A Nova Obra-Chave de Matt Smith e Nick Cave Que Portugal Precisa de Ver — Mas Quando Chega?

“The Death of Bunny Munro” está a comover a crítica internacional com uma interpretação arrebatadora de Matt Smith e um mergulho brutal na masculinidade segundo Nick Cave. Agora, a grande questão: quando é que chega a Portugal?

Como fã devoto de Nick Cave — da música à escrita, passando pelo seu talento singular para retratar as sombras humanas — e admirador do trajecto cada vez mais impressionante de Matt Smith no cinema e na televisão, este novo projecto é daqueles que mexem connosco ainda antes de lhe tocarmos. The Death of Bunny Munro, adaptação do romance homónimo de Cave, está a ser descrito pela crítica lá fora como devastador, íntimo e absolutamente inesquecível.

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E, ao centro de tudo, Matt Smith. O antigo Doctor — e, segundo muitos críticos britânicos, o melhor da era moderna — volta a provar que é um actor muito mais diverso e ousado do que o público casual imagina. A crítica do The Guardian, que está a gerar grande discussão, chama-lhe “pitch-perfect”, um daqueles desempenhos que ficam colados à pele dias depois de o episódio terminar.

Um estudo brutal de masculinidade — com ternura no meio do caos

A minissérie de seis episódios, com durações a variar entre 30 e 50 minutos (ou seja, sem engonhanços, sem enchimentos e sem aquela sensação de que a história está a ser esticada), acompanha Bunny Munro: vendedor ambulante de cosméticos, mulherengo compulsivo e homem em colapso moral.

Após o suicídio da mulher, Bunny arrasta o filho de nove anos para uma viagem pela costa sul inglesa — uma espécie de “road movie” emocional onde tudo o que está por resolver explodirá inevitavelmente. O jovem Rafael Mathé, como Bunny Jr., está a ser amplamente elogiado como uma revelação “absolutamente devastadora”.

Lá fora, os críticos destacam a forma como Matt Smith encarna a violência latente, a vulnerabilidade e a herança tóxica de masculinidade passada de pai para filho. Nick Cave, no livro e agora nesta adaptação, disseca homens que confundem desejo com poder, e fuga com identidade. E fá-lo com aquela mistura de poesia soturna e crueldade emocional que só ele domina.

Onde está a série a ser exibida no estrangeiro?

  • Reino Unido: Sky Atlantic e plataforma Now
  • Austrália: Binge

A recepção tem sido extremamente positiva, com destaque repetido para a coragem formal da série, o equilíbrio entre ternura e brutalidade e a capacidade de Matt Smith para sustentar um personagem tão desagradável como tragicamente humano.

E em Portugal? Vai estrear cá? No streaming? Na televisão?

Neste momento, ainda não existe confirmação oficial de distribuição em Portugal. Nem a Sky, nem a HBO Max, nem a Prime Video, nem a Netflix anunciaram qualquer plano de aquisição.

No entanto, há alguns sinais que ajudam a prever o que pode acontecer:

A Sky Atlantic tem histórico de chegar a Portugal através da HBO Max.

Não é regra absoluta — mas vários títulos da Sky acabam por ser licenciados para a HBO Max, sobretudo minisséries britânicas de prestígio.

Probabilidade: Moderada/Alta.

A Now (UK) partilha conteúdos ocasionalmente com a SkyShowtime.

Ainda que menos frequente, já aconteceu. Como The Death of Bunny Munro é uma produção britânica forte com actor popular, não seria uma surpresa.

Probabilidade: Moderada.

3. A série pode ser adquirida por canais de cabo portugueses.

A RTP2, o TVCine e o NOS Studios têm histórico de comprar dramas britânicos prestigiados, sobretudo adaptações literárias.

Probabilidade: Moderada.

Neste momento, o cenário mais provável é que a HBO Max acabe por ser o destino português, possivelmente algures em 2026, caso a negociação avance.

A ausência de anúncio oficial sugere que as negociações ou ainda decorrem, ou aguardam desempenho internacional para fechar contratos de distribuição secundária.

Vale a pena ficar atento? Absolutamente

Com a crítica a declarar que The Death of Bunny Munro é “arrasadora”, “simplesmente brilhante” e “uma das melhores interpretações da carreira de Matt Smith”, estamos perante uma série com forte probabilidade de conquistar atenção significativa assim que aterrar no nosso mercado.

E para quem acompanha Nick Cave não apenas como músico mas como criador literário, esta adaptação parece captar exactamente aquilo que o torna tão único: a humanização do horrível, a poesia escondida no grotesco e o lado luminoso que insiste em sobreviver mesmo no meio do desespero.

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Assim que surgir qualquer confirmação sobre distribuição portuguesa — seja streaming ou televisão — posso preparar de imediato um artigo completo para o Clube de Cinema sobre a chegada da série a Portugal.

Maratona Predador no TVCine Action: Um Dia Inteiro de Caça, Ação e Adrenalina Pura

O TVCine Action inaugura dezembro com uma tradição que nunca falha: energia no máximo, criaturas aterradoras e protagonistas que enfrentam o impossível. No dia 1 de dezembro, o canal dedica uma maratona inteira à lendária saga Predador — uma das séries mais icónicas da ficção científica e do cinema de ação. É uma viagem completa pela evolução do monstruoso caçador extraterrestre que, desde 1987, continua a assombrar e a fascinar gerações.

Esta Maratona Predador é muito mais do que uma sucessão de filmes: é uma celebração da tensão, da sobrevivência e daquela sensação tão própria do género — a dúvida constante sobre quem é o verdadeiro predador e quem é a presa. A partir das 14h00, entre no espírito de resistência total no TVCine Action e também no TVCine+.

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Dos Clássicos aos Confrontos Intergalácticos

A maratona abre com o clássico absoluto Predador (1987), protagonizado por Arnold Schwarzenegger, que estabeleceu uma nova era no cinema de ação ao introduzir a criatura invisível, mortal e tecnologicamente avançada que se tornou um ícone pop. Logo de seguida, Predador 2 (1990) leva a ameaça extraterrestre para as ruas de Los Angeles, com Danny Glover a tentar sobreviver numa selva urbana tão caótica quanto perigosa.

Depois, o dia intensifica-se com Predadores (2010), onde um grupo de guerreiros humanos é levado para um planeta de caça, enfrentando versões ainda mais letais da criatura. A saga continua com O Predador (2018), que reinventa o conflito ao introduzir novas mutações, armamento avançado e níveis ainda mais altos de destruição.

Em seguida, O Predador: Primeira Presa (2022) leva-nos de volta às origens do mito, com uma história situada séculos antes dos filmes originais, num retrato surpreendentemente fresco e visualmente arrebatador. Para fechar com chave de ouro — ou com um rugido alienígena — a noite é marcada pelos duelos épicos de Alien Vs. Predador (2004) e Aliens Vs. Predador 2 (2007), confrontos intensos que juntam dois monstros lendários num festival de terror e adrenalina.

Um Feriado Passado em Modo Sobrevivência

Para quem vive intensamente o cinema de ação, não há melhor forma de passar o feriado do que numa maratona que atravessa décadas de realização, efeitos especiais, personagens icónicas e batalhas impossíveis. Esta programação especial é pensada tanto para os fãs de longa data como para quem está a descobrir o universo do Predador pela primeira vez.

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Horário Completo da Maratona – 1 de dezembro

  • 14:00 — Predador
  • 15:50 — Predador 2
  • 17:40 — Predadores
  • 19:30 — O Predador
  • 21:15 — O Predador: Primeira Presa
  • 22:55 — Alien Vs. Predador
  • 00:35 — Alien Vs. Predador 2

Prepare as pipocas, baixe as luzes e escolha o seu esconderijo preferido. A caça começa — e termina — no TVCine Action.

“O Professor de Inglês” chega esta semana a Portugal — e pode emocionar-te mais do que imaginas

Uma amizade improvável e inspiradora está prestes a chegar às salas de cinema portuguesas: o filme The Penguin Lessons — traduzido para português como O Professor de Inglês — estreia no próximo dia 4 de dezembro e traz consigo uma história real, comovente e cheia de esperança.  

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🐧 De professor desiludido a amigo improvável

A história centra-se em Tom Michell, um professor britânico que, nos anos 70, aceita leccionar numa escola para rapazes em Buenos Aires. Desiludido, indiferente e nada preparado para os desafios que encontra — turmas difíceis, ambiente de tensão política e uma sociedade em crise —, Tom pensa que vai passar por ali sem grande impacto. Mas tudo muda quando, numa viagem ao Uruguai, resgata um pinguim coberto de óleo, à beira da morte.  

Decidido a salvar o animal, Tom acaba por trazê-lo consigo para a escola, onde o pinguim — baptizado de Juan Salvador — começa, aos poucos e com gestos simples, a transformar a realidade de todos à sua volta. Estudantes que perdiam o interesse nas aulas voltam a prestar atenção, o corpo docente redescobre empatia e o próprio Tom reencontra sentido de vida. Numa Argentina mergulhada em caos e injustiças, surge uma lufada de humanidade através de olhares, peixes e barbatanas.  

Entre o drama político e o calor da esperança

O filme não evita o contexto histórico turbulento: 1976 era um dos períodos mais sombrios da Argentina, com uma ditadura militar a pairar e o medo a condicionar vidas. Esse pano de fundo dá peso à narrativa — a amizade entre homem e animal torna-se um acto de resistência, de coragem silenciosa e de humanidade partilhada.  

Mas longe de se tornar um drama sombrio, “O Professor de Inglês” encontra equilíbrio entre a brutalidade dos tempos e a ternura de um pinguim que, sem palavras, ensina o valor da compaixão, da amizade e da esperança. A presença deste pequeno ser no grande ecrã transforma-se num símbolo poderoso de resistência emocional e colectiva — algo que talvez seja mais necessário do que nunca.

Direção e elenco: mãos seguras e corações abertos

Sob a direcção de Peter Cattaneo — conhecido nome do cinema britânico — e com argumento adaptado do livro homónimo de Tom Michell, o filme conta com performances marcantes de Steve Coogan e Jonathan Pryce, entre outros. A interpretação, sobretudo de Coogan, equilibra o ceticismo inicial com uma transformação comovente, e transforma o pinguim Juan Salvador numa das personagens mais cativantes da tela.  

A forma como o filme mistura humor subtil, drama humano e contexto histórico revela uma abordagem sensível e madura — uma prova de que, por vezes, os filmes mais simples e humanos são os que mais tocam o coração.

Por que vale a pena ver “O Professor de Inglês”

Este filme não é uma fábula ingénua sobre animais fofinhos — é uma história de redenção, resiliência e solidariedade, ambientada num momento delicado da história da Argentina. E é também um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, gestos aparentemente pequenos podem redesenhar vidas.

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Se procuras um filme que combine emoção e reflexão, com personagens reais (mesmo que algumas delas tenham barbatanas), “O Professor de Inglês” parece feito à medida. Uma prova de que a empatia não tem fronteiras — nem espécies.

“Pequenos Clarões”: Pilar Palomero estreia em Portugal o seu novo drama sobre luto, memória e perdão

A realizadora espanhola Pilar Palomero, uma das vozes mais marcantes da nova geração de cineastas do país vizinho, traz a Portugal a sua nova longa-metragem, “Pequenos Clarões”, um drama intimista que mergulha nas dores invisíveis do luto e nos caminhos difíceis do perdão. Inspirado no conto “Un corazón demasiado grande”, da escritora Eider Rodríguez, o filme chega carregado de emoção e história pessoal.

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Embora não seja uma obra autobiográfica, Palomero confessa que o impulso criativo nasceu num momento profundamente íntimo: a morte do pai. O luto atravessou-a de forma silenciosa mas determinante, e isso sente-se na sensibilidade com que as personagens procuram reconstruir-se entre memórias, fragilidades e pequenas revelações — os “clarões” que iluminam a dor. Uma das cenas mais significativas inclui a leitura de um excerto de “Platero e Eu”, de Juan Ramón Jiménez, uma homenagem directa ao pai da realizadora e um dos pilares emocionais do filme.

As filmagens decorreram na Horta de Sant Joan, perto de Tarragona, terra ligada às raízes familiares de Palomero. O cenário rural, marcado por uma luminosidade austera e uma atmosfera de introspecção, torna-se parte essencial da narrativa, como se a paisagem dialogasse com o estado emocional das personagens.

Pilar Palomero não é desconhecida do grande público: conquistou reconhecimento imediato com a sua primeira longa-metragem, “Las Niñas”, que venceu quatro Prémios Goya, incluindo Melhor Filme, Melhor Realizadora Revelação e Melhor Argumento Original. A sua assinatura cinematográfica é marcada por uma atenção muito particular às emoções contidas, às relações familiares e à forma como crescemos — e mudamos — perante aquilo que perdemos.

“Pequenos Clarões” foi apresentado no LEFFEST, reforçando o prestígio do festival enquanto plataforma de exibição para novos autores do cinema europeu. A obra estabelece-se como uma carta aberta à família, à memória e à vida, numa combinação de delicadeza e verdade que tem definido o percurso da realizadora.

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O filme chega agora a Portugal com a promessa de tocar quem já viveu os silêncios do luto, quem procura reconciliação com o passado ou simplesmente quem aprecia cinema que ilumina a condição humana com autenticidade e profundidade.

“Santo António, o Casamenteiro de Lisboa”: termina a rodagem da comédia portuguesa que vai unir tradições, gargalhadas e… Disney+

Está fechado o último take: Santo António, o Casamenteiro de Lisboa, a nova comédia realizada por Ruben Alves, concluiu oficialmente a rodagem esta segunda-feira, em Lisboa. A notícia foi revelada pela agência Lusa e pelo diário espanhol La Razón, confirmando que o sucessor de A Gaiola Dourada já entrou na fase de pós-produção e promete ser um dos títulos nacionais mais comentados dos próximos anos — e não apenas pelo elenco de luxo.

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A produção, uma coprodução luso-espanhola da Bla Bla Media, mergulha numa questão que tem marcado várias cidades europeias: a luta entre a preservação das tradições e a ameaça de homogeneização causada pelas grandes multinacionais. Segundo Ruben Alves, a história usa o imaginário de Santo António — padroeiro dos apaixonados e símbolo inconfundível de Lisboa — para falar da identidade das cidades e do risco de se tornarem versões indistintas umas das outras.

Estufa Fria: o cenário da despedida

O último dia de filmagens decorreu na Estufa Fria, onde quase todo o elenco se reuniu para gravar duas cenas finais e protagonizar uma despedida carregada de emoção. Foi o encerramento simbólico de semanas de trabalho que passaram por vários pontos da capital, explorando o seu ambiente humano e as suas tradições populares.

Um elenco que junta Portugal e Espanha

A comédia conta com alguns dos nomes mais queridos do público português:

  • Rita Blanco,
  • Joaquim Monchique,
  • Maria Rueff,
  • Ana Bola,
  • Inês Aires Pereira,
  • Albano Jerónimo.

A este grupo junta-se ainda o actor espanhol Paco León, que interpreta um “betinho” madrileno que chega a Lisboa e enfrenta dificuldades de adaptação, até acabar integrado numa família portuguesa. A sua presença representa não apenas o tom humorístico do filme, mas também a ponte cultural entre os dois países ibéricos. Os responsáveis pela produção sublinham que projectos deste tipo podem abrir portas para novas colaborações transfronteiriças.

O argumento é assinado pelo espanhol Fernando Pérez, reforçando o carácter internacional da narrativa, que pretende celebrar aquilo que aproxima Portugal e Espanha sem perder de vista as particularidades culturais de cada lado.

A caminho das salas — e depois, Disney+

Santo António, o Casamenteiro de Lisboa tem estreia marcada para o verão de 2026 em Portugal, Espanha e França. Depois da passagem pelos cinemas, o filme fará história ao tornar-se a primeira longa-metragem portuguesa a chegar exclusivamente à plataforma Disney+, um marco significativo para o cinema nacional e um sinal de que as grandes plataformas começam a olhar com mais atenção para a produção portuguesa.

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A combinação entre tradição lisboeta, humor afiado e uma reflexão sobre o futuro das cidades europeias faz deste filme uma aposta que promete conquistar tanto o público nacional como internacional. E, com Ruben Alves ao leme, a expectativa só cresce: afinal, poucos realizadores conhecem tão bem o coração sentimental e multicultural de Lisboa.

Chloé Zhao Quer Eternals 2 — Mas Admite Que o Futuro dos Heróis Está Cada Vez Mais Incerto

Chloé Zhao continua a defender Eternals com a mesma convicção com que o realizou. Apesar da receção crítica pouco simpática e do desempenho comercial aquém das expectativas, a cineasta afirma que adoraria regressar para uma sequela. No entanto, reconhece que o futuro dos heróis está envolto em incerteza — especialmente agora que a Marvel Studios procura focar-se em apostas seguras, depois de vários projectos recentes terem falhado em conquistar o público.

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Em entrevista ao ScreenRant, Zhao reafirmou que acredita profundamente na visão que criou e na forma como os Eternals reinterpretam mitos antigos através da lente do cinema de super-heróis. “Este tipo de mito existe por uma razão, e estes filmes são uma versão moderna disso para mim. Por isso, adoraria trazê-los de volta e continuar a discutir o mundo em que vivemos. Tenho muito orgulho do filme.”

A realizadora revelou ainda qual seria o foco principal de um eventual Eternals 2: o Julgamento da Humanidade, prometido pelo Celestial Arishem no final do primeiro filme. Nas suas palavras, a sequela exploraria um “panteão de deuses a discutir a natureza da humanidade e, em última análise, o seu julgamento”. Zhao descreve o conceito como uma reflexão filosófica sobre empatia, bondade e o lugar da humanidade no cosmos — uma abordagem que a realizadora acredita que vale a pena aprofundar.

O peso do fracasso crítico

Apesar da ambição temática, Eternals ficou marcado por um dado pouco invejável: foi o primeiro filme da Marvel a receber classificação “Rotten” no Rotten Tomatoes, estatuto que agora partilha com Ant-Man and the Wasp: Quantumania e Captain America: Brave New World. O impacto deste fracasso fez-se sentir não apenas no estúdio, mas também no elenco.

Kumail Nanjiani, que interpretou Kingo, revelou recentemente que procurou apoio psicológico após a receção extremamente negativa, depois de lhe terem sido prometidos “seis filmes, um videojogo e até uma atração de parque temático”. A realidade foi bem diferente — e é improvável que a Marvel regresse tão cedo a esse núcleo de personagens.

Kevin Feige já confirmou que “não há planos imediatos para Eternals 2”, e a estratégia actual da Marvel passa por títulos com maior probabilidade de mobilizar o público, como Spider-Man e os futuros filmes dos Avengers.

Pontas soltas que dificilmente serão resolvidas

O filme de Zhao deixou várias perguntas em aberto dentro do MCU: o desaparecimento de Sersi, a ascensão de Arishem, o destino dos Eternals dispersos e, claro, o que significaria realmente o Julgamento. Para já, tudo indica que estas narrativas ficarão suspensas — ou talvez sejam absorvidas mais tarde, em projectos de maior escala.

E quanto ao eterno elefante na sala? Harry Styles, cuja participação como Eros no final do filme levantou expectativas sobre o regresso da personagem? Nada indica que o veremos num futuro próximo — e Zhao evitou comprometer-se, reconhecendo apenas que “adoraria voltar a trabalhar com toda a equipa”.

Zhao segue em frente — mesmo sem a Marvel

Enquanto o futuro dos Eternals fica no congelador, Chloé Zhao não abranda o ritmo. Esta semana estreia Hamnet, o seu novo filme com Paul Mescal e Jessie Buckley. Para o próximo ano, prepara-se ainda para a estreia do reboot de Buffy the Vampire Slayer, um projecto que promete atrair atenção por motivos muito diferentes.

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Se Eternals 2 nunca acontecer, Zhao deixa claro que não será por falta de vontade — mas sim por um MCU que, neste momento, olha mais para bilheteiras garantidas do que para riscos filosóficos e narrativos.

Ben Affleck e Matt Damon Contam a História de Adrian Newey: O Documentário Que Pode Mudar a Forma Como Vemos a Fórmula 1

Ben Affleck e Matt Damon estão de regresso — não como atores, mas como produtores de um documentário que promete agitar tanto Hollywood como o paddock da Fórmula 1. A dupla norte-americana prepara-se para lançar Turbulence: The Greatest Mind in Formula One, um retrato profundamente pessoal e tecnicamente rigoroso sobre Adrian Newey, considerado por muitos o maior génio de engenharia da história do desporto.

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A produção junta a Artists Equity — a empresa fundada por Affleck e Damon — à equipa Aston Martin de Newey, ao Whisper Group e à Mark Stewart Productions. O projecto quer ser mais do que uma cronologia de troféus: pretende explorar o percurso extraordinário de um engenheiro que moldou eras inteiras da Fórmula 1 e que, mesmo após 45 anos de carreira, continua a ser um ponto de referência e admiração.

O engenheiro que definiu gerações

Newey começou a sua trajectória em 1980, na Fittipaldi Automotive, como estagiário recém-licenciado. Quase meio século depois, soma 14 títulos de pilotos, dezenas de vitórias e alguns dos carros mais revolucionários já vistos na modalidade. Mas também viveu episódios marcados pela adversidade — desde o doloroso Grande Prémio de França de 1990, em que o seu carro da Leyton House quase venceu no dia em que foi despedido, até às consequências emocionais e judiciais que enfrentou após a morte de Ayrton Senna, em 1994.

Estes momentos de triunfo, queda e reinvenção estarão no coração do documentário, que utiliza material dos bastidores, depoimentos inéditos e acesso privilegiado ao campus de tecnologia da Aston Martin. A produção quer mostrar não apenas os sucessos visíveis, mas a pressão constante, as decisões técnicas que definem corridas e o peso humano que por vezes se esconde por trás das máquinas.

A chegada à Aston Martin e a nova era da F1

A recente mudança de Newey para a Aston Martin é outro dos eixos narrativos. Desde que Lawrence Stroll assumiu o comando da equipa, em 2019, a escuderia tem lutado para transformar investimento em resultados consistentes. A contratação de Newey foi recebida como um momento potencialmente histórico — e o documentário acompanha precisamente esta transição, captando a expectativa, o desafio e a ambição envolvidos.

Com a Fórmula 1 a atravessar uma das maiores mudanças regulamentares dos últimos anos, e com o interesse norte-americano a crescer — graças a fenómenos como Drive to Survive e ao filme F1: The Movie, da Apple —, a presença de Affleck e Damon no projecto parece surgir no momento exacto em que o desporto ganha nova vida mediática.

Uma equipa de luxo atrás das câmaras

A produção conta com nomes profundamente ligados ao mundo das corridas: o Whisper Group, cofundado por David Coulthard, reconhecido pela qualidade do seu trabalho televisivo, e Mark Stewart, filho de Sir Jackie Stewart, premiado pela Royal Television Society.

O próprio Newey admitiu alguma hesitação inicial quando lhe propuseram o filme. Não sabia se queria expor a sua vida desta forma, mas acabou convencido pelo entusiasmo dos fãs da sua autobiografia e pelo potencial inspirador do projecto. “Espero que este documentário mostre a paixão, o empenho e a força de vontade que é necessária para levar um carro de Fórmula 1 até à grelha,” afirmou.

Um retrato de obsessão, talento e humanidade

Turbulence não se limita a celebrar um génio técnico: procura compreender o que significa dedicar uma vida inteira à obsessão pela velocidade, pela perfeição e pela inovação. A intenção é mostrar o engenheiro, o homem e o peso emocional de uma carreira que atravessou várias eras do desporto — cada uma com as suas vitórias, tragédias e transformações.

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O resultado promete ser um documentário que tanto entusiasma fãs de F1 como conquista espectadores sem grande familiaridade com o desporto. Um filme que revela não apenas como se vence uma corrida, mas como se constrói, para lá dela, um legado.

“Avengers: Doomsday”: Kelsey Grammer Pode Ter Revelado Mais do Que Devia — e a Internet Já Está em Chamas

O segredo é a alma do negócio — pelo menos na Marvel Studios —, mas há actores que, mesmo sem querer, insistem em deixar o véu cair. Desta vez, quem acendeu o rastilho foi Kelsey Grammer, o intérprete da Besta em The Marvels, que partilhou detalhes suficientes para entusiasmar os fãs… e provavelmente causar dores de cabeça aos executivos de Kevin Feige.

Num comentário aparentemente inocente, Grammer revelou com quem contracenou durante as filmagens de Avengers: Doomsday, descrevendo a experiência como divertida e inesperada. O problema? Entre os nomes mencionados estavam Chris Hemsworth e Robert Downey Jr. — que regressaria como Doctor Doom, segundo a descrição do próprio actor, algo que o estúdio nunca confirmou oficialmente.

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Se tudo isto estiver correcto, a presença da Besta em cenas partilhadas com estas figuras sugere que o seu papel pode ser mais relevante do que se imaginava, e que o filme terá uma fusão intensa de personagens de múltiplos universos.

Uma Confirmação Acidental?

Ainda mais revelador foi o momento em que Grammer confirmou publicamente que a Besta surge em cenas com Mr. Fantastic, líder do Quarteto Fantástico. Esta pequena afirmação actua como uma enorme peça do puzzle:

— significa que mutantes, Vingadores e Quarteto Fantástico estarão não só no mesmo filme, mas a interagir directamente,

— e reforça a ideia de que Doomsday será a convergência definitiva dos universos que a Marvel tem vindo a preparar desde LokiNo Way Home e Multiverse of Madness.

Embora Grammer tenha tentado minimizar o impacto dos seus comentários, para os fãs não há dúvidas: são pistas claras de que o Multiverso não está apenas a expandir-se — está a colidir.

Alan Cumming Adiciona Mais Fogo à Conversa

Para alimentar ainda mais a especulação, Alan Cumming, o icónico Nightcrawler da saga original dos X-Men, revelou numa entrevista que filmou uma cena de luta contra Pedro Pascal. A confirmar-se, isto abre novas possibilidades: Pascal, cujo papel ainda não foi oficialmente anunciado, pode estar ligado ao Quarteto Fantástico, ao universo mutante ou até servir de ponte entre equipas rivais.

A junção destas revelações, tanto de Grammer como de Cumming, conduziu os fãs a uma teoria irresistível: um confronto directo entre X-Men e Quarteto Fantástico — algo que a Marvel Comics explorou várias vezes ao longo das décadas, com confrontos épicos envolvendo poderes, ideologias e rivalidades profundas.

Se há filme capaz de trazer isto ao grande ecrã, é precisamente Avengers: Doomsday, anunciado como o mais ambicioso evento desde Endgame.

O Que Tudo Isto Significa para o Futuro da Marvel?

Com o regresso de personagens clássicos, a introdução de novas interpretações e uma teia narrativa que parece envolver todos os universos já mostrados no cinema, Doomsday está a transformar-se no projecto mais imprevisível da fase actual da Marvel.

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O silêncio oficial sobre o elenco e a história contrasta fortemente com estas fugas de informação involuntárias. Mas se há algo que já se pode afirmar com segurança é isto:

— o filme promete o maior cruzamento de personagens desde 2019;

— poderá trazer de volta figuras inesperadas;

— e abre a porta ao início formal dos X-Men no MCU, não apenas como cameo, mas como força narrativa central.

Até onde vai esta fusão multiversal? Só em 2026 — ou antes, através de mais um deslize acidental — poderemos saber.

Miles Caton: A Voz-Revelação de Sinners e o Momento Musical Que Está a Marcar o Cinema de 2025

Há raros momentos no cinema em que tudo parece alinhar-se: a história, a música, a realização e, sobretudo, uma performance que nos atravessa como se nos conhecesse por dentro. Em Sinners, o thriller vampiresco-musical de Ryan Coogler que se tornou um fenómeno global, esse momento tem nome e protagonista: Miles Caton, o jovem de 20 anos cuja voz faz vibrar o filme — e todo o público — com uma intensidade quase sobrenatural.

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O centro dessa explosão emocional está na cena em que Sammie, a personagem interpretada por Caton, entra em palco num juke joint em Nova Orleães para cantar “I Lied To You”. É um momento que começa com blues e termina numa verdadeira celebração trans-temporal, onde guitarras eléctricas, batidas, artistas de várias épocas e danças de diferentes culturas convergem num só gesto de comunidade. É o tipo de cena que imediatamente entra para a história do cinema musical — e que agora vale ao actor seis nomeações para os Grammy.

Uma Voz Que “Atravessa Espaço e Tempo”

Quando Caton leu o guião pela primeira vez, a sequência ainda não tinha música. Apenas a promessa de um momento que teria de ser suficientemente forte para cruzar passado e futuro. Foi só ao chegar ao set, em Nova Orleães, que Ludwig Göransson — o compositor vencedor do Óscar — lhe mostrou os primeiros acordes que havia criado com Raphael Saadiq. Sem letra, sem contexto, apenas a espinha dorsal do que viria a ser uma das músicas do ano.

Meses depois, quando finalmente ouviu o tema completo, a reacção foi imediata: “Sim, isto vai ser muito bom.”

O público confirmou. Sinners tornou-se um sucesso absoluto, ultrapassou os 360 milhões de dólares de bilheteira e conquistou um estatuto quase instantâneo de culto. Sete meses depois da estreia, por altura do Halloween, Caton foi recebido numa sessão especial do filme em Londres rodeado de dezenas de fãs mascarados de Sammie, Smoke e Stack. Nada mais simbólico para um filme que combina vampiros, blues e explosão cultural.

De Viral Aos 12 Anos a Estrela Internacional

A história de Caton tem os contornos perfeitos de uma descoberta improvável. Aos 12 anos, um vídeo seu a cantar “Feeling Good”, de Nina Simone, tornou-se viral — e acabou por ser usado no vídeo de abertura do single “4:44” de Jay-Z. Não tardou até pisar palcos gigantes como corista da cantora H.E.R., onde passou a adolescência em digressão.

Quando essa fase terminou, regressou a casa, num intervalo inesperado da vida: “Estava a trabalhar em música, mas estava só… a existir.” Foi nesse momento suspenso que recebeu a chamada para audition de Sinners. E, surpreendentemente, conseguiu o papel — logo no seu primeiro trabalho como actor.

A ligação com Sammie surgiu de imediato. “Tínhamos a mesma idade, a mesma fome de fazer mais, de ir mais longe.”Mas havia algo que Caton precisava de aprender: blues. Ryan Coogler, determinado a dar autenticidade ao filme, deu-lhe uma playlist de “lição intensiva” com Charley Patton, Buddy Guy e outros gigantes do género. O estudo deu frutos — e o público sentiu isso.

Aprender a Tocar Como um Bluesman

Embora a sua voz parecesse ter sido criada para o blues, tocar guitarra não estava no repertório de Caton. Quando lhe disseram que teria de aprender a tocar uma resonator guitar — um instrumento metálico usado no blues tradicional — nem sequer sabia o que era.

E, para complicar, a produção enviou-lhe, por engano, uma lap steel guitar, tocada de forma horizontal.

A reacção foi honesta: “Ups. Estou tramado.”

Depois de corrigido o erro, dedicou-se completamente. “Se me concentrar e praticar como deve ser, consigo aproximar-me.” A disciplina valeu a pena: hoje, muitos fãs perguntam se é realmente ele a tocar — e a surpresa é genuína quando descobrem que sim.

Do Momento Musical à Poética Final

Além de cantar “I Lied to You”, Caton foi convidado a escrever a canção dos créditos finais, “Last Time (I Seen The Sun)”, ao lado de Göransson e Alice Smith. O ponto de partida para a composição foi uma cena comovente do filme: um Sammie idoso, a recordar a noite em que tudo mudou — uma memória tão luminosa quanto trágica.

Essa ideia — a de que momentos perfeitos podem ser esmagados pelo destino — guiou a escrita. “Precisávamos de algo que resumisse o filme e que, ao mesmo tempo, fosse universal. A sensação de dar tudo, porque nenhum dia está garantido.”

Um Fenómeno Que Está Só a Começar

Com nomeações aos Grammy, aclamação crítica e um futuro que parece abrir-se à sua frente, Miles Caton sabe que está num daqueles raros momentos em que tudo muda. Mas continua a ter os pés assentes no chão: “Gosto de estar em casa. Sou caseiro. Mas quando trabalho no que amo, não parece trabalho.”

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A verdade é simples: há actores que crescem para os papéis. E depois há aqueles que parecem nascer com eles. Miles Caton, em Sinners, pertence à segunda categoria — e o cinema nunca mais será o mesmo depois de o ouvir cantar.

“Wuthering Heights”: O Filme-Sensação de 2026 Que Está a Incendiar a Internet Antes Mesmo de Chegar aos Cinemas

Poucas adaptações literárias geram tanta antecipação (e discórdia) antes de chegarem aos cinemas, mas Wuthering Heights — a nova leitura cinematográfica de O Monte dos Vendavais — conseguiu exactamente isso. Com Margot Robbie e Jacob Elordi a darem vida a Catherine Earnshaw e Heathcliff numa abordagem ferozmente moderna do clássico de Emily Brontë, a realizadora Emerald Fennell prepara-se para dividir opiniões e deixar marca em 2026.

A estreia está marcada para 11 de Fevereiro de 2026, e, a julgar pelas primeiras imagens, Fennell não pretende seguir o caminho tradicional. Depois de Promising Young Woman e do fenómeno visual e polémico Saltburn, a realizadora regressa com uma visão visceral — mais psicológica, mais sensual, mais pop — do romance gótico que há quase dois séculos atormenta e fascina leitores..

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Uma dupla que promete inflamar o ecrã

Margot Robbie e Jacob Elordi são já o epicentro de toda a discussão online. Na prévia divulgada, os dois surgem envolvidos numa tensão quase eléctrica, acompanhados por “Chains of Love”, de Charli XCX — uma escolha inesperada que injeta pulsação contemporânea num drama originalmente enraizado na ruralidade agreste inglesa.

A reacção do público foi instantânea:

— uns elogiam a ousadia de Fennell,

— outros torcem o nariz ao afastamento do tom clássico.

Mas indiferentes? Praticamente ninguém.

Fennell recusa fazer museu: quer reinvenção

A realizadora deixa claro que não quer recriar fielmente o século XIX, mas reinterpretá-lo. Abandona o romantismo nebuloso e aposta num retrato cru das emoções violentas que definem a relação entre Catherine e Heathcliff: obsessão, dependência, desejo, destruição.

A escolha de Elordi para Heathcliff também acendeu debates entre leitores mais puristas, mas a produção sublinha que este filme é uma nova leitura — não uma reconstituição histórica, e muito menos uma tentativa de agradar à crítica tradicional.

Estética de luxo e ambição autoral

Com fotografia de Linus Sandgren, figurinos de Jacqueline Durran e Margot Robbie também na produção, o filme apresenta-se como uma reinterpretação visualmente poderosa de um dos romances mais selvagens da literatura inglesa.

Fennell parece ter um objectivo claro: pegar na energia devastadora de “O Monte dos Vendavais” e fazê-la vibrar para uma geração que vive, sente e consome histórias com urgência — mas sem paciência para adaptações tímidas.

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Um clássico a ferver — outra vez

O que se antevê é uma adaptação que não quer apenas contar a história de Catherine e Heathcliff. Quer reativar o furacão emocional que sempre definiu o livro — e fazê-lo explodir no ecrã, nas redes sociais e, se depender de Fennell, na experiência íntima de quem o vê.

Se este é apenas o efeito do trailer, Fevereiro de 2026 pode muito bem tornar-se uma data marcante no calendário cinematográfico.

Peter Jackson Reabre o Arquivo: A Nova Versão de The Beatles Anthology no Disney+ Traz Imagens Inéditas e Som Renovado

Os Beatles voltam a reinventar-se — mesmo 55 anos depois do fim da banda. The Beatles Anthology, a monumental série documental lançada originalmente em 1995, regressa agora no Disney+ numa versão restaurada, expandida e acompanhada pelo toque tecnológico de Peter Jackson. Depois do impacto colossal de The Beatles: Get Back, o realizador neozelandês e a sua equipa da WingNut Films voltam a mergulhar nos arquivos dos Fab Four para dar nova vida a um dos projectos mais ambiciosos da história do grupo.

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O resultado é, simultaneamente, um regresso ao passado e uma atualização para a era do streaming. O que antes era uma referência televisiva passou agora a ser uma obra afinada para a alta definição, com melhorias profundas na imagem e — sobretudo — no som. Esta nova edição estreou no Disney+ a 26 de Novembro de 2025 e promete conquistar tanto os fãs de primeira hora como as gerações que só descobriram o quarteto através dos recentes projectos de Jackson.

Uma Restauração de Alto Nível

A nova versão de The Beatles Anthology foi remasterizada e aperfeiçoada pela produção da Apple Corps, em colaboração com a WingNut Films de Peter Jackson e com Giles Martin, filho de George Martin — o lendário produtor dos Beatles. Giles criou novos mixes sonoros para grande parte das músicas, elevando a clareza e a profundidade das gravações, e aproximando-as do trabalho que desenvolveu recentemente em reedições de álbuns clássicos da banda.

Visualmente, o salto é igualmente significativo: tal como em Get Back, a equipa de Jackson recorreu a técnicas avançadas de limpeza, estabilização e reconstrução digital de película, resgatando detalhes outrora imperceptíveis e devolvendo frescura ao material captado há mais de meio século.

O Que Há de Novo? Um Episódio Inédito

A série original tinha oito episódios — esta nova versão passa a ter nove. O episódio adicional reúne material de bastidores registado entre 1994 e 1995, quando Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se juntaram para trabalhar no projecto Anthology em todas as suas vertentes:

  • a série televisiva,
  • os álbuns duplos com gravações raras,
  • e o livro The Beatles Anthology, publicado em 2000.

O episódio mostra conversas íntimas entre os três Beatles sobreviventes da época, que reflectem sobre a vida na banda, o impacto cultural do grupo e o modo como cada um olhava para o seu passado comum. Para muitos fãs, este material tem o peso emocional de um reencontro tardio — sobretudo porque George Harrison faleceu apenas alguns anos depois, em 2001.

Trata-se, portanto, de uma peça rara: um momento em que os três olham para trás, sem pressões, sem artifícios promocionais e com a cumplicidade que sempre caracterizou a relação entre eles, mesmo após a separação.

A Antologia Reinventada

Com esta nova edição, The Beatles Anthology ganha uma segunda vida. O que em 1995 foi um acontecimento global televisivo transforma-se agora num documento restaurado, aprofundado e contextualizado, à altura do fascínio renovado que o público tem pela banda graças ao trabalho meticuloso de Jackson.

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Mais do que uma simples reposição, esta é uma oportunidade de revisitar toda a história dos Beatles com os recursos tecnológicos do presente e com a emoção adicional de um episódio que, até hoje, nunca tinha visto a luz do dia.

O legado continua vivo — e, ao que parece, cada vez mais nítido.

Novo Trailer de Avatar: Fogo e Cinzas Destaca Neytiri e Antecipação de uma Batalha Gigante

A contagem decrescente para Avatar: Fogo e Cinzas continua, e o novo trailer revelado esta semana confirma aquilo que muitos fãs já intuíram: este terceiro capítulo da saga vai colocar Neytiri no centro emocional — e bélico — da narrativa. A personagem interpretada por Zoë Saldaña surge em destaque num conjunto de imagens que misturam dor, fúria e determinação, enquanto Pandora se prepara para mais um confronto de larga escala.

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O vídeo mostra fragmentos de uma guerra inevitável e cada vez mais devastadora, sugerindo que a história seguirá as consequências directas dos acontecimentos de O Caminho da Água. Jake Sully, interpretado por Sam Worthington, mantém-se ao lado de Neytiri, mas é ela quem parece carregar o peso dramático desta nova fase, marcada pela defesa da família, do seu povo e da própria essência de Pandora.

atas e Futuro da Saga

Avatar: Fogo e Cinzas tem estreia marcada para 19 de Dezembro de 2025, iniciando um novo ciclo dentro da franquia. Entre este e o próximo capítulo, haverá um hiato considerável: Avatar 4 chegará apenas a 21 de Dezembro de 2029, enquanto Avatar 5, apontado como o encerramento definitivo da saga, está previsto para 19 de Dezembro de 2031.

Se estas datas forem mantidas, o último filme da série estreará 22 anos após o lançamento do “Avatar” original, em 2009 — um intervalo raríssimo na história do cinema para uma franquia desta escala, mas que reflecte a visão meticulosa e ambiciosa de James Cameron.

A História Até Aqui

Em Avatar: O Caminho da Água, o público reencontrou Jake Sully e Neytiri muitos anos depois dos eventos do primeiro filme. Agora com uma família formada e responsabilidades acrescidas, o casal viu-se novamente obrigado a proteger Pandora de uma nova tentativa de ocupação humana, que trouxe consigo velhos inimigos e novos perigos.

Tudo indica que Fogo e Cinzas aprofundará esta linha dramática, não só ampliando o conflito entre Na’vi e humanos, mas também mostrando as divisões internas, as perdas anunciadas e a evolução das tribos e dos ecossistemas de Pandora. O trailer sugere uma narrativa mais pesada, mais emocional e marcada por decisões difíceis — e, claro, por cenas de acção de enorme escala, como é marca registada de Cameron.

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Com esta nova antevisão, a expectativa sobe e confirma-se a ideia de que Avatar: Fogo e Cinzas poderá ser um dos maiores fenómenos de bilheteira de 2025. A promessa está lançada: mais espetáculo, mais emoção e uma Neytiri pronta para se tornar, ainda mais, o coração da saga.

Macaulay Culkin Abre a Porta a Novo Sozinho em Casa — e Já Tem Ideia Para o Filme

Mais de trinta anos depois de ter entrado para a história como Kevin McCallister, Macaulay Culkin admite que poderia voltar a Sozinho em Casa. Não é uma confirmação oficial, longe disso, mas é o suficiente para acender o imaginário dos fãs que há décadas esperam um regresso digno à saga que marcou o cinema natalício para sempre.

Durante a mais recente sessão do seu evento A Nostalgic Night with Macaulay Culkin, o actor falou sobre a possibilidade de revisitar o papel que o transformou numa das maiores estrelas infantis dos anos 90. Com humor e algum cuidado, disse que “não estaria completamente alérgico” à ideia — uma forma elegante de dizer que não fecha a porta, desde que o projecto seja tratado com a seriedade e a criatividade que a nostalgia merece.

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Culkin sabe bem o peso desse legado. Depois de se afastar de Hollywood ainda adolescente, foi regressando aos poucos, sempre com inteligência e ironia, participando em pequenos projectos e até recriando cenas de Sozinho em Casa em anúncios do Google que rapidamente se tornaram virais. Mas desta vez, o actor foi um pouco mais longe: não só admitiu abertura para o regresso, como partilhou a sua própria ideia para um possível novo filme.

Segundo a descrição citada pela Variety, Culkin imagina Kevin McCallister já adulto, numa vida marcada pelas responsabilidades e pelas inevitáveis complicações da idade. “Eu tinha esta ideia: sou viúvo ou divorciado. Estou a criar um filho, a trabalhar imenso e não estou a prestar atenção suficiente”, explicou o actor. A tensão cresce entre pai e filho — e é aqui que a magia do conceito original renasce.

Na sua proposta, Kevin acaba trancado fora da própria casa, e o filho, magoado e cansado da falta de atenção, recusa-se a deixá-lo entrar. Pior: é o próprio miúdo a montar armadilhas contra ele, replicando e invertendo o legado das malandrices originais. É uma inversão inteligente da fórmula do filme de 1990, que poderia transformar-se numa comédia familiar com novas camadas emocionais: o miúdo que um dia defendeu a sua casa é agora o adulto que precisa de reconquistar a confiança do filho.

Para Culkin, nada disto é garantia de regresso. “Terá de ser perfeito,” reforçou, consciente de que o público não aceita uma sequela qualquer. Ainda assim, o simples facto de o actor revelar ideias próprias — e bem estruturadas — deixa claro que o imaginário de Kevin McCallister continua muito presente para ele.

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Depois de inúmeras tentativas falhadas de recuperar a magia dos originais, uma sequela protagonizada pelo próprio Culkin teria, no mínimo, algo que faltou às anteriores: autenticidade. E, quem sabe, o espírito caótico, doce e um pouco perigoso que só Kevin McCallister consegue trazer ao Natal.

A Nova Mega-Fábrica de Leonardo DiCaprio à Porta de Portugal: Um Investimento Que Promete Agitar a Península Ibérica

A poucos quilómetros da fronteira portuguesa, a Extremadura prepara-se para receber um dos maiores projectos tecnológicos da Europa. Trujillo, na província de Cáceres, foi escolhida para acolher uma fábrica de semicondutores de última geração da Diamond Foundry — a empresa norte-americana que tem Leonardo DiCaprio entre os seus investidores mais mediáticos. A dimensão do investimento, a inovação envolvida e o impacto económico esperado estão a transformar este anúncio num dos temas mais relevantes da indústria tecnológica ibérica.

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A decisão surge após aprovação do Conselho de Ministros espanhol, que deu luz verde a um plano que prevê 2.350 milhões de euros até 2029. Esta quantia avultada não serve apenas para erguer um complexo industrial de ponta: representa também uma estratégia nacional para posicionar Espanha — e em particular a Extremadura — como um novo pólo europeu na área da microelectrónica. Trata-se de um sector dominado por gigantes asiáticos e norte-americanos, e cuja relevância ficou evidente nos últimos anos, quando a escassez global de chips paralisou indústrias inteiras.

O impacto no emprego será igualmente significativo: cerca de 500 postos directos altamente qualificados e outros 1.600 indirectos, ligados à cadeia logística, à produção auxiliar e aos serviços que inevitavelmente crescerão à volta da fábrica. O envolvimento da SETT — Sociedade Espanhola para a Transformação Tecnológica — reforça a aposta estratégica: o organismo público ficará com 32% do capital, contribuindo com cerca de 752 milhões de euros. As projecções económicas também impressionam: estima-se que, só nos primeiros dez anos de actividade, a fábrica injete 2.150 milhões de euros no PIB espanhol.

Mas o que distingue verdadeiramente este projecto não é o volume de investimento — é a tecnologia. Trujillo será o primeiro local do mundo a produzir semicondutores com diamante monocristalino sintético como substrato. Este material, muito mais resistente que o silício tradicional, oferece vantagens decisivas em aplicações de alta exigência: temperaturas extremas, frequências elevadas, inteligência artificial, defesa, sistemas industriais avançados e automóveis eléctricos de nova geração. Para muitos especialistas, esta tecnologia poderá representar um salto evolutivo comparável ao que o silício significou há várias décadas.

A escolha da Extremadura, uma região historicamente distante dos grandes centros industriais, não é um acaso. Espanha tem vindo a canalizar políticas públicas para desconcentrar a produção tecnológica, aproveitando regiões com espaço, capacidade de expansão e ligação directa a Portugal, cuja proximidade geográfica poderá favorecer projectos conjuntos no futuro. O objectivo é claro: reduzir a dependência externa e criar autonomia num sector onde a Europa tem falhado repetidamente.

Ao mesmo tempo, o facto de Leonardo DiCaprio estar envolvido neste investimento acrescenta-lhe uma curiosidade inevitável — o actor é conhecido pelo seu activismo ambiental, e a Diamond Foundry destaca justamente a sustentabilidade do processo de produção de diamante sintético. No entanto, o que está realmente em jogo é algo muito maior do que uma manchete com um nome famoso: é o aparecimento de um novo centro tecnológico à escala europeia, potencialmente decisivo num mercado cada vez mais competitivo e estratégico.

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Para Portugal, a notícia não é indiferente. A poucos quilómetros da fronteira, uma das indústrias mais críticas do futuro está prestes a instalar-se, com potencial para atrair empresas associadas, investigação universitária, mobilidade laboral e oportunidades económicas que poderão atravessar a linha que separa os dois países. A Península Ibérica, tantas vezes vista como periférica em termos tecnológicos, pode estar a ganhar um novo ponto de influência — e este nasce com um brilho muito particular: o de milhões de euros… e o dos diamantes.

Coragem em Primeiro Plano: TVCine Edition Dedica o Dia 29 de Novembro a Quatro Mulheres Que Mudaram o Mundo — No Ecrã e Fora Dele

O TVCine Edition prepara-se para transformar o próximo sábado, 29 de Novembro, numa celebração absoluta da força feminina. A partir das 16h50, o canal apresenta o Especial Coragem Feminina, um conjunto de quatro filmes que fazem muito mais do que contar histórias: iluminam trajectos de ousadia, resistência e mudança, protagonizados por mulheres que recusaram aceitar o mundo tal como ele estava e decidiram, em vez disso, reinventá-lo.

São narrativas vindas de diferentes épocas, culturas e continentes, mas unidas pela mesma energia: a das que desafiam estruturas, enfrentam preconceitos, rompem silêncios e criam novos caminhos — para si, e para todas.

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“Freeheld – Amor e Justiça” (2015) – 16h50

O pontapé de saída do especial dá-se com um dos dramas mais marcantes desta década: a história real de Laurel Hester(Julianne Moore), agente policial de Nova Jérsia que trava uma batalha contra o preconceito institucional para garantir que a sua parceira, Stacie Andree (Elliot Page), recebe a pensão após a sua morte.

O filme, premiado no Festival de San Sebastián, lembra que a coragem também se mede na persistência — sobretudo quando o sistema insiste em desumanizar. Entre burocracias, julgamentos públicos e manobras políticas, Laurel e Stacie revelam um amor que se torna símbolo de luta pelos direitos LGBTQ+.

“Maria Montessori” (2023) – 18h30

De Nova Jérsia viajamos para o início do século XX, onde duas mulheres improváveis se cruzam em Roma: Maria Montessori, médica e pedagoga visionária, e Lili d’Alengy, uma cortesã parisiense que foge de um segredo que a assombra. Ambas carregam culpas que não lhes pertencem e enfrentam uma sociedade onde as mulheres são silenciadas por princípio.

O filme revela não só o nascimento do método revolucionário que transformou a educação mundial, mas também a amizade entre duas mães que aprendem a perdoar-se a si próprias enquanto mudam a vida de crianças que ninguém queria ensinar.

“Ler Lolita em Teerão” (2024) – 20h10

Num dos retratos mais impactantes do especial, seguimos Azar Nafisi, professora iraniana que, sob um regime repressivo, reúne clandestinamente um grupo de alunas para ler literatura proibida. Nabokov, Fitzgerald, Jane Austen e Henry James tornam-se janelas secretas para um mundo onde a liberdade é mais do que uma metáfora.

Entre véus que caem e histórias que emergem, estas mulheres descobrem a coragem de dizer aquilo que sempre calaram. O filme conquistou o Prémio do Público e o Prémio Especial do Júri no Rome Film Festival de 2024 — e percebe-se porquê: é um tributo feroz ao poder libertador da palavra.

“As Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul” (2025) – 22h00

Para encerrar a noite, chega uma comédia sensível e espirituosa com Isabelle Huppert em modo completamente inesperado. A actriz interpreta uma francesa que viaja para a Coreia do Sul e se reinventa através de encontros improváveis, aulas de francês que nunca parecem aulas, copos de makgeolli e uma curiosa vocação para desmontar as emoções dos outros.

O filme, vencedor do Grande Prémio do Júri no Festival de Berlim de 2024, é um tributo à coragem do recomeço — aquela que não se faz de batalhas épicas, mas de pequenos gestos que mudam tudo.

Um Sábado Inteiro Dedicado às Mulheres Que Não Aceitam Limites

O que une estas quatro histórias não é apenas a presença de protagonistas femininas, mas a persistência com que cada uma delas enfrenta a adversidade — seja um sistema legal injusto, uma sociedade hostil, um regime opressivo ou a própria vida em mutação.

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Especial Coragem Feminina é, acima de tudo, um lembrete de que, em qualquer lugar do mundo, a mudança começa sempre com alguém que se recusa a ficar calado. E o TVCine Edition dedica-lhes o palco, no dia 29 de Novembro, a partir das 16h50.

James Cameron Atira-se à Netflix: “Assim, Não Devia Concorrer aos Óscares”

James Cameron não é homem de meias palavras — e, desta vez, virou as baterias contra a Netflix. O lendário cineasta de AvatarTitanic e Exterminador Implacável afirmou que os filmes da plataforma não deviam poder competir pelo Óscar de Melhor Filme, a menos que respeitem uma verdadeira estreia cinematográfica. Para Cameron, a actual estratégia da empresa representa nada menos do que um “sistema podre”.

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A Plataforma Que Conquistou Hollywood… Mas Falha Sempre o Grande Prémio

Com mais de 300 milhões de subscritores globais, a Netflix já deixou a sua marca na indústria: atraiu realizadores de topo, investiu em projectos de grande escala, e transformou-se num dos gigantes culturais da era moderna. Mas há um troféu que continua a escapar — o Óscar de Melhor Filme.

Nos últimos anos, títulos como RomaO IrlandêsMankO Poder do CãoMaestroA Oeste Nada de Novo ou Emilia Perez chegaram perto, alguns até venceram outras categorias, mas nenhum conquistou o prémio maior.

A discussão reacendeu-se este ano, com três fortes candidatos da plataforma — FrankensteinSonhos e Comboios e Jay Kelly — todos lançados em salas de cinema por períodos mínimos, apenas o suficiente para garantir elegibilidade para os Óscares, antes de rumarem rapidamente ao streaming.

Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, foi claro: considera que a experiência de ir ao cinema é “uma ideia ultrapassada” e que o seu estúdio está, na verdade, a “salvar Hollywood”. Para muitos analistas, vencer o Óscar seria a validação final desta visão — a consagração de um novo modelo.

Cameron Não Poupa Nas Palavras: “Fundamentalmente Podre”

James Cameron, contudo, vê tudo isto com enorme desconfiança. Em conversa com o analista Matt Belloni, o cineasta reagiu também às notícias de que a Netflix está a tentar comprar a Warner Bros., competindo com a Paramount e com a Comcast.

A resposta foi directa:

“Acho que a Paramount é a melhor escolha. A Netflix seria um desastre. Desculpa, Ted, mas caramba.”

Recordou ainda que Sarandos defendeu publicamente que “os cinemas estão mortos”, algo que Cameron considera profundamente errado — e perigoso para o futuro do cinema como o entende.

Quando o jornalista sugeriu que Sarandos teria mudado de postura e prometido investir em estreias tradicionais caso adquirisse a Warner, Cameron soltou uma gargalhada.

“É para enganar parvos. ‘Vamos lançar o filme por uma semana ou dez dias e já está qualificado para os Óscares’. Por amor de Deus.”

Depois, endureceu ainda mais o discurso:

“Acho isso fundamentalmente podre. Os Óscares não significam nada para mim se não significarem cinema. Acho que foram cooptados, e isso é péssimo.”

A Posição de Cameron: Óscares Só Para Quem Respeita o Cinema

Questionado directamente sobre se a Netflix devia poder concorrer ao Óscar de Melhor Filme, Cameron disse que sim — mas apenas se alterar radicalmente a estratégia:

“Devem poder competir se lançarem o filme de forma significativa, em dois mil cinemas durante um mês.”

Para o realizador, não se trata de atacar o streaming, mas de defender o que acredita ser o coração da arte cinematográfica: a experiência colectiva, numa sala escura, com grande imagem e grande som — não uma estreia minimalista concebida apenas para cumprir burocracias.

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E assim, no meio da luta pelos estúdios de Hollywood e da corrida feroz aos Óscares, Cameron volta a colocar a velha questão no centro do debate: o que é, afinal, cinema?

E quem é que deve defini-lo?

Tom Cruise Celebra Amores Perros e o “Sueño Perro”: A Homenagem Surpreendente Que Reacende a Ligaçāo ao Cinema de Iñárritu

O cinema vive de memórias — das que preservamos e das que julgávamos perdidas. Foi precisamente essa ideia que pairou no ar quando Tom Cruise surgiu num vídeo a celebrar o 25.º aniversário de Amores Perros e a nova instalação artística de Alejandro G. Iñárritu, intitulada Sueño Perro. O momento, discreto mas carregado de significado, apanhou muitos de surpresa e reacendeu a discussão sobre o impacto duradouro do filme que, em 2000, mudou para sempre a paisagem do cinema latino-americano.

Uma Homenagem Inesperada, de Um Ícone a Outro

No vídeo partilhado por Iñárritu, e que rapidamente se espalhou pelas redes sociais, Cruise recorda a primeira vez que viu Amores Perros. Fala com entusiasmo, quase com reverência, descrevendo-o como um “clássico absoluto” e confessando que revisitar o filme ainda hoje o deixa profundamente marcado. Não é todos os dias que vemos um dos maiores protagonistas do cinema de acção a prestar tributo a um drama urbano mexicano que se tornou símbolo de uma nova energia cinematográfica.

A homenagem serve também de convite: é o próprio Cruise que impulsiona as atenções para Sueño Perro, a instalação criada a partir de material nunca utilizado durante a montagem original do filme. E para quem o cinema significa mais do que apenas narrativa — para quem vê magia no celuloide, nos pedaços imperfeitos, no que ficou por contar — esta é uma oportunidade rara.

Sueño Perro: A Memória Oculta a Ganhar Corpo

Aberta ao público no espaço cultural LagoAlgo, na Cidade do México, a instalação mergulha o visitante numa experiência sensorial de luz, som e película recuperada. Iñárritu recolheu e restaurou material descartado há 25 anos: imagens cruas, fragmentadas, intensas. É como regressar ao caos controlado que deu origem ao filme — aquela mistura de violência, ternura, desespero e humanidade que fez de Amores Perros um fenómeno global.

Ao recuperar o que antes era apenas “resto de montagem”, Iñárritu transforma esses fragmentos em memória viva. Sueño Perro não é apenas uma exposição: é um reencontro com a alma do filme, um gesto artístico que resgata o passado para reactivá-lo no presente. E Cruise, com a sua homenagem, ajudou a amplificar esse gesto para o mundo inteiro.

Uma Nova Colaboração no Horizonte

O tributo não surge isolado — é também uma ponte para o futuro. Cruise e Iñárritu têm já um novo filme em marcha, uma comédia negra rodada em inglês e com estreia prevista para Outubro de 2026. Ao seu lado, o actor terá Sandra Hüller, John Goodman, Riz Ahmed e um elenco robusto que promete dar corpo a uma história envolta ainda em mistério.

A cinematografia ficará a cargo de Emmanuel Lubezki, colaborador habitual de Iñárritu, o que indica que podemos esperar algo esteticamente arrebatador — e possivelmente tão ousado quanto o próprio Amores Perros.

O Legado que Continua a Mexer com o Cinema

A homenagem de Tom Cruise não é um gesto promocional nem um simples cumprimento de circunstância. É o reconhecimento directo da força de um filme que redefiniu o storytelling no cinema contemporâneo, que pôs o México no mapa com brutalidade, poesia e coragem. É também um lembrete de que o cinema de Iñárritu permanece incontornável — inquieto, visceral, sempre a desafiar o espectador.

Ao celebrar o “Sueño Perro”, Cruise legitima o que muitos já sabiam: Amores Perros não envelheceu. Cresceu, transformou-se, espalhou raízes. E continua a inspirar tanto quem o viu em 2000 como quem o descobre pela primeira vez em 2025.

Se o futuro reserva um novo encontro artístico entre Cruise e Iñárritu, o presente deixa claro que esta relação criativa está mais forte do que nunca — alimentada pela memória, pelo respeito e pela vontade de continuar a fazer cinema que mexe connosco.

Um Clássico de Diane Keaton Regressa — e a Razão Torna Tudo Ainda Mais Emotiva

A máquina de Hollywood não abranda e, desta vez, decidiu olhar para trás — mas com um toque agridoce. Baby Boom, a comédia clássica de 1987 protagonizada por Diane Keaton, vai ganhar uma nova vida. A notícia chega poucas semanas após a morte inesperada da actriz, deixando no ar um misto de nostalgia, homenagem e inevitável saudade.

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Uma Reimaginação Moderna de um Clássico

O novo projecto será realizado por Michael Showalter, nome bem conhecido pelas suas comédias com personalidade (The Big SickThe Eyes of Tammy Faye). A Amazon MGM Studios descreve esta nova versão como uma “reimaginação moderna” — expressão que tanto pode significar uma actualização do enredo para os dilemas profissionais e familiares de 2025, como uma reinvenção completa da história. Para já, ainda não há elenco, nem argumentista anunciado, algo que deixa espaço para especulação… e para algum nervoso miudinho dos fãs mais conservadores.

Baby Boom é, afinal, um símbolo da época: Diane Keaton interpretava J.C. Wiatt, uma executiva imparável que vê a vida virada do avesso quando herda o bebé da prima. Humor, caos doméstico e críticas (deliciosamente subtis) ao culto da carreira fizeram do filme um sucesso moderado mas duradouro — e um marco no catálogo da actriz.

O Peso da Perda de Diane Keaton

Diane Keaton morreu há apenas seis semanas, vítima de pneumonia, aos 79 anos. O anúncio abalou Hollywood e, sobretudo, os muitos colegas que a admiravam não só como estrela, mas como presença humana generosa.

Nancy Meyers, argumentista de Baby Boom e amiga de Keaton durante quase quatro décadas, prestou uma das homenagens mais sentidas. Falou de cumplicidade, de gargalhadas, de uma ligação artística rara. “Ela era destemida, como ninguém, nasceu para ser estrela. Trabalhar com ela mudou a minha vida”, escreveu.

Meyers e o então marido, Charles Shyer, reencontraram Keaton várias vezes ao longo da carreira — incluindo nas queridas comédias O Pai da Noiva e Something’s Gotta Give, que cimentaram para sempre a imagem da actriz como rainha da comédia romântica inteligente.

Um Legado que Continua a Inspirar

O novo Baby Boom não é o único projecto ressuscitado após a morte da actriz. Também The Family Stone (2005) terá direito a continuação, com o realizador Thomas Bezucha a preparar o regresso daquela família tão disfuncional quanto adorável.

É uma espécie de constatação: Diane Keaton deixou um rasto tão luminoso que Hollywood continua a segui-lo.

E embora remakes gerem sempre discussão — “era preciso?”, “vão estragar?”, “quem poderá substituir Keaton?” — este parece surgir, acima de tudo, como um tributo. Uma forma de manter viva a energia inconfundível de uma actriz que marcou gerações com humor, elegância e um estilo absolutamente único.

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O desafio agora será honrar esse legado. Mostrar que, mesmo com novos rostos e uma nova era, ainda há espaço para histórias sobre o equilíbrio impossível entre carreira e afectos, contadas com charme, ironia e um piscar de olho muito ao estilo Keaton.

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O Filme de Animação Que Vai Dominar o Natal: “David” Chega aos Cinemas com Vozes Portuguesas de Luxo

Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves lideram a versão portuguesa desta aventura épica para toda a família

O Natal de 2025 acaba de ganhar um novo protagonista: “David”, a animação que promete conquistar famílias inteiras quando chegar aos cinemas a 17 de dezembro. Descrito como “a mais bela aventura de animação deste Natal” no comunicado oficial  , o filme apresenta um trio de vozes portuguesas capaz de fazer tremer até gigantes: Fernando DanielÁurea e Pedro Gonçalves dão vida às personagens centrais desta história intemporal que atravessa gerações.

Adaptando a famosa narrativa do jovem pastor que enfrenta Golias e se torna rei, o filme leva-nos numa viagem musical repleta de emoção, fé, coragem e imagens deslumbrantes. A versão portuguesa, distribuída pela NOS Audiovisuais, promete não apenas honrar o espírito épico da história original, mas também imprimir-lhe um toque emocional muito próprio, graças ao carisma e talento dos artistas envolvidos.

Uma Aventura Que Inspira — e Agora Fala Português

No filme, Pedro Gonçalves — conhecido do público pela sua participação no The Voice Portugal — empresta a voz ao jovem David, descrito como cheio de energia, sensibilidade e determinação. A interpretação pretende capturar a essência de alguém que ainda está a descobrir o mundo, mas que já carrega nos ombros um destino maior do que a própria vida.

À medida que David cresce, quem assume é Fernando Daniel, que dá voz ao herói adulto, agora guerreiro, poeta e líder. Segundo o comunicado, a sua interpretação traz “profundidade e intensidade” ao papel  , transformando-o numa figura que inspira pela coragem e pela resiliência. A combinação de força emocional e presença vocal do cantor encaixa de forma natural na metamorfose do jovem pastor num dos nomes mais emblemáticos da tradição bíblica.

Mas nenhuma jornada começa sozinha. Áurea completa o trio principal dando voz a Nitzevet, mãe de David — descrita como uma presença “calorosa e resiliente”  . É ela quem molda, com a sua fé silenciosa e as suas canções, o coração do futuro rei. A cantora, conhecida pelo timbre doce e emotivo, parece ser uma escolha óbvia para uma personagem que representa a força tranquila que sustém heróis quando tudo à volta fraqueja.

Música, Emoção e a Magia do Natal

“David” aposta numa narrativa épica, mas transporta-a para um formato acessível a todas as idades, com momentos musicais que procuram atingir tanto o lado espiritual como o lado emocional da história. A promessa é clara: um filme onde nenhum gigante é demasiado grande quando o coração permanece firme — frase que condensa na perfeição o espírito da obra e que sublinha a mensagem universal de esperança que a acompanha  .

A estética visual, descrita como “deslumbrante” no comunicado, pretende envolver o espectador num espetáculo sensorial que combina aventura, fé e emoção em partes iguais. A abordagem musical reforça essa ambição, transformando a história de David não apenas noutra adaptação, mas numa experiência envolvente pensada para emocionar tanto adultos como crianças.

Um Natal Feito de Coragem, Música e História

A estreia marcada para 17 de dezembro coloca “David” no centro da programação natalícia, numa época em que as famílias procuram histórias com coração — e este filme parece ter muito para oferecer. Com um elenco vocal português de grande popularidade e capacidade interpretativa, a animação aproxima-se do público local sem perder a dimensão universal da narrativa original.

Ao mesmo tempo, o filme resgata valores que continuam a ressoar com força no século XXI: a coragem diante do impossível, a procura de um propósito maior, a força das raízes familiares e a certeza de que mesmo o mais improvável dos heróis pode mudar o destino de uma nação.

“David” não é apenas mais uma animação de Natal — é uma promessa de emoção, música e inspiração. E, com Fernando Daniel, Áurea e Pedro Gonçalves a dar voz a esta aventura, tudo indica que estamos perante um dos títulos obrigatórios deste final de ano.

A Surpresa Que Londres Esconde: Urchin Chega ao Nimas com Conversa Especial

Harris Dickinson estreia-se na realização com um retrato cru, inquieto e profundamente humano

O Cinema Nimas prepara-se para receber uma das estreias mais intrigantes deste final de ano: Urchin, a primeira longa-metragem realizada pelo actor Harris Dickinson, conhecido do grande público pelos seus papéis em Triângulo da Tristeza e Babygirl. A sessão especial acontece no dia 27 de Novembro, às 19h30, e será seguida de uma conversa com o crítico de cinema Vasco Câmara e o realizador Pedro Cabeleira, dois convidados que prometem elevar o debate sobre esta estreia inesperada.

É sempre curioso assistir ao momento em que um actor decide dar o salto para detrás da câmara. Dickinson, uma das faces mais expressivas e versáteis da sua geração, escolhe fazê-lo com um filme que não procura conforto nem convenções. Urchin é um mergulho na Londres que raramente aparece nos cartões-postais: a Londres das esquinas frias, dos ciclos difíceis de quebrar, das vidas que teimam em sobreviver apesar de tudo.

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Uma história que não pede licença

O filme segue Mike, um jovem sem-abrigo preso num loop de autodestruição, à procura de algo que se pareça com uma segunda oportunidade. Dormiu nas ruas, passou pela prisão e agora tenta reconstruir-se, mesmo que o mundo à sua volta insista em empurrá-lo para trás. Dickinson filma este trajecto com uma proximidade desconcertante, recusando dramatizações fáceis ou moralismos. Mike é falível, perdido, frustrado — e é precisamente isso que o torna tão humano.

Urchin aproxima-se do absurdo em vários momentos, mas nunca perde de vista o seu centro emocional: a ferida aberta de alguém que ainda não desistiu, mesmo quando tudo sugere que deveria. O filme expõe aquilo que a sociedade tantas vezes se recusa a ver — as microestruturas invisíveis que condicionam vidas inteiras, os padrões que se repetem, as paredes contra as quais se bate mesmo sem perceber porquê.

O estudo de uma margem que é mais familiar do que parece

Há algo de profundamente empático na forma como Dickinson constrói o filme. Não há complacência, mas também não há distância. O que Urchin propõe é uma observação honesta da vida nas margens — onde a dignidade persiste, mesmo quando o mundo inteiro parece ter virado costas.

Ao mesmo tempo, a obra não esconde o humor estranho e quase absurdo que pode surgir nos momentos mais inesperados. É esse equilíbrio — entre crueza e estranheza, entre dor e ternura — que confere ao filme uma identidade própria. Não é um drama social tradicional; é mais um retrato sensorial e emocional de alguém que tenta respirar dentro de uma vida que o sufoca.

Uma estreia que merece atenção

Harris Dickinson estreia-se na realização com uma segurança surpreendente, revelando uma direcção que sabe quando se aproximar e quando recuar, quando observar e quando confrontar. Urchin não quer ser um manifesto, nem um tratado sociológico; quer ser uma experiência — às vezes desconfortável, sempre verdadeira.

A sessão especial no Nimas, com Vasco Câmara e Pedro Cabeleira, acrescenta uma camada indispensável: a oportunidade de discutir o filme com duas vozes que pensam o cinema com profundidade e paixão. Para quem acompanha novos realizadores, novas linguagens e novas maneiras de olhar a cidade, esta é uma estreia a não perder.

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Urchin é, em última análise, um filme sobre tentar — e, por vezes, falhar — mas continuar mesmo assim. É sobre aqueles que vivem onde ninguém quer olhar, mas que, como todos, procuram apenas um lugar onde possam finalmente recomeçar.