Nanni Moretti Sobrevive a Enfarte e Recebe Alta: O Cinema Europeu Respira de Alívio


🎬 O mundo do cinema europeu suspirou de alívio esta semana com a notícia de que o aclamado realizador italiano Nanni Moretti, de 71 anos, recebeu alta hospitalar após ter sofrido um enfarte. Moretti, uma das vozes mais singulares e introspectivas do cinema de autor, esteve internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital San Camillo, em Roma, desde quarta-feira passada, mas já se encontra em casa e em recuperação.

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A notícia foi confirmada durante o festival Custodi di sogni – I tesori della Cineteca Nazionale, que decorre em Roma, onde Moretti chegou mesmo a participar por telefone, num gesto simbólico que demonstrou não apenas a sua recuperação, mas também o seu eterno compromisso com o cinema e a cultura italiana. Os organizadores do evento divulgaram um vídeo em que o realizador fala com clareza, embora com voz contida, revelando o seu desejo de regressar ao trabalho “em breve”.

Na quinta-feira, o chefe do serviço de cardiologia do hospital confirmava que o estado clínico de Moretti era estável. Um dia depois, a boa notícia da alta hospitalar foi recebida com entusiasmo por fãs e colegas de profissão.

Um autor com assinatura própria

Nanni Moretti é conhecido tanto pelo seu olhar profundamente pessoal como pelo seu humor subtil e crítica social afiada. Os seus filmes, muitas vezes autobiográficos, são um reflexo das suas inquietações políticas, filosóficas e familiares. Em obras como Caro Diário (1994), onde passeia por Roma numa Vespa enquanto comenta o mundo ao seu redor, ou O Quarto do Filho (2001), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, Moretti revelou-se um mestre da introspecção cinematográfica.

O seu estilo foi frequentemente comparado ao de Woody Allen, mas com um cunho profundamente italiano — mais político, mais católico, mais contido no absurdo, e sempre emocionalmente ressonante. Em Habemus Papam (2011), por exemplo, apresentou-nos um Papa em crise existencial, humanizando uma figura tradicionalmente inatingível. Mais recentemente, Tre Piani (2021) voltou a colocá-lo em Cannes, desta vez como autor de um drama coral sobre a vida urbana e os laços familiares.

A importância de Moretti no cinema europeu

O cinema de Moretti nunca foi feito para agradar massas — e é precisamente por isso que o seu impacto é tão profundo. Ao longo de décadas, construiu uma obra coerente, poética e combativa, abordando temas como o comunismo, a fé, a perda e a condição humana. Em Itália, a sua figura é quase reverenciada, não apenas como artista, mas como um intelectual activo, que participou do debate público de forma constante.

Além disso, Moretti é o proprietário e programador da mítica sala Nuovo Sacher em Roma, onde exibe cinema de autor e promove novos realizadores. É também um dos fundadores da produtora Sacher Film, que tem sido responsável por apoiar muitos talentos emergentes.

Uma pausa forçada, mas temporária

Embora o ataque cardíaco seja um alerta claro para abrandar o ritmo, os admiradores do realizador esperam que esta pausa forçada sirva apenas para fortalecer o seu regresso. O próprio Moretti já demonstrou interesse em retomar os seus projectos assim que for possível. O seu último filme, Il Sol dell’Avvenire (2023), foi recebido com entusiasmo e reforçou a ideia de que o realizador ainda tem muito para oferecer.

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Para já, o mais importante é que está de volta a casa, em recuperação, e com vontade de continuar a sonhar — e a fazer sonhar — através da sétima arte.


Onde ver os filmes de Nanni Moretti em Portugal:

  • Caro Diário, Habemus Papam e O Quarto do Filho têm passado regularmente na RTP2 e estão disponíveis ocasionalmente na Filmin e na MUBI.
  • Também podem ser encontrados em DVD nas bibliotecas municipais e videotecas especializadas.

Nanni Moretti em Cuidados Intensivos

O cinema europeu está em sobressalto. Nanni Moretti, o realizador italiano que nos habituou a pensar (e rir) com filmes de uma ternura provocadora, sofreu um ataque cardíaco e encontra-se internado nos cuidados intensivos em Roma, com prognóstico reservado. A notícia, avançada pelos media italianos, caiu como um balde de água fria no meio cinematográfico.

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Com 71 anos, Moretti foi levado de urgência na quarta-feira para o Hospital San Camillo, onde foi submetido de imediato a uma cirurgia de emergência. Segundo as primeiras informações, encontra-se estabilizado, mas continua em estado delicado.

Um cineasta com coração nas imagens… e agora o coração à prova

O incidente não é totalmente inesperado: em outubro de 2023, o autor de Querido Diário já tinha sofrido um pequeno enfarte, que o obrigou a cancelar uma apresentação em Nápoles. Foi também tratado no mesmo hospital onde agora permanece internado. Na altura, a situação foi encarada como um susto. Desta vez, porém, o silêncio à volta do seu estado de saúde é mais preocupante.

Moretti, frequentemente comparado a Woody Allen (com sotaque romano e scooter Vespa), construiu uma filmografia que é um verdadeiro espelho crítico da sociedade italiana — e não só. Do íntimo O Quarto do Filho (Palma de Ouro em Cannes, 2001) ao mordaz Habemus Papam, passando pelo frontalíssimo O Caimão, sobre o fenómeno Berlusconi, Nanni sempre foi uma voz desconcertante, subtilmente hilariante e com um faro extraordinário para o desconforto moderno.

O homem que filmava o mundo como quem escreve um diário

A sua carreira começou com uma câmara Super 8 e uma comédia minimalista chamada Io sono un autarchico (1976), que já prometia aquilo que se viria a confirmar: um talento único para usar o humor como arma e escudo. Mas foi com Querido Diário (1993) que Moretti conquistou definitivamente o público internacional — e o coração dos cinéfilos. A sua deambulação pela Roma vazia, a bordo de uma Vespa, enquanto reflecte sobre a vida, a arte e a condição humana, é hoje um clássico moderno e um hino à introspecção urbana.

Esse filme valeu-lhe o Prémio de Melhor Realização em Cannes, em 1994. E seria apenas o início de um percurso que se manteria coerente, surpreendente e, acima de tudo, pessoal. Moretti nunca teve medo de se colocar diante da câmara — fosse como alter ego neurótico, pai enlutado, cineasta em crise ou cidadão indignado. Sempre com uma estética depurada e um olhar clínico sobre o mundo que o rodeia.

Um realizador que não poupa ninguém (nem o Vaticano)

Ao longo das décadas, foi construindo uma carreira sem concessões ao facilitismo comercial. Filmes como O Caimão(2006), onde expôs com coragem o impacto do populismo mediático de Berlusconi, ou Habemus Papam (2011), uma reflexão delicada e provocadora sobre os bastidores da Santa Sé, confirmaram a sua reputação de criador independente e inconformado.

Mesmo O Sol do Futuro (2023), o seu filme mais recente e uma espécie de metanarrativa sobre um realizador em busca de sentido num mundo em transformação, competiu em Cannes e mostrou que, apesar da idade, Moretti continua a questionar tudo — a si próprio incluído.

Uma pausa indesejada… mas não definitiva?

Ainda não há actualizações oficiais sobre a evolução do seu estado de saúde, mas o meio cinematográfico — em Itália e no mundo — já reagiu com mensagens de solidariedade. A esperança é que este seja apenas mais um capítulo na sua longa narrativa pessoal, e que Nanni volte a fazer aquilo que melhor sabe: filmar o mundo com um misto de amor, ironia e coragem.

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