Animação Portuguesa Volta a Brilhar: “Percebes” Entra na Shortlist dos Óscares 2025

Portugal volta a destacar-se no panorama internacional do cinema com a curta-metragem de animação “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, a conquistar um lugar na shortlist para a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação nos Óscares 2025. Este é um marco significativo para a animação nacional, que já alcançou reconhecimento internacional em anos anteriores.

“Percebes”: Uma Obra de Sensibilidade e Originalidade

Produzido pela cooperativa BAP Animation, com coprodução francesa, “Percebes” é um retrato poético e visualmente impressionante sobre o ciclo de vida do molusco que dá nome ao filme. A obra aborda também a dinâmica comunitária do barlavento algarvio, explorando a ligação entre os elementos naturais e culturais desta região. Premiado em festivais de renome como Annecy e Cinanima, “Percebes”reafirma a capacidade do cinema português de contar histórias universais através de uma lente profundamente local.

Este é o quinto filme português de animação a integrar a shortlist dos Óscares, seguindo os passos de títulos como “História Trágica com Final Feliz” (2006) e “Ice Merchants” (2023), este último o primeiro a ser efetivamente nomeado.

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Animação Nacional: O Orgulho de Portugal nos Óscares

A presença de “Percebes” na shortlist mantém viva a esperança de Portugal conquistar uma estatueta dourada. Desde que as shortlists são divulgadas, a categoria de animação tem sido uma das áreas onde o talento nacional mais se destaca. Em contraste, a categoria de Melhor Filme Internacional permanece como um objetivo ainda por alcançar, com Portugal a estender o recorde de maior número de candidaturas sem nomeação, agora com 41 submissões.

Outros Destaques das Shortlists dos Óscares 2025

Além de “Percebes”, a categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação conta com outros 14 candidatos de alto nível, reafirmando a competitividade desta edição. Na categoria de Melhor Filme Internacional, filmes como “Ainda Estou Aqui” (Brasil), “Emilia Pérez”(França) e “The Girl with the Needle” (Dinamarca) dominam a disputa.

A categoria de Documentário de Longa-Metragem também apresenta fortes concorrentes, incluindo o aclamado “Dahomey”, atualmente em exibição em Portugal. Outros títulos de destaque incluem “Sugarcane” (Disney+), “No Other Land” (Filmin) e “Will & Harper”(Netflix).

Grandes Favoritos e Categorias Técnicas

Entre os títulos mais populares do ano, destaca-se “Emilia Pérez”, que lidera com seis possíveis nomeações em categorias como Melhor Filme Internacional, Caracterização, Banda Sonora e Canção Original. “Wicked” e “Dune – Parte II” também são presença constante em categorias técnicas, consolidando-se como grandes candidatos à cerimónia de 2 de março de 2025.

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Rumo aos Óscares

A revelação das nomeações finais a 17 de janeiro de 2025 determinará se “Percebes” poderá seguir os passos de “Ice Merchants” e conquistar uma nomeação histórica. Independentemente do resultado, esta conquista reforça o lugar da animação portuguesa no panorama global e a capacidade do cinema nacional de emocionar e inspirar audiências internacionais.

Quincy Jones e Outros Gigantes do Cinema Homenageados com Óscares Honorários

Na 15.ª edição dos Governors Awards da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, realizada no passado domingo, em Hollywood, Quincy Jones foi um dos grandes homenageados com um Óscar honorário entregue postumamente. A cerimónia contou com a presença de inúmeras estrelas, que celebraram a vida e obra do lendário produtor musical, falecido duas semanas antes, aos 91 anos.

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O prémio foi recebido pela filha de Quincy, Rashida Jones, que emocionou o público ao relembrar o legado do pai. “Ele viveu a melhor e mais bonita vida. Sempre dizia ‘vive cada dia como se fosse o último, e um dia terás razão’”, afirmou Rashida, arrancando aplausos da audiência. Jones, conhecido por produzir sucessos para artistas como Michael Jackson e Frank Sinatra, também deixou a sua marca no cinema com obras como A Cor Púrpura (1985) e bandas sonoras icónicas, como A Sangue Frio (1967).

Além de Quincy Jones, outros nomes de peso receberam distinções. Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, produtores da saga 007 desde Goldeneye (1995), foram reconhecidos com o prémio Irving G. Thalberg pela sua contribuição à indústria cinematográfica. O realizador britânico Richard Curtis, conhecido por sucessos como Notting Hill e O Amor Acontece, recebeu a estatueta Jean Hersholt pelo seu trabalho humanitário através da organização Comic Relief, que arrecadou cerca de 2,5 mil milhões de dólares ao longo de quatro décadas.

A cerimónia também incluiu um tributo à diretora de casting Juliet Taylor, responsável por formar elencos memoráveis em clássicos como Taxi Driver e A Lista de Schindler. Este reconhecimento surge poucos meses após a introdução de uma nova categoria para Melhor Casting, a ser integrada na cerimónia dos Óscares de 2026.

O evento, além de prestar homenagem, serviu como um importante ponto de encontro para estrelas e estúdios em plena campanha para os Óscares de 2025, reforçando o Governors Awards como um marco essencial na temporada de prémios.

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Conan O’Brien Apresentará a 97.ª Cerimónia dos Óscares

Conan O’Brien, uma das figuras mais icónicas da comédia norte-americana, foi confirmado como o anfitrião da 97.ª cerimónia dos Óscares, marcada para o dia 2 de março de 2025. Este será o regresso de O’Brien à televisão em grande estilo, conduzindo uma das noites mais prestigiadas da indústria cinematográfica.

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Reconhecido pelo seu humor inteligente e carisma, Conan O’Brien começou a sua carreira como argumentista de programas lendários como “Saturday Night Live” e “Os Simpsons”. Mais tarde, consolidou-se como uma das maiores figuras dos programas de “late-night”, apresentando o “Late Night with Conan O’Brien” (1993–2009) e o seu sucessor na TBS, “Conan” (2010–2021). Para muitos, a sua escolha como anfitrião dos Óscares é um reconhecimento tardio, mas bem merecido.

Esta não será a primeira vez que O’Brien assume a responsabilidade de liderar grandes cerimónias. Ele já foi anfitrião dos Emmys em 2002 e 2006, e dos MTV Movie Awards em 2014, destacando-se pela sua capacidade de equilibrar humor com respeito pelos momentos solenes. Para a Academia, a escolha de Conan reflete a necessidade de um apresentador com experiência, mas sem inclinações políticas marcadas, algo que afastou nomes como Jimmy Kimmel e Jon Stewart em edições passadas.

Bill Kramer e Janet Yang, responsáveis pela Academia, declararam: “Estamos honrados por ter Conan O’Brien como anfitrião dos Óscares deste ano. Ele é a pessoa perfeita para liderar esta celebração global do cinema com o seu humor brilhante e amor pela sétima arte.”

O próprio Conan, fiel ao seu estilo humorístico, comentou o anúncio dizendo: “A América exigiu isto, e agora está a acontecer: vou apresentar os Óscares.”

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A cerimónia promete ser um marco não só para o cinema, mas também para o regresso de Conan à ribalta televisiva, num evento que combina glamour, emoção e um toque de humor afiado.

Ryan Reynolds e Hugh Jackman na Lista para Apresentar os Óscares 2025

Ryan Reynolds e Hugh Jackman estão na lista de potenciais apresentadores da cerimónia dos Óscares de 2025. A dupla, conhecida pelo seu sentido de humor afiado e química em ecrã, foi abordada pela Academia para desempenhar o papel de anfitriões, após Jimmy Kimmel ter recusado regressar como apresentador pela quinta vez consecutiva. A cerimónia terá lugar a 2 de março de 2025 e, se a escolha for confirmada, promete ser uma das mais memoráveis dos últimos anos.

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Segundo o site Deadline, a ideia de juntar Reynolds e Jackman foi inspirada no sucesso das suas participações nos filmes de Deadpool e Wolverine, onde a sua dinâmica tem sido amplamente elogiada pelo público e pela crítica. O formato proposto para a gala dos Óscares de 2025 inclui anfitriões rotativos, algo semelhante ao que aconteceu em 2022, quando Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes dividiram a responsabilidade de conduzir a cerimónia. Para além de Reynolds e Jackman, outros nomes foram considerados, incluindo Will Ferrell, Amy Poehler e Dwayne Johnson, este último já tendo recusado a oferta.

Hugh Jackman, que já foi anfitrião da cerimónia em 2009, é visto como uma escolha sólida, enquanto Ryan Reynolds traria um toque de comédia irreverente, muito ao estilo das suas personagens mais conhecidas. Os dois atores, que têm mantido uma relação de “rivalidade amistosa” nas redes sociais, seriam uma combinação perfeita para atrair audiências de todas as idades.

Se confirmados, Reynolds e Jackman seguirão os passos de outros duos icónicos que marcaram a história da cerimónia. A Academia ainda não divulgou uma decisão final, mas os rumores têm deixado os fãs entusiasmados com a possibilidade de ver esta dupla a brilhar no palco mais prestigiado do cinema mundial.

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“Grand Tour”, de Miguel Gomes, Representa Portugal na Corrida aos Óscares

O filme Grand Tour, de Miguel Gomes, foi oficialmente escolhido como o candidato de Portugal para uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional em 2025. Esta revelação foi feita pela Academia Portuguesa de Cinema, que destacou o longa-metragem entre cinco finalistas, todos eles exemplares notáveis da cinematografia portuguesa contemporânea. A obra chega às salas de cinema portuguesas no dia 19 de setembro, depois de ter conquistado o prémio de Melhor Realização no prestigiado Festival de Cinema de Cannes, em maio deste ano. Este prémio marcou um feito inédito para o cinema nacional, afirmando ainda mais o talento de Miguel Gomes a nível internacional.

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Entre as obras finalistas escolhidas pela Academia Portuguesa de Cinema, além de Grand Tour, encontravam-se A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, Manga d’Terra, de Basil da Cunha, O Teu Rosto Será o Último, de Luís Filipe Rocha, e O Vento Assobiando nas Gruas, de Jeanne Waltz. No entanto, foi a visão singular de Miguel Gomes e a sua abordagem inovadora ao cinema que captaram a atenção dos membros da Academia.

A história de Grand Tour desenrola-se no início do século XX, acompanhando Edward, interpretado por Gonçalo Waddington, um funcionário público britânico que foge da sua noiva, Molly (Crista Alfaiate), no dia da chegada desta para o casamento. Edward embarca numa viagem solitária pela Ásia, numa tentativa de escapar não só ao matrimónio, mas também aos dilemas existenciais que o atormentam. Molly, por sua vez, decide persegui-lo, determinada a cumprir o seu destino conjugal, enquanto atravessa o continente asiático. O filme, assim, explora temas como a fuga, o medo do compromisso e a busca pela identidade, tudo num cenário que combina exotismo e introspeção.

Este longa-metragem foi produzido pela produtora portuguesa Uma Pedra no Sapato, em coprodução com países como Itália, França, Alemanha, China e Japão. A produção foi feita em duas fases distintas: a primeira envolveu uma equipa reduzida que acompanhou o realizador em várias localizações do Oriente; a segunda, mais tradicional, teve lugar em estúdios em Roma e Lisboa, onde se realizaram as filmagens com os atores principais.

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A 97.ª edição dos Óscares, marcada para 2 de março de 2025, será um momento crucial para o cinema português. As nomeações serão reveladas a 17 de janeiro, e Portugal, desde 1980, tem submetido candidatos à categoria de Melhor Filme Internacional. Apesar de nunca ter conseguido uma nomeação nesta categoria, a expectativa cresce em torno de Grand Tour, um filme que já provou o seu valor nos palcos internacionais.

É importante sublinhar que este é o segundo filme de Miguel Gomes a ser escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema. Em 2016, a academia submeteu o tríptico As Mil e Uma Noites, também realizado por Gomes, à consideração para os Óscares. Contudo, tal como em anos anteriores, a obra não foi selecionada entre os nomeados. Para além deste processo de seleção da Academia, o cinema português pode ainda ser considerado noutras categorias dos Óscares, dependendo de critérios como a premiação em festivais internacionais de prestígio.

A nível internacional, outros países também já começaram a revelar os seus candidatos à corrida pelo Óscar de Melhor Filme Internacional. A Alemanha escolheu Les Graines du Figuier Sauvage, do realizador iraniano Mohammad Rasoulof, uma coprodução franco-alemã premiada em Cannes. A Letónia, por sua vez, aposta em Flow, uma obra de animação sem diálogos realizada por Gints Zilbalodis, que foi galardoada no Festival de Annecy. Já a Palestina submeteu From Ground Zero, um projeto que junta 22 curtas-metragens de novos realizadores oriundos de Gaza.

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Com uma forte tradição de cinema de autor e obras que frequentemente desafiam convenções, Portugal continua a procurar o seu lugar entre os nomeados para os Óscares. Grand Tour poderá ser a chave que finalmente abre as portas de Hollywood ao cinema português, mas até ao anúncio das nomeações, resta apenas aguardar e torcer para que a visão única de Miguel Gomes seja reconhecida pela Academia de Hollywood.