um encontro global que celebra a arte de contar histórias

O Red Sea Film Festival está rapidamente a transformar-se numa das plataformas mais relevantes para o cinema contemporâneo, e este ano confirma essa evolução. As conversas, os filmes e as figuras que passam por Jeddah revelam um evento que não vive apenas de nomes sonantes, mas de um verdadeiro compromisso com o cinema enquanto acto cultural, político e humano.

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De Dakota Johnson a Queen Latifah, de Angelina Jolie a Sean Baker, passando por vozes emergentes e veteranos lendários, esta edição promete ser mais do que um simples desfile de estrelas: é um ponto de encontro entre mundos, linguagens e visões que, quando postas lado a lado, ajudam a redefinir o cinema para o futuro.

Quem É o Actor Que Tarantino Diz Ser “Um Nada”? A Resposta Surpreende

Quentin Tarantino nunca teve medo de dizer exactamente o que pensa — e desta vez decidiu lançar gasolina directamente sobre um clássico moderno. Durante a sua participação no The Bret Easton Ellis Podcast, o realizador de Pulp Fictionelogiou There Will Be Blood… antes de afirmar que o filme só não é o melhor do século porque sofre de um “gigantesco problema”: Paul Dano.

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“Weak sauce”, “weak sister”, “limpest dick”: Tarantino não poupa nos adjetivos

Tarantino começou por classificar o épico petrolífero de Paul Thomas Anderson como o seu quinto filme preferido do século XXI, mas rapidamente disparou:

There Will Be Blood estaria em primeiro ou segundo lugar se não tivesse um enorme defeito — e esse defeito é o Paul Dano.”

Segundo o realizador, Dano simplesmente não consegue acompanhar Daniel Day-Lewis, cuja interpretação colossal transformou There Will Be Blood num marco cinematográfico.

“É suposto ser um ‘two-hander’, e é tão óbvio que não é. Ele é weak sauce, é uma weak sister. Outro actor teria brilhado no papel.”

E não ficou por aí:

“É o actor masculino mais fraco do SAG. O ‘limpest dick’ do mundo.”

Uma afirmação que deixou até Bret Easton Ellis a tentar moderar o estrago.

Tarantino sugere Austin Butler… que tinha 16 anos na altura

Tarantino foi ao ponto de afirmar que Austin Butler teria sido perfeito como Eli Sunday.

Pequeno detalhe: Butler tinha 16 anos quando There Will Be Blood estreou em 2007.

Além disso, só trabalharia com Tarantino doze anos depois, em Once Upon a Time in Hollywood.

Ellis tenta defender Dano — Tarantino dispara outra vez

Bret Easton Ellis tentou contextualizar que até um actor experiente teria dificuldade perante a imensidão de Daniel Day-Lewis:

“Há aspectos da performance de Day-Lewis que tornam impossível equilibrar o filme.”

Mas Tarantino não cedeu um milímetro:

“Então colocas ao lado dele o actor masculino mais fraco do SAG?”

E quando Ellis perguntou se alguma vez apreciou Dano num projecto:

“Não gosto dele. Não gosto dele, não gosto do Owen Wilson, não gosto do Matthew Lillard.”

Paul Dano: o currículo que desmente Tarantino

Apesar dos ataques, é difícil argumentar que Dano é um “não-entidade” no panorama cinematográfico desta era.

O actor trabalhou com alguns dos maiores realizadores vivos:

  • Steven Spielberg (The Fabelmans)
  • Steve McQueen (12 Years a Slave)
  • Bong Joon-ho (Okja)
  • Denis Villeneuve (Prisoners)
  • Spike Jonze (Where the Wild Things Are)
  • Ang Lee (Taking Woodstock)
  • Kelly Reichardt (Meek’s Cutoff)
  • Rian Johnson (Looper)

E contracenou com estrelas como Tom Cruise, Harrison Ford, Adam Sandler, Robert De Niro, Robert Pattinson, Michael Caine e Daniel Radcliffe.

Dano também não caiu do céu em There Will Be Blood:

Foi originalmente contratado para interpretar Paul Sunday, mas acabou por assumir também o papel de Eli Sunday duas semanas depois do início das filmagens, quando o actor Kel O’Neill abandonou o projecto.

Mesmo com essa transição abrupta, a interpretação foi amplamente elogiada e valeu-lhe uma nomeação ao BAFTA de Melhor Actor Secundário.

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A ironia final

There Will Be Blood perdeu o Óscar de Melhor Filme para No Country for Old Men — o mesmo ano em que Javier Bardem tirou a estatueta das mãos de Dano.

Ainda assim, o desempenho de Dano permanece um dos mais memoráveis da sua carreira… mesmo que Tarantino discorde ferozmente.

“Until Dawn”: O Pesadelo Que Nunca Acaba — O Novo Terror do TVCine Que Te Vai Prender à Noite Inteira

Quando achávamos que já tínhamos visto todas as variações possíveis de terror em cabanas isoladas na montanha, surge um novo pesadelo capaz de virar o género do avesso. “Until Dawn”, que estreia a 6 de dezembro às 21h30 no TVCine Top, parte de uma premissa familiar — amigos num retiro remoto, forças misteriosas à espreita — mas torce-a com uma crueldade quase matemática: ninguém morre apenas uma vez.

O grupo de jovens que protagoniza o filme está preso num loop temporal aterrador, condenado a reviver a mesma noite brutal vezes sem conta. Sempre que um deles cai às mãos das criaturas que os perseguem, tudo recomeça no ponto inicial — só que desta vez, todos se lembram perfeitamente do que aconteceu. Cada morte acrescenta medo, desespero e urgência. Cada nova tentativa aproxima-os um pouco mais da verdade… ou de um fim ainda pior.

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Um retiro que se transforma em purgatório

Numa casa isolada na montanha, envolta em neve e silêncio, uma força desconhecida começa a caçar o grupo sem piedade. O que inicialmente parece um ataque inexplicável depressa se revela um ciclo maligno que reinicia a noite sempre que alguém morre.

A dinâmica rapidamente extravasa o terror físico e entra no psicológico:

— Quem é o próximo?

— É possível quebrar o ciclo?

— O que é real e o que é manipulado por aquela força invisível?

À medida que as peças se alinham, surgem pistas sobre segredos antigos, traumas partilhados e uma ligação obscura entre os jovens, a montanha e as criaturas que os caçam. O nascer do sol transforma-se numa meta abstracta — quase metafísica — onde a sobrevivência exige não apenas correr, mas entender as regras do próprio pesadelo.

David F. Sandberg: um mestre do terror fecha-te dentro da noite

Realizado por David F. Sandberg, nome bem conhecido pelos fãs do género graças a Lights Out – Terror na Escuridão e Annabelle: A Criação do Mal, “Until Dawn” combina o que o cineasta faz melhor:

— terror atmosférico que se infiltra lentamente na narrativa,

— tensão psicológica crescente,

— e momentos de choque visual que deixam o espectador em permanente estado de alerta.

Sandberg parece aqui particularmente interessado no terror como mecanismo emocional, onde reviver a mesma noite brutal não é apenas um truque narrativo — é um processo de desgaste, de quebra identitária e de exposição absoluta do pânico humano.

Um elenco jovem preso numa experiência de terror puro

O filme conta com um conjunto de talentos em ascensão:

Ella Rubin, Michael Cimino, Odessa A’zion, Ji-Young Yoo e Belmont Cameli.

A juventude do elenco ajuda a intensificar a sensação de vulnerabilidade — são personagens ainda a descobrir quem são, atiradas inesperadamente para uma espiral de terror onde cada decisão pode determinar não apenas o destino da noite, mas o de todos os ciclos seguintes.

O ambiente claustrofóbico, reforçado por efeitos sonoros agressivos e visuais que oscilam entre o real e o sobrenatural, transforma “Until Dawn” numa experiência quase física para o espectador.

Uma noite, infinitas mortes — e a tentativa desesperada de ver o amanhecer

A estrutura em loop transforma o filme numa espécie de jogo mortal, onde cada repetição ensina algo novo, mas também aproxima o grupo do colapso emocional — e do terror absoluto. A cada novo ciclo, amizades vacilam, alianças nascem de forma forçada e a verdade esconde-se sob camadas de medo e superstição.

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“Until Dawn” promete ser um dos filmes de terror mais imersivos desta temporada televisiva, ideal para quem gosta de histórias que combinam tensão constante com uma mitologia intrigante.

A estreia acontece no sábado, 6 de dezembro, às 21h30, no TVCine Top e também no TVCine+.

AnimaPIX Celebra 10 Anos com Edição Especial no Pico — e as Ilhas Preparam-se para um Inverno Cheio de Cinema

Um festival que já faz parte da paisagem cultural açoriana

O mês de Dezembro traz novamente à ilha do Pico um dos eventos mais vibrantes do calendário cultural açoriano: a décima edição do AnimaPIX, o festival dedicado à animação que, ao longo de uma década, transformou a Biblioteca Auditório da Madalena num ponto de encontro privilegiado entre cineastas, artistas, curiosos e amantes do cinema animado.

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De 2 a 6 de Dezembro, a ilha mais alta de Portugal volta a ser palco de projecções, conversas, encontros e celebrações em torno da arte da animação — uma área em que os Açores têm vindo a afirmar nomes, talentos e produções cada vez mais relevantes.

Uma conversa imperdível com figuras maiores da animação portuguesa

Um dos momentos mais aguardados desta edição acontece na sexta-feira, 5 de Dezembro, às 16h30, no emblemático Cella Bar: uma conversa aberta com o júri do festival, composto por dois nomes maiores da animação portuguesa, Abi Feijó e Regina Pessoa — esta última madrinha do festival e ilustradora do cartaz comemorativo dos dez anos do AnimaPIX.

Mas isto é apenas o início:

— Estarão também presentes os cinco vencedores do Prémio AnimaPIX 2021-2025, um verdadeiro “dream team” da animação nacional:

Alexandra Ramires, Alice Eça Guimarães, João Gonzalez, Laura Gonçalves e Maria Trigo Teixeira.

— Juntam-se ainda Cláudio Jordão e António Alves, que apresentam os seus projectos mais recentes no grande ecrã do festival.

— E como se isto não bastasse, participam ainda convidados especiais como Fernando Galrito (MONSTRA) e Elsa Cerqueira, vencedora do Global Teacher Prize.

O encontro promete uma tarde de troca de ideias, reflexão sobre o percurso da animação portuguesa e inspiração para novos criadores. Toda a programação pode ser acompanhada através da página oficial do festival:

👉 https://www.facebook.com/animapixfestival/

Depois da animação, chega o Montanha Pico Festival

Com o fim do AnimaPIX, os holofotes voltam-se para Janeiro, mês em que regressa o Montanha Pico Festival, que celebra em 2025 a sua 12.ª edição. O festival ocupa três ecrãs diferentes na ilha, num verdadeiro circuito cultural que homenageia o cinema de temática montanhosa, ao mesmo tempo que reserva espaço para a produção açoriana.

Uma das grandes novidades desta edição é a secção especial “O Melhor de Portugal 2024-2025”, composta por cinco longas-metragens seleccionadas por Terry Costa, director artístico do evento. A programação pode ser acompanhada aqui:

👉 https://www.facebook.com/MontanhaPicoFestival

A revista/programa oficial encontra-se igualmente disponível online:

👉 https://issuu.com/miratecarts/docs/revista_47_miratecarts

Planos para 2027: um novo encontro audiovisual açoriano

Terry Costa revela ainda que já está em preparação a 3.ª edição do Encontro Audiovisual Açoriano, que decorrerá de 8 a 10 de Janeiro de 2027. O destaque dessa edição será dedicado a “New Bedford — Além da Comunidade”, reforçando a ligação histórica e cultural entre os Açores e as comunidades emigrantes.

O triunfo de FIRST DATE: um marco para o cinema do Pico

Entre os motivos de celebração, destaca-se também a vitória do filme FIRST DATE, de Luís Filipe Borges, que recebeu no passado sábado o prémio de Melhor Curta Açoriana no festival Curta Açores — Ribeira Grande.

A obra, vencedora do Prémio Curta Pico MiratecArts, já percorreu mais de 40 festivais em 15 países, arrecadando 18 prémios. É a primeira ficção produzida pela equipa, depois de três documentários, e foi filmada inteiramente na ilha do Pico, tornando-se um verdadeiro cartão-de-visita da capacidade criativa açoriana.

Um ciclo de cinema que reforça a identidade cultural açoriana

Entre a celebração dos 10 anos do AnimaPIX, a chegada do Montanha Pico Festival, os projectos futuros e as vitórias recentes da produção local, fica claro que o Pico se afirma cada vez mais como um pólo criativo de referência. A aposta contínua na animação, no cinema montanhoso e no audiovisual regional reforça a imagem de uma ilha que vive a cultura de forma intensa, orgulhosa e profundamente comunitária.

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E, se depender da energia de Terry Costa e dos artistas que por aqui passam, o futuro promete ainda mais histórias contadas a partir do meio do Atlântico — com personalidade, ambição e uma identidade cinematográfica muito própria.

Críticos de Nova Iorque Elegem One Battle After Another Como Melhor Filme de 2025 — E Há Surpresas nas Categorias Principais

Um arranque forte na época de prémios

A temporada de prémios acabou de ganhar novo fôlego: a New York Film Critics Circle (NYFCC) anunciou os seus vencedores e o grande destaque vai para One Battle After Another, eleito Melhor Filme de 2025. A escolha reforça o estatuto crescente do filme, que já tinha conquistado atenção no circuito de festivais e que agora entra oficialmente na corrida ao Óscar com selo crítico de peso.

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A performance de Benicio del Toro, também distinguida com o prémio de Melhor Actor Secundário, ajudou a cimentar o filme no topo das preferências do painel nova-iorquino. Curiosamente, esta vitória chega apenas um dia depois de o filme vencer Melhor Filme nos Gotham Awards, revelando um raro alinhamento entre diferentes círculos de crítica.

Jafar Panahi e uma consagração inesperada

Na categoria de Melhor Realizador, a NYFCC voltou a repetir a sintonia com os Gotham Awards, atribuindo o prémio a Jafar Panahi por It Was Just an Accident. O cineasta iraniano, admirado mundialmente pela sua capacidade de criar sob condições adversas, reforça assim a sua posição como uma das vozes mais influentes do cinema contemporâneo.

O triunfo de Panahi confirma aquilo que muitos críticos têm dito desde o início do ano: estamos perante uma obra que combina autorismo puro com uma inesperada leveza narrativa, desafiando tanto expectativas políticas como estéticas.

Wagner Moura conquista Nova Iorque — duas vezes

Outro destaque evidente é o filme The Secret Agent, que arrecadou dois prémios:

— Melhor Actor, para Wagner Moura,

— Melhor Filme Internacional.

O actor brasileiro, que tem vindo a conquistar Hollywood de forma sustentada, recebe aqui um dos galardões mais prestigiados da crítica norte-americana. A distinção surge num momento de crescente reconhecimento internacional do seu trabalho, elevando ainda mais o perfil do filme.

Rose Byrne surpreende no prémio de Melhor Actriz

O prémio de Melhor Actriz foi para Rose Byrne, pela sua performance em If I Had Legs I’d Kick You — um título tão peculiar quanto ousado, que já está a gerar curiosidade no público cinéfilo. A vitória reafirma Byrne como uma intérprete versátil, capaz de brilhar tanto na comédia como no drama.

Argumento, animação e primeiras obras: um retrato diverso do cinema de 2025

O prémio de Melhor Argumento foi para Marty Supreme, realizado por Josh Safdie e protagonizado por Timothée Chalamet. A escrita do filme tem sido amplamente elogiada pela sua energia irreverente e pela forma inventiva como reinventa convenções dramáticas.

Em Animação, a vitória foi para KPop Demon Hunters, um filme que tem cativado audiências e críticos com a sua fusão de cultura pop, humor estilizado e acção sobrenatural.

A fotografia de Sinners arrecadou o galardão de Melhor Cinematografia, enquanto o prémio de Melhor Primeira Longa-Metragem foi para Eephus, um nome que deverá tornar-se presença regular nos festivais do próximo ano.

Documentário e prémios especiais

Na categoria de Melhor Filme de Não-Ficção, voltou a repetir-se o alinhamento com os Gotham Awards: o vencedor foi My Undesirable Friends: Part I – Last Air in Moscow, uma obra que tem sido descrita como profundamente humana e cinematograficamente arrojada.

A NYFCC atribuiu ainda prémios especiais à Screen Slate e ao Museum of the Moving Image, reconhecendo o impacto cultural e educativo de ambos.

Os prémios estudantis foram para London Xhudo (NYU) e Tan Zhiyuan (The New School), reforçando o compromisso do círculo com o futuro da crítica e da produção cinematográfica.

Uma tradição quase centenária

Fundado em 1935, o New York Film Critics Circle reúne anualmente alguns dos críticos mais respeitados dos Estados Unidos, representando jornais, revistas e publicações digitais de referência. A votação ocorre sempre em Dezembro, definindo um dos primeiros e mais influentes passos na temporada de prémios.

No ano passado, o grupo escolheu The Brutalist como Melhor Filme de 2024 — um título que, mais tarde, também conquistou espaço significativo nas nomeações da Academia.

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Um mapa claro para a corrida aos Óscares

Com a divulgação destes prémios, a NYFCC redesenha o cenário da temporada de prémios:

— One Battle After Another emerge como frontrunner;

— Jafar Panahi confirma o seu estatuto de favorito na realização;

— Wagner Moura e Rose Byrne ganham força nas categorias de interpretação;

— e o circuito de festivais prepara-se para um 2025 intensamente competitivo.

A cerimónia oficial de celebração está marcada para Janeiro, em Nova Iorque. Até lá, Hollywood terá muito para analisar — e ainda mais para especular.

O Futuro da Warner Bros. Está em Jogo: Três Gigantes Apresentam Propostas e Hollywood Prende a Respiração

Um momento decisivo para um dos pilares da indústria

A Warner Bros. Discovery encontra-se no centro de uma das maiores movimentações corporativas da história recente do entretenimento. Depois de meses de especulação, conversas de bastidores e reuniões intensas, chegaram finalmente as propostas de segunda ronda para a aquisição do grupo — e o que está em cima da mesa poderá redefinir a paisagem do cinema, da televisão e do streaming para a próxima década.

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As ofertas foram entregues na passada segunda-feira e três nomes gigantescos continuam firmes na corrida: ComcastParamount e Netflix. Cada um com estratégias diferentes, prioridades distintas e uma visão própria para o futuro da Warner, que inclui propriedades icónicas como DC ComicsHarry PotterFriends, HBO e o vastíssimo catálogo dos estúdios Warner Bros., actualmente revitalizados sob a liderança de Michael De Luca e Pamela Abdy.

Netflix e Paramount surpreendem com propostas em dinheiro vivo

Um dos desenvolvimentos mais surpreendentes desta nova ronda foi a decisão da Netflix: a empresa, inicialmente inclinada para um negócio apoiado sobretudo em acções, regressou com uma proposta quase all-cash, uma manobra financeira que demonstra o quanto está disposta a arriscar para colocar as mãos no estúdio responsável por alguns dos maiores blockbusters da história.

Mas quem mais chamou a atenção foi a Paramount, que apresenta uma oferta completamente em numerário. O estúdio assegurou financiamento através da Apollo e de fundos soberanos não identificados do Médio Oriente — um sinal claro de que está disposto a apostar tudo numa aquisição total da WBD. Caso vença, David Ellison e a RedBird continuarão a controlar a empresa, permitindo à Paramount integrar a Warner num conglomerado audiovisual de dimensão inédita.

A Comcast, por sua vez, mantém a estratégia inicial: adquirir os estúdios e o braço de streaming, mantendo distância da televisão linear, que enfrenta um declínio acentuado.

Dividir ou vender por inteiro? A decisão que pode mudar tudo

Antes mesmo destas ofertas, a Warner Bros. Discovery planeava dividir-se em dois segmentos:

— Um dedicado aos estúdios e ao streaming;

— Outro para a televisão linear tradicional.

A Paramount é a única interessada em comprar a totalidade do grupo. Tanto a Netflix como a Comcast querem apenas a primeira metade — e não pretendem absorver canais lineares, que perderam valor comercial e têm um peso regulatório considerável.

Esta é a questão central que a administração da WBD precisa de resolver: vende a empresa inteira — possivelmente à Paramount — ou divide-a, permitindo que múltiplos compradores agarrem pedaços diferentes da operação?

Os desafios regulatórios: o trunfo (ou não) de David Ellison

Há também considerações políticas importantes. A actual administração norte-americana tem sinalizado que Netflix e Comcast enfrentariam uma fiscalização regulatória mais dura. No entanto, David Ellison — recém-saído do acordo que consolidou o controlo sobre a Paramount — poderá ter uma passagem mais facilitada para fechar um novo negócio.

Fontes anónimas ligadas ao governo têm dado a entender isso mesmo, especialmente através de órgãos como a Fox Business ou o New York Post. Caso se confirme, pode tornar a oferta da Paramount não apenas mais competitiva, mas mais provável.

Os estúdios Warner: o que acontece a um pilar da indústria?

A Warner Bros. vive um dos seus períodos mais criativos e sólidos em anos. De Luca e Abdy revitalizaram o estúdio, trazendo diversidade de géneros, reforçando parcerias com realizadores e apostando no cinema como experiência colectiva — algo que a Netflix, historicamente focada no streaming, não tem priorizado.

Embora o serviço tenha garantido que manteria “estreias em sala” se adquirisse a Warner, permanece a grande questão: manter os lançamentos tradicionais ou adaptá-los ao modelo híbrido da plataforma?

Já a Comcast e a Paramount, ambas com ADN cinematográfico forte, poderiam integrar o estúdio nos seus catálogos sem reduzir significativamente o ritmo de produção — ainda que isso obrigasse a repensar calendários, equipas e orçamento.

O poder do desporto: um trunfo subvalorizado

Apesar de ter perdido os direitos da NBA, a WBD continua a deter acordos importantes: MLB, NHL, metade do March Madness (partilhado precisamente com a Paramount), Roland Garros e direitos de college football. Integrar esta carteira numa gigante como a NBCUniversal ou na própria Paramount poderia criar um colosso desportivo rivalizante com a ESPN.

No entanto, estes direitos estão amarrados ao segmento de televisão linear — e caso a empresa seja dividida, o destino destes activos torna-se altamente incerto.

E David Zaslav? A peça mais imprevisível do tabuleiro

O CEO da WBD, David Zaslav, tornou-se figura central neste processo. Conhecido pelo seu gosto pelo glamour, pelas festas em Beverly Hills e por cultivar relações com estrelas e magnatas, Zaslav não é conhecido por recuar facilmente. Há rumores de que a Paramount já lhe ofereceu um cargo de destaque num eventual novo conglomerado, e é provável que Comcast ou Netflix façam o mesmo.

A verdade é que ninguém sabe se Zaslav está disposto a largar o poder. E isso pode influenciar mais do que parece.

Um possível quarto concorrente? Nunca excluir surpresas

Apesar de apenas três propostas terem sido submetidas oficialmente, fontes internas acreditam que pode surgir um quarto candidato de última hora — possivelmente um fundo soberano do Médio Oriente com apoio de um gigante tecnológico ou japonês. Se há algo que Hollywood sabe bem, é que nada está decidido até estar assinado.

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Uma decisão que pode reconfigurar Hollywood

A Warner Bros. Discovery é um dos últimos grandes bastiões independentes da história do cinema norte-americano. O que acontecer nas próximas semanas poderá determinar não só o destino de estúdios lendários, mas o próprio equilíbrio de poder entre cinema, streaming e televisão.

Está tudo em aberto. E o mundo inteiro — fãs, profissionais e concorrentes — espera agora que a administração da WBD escolha o caminho que irá moldar Hollywood durante muitos anos.

As Primeiras Reacções a Avatar: Fire and Ash: James Cameron Regressa com um Espectáculo “Imaginável Só por Ele”

Um regresso colossesco a Pandora

Aconteceu finalmente: Avatar: Fire and Ash foi exibido a um grupo restrito de jornalistas, e as primeiras reacções não deixam margem para dúvidas — James Cameron volta a provar que, quando se fala em cinema-espectáculo, o trono continua solidamente seu. O terceiro capítulo da saga foi imediatamente descrito como um “espectáculo cinematográfico definitivo”, capaz de levar “os limites técnicos a terrenos que ninguém imaginava”.

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Courtney Howard, crítica de cinema, não poupou elogios, frisando que Cameron continua a dominar a arte do blockbuster como poucos:

“Três filmes depois, James Cameron ainda tem o condão. Continua a fazer do épico algo emocionalmente impactante. Brilhante, ousado e glorioso — é para isto que os cinemas foram criados.”

Sean Tajipour, igualmente impressionado, sublinhou que cada fotograma parece desafiar o possível:

“Cameron continua a ultrapassar fronteiras. Fire and Ash é ousado, envolvente, inesquecível e movido por pura ambição.”

Uma viagem, não apenas um filme

Perri Nemiroff, do Collider, destacou o que muitos críticos confirmam: a imersão é tão poderosa que o filme “parece uma viagem”. O regresso a Pandora acontece de forma quase instantânea, e a complexidade narrativa e técnica ganha novos patamares.

A jornalista notou ainda uma evolução significativa em vários aspectos de produção, incluindo a construção de mundo, os cenários e a forma como o filme integra emoção e acção num só movimento. Segundo ela, a magia do universo Avatarpermanece intacta — e, melhor ainda, mais rica.

Michael Lee foi mais crítico em relação ao enredo, que considerou menos robusto do que o impacto visual. Contudo, a avaliação geral mantém-se extremamente positiva:

“O espectáculo visual é gigantesco, especialmente em 3D. A expansão de Pandora e a introdução de novas tribos elevam o world-building. A história pode não ser perfeita, mas o filme ultrapassa fronteiras técnicas de formas inimagináveis.”

Novas ameaças, novas tribos, a mesma ambição de Cameron

Situado após os eventos de Avatar: The Way of Water, este novo capítulo acompanha a família Sully ainda em luto pela morte de Neteyam. É neste momento de vulnerabilidade que emerge uma nova ameaça: a tribo do Fogo, um grupo de Na’vi que habita zonas vulcânicas e é liderado pela vingativa Varang, interpretada por Oona Chaplin, que assim se estreia na franquia.

Ao elenco regressam Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver, Stephen Lang e Kate Winslet, reforçando a continuidade épica da narrativa. Cameron, fiel ao seu estilo, promete um capítulo emocional, visualmente impressionante e construído com uma escala que desafia as capacidades do cinema moderno.

O futuro de Avatar: tudo depende do público

James Cameron tem sido claro e pragmático: o futuro da franquia depende do desempenho de Fire and Ash nas bilheteiras. O realizador imaginou desde o início cinco filmes, e uma parte substancial de Avatar 4 já está filmada. Contudo, o projecto só avançará com força total se o terceiro capítulo conseguir conquistar novamente o público global.

Vale lembrar que Cameron tem motivos para confiar:

— Avatar é o filme mais lucrativo de sempre com 2,9 mil milhões de dólares;

— The Way of Water ocupa o terceiro lugar, com 2,3 mil milhões.

Mesmo assim, aos 71 anos, Cameron reconhece que o trabalho nos próximos filmes exigirá uma energia considerável:

“Se conseguir, faço. Não excluo nada. Estou saudável e pronto a avançar — mas tenho de ter vigor para mais seis ou sete anos disto.”

Cameron continua a ser Cameron — e isso diz tudo

As primeiras reacções a Avatar: Fire and Ash sugerem que os fãs vão encontrar tudo aquilo que esperam de James Cameron: ambição, escala, emoção, tecnologia de ponta e um domínio absoluto da grande imagem. Mesmo com algumas reservas sobre o enredo, o impacto visual e a imersão parecem ser tão extraordinários que a experiência global se impõe.

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A 18 de Dezembro, Pandora volta a abrir as portas. E, se as reacções iniciais forem indicadoras do que aí vem, Cameron pode muito bem estar a preparar-se para mais uma conquista histórica — técnica, artística e, quem sabe, financeira.

A Surpreendente Viragem no Debate: Afinal, Die Hard Não é um Filme de Natal? Diz o Público Britânico

Um velho debate, uma nova resposta

Poucas discussões cinematográficas têm resistido ao teste do tempo com a mesma teimosia que a questão: “Die Hard é ou não é um filme de Natal?”. Todos os anos, por esta altura, regressa como um fantasma teimoso que ninguém convidou, mas que acabamos sempre por deixar entrar. Este ano, porém, o Reino Unido decidiu bater com o martelo — e o resultado não é o que muitos fãs esperavam.

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Segundo um novo inquérito realizado pelo British Board of Film Classification (BBFC), a maioria dos britânicos considera que Die Hard não é um filme natalício. Sim, é oficial: John McClane pode salvar reféns, derrotar terroristas e sair de um arranha-céus em chamas… mas não conquistou o estatuto de clássico das festividades. Pelo menos, não para 44% dos inquiridos.

Ainda assim, a disputa continua renhida: 38% insistem que é um filme de Natal — provavelmente os mesmos que o revêem religiosamente todos os Dezembros com um misto de ironia, respeito e pura adrenalina cinematográfica. Os restantes 17% ainda estão a tentar decidir em que campo cair, o que prova que nenhuma estatística, por mais científica que pareça, é capaz de silenciar definitivamente este duelo cultural.

Home Alone reina, Die Hard divide

Se há algo em que os britânicos parecem concordar, é que Home Alone continua a ser o verdadeiro soberano da quadra. Nada de surpresas aqui: 20% escolheram o filme de Chris Columbus como o seu favorito natalício, um domínio confortável sobre concorrentes como Love Actually (9%), It’s a Wonderful Life (8%) e Elf (7%).

Quando questionados sobre o que realmente define um filme de Natal, os inquiridos apontaram em maioria para uma história comovente (33%). Depois disso, a prioridade é a adequação familiar (15%) e o humor (13%). Apenas 2% procuram abertamente um tear-jerker — o que significa que, se há lágrimas no Natal, que sejam de riso ou nostalgia, não de emoção trágica.

Com estes critérios, percebe-se melhor porque é que Die Hard luta tanto para entrar na prateleira dos clássicos natalícios: explosões, tiroteios e Bruce Willis descalço em condutas de ar não cumprem exactamente o que o público define como “calor festivo”.

Culkin reacende a polémica — e é vaiado por isso

O debate ganhou novo fôlego graças a Macaulay Culkin, que celebrou recentemente os 35 anos de Home Alone numa homenagem pública. Durante o evento, o actor — agora com 45 anos — decidiu arriscar e partilhar a sua própria opinião sobre o eterno dilema.

Die Hard não é um filme de Natal”, declarou. A resposta? Uma onda de vaias do público presente.

Fiel ao estilo Kevin McCallister, Culkin respondeu com humor:

“Se o mudassem para o Dia de São Patrício, era exactamente o mesmo filme.”

E, de facto, a lógica é difícil de contrariar: Die Hard usa a época como pano de fundo, mas a narrativa central não depende de forma crítica da quadra natalícia. Já Home Alone, por outro lado, perde metade da sua magia se a trocarem por outra data no calendário — não há árvore, não há viagens de férias, não há família numerosa em caos absoluto.

Nem os próprios criadores se entendem

Parte da diversão deste debate está no facto de nem a própria equipa do filme conseguir chegar a consenso.

— John McTiernan, o realizador, afirmou que nunca teve intenção de o fazer como filme de Natal, mas admitiu estar contente por o público o ter adoptado dessa forma.

— Bruce Willis, sempre fiel ao seu estilo lacónico, declarou em 2018:

Die Hard não é um filme de Natal, é um filme do Bruce Willis.”

Estas divergências internas só alimentam a discussão — e talvez ajudem a explicar porque é que a conversa nunca morre, mesmo quando surgem estudos que tentam pôr ordem na casa.

Ver filmes no cinema é tradição — mas não para todos

A sondagem do BBFC também revelou que 18% dos britânicos mantêm uma tradição anual de ir ao cinema durante o período natalício. Entre estes:

— 33% preferem ir antes da véspera,

— 20% guardam a ida para o Boxing Day.

Num país onde a meteorologia convida a actividades de interior, pode dizer-se que o grande ecrã continua a fazer parte das festividades — apesar de ser cada vez mais dividido com plataformas de streaming.

Conclusão: um empate eterno com sabor a Natal

Por muito que estas estatísticas tentem clarificar o assunto, é pouco provável que o debate acabe aqui. Die Hardcontinuará a ser, para uns, o filme de Natal perfeito precisamente porque não parece um filme de Natal. E para outros, continuará a ser um clássico de acção que, por mero acaso, se passa em Dezembro.

A verdade é que a magia do cinema é suficientemente flexível para acolher ambos os lados — e, no fundo, não há época melhor do que esta para reviver debates que nos fazem rir, discutir e revisitar filmes que nos acompanham há décadas.

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Se Die Hard é ou não é um filme natalício, talvez importe menos do que o simples facto de continuarmos a falar dele. E isso, por si só, é o verdadeiro espírito de Natal cinematográfico

Scarlett Johansson Reafirma Posição Sobre Woody Allen — e Reflecte Sobre Integridade, Maturidade e Consequências na Carreira

A actriz volta a comentar o apoio público ao realizador, mantendo a sua posição e analisando o impacto que essa escolha poderá ter tido no seu percurso em Hollywood.

Scarlett Johansson voltou a abordar um dos temas mais delicados da sua carreira: o apoio que manifestou a Woody Allen em 2019, quando afirmou que trabalharia com o realizador “a qualquer momento”. À luz das polémicas que marcaram a última década, e questionada pelo The Telegraph sobre se essas declarações prejudicaram a sua imagem ou oportunidades profissionais, a actriz respondeu com a mesma frontalidade — e com um olhar mais maduro sobre a importância da integridade pessoal.

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Johansson reconhece que não é possível prever com exactidão o impacto que uma posição pública pode ter. “É difícil saber… Nunca sabemos qual é exactamente o efeito dominó”, afirmou. Ainda assim, mantém que foi educada para defender aquilo em que acredita, mesmo quando isso implica enfrentar críticas. “A minha mãe sempre me encorajou a ser eu própria, a perceber que é importante ter integridade e defender o que acreditamos.”

O caso remonta às alegações feitas em 1992, quando Mia Farrow acusou Woody Allen de abusar da filha adoptiva, Dylan Farrow — acusações que Dylan voltou a relatar na década de 2010, especialmente durante o movimento #MeToo. Ao longo dos anos, vários actores que trabalharam com Allen expressaram arrependimento, enquanto outros continuam a defender o realizador. Allen nunca foi condenado em nenhum processo relacionado com as alegações.

Johansson, que colaborou com Allen em Match Point (2005), Scoop (2006) e Vicky Cristina Barcelona (2008), manteve ao longo dos anos a confiança na inocência do cineasta. Mas hoje admite que nem sempre é necessário intervir publicamente em todas as discussões. “É importante saber quando não é a nossa vez. Não digo para nos calarmos; digo que, às vezes, simplesmente não é o nosso momento. Compreendi isso melhor à medida que fui amadurecendo.”

Apesar da controvérsia, a actriz continua a ser uma das figuras mais influentes da indústria, não só pelo seu trabalho em cinema mas também pela forma como enfrenta problemas estruturais de Hollywood. Em 2021, protagonizou um caso mediático ao processar a Disney devido ao lançamento simultâneo de Black Widow em sala e na plataforma Disney+, que afectou o seu bónus de bilheteira. O litígio foi resolvido no mesmo ano.

Mais recentemente, enfrentou a OpenAI, depois de a empresa lançar uma assistente virtual cuja voz lhe parecia estranhamente familiar. Johansson revelou que havia sido convidada para dar voz à personagem — convite que recusou — e considerou perturbadora a semelhança com a sua interpretação em Her, de Spike Jonze, onde dava vida a uma inteligência artificial. A OpenAI suspendeu a utilização da voz e negou qualquer intenção de imitar a actriz.

Actualmente, Johansson mantém uma agenda preenchida: está associada a um novo capítulo do universo Jurassic World e a uma futura sequência de The Exorcist, continuando a navegar entre blockbusters, projectos pessoais e debates éticos que, inevitavelmente, moldam a sua presença pública.

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Se a controvérsia de Woody Allen deixará marcas no futuro, é impossível saber. Mas para Scarlett Johansson, a integridade permanece o guião principal.

Scarlett Johansson Recusa Pressões e Mantém Referência ao Holocausto no Seu Primeiro Filme como Realizadora

Eleanor the Great estreia a 12 de Dezembro no Reino Unido, após Johansson rejeitar alterar o núcleo moral e temático da narrativa.

Scarlett Johansson não podia ter escolhido um desafio pequeno para a sua estreia na realização. Eleanor the Great, o seu primeiro filme atrás das câmaras, aborda temas delicados — identidade, mentira, memória — e fá-lo através de uma personagem idosa que afirma ser sobrevivente do Holocausto, apesar de essa história ser uma invenção. Mas antes mesmo de começar a filmar, Johansson viu-se confrontada com pressões inesperadas para alterar profundamente esta premissa.

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Em entrevista ao The Telegraph, a actriz revelou que um dos financiadores do projecto tentou obrigá-la a retirar qualquer referência ao Holocausto, alegando desconforto com essa parte do guião. O pedido surgiu quando faltava apenas um mês para o início das filmagens, depois de longos meses de preparação, ensaios e construção narrativa já estarem concluídos. A exigência era explícita: manter o filme, mas eliminar o elemento central que lhe dá forma, gravidade e sentido moral.

“Adoramos o filme, Scarlett, mas não gostamos assim tanto da parte do Holocausto. A personagem pode mentir sobre outra coisa?”, terá dito o investidor. A realizadora não cedeu. Descrever esse pedido como incompreensível foi o mínimo; Johansson explicou que não estava perante uma questão logística ou financeira, mas sim uma tentativa de amputar a essência da obra. “Se não fosse sobre o Holocausto, sobre o que seria? Não deram alternativa. Apenas disseram que isto era um problema”, afirmou.

A recusa teve consequências: o financiador abandonou o projecto. Ainda assim, Eleanor the Great conseguiu manter-se de pé e chegará às salas britânicas a 12 de Dezembro, preservando intacto aquilo que Johansson definiu como “a pior mentira imaginável” — precisamente o que torna a narrativa tão desconfortável, mas também tão necessária. O filme explora o impacto devastador de uma mentira que cresce até se tornar incontrolável, reflectindo sobre culpa, identidade e as fronteiras éticas da memória colectiva.

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Para Johansson, este episódio revela até que ponto certas histórias continuam a suscitar tensões profundas — e porque é que não devem ser suavizadas quando o objectivo é confrontar o público com verdades difíceis. A estreia de Eleanor the Great, marcada por coragem criativa e resistência a pressões externas, promete fazer correr muita tinta e abrir debates sobre representação, responsabilidade histórica e liberdade artística.

A Solução Surpreendente para a Má Educação no Metro? Leve um Batman Consigo

Um estudo italiano garante: a simples presença do Cavaleiro das Trevas aumenta drasticamente a simpatia dos passageiros.

Parece uma ideia saída directamente de uma comédia sobre super-heróis: pôr um Batman no metro para melhorar o comportamento das pessoas. Mas foi precisamente isso que investigadores da Università Cattolica del Sacro Cuore, em Milão, decidiram testar — e os resultados são tão inesperados quanto hilariante.

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A experiência, publicada na revista npj Mental Health Research, analisou a forma como os passageiros reagiam quando uma mulher aparentemente grávida entrava na carruagem. No cenário normal, sem interferências, apenas cerca de 38% dos viajantes se levantavam para lhe oferecer o lugar. Não é um número bonito, mas é tristemente familiar para quem anda diariamente em transportes públicos.

Depois, os investigadores decidiram apimentar a rotina: na mesma situação, entra na carruagem um indivíduo silencioso… vestido de Batman, fato completo, sem explicações. De repente, como se Gotham tivesse chamado todos à ordem, a taxa de passageiros a ceder o lugar disparou para uns impressionantes 67%. Quase o dobro.

O professor Francesco Pagnini, responsável pelo estudo, explica que a presença do super-herói funciona como um choque suave ao piloto automático que marca o quotidiano urbano. Algo fora do normal obriga-nos a prestar mais atenção ao espaço, às pessoas e — neste caso — às necessidades de quem está ao nosso lado. É como se o simples facto de ver Batman activasse, subtilmente, um alarme interno de “portem-se bem”.

Curiosamente, a maioria dos que cederam o lugar nem reparou conscientemente na figura mascarada. O que indica que a influência terá actuado de forma subconsciente, como se o símbolo fosse tão forte que bastasse existir na periferia do olhar para mudar comportamentos.

As mulheres continuaram a ser as que mais ofereceram os seus lugares, mas a presença do Cavaleiro das Trevas aumentou a disponibilidade para ajudar em todos os grupos, sem discriminação. Segundo a equipa, o fenómeno não tem tanto a ver com Batman em si, mas com o poder dos estímulos inesperados — especialmente quando associados a símbolos culturais de moralidade.

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Em suma: não precisa de combater o crime, nem de dominar artes marciais, nem de ser milionário como Bruce Wayne. Para melhorar a educação no metro, basta aparecer vestido de Batman. Se dá calor? Dá. Se incomoda? Provavelmente. Mas, segundo a ciência, funciona.

O Ícone de “Velocidade Furiosa” Que Pode Ser Seu — O Lendário Mitsubishi Lancer Evolution Vai a Leilão

Um dos carros mais marcantes do filme 2 Fast 2 Furious chega ao mercado — e promete fazer acelerar o coração de coleccionadores.

A saga Velocidade Furiosa sempre soube falar a língua dos amantes de alta rotação: explosões, perseguições, nitro a rebentar e máquinas tão emblemáticas que se tornaram personagens por direito próprio. Entre esses ícones está o Mitsubishi Lancer Evolution VII conduzido em 2 Fast 2 Furious — e agora, graças a um leilão da Bonhams Cars, pode muito bem vir a encontrar uma nova garagem onde repousar… ou continuar a rugir.

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Este não é um simples carro desportivo. É um pedaço da história do cinema de acção, um símbolo de uma era em que os filmes de condução trepidante começaram verdadeiramente a conquistar audiências globais. O Lancer Evolution, já de si venerado pelos entusiastas, ganhou estatuto de culto depois de aparecer no grande ecrã ao lado de Paul Walker. E o exemplar agora em leilão é precisamente um dos utilizados durante as filmagens.

O Mitsubishi Lancer Evolution destaca-se pelas suas especificações técnicas que, ainda hoje, impressionam. Equipado com o célebre motor 2.0 turboalimentado 4G63, tração integral, caixa manual de cinco velocidades e cerca de 330 cavalos de potência, este Evo não foi apenas construído para as câmaras — foi construído para correr. Para os puristas, é o equilíbrio perfeito entre engenharia japonesa e adrenalina cinematográfica.

Mas este exemplar oferece algo que poucos carros de colecção conseguem igualar: autenticidade total. Inclui elementos instalados especificamente para acrobacias, mecanismos de segurança usados nas cenas de acção e suportes concebidos para a montagem de câmaras. É, literalmente, um veículo optimizado para o caos coreografado de Hollywood. E se isso não bastasse, o painel possui assinaturas de actores e membros da equipa técnica, acrescentando-lhe valor histórico e emocional.

No total, foram utilizados quatro Mitsubishi Lancer Evolution no filme, cada um com funções distintas, desde manobras mais agressivas até sequências de proximidade controlada. Esta divisão de tarefas permitiu ao filme criar algumas das cenas mais memoráveis da saga, com uma precisão que só vários carros afinados meticulosamente poderiam garantir.

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Quanto ao valor? Prepare-se. O Lancer Evolution de 2001 utilizado em 2 Fast 2 Furious pode atingir cerca de 291.200 dólares em leilão — um valor que reflecte tanto o fascínio cultural como o estatuto de relíquia que o modelo adquiriu ao longo dos anos. Não é apenas um carro: é um fragmento de nostalgia acelerada, uma peça de cinema que continua a fazer vibrar quem cresceu com a saga.

Se sempre sonhou ter um pedaço de Velocidade Furiosa na sua garagem, esta pode ser a sua oportunidade. E, sejamos sinceros: não é todos os dias que um ícone automobilístico do cinema decide mudar de dono