Hugh Grant, um dos rostos mais icónicos das comédias românticas, revelou recentemente que fazer rir não é tão divertido quanto parece. Numa entrevista à Variety, o ator britânico descreveu o processo de filmagem das comédias como “miserável”, refletindo sobre os desafios do género e a sua experiência com filmes que marcaram a cultura pop.
ver também: Tom Holland Troca a Máscara de Herói pelo Tribunal em “O Sócio”
Das Comédias Românticas aos Dramas: A Reinvenção de Hugh Grant
Desde Florence, Uma Diva Fora de Tom (2016), Hugh Grant tem-se afastado das comédias românticas que o tornaram famoso. Atualmente, está na temporada de prémios com Herege, um filme que pode levá-lo à sua primeira nomeação para os Óscares. No entanto, sempre que é entrevistado, o tema das suas antigas comédias vem à tona.
Afinal, Grant foi o protagonista de alguns dos maiores sucessos do género, incluindo Quatro Casamentos e um Funeral (1994), Notting Hill(1999), O Diário de Bridget Jones (2001), O Amor Acontece (2003) e Amor Sem Aviso (2002). Mas, ao contrário do que os fãs podem imaginar, a experiência de fazer esses filmes não foi tão encantadora quanto parece no ecrã.
“Não Existe Riso no Set”
Segundo Hugh Grant, filmar comédias pode ser uma experiência solitária e frustrante:
“Acho simplesmente que a ‘com’ [comédia] é difícil. Não sei sobre a ‘rom’ [romântica]. A ‘rom’ não é fácil – e é preciso ser sincera – mas a ‘com’ sem dúvida que é muito difícil.”
Explicando melhor, o ator revelou que o ambiente no set é muitas vezes desprovido de qualquer humor real:
“Provavelmente já esteve na rodagem de filmes de comédia e não existe riso. Está a fazer-se isto no vácuo e, se tiver muita sorte, poderá ouvir o fungar abafado de alguém sentado perto do monitor. Isso é ouro.”
Ou seja, ao contrário do que muitos podem pensar, a magia das comédias acontece na edição e na receção do público, mas dificilmente se reflete no ambiente de gravações.
As Comédias Românticas Mais Icónicas: O Que as Tornou Diferentes?
Grant também analisou as comédias românticas mais marcantes da sua carreira e identificou o que as fez funcionar tão bem. Sobre os filmes de Richard Curtis, como Quatro Casamentos e um Funeral e Notting Hill, afirmou que são histórias de dor emocional disfarçada de humor:
“A minha esposa, que é sueca e percebe bem de sofrimento, estava a ver O Amor Acontece e disse: ‘Estão todos a sofrer e o humor é uma forma de lidar com a dor’.”
Já os filmes do realizador Marc Lawrence, como Amor Sem Aviso e Música e Letra, funcionavam porque ele “realmente adora pessoas e há um carinho que acho encantador.”
Mas nem todas as comédias românticas tiveram essa autenticidade. Hugh Grant admitiu que alguns filmes do género são “montados por comité”, o que faz com que percam a sua alma e não funcionem tão bem.
O Fim das Comédias Românticas na Carreira de Grant
Apesar de ser um dos rostos mais famosos das comédias românticas, Hugh Grant não abandonou o género por escolha própria. Pelo contrário, ele sentia que já se estava a “esticar” para além do que devia, mas só deixou as comédias românticas quando sofreu um duro golpe em 2009 com o fracasso total de Ouviste Falar dos Morgans?, no qual contracenou com Sarah Jessica Parker.
“Foi incrível. Vai-se de herói a absolutamente zero no espaço de um segundo, mas tem sido muito divertido reconstruir lentamente a carreira e numa nova direção.”
A Reinvenção de Hugh Grant e a Possibilidade dos Óscares
Desde que se afastou das comédias românticas, Hugh Grant tem explorado personagens mais complexas e diversificadas. A sua interpretação em Herege já está a gerar burburinho na temporada de prémios e pode levá-lo à sua primeira nomeação aos Óscares.
Com uma carreira renovada e a escolha de papéis mais desafiantes, parece que Grant finalmente encontrou o equilíbrio entre talento e reconhecimento, longe das pressões de fazer rir.
Conclusão: Hugh Grant Nunca Mais Voltará às Comédias Românticas?
Embora não descarte completamente a possibilidade, Hugh Grant parece confortável na sua nova fase como ator dramático e satírico. O seu carisma continua intacto, mas agora é utilizado de formas inesperadas – seja como um vilão astuto (Paddington 2), um excêntrico vigarista (The Gentlemen) ou um inquisidor impiedoso (Herege).
ver também : Andrew Garfield e “Homem-Aranha 4”: Um Desmentido Que Ninguém Acredita
Se voltarmos a ver Hugh Grant numa comédia romântica, será certamente uma escolha muito bem pensada – e talvez menos “miserável”do que as anteriores.
No comment yet, add your voice below!