Estrela de Fauda Critica Petição de Artistas Israelitas Contra a Guerra em Gaza

Idan Amedi, actor e reservista ferido em combate, acusa subscritores do manifesto de espalharem “notícias falsas” e defende o exército israelita

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O actor e cantor Idan Amedi, conhecido do público pela sua participação na série israelita Fauda (disponível na Netflix), veio a público criticar duramente uma petição assinada por cerca de mil artistas e escritores israelitas, que apelam a um cessar-fogo imediato em Gaza.

A petição, publicada no domingo e amplamente divulgada esta segunda-feira, 4 de Agosto, denuncia a guerra e a crise humanitária no enclave palestiniano, apelando à interrupção imediata das hostilidades e ao fim daquilo que descreve como “crimes de guerra”.

“Parem a guerra. Libertem os reféns.”

No documento, os subscritores afirmam:

“Enquanto homens e mulheres da cultura e da arte em Israel, vemo-nos, contra a nossa vontade e os nossos valores, cúmplices — enquanto cidadãos israelitas — da responsabilidade pelos horríveis acontecimentos que estão a ocorrer na Faixa de Gaza.”

A carta exige que os responsáveis políticos e militares “parem”, não deem “ordens ilegais”, nem “cometam crimes de guerra”, e apelam ainda à libertação dos reféns capturados pelo Hamas.

Entre os nomes mais conhecidos que subscreveram o texto estão os escritores David Grossman (que numa entrevista recente ao La Repubblica descreveu a situação como “genocídio”), Zeruya Shalev e Etgar Keret, as cantoras Ahinoam Nini (Noa) e Hava Alberstein, o coreógrafo Ohad Naharin e os realizadores Nadav Lapid (Ahed’s Knee) e Shlomi Elkabetz.

A resposta de Idan Amedi: “Entrem num túnel”

Idan Amedi, que serviu como reservista do exército israelita em Gaza e foi gravemente ferido em combate no início de 2024, insurgiu-se contra o teor da petição.

“Entrem num túnel por um momento. Mesmo que seja para combater apenas por um dia, como fazem dezenas de milhares de reservistas, e depois, sigam em frente, assinem petições”, escreveu nas redes sociais.

Amedi acusou ainda os signatários de difundirem “notícias falsas” e defendeu a actuação das Forças de Defesa de Israel:

“Não existe nenhum outro exército no mundo que opere numa zona tão densamente povoada com tão poucas baixas civis como o nosso.”

O actor de Fauda também afirmou que “em cada casa em Gaza há propaganda antissemita”, apontando o dedo ao controlo do Hamas sobre o território.

Apoio do governo israelita

As declarações de Amedi foram elogiadas por Miki Zohar, ministro da Cultura de Israel, que aplaudiu o “patriotismo” do actor e da actriz Moran Atias, também ela crítica da petição.

“Lucidez e coragem patriótica”, escreveu o governante, enaltecendo a frontalidade das figuras públicas que discordam do manifesto.

A divisão crescente entre artistas israelitas reflete o ambiente cada vez mais polarizado dentro do país, onde a guerra em Gaza — intensificada desde Outubro de 2023 — continua a gerar reacções apaixonadas, tanto em apoio à acção militar como na defesa de uma resolução pacífica e humanitária do conflito.

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“Industry”: Quarta Temporada Conclui Filmagens — E Há Bastidores para Ver!

A série da HBO Max tornou-se uma das mais vistas de 2024 e prepara-se agora para regressar com novos episódios recheados de tensão, ambição… e surpresas no elenco.

As câmaras já se desligaram no set da quarta temporada de Industry. A série britânica da HBO Max, que desde a sua estreia tem vindo a conquistar a crítica e o público, terminou oficialmente as filmagens dos novos episódios — e os bastidores da despedida já circulam nas redes sociais.

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Foi Konrad Kay, cocriador da série, quem partilhou nas stories do Instagram um vídeo emotivo onde se vêem as atrizes Marisa Abela e Myha’la a abraçarem-se e a celebrar o fim das gravações. Apesar do entusiasmo, ainda não há data oficial para a estreia da nova temporada.

Mudanças e regressos no elenco

A nova temporada traz alterações significativas no elenco. Em Fevereiro, foi confirmado que Harry Lawtey, uma das caras centrais da série desde o início, não participará na quarta temporada devido a conflitos de agenda. A ausência do actor promete mexer com a dinâmica entre as personagens, embora os detalhes da narrativa ainda estejam bem guardados.

Por outro lado, há reforços de peso: Max Minghella, conhecido pelos seus papéis em A Rede SocialO Conto da Aia e Tudo Pelo Poder, junta-se ao universo de Industry. O actor britânico traz consigo uma carreira recheada de interpretações marcantes e promete agitar o mundo das finanças retratado na série.

Kit Harington, que se estreou na terceira temporada, regressa para continuar a sua jornada como o enigmático e poderoso personagem do mundo financeiro. A seu lado permanecem Myha’la, Marisa Abela, Ken Leung, Sagar Radia e Miriam Petche, num elenco que continua a ser uma das grandes forças da série.

Uma visão implacável sobre o mundo financeiro

Desde o seu lançamento, Industry destacou-se pelo retrato cru e estilizado da ambição desmedida, da desigualdade de classes e da pressão sufocante do sector financeiro em Londres. A série, criada por Mickey Down e Konrad Kay, tornou-se um verdadeiro espelho distorcido do mundo corporativo — e uma das apostas mais ousadas da HBO dos últimos anos.

Francesca Orsi, vice-presidente executiva da HBO, não esconde o entusiasmo:

“Durante três temporadas, Industry tem sido inabalável na forma como examina a ambição e classe, solidificando-se como um drama marcante da HBO. […] Não temos dúvidas de que Mickey e Konrad […] vão elevar a quarta temporada a um nível ainda maior.”

Expectativas em alta

Depois do sucesso da terceira temporada, considerada por muitos como a mais intensa e refinada até à data, a quarta parte da série promete elevar ainda mais a fasquia. A escrita afiada, as interpretações de alto nível e a abordagem visual ousada continuam a ser as marcas de água de uma série que não tem medo de mostrar o lado mais sombrio do sucesso.

Com as gravações concluídas, os fãs aguardam agora por novidades quanto à data de estreia e — claro — pelos primeiros trailers que nos farão voltar à selva financeira da City londrina.

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Manuel Claro Nomeado Vice‑Presidente do ICA: Um Regresso com Olhos no Futuro do Cinema Português


Antigo responsável pela Portugal Film Commission assume agora funções de topo no Instituto do Cinema e do Audiovisual, substituindo Anick Bilreiro.

O cinema português volta a ter uma peça-chave em posição estratégica: Manuel Claro foi nomeado vice-presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), segundo anunciou esta terça-feira o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto. O cargo tem um mandato de cinco anos e resulta de um concurso público conduzido pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), aberto a 28 de Maio e encerrado a 11 de Junho.

Um nome bem conhecido do setor

Manuel Claro não é um nome novo no universo do audiovisual nacional. Foi diretor-geral da Portugal Film Commission entre 2019 e 2022, uma função central na promoção de Portugal como destino de filmagens internacionais. Antes disso, entre 2014 e 2019, liderou o Centro de Informação Europa Criativa no seio do próprio ICA, e entre 2009 e 2013 foi coordenador executivo da Media Desk Portugal.

A sua ligação ao setor atravessa mais de uma década, com passagens determinantes por organismos que fazem a ponte entre o audiovisual português e os apoios europeus. A nota do Ministério da Cultura sublinha as suas “reconhecida competência técnica, sensibilidade estratégica, aptidão, experiência, formação e visão panorâmica do Cinema e Audiovisual”.

Substituição na vice-presidência

Manuel Claro sucede a Anick Bilreiro, que ocupava o cargo em regime de substituição desde Janeiro de 2023. A mudança reforça agora o núcleo de liderança do ICA numa fase especialmente crítica para o futuro da produção audiovisual portuguesa, marcada por desafios estruturais, pela adaptação às novas plataformas e pela crescente internacionalização das produções nacionais.

O Instituto do Cinema e do Audiovisual é atualmente presidido por Luís Chaby Vaz, cuja comissão de serviço foi renovada pelo Governo em Setembro de 2023. Chaby Vaz está à frente do ICA desde Maio de 2017 (inicialmente em regime de substituição), e foi formalizado no cargo em Novembro de 2018. Desde Fevereiro de 2023, acumula ainda a função de film commissioner da Portugal Film Commission.

Uma liderança com visão internacional

Durante o mandato de Chaby Vaz, o ICA assistiu a um crescimento sustentado do interesse internacional por filmagens em solo português, num contexto em que o país tem vindo a posicionar-se como um destino cinematográfico competitivo, apoiado por incentivos fiscais, equipas técnicas especializadas e paisagens versáteis.

A nomeação de Manuel Claro insere-se nesta mesma lógica: um reforço de competências, experiência e visão estratégica que poderá contribuir para consolidar Portugal como um polo relevante no mapa europeu do cinema.

Se o cinema português quer continuar a crescer além-fronteiras — com coproduções, festivais e visibilidade em plataformas globais — terá, a partir de agora, mais um aliado de peso na liderança institucional do setor.

Adeus a Jonathan Kaplan: Morreu o Realizador de Os Acusados e de Mais de 50 Episódios de Serviço de Urgência

Nome incontornável do cinema e da televisão dos anos 80 e 90, Jonathan Kaplan faleceu aos 77 anos. Da influência de Scorsese à consagração com Jodie Foster, deixa um legado que atravessa décadas.

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Jonathan Kaplan, realizador norte-americano com uma carreira marcada tanto por clássicos do grande ecrã como pela televisão de prestígio, morreu na passada sexta-feira, 1 de Agosto, em Los Angeles, aos 77 anos. A notícia foi confirmada pela filha, Molly, que revelou que o cineasta enfrentava uma batalha contra o cancro no fígado.

Kaplan é talvez mais recordado por ter realizado Os Acusados (The Accused, 1988), um poderoso drama judicial que valeu a Jodie Foster o seu primeiro Óscar de Melhor Atriz. Mas a sua carreira foi vasta, eclética e cheia de momentos marcantes, tanto em cinema como na televisão — sobretudo na série Serviço de Urgência (ER), onde realizou mais de 50 episódios e foi nomeado cinco vezes aos Emmys.

De Nova Iorque a Hollywood, com uma paragem na sala de aula de Scorsese

Nascido em Paris em 1947, Jonathan Kaplan era filho do compositor Sol Kaplan e da actriz Frances Heflin. Mudou-se cedo para os Estados Unidos, dividindo a infância entre Los Angeles e Nova Iorque. Desde pequeno teve contacto com o mundo do espectáculo, primeiro nos palcos e mais tarde atrás das câmaras.

Estudou Cinema na Universidade de Nova Iorque, onde foi aluno de Martin Scorsese — e foi precisamente o mestre de Taxi Driver que o recomendou ao lendário produtor Roger Corman, lançando a sua carreira no cinema independente. Com Corman, Kaplan trabalhou em Night Call Nurses (1972), iniciando uma série de projectos com carimbo de culto.

Um olhar atento às margens da sociedade

Durante os anos 70, Kaplan realizou títulos como Truck Turner (1974), com Isaac Hayes, e White Line Fever (1975), que se tornou um sucesso entre os filmes de acção com crítica social. O seu estilo era cru, directo e sem medo de abordar realidades desconfortáveis — uma abordagem que viria a maturar em Over the Edge (1979), um retrato marcante da juventude suburbana americana.

Nos anos 80, diversificou a carreira, realizando telefilmes e videoclipes para nomes como Barbra Streisand, Rod Stewart e John Mellencamp. Mas foi em 1988, com Os Acusados, que atingiu o seu ponto mais alto em Hollywood. O filme, baseado em factos verídicos, abordava a violação em grupo de uma mulher numa casa de jogos e a subsequente batalha judicial. Jodie Foster brilhou no papel principal e o filme tornou-se um marco na representação da justiça e do trauma no cinema.

Seguiram-se filmes como Immediate Family (1989), com Glenn Close e James Woods, e Love Field (1992), com Michelle Pfeiffer — este último valeu ao realizador uma nomeação para os Óscares.

Do cinema à televisão: a segunda vida de Kaplan

Apesar de ter regressado ao cinema com Brokedown Palace (1999), protagonizado por Claire Danes, Kaplan começou a concentrar-se quase exclusivamente na televisão a partir da viragem do milénio. Realizou episódios de séries como Lei & Ordem: Unidade Especial, mas foi em Serviço de Urgência que deixou a sua marca mais profunda na pequena tela.

Entre 1997 e 2005, realizou mais de 50 episódios da série médica criada por Michael Crichton e tornou-se uma figura incontornável do projecto, ajudando a definir o seu tom visual e emocional. Foi nomeado cinco vezes aos Emmys por esse trabalho.

Um legado discreto, mas poderoso

Jonathan Kaplan pode não ter sido um nome tão mediático como outros da sua geração, mas o seu impacto foi profundo e duradouro. Do cinema social e combativo dos anos 70 ao drama televisivo de qualidade dos anos 2000, soube adaptar-se, inovar e contar histórias com humanidade e intensidade.

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O mundo do cinema e da televisão despede-se agora de um realizador que nunca virou costas aos temas difíceis — e que deu voz, imagem e dignidade a histórias muitas vezes ignoradas.

“Red Card”: Halle Berry e Djimon Hounsou Juntam‑se em Thriller Explosivo Passado em África

O criador de Bad Boys, o argumentista de Green Book e o realizador de Rust juntam-se para contar uma história baseada em factos verídicos sobre tráfico humano, futebol e redenção.

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Preparem os passaportes e os nervos — Halle Berry e Djimon Hounsou vão embarcar numa missão de vida ou morte entre as savanas do Quénia e as ruas labirínticas de Casablanca, em Red Card, um thriller internacional com pedigree de Hollywood e raízes bem assentes na realidade africana.

Um elenco de peso para uma história com impacto

Djimon Hounsou interpreta Max Elmi, um ranger veterano que combate caçadores furtivos na reserva da Maasai Mara. Mas a sua luta pessoal começa quando o filho — uma jovem promessa do futebol — desaparece depois de cair nas mãos de um agente desportivo sem escrúpulos, envolvido numa rede de tráfico humano. Ao lado de Max estará Dane Harris, um agente especial (cujo casting ainda está por revelar), e Amanda Bruckner, supervisora do FBI interpretada por Halle Berry.

Com o apoio das autoridades internacionais, os protagonistas enfrentam um submundo perigoso que os leva dos pacatos vilarejos quenianos até às vielas fervilhantes de Casablanca. Uma jornada emocional e física que mistura ação, drama familiar e crítica social.

O filme é inspirado em factos reais e conta com o apoio do National Centre for Missing & Exploited Children, assim como da Soloviev Foundation.

Argumento assinado por nomes consagrados

O argumento é da autoria de George Gallo — criador da saga Bad Boys e argumentista de Midnight Run — e de Nick Vallelonga, vencedor do Óscar por Green Book. A realização fica a cargo de Joel Souza, que regressa após o trágico incidente ocorrido durante as filmagens de Rust, onde perdeu a vida a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Souza, que também realizou o thriller policial Crown Vic, descreve o novo projeto como “uma história emocionante que acreditamos que vai prender audiências em todo o mundo”.

Halle Berry e Djimon Hounsou: trajectórias marcantes

Djimon Hounsou, nomeado duas vezes para os Óscares (por Blood Diamond e In America), tem uma carreira repleta de grandes títulos como GladiadorGuardiões da GaláxiaCaptain Marvel e Um Lugar Silencioso: Parte II (e o recente Day One). Já Halle Berry fez história em 2002 ao tornar-se a primeira mulher afro-americana a ganhar o Óscar de Melhor Actriz, com Monster’s Ball. A sua carreira versátil inclui desde filmes de ação (X-MenDie Another Day) até ao drama (Gothika) e até a sua estreia na realização com Bruised.

Produção, rodagem e o que aí vem

Red Card será produzido por Anjul Nigam (Crown Vic), Robert Menzies (Fatman) e Ava Roosevelt, autora de The Racing Heart e uma das criadoras da história original. As filmagens estão previstas para o último trimestre deste ano. O papel de Dane Harris continua em fase de casting, prometendo uma adição importante ao trio central.

A distribuição para o mercado norte-americano será gerida em conjunto pela Range Select e a Stoic (que também tratará das vendas internacionais).

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Com um tema atual e urgente, e um elenco de luxo, Red Card promete não ser apenas mais um thriller — será um alerta cinematográfico que alia entretenimento a consciência social.

“Bons Genes” ou Mau Gosto? Sydney Sweeney no centro de polémica que mistura moda, política e racismo

A atriz de Euphoria foi interpelada por um manifestante na estreia de Americana, enquanto a polémica em torno do seu anúncio para a American Eagle continua a incendiar as redes… e a política americana.

Sydney Sweeney não é estranha aos holofotes — mas desta vez, os flashes foram acompanhados por gritos e controvérsia. A atriz de Euphoria foi abordada por um manifestante na estreia do seu mais recente filme, Americana, em Hollywood, e tudo por causa… de um par de jeans. Ou melhor, de um trocadilho com “genes”.

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“Parem com aquele anúncio, é racismo!”

A cena ocorreu no passado domingo, à porta do bar Desert 5 Spot, com inspiração country, onde decorreu a estreia de Americana. Assim que Sydney Sweeney saiu do carro, foi interpelada por alguém que lhe gritou: “Pára, aquele anúncio é racista!”. A atriz manteve o silêncio e seguiu diretamente para o interior do evento, onde posou ao lado da colega de elenco Halsey.

Em causa está uma campanha publicitária para a marca American Eagle, na qual Sweeney protagoniza um vídeo viral onde diz:

“Genes são passados dos pais para os filhos. Muitas vezes determinam características como cor do cabelo, personalidade, até a cor dos olhos. Os meus jeans são azuis.”

Ora, a conjugação entre a palavra “genes” e o facto de Sweeney ser uma mulher loira, de olhos azuis, bastou para desencadear uma onda de indignação online, com acusações de que o anúncio promove eugenia e ideias associadas à supremacia branca.

Celebrar a beleza ou promover ideologias perigosas?

Artistas como Doja Cat e Lizzo não perderam tempo a criticar o anúncio. Lizzo, por exemplo, respondeu com ironia nas redes sociais, partilhando uma fotografia em ganga com a legenda: “Os meus jeans são negros”. Já Sweeney, por sua vez, optou por não comentar publicamente — uma postura que tem mantido, mesmo enquanto a polémica escala.

Acrescentando combustível à fogueira, veio à tona recentemente que a atriz se registou como eleitora do Partido Republicano na Florida, pouco antes de Donald Trump regressar à Casa Branca. E foi o próprio presidente norte-americano quem se apressou a tomar partido… e a elogiar o anúncio.

Trump aprova: “Agora adoro o anúncio dela!”

Questionado por um jornalista quando se preparava para embarcar no Marine One, Trump não hesitou:

“Ela está registada como Republicana? Ah. Agora adoro o anúncio dela!”

Mais tarde, nas redes sociais, o antigo presidente (e agora novamente presidente) subiu o tom:

“Sydney Sweeney, uma Republicana registada, tem o anúncio mais HOT do momento. É para a American Eagle, e os jeans estão a voar das prateleiras. Força, Sydney!”

Trump aproveitou ainda para criticar marcas como a Jaguar e a Bud Light pelas suas campanhas “woke”, em contraste com a abordagem “autêntica” de Sweeney.

A cultura pop como campo de batalha político

O caso tornou-se rapidamente num símbolo da guerra cultural em curso nos Estados Unidos. Conservadores como o vice-presidente JD Vance usaram a controvérsia como arma contra os Democratas, acusando-os de exagerar e de transformar qualquer mulher loira num alvo político.

“O meu conselho político para os Democratas é continuarem a chamar nazi a toda a gente que ache a Sydney Sweeney atraente”, disse Vance num podcast.

Já o polémico Piers Morgan foi ainda mais longe:

“A polémica em torno da Sydney Sweeney é a prova de que a esquerda woke perdeu completamente o norte. Chamam nazi a qualquer pessoa que celebre a beleza ou o sex appeal. O woke morreu — agora só nos rimos da estupidez deles.”

E a American Eagle?

A marca, por seu lado, recusou-se a recuar e defendeu o anúncio:

“‘Sydney Sweeney Has Great Jeans’ sempre foi sobre os jeans. Os dela. A sua história. Continuaremos a celebrar a forma como cada pessoa veste os seus AE jeans com confiança. Bons jeans ficam bem em toda a gente.”

Americana chega aos cinemas a 15 de Agosto

Com todo este ruído mediático, o filme Americana (que, ironicamente, também é um western moderno sobre identidade e fronteiras culturais) estreia nos Estados Unidos a 15 de Agosto. Resta saber se o público vai conseguir separar o filme da figura que o protagoniza — ou se Sydney Sweeney se tornou, involuntariamente, a nova face de uma batalha ideológica que não tem fim à vista.

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Se quiser ver o video no Youtube não está traduzido em Português

Willem Dafoe Interpreta Bilionário Grego Megalómano em  The Birthday Party, que Estreia em Locarno  

Actor encarna figura inspirada em Onassis num retrato rico de ambição, poder e decadência — “O que faz este homem… é também o que o destrói” 

🏛️ Quem poderia imaginar Willem Dafoe no papel de um magnata grego do transporte marítimo, num registo que mistura o charme à beira do grotesco com uma crítica feroz ao poder patriarcal? O próprio actor, à partida, não. 

“Eu? Fazer de um armador grego? Não me parece”, disse em tom irónico à Variety, durante uma entrevista em Atenas. 

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Mas é precisamente esse o papel que assume em The Birthday Party, filme que estreia a 7 de Agosto na icónica Piazza Grande do Festival de Locarno. Dafoe interpreta Marcos Timoleon, um bilionário autofeito que organiza uma festa de aniversário luxuosa para a filha — e, no processo, inicia uma espiral emocional e política que ameaça desfazer o seu império familiar. 

Um dia, uma ilha, um império em ruínas 

Inspirado no romance do escritor grego Panos Karnezis, The Birthday Party decorre ao longo de 24 horas numa ilha privada nos anos 70. Timoleon, figura carismática mas tirânica, rodeia-se de bajuladores e oportunistas numa festa que serve de pretexto para os confrontos internos — especialmente com a filha Sofia (Vic Carmen Sonne), a única herdeira do império. 

“É um retrato rico, um estudo sobre o tipo de poder — e de patriarcado — que corrói tudo à sua volta”, diz Dafoe. 

A história desenrola-se entre silêncios pesados, alianças tensas e decisões que terão consequências irreversíveis. O próprio bilionário prepara, em segredo, uma escolha determinante sobre o futuro da filha… sem o seu consentimento. 

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Uma tragédia familiar com tons de ópera 

Realizado por Miguel Ángel Jiménez, cineasta espanhol com um pé em Atenas, o filme é uma co-produção internacional que junta a grega Heretic (de Triangle of Sadness), a espanhola Fasten Films, a neerlandesa Lemming Film e a britânica Raucous Pictures. 

O elenco inclui ainda Emma Suárez como a mulher de Timoleon — uma figura que mistura força e fragilidade —, Joe Cole (Peaky Blinders) como um jornalista que se envolve com Sofia, e a brilhante Vic Carmen Sonne, revelação de The Girl With the Needle

“É uma história sobre poder. Corrupção. Família. Amor, sim, mas também ego e vulnerabilidade”, diz Suárez. 

“A Olivia ama incondicionalmente. Vê-o como ninguém mais o vê. E tenta salvá-lo — mesmo sabendo que talvez seja tarde demais.” 

Uma fábula moderna sobre os monstros que criamos 

Filmado na ilha grega de Corfu, com o mar azul a contrastar com o ouro da ostentação, o filme capta um universo onde riqueza, isolamento e vaidade criam monstros — muitas vezes de forma inconsciente. 

“As pessoas constroem coisas que, se não tiverem cuidado, se tornam num pesadelo”, reflecte Dafoe. 

“Esquecem-se da intenção original. E aí… tudo desaba.” 

O realizador insiste que não quis cair na caricatura: 

“Sou contra tudo o que esta casta representa. Mas quis filmá-los com humanidade. Sem julgamentos fáceis.” 

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Uma performance à altura de Brando e Lancaster 

The Birthday Party evoca, segundo Dafoe, performances como as de Marlon Brando em The Godfather ou Burt Lancaster em The Leopard — figuras maiores que a vida, simultaneamente fascinantes e repulsivas, cuja queda é tão épica quanto a sua ascensão. 

O produtor Giorgos Karnavas vai mais longe: 

“Não consigo imaginar mais ninguém a interpretar Marcos Timoleon.” 

Um Dafoe em modo imperial 

Depois de uma carreira onde encarnou santos, criminosos, artistas e deuses em queda, Willem Dafoe continua a surpreender — e a arriscar. The Birthday Party promete ser mais um capítulo notável na sua filmografia: um estudo íntimo sobre o poder e o preço que se paga por o manter. 

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Liam Neeson Não Perdoa Atrasos no Set: “Nunca Trabalharia com Essas Pessoas”

Aos 73 anos, o actor estreia-se em comédia com The Naked Gun e aproveita para dar lições de profissionalismo… com o sotaque sério que todos conhecemos.

🕵️‍♂️ Liam Neeson tem uma daquelas vozes que ninguém contesta — nem quando está a ameaçar alguém num filme de acção, nem quando está a falar de pontualidade em entrevistas. E foi precisamente isso que fez numa conversa recente com a Rolling Stone, onde o actor criticou abertamente colegas de profissão que chegam atrasados às filmagens. 

“Oiço histórias perturbadoras sobre actores e actrizes talentosos que aparecem duas, três, quatro horas atrasados. Nunca trabalharia com essas pessoas. É um insulto”, declarou. 

“Tens uma equipa de 60, 70, 80 pessoas à tua espera. O mínimo é apareceres a horas.” 

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Neeson não mencionou nomes — nem parece estar a falar de ninguém do elenco de The Naked Gun, a nova comédia da Paramount onde contracena com Pamela Anderson. Mas a mensagem é clara: talento não é desculpa para falta de respeito. 

De vingador implacável a detective trapalhão 

The Naked Gun marca uma mudança de tom na carreira recente de Neeson, mais conhecida por papéis intensos em thrillers como Taken ou The Grey. Desta vez, o actor irlandês interpreta um inspector da polícia atrapalhado e absolutamente ineficaz, no espírito das comédias clássicas protagonizadas por Leslie Nielsen. 

A estreia do filme nas salas norte-americanas trouxe boas notícias: $17 milhões no primeiro fim-de-semana, um número sólido para uma comédia nos dias de hoje. O público parece estar a aceitar esta nova faceta de Neeson com bom humor — e ele próprio também. 

Adeus às pancadarias (com ou sem andarilho) 

Numa outra entrevista, à Variety, Neeson admitiu que o seu tempo nos filmes de acção está a chegar ao fim. 

“Tenho 73 anos, caramba. Não quero insultar o público com cenas de luta que não são minhas”, confessou. 

“Gostava de fazer as minhas próprias cenas de acção, mas não quero estar a fazer isso com uma bengala ou um andarilho.” 

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Apesar disso, admite que pode haver mais um filme de acção algures no horizonte, mas só se o papel fizer sentido. E com Neeson, isso implica profissionalismo e… chegar a horas, claro. 

Lições de um veterano 

A mensagem de Neeson não é apenas uma crítica; é um lembrete. Num tempo em que os egos em Hollywood ainda se confundem com talento, o actor volta a provar porque continua a ser tão respeitado dentro e fora do ecrã: disciplina, ética de trabalho e respeito por todos os que fazem um filme possível

Sharon Stone Revela Conflito com Michael Douglas Antes de Basic Instinct: “Ele Não Queria Que Eu Fosse Co-Protagonista”

A actriz conta como uma discussão acesa em Cannes quase comprometeu a sua participação no clássico erótico de Paul Verhoeven 

🧊 Quase tão explosiva quanto o famoso cruzar de pernas em Basic Instinct é a história que Sharon Stone agora revela sobre os bastidores do filme. Em entrevista recente ao Business Insider, a actriz confessou que Michael Douglas se recusou a fazer testes com ela antes das filmagens — e tudo devido a um confronto tenso entre os dois no Festival de Cannes. 

“O Michael não queria pôr o rabo nu no ecrã ao lado de uma desconhecida”, afirmou. “E percebo isso. Mas também havia outra razão: tivemos uma discussão antes disso.” 

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“Vamos lá fora”: o primeiro encontro que quase acabou à pancada 

O incidente aconteceu em Cannes, durante um jantar com várias pessoas do meio. Douglas fez um comentário sobre a relação entre um pai e os seus filhos. Stone conhecia bem a família em questão e decidiu intervir. A resposta de Douglas? Gritou-lhe: 

“O que é que tu sabes sobre isso?” 

Stone não recuou. 

“Levantei-me e disse: ‘Vamos lá fora.’” 

Lá fora, explicou-lhe o que sabia — e porquê — e o mal-estar acabou resolvido… mais ou menos. 

“Não diria que ficámos amigos, mas acabámos de forma cordial. Quando chegou a altura de escolherem a actriz para Basic Instinct, acho que ele não queria que fosse eu.” 

A tensão serviu bem o ecrã 

Apesar da resistência inicial, a química (e a fricção) entre os dois actores acabou por jogar a favor da história. Douglas interpreta um detective envolvido com a principal suspeita de um homicídio — a misteriosa e sedutora escritora Catherine Tramell, papel que transformou Sharon Stone numa estrela internacional

“Funcionou lindamente. O Michael tem um feitio difícil, mas isso não me intimidava. Isso trouxe algo interessante à dinâmica das personagens”, explicou. 

“Hoje, somos grandes amigos. Admiro-o imenso.” 

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A polémica do famoso “cruzar de pernas” 

O sucesso de Basic Instinct deve-se tanto ao enredo como à sua carga erótica — e, em particular, à infame cena do interrogatório. Em 2021, na sua autobiografia The Beauty of Living Twice, Sharon Stone revelou que foi enganada para filmar a cena sem roupa interior

“Disseram-me que não se via nada, que era só para evitar reflexos da luz. Mas vi a cena numa sala cheia de agentes e advogados. Foi assim que vi a minha vagina no ecrã pela primeira vez.” 

Stone conta que, chocada, confrontou o realizador Paul Verhoeven e deu-lhe uma estalada na cabine de projecção. 

“Já não havia nada a fazer. Era o meu corpo ali. Tive de tomar decisões.” 

E agora… um reboot? 

Segundo a Variety, a Amazon MGM Studios e a United Artists adquiriram os direitos para um reboot de Basic Instinct, com o regresso do argumentista original, Joe Eszterhas, ao leme do guião. Não se sabe ainda se Sharon Stone estará envolvida. A actriz participou na sequela de 2006 (Basic Instinct 2), que foi fortemente criticada e falhou nas bilheteiras. 

Num tempo em que o olhar sobre sexualidade, consentimento e poder em Hollywood mudou radicalmente, resta saber como será reimaginado um dos filmes mais provocadores da década de 90 — e se Catherine Tramell voltará a cruzar as pernas… ou as linhas da moral. 

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Quando o Grito de Scarlett Johansson Assusta Lobos: Marriage Story Está a Salvar Gado nos EUA 

A cena de discussão entre Adam Driver e Scarlett Johansson tornou-se inesperadamente… uma arma rural contra predadores 

🐺💔 Quem diria que o momento mais devastador de Marriage Story, o drama de 2019 realizado por Noah Baumbach, viria a ser usado não só como exemplo de representação emocional, mas também como ferramenta de dissuasão contra lobos selvagens nos Estados Unidos

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Segundo o The Wall Street Journal, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) está a recorrer ao áudio da famosa cena de discussão entre Scarlett Johansson e Adam Driver — sim, aquela em que tudo explode num apartamento claustrofóbico — para assustar lobos e proteger o gado em zonas rurais

“Os lobos precisam de saber que os humanos são maus”, explicou um supervisor do USDA no estado do Oregon. 

“Wolf hazing”: drones, AC/DC e… terapia de casal? 

A técnica, conhecida como “wolf hazing”, consiste em usar drones equipados com câmaras térmicas e altifalantes para patrulhar zonas onde há registo de ataques a vacas e ovelhas. Quando um lobo é detetado, o drone projecta luz intensa e transmite sons considerados “alarmantes”. Entre os sons favoritos dos técnicos estão: 

  • Fogos de artifício 
  • Tiros 
  • Discussões de filmes, como a de Marriage Story 
  • E até clássicos do rock como “Thunderstruck” dos AC/DC 

O método tem-se revelado eficaz: depois de 11 vacas terem sido mortas por lobos numa zona do sul do Oregon em apenas 20 dias, a intervenção dos drones e do som dramático reduziu esse número para apenas duas mortes em 85 dias

Da dor emocional à utilidade ecológica 

A cena em questão — um dos pontos altos (ou baixos?) emocionais de Marriage Story — mostra Johansson e Driver aos gritos, numa das representações mais cruas e reais de um divórcio no cinema recente. Foi este momento que lhes valeu nomeações ao Óscar e o aplauso da crítica, tendo o filme sido classificado como um dos melhores de 2019 por publicações como a Variety

“Eles encarnam a raiva, orgulho, desespero e paixão de um casal a destruir a relação — e a si próprios — tentando ainda assim manter-se inteiros”, escreveu Owen Gleiberman. 

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Agora, esses gritos rasgados, carregados de frustração e mágoa… estão a aterrorizar lobos. E a salvar vacas. 

Uma ironia (muito) cinematográfica 

Se Baumbach pretendia explorar o colapso de um casamento como um campo de batalha emocional, dificilmente imaginaria que o seu filme viria a ser usado literalmente como arma de dissuasão em zonas de conflito… entre humanos e predadores. 

Hollywood nunca teve problemas em explorar o sofrimento humano para o entretenimento. Mas aqui, num volte-face inesperado, o sofrimento é reciclado para fins ecológicos. Um pouco como se Scenes from a Marriage tivesse sido misturado com O Livro da Selva e passado por um editor de som rural. 

Próxima paragem: os gritos de  

Revolutionary Road a proteger plantações? 

A pergunta que fica: que outras cenas devastadoras do cinema podem servir para fins práticos no mundo real? Gritos de Meryl Streep em Kramer vs. Kramer? Monólogos de Daniel Day-Lewis em There Will Be Blood? O choro contido de Ryan Gosling em Blue Valentine

O cinema nunca foi tão útil — nem tão imprevisível. 

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“Se Dizem Que Só Sei Fazer de Mim Mesmo… Não Quero Saber” — George Clooney Responde às Críticas Com a Elegância de Sempre (E Um Pouco de Desdém)

Às vésperas da estreia de Jay Kelly, de Noah Baumbach, o actor norte-americano mostra que a idade só lhe aguçou o sentido de humor — e o desinteresse pela crítica 

🎬 George Clooney tem duas estatuetas douradas em casa, mais de 40 anos de carreira e uma lista de filmes que vai de comédias absurdas a thrillers políticos. Mas ainda há quem insista que ele “só sabe fazer de George Clooney”. E a resposta do actor a essas críticas é… bem ao estilo Clooney: 

“Dizem que só faço de mim mesmo? Não quero saber”, afirmou, em entrevista à Vanity Fair

“Já tentaram fazer de vocês mesmos? É difícil.” 

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A conversa surgiu no contexto de uma prévia sobre o novo filme de Noah Baumbach, Jay Kelly, que estreia mundialmente este mês no Festival de Veneza. No filme, Clooney interpreta — surpresa — um actor de 60 e tal anos a reflectir sobre a sua vida pessoal e profissional. Metaficção ou só mais um papel feito à medida? Segundo Clooney, isso pouco importa. 

Clooney: entre a leveza e a densidade, com currículo para calar todos 

Com papéis que vão de O Brother, Where Art Thou? a Syriana (que lhe valeu o Óscar de Melhor Actor Secundário), passando por Michael Clayton, Up in the Air ou The Descendants, Clooney recusa a ideia de ser um “actor de um só tom”. 

“Não há assim tantos tipos da minha idade que consigam fazer comédias amplas e depois virar para dramas sérios como Syriana ou Michael Clayton”, defende. 

E não mente. Clooney tem equilibrado há décadas o lado mais comercial com projectos politicamente carregados, filmes de autor, e colaborações com realizadores como os irmãos Coen, Steven Soderbergh ou Alexander Payne. E fez tudo isto depois dos 30

“Não tive sucesso a sério até aos 33 anos, com Urgências. Já trabalhava há 12. Isso deu-me uma perspectiva real de como tudo isto é passageiro — e de como pouco tem a ver contigo.” 

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Jay Kelly: Clooney ao espelho? 

Escrito por Noah Baumbach e Emily Mortimer, Jay Kelly será lançado em sala a 14 de Novembro, com estreia na Netflix a 5 de Dezembro. O elenco é um verdadeiro desfile de estrelas: Laura Dern, Adam Sandler, Isla Fisher, Greta Gerwig, Billy Crudup, Riley Keough, Jim Broadbent, entre muitos outros. 

O filme apresenta-se como uma dramédia sobre envelhecer, reflectir e, claro, representar — temas que batem fundo na vida real de Clooney, que agora vê o estrelato com a leveza de quem já não precisa de provar nada. 

“Não Quero Saber” — Mas Sabe o Que Está a Fazer 

Esta fase da carreira de Clooney parece assentar-lhe como um fato italiano bem cortado: confortável, elegante, com espaço para ironia e profundidade. Se há coisa que nunca lhe faltou, foi consciência do seu lugar no jogo — e uma boa dose de auto-humor

Se está a fazer de George Clooney? Talvez. Mas se o faz tão bem, quem se importa? 

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