Fusão Entre Paramount e Skydance Leva ao Despedimento de Quase 1.000 Funcionários

A reestruturação após a fusão entre os dois gigantes de Hollywood faz parte de um plano de redução de custos superior a 2 mil milhões de dólares.

A Paramount Pictures, um dos estúdios mais emblemáticos da história do cinema, vive dias turbulentos. Quase 1.000 funcionários foram despedidos esta quarta-feira, no seguimento da fusão com a Skydance Media, empresa liderada por David Ellison. A notícia, avançada pela agência Associated Press, confirma o início de uma profunda reestruturação na nova Paramount Skydance Corporation.

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Num comunicado interno, Ellison reconheceu a dureza da decisão:

“Estas decisões nunca são tomadas de forma leviana, especialmente tendo em conta o efeito que terão nos nossos colaboradores que fizeram contribuições significativas para a empresa.”

Uma fusão bilionária com consequências humanas

A fusão, concluída a 7 de agosto, foi avaliada em cerca de 8 mil milhões de dólares (quase 7 mil milhões de euros), após mais de um ano de negociações. A operação tinha como objetivo modernizar o catálogo do estúdio, otimizar recursos e reforçar a aposta em plataformas digitais como o Paramount+.

Contudo, o processo de integração já previa cortes significativos. Em agosto, a empresa tinha anunciado um plano de 2.000 a 3.000 despedimentos, representando cerca de 10% da força laboral global da Paramount.

Os departamentos de cinema e plataformas digitais estão entre os mais afetados, segundo a agência EFE.

Redução de custos e futuro incerto

A nova direção de Ellison estima que as medidas de reestruturação permitam reduzir mais de 2 mil milhões de dólares em custos.

A estratégia pretende tornar o grupo mais competitivo num mercado em rápida transformação, marcado pelo domínio do streaming e pela queda das receitas tradicionais de cinema e televisão.

A Paramount Skydance planeia, segundo fontes internas, “otimizar o negócio” e investir em novas produções que reforcem o catálogo digital — mas os efeitos imediatos estão a ser sentidos sobretudo pelos trabalhadores.

O peso de uma era que muda

Fundada em 1912, a Paramount é um símbolo do velho e do novo Hollywood: o estúdio de clássicos como The GodfatherChinatown ou Titanic, agora reinventado numa era em que o streaming dita as regras.

A fusão com a Skydance, produtora de sucessos como Top Gun: Maverick e Mission: Impossible – Dead Reckoning, pode marcar o início de um novo capítulo — mas também o fim de uma era para muitos dos que ajudaram a construir o legado do estúdio.

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Entre o glamour das estreias e o pragmatismo financeiro, Hollywood continua a provar que, por trás da magia do cinema, há sempre o lado duro dos negócios.

Gérard Depardieu Condenado por Agressão Sexual: Um Ícone do Cinema Francês em Queda Livre

O ator foi considerado culpado de agredir duas mulheres durante as filmagens de Les Volets Verts em 2021

Gérard Depardieu, um dos nomes mais emblemáticos do cinema francês, foi condenado por um tribunal de Paris a 18 meses de prisão com pena suspensa por agressão sexual contra duas mulheres durante as filmagens do filme Les Volets Verts em 2021.  

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Detalhes do caso

As vítimas, uma decoradora de 54 anos e uma assistente de realização de 34 anos, acusaram Depardieu de toques inapropriados e comentários obscenos no set de filmagens. O ator, de 76 anos, negou as acusações, embora tenha admitido comportamentos grosseiros. Durante o julgamento, Depardieu não compareceu, alegando compromissos profissionais nas ilhas dos Açores.  

Repercussões na indústria cinematográfica

Esta condenação marca um momento significativo para o movimento #MeToo em França, que tem enfrentado desafios para ganhar tração no país. A decisão judicial surge num contexto de crescente escrutínio sobre a cultura de impunidade na indústria cinematográfica francesa, especialmente no que diz respeito a comportamentos abusivos por parte de figuras proeminentes.  

Reações públicas e futuras implicações

A condenação de Depardieu gerou uma onda de reações públicas, com algumas figuras do cinema francês a retirarem o seu apoio ao ator. O caso também levanta questões sobre a forma como a indústria lida com alegações de má conduta e a necessidade de mudanças estruturais para proteger os profissionais do setor.

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Cinemas dos EUA Querem 45 Dias de Exclusividade Para Sobreviver ao Streaming

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Las Vegas pode ser o palco de muitos jogos de sorte… mas desta vez, os donos dos cinemas não estão a jogar: querem regras claras e justas. Durante a CinemaCon — a convenção anual da indústria cinematográfica que decorre em Las Vegas — os operadores de salas dos EUA fizeram ouvir a sua voz e foram diretos ao assunto: exigem um mínimo de 45 dias de exclusividade nas estreias dos filmes, antes destes seguirem viagem para os serviços de streaming.

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Michael O’Leary, presidente da Cinema United (a associação que representa os proprietários de salas de cinema nos EUA), foi ao palco e disse, com toda a convicção, que sem esse período exclusivo, os cinemas continuarão a definhar. E o auditório respondeu com aplausos — porque ninguém ali está a achar graça ao estado atual da bilheteira.

“Não há cinema sem sala de cinema”

Em tempos não muito distantes, os filmes tinham um período de 90 dias nas salas antes de estarem disponíveis para compra ou aluguer digital. Era uma norma quase sagrada. Mas veio a pandemia, os estúdios entraram em pânico, e as janelas de exclusividade encolheram para 30 dias, 17 dias, ou até menos. Resultado? Os espectadores começaram a pensar: “Vale a pena ir ao cinema, ou espero três semanas e vejo no sofá?”

Ora, é precisamente essa mentalidade que os donos dos cinemas querem inverter. “Deve haver um ponto de referência”, disse O’Leary, defendendo que 45 dias é o mínimo aceitável para proteger a experiência cinematográfica… e os negócios, claro.

Segundo ele, sem um período de exclusividade claro e consistente, não há forma de restabelecer a saúde de toda a indústria. E sejamos francos: por mais amor ao cinema que tenhamos, sem bilhetes vendidos, não há luzes que se apaguem, nem ecrãs que se iluminem.

Um cenário pós-COVID com sequelas nada glamorosas

Antes da pandemia, os cinemas da América do Norte (EUA + Canadá) geravam mais de 11 mil milhões de dólares anuais em receitas de bilheteira. Hoje, mal ultrapassam os 9 mil milhões. Uma quebra séria que reflete não só os tempos pandémicos, mas também a explosão do streaming e a mudança de hábitos do público.

As estreias simultâneas nos cinemas e nas plataformas — lembram-se da HBO Max com Wonder Woman 1984 ou da Disney+ com Black Widow? — foram apelativas na altura, mas deixaram cicatrizes difíceis de sarar nas contas das salas de cinema.

Hoje, a missão é clara: trazer o público de volta à sala escura, recriar o sentido de urgência que um bom filme no grande ecrã sempre teve — aquela sensação de “tenho de ver isto agora”. Porque, convenhamos, um balde de pipocas e um som surround nunca souberam tão bem como depois de meses a ver séries no telemóvel.

Os estúdios vão alinhar?

É aqui que a conversa se complica. Os grandes estúdios têm os seus próprios serviços de streaming. E gostariam de alimentar essas plataformas com estreias recentes, o mais rápido possível. Afinal, cada subscrição conta.

Mas a pressão vinda da CinemaCon — um evento que junta os principais intervenientes da indústria mundial do cinema — pode marcar o início de uma viragem. Já há sinais de vontade por parte de alguns estúdios em negociar janelas mais longas. Resta saber se o “mínimo dos mínimos” de 45 dias será aceite por todos.


Conclusão (com espírito de cinema à moda antiga)

Ver filmes no cinema é mais do que ver filmes. É viver histórias em grande. A luta por 45 dias de exclusividade pode parecer técnica, mas é uma questão existencial para as salas de cinema. Se esta janela não for respeitada, muitas poderão mesmo… fechar a cortina.

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Mas se os estúdios e os exibidores encontrarem um ponto de equilíbrio, talvez voltemos a ver filas à porta das sessões e gente a correr para os lugares do meio. Porque, no fundo, o cinema merece isso — e nós também.

Ano de Retoma: Cinemas de Portugal e Brasil Batem Recordes e Enfrentam Desafios

O ano de 2024 marcou um período de contrastes para o cinema em Portugal e no Brasil. Se por um lado o mercado brasileiro bateu recordes de salas de exibição e crescimento do público, por outro, em Portugal, o número de espectadores caiu ligeiramente, mas a receita de bilheteira manteve-se estável. O cinema continua a ser um reflexo da cultura e do comportamento do público em cada país, e os números comprovam essa dinâmica.

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Portugal: Menos Espectadores, Receita Estável

Segundo dados revelados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em Portugal o número de espectadores nas salas de cinema caiu 3,8% em 2024 face ao ano anterior, totalizando 11,8 milhões de bilhetes vendidos. Ainda assim, a receita bruta de bilheteira manteve-se praticamente inalterada, crescendo ligeiros 0,4% e fixando-se nos 73,2 milhões de euros, justificado pelo aumento do preço médio dos bilhetes.

Embora o mês de dezembro tenha apresentado um crescimento impressionante de 27,1% no número de espectadores e um aumento de um terço na receita — tornando-se o melhor dezembro desde 2018 —, os resultados anuais não conseguiram recuperar as perdas do período pós-pandemia. Para comparação, em 2019, último ano antes da crise sanitária, os cinemas portugueses registaram 15,5 milhões de espectadores, um número significativamente superior ao de 2024.

A liderança do mercado de exibição em Portugal continua a pertencer à NOS, com uma quota de 68,2%, seguida pela UCI (10,7%) e pela Cineplace (6,7%). A NOS viu o número de espectadores cair 4% face a 2023, mas compensou com um aumento de 0,7% na receita.

Entre as 391 longas-metragens estreadas em Portugal, 112 eram de origem norte-americana, dominando o mercado com 72,8% do público, enquanto os filmes europeus, que totalizaram 202 lançamentos, atraíram apenas 12,9% dos espectadores.

O ‘top 10’ dos filmes mais vistos no país reflete essa tendência, sendo totalmente preenchido por produções de Hollywood. O grande vencedor foi “Divertida-Mente 2”, que conquistou 1,3 milhões de espectadores. Seguiram-se “Deadpool & Wolverine”, com 611 mil entradas, e as animações “Gru – O Maldisposto 4” e “Vaiana 2”, que juntos somaram pouco mais de um milhão de bilhetes vendidos.

O Cinema Português em 2024: “Balas & Bolinhos” No Topo

O cinema nacional teve um desempenho modesto, mas um título destacou-se: “Balas & Bolinhos: Só Mais Uma Coisa”, de Luís Ismael, foi o filme português mais visto do ano, com 248 mil espectadores e 1,6 milhões de euros em receitas. A nova aventura do grupo de amigos alcançou o oitavo lugar entre os filmes portugueses mais vistos desde 2004, aproximando-se dos números do seu antecessor, “Balas & Bolinhos: O Último Capítulo” (2012), que teve 256 mil espectadores.

Outros destaques incluem “Podia Ter Esperado por Agosto”, de César Mourão, com 102 mil espectadores, e “Vive e Deixa Andar”, de Miguel Cadilhe, que levou 31 mil pessoas às salas.

Brasil: Recordes de Público e Salas de Cinema

Se em Portugal o setor enfrentou um ligeiro decréscimo, no Brasil o cenário foi de recuperação e crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), 2024 foi um ano de recordes. O país atingiu o maior número de salas de exibição da sua história, acompanhado por um aumento significativo do público.

Os números mostram que o cinema brasileiro continua a recuperar do impacto da pandemia e a consolidar-se como uma indústria em crescimento. O maior número de salas em funcionamento permitiu um acesso mais amplo ao público, resultando num aumento das bilheteiras e no fortalecimento da indústria nacional.

O cinema brasileiro viu algumas das suas produções alcançarem êxitos expressivos. Filmes nacionais ganharam destaque e demonstraram a diversidade do mercado, apostando em géneros variados e explorando novas narrativas para atrair audiências cada vez mais amplas.

O Cinema Nacional em Destaque

Entre os títulos nacionais mais bem-sucedidos em 2024, destacam-se produções que conquistaram não apenas o público, mas também a crítica. O cinema brasileiro demonstrou força tanto nos circuitos comerciais quanto nos festivais internacionais, solidificando a sua presença e mostrando a capacidade de competir com as grandes produções de Hollywood.

O Que Explica as Diferenças?

O contraste entre os mercados português e brasileiro pode ser explicado por vários fatores. No Brasil, a expansão do número de salas de cinema e o crescimento do público refletem um investimento contínuo na indústria cinematográfica. Em Portugal, apesar da estabilidade nas receitas, a diminuição do número de espectadores aponta para desafios como o aumento do preço dos bilhetes e a concorrência do streaming.

Ainda assim, ambos os países partilham um fator comum: o domínio das produções norte-americanas. Nos dois mercados, os filmes de Hollywood continuam a liderar as bilheteiras, o que reforça a necessidade de políticas e incentivos que promovam a produção nacional e estimulem o interesse do público por conteúdos locais.

Perspetivas para 2025

Olhando para o futuro, tanto em Portugal quanto no Brasil, a expectativa é que o cinema continue a recuperar e a adaptar-se às novas realidades do mercado. A aposta em conteúdos nacionais e estratégias inovadoras de distribuição pode ser a chave para um crescimento sustentado.

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Enquanto Portugal procura recuperar os números pré-pandemia, o Brasil avança com recordes e uma crescente valorização do seu cinema. Resta saber se essa tendência se manterá nos próximos anos e como os dois países poderão aprender com as suas experiências para fortalecer a sétima arte.

Tom Hanks Lamenta Saturação de Filmes de Super-Heróis e Apela a Novas Narrativas

Tom Hanks, um dos mais respeitados atores de Hollywood, juntou-se recentemente ao coro de vozes que expressam cansaço face à saturação de filmes de super-heróis. O ator, que ao longo da sua carreira interpretou personagens complexas e memoráveis, considera que as produções da Marvel e da DC perderam o sentido de propósito e originalidade que antes inspiravam o público. Em entrevista ao ComicBook, Hanks afirmou: “Durante anos, os filmes de super-heróis mostravam o melhor de nós mesmos. Eu sentia-me confuso como o Homem-Aranha, apaixonado como o Capitão América, furioso como o Batman.” No entanto, hoje, Hanks considera que o género precisa de um novo rumo.

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Hanks explicou que a repetição de fórmulas desgasta o público, que agora procura histórias mais substanciais e inovadoras. Segundo o ator, a indústria cinematográfica deve responder à exigência do público, apostando em narrativas que abordem questões contemporâneas e experiências humanas reais. “O público quer saber mais sobre si mesmo”, acrescentou Hanks, numa crítica velada à falta de criatividade que domina o género de super-heróis.

A caminho de mais um projeto com o realizador Robert Zemeckis, Aqui, Hanks explora um conceito inovador sobre o passar do tempo numa única sala, onde as histórias de várias gerações se entrelaçam. O filme, que estreia em janeiro de 2025, contará com Robin Wright, rejuvenescida digitalmente, numa história que mistura drama e ficção científica, abordando temas universais sobre mudança e o impacto das gerações. Com esta produção, Hanks demonstra o seu compromisso em procurar papéis com profundidade e autenticidade, um contraste claro com os blockbusters de super-heróis que ele considera monótonos.

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Governo da Califórnia Anuncia Aumento de Benefícios Fiscais para Salvar a Indústria Cinematográfica de Hollywood

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, revelou recentemente um plano audacioso para revitalizar a indústria cinematográfica de Hollywood. A proposta envolve duplicar os benefícios fiscais disponíveis para produções de cinema e televisão, aumentando o orçamento anual para 750 milhões de dólares. Com esta medida, Newsom pretende tornar a Califórnia o estado líder nos Estados Unidos em incentivos fiscais, superando rivais como Nova Iorque e outros estados que têm atraído produções cinematográficas devido aos seus próprios incentivos.

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A proposta visa garantir que Hollywood recupere o ritmo de produção afetado pela pandemia da COVID-19 e pelas greves recentes, que interromperam várias filmagens e colocaram em risco o trabalho de milhares de profissionais da área. Desde a criação do programa de incentivos fiscais em 2009, estima-se que a iniciativa tenha gerado mais de 26 mil milhões de dólares em atividade económica e criado cerca de 197 mil postos de trabalho na Califórnia. Caso aprovada, esta expansão entrará em vigor em julho de 2025, com uma duração de cinco anos.

Durante uma conferência de imprensa em Los Angeles, Newsom afirmou: “Este é um investimento crucial no futuro da nossa indústria do entretenimento.” Ele reconheceu a importância de garantir a competitividade da Califórnia, especialmente num contexto de concorrência global, onde países e outros estados dos EUA também oferecem incentivos significativos para atrair produções. Além dos empregos diretos, o governador salientou que a produção cinematográfica traz benefícios indiretos para a economia, apoiando empresas locais como fornecedores de catering, empresas de transporte e pequenas lojas.

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Com o crescimento das plataformas de streaming e a procura por conteúdo original, Newsom acredita que este plano fortalecerá Hollywood e incentivará os estúdios a retomar e expandir projetos na Califórnia. Se aprovada, esta medida promete revitalizar a indústria cinematográfica e solidificar o estatuto da Califórnia como o coração da produção de filmes nos Estados Unidos

Gérard Depardieu Vai a Tribunal: As Acusações de Violência Sexual e a Queda de um Ícone do Cinema Francês

O ator francês Gérard Depardieu, conhecido por papéis icónicos em filmes como “Cyrano de Bergerac” e “Asterix & Obelix”, enfrentará o tribunal em Paris na próxima segunda-feira, num julgamento que promete abalar o cinema francês. Depardieu, de 75 anos, será julgado por alegações de violação e agressão sexual feitas por duas mulheres, relacionadas com factos ocorridos durante a rodagem do filme “Les Volets Verts”, em 2021. As acusações, no entanto, não se limitam a estes casos, com várias outras mulheres a acusarem o ator de comportamentos inapropriados e abusivos, numa série de incidentes que remonta a várias décadas.

O Caso e as Alegações das Vítimas

Uma das acusações contra Depardieu parte de uma decoradora de cinema, que em fevereiro de 2024 apresentou uma queixa por assédio e agressão sexual, além de comentários sexistas que alega terem ocorrido durante as filmagens de “Les Volets Verts”, do realizador Jean Becker. A mulher descreve um ambiente de trabalho tenso e inapropriado, onde Depardieu teria feito observações degradantes e avançado fisicamente sobre ela numa mansão no 16.º bairro de Paris. Ela recorda, por exemplo, um episódio em que o ator, aparentemente em estado alterado, terá exigido um “ventilador” enquanto gritava que o calor não o deixava “ficar duro”.

Noutra alegação, uma assistente de realização acusa Depardieu de assédio físico e psicológico. As descrições são perturbadoras, com a assistente a relatar um incidente em que o ator a terá forçado numa posição constrangedora e feito avanços físicos contra a sua vontade. Estes relatos revelam um padrão de comportamento que, segundo a advogada de uma das queixosas, Carine Durrieu-Diebolt, evidencia “uma história de abuso continuado e impune”. A advogada espera que a justiça “não conceda tratamento preferencial” ao ator, sublinhando a necessidade de igualdade perante a lei.

Outras Acusações e o Movimento #MeToo no Cinema Francês

Depardieu tem sido alvo de acusações de violência sexual de várias outras mulheres ao longo dos anos, incluindo a atriz francesa Charlotte Arnould, que foi a primeira a denunciar o ator ao Ministério Público de Paris. A sua queixa levou as autoridades a considerar um julgamento por violação e agressão sexual, uma decisão que evidenciou o impacto do movimento #MeToo em França, que tem vindo a desmascarar comportamentos abusivos de várias figuras do cinema francês.

Entre as novas acusações surgem relatos da atriz Anouk Grinberg, que descreveu os “piropos” frequentes e os comentários sexuais de Depardieu no set. Grinberg, que também participou em “Les Volets Verts”, refere que a postura do ator era já conhecida na indústria, mas que o seu comportamento se agravou ao longo dos anos, protegido pela indústria cinematográfica que “tapa os crimes e financia a sua impunidade”.

O movimento #MeToo em França tem revelado histórias de abuso e comportamento inapropriado de várias figuras públicas, desde o produtor Harvey Weinstein até realizadores franceses como Jacques Doillon e Benoît Jacquot. Estas denúncias trouxeram à tona uma cultura de silêncio e encobrimento dentro da indústria cinematográfica, que, segundo críticos, continua a oferecer oportunidades a figuras acusadas de abusos, como Depardieu.

A Defesa de Depardieu e a Sua Visão Pública

Depardieu, por sua vez, nega categoricamente todas as acusações. Em outubro de 2023, publicou uma carta aberta no jornal Le Figaro, onde afirmava: “Nunca, nunca abusei de uma mulher”. A carta, no entanto, não pareceu apaziguar as controvérsias, especialmente depois de uma reportagem transmitida pelo programa “Complément d’Enquête” no canal France 2, onde o ator fez uma série de comentários misóginos e insultuosos. Esta postura tem sido criticada não só pelas vítimas e ativistas, mas também por figuras da política e do meio artístico.

As declarações de apoio do presidente francês Emmanuel Macron a Depardieu, descrevendo-o como um “grande ator que deixa a França orgulhosa”, causaram indignação entre associações feministas, que interpretaram as palavras de Macron como uma minimização dos relatos das vítimas. Para muitos, este caso simboliza a resistência que ainda existe em certos círculos em enfrentar de frente a cultura de abuso e de proteção de figuras poderosas na indústria.

O Futuro do Caso e o Impacto na Carreira de Depardieu

O julgamento de Gérard Depardieu representa um marco na tentativa de responsabilizar figuras públicas por alegados abusos de poder. Para as vítimas, é uma oportunidade de verem as suas queixas finalmente ouvidas em tribunal, numa altura em que as discussões sobre ética e abuso em Hollywood e no cinema europeu estão mais presentes do que nunca. Se condenado, este poderá ser o fim de uma longa carreira marcada por sucessos e controvérsias. Independentemente do veredito, o julgamento será acompanhado de perto por todos os que defendem uma mudança na forma como a indústria encara o comportamento dos seus artistas.

Winona Ryder Lamenta a Falta de Interesse dos Jovens Atores por Filmes Clássicos

Winona Ryder, uma das atrizes mais icónicas da sua geração, expressou recentemente a sua frustração com o desinteresse dos jovens atores pela história do cinema. Ryder, que começou a sua carreira aos 14 anos com o filme “Lucas” e se tornou uma estrela com obras como “Eduardo Mãos de Tesoura” e “As Mulherzinhas”, notou uma mudança preocupante na atitude dos jovens atores de hoje em dia.

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A Desilusão de uma Cinéfila Apaixonada

Durante uma entrevista recente ao Los Angeles Times, citada pela revista Variety, Ryder falou sobre o seu amor pelo cinema e como isso contrasta com a atitude de muitos dos seus colegas mais jovens. “Há alguns que simplesmente não estão interessados em filmes”, afirmou. “A primeira coisa que perguntam é: ‘Quanto tempo é que dura?'”. A atriz, que ganhou uma nova geração de fãs com a série “Stranger Things”, destacou que, apesar de haver jovens atores entusiasmados como Finn Wolfhard, que é obcecado por atores clássicos como Elliott Gould, há uma falta generalizada de curiosidade entre os mais novos.

A Relevância dos Clássicos

Ryder é conhecida por ser uma verdadeira cinéfila, algo que ficou evidente na sua recente visita ao arquivo da Criterion Collection, onde escolheu e discutiu os seus filmes favoritos. O vídeo da visita, que se tornou viral com mais de 14 milhões de visualizações, mostra o profundo conhecimento e paixão da atriz pela história do cinema. Este entusiasmo contrasta fortemente com a tendência atual de jovens atores que preferem produções modernas e rápidas, sem se envolverem nas obras que moldaram a sétima arte.

A falta de interesse pelos clássicos é vista por Ryder como uma oportunidade perdida para os atores jovens, que poderiam aprender muito ao estudar filmes antigos e os métodos de atuação que os definiram. “Não quero parecer tão desanimada, mas sinto que há uma falta de conexão com o passado”, explicou Ryder, sublinhando a importância de uma base sólida no cinema para qualquer ator que queira compreender profundamente a sua arte.

Reflexão sobre o Futuro do Cinema

A preocupação de Ryder reflete uma mudança mais ampla na indústria do entretenimento, onde o foco se deslocou para conteúdos de consumo rápido e menos desafiantes. O comentário de Millie Bobby Brown, também estrela de “Stranger Things”, sobre a sua falta de interesse em ver filmes inteiros, tornou-se viral, exemplificando esta tendência. “As pessoas vêm ter comigo e dizem: ‘Precisas mesmo de ver este filme, mudaria a tua vida’. E eu respondo: ‘Quanto tempo é terei que ficar ali sentada?’”, contou Brown.

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A observação de Ryder levanta uma questão importante sobre o futuro do cinema e a importância de preservar o legado dos clássicos. À medida que novas gerações de atores surgem, a conexão com a rica história da sétima arte pode se perder, a menos que haja um esforço consciente para educar e inspirar através do cinema clássico.

Conclusão

Winona Ryder continua a ser uma defensora apaixonada do cinema clássico e da importância de conhecer e respeitar a história da sua profissão. O seu desabafo revela uma preocupação válida sobre o futuro da indústria e a necessidade de manter viva a chama do amor pelo cinema em todas as suas formas. Enquanto algumas estrelas jovens mantêm o espírito cinéfilo vivo, Ryder espera que mais sigam o exemplo e se envolvam com o passado para enriquecer o futuro da arte cinematográfica.