Antigo Cinema King em Lisboa Está de Novo à Venda — Mas Sem Luz Verde para Deixar de Ser Cinema 🎥🏛️


Um ícone fechado desde 2013

O histórico Cinema King, situado no coração de Alvalade, em Lisboa, voltou ao mercado imobiliário com um preço de 1,7 milhões de euros. No entanto, apesar do anúncio tentador, o espaço continua à espera de autorização do Ministério da Cultura para a chamada “desafetação de atividade cinematográfica” — um passo obrigatório para poder ser usado com outro fim que não a exibição de filmes.

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Segundo a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC), o pedido de desafetação foi submetido em maio, mas não houve ainda decisão, porque o proprietário não forneceu todos os elementos necessários. Até agora, a tutela aguarda resposta à notificação.

Um espaço com várias vidas possíveis… e um passado marcante

O anúncio imobiliário descreve o antigo cinema como um “espaço comercial de grande dimensão no coração de Alvalade”, com 2.211 metros quadrados distribuídos por três pisos e “enorme potencial” para usos tão variados como clínicas, escritórios, ginásios, espaços educativos, culturais ou tecnológicos.

Nas imagens, vê-se o interior despido de uma das salas, sem cadeiras, deixando à vista a estrutura de um passado cinematográfico que marcou gerações.

Mas, de acordo com a lei (Decreto-Lei 23/2014), a demolição ou reconversão de recintos de cinema exige parecer favorável do Ministério da Cultura, com base em avaliações da IGAC. Ou seja: até lá, a projeção continua a ser a única função oficialmente permitida.

De Vox a King — mais de 50 anos de história

Antes de se chamar Cinema King, o espaço abriu portas em abril de 1969 como Cinema Vox, com mais de 500 lugares. Encerrado em 1985, teve um breve período como sala de concertos sob o nome Espaço Voxmania, recebendo várias bandas portuguesas.

Nos anos 1990, foi rebatizado como Cinema King, explorado por Paulo Branco, exibindo sobretudo cinema independente e mantendo uma livraria e cafetaria.

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Encerrado em 2013 devido a uma renda considerada “incomportável”, o edifício passou por tentativas de venda e até um leilão cancelado, ficando marcado por um processo de insolvência da Sociedade Imobiliária Olívia, que tinha bancos entre os credores.

Hoje, permanece como um marco adormecido do cinema lisboeta — à espera de saber se o seu futuro será escrito em guião de comédia, drama ou reabilitação patrimonial.

Manuel Claro Nomeado Vice‑Presidente do ICA: Um Regresso com Olhos no Futuro do Cinema Português


Antigo responsável pela Portugal Film Commission assume agora funções de topo no Instituto do Cinema e do Audiovisual, substituindo Anick Bilreiro.

O cinema português volta a ter uma peça-chave em posição estratégica: Manuel Claro foi nomeado vice-presidente do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), segundo anunciou esta terça-feira o Ministério da Cultura, Juventude e Desporto. O cargo tem um mandato de cinco anos e resulta de um concurso público conduzido pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), aberto a 28 de Maio e encerrado a 11 de Junho.

Um nome bem conhecido do setor

Manuel Claro não é um nome novo no universo do audiovisual nacional. Foi diretor-geral da Portugal Film Commission entre 2019 e 2022, uma função central na promoção de Portugal como destino de filmagens internacionais. Antes disso, entre 2014 e 2019, liderou o Centro de Informação Europa Criativa no seio do próprio ICA, e entre 2009 e 2013 foi coordenador executivo da Media Desk Portugal.

A sua ligação ao setor atravessa mais de uma década, com passagens determinantes por organismos que fazem a ponte entre o audiovisual português e os apoios europeus. A nota do Ministério da Cultura sublinha as suas “reconhecida competência técnica, sensibilidade estratégica, aptidão, experiência, formação e visão panorâmica do Cinema e Audiovisual”.

Substituição na vice-presidência

Manuel Claro sucede a Anick Bilreiro, que ocupava o cargo em regime de substituição desde Janeiro de 2023. A mudança reforça agora o núcleo de liderança do ICA numa fase especialmente crítica para o futuro da produção audiovisual portuguesa, marcada por desafios estruturais, pela adaptação às novas plataformas e pela crescente internacionalização das produções nacionais.

O Instituto do Cinema e do Audiovisual é atualmente presidido por Luís Chaby Vaz, cuja comissão de serviço foi renovada pelo Governo em Setembro de 2023. Chaby Vaz está à frente do ICA desde Maio de 2017 (inicialmente em regime de substituição), e foi formalizado no cargo em Novembro de 2018. Desde Fevereiro de 2023, acumula ainda a função de film commissioner da Portugal Film Commission.

Uma liderança com visão internacional

Durante o mandato de Chaby Vaz, o ICA assistiu a um crescimento sustentado do interesse internacional por filmagens em solo português, num contexto em que o país tem vindo a posicionar-se como um destino cinematográfico competitivo, apoiado por incentivos fiscais, equipas técnicas especializadas e paisagens versáteis.

A nomeação de Manuel Claro insere-se nesta mesma lógica: um reforço de competências, experiência e visão estratégica que poderá contribuir para consolidar Portugal como um polo relevante no mapa europeu do cinema.

Se o cinema português quer continuar a crescer além-fronteiras — com coproduções, festivais e visibilidade em plataformas globais — terá, a partir de agora, mais um aliado de peso na liderança institucional do setor.