Fernanda Torres no Júri de Veneza: Um Regresso Triunfal ao Festival que a Consagrou

🎬 Um ano depois de ter brilhado com Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres regressa a Veneza — desta vez do outro lado da cortina. A actriz e argumentista brasileira foi escolhida para integrar o júri principal da 82.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que decorre entre 27 de Agosto e 6 de Setembro.

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É um regresso com sabor a consagração: em 2024, Ainda Estou Aqui arrecadou o prémio de Melhor Argumento no Lido e acabaria por conquistar o Óscar de Melhor Filme Internacional. Agora, cabe a Fernanda ajudar a decidir quem sucede aos vencedores, ao lado de nomes de peso do cinema mundial.

Um júri com estrelas e autores

O júri que decidirá o Leão de Ouro — o prémio máximo do festival — será presidido pelo realizador norte-americano Alexander Payne, conhecido por filmes como Nebraska ou The Descendants. Juntam-se a ele:

  • A actriz chinesa Zhao Tao, presença marcante no cinema de Jia Zhangke e vencedora do Leão de Ouro com Natureza Morta (2006).
  • O francês Stéphane Brizé, realizador de O Valor de um Homem.
  • A italiana Maura Delpero, autora de Maternal.
  • O romeno Cristian Mungiu, Palma de Ouro em Cannes por 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias.
  • O iraniano Mohammad Rasoulof, cineasta dissidente que ganhou o Urso de Ouro com There Is No Evil.

É um painel que equilibra vozes femininas, olhares autorais e uma diversidade cultural notável — com Fernanda Torres a representar o cinema em língua portuguesa ao mais alto nível.

Horizontes e primeiras obras: Júris alternativos também revelados

Na secção Horizontes, dedicada às novas linguagens do cinema, o destaque vai para a presidente do júri, Julia Ducournau, que venceu a Palma de Ouro em Cannes com Titane. Com ela estarão:

  • O artista visual italiano Yuri Ancarani;
  • O crítico argentino Fernando Enrique Juan Lima;
  • A realizadora australiana Shannon Murphy;
  • E o cineasta e fotógrafo norte-americano RaMell Ross.

Já o júri do Prémio Luigi De Laurentiis, que distingue a melhor primeira obra, será liderado pela britânica Charlotte Wells (Aftersun), com Erige Sehiri (França/Tunísia) e Silvio Soldini (Itália).

Uma edição cheia de simbolismo… e cinema de qualidade

A 82.ª edição do festival abrirá com “La Grazia”, o novo filme do italiano Paolo Sorrentino, e prestará uma homenagem especial à lendária Kim Novak, com a atribuição do Leão de Ouro de Carreira.

E para os amantes do cinema português, há uma pérola imperdível: “Aniki Bóbó”, o primeiro filme de Manoel de Oliveira, será exibido numa secção dedicada a obras-primas restauradas — uma curadoria pessoal do director artístico Alberto Barbera.

Um símbolo do reconhecimento internacional da lusofonia

O convite a Fernanda Torres não é apenas um reconhecimento do seu talento individual — é também um marco para o cinema falado em português num dos palcos mais importantes do mundo. Depois do impacto de Ainda Estou Aqui, este regresso sela um ciclo de afirmação internacional para a actriz e para o cinema brasileiro, num festival que nunca deixou de valorizar o olhar autoral.

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Com Alexander Payne ao leme, e Fernanda como parte integrante do júri, a edição de 2025 do Festival de Veneza promete um equilíbrio entre tradição e novidade, emoção e reflexão — como só o grande cinema sabe fazer.


Paolo Sorrentino Regressa a Veneza com “La Grazia”, Filme de Abertura do Festival de 2025

Com Toni Servillo no papel principal, a nova obra do realizador de “A Grande Beleza” promete marcar o arranque da 82.ª edição do prestigiado festival italiano

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De volta ao ponto de partida — com mais maturidade e ambição

O cinema italiano estará em destaque na abertura do 82.º Festival Internacional de Cinema de Veneza com La Grazia, o novo filme de Paolo Sorrentino. O realizador napolitano regressa assim ao certame que viu nascer a sua carreira em longas-metragens, há mais de duas décadas, com L’uomo in più (2001).

O anúncio foi feito oficialmente esta segunda-feira pela organização do festival, que decorre de 27 de agosto a 6 de setembro. E, nas palavras do diretor do evento, Alberto Barbera, não podia haver melhor forma de dar início à edição de 2025:

“O regresso de Paolo Sorrentino à competição chega com um filme destinado a deixar a sua marca pela grande originalidade e poderosa relevância para o tempo presente.”

Uma nova história de amor à italiana

La Grazia, escrito e realizado por Sorrentino, é descrito como “uma história de amor passada em Itália” — o que, conhecendo o autor, pode significar tudo menos uma abordagem convencional ao género. Com Toni Servillo no papel principal, o ator-fétiche do cineasta volta a estar no centro de uma narrativa que, à partida, conjuga o existencial com o poético, o grotesco com o sublime — tal como em A Grande Beleza ou Foi a Mão de Deus.

Ainda não há muitos detalhes sobre o enredo, mas sabe-se que o filme foi adquirido para distribuição global pela plataforma Mubi, que se tem destacado nos últimos anos como casa para o cinema de autor mais aclamado.

Sorrentino, o esteta da decadência e da redenção

Nascido em Nápoles em 1970, Paolo Sorrentino é um dos nomes maiores do cinema europeu contemporâneo. Venceu o Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2014 com A Grande Beleza, uma espécie de atualização moderna de La Dolce Vita de Fellini, e tem marcado presença regular nos grandes festivais, incluindo Cannes, onde estreou títulos como Youth e The Hand of God.

O seu estilo visual inconfundível, a escrita melancólica e irónica, e a constante interrogação sobre o papel do indivíduo numa sociedade saturada fazem dele um autor reverenciado — e La Grazia promete continuar essa tradição.

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Veneza 2025 começa com alma italiana

Com La Grazia, o Festival de Veneza começa com uma declaração de intenções clara: cinema com assinatura, identidade nacional forte, mas com alcance universal. A escolha de Sorrentino para abrir a edição deste ano não é apenas simbólica — é uma aposta segura de que o festival quer começar em grande.