Harvey Weinstein declarado culpado por agressão sexual a Miriam Haley

Produtor de “Pulp Fiction” e “Shakespeare in Love” enfrenta novo veredicto após repetição do julgamento em Nova Iorque

Harvey Weinstein, outrora um dos nomes mais poderosos de Hollywood, foi esta quarta-feira, 11 de Junho, considerado culpado de agressão sexual contra a sua antiga assistente de produção, Miriam Haley. O veredicto foi conhecido no âmbito da repetição do julgamento em Nova Iorque, após a decisão de 2024 que anulou o veredicto original de 2020, alegando erros processuais.

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O ex-magnata do cinema, hoje com 73 anos e visivelmente debilitado — sentado numa cadeira de rodas e de fato escuro — ouviu o júri pronunciar-se “culpado” relativamente à acusação de Haley, uma das primeiras mulheres a falar publicamente e a denunciar os abusos de Weinstein, tornando-se uma das vozes mais marcantes do movimento #MeToo.

Inocente no caso Sokola, decisão em aberto no caso Mann

No mesmo julgamento, Weinstein foi considerado inocente das acusações de agressão sexual apresentadas pela ex-modelo polaca Kaja Sokola. Este caso havia sido incluído na nova versão do julgamento e resultou da reabertura processual depois da anulação do primeiro julgamento em 2020.

Fica agora pendente a deliberação sobre a acusação mais grave: a de violação da aspirante a actriz Jessica Mann. O júri irá reunir-se novamente esta quinta-feira, dia 12, para deliberar sobre esse ponto.

Weinstein, que já está a cumprir uma pena de 16 anos de prisão na Califórnia por outro caso de agressão sexual, poderá ver o seu tempo de reclusão agravado com este novo processo.

Um julgamento entre tensão, divisões e silêncio judicial

O ambiente no tribunal foi marcado por tensão crescente, com relatos de disputas internas entre os doze jurados, o que levou a temer um eventual impasse que poderia provocar nova repetição do julgamento — cenário que agora parece menos provável após os primeiros veredictos.

O juiz responsável pelo caso determinou que as equipas jurídicas de ambas as partes não poderiam prestar declarações públicas, numa tentativa de preservar o decurso do processo judicial.

Weinstein, através da sua defesa, já tinha solicitado a anulação do processo por diversas vezes, sem sucesso. O seu rosto permaneceu impassível durante a leitura do veredicto — um contraste evidente com o impacto emocional que a decisão teve para as vítimas que acompanham este caso desde o início do movimento #MeToo.

Um novo capítulo no caso que abalou Hollywood

Com este novo veredicto, o caso Harvey Weinstein volta a ocupar as manchetes e reafirma a sua importância histórica na transformação da forma como a indústria — e a sociedade — encara os crimes de abuso sexual, especialmente em contextos de poder e silêncio forçado.

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Resta agora aguardar pela conclusão do julgamento e pelo veredicto final no caso de Jessica Mann, cuja acusação poderá agravar ainda mais o quadro judicial de um dos nomes mais manchados da história de Hollywood.

Harvey Weinstein diagnosticado com leucemia: produtor enfrenta novo desafio de saúde

O ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, que atualmente cumpre pena de prisão após ser condenado por crimes sexuais, foi diagnosticado com leucemia mieloide crónica, um tipo de cancro da medula óssea. A notícia foi confirmada pela sua equipa jurídica, que expressou desagrado com o que consideram ser uma violação da privacidade de Weinstein, dado que a informação foi amplamente divulgada pela imprensa.

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Weinstein, que tem enfrentado uma série de problemas de saúde desde que foi preso, foi visto pela última vez em público em setembro, quando compareceu em tribunal em Manhattan após uma cirurgia cardíaca de emergência. Durante essa aparição, foi notório o seu estado de fragilidade, tendo sido transportado numa cadeira de rodas.

O diagnóstico de leucemia é o mais recente de uma série de problemas médicos enfrentados pelo antigo produtor de cinema, que também sofreu de diabetes e contraiu COVID-19 enquanto estava internado. O advogado de Weinstein, Arthur Aidala, afirmou recentemente que o seu cliente “quase morreu” após a cirurgia e que a sua condição de saúde continua a ser delicada.

A equipa de defesa de Weinstein pediu respeito pela privacidade do seu cliente, mas o interesse público em torno do seu estado de saúde é inegável, tendo em conta o seu envolvimento no escândalo que deu origem ao movimento #MeToo. Weinstein, que foi um dos nomes mais poderosos de Hollywood, continua a negar todas as acusações de violação e agressão sexual, apesar das condenações.

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O diagnóstico de cancro poderá influenciar os futuros processos legais contra o ex-produtor, sendo que um novo julgamento está agendado para 2025, após a revogação de uma das suas condenações em abril de 2024.