A máscara ainda não voltou aos becos, mas Scream 7 já está a gerar mais conversa nos bastidores do que muitos filmes depois de estrearem. Agora, uma nova revelação veio incendiar ainda mais o imaginário dos fãs: segundo Skeet Ulrich, estava originalmente previsto que Melissa Barrera evoluísse — ou melhor, caísse — até se tornar a próxima Ghostface ao longo de três filmes.
Sim, Sam Carpenter, a protagonista introduzida em Scream (2022) e herdando o legado de Sidney Prescott, tinha um destino muito mais sombrio do que alguma vez imaginámos.
Em entrevista à Entertainment Weekly, Ulrich — que regressou à saga como a projecção fantasmagórica de Billy Loomis, o Ghostface original de 1996 — contou que o estúdio lhe apresentou um plano de três filmes no qual Billy influenciaria, de forma crescente, a mente da sua filha. “Era uma narrativa pensada como uma curva lenta para a transformar em assassina”, revelou. Uma ideia ousada, quase inevitável dentro da lógica meta de Scream, e que teria revirado por completo as expectativas do público.
Mas esse arco narrativo morreu antes de nascer. “Obviamente, essas coisas não se concretizaram, dado o que aconteceu”, disse Ulrich, numa referência clara — ainda que diplomática — ao despedimento de Melissa Barrera.

A actriz foi afastada de Scream 7 após comentários públicos sobre a guerra Israel-Palestina, num gesto que gerou polémica internacional e reacções negativas dentro da própria indústria. Hayden Panettiere considerou a decisão “injusta e perturbadora”, e a saída de Barrera desencadeou um efeito dominó que atingiu em cheio a produção.
Em pouco tempo, a saga perdeu também os realizadores Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin (Scream de 2022 e Scream VI) e ainda o substituto inicialmente escolhido, Christopher Landon. Quem acabou por assumir o leme foi Kevin Williamson, argumentista e mentor da franquia desde o início.
A tudo isto somou-se outra baixa de peso: Jenna Ortega, que interpretava Tara Carpenter, também abandonou Scream 7, deixando a produção órfã de duas das suas figuras centrais.
A revelação de Ulrich dá agora uma nova dimensão às consequências dessa saída. Se Sam Carpenter estava destinada a seguir um caminho progressivo, de final girl a vilã, teríamos pela primeira vez uma protagonista transformada lentamente pela presença fantasmática de Ghostface — uma evolução que seria tão ousada quanto fiel ao ADN satírico e cruel da série. A saga, afinal, sempre foi sobre subverter regras, brincar com expectativas e virar códigos do género do avesso. E transformar a heroína em assassina seria um golpe de génio.
Mas Scream 7 é agora um filme reconstruído em plena tempestade, com novas direcções, novas dinâmicas e um futuro narrativo ainda por definir. Ulrich reforça que não está envolvido no próximo capítulo — mesmo tendo manifestado vontade de regressar — e garante que nada sabe sobre o rumo da história.
No entanto, a ideia de um arco de três filmes em que Sam sucumbia à influência maléfica do pai deixa um sabor agridoce: de um lado, a frustração de uma oportunidade perdida; do outro, a confirmação de que Scream continua a ser uma saga capaz de imaginar caminhos radicais e desconfortáveis.
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Com Kevin Williamson ao comando e uma produção marcada por mudanças profundas, Scream 7 promete ser um capítulo imprevisível — talvez por necessidade, talvez por tradição. O que é certo é que a máscara vai voltar. A grande questão, agora, é quem estará por trás dela.


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