“House of the Dragon”: Terceira Temporada Já Está a Ser Filmada no Reino Unido 🐉🔥

A guerra dos Targaryen ainda está longe de terminar – e a produção da aguardada terceira temporada de House of the Dragon já arrancou oficialmente no Reino Unido. Depois de dois anos repletos de traições, dragões em fúria e alianças perigosas, a prequela de A Guerra dos Tronos promete continuar a saga sangrenta da Casa Targaryen com novos episódios… e novos jogadores no tabuleiro de Westeros.

ver também: “One Battle After Another”: Leonardo DiCaprio Surpreende Como Revolucionário Descompensado no Filme Mais Louco de Paul Thomas Anderson 💣🎥🍷

Apesar de ainda não haver data de estreia confirmada, o anúncio da Max de que as filmagens já começaram é música para os ouvidos dos fãs da fantasia épica criada por George R.R. Martin.

Um elenco de peso regressa… com sangue novo à mistura

A terceira temporada de House of the Dragon será composta por oito episódios – menos dois do que a anterior – mas promete não poupar na intensidade dramática nem nas batalhas viscerais. Os fãs podem contar com o regresso de muitos dos rostos que marcaram as temporadas anteriores, incluindo:

  • Matt Smith como Daemon Targaryen
  • Emma D’Arcy no papel da Rainha Rhaenyra
  • Olivia Cooke como Alicent Hightower
  • Steve Toussaint como Corlys Velaryon
  • Rhys Ifans como Otto Hightower
  • Fabien Frankel, Ewan Mitchell, Tom Glynn-Carney, Phia Saban, entre outros.

A nova temporada contará também com caras novas no sempre atribulado mundo de Westeros. Entre os reforços do elenco, destacam-se:

  • Tommy Flanagan como Ser Roderick Dustin
  • Dan Fogler como Ser Torrhen Manderly
  • James Norton no papel de Ormund Hightower, uma adição com potencial para agitar os conflitos entre as casas nobres.

Com esta expansão do elenco, tudo indica que a guerra civil conhecida como Dança dos Dragões vai alastrar-se ainda mais e envolver novas casas, territórios e alianças instáveis.

Realização em boas mãos

A terceira temporada será dirigida por uma equipa de realizadores de respeito no universo televisivo, com Clare Kilner, Nina Lopez-Corrado, Andrij Parekh e Loni Peristere a assumirem os comandos de diferentes episódios. A produção mantém-se sob a batuta de Ryan Condal, criador e showrunner, em colaboração próxima com o próprio George R.R. Martin.

O que esperar?

A segunda temporada, com estreia marcada para o verão de 2024, servirá como ponte direta para os acontecimentos ainda mais dramáticos que se avizinham. Com a guerra entre os Verdes e os Pretos a ganhar força, e com perdas pesadas já sofridas por ambos os lados, tudo aponta para uma escalada que não deixará ninguém intocado.

A terceira temporada deverá mostrar o alastrar do conflito por Westeros, o envolvimento de casas anteriormente neutras e o papel fundamental que cada dragão terá na luta pela supremacia. E se conhecermos minimamente George R.R. Martin, sabemos que o sangue vai correr – tanto o azul como o vermelho.

ver também: Rick Dalton Está de Volta! Brad Pitt, Fincher e Tarantino Juntam-se Para Continuação de “Era uma Vez em… Hollywood”

Conclusão:

Com as câmaras já a rolar no Reino Unido, a terceira temporada de House of the Dragon aproxima-se com promessas de mais intrigas, reviravoltas e – claro – muitos dragões. Será esta a fase em que Westeros se afunda numa guerra total? Resta-nos esperar… com os olhos postos no céu.

“One Battle After Another”: Leonardo DiCaprio Surpreende Como Revolucionário Descompensado no Filme Mais Louco de Paul Thomas Anderson 💣🎥🍷

Se te disseram que o novo filme de Paul Thomas Anderson seria uma mistura de There Will Be Blood com Fear and Loathing in Las Vegas, estavam mais perto da verdade do que pensas. One Battle After Another, apresentado pela primeira vez com imagens explosivas na CinemaCon 2025, é uma das grandes apostas da Warner Bros. para o final do ano — e promete fazer faísca tanto nas bilheteiras como na temporada de prémios.

Com um orçamento a rondar os 130 milhões de dólares (sim, leste bem), este é o filme mais caro alguma vez realizado por Anderson, e marca a sua primeira colaboração com Leonardo DiCaprio. E que estreia! A julgar pelas reações em Las Vegas, o ator de O Lobo de Wall Street está prestes a oferecer-nos uma das interpretações mais selvagens, intensas e surreais da sua carreira.

Um revolucionário em queda… e em fúria

No filme, DiCaprio interpreta um revolucionário exausto, alcoólico e visivelmente afetado por décadas de abuso de substâncias, que embarca numa missão para salvar a filha raptada. A trama, adaptada de um romance de Thomas Pynchon (o autor que já inspirou Inherent Vice), decorre num universo de intrigas políticas, caos urbano e paranoia revolucionária, com uma pitada generosa de humor negro e uma realização grandiosa em formato VistaVision para IMAX.

Durante a CinemaCon, foi mostrada uma sequência hilária em que o personagem de DiCaprio tenta lembrar-se de uma palavra-passe para ativar uma célula de radicais. “Fritei o meu cérebro”, diz ao telefone. “Abusei de drogas e álcool durante 30 anos. Sou um amante de drogas e álcool.” Do outro lado da linha, a resposta é inesperadamente woke: “Estás a ser agressivo e isso está a dar-me ‘gatilhos de ruído’.”

Rimos? Rimos muito. Mas também percebemos que este é o tipo de sátira anárquica que só Paul Thomas Anderson se atreveria a levar a cabo com esta escala.

Um elenco de luxo e um vilão com olhos de gelo

A acompanhar DiCaprio estão Regina Hall, Teyana Taylor e o recém-chegado Chase Infiniti, mas há mais: Sean Penn interpreta o principal vilão — um coronel com um olhar glacial que, segundo quem viu, “mete mesmo medo”. Benicio del Toro surge como um camarada revolucionário armado até aos dentes e com ar de quem também abusou das substâncias erradas nos momentos certos.

É um elenco que transpira talento, caos e carisma — tudo o que este tipo de cinema precisa para se tornar lendário.

“Don’t f*cking panic”

O trailer apresentado foi tudo menos subtil: perseguições de carro, tiroteios de metralhadora, equipas de intervenção especial a arrombar portas e DiCaprio em plena espiral de colapso mental. A última frase, gritada entre explosões e sirenes: “Don’t f*cking panic. Keep your shit together.” Aparentemente, não estava a falar só para si próprio.

E apesar do tom irreverente, DiCaprio garantiu que One Battle After Another “toca em algo político e cultural que arde sob o nosso subconsciente coletivo”.

A estreia estava originalmente marcada para 8 de agosto de 2025, mas a Warner adiou o lançamento para 26 de setembro — um movimento claro para posicionar o filme na rota dos Óscares.

Uma aposta arriscada… mas com pedigree

Apostar 130 milhões num filme sem super-heróis, sabres de luz ou sequelas de animações é quase um ato de resistência nos dias que correm. Mas se há alguém que pode justificar essa aposta, é Paul Thomas Anderson. E com DiCaprio no leme da loucura, tudo pode acontecer. Lembremo-nos que The Revenant (2015) e O Lobo de Wall Street (2013) também pareciam “demasiado estranhos para o grande público” — e renderam fortunas.

ver também : “Avatar: Fire and Ash” Chega com Fúria e Fogo – e Pode Levar James Cameron a Novo Recorde no Cinema 🔥🌊🎬

Neste caso, há quem fale já num regresso à glória do cinema audaz e autoral, com músculo técnico e ambição desmedida. E, convenhamos, só o facto de One Battle After Another existir já é um pequeno milagre num mercado saturado de fórmulas previsíveis.

Conclusão: DiCaprio + PTA = caos cinematográfico imperdível

One Battle After Another é, como o título indica, uma luta constante — tanto para os personagens como para a própria indústria que tenta recuperar da estagnação pós-pandemia. Mas se há filme que pode reacender a paixão pelo cinema audaz, provocador e livre, é este.

ver também : Michelle Williams Relembra Brokeback Mountain e a Derrota que Ainda Hoje nos Deixa de Coração Partido 💔🎬

A estreia mundial está marcada para 26 de setembro de 2025. E já há quem diga que os bilhetes vão esgotar antes mesmo de sabermos a palavra-passe do revolucionário de DiCaprio.

“Fogo do Vento”: Primeira Longa-Metragem de Marta Mateus Conquista Prémio em Festival Italiano 🇵🇹🔥🎬

O cinema português continua a dar cartas além-fronteiras. Desta vez foi Fogo do Vento, a estreia na longa-metragem de Marta Mateus, a conquistar aplausos internacionais: o filme venceu esta segunda-feira o prémio de Melhor Primeiro Filme Internacional no Festival de Busto Arsizio, em Itália.

ver também: “Avatar: Fire and Ash” Chega com Fúria e Fogo – e Pode Levar James Cameron a Novo Recorde no Cinema 🔥🌊🎬

Num anúncio entusiástico, o júri do certame italiano justificou a distinção com a “linguagem pessoal” da realizadora portuguesa, elogiando a forma como a obra “narra, com originalidade, o crepúsculo do mundo rural e proletário”. A vitória ganha ainda mais relevo por se tratar do único filme português em competição.

Uma viagem sensorial entre passado, presente e futuro

Descrito como uma fábula que atravessa gerações, Fogo do Vento mergulha nas histórias de uma comunidade alentejana, misturando realismo, memória e um forte lirismo visual. A obra aprofunda personagens e temas já sugeridos por Marta Mateus na sua curta-metragem premiada Farpões Baldios (2017), apresentada na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.

O filme explora os ecos do passado — da resistência ao regime salazarista — até às tensões contemporâneas do mundo rural, num gesto de cinema que tanto convoca a tradição como dá espaço à imaginação.

Em nota de intenções, a realizadora partilha a origem sensorial e simbólica do projeto: “Um dia, no Verão de 2017, apareceu-me um touro negro no pensamento. Dias depois, chegou-me a imagem de um incêndio, de terra queimada.” E completa: “Aprendi a dar atenção aos signos, aos sonhos, às visões, a guardar os mais leves prenúncios presentes numa ideia, num sopro de vento.”

Um percurso internacional sólido

Desde a sua estreia mundial no prestigiado Festival de Locarno em 2023, Fogo do Vento tem sido um verdadeiro caso de sucesso nos circuitos de festivais. Foi selecionado para os festivais de Nova Iorque, Londres (BFI), Tóquio, Viennale (Áustria) e Valdivia (Chile), onde foi amplamente elogiado.

Entre os prémios recebidos contam-se o Prémio Especial do Júri no Avant-Garde Film Festival de Atenas, o Prémio FIPRESCI no Festival de Gijón (atribuído pela Federação Internacional de Críticos de Cinema) e o Prémio de Melhor Realização no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.

A longa-metragem é uma coprodução entre Portugal (Clarão Companhia), Suíça (Casa Azul Films) e França (Les Films d’Ici), revelando o crescente interesse internacional pela nova geração do cinema português.

Do Alentejo para o mundo

Com o Alentejo como cenário e fonte de inspiração, Fogo do Vento é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre identidade, pertença, resistência e transformação. Não é um filme de narrativa linear ou convencional — mas sim uma tapeçaria sensorial, onde as imagens e os sons respiram ao ritmo da terra e das suas gentes.

Marta Mateus não faz concessões ao estilo “fácil”. O seu cinema é de presença, de escuta e de resistência poética. E por isso está a conquistar o respeito de quem procura no grande ecrã mais do que entretenimento: procura visão, coragem e autenticidade.

Estreia nacional marcada para setembro

Com um percurso notável em festivais internacionais, Fogo do Vento prepara-se agora para chegar ao público português. A estreia comercial está marcada para setembro de 2025, logo após o verão — uma oportunidade para os espectadores nacionais descobrirem uma das obras mais marcantes e pessoais do recente cinema luso.

ver também : Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

Enquanto isso, é tempo de celebrar mais um triunfo da criatividade portuguesa além-fronteiras — e de Marta Mateus, uma cineasta que, com apenas dois filmes, já se afirma como uma voz singular no panorama do cinema europeu contemporâneo.

“Avatar: Fire and Ash” Chega com Fúria e Fogo – e Pode Levar James Cameron a Novo Recorde no Cinema 🔥🌊🎬

James Cameron está de volta e não veio brincar. Avatar: Fire and Ash, o terceiro capítulo da saga épica de Pandora, foi finalmente revelado na CinemaCon 2025 — e o que foi mostrado deixou a sala sem fôlego.

ver também : Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

Foi durante o painel da Disney que os operadores de cinema presentes em Las Vegas receberam uns óculos 3D e um convite para testemunhar o primeiro trailer da nova aventura. E que viagem! Novos clãs, batalhas aéreas, flechas em chamas e Na’vi dissidentes são apenas algumas das promessas que fazem deste Avatar talvez o mais intenso até agora.

Ar, Fogo e… uma Deusa Silenciada

O novo filme, que sucede directamente a The Way of Water, leva-nos de volta à luta da família Sully. Após a trágica perda do filho Neteyam, Jake e Neytiri procuram refúgio junto dos Metkayina, o clã aquático, mas o conflito está longe de terminar. Agora, há mais do que humanos sedentos de recursos: um novo inimigo surge das próprias fileiras Na’vi — os Ash People, um clã renegado que abandonou a sua ligação espiritual a Eywa, a deusa de Pandora.

Zoe Saldaña, presente no evento, explicou que os Wind Traders, introduzidos neste filme, são um povo pacífico e nómada que viaja pelos céus em balões de ar quente — uma estética que promete visuais arrebatadores. Mas são os Ash People, com a sua líder feminina fria e poderosa, que trazem uma nova ameaça. Uma frase ressoou na sala de CinemaCon: “A tua deusa não tem lugar aqui.”

Cameron no comando… à distância

James Cameron não esteve presente fisicamente, mas deixou uma mensagem gravada a partir da Nova Zelândia, onde está a finalizar o filme. Com o seu humor habitual, justificou: “Estou a terminar Avatar: Fire and Ash, que acho que todos concordamos é um bom uso do meu tempo.”

A estreia está marcada para 19 de Dezembro de 2025 e Cameron está confiante que o filme poderá ajudar a revitalizar o cinema numa altura em que o setor ainda recupera da pandemia e da concorrência do streaming. “Espero que este filme dê uma injeção de energia às salas de cinema”, disse.

Avatar: o Santo Graal das Bilheteiras?

O primeiro Avatar (2009) e a sequela The Way of Water (2022) ultrapassaram ambos os 2 mil milhões de dólares em receitas, tornando-se dois dos filmes mais rentáveis da história. Se Fire and Ash seguir o mesmo caminho, a saga tornar-se-á a única franquia com três filmes acima dos 2 mil milhões.

E Cameron, claro, já é o único realizador com três filmes nesse patamar, graças também a Titanic. O homem sabe o que faz — e fá-lo em grande.

De olhos postos em 2029 e 2031

Avatar 4 já tem data marcada para 21 de Dezembro de 2029 e Avatar 5 para 19 de Dezembro de 2031. Com as filmagens dos capítulos seguintes já em andamento ou finalizadas, a promessa de que as estreias não sofrerão os mesmos adiamentos intermináveis dos dois primeiros capítulos parece, desta vez, segura.

Se tudo correr bem, o Natal será, até 2031, sinónimo de Pandora.

O Futuro da Experiência Cinematográfica

Durante a apresentação, o responsável pela distribuição global da Disney, Andrew Cripps, reforçou o compromisso do estúdio com as salas de cinema: “Os nossos filmes estão nas salas por mais tempo do que os de qualquer outro estúdio. E isso não é por acaso. Acreditamos na experiência cinematográfica.”

A Disney não se limitou a mostrar Avatar: a CinemaCon incluiu também espreitadelas exclusivas a ThunderboltsFantastic Four: First StepsZootopia 2Freakier FridayTron: Ares e o remake de Lilo & Stitch. Um calendário recheado, com cheiro a pipocas e promessas de filas à porta.


Conclusão

Com Avatar: Fire and Ash, James Cameron volta a provar que não se limita a fazer filmes — constrói mundos. O novo capítulo promete emoções fortes, visuais deslumbrantes e, claro, o tipo de espectáculo que só faz sentido no grande ecrã. A guerra em Pandora está longe de terminar, e nós mal podemos esperar para voltar.

ver também : CinemaCon 2025: Entre Esperanças e Tensões, o Cinema Luta Para Se Reinventar

Data de Estreia: 19 de Dezembro de 2025

Michelle Williams Relembra Brokeback Mountain e a Derrota que Ainda Hoje nos Deixa de Coração Partido 💔🎬

Quase duas décadas depois da estreia de Brokeback Mountain, o filme continua a marcar quem o viu. E não somos só nós a sentirmo-nos assim: Michelle Williams, uma das protagonistas, também não esquece a emoção — nem a polémica — que acompanhou a estreia deste verdadeiro marco do cinema.

ver também : Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

Num episódio recente do programa Watch What Happens Live With Andy Cohen, a actriz esteve a promover a série Dying for Sex, mas acabou por revisitar aquele que é, para muitos, o filme mais importante da sua carreira. E bastou um elogio sincero do apresentador para abrir as comportas da memória.

Brokeback Mountain foi e continua a ser um dos meus dois filmes preferidos de sempre”, disse Andy Cohen. “Teve um impacto profundo em mim.” E Michelle Williams respondeu com uma afirmação certeira: “Sim, sabíamos que ia ser especial. Porque as pessoas foram muito abertas sobre o que significava para elas.”

“Nunca tinha visto homens adultos chorarem assim”

Williams recorda um momento marcante durante a promoção do filme: “Lembro-me de fazer o junket e pensar — não temos muitas oportunidades de ver homens adultos a chorar. Foi nesse momento que percebemos que o filme ia tocar as pessoas de forma muito especial.”

E tocou mesmo. Realizado por Ang Lee e baseado num conto de Annie Proulx, Brokeback Mountain conta a história de amor entre dois cowboys, Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis Del Mar (Heath Ledger), num percurso íntimo, belo e devastador, ao longo de 20 anos. Michelle Williams e Anne Hathaway interpretaram as esposas das personagens principais — e ambos os casais viveram vidas assombradas por segredos e frustrações.

O filme estreou em 2005 e conquistou o mundo. Ganhou três Óscares (Melhor Realizador, Argumento Adaptado e Banda Sonora Original) e foi nomeado para outros cinco. Mas perdeu aquele que todos davam como certo: Melhor Filme. A vitória de Crash continua a ser uma das decisões mais controversas da história da Academia.

“Quem é que fala de Crash hoje em dia?”

Durante a entrevista, Andy Cohen não escondeu a sua indignação: “Estava tão irritado com aquela derrota. Crash?! Isso é que ganhou?” — ao que Michelle respondeu com ironia: “O que era mesmo Crash?”

O momento gerou gargalhadas, mas o tom de fundo era de frustração. Brokeback Mountain foi (e continua a ser) um dos filmes mais aclamados da sua geração. O impacto cultural, emocional e simbólico da obra é inegável. Já Crash… bem, poucos se lembram da história — e menos ainda se referem a ela com entusiasmo.

Uma derrota anunciada… nos bastidores

Anos mais tarde, o realizador Ang Lee revelou que estava, literalmente, a um passo de vencer o Óscar de Melhor Filme. Depois de receber o prémio de Melhor Realizador, foi instruído por um assistente de palco a permanecer nos bastidores. “Disseram-me: ‘Fica aqui. Toda a gente assume que vais ganhar.’ Fiquei ali, mesmo ao lado do palco. Vi o Jack Nicholson abrir o envelope. E depois ele disse: Crash.”

Lee foi também confrontado com a possibilidade de o filme ter perdido por causa de preconceito contra a história de amor gay. A resposta foi clara: “Sim, acho que sim.”

Uma ferida que ainda não sarou

Apesar de todas as conquistas, a derrota de Brokeback Mountain nos Óscares de 2006 continua a ser uma espinha cravada na história da Academia. Foi um momento de viragem, que revelou tanto sobre os limites da indústria quanto sobre os seus preconceitos.

Hoje, o filme permanece como símbolo de progresso — um dos primeiros a apresentar com sensibilidade e profundidade uma história de amor entre dois homens, numa altura em que isso era tudo menos comum em Hollywood. E o seu legado só cresce com o tempo.

ver também : CinemaCon 2025: Entre Esperanças e Tensões, o Cinema Luta Para Se Reinventar 🎬

Como bem disse Michelle Williams, o impacto do filme foi visível nos olhos de quem chorava nos junkets. E continua a sê-lo nos nossos corações, cada vez que ouvimos “I wish I knew how to quit you.

Disney Põe “Tangled” em Pausa: Será o Fim da Era dos Remakes Live-Action? 🎬🌀

A longa trança de Tangled acaba de ser enrolada de novo — e desta vez, talvez por tempo indeterminado. A tão aguardada versão live-action de um dos maiores êxitos da animação da Disney foi oficialmente colocada em pausa, segundo fontes internas do estúdio.

ver também : CinemaCon 2025: Entre Esperanças e Tensões, o Cinema Luta Para Se Reinventar

Esta decisão surge numa altura particularmente sensível para a casa do rato Mickey: o recente fracasso de Snow White, que continua a tropeçar nas bilheteiras, parece ter levado a um momento de reflexão profunda sobre a estratégia que durante mais de uma década foi uma das mais lucrativas da Disney.

Uma paragem estratégica… ou um sinal de alerta?

Com The Greatest Showman Michael Gracey como realizador e um argumento de Jennifer Kaytin Robinson (Thor: Love and ThunderDo Revenge), Tangled estava numa fase de desenvolvimento ativa. O filme prometia ser mais uma aposta musical grandiosa, com o selo de qualidade Disney, assente numa base segura: a adaptação da história de Rapunzel com base no filme de 2010, que continua a ser adorado por milhões.

No entanto, o timing não podia ser pior.

Com Snow White a apresentar um desempenho desastroso — apenas 145 milhões de dólares a nível global para um orçamento de 270 milhões — o estúdio está claramente a repensar a viabilidade dos seus remakes em imagem real. Tangled foi, assim, apanhado no epicentro desta crise de identidade da Disney, e o seu futuro imediato é tudo menos garantido.

A estratégia do espelho retrovisor

Desde os anos 2010, a Disney apostou forte numa estratégia de reaproveitamento do seu vasto catálogo animado. E, durante algum tempo, resultou: O Rei LeãoA Bela e o MonstroAladdin — todos bateram recordes nas bilheteiras. Mas os sinais de desgaste começaram a surgir com títulos como Dumbo ou Pete’s Dragon, e ganharam contornos de alarme com os números mornos de A Pequena Sereia (570 milhões de dólares) e o arranque lento de Mufasa: The Lion King.

Com Snow White a transformar-se num autêntico pesadelo — envolvido em polémicas desde a escolha do elenco até ao discurso nas redes sociais da protagonista Rachel Zegler — a Disney parece ter chegado a um ponto de viragem.

E agora, princesa?

O cancelamento temporário de Tangled poderá significar duas coisas: ou o projeto regressa com uma nova abordagem criativa, ou poderá mesmo desaparecer do radar, substituído por outras prioridades. A mudança na liderança do estúdio reforça essa ideia: em fevereiro, Daria Cercek assumiu o cargo de responsável pelos filmes live-action da Disney, substituindo uma equipa executiva que era considerada a força motriz desta estratégia de adaptações nostálgicas.

O novo rumo parece mais cauteloso. Os próximos 15 meses serão decisivos: Lilo & Stitch, com estreia marcada para maio, e Moana, agendada para julho de 2026, são os dois remakes em que a Disney deposita esperança renovada. E os indicadores são animadores: o teaser de Lilo & Stitch bateu recordes de visualizações digitais, e Moana conta com uma popularidade esmagadora nas plataformas de streaming, reforçada pelo sucesso estrondoso da sequela animada Moana 2, que superou 1 milhar de milhões de dólares nas bilheteiras em 2024.

Conclusão: fim da corda ou apenas um nó?

A pausa de Tangled poderá ser apenas um nó temporário numa trança que voltará a crescer. Mas poderá também marcar o início do fim de uma era em que a Disney apostou quase exclusivamente na reciclagem dos seus clássicos.

Num mercado cada vez mais saturado, com audiências divididas entre nostalgia e inovação, a Disney parece estar a perguntar-se se ainda vale a pena contar as mesmas histórias da mesma forma. A resposta virá em breve. Mas por agora, Rapunzel terá de esperar… outra vez.

ver também : Yorgos Lanthimos vs. Acrópole: A Grécia Diz “Não” à Nova Cena de Emma Stone ⛔🏛️

CinemaCon 2025: Entre Esperanças e Tensões, o Cinema Luta Para Se Reinventar 🎬

“Survive till ’25” era o lema. Mas depois de mais uma edição da CinemaCon, a realidade é outra: o verdadeiro mantra passou a ser “resistir até 2026”. Realizada mais uma vez em Las Vegas, a grande convenção anual da indústria cinematográfica revelou uma atmosfera menos festiva e mais combativa do que em anos anteriores. Em vez de apenas celebrar o poder do cinema, os protagonistas da indústria confrontaram-se com as duras verdades do pós-pandemia.

ver também: Russell Brand Acusado de Violação e Agressão Sexual: Comediante Enfrenta a Justiça em Londres

O evento, que deveria reafirmar a vitalidade do grande ecrã, acabou por expor as fissuras entre estúdios e exibidores. Com receitas 10% abaixo das de 2024 e uma sucessão de fracassos comerciais como Snow White e Mickey 17, o ambiente era tudo menos descontraído.

Guerra das Janelas: 45, 60 ou… nenhuma?

O debate sobre as janelas de exclusividade — o tempo que um filme permanece exclusivamente nos cinemas antes de chegar ao streaming — dominou as conversas. Adam Aron, CEO da AMC Theatres, defendeu com veemência o regresso a janelas de 60 dias, longe dos 17 dias implementados durante a pandemia. Michael O’Leary, da associação Cinema United, reforçou a ideia com números: enquanto os grandes sucessos ainda funcionam, os filmes médios e pequenos estão a desaparecer.

A Disney, surpreendentemente, posicionou-se ao lado dos exibidores. O seu diretor de distribuição, Andrew Cripps, sublinhou que os filmes da casa do rato Mickey continuam a ter janelas mais longas que a concorrência. “Confiem em mim, não é por acaso”, garantiu, arrancando aplausos calorosos.

A guerra do costume: estúdios vs. salas

O espírito de “nós contra eles” voltou a marcar presença. Os estúdios acusam as salas de cinema de estagnação, de não inovarem e de resistirem à implementação de preços acessíveis. Os donos de salas, por sua vez, culpam os estúdios por terem “treinado” o público a ver tudo — excepto os blockbusters — como conteúdos para streaming.

Um executivo de um grande estúdio desabafou: “Gastamos fortunas a trazer estrelas para Las Vegas e a mostrar trailers incríveis… e eles estão mais preocupados com o número de baldes de pipocas vendidos”.

Amazon MGM: a nova esperança?

Desde que a Disney engoliu a 20th Century Fox, o mercado ficou com um vazio difícil de preencher. Mas há uma nova promessa no ar: a Amazon MGM. Na sua estreia na CinemaCon, o estúdio anunciou a intenção de lançar 15 grandes filmes por ano até 2027, com 14 já planeados para 2026. É um compromisso sério com as salas de cinema, e uma resposta direta ao pedido de mais variedade — thrillers românticos, aventuras, fantasia e cinema familiar — entre os tentpoles do costume.

Estrelas em queda… com algumas exceções

Se noutros anos a presença de astros era suficiente para levantar auditórios, este ano ficou claro que a estrela de Hollywood já não brilha como antes — pelo menos entre os donos das salas. Leonardo DiCaprio (One Battle After Another) e Scarlett Johansson foram recebidos com reações mornas. Tom Cruise, em contrapartida, emocionou ao homenagear Val Kilmer com um momento de silêncio. E só Cynthia Erivo e Ariana Grande — a dupla de Wicked — conseguiram arrancar gritos genuínos de entusiasmo.

Será que o poder das estrelas está a desaparecer… ou os exibidores apenas se tornaram mais cínicos?

2026: o ano do tudo ou nada

O novo horizonte está traçado. A verdadeira recuperação do box office, afinal, poderá só chegar em 2026 — com o regresso de sagas como AvengersSpider-ManToy Story e Minions, bem como novos filmes de Christopher Nolan e Steven Spielberg. O problema? Até lá ainda há um calendário inteiro por preencher e salas por encher.


Conclusão: Uma Indústria Dividida, Mas Ainda Viva 🍿

A CinemaCon 2025 foi menos uma festa e mais um fórum de terapia coletiva. Os números ainda não ajudam, os egos estão em brasa e as soluções continuam a dividir. Mas há sinais de esperança: alianças improváveis, compromissos ambiciosos e uma consciência crescente de que o cinema — o verdadeiro, o das salas — precisa de mais do que super-heróis para sobreviver.

Que 2026 venha com filmes… e com público.

ver também : Monty Python and the Holy Grail: 50 Anos Depois, Ainda Estamos Todos a Fugir do Coelho Assassino 🐰⚔️

Russell Brand Acusado de Violação e Agressão Sexual: Comediante Enfrenta a Justiça em Londres


🎭 O comediante britânico Russell Brand, de 50 anos, foi formalmente acusado esta sexta-feira de múltiplos crimes de natureza sexual, incluindo violação, num processo que marca um novo e grave capítulo na vida do polémico artista. As acusações surgem na sequência de uma investigação de 18 meses conduzida pela Polícia Metropolitana de Londres, após quatro mulheres terem denunciado alegados abusos entre 1999 e 2005.

ver também: Yorgos Lanthimos vs. Acrópole: A Grécia Diz “Não” à Nova Cena de Emma Stone ⛔🏛️

Brand, conhecido pelas suas performances irreverentes em palco, pelo seu passado de excessos e por papéis em filmes como Get Him To The Greek (2010), enfrenta agora cinco acusações formais: uma de violação, uma de agressão indecente, uma de violação oral e duas de agressão sexual. Os incidentes terão ocorrido em duas localizações distintas: Bournemouth, uma cidade costeira no sul de Inglaterra, e a zona de Westminster, em Londres.

O passado reaparece — e as consequências também

As acusações remontam ao período entre 1999 e 2005, mas só vieram a público em setembro de 2023, quando uma investigação conjunta do canal britânico Channel 4 e do jornal Sunday Times revelou os testemunhos de quatro mulheres. O documentário, que gerou enorme polémica, levou a uma avalanche de críticas e à suspensão imediata da digressão de Brand, então em curso.

O artista foi interrogado pela polícia e, num vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter), voltou a negar as acusações:

“Nunca estive envolvido em qualquer atividade não consensual. Acredito que terei agora a oportunidade de me defender em tribunal, e estou extremamente grato por isso.”

Apesar da sua defesa pública, a acusação formal foi avançada pelo Serviço de Prosecção da Coroa britânico (CPS), com a procuradora Jaswant Narwal a afirmar que as provas recolhidas foram cuidadosamente analisadas e que havia base legal para apresentar os cinco crimes em tribunal.

Brand deverá comparecer em tribunal em Londres no próximo dia 2 de maio.

De estrela pop a paria mediático

Russell Brand tornou-se uma figura proeminente no início dos anos 2000 graças ao seu humor provocador e estilo anárquico. Apresentou programas de rádio e televisão, participou em várias produções de Hollywood e publicou livros autobiográficos sobre a sua luta contra o vício em drogas e álcool. Em 2010, casou-se com a cantora Katy Perry — um casamento mediático que durou dois anos.

Contudo, nos últimos anos afastou-se dos media convencionais, passando a alimentar um canal digital de vídeos e podcasts onde mistura temas de bem-estar, política, autoajuda e, frequentemente, teorias da conspiração. Transferiu-se para os Estados Unidos, onde reside atualmente.

A sombra do silêncio institucional

As consequências não se limitam ao foro judicial. A BBC — onde Brand apresentou programas entre 2006 e 2008 — já veio pedir desculpa aos antigos colaboradores que terão sentido queixarem-se do comportamento do artista.

“É claro que houve situações em que apresentadores abusaram da sua posição”, reconheceu a estação pública britânica num comunicado em janeiro deste ano.

Com o processo a avançar e o debate sobre os limites da impunidade mediática a intensificar-se, resta saber qual será o desfecho em tribunal — e que impacto terá este caso no futuro da indústria do entretenimento britânica, ainda a braços com escândalos semelhantes nos últimos anos.

ver também: Monty Python and the Holy Grail: 50 Anos Depois, Ainda Estamos Todos a Fugir do Coelho Assassino 🐰⚔️

Yorgos Lanthimos vs. Acrópole: A Grécia Diz “Não” à Nova Cena de Emma Stone ⛔🏛️

Nem o realizador mais aclamado da Grécia, nem uma Emma Stone premiada com dois Óscares conseguiram conquistar o favor das autoridades helénicas: o Ministério da Cultura da Grécia rejeitou oficialmente o pedido de Yorgos Lanthimos para filmar cenas do seu novo filme Bugonia na icónica Acrópole. E a razão? Vamos apenas dizer que envolveria corpos espalhados por locais sagrados… nada a ver com “uma caminhada turística ao pôr-do-sol”.

ver também: Modelo Original de E.T. – O Extraterrestre Fica Sem Lar… Pelo Menos Para Já 👽📦

Quando a ficção científica choca com a arqueologia

A intenção do cineasta grego era filmar no sítio arqueológico mais emblemático do país, no dia 10 de abril. Contudo, o ministério foi peremptório na sua decisão:

“As cenas propostas são incompatíveis com o simbolismo (…) e os valores que a Acrópole representa.”

Segundo avança a imprensa grega, uma das cenas do filme exigia a presença de corpos aparentemente sem vida espalhados pela rocha da Acrópole — algo que, diga-se, poderá ter levantado algumas sobrancelhas… e escudos culturais.

O Ministério da Cultura até ofereceu alternativas, sugerindo locais exteriores nos arredores da Acrópole, mas o recado foi claro: “Podes ser génio, Yorgos, mas na rocha sagrada… não vais filmar.”

O trio que já conquistou Hollywood

Lanthimos regressa à comédia negra e à ficção científica com Bugonia, que promete ser um dos filmes mais esperados de 2024. Com Emma Stone no elenco — a mesma que brilhou em Pobres Criaturas e A Favorita, ambos realizados por Lanthimos — este novo projecto tem estreia programada para novembro e conta também com Jesse Plemons (Killers of the Flower Moon) e Willem Dafoe, outro habitué do universo do realizador.

A recusa grega em permitir a filmagem pode ter criado um contratempo, mas tendo em conta o historial do cineasta, é de esperar que a solução encontrada acabe por ser… estranhamente brilhante. Afinal, falamos do homem que transformou colónias balneares em distopias românticas e clínicas de fertilidade em templos de absurdismo filosófico.

Acrópole: palco de História, não de histeria

A Grécia, diga-se em abono da verdade, é particularmente cuidadosa com o uso do seu património histórico. A Acrópole — que recebeu de braços abertos figuras como Beyoncé, Tom Hanks ou J.J. Abrams — tem uma política apertada no que diz respeito à sua representação no cinema. E quando a proposta é encher o Parténon com figurantes estatelados no chão, a resposta será previsivelmente: “Nem pensar.”

O conflito entre liberdade artística e preservação cultural não é novo, mas continua a levantar questões pertinentes. Pode um realizador usar os símbolos nacionais como pano de fundo para contar histórias de ficção? Ou há limites, mesmo para os autores que, como Lanthimos, elevaram o cinema grego a um patamar global?

Final alternativo?

No final, não sabemos se Yorgos Lanthimos terá reescrito a cena, mudado de localização ou apenas murmurado um “efcharistó” resignado. Mas uma coisa é certa: a Grécia pode ter dito “não”, mas o mundo do cinema continua a dizer “sim” a tudo o que venha da mente irreverente e provocadora do autor de The Lobster.

ver também : Monty Python and the Holy Grail: 50 Anos Depois, Ainda Estamos Todos a Fugir do Coelho Assassino 🐰⚔️

Bugonia tem estreia marcada para novembro — com ou sem vista para a Acrópole.

Modelo Original de E.T. – O Extraterrestre Fica Sem Lar… Pelo Menos Para Já 👽📦

Nem todos os ícones de Hollywood encontram um novo lar à primeira tentativa — e o mais famoso extraterrestre dos anos 80 parece estar a viver, literalmente, uma cena de rejeição. O modelo original de E.T. – O Extraterrestre, utilizado no clássico de Steven Spielberg, foi a leilão esta semana… mas ninguém lhe quis pegar. Nem mesmo com o dedo iluminado.

Um Clássico de Ficção Científica… sem licitadores?

Criado em 1981 pelo lendário artista de efeitos especiais Carlo Rambaldi — sim, o mesmo que ajudou a dar vida ao Aliende Ridley Scott — este modelo específico de E.T. foi um dos três utilizados na rodagem do filme de 1982. É também aquele que surge na icónica “cena do armário”, onde o pequeno extraterrestre se esconde entre peluches, disfarçando-se de brinquedo com a subtileza de um mestre do esconde-esconde intergaláctico.

ver também : Monty Python and the Holy Grail: 50 Anos Depois, Ainda Estamos Todos a Fugir do Coelho Assassino 🐰⚔️

Com pouco mais de um metro de altura e com um currículo que inclui um dos maiores sucessos de bilheteira da história do cinema, esperava-se que o modelo atingisse um valor entre os 550.000 e os 831.000 euros. Mas, apesar do prestígio, ninguém subiu a parada. O leilão, promovido pela Sotheby’s em Nova Iorque, terminou sem qualquer lance vencedor.

“Phone home”, mas sem roaming

Cassandra Hatton, vice-presidente da Sotheby’s, mostrou-se diplomática e otimista:

“O querido modelo do E.T. de Rambaldi é uma peça extraordinária da história do cinema (…). Embora não tenha encontrado comprador no leilão de hoje, a sua importância não diminuiu. Confiamos que este precioso ícone encontrará em breve o seu lar.”

A verdade é que o extraterrestre mais adorável do cinema já provou ser valioso no mercado de colecionismo. Em 2022, um boneco animatrónico de E.T., com esqueleto de metal, também utilizado nas filmagens, foi vendido por uns impressionantes 2,56 milhões de dólares (cerca de 2,45 milhões de euros). Desta vez, talvez a timidez do modelo — ou da carteira dos licitadores — tenha sido mais forte.

E.T., casa quer-se!

Apesar deste pequeno percalço, o modelo continua a ser uma peça histórica rara. Além de ser feito à mão por Rambaldi — artista três vezes vencedor do Óscar — este E.T. representa uma época dourada dos efeitos práticos no cinema, muito antes dos tempos do CGI e das criaturas digitais hiper-realistas.

O filme E.T. – O Extraterrestre é uma das mais ternurentas fábulas de amizade já vistas no grande ecrã, e o boneco protagonista, com os seus olhos tristes e dedos luminosos, entrou para a memória colectiva de milhões de espectadores.

Não é difícil imaginar um coleccionador apaixonado (ou mesmo um museu de cinema) a abrir os braços — ou as finanças — para dar finalmente um lar ao pequeno alienígena que conquistou corações em 1982.

ver também : 🎮 “A Minecraft Movie” Pode Ser o Bloco de Sucesso Que Hollywood Andava a Procurar

E se não acontecer… bem, talvez ele ligue para casa e peça boleia de regresso.

Monty Python and the Holy Grail: 50 Anos Depois, Ainda Estamos Todos a Fugir do Coelho Assassino 🐰⚔️

Em 1975, um grupo de comediantes britânicos resolveu pegar numa das maiores lendas da história europeia — a demanda pelo Santo Graal — e transformá-la numa paródia absurda, ridícula e, acima de tudo, absolutamente genial. Meio século depois, Monty Python and the Holy Grail não só continua a ser citado por milhões de fãs em todo o mundo, como parece estar mais vivo do que nunca. Literalmente, no caso de alguns castelos e… pubs.

ver também: Pierce Brosnan Não Desiste de Bond: “Eles Sabem Onde Me Encontrar”

50 Anos a Fartar-se de Rir (e de “Fartar” em geral)

Se é verdade que a sátira envelhece mal, os Monty Python parecem ser uma das gloriosas excepções à regra. Lançado em 1975, o filme marcou a estreia do grupo britânico — composto por Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin — no grande ecrã com argumento original. Com orçamentos mínimos e imaginação máxima, Holy Grail levou-nos por uma versão medieval onde cavaleiros não tinham cavalos, mas sim cocos; reis eram reconhecidos por não estarem cobertos de estrume; e coelhos fofinhos eram mais letais do que exércitos inteiros.

Frases como “It’s just a flesh wound!”, “We are the knights who say… ‘Ni!’” ou “I fart in your general direction!” tornaram-se parte do vocabulário universal de qualquer fã de comédia. Há quem diga que não se passa uma semana sem que um geek, um cinéfilo ou um professor de História diga “Well, she turned me into a newt… I got better.”

O Castelo do Graal (Sim, Existe Mesmo)

Se pensa que os cenários do filme foram criados num estúdio obscuro qualquer, desengane-se: grande parte das cenas foi filmada em Doune Castle, na Escócia — que, graças aos cortes de orçamento, teve de interpretar múltiplos castelos no filme (incluindo Camelot, claro).

Hoje, Doune Castle é praticamente um lugar de culto para fãs dos Monty Python. Além de vender cocos (sim, cocos!) na loja de lembranças para os visitantes recriarem o icónico som de cascos, também há guiões à venda e visitas áudio narradas pelos próprios Terry Jones e Terry Gilliam, repletas de anedotas sobre a produção e, presume-se, algumas gargalhadas embaraçosas.

Aliás, estima-se que cerca de um terço dos visitantes do castelo são fãs de Monty Python and the Holy Grail. O impacto cultural foi tal que inspirou a criação de um “Monty Python Day” oficial no local. Para os menos convencidos, basta olhar para o facto de que nem o filme Ivanhoe (1952), com Elizabeth Taylor, nem as séries Outlander ou Game of Thrones, conseguiram tal honra… apesar de também lá terem filmado.

Um Pub, um Nome e uma Cerveja à Moda de Terry Jones

Lá mais para sul, em Herefordshire, um pub celebra a memória do falecido Terry Jones com um nome à altura: The Python’s Arms. Localizado no terreno de uma antiga microcervejaria fundada pelo próprio Jones nos anos 70, o espaço foi inaugurado há cerca de 18 meses e serve como tributo discreto — mas bem humorado — ao génio do humor britânico.

O proprietário Mark Bentham teve o cuidado de evitar uma decoração temática exagerada, mas os detalhes estão lá: desde fotografias de Jones em poses “Pythonescas” até aos candeeiros em forma de chapéus de coco. Afinal, se um pub homenageia Terry Jones e não há uma referência visual ao Holy Grail, está a fazer alguma coisa mal.

Uma Comédia que Ainda Diz Coisas Sérias

Apesar do humor nonsense, Monty Python and the Holy Grail continua a ser uma obra surpreendentemente subversiva. Da sátira à autoridade (“Listen, strange women lyin’ in ponds distributin’ swords is no basis for a system of government”) à desconstrução da própria narrativa heróica, o filme carrega um espírito anárquico que ainda hoje parece incrivelmente fresco. A verdade é que muitos dos temas — institucionalização do poder, manipulação histórica, religiosidade cega — continuam a soar tão relevantes como em 1975.

Conclusão: “On second thought, let’s not go to Camelot. It is a silly place.”

O tempo passou, os atores envelheceram (e alguns já nos deixaram), mas a lenda — ou melhor, a anedota — do Santo Graal dos Monty Python permanece. E como qualquer culto que se preze, continua a atrair novos seguidores. Quer seja por um castelo na Escócia, por um pub na zona rural inglesa ou por uma simples citação partilhada entre amigos, o filme continua a dar-nos uma das maiores alegrias da vida: rir de coisas verdadeiramente absurdas.

Cinco décadas depois, ainda há um coelho assassino à solta — e ninguém parece interessado em fugir dele. Muito pelo contrário.

Ver também : Liam Neeson Entra em Cena como Tenente Tresloucado no Reboot de “The Naked Gun”

🎮 “A Minecraft Movie” Pode Ser o Bloco de Sucesso Que Hollywood Andava a Procurar

Num mundo de bilheteiras tropeçantes e expectativas partidas em mil cubos… eis que chega A Minecraft Movie com potencial para colocar os estúdios de Hollywood a dançar o “Creeper Shuffle” da alegria. E não, não estamos a exagerar.

ver também: Pierce Brosnan Não Desiste de Bond: “Eles Sabem Onde Me Encontrar”

Na noite de ante-estreia, o filme baseado no popular videojogo da Mojang (que já vendeu 300 milhões de cópias e conta com 140 milhões de jogadores mensais ativos) encaixou mais de 7 milhões de dólares só nas sessões de quinta-feira — o que deixou toda a indústria em modo diamante encontrado! 💎

Finalmente, um “BOOM” nas bilheteiras de 2025?

Com um ano que vai 11% atrás em receitas comparado com 2024, A Minecraft Movie pode ser o tal empurrão que os cinemas americanos estavam desesperadamente à espera. As projeções mais conservadoras já apontam para um fim de semana de estreia acima dos 75 milhões de dólares… mas os números estão a ser revistos para cima. Muito para cima.

Para dar contexto: só um fim de semana este ano ultrapassou os 100 milhões de dólares de receita nos EUA — o de 14 a 16 de fevereiro — quando Captain America: Brave New World deu o peito às balas com 88,8 milhões de dólares em três dias.

Com estes 7 milhões já garantidos nas ante-estreias (iniciadas às 15h), A Minecraft Movie superou os três filmes Sonic the Hedgehog, cujo recorde de preview era 6,5 milhões. E sim, está a poucos blocos de distância dos impressionantes 10,3 milhões que Five Nights at Freddy’s conseguiu em 2023.

Críticas? Who cares. Os fãs é que mandam.

Apesar de uma receção crítica morna — 51% no Rotten Tomatoes — os fãs de Minecraft não se deixam afetar. Afinal, este é o tipo de filme feito para agradar às massas cúbicas, aos jogadores nostálgicos, aos miúdos de 8 anos e até aos pais que decoraram as paredes lá de casa com pixel art em cartolina.

A julgar pelo comportamento do público com Five Nights at Freddy’s (que teve 32% no Rotten mas 86% no “popcorn meter”), a receita é clara: a opinião da crítica é, neste caso, apenas… decoração de caverna.

Momoa, Black, Coolidge… e muita nostalgia em blocos

Realizado por Jared Hess (Napoleon Dynamite), o elenco conta com Jason Momoa, Jack Black, Danielle Brooks e Jennifer Coolidge. Esta mistura improvável poderá ser o combustível que faltava para fazer da adaptação um daqueles eventos familiares que se tornam obrigatórios nas primeiras semanas de exibição.

Se o marketing continuar com a força que já demonstrou e o boca-a-boca for tão viral como um creeper em modo explosão, A Minecraft Movie poderá não só ser um sucesso, mas também inaugurar mais um universo cinematográfico baseado em videojogos. (Super Smash Bros.: O Filme alguém? 🤫)


Conclusão: Um fim de semana com craft e lucro

Ainda estamos no arranque da aventura, mas os primeiros números indicam que A Minecraft Movie pode mesmo ser o maior sucesso da primavera e o bloco que faltava para reconstruir a confiança nas bilheteiras. Resta saber se o resto do mapa também tem tesouros escondidos… ou só mais zombies à espreita.

ver também : Liam Neeson Entra em Cena como Tenente Tresloucado no Reboot de “The Naked Gun”

Para já, vamos encher os baldes de pipocas e aproveitar esta rara pepita de entusiasmo — porque parece que o cinema, tal como no jogo, ainda pode ser uma aventura em construção contínua.

Pierce Brosnan Não Desiste de Bond: “Eles Sabem Onde Me Encontrar”

Actor de 71 anos mostra abertura para regressar como 007 e dá a sua bênção a Aaron Taylor-Johnson como possível sucessor

Pode um espião reformado voltar ao ativo? Segundo Pierce Brosnan, tudo é possível… até em nome de Sua Majestade. O ator irlandês que interpretou James Bond entre 1995 e 2002 reacendeu a discussão sobre o futuro da icónica personagem e, com elegância digna do fato de gala do MI6, admitiu que não exclui um regresso.

ver também :Liam Neeson Entra em Cena como Tenente Tresloucado no Reboot de “The Naked Gun”

“Acho que ainda me safava no papel, em caso de necessidade. Vamos ver o que o futuro reserva. Eles sabem onde me encontrar”, disse Brosnan durante uma entrevista recente no programa Today. Apesar da idade, o charme continua intacto e a postura diplomática também: “Porquê não?”

Contudo, o próprio reconhece que a ideia é mais romântica do que realista. Em entrevista anterior à GQ, classificou a hipótese como uma “situação delicada” e defendeu que talvez seja melhor “deixar os cães adormecidos em paz”: “Tudo muda, tudo se desfaz. Talvez deva mesmo ser entregue a outro homem. Sangue novo.”

Aaron Taylor-Johnson: o novo nome que entusiasma Brosnan

Se Brosnan pode regressar, o mais provável é que não o faça como protagonista. E nessa frente, já tem um favorito: Aaron Taylor-Johnson. O ator de 34 anos, conhecido por filmes como Kick-Ass, Animais Noturnos e Bullet Train, está a ser apontado como um dos principais candidatos ao papel de Bond. Brosnan, que trabalhou com ele no drama The Greatest (2009), não tem dúvidas:

“Acho que ele seria ótimo. Foi eu quem o escolheu para esse filme. Ele entrou no set e ocupou o espaço com paixão e energia”, recorda. “Se ele o quiser e o conseguir, seria uma excelente escolha.”

Uma nova era Bond em preparação

A especulação sobre o futuro de 007 intensificou-se desde que a Amazon assumiu o controlo criativo da saga, através da Amazon MGM Studios. A parceria com os históricos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson permanece, mas agora junta-se ao leque de produção Amy Pascal (Spider-Man: No Way Home) e David Heyman (Harry Potter, Barbie).

Durante a CinemaCon, os responsáveis da Amazon confirmaram que Pascal e Heyman estão já em Londres a trabalhar no novo capítulo. A promessa é clara: “Respeitar o legado da personagem e trazer um novo e emocionante capítulo para audiências de todo o mundo.”

Bond, James Bond… e Inteligência Artificial?

Num tom mais descontraído, Brosnan ainda lançou uma piada curiosa sobre os tempos modernos: “Há grandes coisas que se podem fazer com Inteligência Artificial… portanto, aí está.” A ideia de um Bond digital pode parecer remota, mas num universo cinematográfico em constante evolução, nunca se sabe.

Enquanto isso, a herança de Brosnan como Bond permanece intacta. GoldenEye (1995), O Amanhã Nunca Morre (1997), O Mundo Não É Suficiente (1999) e Die Another Day (2002) são vistos como marcos do 007 entre o classicismo de Connery e o realismo cru de Daniel Craig.

ver também : “Fountain of Youth”: John Krasinski e Natalie Portman correm mundo em busca da juventude eterna 💧🌍

E se o futuro de Bond está por decidir, uma coisa é certa: Pierce Brosnan não se retirou completamente da mesa de jogo. “Eles sabem onde me encontrar”, repete. E nós também.

Liam Neeson Entra em Cena como Tenente Tresloucado no Reboot de “The Naked Gun”

Preparem-se para um novo festival de disparates: Liam Neeson está pronto para envergar a farda mais absurda do cinema em “The Naked Gun”, o reboot da icónica saga de comédia protagonizada por Leslie Nielsen. Desta vez, o ator de “Taken” troca os sequestros dramáticos por pastelões hilariantes ao encarnar Frank Drebin Jr., o filho do lendário detetive da série original.

ver também : “The Pirate Bay”: Minissérie Baseada em Factos Reais Chega ao TVCine Edition — E é Tão Revolucionária Quanto a Internet que Mudou o Mundo 💻⚓

O filme, que estreia nos cinemas a 1 de agosto, é realizado por Akiva Schaffer, conhecido pelo seu trabalho em “Saturday Night Live” e pelo coletivo de comédia musical The Lonely Island. O argumento foi coescrito pelo próprio Schaffer, em parceria com Dan Gregor e Doug Mand, prometendo manter o espírito nonsense e anarquicamente brilhante da saga original.

Segundo a sinopse oficial, apenas um homem tem o conjunto de competências peculiar o suficiente para liderar a Police Squad e salvar o mundo: o tenente Frank Drebin Jr., interpretado por Neeson, segue as pisadas do pai, metendo-se numa série de investigações que, como seria de esperar, descambam rapidamente em comédia do mais absurdo.

O elenco conta ainda com Pamela Anderson, Paul Walter Hauser, CCH Pounder, Kevin Durand, Cody Rhodes, Liza Koshy, Eddie Yu e Danny Huston, compondo um conjunto diversificado de personagens para contracenar com o detetive mais trapalhão do cinema.

Pamela Anderson não poupou elogios ao colega: “Liam é histérico. Você não está à espera, mas ele é mesmo muito engraçado. Foi difícil manter a cara séria durante as filmagens.”

Já Neeson admitiu sentir-se um pouco nervoso com o desafio de liderar uma comédia tão emblemática, mas acredita no potencial do guião e no talento da equipa criativa: “É um bom argumento. Tem momentos de riso em voz alta. Agora é esperar para ver.”

ver também: “Fountain of Youth”: John Krasinski e Natalie Portman correm mundo em busca da juventude eterna 💧🌍

Com um tom que promete ser fiel aos filmes originais e uma nova geração de talentos a acompanhar Neeson, “The Naked Gun” pode mesmo ser a comédia surpresa do verão.

“The Pirate Bay”: Minissérie Baseada em Factos Reais Chega ao TVCine Edition — E é Tão Revolucionária Quanto a Internet que Mudou o Mundo 💻⚓

Estocolmo, início dos anos 2000. Três jovens nerds conhecem-se online e, entre fóruns e linhas de código, criam uma das plataformas mais controversas e impactantes da era digital: o infame The Pirate Bay. Agora, essa história real é contada como deve ser: em modo thriller. A nova minissérie sueca The Pirate Bay, com seis episódios, estreia-se em exclusivo no TVCine Edition e no TVCine+ já no dia 8 de abril, terça-feira, às 22h10.

ver também: “Fantastic Four: First Steps” Traz Bebé, Batalhas e Uma Surfista Prateada que Vai Dar Que Falar! 🍼🪐

🎬 Hackers ou Heróis? A História Real por Trás do Ícone da Partilha Digital

A série acompanha Peter (aka brokep), Fredrik (aka TiAMO) e Gottfrid (aka anakata), fundadores do The Pirate Bay, que surge como resposta rebelde ao controlo crescente da internet pelas grandes corporações. O trio, animado por uma visão libertária da web, não faz ideia de que está prestes a desencadear uma revolução global que permitiria a milhões de utilizadores partilhar livremente filmes e música.

Com o serviço a tornar-se um fenómeno mundial, os gigantes da indústria do entretenimento rapidamente entram em cena. A Agência Sueca Anti-Pirataria inicia uma caça implacável, e as grandes empresas de Hollywood chegam à Suécia com o objetivo de esmagar os “piratas”. Mas como travar algo que parece ser um fantasma digital? Começa então um verdadeiro jogo de gato e rato, repleto de rusgas, salas de servidores secretas, perseguições internacionais e um movimento social que ameaça o próprio modelo de negócio dos media.

📺 Do Fórum à Fuga: Um Thriller Cibernético em Estado Puro

Com realização de Piotr Marciniak e protagonizada por Simon Gregor Carlsson, Arvid Swedrup, Willjam Lempling, Robin Stegmar e Helena Bergström, The Pirate Bay apresenta-se como um thriller eletrizante com todos os ingredientes certos: idealismo juvenil, poder corporativo, justiça obscura e perseguições que vão desde Estocolmo até às selvas do Camboja.

A minissérie não só retrata a génese de um dos sites mais lendários (e odiados) da internet, como oferece uma reflexão pertinente sobre os limites da liberdade digital, o impacto do ativismo online e as fronteiras entre legalidade e moralidade no novo mundo tecnológico.

📡 Porque é que deves ver esta série?

Se viveste os tempos dos downloads no LimeWire, do Napster ou se já te perguntaste de onde veio o magnet link do filme que alguém te enviou, então esta série é para ti. Mas mesmo que não tenhas sido “pirata digital”, The Pirate Bay é obrigatório para todos os que se interessam por histórias reais que abalaram a cultura pop e a indústria do entretenimento tal como a conhecemos.

ver também: “Fountain of Youth”: John Krasinski e Natalie Portman correm mundo em busca da juventude eterna 💧🌍

🗓️ Marca na agenda: todas as terças-feiras, a partir de 8 de abril, às 22h10, no TVCine Edition e no TVCine+.

⚖️ “O que é justo, afinal?” — é uma das perguntas que esta minissérie levanta. E quem sabe se, depois de a veres, a tua opinião sobre pirataria não fique… um bocadinho mais ambígua.

“Fantastic Four: First Steps” Traz Bebé, Batalhas e Uma Surfista Prateada que Vai Dar Que Falar! 🍼🪐

Depois de meses em que a Marvel andava a tropeçar nos próprios superpoderes, a apresentação de Fantastic Four: First Steps na CinemaCon 2025 foi como uma lufada de ar cósmico. O novo trailer da próxima grande aposta do estúdio arrancou aplausos e gritos em Las Vegas — com direito a barriga de grávida, estrelas da televisão e… uma Surfista Prateada que é tudo menos o que estávamos à espera.

ver também : Jim Carrey e Ron Howard entre as muitas homenagens a Val Kilmer: “Um talento geracional”

Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach: A Nova Família Mais Fantástica do Universo

Num cenário retrofuturista e com o charme de um velho episódio de Twilight Zone misturado com Jetsons, a Marvel apresenta-nos uma nova versão dos Quatro Fantásticos. Desta vez temos Pedro Pascal como o elástico Reed Richards, Vanessa Kirby como Sue Storm (visivelmente grávida!), Joseph Quinn a incendiar tudo como Johnny Storm e Ebon Moss-Bachrach a dar corpo (e pedra) ao melancólico Ben Grimm, aka The Thing.

Sim, leram bem: Sue Storm está grávida. Pela primeira vez num filme da Marvel, temos uma super-heroína que combate o mal e gere o stress da maternidade ao mesmo tempo — finalmente uma representação mais fiel do que é ser mãe moderna.

Celebridades com Superpoderes

Neste universo alternativo da Terra, os Quatro Fantásticos são uma espécie de estrelas de reality show misturadas com ícones da cultura pop. Aparecem em talk shows, recebem vídeos de agradecimento de crianças e bombeiros, e toda a gente parece conhecê-los. É um novo tom, mais leve e familiar, que promete atrair públicos de todas as idades — mesmo aqueles já saturados de multiversos e variantes infinitas.

A Surfista Prateada (Sim, No Feminino) Chega para Arrasar

Mas nem tudo são fraldas e palminhas nas costas. A grande surpresa do trailer — e da apresentação na CinemaCon — foi a revelação da Silver Surfer… que aqui é uma mulher imponente, enigmática e com intenções nada simpáticas. A personagem avisa que o planeta Terra foi marcado para aniquilação por uma força alienígena superior. E não parece estar a brincar.

A reacção na sala foi imediata: aplausos, gritos e até umas exclamações do tipo “finalmente algo novo!”. Se o objectivo era surpreender, conseguiram.

A Marvel Quer Voltar ao Topo — E Este Pode Ser o Bilhete de Regresso

Depois de desaires como Ant-Man and the Wasp: Quantumania e The Marvels, a Marvel tem andado à procura da sua própria “fonte da juventude cinematográfica”. E embora Deadpool & Wolverine tenha sido um sucesso brutal em 2024 (1,3 mil milhões de dólares não se ignoram), a casa das ideias precisava de uma aposta forte e renovada.

Fantastic Four: First Steps pode ser precisamente isso. Uma combinação de acção, coração e humor — as três armas secretas da Marvel em tempos de glória.

O actor Paul Walter Hauser, que integra o elenco, não tem dúvidas: “Acredito que este filme vai entrar para a história como o início de uma nova maré de sucesso para a Marvel, à semelhança do que aconteceu com Black Panther ou Guardians of the Galaxy.”

Quando Estreia?

A data de estreia ainda está a ser mantida em segredo como se fosse o código do cofre do Doutor Destino, mas com este tipo de buzz, é garantido que será um dos filmes mais aguardados de 2026. Até lá, resta-nos rever os trailers, analisar cada frame com olhar de falcão e começar a preparar as teorias sobre o novo bebé da Marvel.

ver também . Estúdio Ghibli vs Inteligência Artificial: “O Meu Vizinho é um Algoritmo” Não Vai Acontecer, Diz o Filho de Miyazaki

“Fountain of Youth”: John Krasinski e Natalie Portman correm mundo em busca da juventude eterna 💧🌍

Indiana Jones que se cuide: vem aí Fountain of Youth, o novo filme de Guy Ritchie para a Apple TV+ que promete juntar aventura, comédia, pirâmides, pancadaria e magia líquida num só frasco cinematográfico. E quem lidera esta busca épica? John Krasinski, que troca o escritório da The Office por viagens intercontinentais, mapas misteriosos e lendas com milénios.

ver também : Estúdio Ghibli vs Inteligência Artificial: “O Meu Vizinho é um Algoritmo” Não Vai Acontecer, Diz o Filho de Miyazaki 🎨🤖

O primeiro trailer já foi lançado e deixa no ar uma pergunta essencial: será este o National Treasure desta geração? Spoiler: tem potencial para sê-lo… e talvez com ainda mais charme.

A fórmula mágica: irmãos desavindos, mapas antigos e… U2 🎵

A história gira em torno de Luke Purdue (Krasinski), um tipo brilhante mas socialmente desajeitado, que embarca numa busca global pela mítica Fonte da Juventude. Mas claro, não o faz sozinho: ao seu lado está a irmã afastada Charlotte, interpretada por Natalie Portman, cuja personagem promete equilibrar ceticismo científico com um certo fascínio por “poços mágicos de água”.

A dupla improvável junta-se a uma trupe que inclui Domhnall Gleeson (num registo descontraído que remete para um Sallah dos tempos modernos), Carmen Ejogo e… Stanley Tucci, porque claro que sim — nenhum filme de aventuras está completo sem uma pitada de Tucci.

O tom do trailer é leve e entusiasmante, ao som de uma versão orquestral de Still Haven’t Found What I’m Looking Fordos U2 — subtil como uma esfinge a fazer yoga, mas altamente eficaz.

Guy Ritchie fora da zona de conforto

Conhecido por mergulhos no submundo do crime britânico (SnatchThe GentlemenRocknRolla), Guy Ritchie muda aqui de registo para abraçar o espírito clássico de aventuras à escala global. Nada de gangsters de Londres: agora temos monumentos antigos, corridas contra o tempo e vilões exóticos, incluindo Eiza González como Esme, uma adversária de saltos altos e pontapés certeiros.

A realização promete momentos de acção bem coreografados, piadas espertas e até alguma alma — há quem diga que esta pode ser a versão emocionalmente funcional de Uncharted que nunca tivemos no grande ecrã.

Promessa de blockbuster com sabor a nostalgia

A estreia está marcada para 23 de maio na Apple TV+, e a expectativa já borbulha. As comparações com Indiana JonesA Lenda do Tesouro Perdido, e até A Múmia de Brendan Fraser são inevitáveis — e bem-vindas. Este é o tipo de cinema que faz sonhar com mapas de pergaminho e relicários escondidos debaixo de teatros abandonados.

E sim, há também o lado emocional: os conflitos entre irmãos, as dúvidas sobre envelhecer, o que estamos dispostos a sacrificar pela imortalidade… tudo embrulhado num ritmo popcorn-ready, com um chapéu de aba larga e muita areia pelo caminho.


Conclusão:

Se procuras uma aventura clássica com um toque moderno, Fountain of Youth pode mesmo ser o teu bilhete dourado. Afinal, entre magia, mitos, e John Krasinski com ar de professor carismático em crise existencial, há aqui uma fórmula que já nos conquistou antes — e que, com o toque certo, pode muito bem voltar a fazê-lo.

ver também : Nanni Moretti em Cuidados Intensivos

Jim Carrey e Ron Howard entre as muitas homenagens a Val Kilmer: “Um talento geracional”

A morte de Val Kilmer abalou Hollywood — e alguns dos seus amigos e colegas de profissão estão agora a partilhar palavras de tributo que ajudam a perceber o impacto que o ator teve tanto dentro como fora do ecrã. Jim Carrey, com quem contracenou no explosivo Batman Forever (1995), e o realizador Ron Howard, que o dirigiu em Willow, estão entre os nomes que prestaram homenagem a este talento que, mesmo com uma carreira cheia de altos e baixos, deixou uma marca inegável no cinema.

ver também Val Kilmer: O Último Combate de um Rebelde de Hollywood

Val Kilmer faleceu na terça-feira, aos 65 anos, vítima de uma pneumonia. A notícia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, e rapidamente gerou uma onda de emoção nas redes sociais — de fãs, amigos e antigos colegas.

Jim Carrey, que vestiu a pele do enigmático Riddler (Charada) em Batman Forever, fez questão de expressar publicamente a sua admiração:

“Estou a recordar hoje Val Kilmer com grande admiração, como homem e como um talento geracional que nos deixou um legado invejável de interpretações inesquecíveis”, escreveu o ator.

“As suas maiores conquistas artísticas só foram rivalizadas pela graça e coragem com que enfrentou os momentos mais desafiantes da sua vida. Desejo à sua família muito amor.”

Batman, Riddler e uma química explosiva em Gotham

Lançado em 1995, Batman Forever tornou-se o segundo filme mais rentável do ano nos Estados Unidos, com Val Kilmer a assumir o manto do Cavaleiro das Trevas depois da saída de Michael Keaton. Ao lado de Jim Carrey e Tommy Lee Jones, o filme dividiu a crítica, mas foi um sucesso de bilheteira. Kilmer interpretou Bruce Wayne com um ar mais introspectivo e melancólico, enquanto Carrey dava largas ao seu lado mais maníaco e excêntrico com o Riddler.

A dinâmica entre ambos — tão contrastante como Gotham e o Arkham Asylum — marcou o filme. E embora Kilmer não tenha regressado ao papel, chegou a fazer uma piscadela ao legado do Batman no Jay and Silent Bob Reboot (2019), onde apareceu com um fato muito semelhante ao do Homem-Morcego.

Tributos sentidos… e cheios de história

Ron Howard, que dirigiu Kilmer em Willow (1988), foi outro dos nomes que não quis deixar passar o momento sem agradecer ao ator.

“Tive a sorte incrível de colaborar com o Val várias vezes ao longo dos anos”, escreveu no X (antigo Twitter).

“Desde o espadachim excêntrico Madmartagan em Willow, ao deslumbrante Jim Morrison em The Doors, e ainda a um cameo arrepiante em The Missing, ele surpreendia sempre. A sua arte ia para lá da representação — era poesia, pintura, cinema e forma de viver. Bon voyage, Val, e obrigado.”

Cher, que namorou com o ator nos anos 80, partilhou uma mensagem ternurenta nas redes sociais, chamando-o de “engraçado, louco, um grande amigo e uma dor de cabeça maravilhosa”, relembrando ainda a sua performance em palco na peça Citizen Twain, sobre Mark Twain.

Um legado que vai para lá de Gotham

Val Kilmer foi Jim Morrison, Batman, Madmartagan, Doc Holliday, o tenente Iceman e tantos outros. Foi também um dos atores mais falados — pelos melhores e piores motivos — de uma geração inteira. Lutou contra um cancro na garganta durante anos e acabou por perder a voz. Ainda assim, reapareceu com dignidade e coragem em Top Gun: Maverick(2022), com a sua voz recriada por Inteligência Artificial, mas com a sua presença bem viva no ecrã.

Como diria o próprio Kilmer no documentário Val (2021):

“Comportei-me mal. Comportei-me com coragem. Para alguns, fui bizarro. Não nego nada — e não me arrependo de nada.”

Palavras de quem viveu tudo com intensidade.

ver também : Val Kilmer: Morreu o Rebelde de Hollywood que Foi Batman, Iceman e Jim Morrison

Estúdio Ghibli vs Inteligência Artificial: “O Meu Vizinho é um Algoritmo” Não Vai Acontecer, Diz o Filho de Miyazaki 🎨🤖

O icónico universo do Estúdio Ghibli — povoado por florestas mágicas, criaturas encantadas e personagens com profundidade emocional — está a ser invadido por… computadores. Graças ao mais recente gerador de imagens do ChatGPT, a internet foi subitamente inundada com ilustrações no estilo Ghibli, alimentando debates acesos sobre o futuro da animação e os limites (ou falta deles) da Inteligência Artificial. Mas para Goro Miyazaki, filho do lendário Hayao Miyazaki, a resposta é simples: pode-se tentar imitar, mas substituir Miyazaki? Esqueçam.

ver também: John Wick Está de Volta… Em Triplicado!

Quando Totoro Conhece o ChatGPT

O novo gerador de imagens da OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, permite criar imagens que imitam o estilo visual de estúdios inteiros. A tecnologia espalhou-se como fogo no campo dos entusiastas de anime, com uma quantidade crescente de “imitações Ghibli” a circular pelas redes sociais. No entanto, a própria OpenAI admite que, embora proíba imitações diretas de artistas vivos, permite “estilos de estúdios” — como quem diz, podes não usar o nome do chef, mas a receita é tua.

Mas Goro Miyazaki, hoje com 58 anos e diretor administrativo do Estúdio Ghibli, não está convencido de que isso seja o futuro da animação. “Não seria surpreendente se, daqui a dois anos, houvesse um filme feito totalmente com IA”, afirmou numa entrevista recente à AFP, no atelier Ghibli em Tóquio. “Mas se o público gostaria de o ver… é outra questão.”

Miyazaki: O Insubstituível

Hayao Miyazaki, o mestre por trás de obras como A Viagem de ChihiroO Castelo Andante ou O Meu Vizinho Totoro, ganhou no ano passado o seu segundo Óscar com O Rapaz e a Garça, provavelmente a sua última longa-metragem. E segundo Goro, o mundo deve começar a preparar-se para a realidade inevitável: quando Miyazaki e o produtor Toshio Suzuki (76 anos) deixarem de poder criar, não haverá substitutos.

“Não é como se eles pudessem ser substituídos”, disse Goro. E com razão: os filmes Ghibli têm algo que nenhuma IA consegue replicar — alma. Um “cheiro de morte”, como lhe chama Goro, que permeia mesmo os filmes mais doces. “Totoro é, de certa forma, um filme assustador”, disse ele. “Explora o medo de perder uma mãe doente.”

A geração dos fundadores da Ghibli é marcada por memórias de guerra e experiências duras, elementos que informam a profundidade emocional dos seus filmes. Goro afirma que “é impossível criar algo com a mesma sensação e abordagem se não se viveu essa realidade”.

Arte vs Algoritmo

A polémica não é nova. Um vídeo de 2016 voltou a circular recentemente, onde Hayao Miyazaki reage a uma criatura digital animada por IA com total repulsa: “Isto é um insulto à própria vida.” A frase ficou célebre e, para muitos, resume o espírito do estúdio: a criação deve vir de um lugar humano, imperfeito, mas genuíno.

Curiosamente, a indústria de animação japonesa enfrenta uma escassez de animadores qualificados, em parte porque os salários baixos e as longas horas de trabalho tornam a carreira desmotivante para as novas gerações. A Geração Z, mais digital e menos disposta a passar anos a desenhar manualmente, poderá ver na IA uma ferramenta… ou uma tentação.

Mesmo assim, Goro vê algum potencial: “A nova tecnologia pode trazer talentos inesperados.” Mas deixa bem claro que não é por aí que o Ghibli vai seguir.

De Pai para Filho (com Resistência)

Goro entrou no Estúdio Ghibli em 1998, mas sempre carregou o peso do legado do pai. Dirigiu filmes como Contos de Terramar (2006) e A Colina das Papoilas (2011), além de ter supervisionado o Museu Ghibli e o recém-inaugurado Parque Ghibli no Japão. Apesar do respeito pelo percurso do pai, Goro admite que a sua mãe, também designer, o desaconselhou a seguir esta carreira: “É um trabalho difícil e muito preenchido.”

Ainda assim, há algo de inevitável na relação de Goro com o estúdio: “Sempre quis fazer algo criativo.”

E talvez seja essa a maior lição que o Ghibli deixa a todos nós — que o verdadeiro motor da arte não é um algoritmo, mas a necessidade humana de criar, de comunicar, de contar histórias com emoção, com falhas, com alma.

ver também : Rick Dalton Está de Volta! Brad Pitt, Fincher e Tarantino Juntam-se Para Continuação de “Era uma Vez em… Hollywood”

Nanni Moretti em Cuidados Intensivos

O cinema europeu está em sobressalto. Nanni Moretti, o realizador italiano que nos habituou a pensar (e rir) com filmes de uma ternura provocadora, sofreu um ataque cardíaco e encontra-se internado nos cuidados intensivos em Roma, com prognóstico reservado. A notícia, avançada pelos media italianos, caiu como um balde de água fria no meio cinematográfico.

ver também : John Wick Está de Volta… Em Triplicado!

Com 71 anos, Moretti foi levado de urgência na quarta-feira para o Hospital San Camillo, onde foi submetido de imediato a uma cirurgia de emergência. Segundo as primeiras informações, encontra-se estabilizado, mas continua em estado delicado.

Um cineasta com coração nas imagens… e agora o coração à prova

O incidente não é totalmente inesperado: em outubro de 2023, o autor de Querido Diário já tinha sofrido um pequeno enfarte, que o obrigou a cancelar uma apresentação em Nápoles. Foi também tratado no mesmo hospital onde agora permanece internado. Na altura, a situação foi encarada como um susto. Desta vez, porém, o silêncio à volta do seu estado de saúde é mais preocupante.

Moretti, frequentemente comparado a Woody Allen (com sotaque romano e scooter Vespa), construiu uma filmografia que é um verdadeiro espelho crítico da sociedade italiana — e não só. Do íntimo O Quarto do Filho (Palma de Ouro em Cannes, 2001) ao mordaz Habemus Papam, passando pelo frontalíssimo O Caimão, sobre o fenómeno Berlusconi, Nanni sempre foi uma voz desconcertante, subtilmente hilariante e com um faro extraordinário para o desconforto moderno.

O homem que filmava o mundo como quem escreve um diário

A sua carreira começou com uma câmara Super 8 e uma comédia minimalista chamada Io sono un autarchico (1976), que já prometia aquilo que se viria a confirmar: um talento único para usar o humor como arma e escudo. Mas foi com Querido Diário (1993) que Moretti conquistou definitivamente o público internacional — e o coração dos cinéfilos. A sua deambulação pela Roma vazia, a bordo de uma Vespa, enquanto reflecte sobre a vida, a arte e a condição humana, é hoje um clássico moderno e um hino à introspecção urbana.

Esse filme valeu-lhe o Prémio de Melhor Realização em Cannes, em 1994. E seria apenas o início de um percurso que se manteria coerente, surpreendente e, acima de tudo, pessoal. Moretti nunca teve medo de se colocar diante da câmara — fosse como alter ego neurótico, pai enlutado, cineasta em crise ou cidadão indignado. Sempre com uma estética depurada e um olhar clínico sobre o mundo que o rodeia.

Um realizador que não poupa ninguém (nem o Vaticano)

Ao longo das décadas, foi construindo uma carreira sem concessões ao facilitismo comercial. Filmes como O Caimão(2006), onde expôs com coragem o impacto do populismo mediático de Berlusconi, ou Habemus Papam (2011), uma reflexão delicada e provocadora sobre os bastidores da Santa Sé, confirmaram a sua reputação de criador independente e inconformado.

Mesmo O Sol do Futuro (2023), o seu filme mais recente e uma espécie de metanarrativa sobre um realizador em busca de sentido num mundo em transformação, competiu em Cannes e mostrou que, apesar da idade, Moretti continua a questionar tudo — a si próprio incluído.

Uma pausa indesejada… mas não definitiva?

Ainda não há actualizações oficiais sobre a evolução do seu estado de saúde, mas o meio cinematográfico — em Itália e no mundo — já reagiu com mensagens de solidariedade. A esperança é que este seja apenas mais um capítulo na sua longa narrativa pessoal, e que Nanni volte a fazer aquilo que melhor sabe: filmar o mundo com um misto de amor, ironia e coragem.

ver também : Rick Dalton Está de Volta! Brad Pitt, Fincher e Tarantino Juntam-se Para Continuação de “Era uma Vez em… Hollywood”