John Oliver Arrasa Trump Pelo Baile “Great Gatsby” Enquanto Milhões Ficam Sem Apoio Alimentar

O apresentador de Last Week Tonight criticou o ex-presidente por organizar uma festa luxuosa em Mar-a-Lago no mesmo dia em que o seu governo suspendeu os benefícios alimentares para 42 milhões de americanos.

Enquanto milhões de famílias norte-americanas ficaram sem apoio alimentar, Donald Trump decidiu vestir o fato de Jay Gatsby e dar uma festa de Halloween em Mar-a-Lago. O contraste — entre a opulência dourada da festa e o desespero de quem depende do programa SNAP (Supplemental Nutrition Assistance Program) — não passou despercebido a John Oliver, que dedicou boa parte do episódio deste domingo de Last Week Tonight a desmontar o absurdo da situação.

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O comediante britânico, conhecido por misturar sátira e indignação em doses precisas, não poupou palavras:

“Não é só insultuoso”, começou Oliver, “é também um murro no estômago para qualquer aluno do secundário que acabou de escrever um ensaio de 4.000 palavras sobre O Grande Gatsby como uma reflexão sobre o colapso do Sonho Americano — e depois liga a CNN e vê que afinal é apenas um livro sobre ricos a fazerem festas.”

“A Little Party Never Killed Nobody”?

O tema da festa, revelou Oliver, era “A Little Party Never Killed Nobody” — “Uma pequena festa nunca matou ninguém”. A ironia, claro, não lhe escapou:

“Pois, é verdade. Uma pequena festa pode não matar ninguém. Mas um Grand Old Party [jogo de palavras com GOP, o Partido Republicano] é perfeitamente capaz de destruir milhões de vidas — e, infelizmente, eles não parecem dar uma única porcaria de mármore e ouro sobre isso.”

A crítica de Oliver surge após o governo Trump ter suspenso os benefícios alimentares do SNAP a mais de 42 milhões de americanos, alegando restrições legais sobre o uso de fundos de contingência do Departamento da Agricultura.

Um país dividido entre champanhe e filas no banco alimentar

A medida gerou indignação e múltiplas ações judiciais de estados e cidades, tentando forçar a administração a desbloquear os 6 mil milhões de dólares reservados para emergências. Dois juízes federais já ordenaram a utilização desses fundos, mas o governo insiste que “precisa de mais orientação jurídica” — um processo que poderá atrasar os pagamentos por várias semanas, mesmo no melhor cenário.

Entretanto, bancos alimentares em todo o país registam um aumento drástico de procura, enquanto Trump continua a culpar os democratas pelo impasse orçamental que levou ao encerramento parcial do governo.

Na sua rede Truth Social, o ex-presidente chegou a afirmar que seria “uma honra fornecer o financiamento, tal como fiz com os militares e a polícia” — uma frase que, para John Oliver, resume perfeitamente o cinismo da administração: “Grande Gatsby, versão MAGA: um império de ouro e espelhos que ignora a fome à sua volta.”

A sátira como resistência

Com o seu humor ácido e lucidez desconcertante, Oliver voltou a transformar o noticiário em crítica social — lembrando que, por detrás das festas de luxo e das manchetes políticas, há milhões de pessoas a lutar apenas por um prato de comida.

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E enquanto Trump dança entre colunas douradas ao som de “A Little Party Never Killed Nobody”, o resto da América pergunta-se quem paga a conta dessa festa.

South Park Ri-se de Si Própria: “A Série Está Horrível Por Causa da Política” — Diz Stan no Episódio Especial de Halloween

O episódio “The Woman in the Hat” mergulha no caos político com Trump, cripto-moedas, fantasmas na Casa Branca e uma boa dose de auto-crítica ao próprio South Park.

O especial de Halloween de South Park trouxe tudo o que os fãs esperam da série… e ainda mais loucura do que o habitual. No episódio “The Woman in the Hat”, transmitido a 31 de Outubro, Stan dá voz a uma queixa que muitos espectadores têm feito nos últimos anos: “South Park está uma seca por causa desta porcaria política toda.”

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A frase, que soou como uma piscadela de olho aos críticos do rumo recente da série, marca o início de uma trama deliciosamente absurda — mesmo para os padrões de South Park. Stan decide criar uma nova cripto-moeda chamada South Park Sucks Coin e envia o primo do Kyle, o insuportável Kyle Schwartz, para pedir a Donald Trump protecção para o seu novo esquema digital.

Trump, Espíritos e Cripto-Caos na Casa Branca

Enquanto isso, Trump — que continua a ser presença regular na temporada — tenta livrar-se de uma entidade que o assombra na Casa Branca: a própria Melania, aqui transformada num fantasma de chapéu misterioso. Para resolver o problema, o ex-presidente recorre à ajuda da procuradora Pam Bondi, que conduz uma sessão espírita digna de um spin-off de terror.

Mas o susto não acaba aí. Outro fantasma a vaguear pelos corredores da Casa Branca é Brendan Carr, antigo presidente da FCC, que aparece disfarçado de múmia depois de “perder a liberdade de expressão” — uma referência irónica a um episódio anterior, onde sofreu um “acidente intencional” durante uma discussão política.

Auto-Paródia e Crítica Social

Com este episódio, os criadores Trey Parker e Matt Stone voltam à sua especialidade: usar o absurdo para satirizar tudo e todos — incluindo eles próprios. A série, que ao longo das últimas temporadas tem mergulhado em temas como as eleições, redes sociais e cultura woke, mostra aqui uma rara auto-consciência sobre a sua própria saturação política.

Ao mesmo tempo, não poupa críticas ao universo das memecoins, ao populismo digital e ao eterno circo mediático em torno de Trump. É South Park a ser South Park: grotesca, provocadora e hilariante.

Uma Temporada Caótica, Mesmo à Moda da Série

O episódio chega após várias alterações no calendário da 28.ª temporada — com adiamentos, mudanças de data e até uma estreia surpresa. Segundo o Comedy Central, a série deverá retomar agora o ritmo quinzenal, com novos episódios a 12 e 26 de Novembro e a 10 de Dezembro.

Na semana anterior, South Park já tinha causado polémica ao mostrar Trump numa relação falhada com Satanás (que, para complicar, está grávida), enquanto Peter Thiel, co-fundador da Palantir, embarcava numa busca pelo Anticristo.

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Se havia dúvidas de que South Park ainda sabe rir-se do mundo — e de si própria —, “The Woman in the Hat” dissipou-as todas. A série pode brincar com política, cultura pop e até com as suas próprias críticas, mas continua a fazer o que sempre fez melhor: transformar o caos moderno em comédia impiedosamente certeira.

Kimmel desafia Trump para um “teste de QI” com AOC e Jasmine Crockett — televisão a piscar o olho ao game show

No mais recente monólogo do Jimmy Kimmel Live!, Jimmy Kimmel propõe — em tom satírico — um “teste de QI” televisivo com Donald Trump frente-a-frente com as congressistas democratas Alexandria Ocasio-Cortez e Jasmine Crockett. O clipe foi publicado nas páginas oficiais do programa nas redes sociais.  

As punchlines que incendiaram a plateia

Kimmel monta a ideia como espectáculo e salpica-a com one-liners que o vídeo regista de forma inequívoca: chama a Trump “fat Albert Einstein”, precisamente por ele se apresentar, recorrentemente, como “um dos maiores génios de todos os tempos”. Em modo vendedor de prime time, promete ainda que seria “the greatest television show of all time”. E, a picar o calcanhar preferido do ex-presidente, atira: “What’s the thing you love most, above else… above family… that’s right, ratings… they’ll be huge — they will be bigger than the night after you tried to cancel me.”  

John Oliver arrasa nova ofensiva de Trump: “Vi episódios suficientes de JAG para saber que isso não é o procedimento”

O humorista britânico voltou a atacar duramente a administração de Donald Trump, criticando tanto os bombardeamentos a embarcações no Caribe como a demolição parcial da Casa Branca para construir um salão de baile “estilo Versailles de clínica estética”.

O sempre afiado John Oliver voltou ao programa Last Week Tonight com um dos seus monólogos mais ferozes dos últimos tempos.

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O alvo? Donald Trump e as decisões cada vez mais bizarras da sua nova administração — desde ataques militares sem explicação no Mar das Caraíbas até à destruição do East Wing da Casa Branca, tudo ao som de piadas cirúrgicas e sarcasmo britânico no ponto.

🎭 “Medspa Versailles”: o novo capricho de Trump

Oliver começou por comentar a recente notícia de que Trump planeia demolir parte da Casa Branca para construir um salão de baile de 8.300 metros quadrados, um projecto de 300 milhões de dólares supostamente financiado por “doações privadas”.

“Um espaço em estilo melhor descrito como Versailles versão clínica de estética”, ironizou o apresentador.

“A demolição da Casa Branca — uma metáfora que, se alguma coisa, é demasiado óbvia.”

🚤 “Interceptar, não afundar”: críticas aos ataques no Caribe

Mas o tom rapidamente passou do cómico ao indignado.

Oliver condenou as operações navais dos EUA no Caribe, onde, segundo o governo, embarcações suspeitas de tráfico de droga foram atacadas e destruídas sem aviso prévio, resultando em mais de 40 mortes.

“A administração não apresentou provas públicas das suas alegações”, disse o humorista.

“Mas mesmo que as tivesse, eu vi episódios suficientes de JAG para saber que a abordagem normal é interceptar os barcos e prender os suspeitos — não assassiná-los sem qualquer devido processo.”

Oliver acusou Trump de agir como “juiz, júri e carrasco de cidadãos estrangeiros”, num estilo que classificou de “arrogante e perigoso”, criticando também a passividade do Congresso e dos tribunais norte-americanos.

💀 “Vamos apenas matar pessoas” — o horror nas próprias palavras de Trump

O apresentador também reagiu à declaração de Trump de que pondera lançar ataques terrestres na Venezuela, afirmando que não pedirá autorização ao Congresso, porque “vamos apenas matar pessoas. Vão ficar… mortas”.

“É o tipo de frase que esperamos ouvir de um assassino em série — ou do génio por trás da limonada energética da Panera Bread”, brincou Oliver, arrancando gargalhadas do público.

🥞 “Onde está o meu maldito cheque?”

No final, Oliver recuperou um momento anterior do programa, em que comentara um vídeo bizarro de George Santos, o ex-congressista envolvido em escândalos, filmado num IHOP (a popular cadeia americana de panquecas).

O comediante encerrou com uma metáfora ácida:

“Trump nomeou-se a si próprio juiz, júri e executor, e é revoltante que nem o Congresso nem os tribunais queiram travá-lo.

Vivemos num país que supostamente tem freios e contrapesos — e, citando a nova diva porta-voz do IHOP: ‘Onde está o meu maldito cheque?’

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Com o seu humor corrosivo e timing infalível, John Oliver volta a ser a voz mais incómoda da televisão americana, lembrando que, por detrás das gargalhadas, há sempre um alerta sério sobre o estado da democracia.

South Park  Arrasa Presidente da FCC… com Fezes de Gato à Mistura

Quem achava que South Park estava a perder a chama, pode arrumar já as varinhas mágicas da dúvida: Trey Parker e Matt Stone continuam tão (ou mais) caóticos do que sempre. A prova? O mais recente episódio da 27.ª temporada, “Conflict Of Interest”, transformou o presidente da FCC, Brendan Carr, em saco de pancada oficial. E não foi só no sentido figurado: o homem acabou no hospital, em tracção, depois de levar tareia, cair de escadas, ser envenenado… e ainda contrair um vírus através de fezes de gato. Classe pura.

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Carr, que tem passado as últimas semanas a tentar impor disciplina às cadeias televisivas para que não falem mal do “chefe”, tornou-se alvo preferencial da série. É quase como se tivesse enviado uma carta formal a dizer: “Caros Parker e Stone, por favor ridicularizem-me na televisão.” Pedido aceite.

O episódio elevou o disparate a níveis olímpicos, com direito a enredos de Trump a tentar livrar-se do seu filho não-nascido (que, detalhe essencial, estava alojado no rabo de Satanás). Entre quedas, insultos e excrementos felinos, Carr foi o pião da festa, terminando imóvel numa cama de hospital com o aviso de que podia perder a liberdade de expressão se a infecção cerebral avançasse. Satírico? Nem tanto. Escandalosamente South Park? Com certeza.

Mas o episódio não se ficou por aí. Entre uma gargalhada e outra, ainda houve espaço para uma crítica séria: a dependência crescente das apostas online nos EUA. E, claro, uma incursão nada subtil pelo conflito Israel-Gaza, com a mãe de Kyle a viajar até Israel para confrontar Benjamin Netanyahu de frente:

“Quem pensa que é, a matar milhares e a arrasar bairros inteiros, embrulhando-se no judaísmo como se fosse um escudo contra críticas?”

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Ou seja, pausa ou não, South Park continua a atirar para todos os lados. De políticos americanos a líderes mundiais, ninguém sai incólume. Brendan Carr que o diga — provavelmente ainda a tentar tirar o cheiro a gato do fato.

Fonte: AV Club

Um Monge, Uma Espingarda e Muitas Surpresas: A Joia Nepalesa Chegou ao FilmIn 🎥

“O Monge e a Espingarda” mistura espiritualidade, acção e humor com um toque de Wes Anderson… nos Himalaias

Preparem-se para uma das experiências cinematográficas mais inesperadas e deliciosamente originais do ano: O Monge e a Espingarda (The Monk and the Gun), de Pawo Choyning Dorji, já está disponível no FilmIn Portugal. E se o nome do realizador vos soa familiar, é porque o seu anterior filme Lunana: A Yak in the Classroom foi nomeado ao Óscar de Melhor Filme Internacional em 2022. Agora, o cineasta do Butão volta a surpreender com esta obra singular que combina política, espiritualidade e… armas de fogo.

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Uma sátira budista no coração do Himalaia

Ambientado em 2006, o filme acompanha um pequeno vilarejo butanês prestes a realizar eleições democráticas pela primeira vez. Mas o centro da narrativa é um velho monge que acredita que, para restaurar o equilíbrio cósmico, precisa de obter duas armas de fogo — e depressa. O insólito pedido desencadeia uma cadeia de eventos que vai envolver candidatos ambiciosos, turistas americanos apaixonados por armamento e uma população que mal compreende o que é o voto secreto.

À semelhança de Lunana, o realizador continua a explorar as tensões entre tradição e modernidade, mas aqui fá-lo com um tom mais satírico e mordaz, sem nunca perder a ternura pelas suas personagens. O resultado é uma espécie de dramedy transcendental, onde o absurdo do mundo moderno colide com a sabedoria ancestral do Budismo.

Uma fábula moderna com cheiro a Mosteiro

Rodado com paisagens deslumbrantes do Butão e um elenco de não-profissionais que conferem autenticidade tocante à história, O Monge e a Espingarda é um daqueles filmes que dificilmente se esquece. É ao mesmo tempo uma crítica subtil à globalização, uma reflexão sobre a fé, uma comédia política e uma fábula sobre escolhas — tudo embrulhado num ritmo contemplativo, mas pontuado por momentos de inesperada acção e ironia.

Não esperem tiroteios à Tarantino (apesar do título), mas sim uma abordagem cheia de simbolismo, humor e compaixão budista — o tipo de filme que poderia sair da mente de Wes Anderson se este trocasse os cenários coloridos de Paris pelos vales de Paro.

Uma estreia discreta… mas obrigatória

Depois de ter passado por festivais como Telluride, Toronto e Berlim, O Monge e a Espingarda chegou silenciosamente ao FilmIn, onde aguarda agora por espectadores curiosos, pacientes e dispostos a mergulhar num universo que raramente vemos no grande ecrã.

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Para quem procura cinema que desafia convenções, que mistura géneros com elegância e que nos obriga a pensar com um sorriso nos lábios, esta é uma paragem obrigatória. Como o próprio filme sugere, às vezes é preciso um monge e uma espingarda para nos lembrar que o mundo pode ser absurdo, mas também cheio de sentido.

O Mundo Continua Louco, 40 Anos Depois: Brazil, de Terry Gilliam, Ainda Nos Persegue

O clássico distópico celebra quatro décadas enquanto o seu criador tenta, mais uma vez, concretizar o impossível

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Foi há precisamente 40 anos que Terry Gilliam nos atirou de cabeça para um pesadelo burocrático tão delirante quanto profético. Brazil, lançado em 1985, continua a ser um dos filmes mais visionários de sempre — uma mistura explosiva de Kafka, Orwell e Monty Python — e, segundo o próprio realizador, continua dolorosamente actual. A propósito do aniversário do filme, Gilliam foi ao Umbria Film Festival em Itália, e o que devia ser apenas uma celebração nostálgica acabou por ser também um desabafo sobre os desafios do cinema actual… e do futuro (ou falta dele).

A luta contra o sistema… dentro e fora do ecrã

Na entrevista ao Deadline, Gilliam confessou que ainda hoje se lembra vividamente da guerra que travou com a Universal para que Brazil fosse lançado tal como o concebeu — sem finais felizes impostos nem cortes “amistosos”. O que parecia uma loucura tornou-se lenda: Gilliam desafiou os estúdios, venceu, e abriu uma brecha de liberdade criativa que durou… algumas semanas. “Depois voltou tudo ao mesmo”, admite, entre risos e resignação.

Mas talvez a maior ironia de todas é que o mundo retratado em Brazil, feito com metáforas carregadas e humor negro, parece ter envelhecido como um vinho amargo — cada vez mais real, cada vez mais próximo. “As pessoas perguntam como é que eu sabia que o mundo ia ser assim”, diz Gilliam. “Mas era só olhar à volta. Já era assim.”

A burocracia mudou de forma, mas o pesadelo mantém-se

Se nos anos 80 Gilliam lutava contra formulários em duplicado e departamentos de informação omnipresentes, hoje enfrenta um inimigo mais subtil mas igualmente castrador: a falta de coragem dos estúdios. O cineasta de 83 anos está a tentar tirar do papel Carnival at the End of Days, uma comédia apocalíptica em que Deus decide destruir a humanidade por ter arruinado o planeta. O elenco é de luxo — Johnny Depp, Adam Driver, Jeff Bridges, Jason Momoa, Tom Waits, Asa Butterfield — mas, ainda assim, ninguém quer pagar a conta.

“O problema é que os produtores estão todos com medo”, explica. “Ninguém quer arriscar com ideias fortes ou provocadoras.” Gilliam lamenta que o cinema de hoje seja tecnicamente perfeito, mas sem alma. “Vejo filmes bem feitos, mas que não me fazem pensar. Não me chocam. Não me mudam.”

Satirizar o mundo já não chega — o mundo ultrapassou a sátira

Um dos maiores obstáculos? Donald Trump. Literalmente. O argumento de Carnival at the End of Days foi escrito em 2020, mas Gilliam confessa que o regresso do ex-presidente baralhou-lhe os planos. “Trump tornou-se o próprio carnaval. É difícil satirizar o mundo quando ele próprio se tornou uma sátira.”

Mesmo assim, não desiste. “Tenho saudades de filmar”, admite. “Até pensaria em trabalhar com a Netflix… mas continuo a sonhar com ecrãs gigantes, som a rebentar e aquela experiência quase religiosa de entrar numa sala escura para ver cinema.”

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E o legado de Brazil?

Para Gilliam, o filme continua a viver não dentro dele, mas nas reacções do público. “Não vejo os meus filmes depois de os acabar”, diz. “Mas há dois anos vi As Aventuras do Barão Munchausen em 4K e pensei: ‘Isto é mesmo bom! Gostava de ter feito isto.’” E talvez essa seja a verdadeira magia dos filmes de Terry Gilliam: mesmo que ele já não se reconheça neles, nós reconhecemo-nos. E precisamos deles mais do que nunca.

🎭 Bill Maher responde a sátira de Larry David: “Insultar 6 milhões de judeus mortos”

O comediante Bill Maher criticou severamente o ensaio satírico de Larry David, intitulado My Dinner With Adolf, publicado no The New York Times, que comparava a sua recente reunião com Donald Trump a um jantar com Adolf Hitler. Maher considerou a analogia “insultuosa para os 6 milhões de judeus mortos” e afirmou que usar referências ao Holocausto em debates políticos é inadequado. 

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📝 A sátira de Larry David

No ensaio, David descreve um jantar fictício com Hitler, onde o ditador é retratado de forma surpreendentemente afável. Embora não mencione Maher ou Trump diretamente, o texto é amplamente interpretado como uma crítica à descrição de Maher sobre o seu encontro com Trump, no qual o comediante afirmou que o ex-presidente foi “gracioso e comedido”. 

O editor de opinião do New York Times, Patrick Healy, esclareceu que o objetivo do ensaio era destacar os perigos de interpretar encontros pessoais como reflexos precisos do caráter de figuras públicas controversas. 


🎙️ A reação de Maher

Em entrevista ao programa Piers Morgan Uncensored, Maher expressou desagrado com a comparação: 

“Acho que é um pouco insultuoso para os 6 milhões de judeus mortos. Hitler deve permanecer no seu lugar na história como o maior símbolo do mal.” 

Maher defendeu a sua decisão de se encontrar com Trump, argumentando que relatar honestamente a experiência não equivale a apoiar o ex-presidente. Ele enfatizou que continua a ser um crítico de Trump e que o encontro foi uma tentativa de promover o diálogo entre lados opostos. 


🤝 Amizade em risco?

Apesar da tensão, Maher expressou esperança de reconciliação com Larry David, seu amigo de longa data: 

“Não quero tornar isto constantemente pessoal entre mim e o Larry. Podemos voltar a ser amigos.” 

Até o momento, David não comentou publicamente sobre a reação de Maher. 

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🍽️ Larry David Imagina Jantar com Hitler para Criticar Encontro de Bill Maher com Trump

Larry David não tem papas na língua — nem quando está a brincar, nem quando está a ser mortalmente sério. E no seu mais recente ensaio publicado no The New York Times, o criador de Seinfeld e Curb Your Enthusiasm mistura ambos os registos de forma cirúrgica.

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Com o título provocador My Dinner With Adolf (O Meu Jantar com Adolf), David aponta diretamente à decisão do comediante Bill Maher de ter um “simpático jantar” com Donald Trump. A resposta veio em forma de sátira — e o impacto foi imediato.


🗣️ Uma sátira com pontaria afinada

No ensaio, Larry David constrói uma narrativa absurda onde imagina um jantar cordial com Adolf Hitler, usando o encontro fictício como espelho crítico da atitude de Maher. A mensagem é clara: a simpatia pessoal não deve ser usada como desculpa para branquear figuras com historial político e moral profundamente questionável.

“O que é mais perigoso do que um déspota? Um déspota que te faz rir enquanto te rouba a democracia,” poderia muito bem ser o subtexto da crítica de David.

Sem nunca mencionar Trump diretamente durante grande parte do texto, David desmonta a ideia de que é possível separar uma figura pública das suas ações, apenas porque, em privado, “é um tipo porreiro para se estar à mesa”.


📺 A cruzada anti-Trump de Larry David

Esta não é a primeira vez que Larry David se manifesta contra Donald Trump. Já em 2024, numa entrevista a Chris Wallace na CNN, referiu-se ao ex-presidente como “um sociopata”, “doente” e “um bebé” por recusar aceitar os resultados das eleições de 2020.

“Ele deitou 250 anos de democracia pela janela. É insano,” disse David na altura, com a contundência que lhe é característica.

Com o ensaio agora publicado no The New York Times, o comediante reforça a ideia de que figuras públicas devem ser responsabilizadas — mesmo quando são colegas de profissão.


🤝 Entre comediantes, nem sempre há piadas

A crítica de Larry David a Maher causou desconforto no mundo da comédia americana, mas também levantou um debate importante: até que ponto figuras públicas podem conviver com líderes polémicos sem legitimar as suas ações?

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O ensaio de David é, no fundo, um alerta disfarçado de provocação — e lembra-nos que, mesmo nos círculos da comédia, há limites que não devem ser ignorados em nome da “boa disposição”.

‘Last Week Tonight’ Volta a Lançar Episódios no YouTube Sem Atraso Após Protestos de John Oliver

A nova temporada de Last Week Tonight With John Oliver começou no domingo na HBO e na plataforma Max, mas trouxe uma surpresa adicional para os fãs: o episódio foi disponibilizado no YouTube na mesma noite.

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O Fim de uma Decisão Controversa 📺❌

Na temporada anterior, a HBO tinha alterado o cronograma de lançamento, adiando a disponibilização do segmento principal do programa no YouTube de segunda-feira para quinta-feira seguinte. O objetivo era impulsionar a adesão ao Max, mas a decisão gerou forte reação negativa entre os fãs e foi classificada como “massivamente frustrante” pelo próprio John Oliver.

O canal abriu uma exceção em novembro passado para um episódio pré-eleitoral, onde Oliver alertou sobre “os danos de um segundo mandato de Trump” e incentivou os eleitores a apoiarem Kamala Harris. Na altura, a HBO garantiu que a rápida disponibilização no YouTube era um caso isolado.

No entanto, após análise de dados, a HBO concluiu que o adiamento não aumentou significativamente a audiência do Max, levando à decisão de reverter a mudança. Esta foi uma vitória para Oliver, que defendia insistentemente o regresso do lançamento imediato no YouTube.

Episódio Completo No YouTube 🎬🔥

Normalmente, apenas o segmento principal do programa é disponibilizado na plataforma de vídeos, mas o primeiro episódio da nova temporada foi uma exceção. John Oliver dedicou toda a edição a Donald Trump e às ações de Elon Musk, a quem chamou de “parasita excêntrico” e criticou a sua equipa DOGE.

Como resultado, o episódio completo foi lançado no YouTube logo na noite de domingo.

Este retorno ao formato original é um alívio para os fãs de Last Week Tonight, garantindo que a sátira política de John Oliver continue acessível ao maior público possível sem atrasos estratégicos.

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SNL Traz Paródia de Trump e Musk com Humor Sarcástico e Críticas Sociais

O programa Saturday Night Live (SNL) voltou a captar a atenção dos espectadores com uma paródia hilariante de Donald Trump e Elon Musk, transmitida na estreia da 50ª temporada. Em tom sarcástico, o elenco de SNL abriu o episódio com uma “homenagem” a Trump, onde cada membro fingia apoiar o ex-presidente de forma exagerada e cómica. Enquanto os comediantes abordavam de forma leve e irónica temas da política americana, Dana Carvey surpreendeu ao estrear uma imitação de Elon Musk, acrescentando uma nova camada de humor ao sketch.

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O segmento inicial começou com os atores a refletirem “sombramente” sobre a vitória política de Trump, referindo que, agora, “graças ao Supremo Tribunal, já não há guardrails” — um toque subtil sobre a perceção de ausência de limites e controle na política atual. Num tom de falsa devoção, Kenan Thompson declarou com seriedade que o programa sempre esteve ao lado de Trump, e que “nunca vacilou no apoio” ao ex-presidente. O sarcasmo atingiu o auge quando outros membros do elenco reforçaram este ponto, com declarações como “Cada pessoa neste palco acreditou em ti, Trump” e “Todos aqui votaram em ti!”.

A paródia elevou-se ainda mais quando Carvey surgiu a interpretar Elon Musk, assumindo a postura excêntrica e ligeiramente perturbadora que Musk é conhecido por ter nas redes sociais. Vestido de preto, a imitar o estilo característico de Musk, Carvey representou o empresário com uma dança desajeitada, afirmando num exagerado sotaque sul-africano: “América será como um dos meus foguetões: super fixe e super divertido, mas com uma pequena hipótese de explodir e matar toda a gente, haha!”

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A imitação de Musk e a representação de Trump como figuras satíricas refletem a capacidade de SNL de lidar com temas sérios e polémicos, usando o humor para criticar a cultura de celebridades e a política americana. A temporada 50 de SNLjá começou a estabelecer um elenco de estrelas para as eleições de 2024, preparando-se para abordar os próximos desenvolvimentos políticos com o seu estilo icónico de comédia e sátira.

Produtor Quer Transformar Tentativa de Assassinato de Donald Trump em Filme para a Netflix

O produtor Jon Peters, conhecido pelo seu trabalho em Hollywood e pelo seu apoio declarado a Donald Trump, expressou recentemente o desejo de produzir um filme sobre a tentativa de assassinato ao ex-presidente dos Estados Unidos. Peters referiu-se ao projeto como uma oportunidade para explorar as personalidades e os conflitos que moldaram a relação entre Trump e Joe Biden, desde a infância até à idade adulta, apresentando uma narrativa de rivalidade e ambição. Segundo Peters, a Netflix seria o destino ideal para esta produção, dado o alcance e a notoriedade do serviço de streaming em projetos de teor político e biográfico.

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A ideia para o filme, ainda numa fase inicial de desenvolvimento, poderá ter Oliver Stone como argumentista. Peters descreveu Stone como “um argumentista incrível” e referiu-se a si próprio como “um bom contador de histórias”, reforçando a vontade de colaborar com o célebre realizador de filmes de teor político, como JFK e Nixon. No entanto, Stone já recusou qualquer envolvimento em projetos sobre tentativas de assassinato, demonstrando relutância em trabalhar neste género de histórias ou mesmo com Peters, afastando-se assim da possibilidade de o filme avançar neste formato.

Curiosamente, este projeto é anunciado numa altura em que O Aprendiz, uma comédia sobre a ascensão de Trump, está em cartaz nos cinemas internacionais, com estreia destacada no Festival de Cannes de 2024. O filme, dirigido por Ali Abbassi (Holy Spider), conta com um elenco de peso, incluindo Maria Bakalova como Ivana Trump, Jeremy Strong como Roy Cohn, e Martin Donovan no papel de Fred Trump Sr., pai de Donald Trump. Esta comédia dramática explora a juventude e os primeiros passos de Trump no mundo dos negócios e da política, oferecendo uma visão satírica do empresário que viria a tornar-se uma figura controversa no cenário global.

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Enquanto Peters pondera sobre o próximo passo para o seu filme, a figura de Donald Trump continua a gerar fascínio e polarização tanto dentro como fora dos EUA. O potencial de um projeto que explore uma tentativa de assassinato ao ex-presidente poderá atrair audiências, mas também levantar questões éticas e críticas políticas, especialmente num contexto em que as narrativas de ficção e realidade se cruzam com grande intensidade.