South Park Entra Subitamente na 28.ª Temporada — e os Fãs Ainda Tentam Perceber Porquê 🌀

South Park temporada 27

Sem aviso prévio, a série de Trey Parker e Matt Stone saltou de temporada — e até os fãs mais atentos ficaram baralhados.

Há poucas séries capazes de desconcertar o público e continuar a ser adoradas por isso. South Park é uma delas. Depois de uma 27.ª temporada triunfal, com audiências recorde e sátira política em plena forma, a série animada da Comedy Central deixou os fãs de boca aberta esta semana: o episódio mais recente foi listado como o primeiro da 28.ª temporada, sem qualquer aviso, trailer ou mudança de tom que o justificasse.

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Um salto de temporada… sem explicação oficial 🧐

O episódio em questão — que abordou temas como vigilância governamental, o controlo das redes sociais e o viral “6, 7” meme — chegou às televisões como se nada fosse. Só que, em vez de ser o sexto episódio da temporada em curso (como toda a gente esperava), apareceu rotulado como “Season 28, Episode 1”.

A confusão não tardou a incendiar o Reddit e o X (ex-Twitter). “Erro de catálogo?”, “Estratégia contratual?”, “Piada interna?” — perguntavam os fãs, tentando ligar os pontos entre Jesus como conselheiro escolar e o filho secreto de Donald Trump e Satanás, duas tramas deixadas em aberto no episódio anterior.

Afinal, não foi um erro (só parecia)

Segundo fontes citadas pela The Hollywood Reporternão houve engano algum. Um representante da Comedy Central esclareceu que a 27.ª temporada nunca foi pensada para ter 10 episódios, como muitos meios reportaram no verão. O plano — aparentemente desde o início — era lançar duas temporadas de cinco episódios cada, mantendo o formato compacto que South Park vem adoptando nos últimos anos.

Ou seja: o que o público achava ser uma “metade” de temporada era, afinal, o fim. O episódio de 24 de Setembro encerrou oficialmente a 27.ª, e três semanas depois estreou-se, sem pompa nem circunstância, a 28.ª.

Uma série que faz o que quer — e os fãs agradecem

A verdade é que, para Parker e Stone, a previsibilidade nunca fez parte do plano. A produção já passou por hiatos irregulares, calendários bi-semanais e até episódios escritos e animados em menos de uma semana. Desta vez, o caos foi administrativo — mas continua a servir o mesmo propósito: manter South Park imprevisível.

E o público? Queixa-se, comenta, teoriza… mas não desliga. A longevidade da série — que se prepara para ultrapassar os 300 episódios — é a prova de que ninguém satiriza o absurdo da vida moderna melhor do que duas crianças de papel e cartolina.

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No fim de contas, pouco importa se estamos na 27.ª ou na 28.ª temporada. Enquanto Cartman continuar a insultar a humanidade com razão, o número é o menor dos problemas.

Por que roubar arte explodiu nos anos 70 — e o novo filme The Mastermind mostra exactamente como

A década de convulsão cultural, a arte vista como dinheiro — e uma reviravolta que não saiu como planeado.

No início de Maio de 1972, dois homens entraram no Worcester Art Museum, nos EUA, levaram quatro obras de arte (entre elas peças de Paul Gauguin e Pablo Picasso), mantiveram alunos de liceu como reféns e fugiram — episódio que viria a inserir-se numa onda de assaltos a obras de arte durante os anos 70, alimentada por várias causas: o mercado da arte em expansão, segurança precária dos museus, e a convicção — ou ilusão — de que “seria fácil”.

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O filme The Mastermind, dirigido por Kelly Reichardt e protagonizado por Josh O’Connor, revisita essa época instável e examina como um carpinteiro desempregado da classe média decide assaltar museus — descobrindo demasiado tarde que o roubo de arte não é tão glamouroso ou simples quanto parecia.  

As razões por trás da explosão de assaltos nos anos 70

  • O historiador da arte Tom Flynn nota que o aumento dos assaltos coincidiu com o boom do mercado da arte — as obras tornaram-se vistas como capital, e o roubo passou a ter um apelo económico  
  • Os museus, por sua vez, enfrentavam cortes orçamentais, menos segurança, pessoal mais vulnerável — e os “grandes assaltos” eram vistos no jornal como manchetes atraentes  
  • E culturalmente, o período era de desafio às instituições: os ladrões de arte tornavam-se figuras quase “românticas” em filmes, como se batessem ao establishment — e isso alimentava a ideia de “roubar arte” como acto de subversão  

O que torna The Mastermind diferente

Em vez de glamourizar o golpe, Reichardt opta por humanizar o criminoso — não como herói, mas como alguém que se engana a si próprio. O protagonista “JB” (O’Connor) percebe que roubar arte é diferente de vender arte, e que há muitos impostos — morais, práticos — a pagar.  

Estreia: quando chega a Portugal e ao Brasil?

  • Nos EUA, The Mastermind estreia nos cinemas a 17 de Outubro de 2025.  
  • Para o Brasil, consta uma estreia limitada em 16 de Outubro de 2025.  
  • Quanto a Portugal, ainda não há uma data oficialmente confirmada pela fonte que conseguimos encontrar — o que significa que deveremos aguardar anúncio local do distribuidor.

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Em resumo

Se estás curioso para entender por que motivo os anos 70 viram tantos assaltos a galerias (e por que o fenómeno parecia “fácil”), e também queres ver uma abordagem cinematográfica que não se limita ao “feliz roubo / fuga triunfante”, The Mastermind promete ser uma exploração dura, mas fascinante, desse mundo entre a arte e o crime.

Ben Stiller Abre o Coração: “Achei Que Estava a Ser um Bom Pai — Mas Estava a Repetir os Erros dos Meus Pais”

No documentário Stiller & Meara: Nothing Is Lost, o actor de Zoolander enfrenta as verdades duras ditas pelos próprios filhos — e admite que o sucesso profissional teve um preço familiar.

O novo documentário de Ben StillerStiller & Meara: Nothing Is Lost, é muito mais do que uma homenagem aos seus pais, Jerry Stiller e Anne Meara — é também um espelho inclemente sobre o que significa crescer e, mais tarde, tentar não repetir a mesma história.

Durante o filme, os filhos do actor e da actriz Christine TaylorElla (23) e Quin (20), abrem-se sobre a infância que tiveram — e as ausências que sentiram.

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“Quando algo corria mal, era difícil tirar-te desse estado,” contou Quin, dirigindo-se ao pai. “Tinhas tantas funções — actor, realizador, produtor — que, por vezes, ser pai parecia vir em último lugar.”

Ella, por sua vez, foi ainda mais direta:

“Não me lembro de alguma vez teres estado por perto enquanto eu crescia.”

“Achei que estava a fazer melhor — afinal, estava igual”

Essas confissões deixaram Stiller visivelmente abalado. Aos 59 anos, o actor admitiu que o confronto com as palavras dos filhos o fez repensar décadas de vida familiar:

“O mais irónico é que pensei que estava a fazer muito melhor do que os meus pais. Voava para casa aos fins-de-semana, encontrava lugares especiais para os miúdos brincarem nos sets… mas, no fundo, estava a repetir o mesmo padrão, e não via isso.”

Numa entrevista recente ao The Sunday Times, Stiller foi ainda mais franco:

“Provavelmente falhei mais com os meus filhos do que os meus pais falharam comigo.”

O actor explicou que acreditava que trabalhar arduamente para sustentar a família equivalia a ser um bom pai. Hoje reconhece que “os laços formados na infância são essenciais” e que o tempo ausente nunca volta.

Divórcio, reconciliação e um novo olhar sobre a família

A relação familiar enfrentou mais turbulência quando Ben e Christine Taylor se separaram em 2017, após 17 anos de casamento. No entanto, a convivência durante a pandemia acabou por os reaproximar.

“Senti-me mal pelo impacto que a separação teve nos nossos filhos,” confessou. “Mas, paradoxalmente, foi o melhor que podia ter acontecido a mim e à Christine. Mudou completamente a forma como nos vemos.”

Hoje, diz, a relação está “longe de ser perfeita, mas mais autêntica”:

“Não damos nada por garantido. E quando estamos felizes, somos melhores pais. A vida é isso — errar, reconhecer e tentar reparar.”

Um retrato honesto e raro de Hollywood

Stiller & Meara: Nothing Is Lost promete ser um dos documentários mais pessoais e vulneráveis do ano, ao mostrar um Ben Stiller sem filtro: um homem dividido entre o peso do legado familiar e o desejo de fazer diferente — mesmo quando percebe que talvez não o tenha conseguido.

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Entre memórias, feridas e reconciliações, o filme não é apenas sobre pais e filhos: é sobre o difícil equilíbrio entre sucesso e presençacarreira e afetoculpa e redenção.

Euphoria Revela Elenco Explosivo Para a 3.ª Temporada — e Há Rostos Que Ninguém Estava à Espera 🌈🔥

Quatro anos depois, a série mais intensa da HBO regressa com Zendaya, novos nomes surpreendentes e uma grande mudança narrativa.

A espera está quase a terminar. A HBO confirmou que a terceira temporada de Euphoria chega na primavera de 2026, após um hiato de quatro anos que deixou milhões de fãs a suspirar. E a promessa é clara: a série vai regressar com tudo — e com muita gente nova.

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Um regresso em grande estilo

Zendaya, Sydney Sweeney, Jacob Elordi, Hunter Schafer e Colman Domingo voltam aos seus papéis icónicos, mas o universo de Euphoria vai expandir-se com 18 novas caras que prometem agitar o drama juvenil mais controverso e visualmente deslumbrante da televisão moderna.

Entre os novos nomes estão:

  • Danielle Deadwyler (TillThe Piano Lesson), nomeada para vários prémios de cinema;
  • Natasha Lyonne, estrela de Orange Is the New Black e Poker Face;
  • Eli Roth, realizador e actor de Hostel;
  • Colleen Camp, de American Hustle e Apocalypse Now;
  • Trisha Paytas, cantora e influenciadora que promete ser uma das surpresas mais comentadas;
  • Kwame Patterson (The Wire), Madison Thompson (Ozark), Sam Trammell (True Blood), Rebecca Pidgeon(The Unit) e o ex-jogador da NFL Matthew Willig, entre outros.

Também se juntam ao elenco Bella PodarasGideon AdlonJessica Blair HermanHemky Madera (Spider-Man: Homecoming), Jack Topalian (General Hospital) e até Homer Gere, filho do actor Richard Gere.

Uma nova fase para Rue e companhia

A terceira temporada terá oito episódios e, segundo o The Hollywood Reporter, incluirá um salto temporal — afastando os protagonistas do ambiente escolar para explorar a entrada na vida adulta, com novas tensões e dilemas.

O final da segunda temporada deixou vários fios por resolver: Rue (Zendaya) lutava pela sobriedade, Cassie e Maddy destruíram a amizade e Fezco ficou em suspenso após uma violenta troca de tiros — o que se tornou ainda mais trágico após a morte do actor Angus Cloud, em 2023.

Além disso, Storm Reid, que interpretava a irmã de Rue, confirmou que não regressará.

Novas estrelas e velhos demónios

Para aumentar ainda mais as expectativas, a HBO confirmou que Sharon Stone e Rosalía também se juntam ao elenco, num cruzamento improvável entre Hollywood e o pop internacional.

O criador Sam Levinson, que entretanto trabalhou em The Idol, regressa ao comando da série, prometendo uma abordagem mais madura e “introspectiva”, segundo fontes próximas da produção.

Quatro anos depois, o fenómeno continua

Lançada em 2019, Euphoria tornou-se um fenómeno global — não só pela interpretação arrebatadora de Zendaya (duas vezes vencedora do Emmy), mas também pela ousadia com que trata temas como dependência, sexualidade, trauma e identidade.

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Agora, com este elenco renovado e uma escala mais ambiciosa, a série promete reinventar-se sem perder o caos emocional que a tornou icónica.

A contagem decrescente começou — e 2026 não pode chegar depressa o suficiente.

David Attenborough Faz História aos 99 Anos nos Daytime Emmy — General Hospital Domina a Noite 🌿🏆

O naturalista britânico torna-se o vencedor mais velho da história dos Emmy diurnos, enquanto a veterana novela americana leva para casa seis prémios principais.

Aos 99 anosSir David Attenborough voltou a provar que o tempo é apenas um número. O lendário comunicador britânico venceu o Daytime Emmy de melhor personalidade televisiva (programa não diário) pela série da Netflix Secret Lives of Orangutans, tornando-se o mais velho vencedor de sempre na história da cerimónia.

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Attenborough ultrapassa assim o recorde de Dick Van Dyke, que no ano passado, com 98 anos, conquistara o Emmy de melhor actor convidado em série diurna por Days of Our Lives. O autor e narrador, cuja carreira atravessa oito décadas, não esteve presente na cerimónia em Pasadena, Califórnia, mas o feito foi recebido com aplausos e emoção.

General Hospital volta a reinar 🩺

A veterana produção da ABC, General Hospital, foi a grande vencedora da noite, arrecadando seis troféus nas categorias principais, incluindo melhor série dramática.

Entre os prémios individuais, Nancy Lee Grahn venceu como melhor actriz principal, o seu terceiro Emmy, pela interpretação de Alexis Davis, personagem que interpreta desde 1996. No discurso, usou a plataforma para fazer um apelo político apaixonado:

“A nossa democracia vale a pena ser defendida. Está na hora de nos levantarmos e falarmos em nome da decência e da liberdade!”

Paul Telfer, de Days of Our Lives, foi distinguido como melhor actor principal, e dedicou o prémio à mãe, falecida há mais de 20 anos:

“Ela adorava novelas — e adorava vilões. Ganhar este prémio a interpretar um vilão é, de certa forma, para ela.”

Uma noite de emoções e lágrimas verdadeiras ✨

Jonathan Jackson, também de General Hospital, levou o Emmy de melhor actor secundário pelo papel de Lucky Spencer, que interpreta intermitentemente desde 1993. Susan Walters, de The Young and the Restless, venceu como melhor actriz secundária, aproveitando o momento para agradecer ao marido, o actor Linden Ashby, seu colega na mesma série.

Alley Mills, recordada por muitos como a mãe em The Wonder Years, conquistou o prémio de melhor actriz convidadapela sua interpretação de Heather Webber — o segundo Emmy consecutivo nesta categoria.

Novos rostos, novas vozes

O prémio de talento emergente — que substituiu as antigas categorias de jovem actor/actriz — foi para Lisa Yamada, de The Bold and the Beautiful, que não conteve as lágrimas:

“Sonho com isto desde que me lembro. É o meu sonho tornado realidade… estou a chorar de felicidade!”

Drew Barrymore também celebrou uma vitória muito esperada, ao vencer como melhor apresentadora de talk show diurno com o seu programa The Drew Barrymore Show, superando nomes como Kelly Clarkson e Jennifer Hudson.

E, na cozinha, Kardea Brown levou o Emmy de melhor apresentadora culinária por Delicious Miss Brown, com lágrimas de alegria e um agradecimento emocionado:

“Sou uma mulher negra de Charleston, e ninguém acreditava que isto fosse possível — mas Deus acreditou.”

Um prémio de carreira e um legado vivo 📺

A jornalista Deborah Norville, histórica apresentadora de Inside Edition, foi distinguida com o prémio de carreira, depois de 30 anos à frente do programa.

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ntre lágrimas, aplausos e discursos inspiradores, a noite provou que a televisão diurna continua viva — e capaz de celebrar desde novas vozes até ícones eternos como David Attenborough, cuja voz continua a lembrar-nos da beleza do mundo natural… e da longevidade de quem nunca deixou de contar histórias.

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“After the Hunt”: o filme que 2025 precisava — e que não tem medo de mexer nas feridas

Julia Roberts, Ayo Edebiri e Andrew Garfield num duelo moral incendiário — e um argumento de estreia que já está a dividir plateias 🔥

“After the Hunt” chega envolto em polémica, debates acesos e clips virais — exactamente como um filme adulto, sobre o mundo real, deve chegar. Estreado em Veneza e apresentado depois no New York Film Festival, o novo trabalho de Luca Guadagnino junta Julia Roberts (Alma), Andrew Garfield (Hank) e Ayo Edebiri (uma aluna-protegida que desencadeia o drama) para desmontar, com bisturi e sem anestesia, um caso de alegada agressão sexual num campus da Ivy League. A partir daqui, nada é simples: a justiça parece binária, as pessoas não.

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O “filme-conversa” que ferve por dentro

Escrito pela estreante Nora Garrett, o argumento recusa a cartilha do preto-no-branco. Em vez de discursos programáticos, há conversas, contradições e dilemas: ambição académica, culpa, memória, auto-preservação. Guadagnino filma isto como um thriller de ideias — câmara próxima, silêncios a arder, olhares que dizem mais do que páginas de diálogo — e dá aos actores espaço para respirarem (e para nos tirarem o ar).

Alma, Hank, Maggie: três verdades, um abismo

  • Alma (Roberts) é uma académica que viveu “da cabeça para cima”: metódica, controladora, ferozmente ambiciosa. A crise testa não só a sua ética, mas a identidade que construiu para chegar “lá acima”.
  • Hank (Garfield) é o colega-referência, ora mentor, ora espelho estilhaçado. O filme obriga-nos a confrontar a distância entre a imagem pública e o íntimo.
  • A jovem protegida (Edebiri) surge como epicentro de uma história onde acreditar ou duvidar tem consequências — pessoais, profissionais, políticas.

Nada aqui se resolve com uma frase feita ou com um tweet. Garrett insiste na zona cinzenta onde vivemos: pessoas boas que falham, pessoas falíveis que, ainda assim, merecem ser ouvidas.

O viral que o filme já previa

O momento que incendiou as redes — a entrevista em Veneza onde uma pergunta sobre “pós-#MeToo” e “pós-BLM” saiu torta — tornou-se um espelho meta do próprio filme: quem tem voz, quem a usa, quem a interpreta e quem a contesta. A reacção em cadeia online confirmou a tese de Garrett: vivemos tempos de flattening, em que opiniões são achatadas à sua leitura mais extrema. “After the Hunt” empurra no sentido contrário.

Garrett, a “má feminista”? Nem pensar.

A argumentista tem ouvido de tudo — inclusive rótulos fáceis — e responde com aquilo que o seu texto pratica: nuance. A sua Alma não é bandeira, é personagem. A dúvida que sobrevoa partes da narrativa não é um jogo cínico: é um convite a pensarmos como julgamos, com que provascom que pressa. E o cinema, lembra o filme, não existe para nos dar folhas de cálculo moral, mas para nos deixar a pensar a caminho de casa.

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Guadagnino em modo lâmina

Sem listas de planos e sem medo do risco, Guadagnino assina um filme de gestos: um olhar que vacila, um aperto de mão que não acontece, uma nota de 20 dólares pousada na mesa que resume — sem explicar — poder e transacção. É esse realismo nervoso que torna “After the Hunt” desconfortável e, por isso mesmo, necessário.

Vale a pena?

Se procuras respostas fechadas, este não é o filme. Se queres um cinema que mexeprovoca e obriga a pensar antes de “tomar partido”, então “After the Hunt” é, muito provavelmente, o título mais provocador de 2025. E com performances que vão dar que falar — Roberts em modo lâmina fria, Garfield num equilíbrio perigoso e Edebiri a provar que a sua intensidade não é só televisiva.

Sem spoilers, mas com aviso

Não esperes absolvições fáceis nem vilões de desenho animado. O último acto não fecha portas — abre fissuras. É aí, nesse desconforto, que o filme encontra a sua força.

Blue Moon: O Divórcio Mais Famoso da Broadway Ganha Vida no Novo Filme de Richard Linklater 🎭💔

Ethan Hawke brilha como o génio atormentado Lorenz Hart num retrato melancólico e espirituoso sobre a noite em que o musical americano mudou para sempre.

Richard Linklater, o realizador de Boyhood e Before Sunrise, regressa à sua zona de conforto — diálogos longos, almas inquietas e noites que mudam vidas — com Blue Moon, um filme que mergulha na mente de Lorenz Hart, o letrista lendário de canções como My Funny Valentine e The Lady Is a Tramp. O que à primeira vista parece apenas um retrato íntimo de um artista em crise é, na verdade, um “divórcio” criativo contado como uma tragédia de bastidores: o fim da parceria entre Hart e Richard Rodgers, o compositor que, ao lado de Oscar Hammerstein II, reinventaria a Broadway com Oklahoma!

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Uma conversa com fantasmas no bar de Sardi’s 🍸

A acção decorre numa única noite — a noite da estreia de Oklahoma!, em 1943 —, quando Hart (interpretado com melancolia e ironia por Ethan Hawke) se refugia no bar do lendário restaurante Sardi’s. Entre copos, conversas afiadas e tiradas mordazes, ele comenta o espectáculo que acabou de assistir — o triunfo do seu antigo parceiro. O filme é essencialmente um banquete verbal: um homem a enfrentar o fim de uma era, com uma língua tão afiada quanto o vazio que sente por dentro.

Ao longo da noite, Hart cruza-se com um elenco improvável: um barman filósofo (Bobby Cannavale), um jovem soldado que sonha ser compositor, um cliente discreto que se revela o editor E.B. White, e até um precoce adolescente chamado “Stevie” — uma piscadela divertida ao futuro compositor Stephen Sondheim. O ambiente é de humor ácido, nostalgia e autodestruição — um My Dinner With André passado em copos de whisky e neons da Broadway.

O amor, a solidão e a música 🎶

Entre uma gargalhada e uma confissão amarga, Hart revela o seu amor impossível por uma jovem poetisa (vivida por Margaret Qualley), símbolo de tudo o que deseja mas nunca poderá ter. Linklater e o argumentista Robert Kaplowmisturam factos reais e imaginação, criando uma figura que representa o eterno conflito entre desejo e frustração, entre arte e auto-negação.

Na realidade, Hart viveu sempre dividido: um génio letrista e um homem destruído pela insegurança, o alcoolismo e a repressão sexual. Pequeno em estatura (tinha menos de 1,50 m), mas gigante em talento, via-se como “unphotographable” — palavra que ele próprio usou nos versos de My Funny Valentine.

A queda de um gigante e o nascimento de outro 🌙

Blue Moon capta o instante simbólico em que o velho mundo da Broadway — sofisticado, urbano e irónico — cede lugar ao novo idealismo rural de Rodgers e Hammerstein. Para Hart, Oklahoma! não era apenas um sucesso que o excluía, era o sinal de que o seu tempo tinha terminado. “É um sucesso de 14 quilates… e um pedaço de lixo de 14 quilates”, diz, com o humor ferido de quem sabe que está a assistir ao próprio funeral artístico.

Com interpretações poderosas (Hawke é magistral, e Andrew Scott como Rodgers dá-lhe a medida exacta de pragmatismo e crueldade), Blue Moon é uma elegia à amizade perdida, ao amor não correspondido e à passagem do tempo — um brinde amargo ao preço da genialidade.

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Richard Linklater assina aqui um filme que é menos sobre teatro e mais sobre a solidão dos criadores: quando o espectáculo acaba, o aplauso morre — e só resta o eco das canções.