A Disney anda numa relação complicada com os seus próprios clássicos. Depois de dar vida nova a O Rei Leão, Aladinoou A Pequena Sereia, chegou a vez de… cancelar os gatos. É oficial: a versão live-action de The Aristocats, que estaria a ser preparada por Ahmir “Questlove” Thompson, foi arrumada na gaveta.
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Sim, aqueles felinos parisienses que cantavam alegremente que “todo o mundo quer ser gato” afinal não vão miar de novo no grande ecrã. Ou, pelo menos, não tão cedo.
Questlove, conhecido pelo groove com os The Roots e pela sua veia cinéfila, parecia ser a escolha perfeita para reinventar a comédia felina de 1970 com música nova, ritmo urbano e um olhar fresco. Mas, segundo o próprio, as coisas começaram a emperrar com sucessivos adiamentos e “mudanças administrativas” dentro da Disney. À terceira vez que lhe disseram “espera mais um pouco”, o músico teve de aceitar a dura realidade: talvez o filme não fosse para ele.

Entretanto, a Disney vive um verdadeiro carrossel de emoções no que toca a remakes: Snow White anda envolvido em polémicas antes sequer de estrear, Tangled ficou em pausa, mas Lilo & Stitch surpreendeu tudo e todos ao tornar-se o primeiro sucesso bilionário de 2025 e já tem continuação em andamento. O que prova que, na casa do Rato Mickey, uns projetos nascem a cantar e outros morrem antes do primeiro miado.
No meio disto, fica a sensação de oportunidade perdida: The Aristocats sempre foi um dos clássicos mais musicais e divertidos da Disney, com personagens tão excêntricas que até pediam um novo arranjo no século XXI. Mas, pelos vistos, a aventura acabou mesmo em miado curto.
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Resta aos fãs voltarem ao original de 1970, onde a Duquesa, o malandro Thomas O’Malley e os gatinhos Marie, Toulouse e Berlioz continuam eternos, em Technicolor e com swing jazz. No fim de contas, talvez seja melhor assim: afinal, como dizia a canção, “ninguém pode viver sem os gatos” — mas a Disney pode perfeitamente viver sem o remake.



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