Após um período de afastamento voluntário da realização e atuação, Angelina Jolie retorna ao cinema com um papel desafiador e pessoal no filme biográfico “Maria”, onde interpreta a icónica soprano Maria Callas. O filme, dirigido por Pablo Larraín, será exibido nos prestigiados festivais de Veneza, Telluride e Nova Iorque, marcando um regresso significativo para Jolie, que passou anos focada principalmente em sua família.
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Na entrevista recente ao The Hollywood Reporter, Jolie abriu-se sobre o processo intenso e emocional de se preparar para o papel de Callas, descrevendo-o como uma “redescoberta pessoal”. Para incorporar a famosa soprano, Jolie dedicou mais de seis meses aprendendo a cantar, respirar e até mesmo andar como Callas. “Foi uma experiência muito intensa e emocionante”, disse Jolie. “Passei meses tendo aulas de canto e aprendendo italiano para poder me aproximar o máximo possível do que era necessário para retratar Callas com precisão.”
A atriz também falou sobre como este papel a ajudou a redescobrir a sua própria voz, tanto literal quanto metaforicamente. Durante a preparação para o filme, Jolie enfrentou dificuldades pessoais e emocionais que tornaram o processo de atuação ainda mais significativo. “Foi um desafio abrir minha voz novamente, emocional e fisicamente”, confessou. “Tive que sentir tudo de novo, respirar de novo e me abrir de uma maneira que não fazia há muito tempo. Foi uma experiência de libertação.”
Além de “Maria”, Angelina Jolie também apresentará “Without Blood”, um drama de guerra que ela escreveu e dirigiu, baseado no romance de Alessandro Baricco. O filme, que explora os impactos do conflito na vida das pessoas, especialmente crianças, é um retorno ao tema recorrente de Jolie sobre as cicatrizes emocionais deixadas pela guerra. “Sempre fui atraída por histórias de conflito porque é onde vejo o melhor e o pior da humanidade”, explicou Jolie. “Este filme é uma continuação dessa exploração, mas também uma reflexão sobre como esses traumas nos moldam e nos mudam.”
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Jolie, que é também uma ativista e mãe dedicada, compartilhou como foi difícil equilibrar sua vida pessoal com seu retorno ao cinema. Após seu divórcio público e conturbado de Brad Pitt, ela se concentrou em criar seus seis filhos, agora adolescentes e jovens adultos. “Eu precisava estar em casa mais com meus filhos, especialmente durante esse período difícil”, afirmou. “Mas agora que eles estão um pouco mais velhos e mais independentes, senti que era o momento certo para voltar a trabalhar.”
Filmando em locais icónicos como La Scala, em Milão, Jolie descreveu a experiência como “fora do corpo”. “Nunca cantei antes, e alguém na minha vida me disse que eu não sabia cantar”, revelou. “Foi um choque descobrir que eu era soprano. A experiência toda foi uma grande jornada de autodescoberta para mim.”
A preparação intensa e a dedicação de Jolie para o papel de Maria Callas refletem seu compromisso com sua arte e sua busca contínua por desafios que ressoam profundamente com suas experiências pessoais e profissionais. À medida que ela retorna ao cenário cinematográfico, tanto na frente quanto atrás das câmaras, Jolie reafirma sua posição como uma das figuras mais multifacetadas de Hollywood, trazendo à tona personagens que refletem suas próprias complexidades e traumas.
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