O veterano de Hollywood compara a receção fria de Tron: Ares à de clássicos como Heaven’s Gate, hoje vistos como obras-primas incompreendidas
Jeff Bridges regressou ao universo digital de Tron para interpretar novamente Kevin Flynn em Tron: Ares, e, apesar das expectativas comerciais não terem sido alcançadas, o ator mantém uma visão serena — e profundamente cinéfila — sobre o tema.
O novo capítulo da saga estreou nos cinemas a 10 de outubro, arrecadando 33,5 milhões de dólares nos EUA e 60,5 milhões a nível global no primeiro fim de semana. Os analistas esperavam uma abertura entre 40 e 45 milhões no mercado norte-americano e 80 a 90 milhões no total mundial. Com um orçamento estimado em 220 milhões, o filme poderá registar um prejuízo de mais de 130 milhões, caso a bilheteira global não ultrapasse os 160 milhões.
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Mas Bridges, que interpreta Flynn desde o clássico de 1982, não se deixa impressionar pelos números. Em entrevista à Entertainment Weekly, o ator comentou:
“É curioso a forma como os filmes são recebidos no fim de semana de estreia. Lembro-me de Heaven’s Gate — foi considerado um fracasso total na altura, mas hoje muita gente o vê como uma espécie de obra-prima. É interessante como certas coisas ganham novo valor com o tempo.”
“As opiniões mudam — e ainda bem”
Bridges, sempre filosófico, comparou a relação com o cinema à experiência pessoal de rever um filme que inicialmente não apreciou:
“Às vezes, eu próprio não gosto de um filme à primeira. Passado um tempo, revejo-o e penso: ‘Mas o que é que eu estava a pensar?’ Como diria o Dude: ‘That’s just, like, your opinion, man.’”
O ator recorda que Heaven’s Gate, de Michael Cimino, onde também participou, foi retirado dos cinemas após críticas negativas e fracasso nas bilheteiras, mas com o passar dos anos ganhou estatuto de filme de culto — um lembrete de que a história nem sempre é escrita pelos números do fim de semana de estreia.
O legado de Tron e o futuro da saga
Tron: Ares, o terceiro capítulo da saga, marca o regresso do universo que revolucionou os efeitos visuais nos anos 80, com Jared Leto como protagonista, ao lado de Greta Lee, Evan Peters, Jodie Turner-Smith, Hasan Minhaj, Arturo Castro e Gillian Anderson.
Apesar da receção inicial aquém das expectativas, a saga Tron sempre viveu na fronteira entre o experimental e o mainstream — um território onde, historicamente, as ideias visionárias demoram a ser compreendidas.
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Bridges parece perfeitamente ciente disso: para ele, a verdadeira medida de um filme não é a bilheteira, mas o tempo. E se há alguém que sabe esperar para ver o futuro, é Kevin Flynn — o homem que já viveu dentro do sistema.

