Críticos de Nova Iorque Elegem One Battle After Another Como Melhor Filme de 2025 — E Há Surpresas nas Categorias Principais

Um arranque forte na época de prémios

A temporada de prémios acabou de ganhar novo fôlego: a New York Film Critics Circle (NYFCC) anunciou os seus vencedores e o grande destaque vai para One Battle After Another, eleito Melhor Filme de 2025. A escolha reforça o estatuto crescente do filme, que já tinha conquistado atenção no circuito de festivais e que agora entra oficialmente na corrida ao Óscar com selo crítico de peso.

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A performance de Benicio del Toro, também distinguida com o prémio de Melhor Actor Secundário, ajudou a cimentar o filme no topo das preferências do painel nova-iorquino. Curiosamente, esta vitória chega apenas um dia depois de o filme vencer Melhor Filme nos Gotham Awards, revelando um raro alinhamento entre diferentes círculos de crítica.

Jafar Panahi e uma consagração inesperada

Na categoria de Melhor Realizador, a NYFCC voltou a repetir a sintonia com os Gotham Awards, atribuindo o prémio a Jafar Panahi por It Was Just an Accident. O cineasta iraniano, admirado mundialmente pela sua capacidade de criar sob condições adversas, reforça assim a sua posição como uma das vozes mais influentes do cinema contemporâneo.

O triunfo de Panahi confirma aquilo que muitos críticos têm dito desde o início do ano: estamos perante uma obra que combina autorismo puro com uma inesperada leveza narrativa, desafiando tanto expectativas políticas como estéticas.

Wagner Moura conquista Nova Iorque — duas vezes

Outro destaque evidente é o filme The Secret Agent, que arrecadou dois prémios:

— Melhor Actor, para Wagner Moura,

— Melhor Filme Internacional.

O actor brasileiro, que tem vindo a conquistar Hollywood de forma sustentada, recebe aqui um dos galardões mais prestigiados da crítica norte-americana. A distinção surge num momento de crescente reconhecimento internacional do seu trabalho, elevando ainda mais o perfil do filme.

Rose Byrne surpreende no prémio de Melhor Actriz

O prémio de Melhor Actriz foi para Rose Byrne, pela sua performance em If I Had Legs I’d Kick You — um título tão peculiar quanto ousado, que já está a gerar curiosidade no público cinéfilo. A vitória reafirma Byrne como uma intérprete versátil, capaz de brilhar tanto na comédia como no drama.

Argumento, animação e primeiras obras: um retrato diverso do cinema de 2025

O prémio de Melhor Argumento foi para Marty Supreme, realizado por Josh Safdie e protagonizado por Timothée Chalamet. A escrita do filme tem sido amplamente elogiada pela sua energia irreverente e pela forma inventiva como reinventa convenções dramáticas.

Em Animação, a vitória foi para KPop Demon Hunters, um filme que tem cativado audiências e críticos com a sua fusão de cultura pop, humor estilizado e acção sobrenatural.

A fotografia de Sinners arrecadou o galardão de Melhor Cinematografia, enquanto o prémio de Melhor Primeira Longa-Metragem foi para Eephus, um nome que deverá tornar-se presença regular nos festivais do próximo ano.

Documentário e prémios especiais

Na categoria de Melhor Filme de Não-Ficção, voltou a repetir-se o alinhamento com os Gotham Awards: o vencedor foi My Undesirable Friends: Part I – Last Air in Moscow, uma obra que tem sido descrita como profundamente humana e cinematograficamente arrojada.

A NYFCC atribuiu ainda prémios especiais à Screen Slate e ao Museum of the Moving Image, reconhecendo o impacto cultural e educativo de ambos.

Os prémios estudantis foram para London Xhudo (NYU) e Tan Zhiyuan (The New School), reforçando o compromisso do círculo com o futuro da crítica e da produção cinematográfica.

Uma tradição quase centenária

Fundado em 1935, o New York Film Critics Circle reúne anualmente alguns dos críticos mais respeitados dos Estados Unidos, representando jornais, revistas e publicações digitais de referência. A votação ocorre sempre em Dezembro, definindo um dos primeiros e mais influentes passos na temporada de prémios.

No ano passado, o grupo escolheu The Brutalist como Melhor Filme de 2024 — um título que, mais tarde, também conquistou espaço significativo nas nomeações da Academia.

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Um mapa claro para a corrida aos Óscares

Com a divulgação destes prémios, a NYFCC redesenha o cenário da temporada de prémios:

— One Battle After Another emerge como frontrunner;

— Jafar Panahi confirma o seu estatuto de favorito na realização;

— Wagner Moura e Rose Byrne ganham força nas categorias de interpretação;

— e o circuito de festivais prepara-se para um 2025 intensamente competitivo.

A cerimónia oficial de celebração está marcada para Janeiro, em Nova Iorque. Até lá, Hollywood terá muito para analisar — e ainda mais para especular.

“One Battle After Another”: Leonardo DiCaprio Surpreende Como Revolucionário Descompensado no Filme Mais Louco de Paul Thomas Anderson 💣🎥🍷

Se te disseram que o novo filme de Paul Thomas Anderson seria uma mistura de There Will Be Blood com Fear and Loathing in Las Vegas, estavam mais perto da verdade do que pensas. One Battle After Another, apresentado pela primeira vez com imagens explosivas na CinemaCon 2025, é uma das grandes apostas da Warner Bros. para o final do ano — e promete fazer faísca tanto nas bilheteiras como na temporada de prémios.

Com um orçamento a rondar os 130 milhões de dólares (sim, leste bem), este é o filme mais caro alguma vez realizado por Anderson, e marca a sua primeira colaboração com Leonardo DiCaprio. E que estreia! A julgar pelas reações em Las Vegas, o ator de O Lobo de Wall Street está prestes a oferecer-nos uma das interpretações mais selvagens, intensas e surreais da sua carreira.

Um revolucionário em queda… e em fúria

No filme, DiCaprio interpreta um revolucionário exausto, alcoólico e visivelmente afetado por décadas de abuso de substâncias, que embarca numa missão para salvar a filha raptada. A trama, adaptada de um romance de Thomas Pynchon (o autor que já inspirou Inherent Vice), decorre num universo de intrigas políticas, caos urbano e paranoia revolucionária, com uma pitada generosa de humor negro e uma realização grandiosa em formato VistaVision para IMAX.

Durante a CinemaCon, foi mostrada uma sequência hilária em que o personagem de DiCaprio tenta lembrar-se de uma palavra-passe para ativar uma célula de radicais. “Fritei o meu cérebro”, diz ao telefone. “Abusei de drogas e álcool durante 30 anos. Sou um amante de drogas e álcool.” Do outro lado da linha, a resposta é inesperadamente woke: “Estás a ser agressivo e isso está a dar-me ‘gatilhos de ruído’.”

Rimos? Rimos muito. Mas também percebemos que este é o tipo de sátira anárquica que só Paul Thomas Anderson se atreveria a levar a cabo com esta escala.

Um elenco de luxo e um vilão com olhos de gelo

A acompanhar DiCaprio estão Regina Hall, Teyana Taylor e o recém-chegado Chase Infiniti, mas há mais: Sean Penn interpreta o principal vilão — um coronel com um olhar glacial que, segundo quem viu, “mete mesmo medo”. Benicio del Toro surge como um camarada revolucionário armado até aos dentes e com ar de quem também abusou das substâncias erradas nos momentos certos.

É um elenco que transpira talento, caos e carisma — tudo o que este tipo de cinema precisa para se tornar lendário.

“Don’t f*cking panic”

O trailer apresentado foi tudo menos subtil: perseguições de carro, tiroteios de metralhadora, equipas de intervenção especial a arrombar portas e DiCaprio em plena espiral de colapso mental. A última frase, gritada entre explosões e sirenes: “Don’t f*cking panic. Keep your shit together.” Aparentemente, não estava a falar só para si próprio.

E apesar do tom irreverente, DiCaprio garantiu que One Battle After Another “toca em algo político e cultural que arde sob o nosso subconsciente coletivo”.

A estreia estava originalmente marcada para 8 de agosto de 2025, mas a Warner adiou o lançamento para 26 de setembro — um movimento claro para posicionar o filme na rota dos Óscares.

Uma aposta arriscada… mas com pedigree

Apostar 130 milhões num filme sem super-heróis, sabres de luz ou sequelas de animações é quase um ato de resistência nos dias que correm. Mas se há alguém que pode justificar essa aposta, é Paul Thomas Anderson. E com DiCaprio no leme da loucura, tudo pode acontecer. Lembremo-nos que The Revenant (2015) e O Lobo de Wall Street (2013) também pareciam “demasiado estranhos para o grande público” — e renderam fortunas.

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Neste caso, há quem fale já num regresso à glória do cinema audaz e autoral, com músculo técnico e ambição desmedida. E, convenhamos, só o facto de One Battle After Another existir já é um pequeno milagre num mercado saturado de fórmulas previsíveis.

Conclusão: DiCaprio + PTA = caos cinematográfico imperdível

One Battle After Another é, como o título indica, uma luta constante — tanto para os personagens como para a própria indústria que tenta recuperar da estagnação pós-pandemia. Mas se há filme que pode reacender a paixão pelo cinema audaz, provocador e livre, é este.

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A estreia mundial está marcada para 26 de setembro de 2025. E já há quem diga que os bilhetes vão esgotar antes mesmo de sabermos a palavra-passe do revolucionário de DiCaprio.

Hollywood Vai a Jogo em Las Vegas: CinemaCon 2025 Pode Ser a Última Cartada

🎰 Las Vegas chama e Hollywood responde. Mas não é para apostar nas slot machines: é para tentar salvar um ano que já parece um filme de terror. A CinemaCon — o maior evento anual da indústria cinematográfica — arrancou esta segunda-feira no Caesars Palace com um objectivo claro: devolver esperança (e bilheteiras gordas) aos donos de salas de cinema e aos fãs de grandes estreias.

📉 A verdade é dura: 2025 começou com mais tropeções do que uma personagem secundária em filme de acção. Entre fracassos como a nova “Branca de Neve” da Disney, o Capitão América que ninguém pediu e o enigmático “Mickey 17” (onde nem Pattinson conseguiu salvar o dia), a indústria arrecadou 1,3 mil milhões de dólares na América do Norte… 7% abaixo do já fraco início de 2024.

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E tudo isto depois de um 2023 com greves históricas de argumentistas e actores. O lema não oficial da indústria tornou-se: “Aguenta até 2025”. E agora que 2025 chegou, todos olham para Las Vegas como quem espreita o número da sorte na roleta.


🎬 Cartaz com promessas (e muita pressão)

A primeira apresentação ficou a cargo da Sony Pictures, a casa do “Homem-Aranha”, que já nos habituou a boas surpresas. Mas os olhos também estão postos noutros pesos pesados que vão subir ao palco esta semana:

• Amazon MGM: depois de comprar a saga James Bond por uns trocos (cof cof… mil milhões), o estúdio promete mostrar as cartas para o futuro do 007 — agora com novos produtores ao leme.

• Warner Bros.: está a precisar desesperadamente de um “do-over” após a queda livre de Mickey 17 e The Alto Knights, com Robert De Niro. Mas entre Superman (reboot fresquinho) e o novo filme de DiCaprio (One Battle After Another), pode ser que ainda haja salvação.

• Paramount: tradição é tradição, e lá virá mais um Missão: Impossível. A questão do costume: Tom Cruise vai saltar do tecto do Caesars Palace ou não?

• Universal: traz de volta dinossauros e bruxas com novas entradas nas sagas Mundo Jurássico e Wicked.

• Lionsgate: o arsenal dos John Wick continua a crescer, e Keanu Reeves nunca se atrasa… excepto quando o guião exige.

• Disney: encerra o evento com as suas eternas galinhas dos ovos de ouro — Marvel e Avatar. Mas depois de algumas escorregadelas recentes, todos estão atentos ao que vai revelar (e com que confiança o fará).


🎞️ Apostas altas, nervos à flor da pele

A expectativa é clara: os donos das salas querem razões para voltar a acreditar. Afinal, nem mesmo os blockbusters estão a conseguir cumprir os mínimos. Em muitos casos, nem chegam perto de recuperar os orçamentos astronómicos investidos — e isso sem contar com campanhas de marketing dignas de presidentes dos EUA.

CinemaCon serve também de termómetro: será que o público está farto de super-heróis? Será que o futuro está nas sequelas ou nas histórias originais? E acima de tudo, será que Hollywood ainda sabe o que os espectadores querem ver?


🍿 O que esperar a seguir?

O que sair desta semana em Las Vegas vai moldar o resto de 2025 — e, muito possivelmente, a forma como Hollywood se adapta aos novos tempos. O streaming continua a morder os calcanhares das salas, os orçamentos têm crescido mais do que as receitas, e os espectadores… bem, esses parecem cada vez mais difíceis de conquistar.

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Por agora, resta-nos ficar atentos às luzes de Las Vegas — e esperar que desta vez, a sorte esteja do lado da indústria.

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