Cinemas portugueses registam melhor janeiro desde 2016 com receitas a bater recordes

ano de 2025 começou em grande para os cinemas portugueses, que registaram em janeiro os melhores valores de bilheteira desde 2016. De acordo com os dados do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), o mês rendeu 6,8 milhões de euros, impulsionado por grandes sucessos como Mufasa: O Rei Leão e Ainda Estou Aqui, que encheram as salas de norte a sul do país.

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Um arranque de ano acima das expectativas

Segundo as estatísticas divulgadas, os cinemas nacionais receberam 1.072.436 espectadores, gerando uma receita total de 6.874.834 euros. Este desempenho representa um crescimento de 29,8% nas receitas e 21,9% no número de bilhetes vendidos face ao mesmo período de 2024.

Para encontrar um mês de janeiro com números tão elevados, é preciso recuar a 2016, ano em que as bilheteiras portuguesas registaram 6,9 milhões de euros. Já em termos de espectadores, a última vez que a fasquia do milhão de entradas foi ultrapassada neste mês aconteceu em 2020, pouco antes do impacto da pandemia de COVID-19.

Os filmes que levaram os portugueses ao cinema

Os dois grandes responsáveis pelo sucesso de bilheteira foram:

• Mufasa: O Rei Leão, de Barry Jenkins, estreado a 19 de dezembro, que acumulou 226.410 espectadores ao longo de janeiro;

• Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, um fenómeno inesperado que, desde a sua estreia a 16 de janeiro, somou 137.874 espectadores no primeiro mês.

Desde a estreia até ao 9 de fevereiro, o drama brasileiro já acumulou 214.747 espectadores e gerou uma impressionante receita de 1,402 milhões de euros.

Entre as produções nacionais, o destaque vai para Banzo, de Margarida Cardoso, lançado a 23 de janeiro, que registou 1.382 espectadores.

A dominância da NOS Lusomundo Cinemas

NOS Lusomundo Cinemas, maior exibidora do país, continua a liderar com 218 salas de cinema, arrecadando 4,5 milhões de euros e atraindo 680.578 espectadores.

Com uma quota de mercado de 66,2% em receitas brutas e 63,5% em espectadores, a NOS consolidou a sua posição como a força dominante no setor da exibição em Portugal.

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Se a tendência continuar, 2025 poderá tornar-se um ano histórico para o cinema em Portugal, demonstrando que o público continua a apostar forte na experiência cinematográfica tradicional.

Ano de Retoma: Cinemas de Portugal e Brasil Batem Recordes e Enfrentam Desafios

O ano de 2024 marcou um período de contrastes para o cinema em Portugal e no Brasil. Se por um lado o mercado brasileiro bateu recordes de salas de exibição e crescimento do público, por outro, em Portugal, o número de espectadores caiu ligeiramente, mas a receita de bilheteira manteve-se estável. O cinema continua a ser um reflexo da cultura e do comportamento do público em cada país, e os números comprovam essa dinâmica.

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Portugal: Menos Espectadores, Receita Estável

Segundo dados revelados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em Portugal o número de espectadores nas salas de cinema caiu 3,8% em 2024 face ao ano anterior, totalizando 11,8 milhões de bilhetes vendidos. Ainda assim, a receita bruta de bilheteira manteve-se praticamente inalterada, crescendo ligeiros 0,4% e fixando-se nos 73,2 milhões de euros, justificado pelo aumento do preço médio dos bilhetes.

Embora o mês de dezembro tenha apresentado um crescimento impressionante de 27,1% no número de espectadores e um aumento de um terço na receita — tornando-se o melhor dezembro desde 2018 —, os resultados anuais não conseguiram recuperar as perdas do período pós-pandemia. Para comparação, em 2019, último ano antes da crise sanitária, os cinemas portugueses registaram 15,5 milhões de espectadores, um número significativamente superior ao de 2024.

A liderança do mercado de exibição em Portugal continua a pertencer à NOS, com uma quota de 68,2%, seguida pela UCI (10,7%) e pela Cineplace (6,7%). A NOS viu o número de espectadores cair 4% face a 2023, mas compensou com um aumento de 0,7% na receita.

Entre as 391 longas-metragens estreadas em Portugal, 112 eram de origem norte-americana, dominando o mercado com 72,8% do público, enquanto os filmes europeus, que totalizaram 202 lançamentos, atraíram apenas 12,9% dos espectadores.

O ‘top 10’ dos filmes mais vistos no país reflete essa tendência, sendo totalmente preenchido por produções de Hollywood. O grande vencedor foi “Divertida-Mente 2”, que conquistou 1,3 milhões de espectadores. Seguiram-se “Deadpool & Wolverine”, com 611 mil entradas, e as animações “Gru – O Maldisposto 4” e “Vaiana 2”, que juntos somaram pouco mais de um milhão de bilhetes vendidos.

O Cinema Português em 2024: “Balas & Bolinhos” No Topo

O cinema nacional teve um desempenho modesto, mas um título destacou-se: “Balas & Bolinhos: Só Mais Uma Coisa”, de Luís Ismael, foi o filme português mais visto do ano, com 248 mil espectadores e 1,6 milhões de euros em receitas. A nova aventura do grupo de amigos alcançou o oitavo lugar entre os filmes portugueses mais vistos desde 2004, aproximando-se dos números do seu antecessor, “Balas & Bolinhos: O Último Capítulo” (2012), que teve 256 mil espectadores.

Outros destaques incluem “Podia Ter Esperado por Agosto”, de César Mourão, com 102 mil espectadores, e “Vive e Deixa Andar”, de Miguel Cadilhe, que levou 31 mil pessoas às salas.

Brasil: Recordes de Público e Salas de Cinema

Se em Portugal o setor enfrentou um ligeiro decréscimo, no Brasil o cenário foi de recuperação e crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), 2024 foi um ano de recordes. O país atingiu o maior número de salas de exibição da sua história, acompanhado por um aumento significativo do público.

Os números mostram que o cinema brasileiro continua a recuperar do impacto da pandemia e a consolidar-se como uma indústria em crescimento. O maior número de salas em funcionamento permitiu um acesso mais amplo ao público, resultando num aumento das bilheteiras e no fortalecimento da indústria nacional.

O cinema brasileiro viu algumas das suas produções alcançarem êxitos expressivos. Filmes nacionais ganharam destaque e demonstraram a diversidade do mercado, apostando em géneros variados e explorando novas narrativas para atrair audiências cada vez mais amplas.

O Cinema Nacional em Destaque

Entre os títulos nacionais mais bem-sucedidos em 2024, destacam-se produções que conquistaram não apenas o público, mas também a crítica. O cinema brasileiro demonstrou força tanto nos circuitos comerciais quanto nos festivais internacionais, solidificando a sua presença e mostrando a capacidade de competir com as grandes produções de Hollywood.

O Que Explica as Diferenças?

O contraste entre os mercados português e brasileiro pode ser explicado por vários fatores. No Brasil, a expansão do número de salas de cinema e o crescimento do público refletem um investimento contínuo na indústria cinematográfica. Em Portugal, apesar da estabilidade nas receitas, a diminuição do número de espectadores aponta para desafios como o aumento do preço dos bilhetes e a concorrência do streaming.

Ainda assim, ambos os países partilham um fator comum: o domínio das produções norte-americanas. Nos dois mercados, os filmes de Hollywood continuam a liderar as bilheteiras, o que reforça a necessidade de políticas e incentivos que promovam a produção nacional e estimulem o interesse do público por conteúdos locais.

Perspetivas para 2025

Olhando para o futuro, tanto em Portugal quanto no Brasil, a expectativa é que o cinema continue a recuperar e a adaptar-se às novas realidades do mercado. A aposta em conteúdos nacionais e estratégias inovadoras de distribuição pode ser a chave para um crescimento sustentado.

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Enquanto Portugal procura recuperar os números pré-pandemia, o Brasil avança com recordes e uma crescente valorização do seu cinema. Resta saber se essa tendência se manterá nos próximos anos e como os dois países poderão aprender com as suas experiências para fortalecer a sétima arte.