Julho nos Cinemas: Menos Público, Menos Receita… Mas “F1” Acelera na Liderança 🎬🏎️

Uma travagem brusca nas bilheteiras

As salas de cinema portuguesas viveram um julho menos movimentado do que o esperado. Segundo dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), o mês registou uma quebra de 35,7% no número de espectadores face ao mesmo período de 2024.

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No total, 1,1 milhões de bilhetes foram vendidos, um número superior ao de junho, mas bem abaixo dos 1,7 milhõesregistados no mesmo mês do ano passado.

A queda não se fez sentir apenas no público: a receita bruta também desceu, somando 7,3 milhões de euros, menos 31,6% em comparação com os 10,7 milhões de julho de 2024.

O acumulado do ano ainda dá sinais positivos

Apesar do abrandamento estival, o acumulado de 2025 mantém um ligeiro crescimento em relação a 2024:

  • +2,8% no número total de espectadores
  • +6,7% nas receitas globais

Ou seja, o ano ainda vai no positivo — embora julho tenha deixado um sinal de alerta para a indústria.

“F1” continua a acelerar

Mesmo num mês com menos público, as produções norte-americanas dominaram por completo o topo da tabela. “F1”, realizado por Joseph Kosinski, não só foi o filme mais visto de julho, como já se posiciona como a sexta obra mais vista do ano em Portugal, com 272 mil espectadores acumulados desde a estreia no final de junho.

O sucesso de “F1” mostra que, quando o tema é velocidade, adrenalina e um bom elenco, o público ainda está disposto a sair de casa e ir até à sala mais próxima.

O cinema português continua a resistir

Entre as produções nacionais, o destaque continua a ser “On Falling”, de Laura Carreira, que desde março já conquistou 13 mil espectadores. Não é um número que rivalize com os grandes blockbusters, mas é uma presença firme no panorama nacional — e prova de que há público fiel ao cinema português.

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“Lilo & Stitch” dá asas ao cinema: Junho foi o melhor mês em espectadores desde 2019

Cinemas portugueses celebram números históricos, com destaque para o fenómeno “Lilo & Stitch”

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Depois de anos de incerteza, bilheteiras vazias e salas às moscas, os cinemas portugueses parecem ter reencontrado o seu público. Junho de 2025 foi, oficialmente, o melhor mês em espectadores desde 2019, com quase um milhão de entradasnas salas do país. E quem liderou este movimento de regresso ao grande ecrã? Nada mais, nada menos do que um certo extraterrestre azul com queda para o caos — Lilo & Stitch.

Segundo os dados revelados esta semana pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), os cinemas registaram 994 mil espectadores em junho, o que representa um crescimento de 34,6% em relação ao mesmo mês de 2024. Já no que toca às receitas, os números são ainda mais impressionantes: 6,5 milhões de euros — o melhor mês de junho de que há registo (pelo menos desde 2004). E sim, parte desse recorde pode dever-se à subida dos preços dos bilhetes… mas não só.

Stitch, o rei das bilheteiras

Com apenas pouco mais de um mês em exibição, o novo Lilo & Stitch já conquistou 560 mil espectadores e 3,5 milhões de euros em bilheteira, tornando-se o filme mais visto do ano em Portugal. A reinvenção live-action do clássico animado da Disney provou ser um verdadeiro fenómeno, tanto entre nostálgicos como entre novas gerações — e parece ter dado ao mercado português o impulso que há muito se esperava.

Mas não é só de alienígenas fofinhos que se fazem os bons resultados: o público nacional está, aos poucos, a regressar às salas e a diversificar os seus interesses. No acumulado do primeiro semestre de 2025, registaram-se 5,5 milhões de espectadores e 35,1 milhões de euros em receita, uma subida de 16,6% e 20,6%, respetivamente, face ao mesmo período de 2024.

E o cinema português?

Apesar dos bons números gerais, o cinema nacional continua a ter um percurso mais discreto. A produção portuguesa mais vista até agora em 2025 é On Falling, da realizadora Laura Carreira, com 13 mil espectadores e 75 mil euros de receita desde a sua estreia em março. Um valor modesto, mas importante num panorama que ainda procura visibilidade e apoio continuado por parte das audiências.

Depois da tempestade… a bilheteira?

Os dados do ICA confirmam aquilo que muitos no sector já vinham a sentir: há vontade de ir ao cinema, há espaço para o crescimento e — com os filmes certos — há público. A quebra pandémica e as greves em Hollywood abrandaram o ritmo, mas os números de junho mostram que o cinema em sala não só está vivo, como tem fôlego para mais.

E com estreias de peso a caminho, como Superman de James Gunn, Moana 2 e Freakier Friday, tudo indica que o segundo semestre poderá ser ainda mais auspicioso. Agora, resta saber se o público continuará a dizer “aloha” às bilheteiras — ou se Stitch já gastou toda a magia.

Cinema português em queda nas bilheteiras: apenas 1% dos espectadores viu filmes nacionais em 2025

“On Falling”, de Laura Carreira, lidera entre as produções nacionais, mas o domínio de Hollywood mantém-se esmagador

O cinema português continua a lutar por atenção nas salas nacionais. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), os filmes portugueses ou com coprodução nacional conseguiram apenas 1,1% dos 4,5 milhões de espectadores que foram ao cinema entre Janeiro e Maio de 2025. Em termos de receita de bilheteira, a quota ainda é mais baixa: 0,8%, equivalente a 228 mil euros.

Num período em que as salas de cinema registaram um crescimento global de 13% em espectadores e 16,5% em receitas, com um total de 28,5 milhões de euros, o cinema nacional ficou, mais uma vez, à margem deste entusiasmo crescente. Mesmo com o incentivo da campanha “Cinema em Festa”, que vendeu bilhetes a 3,5 euros em mais de 420 salas durante três dias de Maio, a repercussão sobre os filmes portugueses foi praticamente residual.

Hollywood domina, Portugal resiste

Entre os 172 filmes estreados até Maio, apenas 44 foram de produção ou coprodução norte-americana. No entanto, esses mesmos filmes foram responsáveis por mais de 67% do total da exibição, tanto em receita de bilheteira como em número de espectadores. Ou seja, os blockbusters continuam a dominar por completo a preferência do público português.

O filme mais visto do ano nos cinemas foi, até agora, “Um Filme Minecraft”, de Jared Hess, que somou 498.120 espectadores e três milhões de euros em receitas. Em segundo lugar, surge “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, com 383.829 bilhetes vendidos.

O melhor português do ano? “On Falling”

Na frente do cinema nacional está “On Falling”, da realizadora Laura Carreira, que reuniu 12.531 espectadores e cerca de 75 mil euros de receita. Um número modesto face ao panorama geral, mas ainda assim representativo da dificuldade crónica do cinema português em conquistar o público nacional, mesmo quando há reconhecimento internacional.

Apesar do talento e da diversidade de abordagens do cinema nacional, a verdade é que continua a existir uma dificuldade estrutural em atrair público para as salas. O mercado continua polarizado e dominado por grandes estúdios internacionais, com uma capacidade de promoção e distribuição incomparável face à realidade portuguesa.

Reflexões para o futuro

Os dados agora divulgados colocam mais uma vez a questão: como reconquistar o público para o cinema português?Será necessária uma maior aposta na promoção e acessibilidade? Uma revisão das estratégias de exibição? Ou até um questionamento do modelo de financiamento e distribuição?

Uma coisa é certa: há filmes portugueses a estrear e a circular — muitos deles aplaudidos em festivais internacionais —, mas continuam a ser invisíveis para a maioria dos espectadores nacionais. Talvez esteja na hora de pensar não apenas no que se faz, mas também em como se faz chegar o cinema português ao seu próprio público.